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Prévia do material em texto

Fundamentos da Educação de Jovens e 
Adultos 
Educação de 
Jovens e Adultos
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
MÁRCIA JUSTINO DA SILVA
AUTORIA
Márcia Justino da Silva 
Sou Licenciada em Pedagogia, Pós-Graduada em Psicopedagogia 
Diferencial: Diferenças na Aprendizagem, Especialista em Psicanálise 
Aplicada à Educação e em Metodologia do Ensino na Educação a 
Distância e Mestre em Psicanálise Aplicada à Educação e Saúde (Curso 
Livre). Fui coordenadora do curso de Especialização em Psicopedagogia 
Clínica e Institucional – FAJOLCA. Atualmente, atuo como professora de 
Graduação e Pós-Graduação em diversos cursos na área de educação 
e coordenadora pedagógica da Consultoria Didática Escolar – Reforço 
Escolar, professora conteudista e executora da EaD da UNINASSAU (curso 
de Licenciatura em Pedagogia), do Instituto Federal de Educação (curso 
de Licenciatura em Matemática) e da Secretaria de Educação do Estado 
de Pernambuco (curso Técnico em Secretaria Escolar). Tenho muito 
orgulho de minha profissão, pois acredito que só a educação é o caminho 
para o desenvolvimento pessoal, social e nacional. Estou muito honrada e 
feliz por ter a oportunidade de ajudá-lo na construção do conhecimento, 
tornando-o uma aprendizagem significativa.
Estamos juntos nessa jornada!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Pensamento Político-Pedagógico ao Longo da História ............ 12
Dos Jesuítas à Revolução Industrial ................................................................................. 12
Período Jesuítico (1549-1759) .............................................................................. 12
Período Pombalino (1760 - 1808) .................................................................... 14
Período Joanino (1808 – 1821) ............................................................................ 15
Período Imperial ............................................................................................................ 17
Período Republicano: Redemocratização e os dias Atuais ........... 19
EJA como Modalidade da Educação Básica ....................................29
Contexto da Escola ........................................................................................................................29
Importância do EJA ........................................................................................................................ 31
Inclusão Social e Diversidade Cultural .............................................. 37
Inclusão Social e a Diversidade Cultural ........................................................................37
Orientações Curriculares para a EJA e para a Alfabetização ...46
O EJA ....................................................................................................................................................... 46
O Processo de Alfabetização e Letramento: Ressignificando os Saberes 
Escolares .............................................................................................................................................. 48
Conceitos de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos ................ 50
9
UNIDADE
01
Educação de Jovens e Adultos
10
INTRODUÇÃO
Caro estudante, seja muito bem-vindo a esta disciplina! Chegou a 
hora de complementar seus estudos sobre a Educação Básica, adentrando 
em uma modalidade muito interessante, a Educação de Jovens e Adultos 
(EJA).
Você sabia que esta modalidade é relativamente nova? Pois é, 
em princípio, seu objetivo era apenas ensinar os adultos, que por algum 
motivo não foram alfabetizados na escola regular, a ler e a escrever. 
Contudo, no decorrer dos tempos, houveram mudanças significativas em 
suas propostas e objetivos, respaldadas pela legislação e pelas políticas 
públicas educacionais.
Exatamente isso que veremos nesta unidade. Faremos uma viagem 
no tempo para que possamos compreender como ocorreu a construção 
do pensamento pedagógico da Educação de Jovens e Adultos- EJA- ao 
longo da história de nosso país, até os dias atuais. Vamos lá?
Educação de Jovens e Adultos
11
OBJETIVOS
Segundo Perrenoud (1999, p. 30) “Competência é a faculdade de 
mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, 
informações etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de 
situações.”
Seguindo este princípio estabelecemos algumas competências 
para esta Unidade. Nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento desta 
etapa de estudos:
1. Compreender a trajetória histórica da Educação de Jovens e 
Adultos no Brasil.
2. Discernir sobre a importância da Educação de Jovens e Adultos 
como uma das modalidades da Educação Básica a partir da sua 
evolução histórica.
3. Entender o papel da EJA no processo da inclusão social.
4. Compreender o processo de alfabetização dos jovens e adultos, 
enfatizando a importância de uma didática e uso de metodologias 
adequadas.
Preparado para nossa viagem no tempo? Tenho certeza que será 
muito gratificante!
Educação de Jovens e Adultos
12
Pensamento Político-Pedagógico ao 
Longo da História
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
como se iniciou a Educação de Jovens e Adultos no Brasil 
– EJA - em seus aspectos gerais e específicos, ao longo 
de nossa história, contextualizando as suas diferentes fases 
até hoje.
Então vamos lá!.
Dos Jesuítas à Revolução Industrial 
Você certamente se recorda do que estudou em História da 
Educação, certo? Mas, vamos refrescar um pouco a sua memória. Agora 
numa perspectiva da EJA.
Período Jesuítico (1549-1759)
Lembra-se que os jesuítas foram os primeiros educadores em 
terras brasileiras e que o seu principal objetivo era a catequese dos 
índios que aqui viviam? Pois bem, para que alcançassem seu objetivo 
era primordial que houvesse a alfabetização desse povo na língua 
portuguesa. Contudo, o Projeto Educacional Jesuítico não era apenas 
um projeto de catequização, mas sim algo bem mais amplo, pois havia 
o intuito de transformação social, implementando mudanças radicais na 
cultura indígena brasileira nesse período colonial.
Apesar de existirem indícios de que os jesuítas e membros de outras 
ordens religiosas, também, catequizaram e instruíram escravos, não se 
encontram registros históricos sobre essas experiências. Nem outras que 
possam ter sido realizadas com mulheres adultas.
Cabe ressaltar o que nos dizem Maciel e Neto (2008) quanto ao 
ensino jesuítico:
Educação de Jovens e Adultos
13
O ensino jesuítico implementado no período colonial 
brasileiro era adequado para o momento histórico 
vivenciado, levando-se em consideração quatro aspectos: 
os objetivos do Projeto Português para o Brasil; o projeto 
educacional Jesuítico; a própria estrutura socialbrasileira 
da época; e o modelo de homem necessário para a época 
Colonial. (NETO; MACIEL, 2008, P.1)
Figura 1 - Cenas de catequese
Fonte: Wikimedia Commons 
Ao longo de 210 anos (1549-1759), os jesuítas implantaram um Plano 
Educacional elaborado pelo Padre Manoel da Nóbrega – Ratio Studiorum 
- que servia às várias classes da população. Contudo, de acordo com 
a classe social a que a pessoa pertencia, era designado um tipo de 
Educação. 
Educação de Jovens e Adultos
14
Figura 2 - Ratio studiorum
Fonte: Wikimedia Commons
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto, (ou relembrar um 
pouco), assista ao vídeo sobre este período de nossa 
história, clicando aqui. 
Período Pombalino (1760 - 1808) 
Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de 
Pombal, que modificou todo o sistema educacional instaurado. Os jesuítas 
tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de 
seminários menores e escolas de primeiras letras, que instaladas em todas 
as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus, foram desativadas.
A educação brasileira vivenciou, nesta fase, uma grande ruptura 
de um método educacional implantado e até então consolidado. Foi 
estabelecido um novo modelo e estrutura educacional que se diferenciava 
Educação de Jovens e Adultos
https://youtu.be/AfArxoWl9rQ
15
do Ratio Studiorum, conhecido como Aulas Régias. O resultado da decisão 
de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava 
reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada 
que pudesse chegar próximo dele foi organizado para dar continuidade a 
um trabalho de educação.
Figura 3 - Aulas Régias
Fonte: Wikimedia Commons
De acordo com Stephanou (2005c, apud SACRAMENTO, 2008), a 
expulsão dos jesuítas aparentemente não teve experiências sistemáticas 
e significativas em relação à alfabetização de adultos. A ênfase pombalina 
estava no ensino secundário, organizado por meio do sistema de Aulas 
Régias.
Período Joanino (1808 – 1821) 
A vinda da Família Real, em 1808, foi marcada por mais uma 
ruptura no sistema educacional. Embora D. João VI tenha criado diversas 
instituições de ensino, tais como Academias Militares, Escolas de Direito 
e Medicina e escolas noturnas, havia uma dificuldade de manter estas 
instituições em funcionamento. 
Educação de Jovens e Adultos
16
O surgimento da imprensa Régia na colônia contribuiu para 
divulgação de fatos e pensamentos para a população letrada. Entretanto 
a educação, mais uma vez, era relegada a segundo plano.
Figura 4 - Chegada da família real no Brasil
Fonte: Wikimedia Commons
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto sobre o Período 
Joanino e suas mudanças sociais, acesse aqui. 
