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Odo���l��i� Pre���t��a Determinantes sociais em saúde bucal – Condições de vida e de trabalho Tendências Socioeconômicas Brasileiras – Análise demográfica 1- queda da natalidade e fecundidade das mulheres 2- diminuição relativa da população jovem 3- aumento em idade potencialmente ativa (15-64 anos) 4- aumento do envelhecimento da população 5- redução do tamanho das famílias 6- redução dos níveis de mortalidade Dinâmica demográfica – fatores que influenciam nas condições de vida 1- evolução do nível de renda das famílias 2- acesso aos frutos do progresso tecnológico 3- qualidade e cobertura das políticas sociais 4- redução da mortalidade infantil 5- condições de saneamento básico e higiene 6- maior oferta de atendimento médico 7- programas de vacinação 8- melhoria do grau de instrução das mães Economia Entre 2003 e 2008, o PIB nacional cresceu, significando que também cresceu o PIB per capita. ● Aumento da demanda interna do país ● Expressivas taxas de crescimento na construção civil ● Indústria de bens de consumo duráveis (automóveis) ● Bens de consumo não duráveis (alimentos, bebidas, calçados, etc.) ● Expansão do agronegócio ● Incremento das exportações Após a crise internacional... ● Brasil constata uma forte desaceleração da atividade econômica ● Desemprego (em especial nos jovens) está sendo um problema ● prioritário da agenda governamental ● A informalidade e os baixos salários permanecem sendo traços ● Estruturais que prejudicam a distribuição de renda e a generalização da ● proteção social ● Transferências de renda (em especial, aposentadoria rural e Programa ● Bolsa Família), ajudaram a reduzir a proporção de pobreza absoluta Educação Bru�� Lar���� A baixa qualidade do ensino no Brasil é uma característica básica que merece ser destacada ● Estrutura física das escolas e sucateamento dos equipamentos ● Falta de recursos financeiros Estudo da Unesco 2003, indica que um em cada quatro brasileiros é analfabeto funcional. ● Péssima qualidade do ensino fundamental ● Ampliação da demanda por vagas no ensino médio e superior Saúde Os indicadores para o Brasil são os piores do que a maior parte dos países com renda per capita equivalente ● Taxa de mortalidade infantil duas vezes maior que a Argentina ● Crianças subalimentadas duas vezes maior que no México ● A criação do SUS no final dos anos 80 foi um grande avanço institucional Mas, o financiamento de uma política de saúde de caráter universalista encontrou muitas limitações. O país gasta 14 vezes menos em saúde do que a média dos países de alta renda. Menos de 1/5 dos que gastam os espanhóis. ● Social ● IDH (atrás da Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Cuba, México e Panamá). ● Contraste é gritante entre ricos e pobres (os 10% mais ricos se apropriam de ¾ da renda disponível). Habitação ● Déficit habitacional de 7,9 milhões de moradias ● Crescimento populacional ● Ocupação desordenada do território ● Proliferação de favelas ● Moradias em áreas de risco ● População sem teto ● Poder público deve garantir acesso aos serviços urbanos essenciais à integração da vida moderna. Principais políticas de governos estaduais e municipais ● Pavimentação ● Iluminação de vias públicas ● Serviços regulares e frequentes de transporte coletivo ● Modernização de terminal de ônibus e de rodoviária ● Oferta adequada de serviços de telecomunicações ● Construção de equipamentos culturais, esportivos e lazer Saneamento Básico 83% dos municípios brasileiros têm acesso à rede geral de abastecimento de água. 51% estão ligados à rede coletora de esgotamento, 87,5% são Bru�� Lar���� atendidos por serviço de coleta de lixo residencial. O crescimento desordenado das cidades como a destinação inadequada do esgoto e dos resíduos sólidos podem causar sérios problemas ao meio ambiente. Principais demandas ● Purificação e tratamento da água distribuída na rede pública ● Ampliação da cobertura da coleta de esgoto residencial ● Sistema eficiente de tratamento de esgoto ● Regularidade dos serviços de limpeza urbana ● Organização da coleta de lixo seletiva ● Fiscalização das atividades agropecuárias e extrativas ● Proteção das