D. João VI volta a Portugal em 1821. Em 1822, seu filho D. Pedro I 
proclama a Independência do Brasil e, em 1824, outorga a primeira 
Constituição Brasileira. O Art. 179 desta Lei Magna dizia que a “instrução 
primária é gratuita para todos os cidadãos.”
Isto veremos a seguir, continuando nossa retrospectiva histórica.
Vamos lá!
Educação de Jovens e Adultos
https://youtu.be/4Dtte78JGKs
17
Período Imperial
A Constituição de 1824 estabeleceu o ensino primário e gratuito a 
todos, mas nem todos tinham acesso à educação. 
Em 1826, um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias 
(escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. Só em 1827 é que 
foi promulgada a lei geral sobre a instituição do ensino primário. Tal lei 
determina que as escolas ensinem a ler, escrever e a utilizar as quatro 
operações, além de noções gerais de geometria, gramática, moral cristã e 
doutrina católica. Pela primeira vez, as meninas foram incluídas no sistema 
educacional, mas com um currículo diferenciado. 
Em 1831, cedendo às pressões da corte portuguesa e por atravessar 
uma grave instabilidade política, D. Pedro I abdica ao trono brasileiro e, 
como seu pai, deixa no Brasil seu filho - D. Pedro II - com apenas cinco 
anos de idade. Por não ter idade para assumir o trono, o governo de D. 
Pedro II é dividido em dois momentos: Período Regencial (1831 - 1840) e 
Segundo Reinado (1840 - 1889). Dom Pedro II apoiou as ciências, as letras 
e as artes e fez muito para o Brasil desenvolver-se no campo econômico, 
industrial e científico, mesmo enfrentando conflitos e guerras.
Em 1834, o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias 
passariam a ser responsáveis pela administração do Ensino Primário e 
Secundário. A intenção era de que pobres (brancos ou negros) tivessem 
acesso à escolaridade, adquirindo a cultura e a civilização europeia. 
A ideia era que somente a educação conseguiria desenvolver o país. 
Surgem, então, em 1835, as primeiras Escolas Normais para formação de 
professores. 
Embora possa ter havido a intenção de obter bons resultados, não 
foi o que aconteceu, tendo em vista uma barreira: as dimensões do país. 
Assim, a educação brasileira perdeu-se mais uma vez, obtendo resultados 
muito pouco expressivos.
Em 1837, é criado no Rio de Janeiro, o Colégio Pedro II, com o 
objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso secundário. 
Educação de Jovens e Adultos
18
Porém, o Colégio não conseguiu se organizar até o fim do Império para 
atingir tal objetivo.
Figura 5 - Colégio Pedro II no Rio de Janeiro
Fonte: Wikimedia Commons
Quanto à educação para jovens e adultos, foi somente, em 1879, 
que Carlos Leôncio de Carvalho elaborou uma reforma educacional. Por 
meio do decreto 7.247, foram criados cursos noturnos para adultos, do 
sexo masculino, nas escolas públicas de instrução primária.
Infelizmente, caro estudante, até a Proclamação da República, em 
1889, praticamente pouco foi feito de concreto pela educação brasileira, 
apesar da consideração de D. Pedro II pela tarefa educativa, numa 
consolidação de um sistema educacional no país. 
REVISANDO: 
Caro estudante, acredito que seja interessante fazer uma revisão 
sobre o Império e as primeiras tentativas de organização da educação 
nacional. Então, acesse o material, clicando aqui. 
Educação de Jovens e Adultos
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_imperial_intro.html 
19
Período Republicano: Redemocratização e os dias 
Atuais
O primeiro período republicano foi marcado por uma grande 
mudança social, política, econômica e, consequentemente, educacional. 
A primeira Constituição da República, datada de 1891, reafirma a 
proibição ao voto do analfabeto nas eleições. O censo de 1890 já havia 
constatado a existência de 85% de analfabetos na população total. Nesta 
época, ainda não havia ações políticas voltadas para esta necessidade.
As mobilizações da sociedade a favor da alfabetização dos adultos 
só aconteceram nas primeiras décadas do século XX. Surgiram, então, 
várias campanhas de alfabetização, como a Liga Brasileira contra o 
Analfabetismo (1915), no Rio de Janeiro.
A Revolução Industrial, a partir de 1930, trouxe a necessidade de 
uma mão de obra qualificada e especializada. Nesse momento, houve 
um considerável aumento da migração para as capitais, de pessoas que 
viviam na zona rural, em busca de novas oportunidades de trabalho. 
Havia uma grande preocupação e mobilização para erradicar 
o analfabetismo no país, em um curto espaço de tempo. Algumas 
experiências foram realizadas, como o surgimento do ensino supletivo 
destinado aos adultos. Todavia, durante o Estado Novo, quase não há 
registros de iniciativas voltadas à alfabetização de adultos, pois o novo 
regime não estava interessado na instrução popular.
 Contrariando a ação oficial de oferecer soluções para a alfabetização 
de adultos, os analfabetos, moradores de área urbana, eram participantes 
de práticas de uso da leitura e da escrita.
Educação de Jovens e Adultos
20
VOCÊ SABIA?
Nos anos 1930 foram iniciadas, em Pernambuco, práticas 
de leitura oralizadas de folhetos de cordel em feiras. Em 
reuniões, poemas e contos eram lidos.Isso facilitava o 
contato do adulto com o mundo da escrita.
Constata-se, ainda, que a participação dos homens era distinta 
à das mulheres. Elas, mesmo pertencentes às elites econômicas 
(principalmente, rurais) não podiam frequentar a escola, pois os homens 
consideravam perigoso o seu ingresso no mundo letrado.
A partir do fim da Segunda Guerra Mundial e do Estado Novo, e com 
a volta da democracia no país, ocorreram novas medidas voltadas para a 
alfabetização de adultos.
O ensino supletivo foi organizado a partir da Lei Orgânica do Ensino 
Primário, de 1946, mas é apenas, em 1947, que o governo brasileiro lança, 
pela primeira vez, uma campanha de âmbito nacional, visando alfabetizar 
a população, conhecida como Campanha de Educação de Adultos (CEA) 
ou Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), extinta 
apenas em 1963. Criou-se uma infraestrutura para atender à educação de 
jovens e adultos, com classes de alfabetização distribuídas em todos os 
municípios.
 A Campanha recrutava voluntários para erradicar o analfabetismo 
no país. Era evidenciada a redenção do analfabetismo, continuando a 
ênfase no assistencialismo nesta iniciativa governamental.
Não havia uma preocupação com um material didático específico 
para os adultos. O material utilizado era o mesmo da educação das 
crianças. Verificamos, assim, que o adulto analfabeto continuava sendo 
considerado incapaz, comparado a uma criança.
Caro estudante, chegamos aos anos 1950. Verifica-se, no início 
desta década, muitas críticas à CEAA, com origem no seu próprio núcleo. 
Assim, um importante movimento surgirá, em 1958, por meio de um grupo 
experimental em Pernambuco, liderado por Paulo Freire.
Educação de Jovens e Adultos
21
No II Congresso Nacional de Educação de Adultos, Freire coloca 
que a organização dos cursos deveria ter como base a própria realidade 
dos alunos e o trabalho educativo deveria ser feito “com” o homem e não 
“para” o homem. Nessa nova perspectiva, o material didático não poderia 
ser uma mera adaptação das propostas infantis. Houve uma mudança na 
percepção do adulto não alfabetizado, não mais tomado como alguém 
ignorante e imaturo, mas visto como produtor de cultura e de saber. 
ACESSE:
Conheça mais sobre o método Paulo Freire de Alfabetização, 
acessando aqui. 
Como podemos perceber no vídeo, a proposta de 
alfabetização era que a leitura do mundo viria antes da 
leitura da palavra. Considerava, ainda, que o analfabetismo 
não era o único e grave problema do país e sim as condições 
de miséria em que vivia o não alfabetizado.
Outras campanhas foram criadas como a Campanha Nacional 
de Educação Rural (1950) e a Campanha Nacional de Erradicação 
do Analfabetismo (1958). Contudo, infelizmente, não obtendo o êxito 
esperado no que se refere ao projeto de tornar os jovens e adultos leitores 
e produtores de textos proficientes.
No final da década de 1950 e início de 1960, verificamos movimentos 
de educação e de cultura popular, quase todos inspirados nos ideais de 
Paulo Freire. São eles: o Movimento da Educação de Base (MEB), que 
consistia em um convênio entre o Governo Federal e o Conselho Nacional 
dos Bispos do Brasil (CNBB); o Movimento de Cultura Popular da Prefeitura 
do Recife (MCP); os Centros Populares de Cultura (CPCs), organizados 
pela União Nacional dos Estudantes no Rio de Janeiro (UNE - 1961-1964); 
o CEPLAR, ou seja, a Campanha de Educação Popular; a Campanha de 
Pé no Chão também se Aprende a Ler, desenvolvida pela prefeitura de 
Natal (RN).