matas ciliares ● Combate à ocupação irregular de áreas ambientalmente frágeis Segurança Pública e desemprego São as áreas de maior preocupação Violência desde os anos 80 cresce o número de homicídios – 28 homicídios por 100 mil habitantes, uma das mais elevadas do planeta Elevado desemprego, baixo poder aquisitivo dos salários Não se pode negar que os elevados índices de criminalidade têm alguma relação com a enorme desigualdade social e o sentimento de insegurança e impotência. Alimentação e Nutrição Alteração no padrão de alimentação – grãos cereais para alimentos industrializados, gorduras saturadas, além da crescente ingestão de ingredientes químicos. Essa mudança nos padrões alimentares vem aumentando o risco de sobrepeso e obesidade. Condições de vida, ambiente e trabalho ● Acesso a Serviços de Saúde ● Acesso universal garantido pela Constituição (1988). PSF, Programa Nacional de Imunização. ● Menor grau de escolarização = menor acesso ● Maior renda = maior acesso Acesso à Informação O acesso a fontes e fluxos de informação em saúde aumenta o conhecimento e a capacidade de ação, permitindo a adoção de comportamentos saudáveis e a mobilização social para a melhoria das condições de vida. As iniquidades de informação são, portanto, especialmente graves, pois ao reforçar a exclusão, têm o poder de gerar e ampliar outras iniquidades. Redes sociais, comunitárias e saúde Inclui evidências sobre a organização comunitária e redes de solidariedade e apoio para a melhoria da situação de saúde, destacando particularmente o Bru�� Lar���� grau de desenvolvimento dessas redes nos grupos sociais mais desfavorecidos. Não são as sociedades mais ricas as que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e com alta coesão social. Comportamentos, estilos de vida e saúde Dieta alimentação inadequada, rica em gorduras, com alimentos altamente refinados e processados, e pobre em frutas, legumes e verduras está associada ao aparecimento de diversas doenças como: ● aterosclerose ● hipercolesterolemia ● hipertensão arterial ● doença isquêmica do coração ● infarto agudo do miocárdio ● diabetes mellitus ● câncer. Uma política de nutrição voltada para o incentivo de práticas alimentares saudáveis deve enfocar: ● o aumento do consumo de frutas, legumes e verduras, principalmente no Norte do país com especial atenção aos grupos de jovens, homens e adultos com menor escolaridade; ● o estímulo a estudos qualitativos e quantitativos sobre o consumo de legumes e verduras que permitam conhecer os fatores que interferem na seleção de alimentos; ● a redução do consumo de leite integral, de gordura visível da carne e de pele de frango; ● a conscientização e instrumentalização dos usuários quanto à leitura de rótulos nas embalagens. Atividade Física A prática de atividade física regular reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo II. O QUE TUDO ISSO TEM A VER COM A ODONTOLOGIA? ● Acesso aos serviços de saúde ● A atenção odontológica é medida pelas condições socioeconômicas ● Muitas ações de saúde que são mantidas pelo governo tem uma distribuição desigual ● Em 2003 uma pesquisa mostrou que 15,9% da população nunca teve uma consulta odontológica ● Princípios da universalidade, equidade e integralidade, para o aprimoramento e expansão da Política Nacional de Saúde Bucal, através do Brasil Sorridente, Programas Saúde da Família e criação de novos Centros de Especialidades Odontológicas Bru�� Lar���� IDH Municípios de baixo IDH revelam um baixo acesso aos serviços de saúde bucal. A proporção de dentes cariados e extraídos é muito maior quando comparado a um município com IDH alto. Quando possui acesso , na maioria dos casos o tratamento é extração, indicando a gravidade da cariogenicidade dos casos e a incompetênciados serviços em manter as estruturas dentárias. As futuras populações menos favorecidas terão um futuro de edentulismo. Política Nacional de Saúde Bucal A inserção da odontologia nas políticas públicas ao longo da história brasileira Indícios de CDs em escolas desde as primeiras décadas do século XX. 1942: Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) (EUA + Brasil + Fundação Rockefeller). 