Educação de Jovens e Adultos
https://youtu.be/2DAOO8jPyCU
22
IMPORTANTE:
Cabe ressaltar que, apesar desses movimentos emergirem 
de vários pontos do país, sua expressividade se deu no 
Nordeste, em decorrência da alta taxa de analfabetismo, 
como já citamos, e de sua organização.
Esse pensamento tornou-se muito forte e a bandeira pelo 
desenvolvimentismo nacional e as reformas de base tomaram conta 
da sociedade civil organizada, com a finalidade de alterar esse quadro 
socioeconômico e político.
Agora há um novo olhar especial para analfabetismo, que passa a ser 
visto não como causa da situação de pobreza, mas como consequência 
de uma sociedade injusta e desigual. Assim, o não alfabetizado conquista 
um novo patamar, pois agora é considerado produtor de conhecimento. 
Nesse sentido, a educação deveria ser dialógica e com a participação de 
todos.
A influência de Paulo Freire abrangeu de forma significativa todos os 
espaços, possibilitando uma educação popular, entre 1960 e 1964. Junto 
com o MEC (Ministério da Educação e Cultura), o educador organizou o 
Plano Nacional de Alfabetização de Adultos que foi interrompido pelo 
golpe militar de 31 de março de 1964.
Durante a ditadura militar, as experiências de educação de adultos 
com objetivo de conscientização sofreram interdição e, devido a repressão 
militar, foram extintas e Paulo Freire foi, posteriormente, exilado.
O Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) foi criado em 1967, 
começando suas atividades em Recife, Paraíba e Sergipe, apenas em 
1969. Tinha duas características básicas: contribuir com a aprendizagem 
do desenho do nome pelo educando e interditar todas as experiências 
voltadas para a transformação da realidade.
Educação de Jovens e Adultos
23
Figura 6 - MOBRAL
Fonte: Wikimedia Commons
Era recrutado para o Mobral quem poderia ensinar, sem se preocupar 
com sua formação docente. Bastava a pessoa ter disponibilidade para ser 
treinada e interessada em ganhar uma baixa remuneração.
Embora o material didático fosse semelhante ao usado na educação 
popular, o potencial crítico do conteúdo era bastante esvaziado, além de 
ser padronizado para todo o país.
O Mobral foi marcado por denúncias de corrupção que culminaram 
na instalação de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – para 
apurar desvios de dinheiro e divulgação de falsos dados sobre o 
analfabetismo, extinto em 1985, juntamente com o Regime Militar.
Os anos 1980 foram marcados pela abertura política, quando 
surgiram diversos projetos e experiências de alfabetização de iniciativa de 
associações de moradores, sindicatos e comunidades religiosas. Em 1985, 
o regime militar dá lugar para a Nova República.
Em substituição ao Mobral nasce, durante o governo Sarney (1985-
1990), a Fundação Educar, com o propósito de organizar programas 
Educação de Jovens e Adultos
24
destinados àqueles que não tiveram acesso à escola ou que foram, 
anteriormente, excluídos.
Diferente do Mobral, essa fundação funcionava em sintonia com 
o MEC e recebia o apoio financeiro das prefeituras ou de associações 
da sociedade civil. Sua atuação era, basicamente, nos municípios, 
onde exercia a supervisão e o acompanhamento junto às instituições e 
secretarias, que recebiam recursos para execução de seus programas 
locais.
Em 1988, foi promulgada a nova Constituição Federal, dessa vez 
estabelecendo uma nova ordem jurídica. Considerada a Constituição 
Cidadã, estabelece um tratamento específico à educação nacional, em 
seu Capítulo III, dos art. 205 ao 214, abrindo caminho para novas regras 
educacionais.
Vemos em 1989, novamente no cenário da Educação, o educador 
Paulo Freire que assume a Secretaria Municipal de Educação do estado 
de São Paulo, lançando o MOVA (Movimento de Alfabetização de 
Jovens e Adultos da Cidade de São Paulo), envolvendo a participação 
de movimentos populares da cidade Acreditava-se que o MOVA-
SP possibilitaria o prosseguimento dos estudos pós-alfabetização, 
garantindo, assim, a escolarização básica formal. Não havia preferência 
por um determinado método de alfabetização. Pelo contrário, havia uma 
valorização do pluralismo, recusavam-se apenas métodos pedagógicos 
autoritários ou racistas, já que bebiam da fonte freiriana de educação 
libertadora. Em 1993, o projeto foi extinto pela nova gestão municipal.
SAIBA MAIS:
Caso queira de aprofundar no assunto sobre o MOVA de 
PauloFreire, acesse o link aqui. 
Chegamos aos anos 1990. E neste ano, comemorou-se o Ano 
Internacional da Alfabetização. O governo de Fernando Collor de Mello 
tem início em março deste mesmo ano, mas não vai adiante, devido 
ao seu impeachment, encerrado em dezembro de 1992. Neste cenário, 
Educação de Jovens e Adultos
https://www.pucsp.br/maturidades/aspectos_bio_sociais/mova_32.html
25
extinguiu-se a Fundação Educar e criou-se o Programa Nacional de 
Alfabetização e Cidadania (PNAC), em decorrência das discussões que 
circularam na época. Contudo, verifica-se que não há nenhuma intenção 
de estabelecer uma política de alfabetização para jovens e adultos.
Nos anos de 1995 e 1996, continuamos com diversas mudanças 
legislativas. Alguns projetos que foram levados adiante nesse período 
são influenciados pelas pesquisas, realizadas nas áreas da Psicologia 
Cognitiva, Linguística e Educação, levando uma proposta pedagógica 
para a EJA, associada às práticas sociais de leitura e escrita.
Figura 7 - Ex-presidente Fernando Henrique
Fonte: Wikimedia Commons
No governo FHC (1995-2003) é aprovada, em 1996, a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Um marco importante para a 
área. A Educação de Jovens e Adultos - EJA- passa a ser parte integrante 
da Educação Básica, como uma de suas modalidades de ensino, tendo 
garantidas a obrigatoriedade e a gratuidade de sua oferta, de acordo com 
a Constituição Federal de 1988.
Educação de Jovens e Adultos
26
Bem, caríssimo estudante, vamos avançar um pouco no tempo, 
indo para os anos 2000?
Siga-me!
No começo do século XXI, em 2000, surgem as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos. Elas 
reafirmam a exigência do direito à educação escolar para jovens e 
adultos, reconhecendo a importância da formação inicial e continuada 
de professores e a elaboração e execução de propostas pedagógicas 
em consonância com a identidade dessa modalidade.
Nessa época, o Ministério da Educação elabora e disponibiliza um 
vasto material didático e pedagógico aos sistemas de ensino, promovendo 
formação continuada de professores, além de dar apoio financeiro federal 
às ações de políticas locais.
O governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003 -2010) 
lança o Programa Brasil Alfabetizado, em 2003, em parceria com os 
estados e municípios, juntamente com empresas privadas, universidades, 
organizações não governamentais e instituições civis. Esse programa tem 
como objetivo alfabetizar jovens, a partir dos quinze anos, de maneira 
descentralizada, com o apoio de voluntários. Foi desenvolvido em todo 
o território nacional, com o atendimento prioritário a municípios que 
apresentavam alta taxa de analfabetismo, sendo 90% destes localizados 
na região Nordeste.
Não podemos deixar de reconhecer que o Programa Brasil 
Alfabetizado representa uma porta de entrada na cidadania, pois promove 
o acesso à educação como direito de todos em qualquer momento da vida.
A população contemplada inclui indígenas, ribeirinhos, caiçaras 
e urbanos. O Programa tem como prioridade diminuir as estatísticas, 
partindo da concepção de que em seis meses é possível alfabetizar um 
adulto, disseminando o discurso de que o “analfabetismo é um mal em si 
mesmo, uma mazela social semelhante à escravidão.”
Nessa perspectiva, o Programa Brasil Alfabetizado percebe o adulto 
um produtor de saber e de cultura, e, que embora não saiba ler, nem 
Educação de Jovens e Adultos
27
escrever, convive nos espaços sociais na qual a escrita circula, participando 
assim de algumas práticas de letramento nos centros urbanos. Enfim, é um 
sujeito que tem uma história de construção de sua identidade.
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto do Programa Brasil 
Alfabetizado, Acesse o Portal do MEC, clicando aqui.