1952: Secção Odontológica- Sistema incremental ( inevitável o acúmulo de necessidades, baseava-se no atendimento odontológico individual e não coletivo). Lembrando um pouco do filme sobre políticas públicas: 1923: CPAs. Caixas de Aposentadorias e Pensões- organizado por empresas para seus trabalhadores e aposentados. 1930: Criação dos IAPs (Institutos de aposentadorias e pensões): setor de trabalho (marinheiros, ferroviários). 1967: União dos IAPs e criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). 1974: Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social 1977: Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) Até aqui as ações eram voltadas ao trabalhador formal, com caráter na assistência individual, excludente, médico centrada e pouco resolutiva. 1986: Redemocratização e fortalecimento do movimento sanitário. VIII Conferência Nacional de Saúde A saúde bucal e articulação com políticas públicas: ● Divisão Nacional de Saúde Bucal (DNSB) e Programa dePrevenção de cárie dentária (PRECAD), programa sem continuidade e sem capacidade de capilarização para Estados e Municípios. 1988: Constituição Brasileira acolhe deliberações da 8ª Conferência Nacional de Saúde- Criação do Sistema Único de Saúde. Lei 8080, 1990- regulamenta o SUS. 1996: Início do mandato de FHC Saúde Bucal como área técnica no Ministério da Saúde. A saúde bucal e articulação com políticas públicas: não havia nenhuma política de saúde Bru�� Lar���� bucal clara e definida e nenhuma capilarização para estados e municípios. 2003: Início do mandato de Lula Saúde Bucal priorizada. III Conferência Nacional de Saúde Bucal Criação da Coordenação Nacional de Saúde Bucal 2004: Elaboração da Política Nacional de Saúde Bucal. Responsabilidade federal Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica em saúde. São eles: ● ministério da saúde ● secretaria de atenção à saúde ● departamento de atenção básica ● coordenação nacional de saúde bucal Brasil Sorridente Política Nacional de Saúde Bucal - 2004 Mais de 150 milhões de atendimentos em 2011, sendo 27 milhões de atendimentos especializados De 2001 até 2003, de todos os tratamentos odontológicos, 11% eram extrações dentárias A partir de 2004, porcentagem veio diminuindo e atingiu 5,2% em 2009. Só os tratamentos endodônticos foram mais de 3 milhões. Áreas estratégicas de atuação da Atenção Básica ● Saúde da Criança ● Saúde da Mulher ● Saúde do Idoso ● Controle da HAS e DM ● Controle da TB e eliminação da Hanseníase ● Saúde Bucal ● Eliminação da desnutrição infantil Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal Cuidado como eixo de reorientação do modelo ● Humanização do processo de trabalho ● Responsabilização dos serviços Linhas do Cuidado Bru�� Lar���� ● da criança, do adolescente, do adulto, do idoso Condição de Vida: ● saúde da mulher, saúde do trabalhador, portadores de necessidades especiais, hipertensos, diabéticos, dentre outras Pressupostos ● Qualificação da Atenção Básica (qualidade e resolutividade) ● Integralidade das ações ● Utilização da epidemiologia e das informações sobre o território subsidiando o planejamento – NOVO LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO EM 2010. ● Acompanhar o impacto das ações de saúde bucal por meio de indicadores adequados ● Incorporar a Saúde da Família como uma importante estratégia na reorganização da atenção básica ● Propiciar uma política de educação permanente para os trabalhadores em saúde bucal ● Estabelecer política de financiamento Algumas ações de promoção à saúde bucal Bru�� Lar���� Lei 11889/2008 - ASB I- organizar e executar atividades de higiene bucal; II - processar filme radiográfico; III - preparar o paciente para o atendimento; IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, inclusive em ambientes hospitalares; V - manipular materiais de uso odontológico; VI - selecionar moldeiras; VII - preparar modelos em gesso; VIII - registrar dados e participar da análise das informações relacionadas ao controle administrativo em saúde bucal; IX - executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; XI- aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; XII - desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de riscos ambientais e sanitários; XIII - realizar em equipe levantamento de necessidades em saúde bucal; XIV - adotar medidas de biossegurança visando ao controle de infecção Lei 11889/2008 - TSB I - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar em Saúde Bucal e de agentes Bru�� Lar���� multiplicadores das ações de promoção à saúde; II - participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; III - participar na realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; IV - ensinar técnicas de higiene bucal e realizar a prevenção das doenças bucais por meio da aplicação tópica do flúor, conforme orientação do cirurgião-dentista; V - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista; VI - supervisionar, sob delegação do cirurgião-dentista, o trabalho dos auxiliares de saúde bucal; VII - realizar fotografias e tomadas de uso odontológicos exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; VIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, vedado o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista; IX - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em ambientes hospitalares; X - remover suturas; XI - aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; XII - realizar isolamento do campo operatório; XIII - exercer todas as competências no âmbito hospitalar, bem como instrumentar o cirurgião-dentista em ambientes clínicos e hospitalares. § 1o Dada a sua formação, o Técnico em Saúde Bucal é credenciado a compor a equipe de saúde, desenvolver atividades auxiliares em Odontologia e colaborar em pesquisas. Atenção secundária CEO = Centro de especialidades odontológicas CEO Tipo 1 = com três cadeiras CEO Tipo 2 = com quatro a seis cadeiras CEO Tipo 3 = com sete ou mais cadeiras ● Diagnóstico bucal com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca ● Periodontia especializada ● Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros Bru�� Lar���� ● Endodontia (dentes permanentes) passíveis de serem ● restaurados (restauração direta) ● Atendimento a portadores de necessidades especiais LRPD – Laboratório Regional de Prótese Dentária Atenção terciária Atendimento Hospitalar Alta Complexidade Atendimentos Odontológicos Hospitalares Bru�� Lar���� TRATAMENTO DE CÂNCER PELO SUS CACON: Unidades Hospitalares que possuem todo suporte necessário para diagnóstico e tratamento de todos os tipos de cânceres. Possuem necessariamente unidade de radioterapia UNACON: Unidades Hospitalares que possuem todo suporte necessário para diagnóstico e tratamento dos tipos de câncer mais prevalentes. Podendo ou não, ter unidade de radioterapia 322 Unidades habilitadas no país: 43 CACON’s 279 UNACON’s Dados: ago. 2012 Promoção e Prevenção Problemas Saúde Bucal As ações de saúde bucal, sejam de assistência odontológica às pessoas ou ações sobre o meio-ambiente que tenham repercussões sobre a saúde bucal, devem ser ações orientadas através de Programas de SaúdeBucal. O desenvolvimento de um Programa Integrado de Saúde, numa comunidade qualquer, exige que as condições de saúde e doença nessa comunidade sejam conhecidas. Esse conhecimento é necessário, entre outras coisas, para que se possa prever e planejar os recursos necessários ao atendimento da população. Diagnóstico Para realizar esse diagnóstico de saúde coletiva, os sanitaristas utilizam principalmente índices e Bru�� Lar���� coeficientes para medir as condições de saúde-doença da população. Falamos em condições de saúde, mas o que vem a ser saúde e como medi-la? É muito comum que as condições de saúde de uma população sejam conhecidas através da medida do seu contrário, ou seja, através da medida da doença, ou das doenças nela existentes em determinado momento. Isto é possível porque, objetivamente, saúde e doença constituem um processo, único, dinâmico, determinado pelas relações sociais de produção, em que o "máximo de saúde" seria o ideal do completo bem-estar, e o "máximo de doença" seria a morte. A saúde bucal deve ser pensada em sua forma total, e esquematicamente podemos descrevê-la em: ● identificação dos problemas (diagnóstico situacional), ● definição dos métodos ou propostas de intervenção ● organização da oferta de serviços, sendo