Em 2019, o Programa Brasil Alfabetizado pretendia alfabetizar 1,5 
milhão de jovens e adultos, nas cinco regiões do país, com exceção de 
São Paulo que não aderiu ao programa.
O índice maior de analfabetismo continua concentrado nas regiões 
Norte e Nordeste. De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, da população com 15 
anos ou mais, 13,9 milhões são considerados analfabetos. A estatística do 
IBGE ainda mostra que os homens aparecem com 9,9% do índice e as 
mulheres com 9,3%. Quanto à divisão territorial, o IBGE aponta que a área 
rural é responsável por 23,18% da população analfabeta do país e a área 
urbana, por 7,28%.
Veja na tabela a divisão por faixa etária. Os jovens também estão 
presentes nos índices: de 25 a 29 anos, eles são 4% e de 15 a 17 anos, 2,2%. 
Tabela 1
Idade Porcentagem
60 anos ou mais 26,5%
50 a 59 anos 13,8%
40 a 49 anos 9,9%
30 a 39 anos 6,6%
25 a 29 anos 4,0%
18 a 24 anos 2,6%
15 a 17 anos 2,2%
Fonte: MEC (2019).
Educação de Jovens e Adultos
http://portal.mec.gov.br/programa-brasil-alfabetizado
28
RESUMINDO:
E então, compreendeu tudo que tratamos neste capítulo? 
Esperamos que sim, mas de toda forma vamos revisar 
juntos um pouco. Você estudou o pensamento político 
pedagógico, ao longo da história, na educação de jovens e 
adultos, iniciando pelo período Jesuítico e o ratio studiorum 
que era um plano educacional para as diferentes classes 
da população. Em seguida, estudamos sobre o período 
pombalino, no qual foi implementado o Aulas Régias. Em 
seguida, tivermos o período Joanino que teve como marco 
a ruptura no sistema educacional e o período imperial que 
distinguiu quatro graus de instrução: pedagogias, liceus, 
ginásios e academia. 
Seguindo a linha cronológica, vimos o período republicano em que 
houve o surgimento do Ensino Supletivo, destinado aos adultos. Todavia, 
durante o Estado Novo, quase não há registros de iniciativas voltadas à 
alfabetização de adultos, pois o novo regime não estava interessado na 
instrução popular. Vimos que o Movimento Brasileiro de Alfabetização 
(Mobral) foi criado em 1967, começando suas atividades em Recife. 
Paraíba e Sergipe, apenas em 1969. Em seguida, a Constituição de 1988 
trouxe a educação para todos os cidadãos e em 1989, o educador Paulo 
Freire que, assume a Secretaria Municipal de Educação do Estado de São 
Paulo, lança o MOVA (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos da 
Cidade de São Paulo). Já no ano de 1996, FHC aprovou a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional. Um marco importante para a educação. 
A Educação de Jovens e Adultos - EJA- passa a ser parte integrante da 
Educação Básica, como uma de suas modalidades de ensino.
Educação de Jovens e Adultos
29
EJA como Modalidade da Educação 
Básica
OBJETIVO:
A educação de jovens e adultos atua como um processo 
de inclusão. Deste modo, sendo uma modalidade da 
educação, estudaremos neste capítulo a sua importância 
frente ao cenário social. Prontos para entender esse 
mundo? Vamos lá!.
Contexto da Escola
Caro estudante, nas últimas décadas, verificamos a intensificação 
dos debates sobre uma escola mais democrática, na qual haja o respeito à 
diversidade, à heterogeneidade no âmbito escolar. Constatamos, também, 
na legislação e nas políticas públicas educacionais desenvolvidas, a 
preocupação com uma educação para todos, priorizando a qualidade, 
respeitando as diversas formas e ritmos de aprendizagem.
Há um consenso de que para alcançarmos esta qualidade na 
educação, faz-se necessária a renovação de sua estrutura, abandonando 
o ensino tradicional. Nesse cenário, está a escola atual, que enfrenta vários 
desafios para que seja efetivamente, inclusiva, interativa e democrática.
Uma escola democrática é aquela que permite a participação 
de alunos, professores e funcionários nos processos decisórios da 
comunidade escolar. Essa escola também deve considerar de suma 
importância a Educação de Jovens e Adultos, como modalidade da 
Educação Básica.
Ela é a oportunidade de estudo, alfabetização, letramento e 
crescimento deste públicoque não conseguiu finalizar seus estudos em 
tempo hábil, na idade oportuna.
Figura – Escola
Educação de Jovens e Adultos
30
Fonte: freepik
Nesse sentido, a escola tem papel essencial para a inserção e 
consideração desse aluno em sua rotina.
De acordo com Candau (2011):
A escola tem um papel importante na perspectiva de 
reconhecer, valorizar e empoderar sujeitos socioculturais 
subalternizados e negados. E esta tarefa passa por 
processos de diálogo entre diferentes conhecimentos e 
saberes, a utilização pluralidade de linguagens, estratégias 
pedagógicas e recursos didáticos[...] e o combate a toda 
forma de preconceito e discriminação no contexto escolar. 
(CANDAU, 2011, p.253)
Portanto, esse espaço torna os alunos atores centrais do processo 
educacional, fazendo dos professores facilitadores, orientadores das 
atividades, de acordo com a bagagem cultural dos seus alunos e de 
seus interesses.
Numa perspectiva inclusiva, é fundamental que a escola 
proporcione espaços para discussão sobre a diversidade e a pluralidade, 
proporcionado à sua comunidade um olhar diferenciado de sua 
realidade social, estimulando o respeito e aceitação das diferenças e 
individualidades.
Educação de Jovens e Adultos
31
Assim, constata-se, mais uma vez, a necessidade de uma formação 
para os professores que irão atuar na EJA, com o objetivo de prepará-los 
para lidar com esta diversidade encontrada na escola. Deve-se priorizar 
uma formação que alinhe a teoria com a prática e que permita que o 
professor se torne um docente reflexivo, crítico e pesquisador, mudando 
sua prática educacional, atualizando-se sempre em prol de seu aluno e 
de uma aprendizagem que o leve a uma cidadania ativa e participativa.
Importância do EJA
Todo esse contexto estudado até o momento, nos leva à importância 
da Educação de Jovens e Adultos, modalidade assegurada pela 
Constituição Brasileira no art. 208, I, que delimita: “O dever do Estado com 
a educação será efetivado mediante a garantia de - I - Educação Básica 
obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na 
idade própria” (BRASIL, 1988).
Figura – EJA
Fonte: freepik
Conforme podemos observar, a Constituição Federal garante o 
direito à Educação Básica às pessoas que não tiveram acesso na idade 
própria, de forma gratuita.
Educação de Jovens e Adultos
32
A Constituição preocupou-se em delimitar essa temática em virtude 
do elevado índice de analfabetismo da população brasileira, além da 
baixa escolaridade que contribuem para uma maior desigualdade social, 
desencadeando um crescimento na pobreza, no desemprego, nos crimes 
e em diversos outros males que atingem a sociedade.
Assim, a oferta do EJA surgiu como uma modalidade de Educação 
Básica, com três funções principais:
 • Função reparadora – faz renascer o direito de todos os cidadãos 
ao acesso à Educação Básica e gratuita.
A Função Reparadora da EJA não se refere apenas à 
entrada dos jovens e adultos no âmbito dos direitos civis. 
Passa também pela restauração de um direito a eles 
negado, ou seja, o direito a uma escola de qualidade e 
ao reconhecimento da igualdade de todo e qualquer ser 
humano ter acesso a um bem real, social e simbolicamente 
importante. No entanto, não se pode confundir a noção 
de reparação com a de suprimento, pois é indispensável 
que seja um modelo educacional que crie situações 
pedagógicas satisfatórias para atender às necessidades 
de aprendizagens específicas de alunos jovens e adultos. 
(FERREIRA, 2008, p. 7)
 • Função equalizadora – são oferecidas oportunidades iguais às 
crianças, jovens e adultos na Educação Básica, com horários 
flexíveis, no entanto, há adaptações, quando necessário para os 
jovens e adultos, devido a carga de experiência que eles carregam. 
Ferreira (2008, p.7) então retrata sobre essa função:
Função equalizadora relaciona-se à igualdade de 
oportunidades que possibilita oferecer aos indivíduos 
novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, 
nos espaços da estética e nos canais de participação. 
A equidade é a forma pelos quais os bens sociais 
são distribuídos, tendo em vista maior igualdade, em 
situações específicas. Nessa linha, a EJA representa uma 
possibilidade de efetivar um caminho de desenvolvimento 
a todas as pessoas, de todas as idades, permitindo que 
jovens e adultos atualizem seus conhecimentos, mostrem 
habilidades, troquem experiências e tenham acesso a 
novas formas de trabalho e cultura.
Educação de Jovens e Adultos
33
 • Função qualificadora – devido à função de atualização dos 
conhecimentos, além da estimulação no desenvolvimento de 
consciência questionadora, crítica, reflexiva, construindo um 
cidadão pronto para o exercício da cidadania.
Já a função qualificadora refere-se à educação permanente, 
com base no caráter incompleto do ser humano, cujo 
potencial de desenvolvimento e de adequação pode-se 
atualizar em quadros escolares. Mais do que uma função, 
é o próprio sentido da educação de jovens e adultos. 
(FERREIRA, 2008, p. 8)
O EJA, deste modo, tem um papel fundamental na construção 
curricular dos jovens e adultos, tornando-os pessoas críticas, ativas, com 
a finalidade de formar a sociedade e inseri-los no mercado de trabalho.
Figura – O EJA e o seu papel de formação
Fonte: Freepik.
Aranha (1997, p. 50) aponta que a importância do EJA reside em 
[...] como uma atividade sistemática de interação entre seres 
sociais, ocorrendo essa interação no nível intrapessoal 
como no nível da influência do meio, interação essa que 
se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos 
de sujeitos, visando provocar neles mudanças tão eficazes 
Educação de Jovens e Adultos
34
que os tornem elementos ativos desta função, a educação 
deve voltar-se a uma formação na qual os educandos 
possam: aprender permanentemente; refletir sobre a 
própria ação exercida.
Como já mencionado, é o ambiente escolar o espaço utilizado 
para a educação, no qual os professores ensinam, interpretam, usam a 
criatividade, ou seja, nesse ambiente é construído o futuro da sociedade. 
Deste modo, o EJA ocupa o lugar de dar oportunidades de conhecimento 
a todas as pessoas que fazem parte dessa sociedade.
O EJA é articulado em três eixos curriculares:
 • Cultura.
 • Trabalho.
 • Tempo.
Esses eixos devem ser levados em consideração no elaborar das 
aulas e na didática de estudo dos alunos, além de serem uma sustentação 
para a aprendizagem que desemboca na politização na inclusão social.
IMPORTANTE:
É importante considerar que os alunos do EJA são pessoas 
mais velhas, assim, a sua estrutura deve ser mais flexível 
em consideração às escolas regulares, tendo em vista 
que o tempo de aprendizagem de cada aluno é diferente. 
Assim, os professores devem se atentar às necessidades 
individuais para garantir que todos tenham acesso e 
permaneçam estudando.
O foco do EJA é no aluno, desta forma, o ensino deve estar voltado 
para ele, devendo o professor considerar toda a bagagem que esses 
estudantes carregam para um melhor ensinamento. 
Os jovens e adultos pouco escolarizados trazem consigo 
um sentimento de inferioridade, marcas de fracasso 
escolar, como resultado de reprovações, do não aprender. 
A não aprendizagem, em muitos casos, decorreu de um ato 
de violência, porque o aluno não atendeu às expectativas 
da escola. Muitos foram excluídos da escola pela evasão 
(outro reflexo do poder da escola, do poder social); outros 
Educação de Jovens e Adultos
35
a deixaram em razão do trabalho infantil precoce, na luta 
pela sobrevivência (também vítimas do poder econômico). 
(SANTOS, 2008, p. 74)
Mesmo com todos esses fatores citados, cabe destacar que essas 
pessoas vão além dos estudantes “normais”, porque em virtude do que já 
viveram, elas já têm conhecimento de diferentes aspectos da vida, mais 
fácil fazerrelações para a compreensão de diferentes conteúdos.
NOTA:
Deve-se ter em mente que o professor precisa conhecer o 
aluno do EJA para que ocorram discussões que englobem 
o seu contexto social e cultural. 
É necessário que a escola garanta que o processo de aprendizagem 
seja bem-sucedido, visando à transformação da vida dos alunos e buscando 
a formação de um novo cidadão, considerando que eles possam contar 
suas histórias e perspectivas em relação à escola, a fim de desenvolverem 
uma aprendizagem na linha de pensamento e de suas limitações.
Figura – Histórias no EJA
Fonte: Freepik (2022).
Educação de Jovens e Adultos
36
Considere-se que, para que ganhe sentido, é necessário que a 
aprendizagem escolar acarrete à pessoa que aprende e aquele que 
ensina formas novas de ressignificação e de compreender a realidade, 
visando a inserção em quatro mundos diferentes:
 • Social.
 • Econômico.
 • Político.
 • Trabalho.
Esses quatro elementos englobam a vida do cidadão, porque 
toda pessoa deseja fazer parte do meio e obter relações sociais. Assim, 
a escola pode possibilitar isso por meio do processo de aprendizagem. 
O econômico, por sua vez, entra em conjunto com o trabalho, pois por 
meio da escola, é possível se qualificar, conseguindo empregos melhores 
e em contrapartida um salário melhor. Por fim, o político, refere-se à 
aprendizagem do cenário mundial, levando a discussões políticas.
RESUMINDO:
E então, aprendeu tudo que falamos nesse capítulo? 
Esperamos que sim, no entanto, é importante que façamos 
um resumo para ter a certeza disso, vamos lá? Primeiramente 
você estudou o contexto escolar, compreendendo 
que na atualidade procura-se transformar a escola em 
ambientes democráticos com respeito a diversidade, 
com a participação de todos os alunos, entendendo a 
importância da escola democrática, nos debruçamos sobre 
a importância da escola para jovens e adolescente. Assim, 
vimos que a própria Constituição Federal, diploma maior 
do Brasil, consagra a obrigatoriedade do ensino para todas 
as pessoas, vimos também as funções principais do EJA 
que são: função reparadora, função equalizadora e função 
qualificadora. O EJA se torna importante porque faz com 
que pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar 
ganhe essa chance e ingresse no meio social, política, 
econômico e cultural. 
Educação de Jovens e Adultos
37
Inclusão Social e Diversidade Cultural
OBJETIVO:
Caro estudante, abordaremos agora um assunto muito 
importante no contexto da EJA: como se concebe a 
inclusão e a diversidade cultural nos espaços escolares 
que oferecem esta modalidade de ensino? Espero que 
seja uma oportunidade, não só de análise, mas de reflexão 
dessa realidade..
Inclusão Social e a Diversidade Cultural
Iniciamos nosso capítulo indagando, o que vem a ser inclusão?
O que quer dizer inclusão? A palavra inclusão deriva do verbo 
latim includere, e tem como significado colocar algo ou alguém em um 
determinado espaço. A inclusão consistiu no ato da participação ampla 
das pessoas em um determinado local, assim no contexto da inclusão 
social, consideramos a essa inclusão como o processo de participação de 
todas as pessoas nos estabelecimentos de ensino.
A educação inclusiva pode ser definida como a prática da 
inclusão de todos – independentemente de seu talento, 
deficiência, origem socioeconômica ou cultural – em 
escolas e salas de aula provedoras, onde as necessidades 
desses alunos sejam satisfeitas. (STAINBACK; STAINBACK, 
1999, p. 21)
A educação inclusiva visa à heterogeneidade da escola, tornando a 
escola um local aberto para todas as pessoas, sejam crianças ou adultos, 
com deficiência ou não.
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma 
ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada 
em defesa do direito de todos os alunos de estarem 
juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo 
de discriminação. A educação inclusiva constitui um 
paradigma educacional fundamentado na concepção de 
direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como 
valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia 
Educação de Jovens e Adultos
38
de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias 
históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. 
(BRASIL, 2001, p.1)
Nesse contexto, podemos enxergar o tema da inclusão como um 
assunto amplo, que perpassa a ideia de ser aplicada apenas às pessoas 
que têm algum tipo de deficiência. Educação inclusiva é uma metodologia 
pedagógica que almeja recolocar na rede de ensino, em todos os seus 
níveis, as pessoas excluídas como: portadoras de alguma deficiência, de 
distúrbios de aprendizagem, excluídas por gênero, cor ou outros motivos.
Figura – Escola como local aberto
Fonte: Freepik (2022).
A importância dessa inclusão se faz devido ao fato da escola ter 
uma função única para os alunos, pois ela é uma forma de proporcionar 
o desenvolvimento social, cultural, intelectual e físico de cada um, 
auxiliando no desenvolvimento das pessoas.