que, em todas as fases, podem haver abordagens individuais e/ou coletivas, ou ainda, públicas e privadas. Um diagnóstico de saúde bucal deve estar sempre presente nos Diagnósticos de Saúde Coletiva bem realizados. Além dos aspectos relacionados aos serviços existentes e às condições de acesso a eles, às características demográficas e de saneamento etc., esse diagnóstico deve incluir a identificação dos principais problemas de saúde-doença bucal e os recursos necessários para resolvê-los ou diminuí-los até níveis suportáveis pela comunidade. SINAI, conforme CHAVES, considera que um problema de saúde é um problema de saúde pública quando: a) constitui causa comum de morbidade ou mortalidade; b) existem métodos eficazes de prevenção e controle; c) os métodos não estão sendo adequadamente utilizados. Prioridades em saúde pública O estabelecimento de prioridades em saúde pública é feito, ainda segundo CHAVES, levando-se em conta principalmente os seguintes critérios: 1) número de pessoas atingidas; 2) seriedade do dano causado; 3) possibilidade de atuação eficiente; 4) custo per capita; 5) grau de interesse da comunidade Os principais problemas As doenças de maior ocorrência na cavidade bucal, e portanto de maior interesse do ponto de vista da saúde coletiva são: ♦ CÁRIE DENTÁRIA; ♦ PERIODONTOPATIAS; ♦MÁS-OCLUSÕES; ♦ FISSURAS LÁBIO-PALATAIS; ♦ CÂNCER BUCAL. Bru�� Lar���� EPIDEMIOLOGIA Epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividade humanas. Levantamentos epidemiológicos A OMS recomenda a realização de levantamentos epidemiológicos em saúde bucal pelo menos a cada 5 anos. Produzem dados confiáveis para o planejamento das ações e dos recursos disponíveis. L. E. S. B. Etapas 1. Planejamento. 2. Calibração de examinadores. 3. Coleta de dados. 4. Processamento dos dados. 5. Análise dos dados. 6. Relatório. Método Conjunto de normas e regras sobre como proceder ao pesquisar. IDADES ÍNDICES ● 5 anos ● 12 anos ● 15 a 19 anos ● 35 a 44 anos ● 65 a 74 anos Calibração dos examinadores: assegurar a uniformidade de interpretação, compreensão e aplicação dos critérios. minimizar variações entre os diferentes examinadores e entre o próprio examinador. Índices ● cárie dentária e necessidade de ● tratamento (CPO-D; ceo-d) ● periodontopatia (CPI; PIP) ● fluorose dentária (Dean) ● uso e necessidade de prótese ● oclusopatia (DAI) 1986: ∙ 16 capitais idades: 6 a 12, 15-19, 35-44 e 50-59 cárie, dp, nec. prótese total 1996: ∙ 27 capitais idades: 6 a 12 anos cárie 2002/03: ∙ 249 municípios idades: 18-36 meses, 5, 12, 15-19, 35-44 e 65-74 cárie, dp, fluorose, má-oclusão, prótese Cárie Dentária OMS - 4ª ed Métodos Combinados Condição dental + Necessidade de Tratamento + Condição de Raiz CPOD O índice CPO (proposto por Klein & Palmer em 1937) é o mais difundido e utilizado em todo o mundo para conhecer a situação da cárie dental numa determinada comunidade, realizar avaliações com base epidemiológica das ações desenvolvidas, fazer Bru�� Lar���� comparações no tempo e no espaço. ÍNDICE CPO-S ÍNDICE ceo-s Unidade de Média - SUPERFÍCIE Estudos de incidência Variação CPO-S: 0 - 148 Variação ceo-s: 0 - 88 Dentes Incisivos e Caninos - 4 superfícies Dentes Molares e Pré-molares – 5 superfícies ÍNDICE CPO-D Klein & Palmer, 1937 Indicação ● Estudos de Prevalência ● Estudos de Severidade ● Estudos de Acesso a Serviços Variação: 0 – 32 Objetivo: Possibilitar que os alunos identifiquem o conceito de Epidemiologia em saúde bucal, os principais agravos e os métodos de investigação dos levantamentos epidemiológicos de base populacional em nível nacional e no Estado de São Paulo, o processo de transição epidemiológica da cárie dentária a utilização dos dados para planejamento das ações de Saúde Bucal ● Epidemiologia Geral, *Métodos e Estudos Epidemiológicos; ● Epidemiologia Saúde Bucal, ● Principais Agravos, ● Levantamentos Epidemiológicos base populacional, ● Levantamentos Nacionais, ● Levantamentos no Estado de São Paulo, ● Transição Epidemiológica: *Cárie Dentária, *Doença Periodontal. Quadro da saúde bucal brasileira em Bru�� Lar���� 2003 - 2010 Bru�� Lar���� Periodontopatias Fluorose Dentária Oclusopatias Câncer Bucal Representa 8% do