O conceito de inclusão no âmbito específico da Educação 
implica, antes de mais, rejeitar por princípio a exclusão 
(presencial ou acadêmica) de qualquer aluno da 
comunidade escolar. Para isso, a escola que pretende 
seguir uma política de Educação Inclusiva (EI), deve 
desenvolver políticas, culturas e práticas que valorizam 
Educação de Jovens e Adultos
39
o contributo ativo de cada aluno para a construção de 
um conhecimento construído e partilhado e, dessa 
forma, atingir a qualidade acadêmica e sociocultural sem 
discriminação. (RODRIGUES, 2006, p. 2)
Nesse contexto de inclusão, engloba-se a Educação de Jovens e 
Adultos - EJA – que é a modalidade de ensino na qual mais encontramos 
turmas absolutamente heterogêneas, desenhando uma diversidade não 
só social, mas racial, cultural, econômica, religiosa, etária, entre outras. 
Deve-se pensar na escola inclusiva em virtude da escola ser o local 
de se aprender a interpretar o mundo, visando transformá-lo, por meio do 
domínio das categorias de método e de conteúdo que causa inspiração e 
transformação das práticas de emancipação humana em uma sociedade 
que encontra-se, cada vez mediada, pelo conhecimento.
O desafio para uma escola inclusiva é o de desenvolver uma 
pedagogia centrada no aluno [...] Escolas inclusivas precisam reconhecer 
e responder às necessidades diversificadas de seus alunos, acomodando 
os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando educação 
de qualidade para todos mediante currículos apropriados, mudanças 
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com 
suas comunidades. (BRASIL, 1996, p. 6 e 12)
A LDB/96 foi encarregada de ditar os deveres do Estado com 
relação à Educação nas diferentes modalidades de ensino, como também 
de caracterizar essas modalidades. Como vimos, essa lei foi considerada 
um marco em virtude de assegurar a EJA, dando oportunidade àqueles 
que não puderem iniciar ou continuar seus estudos
IMPORTANTE:
A partir da LDB, o Estado passou a ter obrigação de fornecer 
o EJA, sendo esse ensino uma maneira de efetivação da 
cidadania e da participação social e política das pessoas.
A LDB, então, em seu capítulo II, seção V - Educação de Jovens 
e Adultos, artigo 37, define que: “A educação de jovens e adultos será 
Educação de Jovens e Adultos
40
destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos 
no Ensino Fundamental e Médio na idade própria” (BRASIL, 1996). 
Na atual realidade brasileira, a profunda estratificação 
social e a injusta distribuição de renda têm funcionado 
como um entrave para que uma parte considerável da 
população possa fazer valer os seus direitos e interesses 
fundamentais. Cabe ao governo o papel de assegurar 
que o processo democrático se desenvolva de modo 
a que esses entraves diminuam cada vez mais. É papel 
do Estado democrático investir na escola, para que 
ela prepare e instrumentalize criançase jovens para o 
processo democrático, forçando o acesso à educação de 
qualidade para todos e às possibilidades de participação 
social. (BRASIL, 2001, p.33)
Figura – Educação para jovens e adultos
Fonte: Freepik
A Educação de Jovens e Adultos - EJA - é a modalidade de ensino na 
qual mais encontramos turmas absolutamente heterogêneas, desenhando 
uma diversidade não só social, mas racial, cultural, econômica, religiosa, 
etária, entre outras. 
A LDB/96 em seu capítulo II, seção V - A Educação de Jovens e 
Adultos, artigo 37, define que: “A educação de jovens e adultos será 
Educação de Jovens e Adultos
41
destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos 
no Ensino Fundamental e Médio na idade própria” (BRASIL, 1996). 
Portanto, devemos tomar cuidado para que não sejam reproduzidas 
em nossas escolas atitudes e práticas educacionais excludentes, 
distanciando-se de seu verdadeiro papel, que é zelar pela formação 
de indivíduos críticos e reflexivos, que atuem de forma autônoma e 
democrática, solucionando e superando os obstáculos no seu cotidiano 
e ao longo de sua vida.
Devemos considerar que grande parte desses alunos chegam à 
escola com seus próprios saberes, adquiridos ao longo de sua vida, por 
meio de suas relações familiares e sociais. Essas experiências não devem 
ser desprezadas, pelo contrário, devem ser o elo de novos conhecimentos 
propostos pela escola, evitando, assim, o desinteresse, o fracasso e a 
evasão. Outrossim, devemos considerar que a EJA, na atualidade, deve 
assumir como princípio norteador o mundo do trabalho.
Nesse cenário, é imprescindível que os educadores da EJA 
estejam preparados para trabalhar com tantas variantes, respeitando as 
individualidades, mediando conflitos, agregando os diversos grupos, em 
prol de uma aprendizagem significativa e da inclusão social.
No entanto, sabemos que um número considerável de professores 
(iniciantes ou veteranos) que atuam na EJA não está preparado para tal 
função. Os novatos por não terem nos cursos de formação (graduação) 
disciplinas que os capacitem para assumir uma turma tão diversificada e 
os veteranos por estarem, em sua maioria, acostumados com as turmas 
regulares, sem tanta heterogeneidade (etária e social), acabam por replicar 
a mesma prática pedagógica, que, obviamente, não funciona.
Assim, temos um grande problema a ser resolvido: como assegurar 
a inclusão e o respeito às diferenças?
Primeiramente, é necessário que haja um projeto eficaz de formação 
continuada para os professores que irão trabalhar (e já trabalham) na EJA. 
É de fundamental importância a troca de experiências e dos saberes que 
são compartilhados, além de ficarem a par de novas metodologias e 
tecnologias educacionais. 
Educação de Jovens e Adultos
42
Figura – professor do EJA
Fonte: Freepik
Os professores da EJA precisam mudar seus paradigmas, rever 
sua prática pedagógica, não se contentando apenas em ensinar a ler, 
escrever e contar. Infelizmente, o que vemos na realidade das salas de 
EJA são professores que atuaram (ou atuam) no Ensino Fundamental ou 
Médio, sem preparo para lidar com a diversidade lá encontrada e pouco 
preocupados com a formação integral dos alunos, possibilitando que 
exerçam sua cidadania de forma plena
Podemos constatar nas Diretrizes Curriculares Estaduais de 
EJA (DCEs), a ênfase à função social dessa modalidade de ensino, 
delineando o perfil de seus alunos, as formas de avaliação, metodologia 
e especialmente, os três eixos articuladores do currículo de EJA, a saber: 
cultura, trabalho e tempo. 
A partir das reflexões durante o processo de elaboração das 
DCE para a Educação de Jovens e Adultos, identificaram-
se os eixos cultura, trabalho e tempo como os que deverão 
articular toda a ação pedagógico-curricular nas escolas. 
Tais eixos foram definidos tendo em vista a concepção de 
currículo como um processo de seleção de cultura, bem 
como pela necessidade de atender o perfil do educando 
da EJA. (DCE/EJA, 2005, p.37).
Educação de Jovens e Adultos
43
VOCÊ SABIA?
Há uma diferenciação entre Pedagogia e Andragogia. Para 
conhecer mais sobre o tema, acesse o link, clicando aqui.
Você se lembra que no começo da EJA eram utilizados materiais 
didáticos iguais ou adaptados daqueles que eram utilizados para a 
educação das crianças? Percebemos que havia, na verdade, uma ênfase 
no ensino infanto-juvenil do que para os jovens e adultos que por algum 
motivo não conseguiram cumprir o tempo normal na escola.
Pois bem, a partir de 1970, houve um olhar diferenciado para 
a educação de jovens e adultos, por meio da definição de Malcolm 
Knowles de andragogia, que definiu a educação voltada para o adulto, 
em contraposição à pedagogia, que se referia à educação de crianças (do 
grego paidós, criança).
Segundo Gadotti (2001), linhas de ação podem ser adotadas para 
que a EJA atenda às perspectivas de seu alunado:
 • Adotar modelos de atendimento em EJA, respeitando suas 
características de aluno- trabalhador. 
 • Considerar as características psicossociais próprias do jovem e do 
adulto que nunca foi à escola ou que volta aos bancos escolares.
 • Promover maior flexibilidade na metodologia, na organização 
curricular e na duração dos programas de atendimento 
educacional.
 • Avaliar contínua e sistematicamente a educação de jovens e 
adultos em virtude de sua flexibilidade e diversidade.
 • Apoiar propostas feitas pelos movimentos sociais com vistas a 
resolver problemas específicos (GADOTTI, 2001, p. 124)
Você percebe que o conceito da EJA, na perspectiva colocada, se 
expande? Isso acontece na medida que há a compreensão de que os 
processos educativos são desenvolvidos em várias dimensões: 
 • A do conhecimento.
 • Das práticas sociais.
Educação de Jovens e Adultos
https://andragogiabrasil.com.br/pedagogia-e-andragogia-sao-iguais/
44
 • Do trabalho.