total das ocorrências neoplásticas, registrando 3.450 novos casos por ano no Estado de São Paulo, Bru�� Lar���� um coeficiente que varia de 4 a 5 casos por 100.000 habitantes, no sexo masculino, enquanto lesão primária. Nosso coeficiente de prevalência nos situa em quinto lugar no mundo, antecedidos pela Índia, Nova Guiné, Tailândia e Polônia. Apesar de apresentar possibilidade de cura em praticamente 100% dos casos, quando diagnosticado precocemente, o câncer de boca leva à óbito, no ano do diagnóstico, cerca de 50% das vítimas. Outros 10 a 20% morrem antes de completar 5 anos de sobrevida. O câncer de boca predomina em pessoas com mais de 40 anos e, principalmente, com mais de 65 anos. No sexo masculino, é o sexto tipo de neoplasia mais frequente e o oitavo no sexo feminino. Fissuras Labiopalatinas A fissura labiopalatal pode ser considerada como um distúrbio do desenvolvimento orofacial, podendo produzir graves problemas anatomo-funcionais e, em alguns casos, risco para a sobrevivência do indivíduo. A proporção de fissurados labiopalatais registrada para o Brasil como um todo é de 1 fissurado para cada 650 nascimentos, segundo o principal centro de pesquisa e tratamento de fissurados do país, o Hospital de Pesquisas e Reabilitação de Lesões Labiopalatais da USP/Bauru. Projetada essa proporção para o conjunto da população, observa-se que é de 0,15 o percentual de fissurados. Aplicando esse percentual à população do Município de São Paulo obteríamos, para 2018, um total de 15.148 fissurados labiopalatais. Prótese Dentária Bru�� Lar���� Apesar dos avanços ocorridos nas duas últimas décadas, as doenças bucais mais prevalentes são a cárie dentária e doença periodontal, que combinadas levam à perda dos dentes, principalmente entre adolescentes, adultos e idosos. Perda dos dentes A perda dentária precoce é grave. A necessidade de prótese total é identificada já entre os adolescentes. Mais de 28% dos adultos não possuem nenhum dente funcional em pelo menos uma arcada (inferior ou superior). Dessas pessoas, 15% ainda não têm prótese total. Três a cada quatro idosos (75%) não possuem nenhum dente funcional. Desses, mais de 36% não têm prótese total Dor de dente Acesso Serviços Bru�� Lar���� Ampliar o acesso da população às ações básicas em saúde bucal e às especialidades significa o Atendimento Integral que é direito constitucional. Epidemiologia das Periodontopatias, das má-oclusões e Câncer Bucal Principais fatores de risco ● Higiene oral (desde adécada de 1960) ● Idade (depende da estratégia instituída na região: exodontias x tratamentos conservadores) ● Sexo: homens (maior prevalência) x mulheres (menor prevalência) ● Condições sistêmicas: diabetes ● Fumo (fumantes têm 3x mais chance de desenvolver a doença que não fumantes; ex-fumantes 50% mais chance, devido a alterações fisiológicas dos tecidos) ● Situação socioeconômica Condição Periodontal Índice Periodontal Comunitário (CPI) Índice Periodontal Comunitário com necessidade de Tratamento (CPITN) Idealizado em 1977 pela OMS para avaliar a severidade e prevalência e fornecer as necessidades de tratamento das populações. O Índice Periodontal Comunitário (emprega-se a sigla CPI, das iniciais do índice em inglês, pela facilidade fonética e pela sonoridade próxima ao consagrado CPO) permite: avaliar a condição periodontal quanto: ● à higidez, ● ao sangramento, ● à presença de cálculo, ● à presença bolsa. Exame Pelo menos 6 pontos são examinados em cada um dos 10 dentes-índices, nas superfícies vestibular e lingual, abrangendo as regiões mesial, média e distal. Bru�� Lar���� Os procedimentos de exame devem ser iniciados pela área disto-vestibular, passando-se para a área média e daí para a área mésio-vestibular. Após, inspecionam-se as áreas linguais, indo de distal para mesial. A sonda deve ser introduzida levemente no sulco gengival ou na bolsa periodontal, ligeiramente inclinada em relação ao longo eixo do dente, seguindo a configuração anatômica da superfície radicular. Movimentos de vai-e-vem vertical, de pequena amplitude, devem ser realizados. A força na sondagem deve ser inferior a 20 gramas (recomenda-se o seguinte teste prático: colocar a ponta da sonda