 • Do confronto de problemas coletivos.
 • Da construção da cidadania.
Embora a perspectiva seja libertadora, precisa-se somar a 
outros esforços para apresentar alternativas emancipatórias, 
pois a escola sozinha não dá conta. Na EJA menos ainda, 
pois lá estão também os moradores de rua (andarilhos), 
adolescentes explorados no turismo sexual, mulheres que 
sofrem violência, jovens marginalizados, drogadito, negro, 
portadores de necessidades educacionais especiais e o 
sistema prisional. (LOPES, 2016, p.12)
Como educadores, não podemos esquecer que essas pessoas que 
chegam à EJA, vêm em busca, primeiramente, de acolhimento desejando 
(re)encontrar um (seu) caminho. Para tanto, precisam de profissionais que 
os conduza nessa trajetória. 
É imprescindível que não esqueçamos que o atendimento de 
alunos na EJA constitui-se no avanço efetivo da educação para todos, 
conforme está previsto na Constituição de 1988 e na LDB/96.
Nessa perspectiva, podemos considerar que todos devem ter 
oportunidade de participação, adquirindo autonomia por meio do 
conhecimento, do desenvolvimento de suas competências e habilidades 
e possam ser capazes de serem inseridos no mercado de trabalho. 
RESUMINDO:
Aprendeu tudo que estudamos até aqui? Esperamos que 
sim. A inclusão torna-se conteúdo essencial para o dia a 
dia das pessoas. Pensando na importância, vamos então 
revisar um pouco do que vimos? Este capítulo foi dedicado 
ao estudo da inclusão social e a diversidade cultural, 
vendo a escola como espaço de interações e relações no 
EJA. Iniciamos, como estudo do que vem a ser a inclusão, 
consistindo no ato da participação ampla das pessoas em 
um determinado local, assim no contexto da inclusão social. 
Educação de Jovens e Adultos
45
No contexto educacional, a inclusão diz que a escola deve ser 
um espaço heterogêneo e que todos devem ser acolhidos em igual 
condição. Vimos que a importância dessa inclusão aparece devido ao 
fato da escola ter uma função única para os alunos, pois ela é uma forma 
de proporcionar o desenvolvimentosocial, cultural, intelectual e físico de 
cada um, auxiliando no desenvolvimento das pessoas. Diante de todo esse 
contexto de inclusão e considerando a diversidade de pessoas que vão à 
escola, principalmente na modalidade EJA, estudamos a importância dos 
professores como pessoas que irão promover a inclusão e a aprendizagem 
desses alunos, delimitando as linhas de ação que podem ser adotadas 
para que a EJA atenda às perspectivas de seu alunado.
Educação de Jovens e Adultos
46
Orientações Curriculares para a EJA e 
para a Alfabetização
OBJETIVO:
A partir da importância do ensino para jovens e adultos e a 
compreensão de como ele atua na inclusão social, nesse 
capítulo estudaremos as orientações curriculares para a 
EJA. Vamos lá!.
O EJA
Caro estudante! Vimos em nossos estudos recentes que A EJA tem 
como finalidade incluir aqueles que por algum motivo não tiveram acesso 
à escola em sua infância ou adolescência, caracterizando-se em uma 
modalidade que busca atender às particularidades desses sujeitos que 
a integram.
Ao contrário das demais modalidades de ensino, os alunos 
matriculados na EJA são pessoas diversas, com seus traços de vida, 
origens, idades, vivências profissionais, históricos escolares, ritmos e 
estruturas de aprendizagem bastante diferenciados.
Figura – Alunos no EJA
Fonte: freepik
Educação de Jovens e Adultos
47
Na história da educação mais recente, percebemos um avanço 
nas discussões, propiciando maior relevância em relação às orientações 
curriculares específicas para EJA. A Conferência Nacional de Educação 
Básica de 2008 corrobora com a Constituição Federal de 1988, voltando à 
pauta a questão da isonomia e da acessibilidade à educação.
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), 
como mencionado, já havia estabelecido no capítulo II, seção, artigo 37, 
que a EJA se destina aos indivíduos que, por algum motivo, não tiveram 
acesso ou oportunidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na 
idade correta. Estabelece, também, que os sistemas de ensino devem 
assegurar gratuidade a estes jovens e adultos, considerando suas 
características e necessidades.
Ainda na referida Lei, no art.38, encontramos a proposição de 
que os sistemas de ensino mantenham “cursos e exames supletivos, 
que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando 
ao prosseguimento de estudos em caráter regular”. Quanto à avaliação, 
acontece por meio de provas que comprovam a fluência e a capacitação 
para a conclusão do Ensino Básico, realizadas em duas etapas: 
primeiramente o Ensino Fundamental (para maiores de 15 anos) e, em 
segunda etapa, para o Ensino Médio (para maiores de 18 anos).
Você percebeu que a Base Nacional Comum Curricular já havia 
sido mencionada na LDB? Pois bem, com as discussões advindas de 
sua criação, a EJA voltou a ser debatida. Portanto, podemos verificar, 
analisando os documentos, no primeiro momento, nas versões 1 (2015) 
e 2 (2016) surgidas do debate nacional, que houve algum foco específico 
em EJA.
Contudo, não verificamos nas versões finais, esta especificidade em 
relação à EJA. 
Isso ocorre, segundo Maria Helena Guimarães, do MEC, 
para que o segmento não seja “estigmatizado” e percebido 
como outsider (exterior) em relação ao ensino regular. 
Segundo a educadora Guiomar Namo de Mello, uma 
das profissionais responsáveis pela elaboração da 3ª 
versão da BNCC, a EJA está incluída na educação regular 
e, como tal, foi considerada no conjunto dos direitos de 
Educação de Jovens e Adultos
48
aprendizagem de todos, já que a base não é currículo e as 
especificidades de EJA devem ser discutidas relativamente 
aos pormenores de currículo. (MACHADO, 2018)
Entretanto, alguns estudiosos não concordam com o MEC, no 
que se refere à elaboração da 3ª versão da BNCC (2018), pois acreditam 
que as especificidades da EJA debatidas, conforme já foi dito, desde a 
Constituição de 1988, corroboradas pela LDB/96 e revistas em 2008 na 
Conferência Nacional da Educação Básica, devem ser consideradas pela 
BNCC.
ACESSE:
Veja como se deu o histórico da BNCC, acessando o link, 
clicando aqui.
O Processo de Alfabetização e Letramento: 
Ressignificando os Saberes Escolares
O homem é essencialmente um ser social, pois desde o seu 
nascimento interage com os outros (pais e familiares) e é inserido na 
sociedade e em sua cultura. Tal interação ocorre de forma contínua e é 
marcada por símbolos, que são internalizados por meio da leitura e da 
escrita.
Com o advento da globalização, da informação, da inovação da 
sociedade contemporânea, percebemos que nosso dia a dia se tornou 
cada vez mais letrado. Isto implica na necessidade de que todos sejam 
alfabetizados. Contudo, o Brasil está muito distante dessa meta. Em pleno 
século XXI, segundo estatísticas, 11% da população, acima de 25 anos, é 
analfabeta. 
Soares (2011) considera que a alfabetização é tornar o sujeito capaz 
de ler e de escrever. Nessa perspectiva, seu objeto é a aquisição da escrita 
por parte de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. 
Educação de Jovens e Adultos
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico
49
É um processo, segundo a autora, pelo qual adquire-se o domínio 
de códigos e habilidades necessárias para ler e escrever, adquirindo 
assim o domínio da técnica.
Contudo, sabemos que a alfabetização vai muito além do domínio 
da técnica (codificar e decodificar) e das habilidades de ler, na medida 
que envolve outros processos como a interpretação, a compreensão, a 
crítica e a produção de conhecimento. A alfabetização, envolve, ainda, o 
desenvolvimento de novas formas de compreensão e o uso da linguagem 
de uma maneira geral (SOARES, 2011).
Já o letramento, de acordo com a referida autora, ocorre quando o 
indivíduo ou grupo adquire um estado ou condição como consequência 
de ter-se apropriado da escrita, como usar a leitura e a escrita para seguir 
instruções (receitas, bula de remédio, manuais de jogo), apoiar a memória 
(lista), comunicar-se (recado, bilhete, mensagem), divertir e emocionar-se 
(conto, fábula, lenda), informar (notícia), orientar-se no mundo (o Atlas) e 
nas ruas (os sinais de trânsito) (SOARES, 2011).
Figura – letramento através dos recados
Fonte: freepik
Educação de Jovens e Adultos
50
O que diferencia a alfabetização de crianças e a alfabetização de 
jovens e adultos, além do público da aprendizagem, são os processos 
cognitivos que têm suas semelhanças, mas guardam diferenças bastante 
relevantes.
Nesse sentido, não cabe a utilização da mesma didática e 
metodologia para realidades distintas.
Veremos, a seguir, os processos de alfabetização e letramento e 
instrumentos de alfabetização para jovens e adultos.
Conceitos de Alfabetização e Letramento 
de Jovens e Adultos
Estudos indicam que o conceito de alfabetização, em seu primórdio, 
era identificado como apenas o ensino e a aprendizagem do sistema 
alfabético de escrita.
 Durante momentos distintos na sociedade, a alfabetização assumiu 
diversos conceitos. Podemos citar que no início do século XX, era 
considerada alfabetizada a pessoa que soubesse codificar e decodificar. 
Na década de 1950, esse conceito assumiu outro significado, 
estando relacionado à interpretação do que é escrito e lido. Atualmente, 
constata-se uma ampliação do significado da alfabetização que contempla 
a apropriação do sistema de escrita que tem dois aspectos indissociáveis: 
codificação e produção (escrita) e decodificação e compreensão (leitura) 
de gêneros textuais diversos (SOARES, 2003). 
Deste modo, para a autora, a alfabetização pode ser considerada 
como um processo complexo e multifacetado que envolve duas 
dimensões: uma individual – caracterizada pela capacidade do indivíduo 
ler e escrever – e outra social, que se refere à utilização social da leitura 
e da escrita. 
Assim a leitura se limitaria à capacidade de decodificar os sinais 
gráficos transformando-os em sons, e a escrita,a capacidade de codificar 
os sons da fala e transformá-los em sinais gráficos. 
Educação de Jovens e Adultos
51
Figura – A leitura
Fonte: freepik
Com os estudos realizados por Emília Ferreiro e Teberosky, 
observando 108 crianças e seu sistema de escrita, o conceito de 
alfabetização foi sendo ampliado. 
De acordo com as referidas autoras, a escrita não se reduz ao 
domínio e a correspondência entre grafemas (letras/decodificação) 
e fonemas (sons/codificação), mas se caracteriza como um processo 
ativo, por meio do qual a criança constrói e desconstrói suas hipóteses 
acerca do funcionamento da língua escrita para compreendê-la como um 
sistema de representação da fala.
Emília Ferreiro (2011) defendeu a importância da compreensão do 
mecanismo de interação da criança com a língua, deixando claro que esta 
aquisição não pode estar vinculada a uma simples reprodução do falado 
para o escrito, mas que é preciso um nível de significância para que a 
criança assimile o aprendizado. 
Educação de Jovens e Adultos
52
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto da teoria da 
Psicogênese da Escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, 
acesse o link, clicando aqui.
Não podemos deixar de mencionar as grandes contribuições à 
educação de jovens e adultos, sobretudo no que se refere à alfabetização, 
de Paulo Freire. O educador e estudioso realizou uma crítica à concepção 
mecanicista da alfabetização, na qual enfatiza um trabalho com os 
aspectos ligados à codificação e decodificação da língua, em detrimento 
dos processos de produção e compreensão. Para ele, a alfabetização 
deve ser um instrumento que faça com que os indivíduos analfabetos 
tenham consciência dos seus direitos políticos, sociais e econômicos 
(FREIRE apud CARVALHO, 2009). 
Emília Ferreiro (2011, p.56) corrobora com este pensamento 
quando afirma que “[...]analfabetismo e pobreza caminham juntos, não 
são fenômenos independentes; analfabetismo e marginalização social 
caminham juntos, não são fenômenos independentes,” esse um problema, 
sobretudo político. 
RESUMINDO:
Caro estudante, chegamos ao final da Unidade 1. Fizemos 
uma viagem no tempo como o objetivo de compreender a 
trajetória histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. 
Nesse sentido, verificamos a influência dos valores e cultura 
indígena em nossas vidas. Vimos que 49 anos depois da 
“descoberta” do Brasil, aportou em nossa terra a Companhia 
de Jesus, cujos padres eram denominados jesuítas. Esses 
tinham, como objetivo principal, catequizar os nativos, por 
meio da alfabetização em português e, concomitantemente, 
introduzir a cultura portuguesa na colônia. Os jesuítas abriram 
muitos colégios no Brasil, tendo como método o Ratio 
Studiorum. Duzentos e dez anos depois, os jesuítas foram 
expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, que fechou os 
colégios jesuítas e instaurou um novo método conhecido 
como Aulas Régias, que não obteve muito sucesso. 
Educação de Jovens e Adultos
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/15/11/emilia-ferreiro-ana-teberosky-e-a-gnese-da-lngua-escrita
53
Com a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, houve mais 
uma ruptura no sistema educacional. Contudo, foram criadas algumas 
instituições como: Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina e 
escolas noturnas, mas havia uma dificuldade de manter estas instituições 
em funcionamento. Foi criada, também, a imprensa Régia na colônia, que 
contribuiu para divulgação de fatos e pensamentos para a população 
letrada. Entretanto a educação, mais uma vez, era relegada a segundo 
plano. Por pressão dos portugueses, em 1821 D. João VI e sua comitiva 
voltam à Portugal, deixando seu filho D. Pedro I no Brasil. Em 7 de setembro 
de 1822, D. Pedro I proclama a Independência do Brasil de Portugal. 
Porém, este período não é muito profícuo para educação. Podemos 
destacar um marco na educação brasileira, que foi a Constituição de 1824, 
que determinou a obrigatoriedade do ensino público primário. Em 1831, D. 
Pedro I abdica do trono brasileiro, retorna a Portugal e deixa seu filho D. 
Pedro II, apenas uma criança à época. Embora tenha sido um entusiasta da 
ciência e da educação, o reinado de D. Pedro II pouco solidificou o sistema 
educacional. Em relação à educação para jovens e adultos, somente em 
1879, Carlos Leôncio de Carvalho, elaborou uma reforma educacional. 
Por meio do decreto 7.247, foram criados cursos noturnos para adultos, 
do sexo masculino, nas escolas públicas de instrução primária. Foi um 
período marcado por conflitos e guerras, o que culminou, em 1889, com a 
Proclamação da República e o exílio de D. Pedro II, retornando a Portugal. 
O primeiro período republicano foi marcado por grandes mudanças 
sociais, políticas, econômicas e, consequentemente, educacionais. Havia 
uma grande mobilização para erradicação do analfabetismo do país. Além 
disso, a Revolução Industrial, a partir de 1930, trouxe a necessidade de uma 
mão de obra qualificada. Passamos por momentos bastante conturbados 
econômica, política e socialmente, mas a partir de 1932, como o Manifesto 
dos Pioneiros, a educação brasileira vai solidificar seu sistema educacional 
e voltar seus olhos para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 
1947, o governo lança a Campanha de Educação de Adultos (CEA) ou 
Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA). Em 1950, em 
Pernambuco, o educador Paulo Freire e seus colaboradores insurgem à 
campanha e surge o Método Paulo Freire, que alfabetizou milhares de 
brasileiros. Com o Golpe Militar de 1964, os movimentos que seguiam 
Educação de Jovens e Adultos
54
as ideias de Paulo Freire foram extintos. Em 1967, é criado o MOBRAL 
- Movimento Brasileiro de Alfabetização. Após sua criação, vários outros 
programas governamentais irão se preocupar com a EJA, principalmente, 
no que se refere à inclusão social, o respeito à diversidade, a singularidade 
das pessoas que por algum motivo deixam seus estudos e os retoma fora 
do momento regular de educação. Destacamos, então, a Constituição de 
1988, a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, as Diretrizes Curriculares para 
Educação de Jovens e Adultos e, mais recentemente a Base Nacional 
Comum Curricular. Toda esta trajetória objetivou, ainda, a identificação da 
importância da EJA no processo de inclusão social. Finalmente, analisamos 
o processo de alfabetização e letramento, as opções metodológicas no 
trabalho docente.
Educação de Jovens e Adultos
55
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	Pensamento Político-Pedagógico ao Longo da História
	Dos Jesuítas à Revolução Industrial 
	Período Jesuítico (1549-1759)
	Período Pombalino (1760 - 1808) 
	Período Joanino (1808 – 1821) 
	Período Imperial
	Período Republicano: Redemocratização e os dias Atuais
	EJA como Modalidade da Educação Básica
	Contexto da Escola
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	Inclusão Social e Diversidade Cultural
	Inclusão Social e a Diversidade Cultural
	Orientações Curriculares para a EJA e para a Alfabetização
	O EJA
	O Processo de Alfabetização e Letramento: Ressignificando os Saberes Escolares
	Conceitos de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos

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