sob a unha do polegar e pressionar até obter ligeira isquemia). Registros Considerar que: em crianças com menos de 15 anos (portanto, na idade de 12 anos) não são feitos registros de bolsas, uma vez que as alterações de tecidos moles podem estar associadas à erupção e não à presença de alteração periodontal patológica; embora 10 dentes sejam examinados, apenas 6 anotações são feitas: uma por sextante, relativa à pior situação encontrada; quando não há no sextante pelo menos dois dentes remanescentes e não indicados para extração, cancelar o sextante registrando um "X". Bru�� Lar���� CÂNCER BUCAL Por sua elevada letalidade e pelas possibilidades de identificação precoce por parte da rede básica de atendimento odontológico, o CB constitui um problema de saúde pública. Tem sido crescente o número de pacientes que chegam aos serviços de saúde com a doença em estágio avançado, 60% dos pacientes chegam sem chances de um tratamento curativo eficaz. A falta de acesso aos serviços de saúde por parte das pessoas; Despreparo dos profissionais em detectar o CB em seus estágios iniciais. Prevalência Mundo: 6% CA ocorrem na boca; Índia e Paquistão: CB = 40%; Brasil: CB está entre os 10 tumores mais frequentes Localização: ● Lábio; ● Língua (40%); Bru�� Lar���� ● Glândulas salivares; ● Gengiva; ● Assoalho de boca; ● Mucosa jugal; ● Vestíbulo da boca; ● Palato e úvula. Grupo de risco Pessoas que têm em comum certas características denominadas fatores de risco, apresentam condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, mas não obrigatoriamente a desenvolverão. Fatores externos Os fatores externos mais associados à gênese do CB são: ● Tabagismo; ● Etilismo; ● Exposição à radiação solar; ● HPV; ● Fatores ocupacionais; OCLUSOPATIAS Fatores de risco ● Fatores hereditários ● Fatores comportamentais ● Hábitos de sucção não-nutritivos (tempo de uso da chupeta) ● Aleitamento materno (fator de proteção) ● Doenças e problemas na infância ● Cárie na dentição decídua (diminuição de espaço) ● Perda precoce de dentes ● Respiração bucal (doenças respiratórias) DENTIÇÃO DECÍDUA SOBRESSALIÊNCIA SOBREMORDIDA MORDIDA CRUZADA POSTERIOR Bru�� Lar���� Bru�� Lar���� FLÚOR Uso do flúor como medida de proteção da doença cárie é uma das marcas da saúde pública das últimas décadas SISTÊMICO ou TÓPICO Bru�� Lar���� Sistêmico Umas das 10 mais importantes medidas de saúde pública (CDC, 2001). Início: 1930 Água de abastecimento público ● eficaz, segura, baixo custo, fácil aplicação ● redução 60% da cárie dentária (em média) ● OMS - MS - Lei Federal 6.050 (24/05/74) ● vigilância sanitária: heterocontrole Distribuição espacial dos municípios com fluoretação iniciada por decênio, no Estado de São Paulo, Brasil, no período de 1950 a 2000. Municípios do Estado de São Paulo, Brasil, com fluoretação iniciada e cobertura nos anos 1980, 1990 e 2000. Fluoretação das águas Concentração: depende da temperatura ambiente Flúor – meios coletivos de aplicação ● Água de abastecimento ● Dentifrícios ● Bochechos Tópico Déc. 1950: início da “era do dentifrício fluoretado” nos EUA “Tem sido atribuído ao dentifrício a razão principal do declínio da cárie dentária nos últimos 20 anos. Quando a população tem o hábito de escovar os dentes, o flúor dos dentifrícios é tão abrangente em Bru�� Lar���� relação ao efeito cariostático, em termos de saúde pública, quanto à água fluoretada” (Cury, 1992). REDUÇÃO: 20 a 30% Meios coletivos de uso de flúor ● Água de abastecimento público (média nacional 0,7 ppm = 0,7 mg de flúor por litro de água) ● Dentifrícios (1100 a 1500 ppm) ● Escovação dental supervisionada ● Enxaguatórios bucais ● Géis (gel de flúor-fosfato acidulado 12300ppm) ● Bochechos de NaF (0,2% semanal ou quinzenal = 900 ppm) Ação do flúor Ação tópica: mesmo o flúor ingerido tem ação tópica quando retorna para a cavidade oral pela secreção salivar. Fluoreto é capaz de ativar a precipitação dos minerais que são perdidos pelo dente. Possui alta afinidade pelos íons cálcio e fosfato (presentes naturalmente na saliva e fluido do biofilme) que se precipitam nos dentes na forma de fluorapatita. Repõe parte dos minerais perdidos durante a produção de ácidos no biofilme, reduzindo a desmineralização. Após a escovação com dentifrícios fluoretados há altas concentrações de fluoretos na saliva e no biofilme por 1 a 2 horas. Soluções para bochechos Recomendadas para pacientes com alto risco de cárie. Efetividade: 0,05% de NaF para uso diário ou 0,2% de NaF para uso semanal ou quinzenal. Sua utilização é importante para a manutenção de fluoreto na cavidade oral (como os dentifrícios). Utilização de bochechos semanais (NaF a 0,2%) é recomendada para populações: ● que não têm acesso à água de abastecimento fluoretada ou em que os teores de fluoretos estão abaixo da concentração indicada (o teor ideal de flúor na água é 0,7 ppm na maior parte do Brasil). ● que apresentam CPOD médio maior que 3 aos 12 anos de idade. ● em que menos de 30% dos indivíduos de 12 anos são livres de cárie e cujas Bru�� Lar���� condições sociais e econômicas indiquem baixa exposição a dentifrícios fluoretados. Aspectos clínicos - fluorose Ingestão de fluoretos durante o desenvolvimento dental pode resultar em alterações visíveis de opacidade do esmalte dental devido a alterações no processo de mineralização. Mecanismo de desenvolvimento da fluorose – período de formação dos dentes Aspectos clínicos Gravidade: ● Dose ● Duração ● Período de ingestão ● Aspectos biológicos: baixo peso corporal, taxa de crescimento esquelético, período de remodelamento ósseo, estado nutricional, alteração na atividade renal, homeostasia do ● cálcio (Cangussu et al. 2002). ● Dentes mais afetados: pré-molares, segundos molares e incisivos superiores. ● Linhas opacas brancas finas transversais ao longo eixo do dente até o rompimento do esmalte com repercussões estéticas, morfológicas e funcionais. Estratégias Ponderar decisão sobre o uso de múltiplas fontes (alto risco à cárie ou atividade da doença). Limitar escovação a 2x/dia, grão de ervilha ou técnica transversal, cuspir o excesso, supervisionar a escovação (para menores de 6 anos, especialmente menores de 2 anos). Não recomendar bochechos abaixo de 6 anos. Evitar o uso de fórmula infantil. Indicação da dosagem de fluoretos norótulo das águas minerais. Orientação para profissionais e população sobre o uso correto de produtos com flúor. Heterocontrole da dosagem de flúor. Índices Surgem da necessidade de investigar os efeitos tóxicos (Dean, 1934). Recomendado pela OMS = Dean (até hoje!). Registro é baseado na lesão fluorótica mais grave apresentada em dois ou mais dentes. Bru�� Lar���� Aspectos epidemiológicos Variações de 5% a 70%. Altas prevalências se relacionam onde a fluorose é endêmica devido à alta concentração de flúor nas fontes naturais de água ou múltiplas fontes de ingestão (Indonésia, Índia, Turquia, China, Sri Lanka, México). AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PROFISSIONAL Bru�� Lar���� impacto da fluorose X PERCEPÇÃO DOS CIDADÃOS satisfação com a aparência e mastigação SB Brasil 2003: 12 anos: 8,5% (0,7% moderada ou severa) 15-19 anos: 5,1% (0,3% moderada ou severa) Diferenças regionais (12 anos): NE: 3,0% SE: 13,4% Fatores de risco: Aumento da ingestão média de fluoretos: ● água, dentifrício, suplementos com flúor, fórmula infantil, múltiplas fontes Aumento da severidade: ● variação na dosagem da água de abastecimento Dentifrícios: ● quantidade, frequência, início da escovação Fatores de proteção: Amamentação: ● mais de 1 ano: 13,8% ● de 6 a 12 meses: 19,6% ● menos de 6 meses: 27,2% Toxicidade do Flúor Toxicidade aguda: ingestão de grande quantidade de flúor de uma única vez. Dose Certamente Letal (DCL) ● 32 – 64 mgF / Kg. Dose Provavelmente Tóxica (DPT) ● 5 mgF / Kg. Sintomas: ● Gastrointestinais (náusea, vômito, diarréia, dor abdominal, cólica); ● Neurológicos (parestesia, tetania, depressão do SNC, coma); ● Cardiovasculares (hipotensão, palidez, choque, pulso fraco, irregularidade ou até falha dos batimentos cardíacos); ● Bioquímica Sanguínea (acidose, hipocalcemia, hipomagnesemia). Toxicidade crônica: ingestão de pequena quantidade de flúor durante um período prolongado. Dose Provavelmente Tóxica (DPT) 0,05 – 0,07 mgF / Kg / dia. Manifestações: Fluorose esquelética. Fluorose dentária. Bru�� Lar����
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