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DESENVOLVIMENTO-E-APRENDIZAGEM-MOTORA

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 4 
2 DESENVOLVIMENTO MOTOR .......................................................... 5 
3 DESENVOLVIMENTO MOTOR E SUAS FASES ............................... 8 
3.1 Fase do movimento reflexo .............................................................. 8 
3.2 Fase do movimento rudimentar ........................................................ 9 
3.3 Fase do movimento fundamental ................................................... 10 
3.4 Fase do movimento especializado ................................................. 11 
4 AMPULHETA DE GALLAHUE ......................................................... 12 
5 DESENVOLVIMENTO MOTOR E SEUS ESTÁGIOS ....................... 13 
5.1 Fase motora reflexa ........................................................................ 14 
5.2 Fase motora rudimentar ................................................................. 15 
5.3 Fase motora fundamental ............................................................... 15 
5.4 Fase motora especializada ............................................................. 17 
6 INFLUÊNCIA DE FATORES INDIVIDUAIS E AMBIENTAIS NO 
DESENVOLVIMENTO MOTOR ............................................................................ 18 
6.1 Fatores individuais.......................................................................... 18 
6.2 Fatores ambientais ......................................................................... 19 
7 HABILIDADES MOTORAS, FASES DE APRENDIZAGEM E 
ANÁLISE DE TAREFAS ....................................................................................... 21 
7.1 Definições teóricas ......................................................................... 21 
7.2 Esquemas unidimensionais de classificação das habilidades motoras
 .........................................................................................................23 
7.2.1 Aspectos musculares das habilidades...................................... 23 
 
 
7.2.2 Aspectos temporais das habilidades ........................................ 23 
7.2.3 Aspectos ambientais das habilidades ....................................... 24 
7.2.4 Aspectos funcionais das habilidades ........................................ 25 
7.3 Esquemas bidimensionais utilizados para classificação das 
habilidades motoras ........................................................................................... 26 
7.4 Esquema bidimensional de Gentile ................................................ 26 
7.5 Esquema bidimensional de Gallahue ............................................. 28 
8 APRENDIZAGEM MOTORA ............................................................. 29 
8.1 Relação entre indivíduo, ambiente e tarefa .................................... 32 
8.1.1 Indivíduo ................................................................................... 32 
8.1.2 Ambiente .................................................................................. 34 
8.1.3 Tarefa ....................................................................................... 35 
9 TEORIAS DA APRENDIZAGEM MOTORA ...................................... 36 
9.1 Teoria de Fitts e Posner ................................................................. 36 
9.2 Teoria de Adams ............................................................................ 37 
9.3 Teoria de Bernstein ........................................................................ 38 
9.4 Teoria de Gentile ............................................................................ 39 
10 BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
5 
 
2 DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Tal como acontece com o desenvolvimento cognitivo e social, o 
desenvolvimento motor é um aspecto importante do estudo do comportamento 
humano. Esse campo de desenvolvimento só recentemente apresentou extensos 
estudos, pois somente a partir da década de 1980 houve uma busca por modelos 
teóricos e abrangentes do comportamento humano ao longo da vida (GALLAHUE; 
OZMUN, 2005). 
O desenvolvimento motor é definido como a mudança progressiva na 
capacidade motora de uma pessoa ao longo do tempo, principalmente durante os 
primeiros anos de vida. São mudanças no comportamento motor desde a infância 
até a idade adulta, bem como um envolvimento no processo contínuo de aprender 
a se mover com eficiência (GALLAHUE; OZMUN, 2005). 
As mudanças que ocorrem em um indivíduo desde a concepção até a morte 
são chamadas de desenvolvimento humano. O termo "desenvolvimento" refere-se 
as mudanças no comportamento e/ou estrutura dos seres vivos ao longo do tempo. 
O processo de desenvolvimento motor se revela por meio de mudanças no 
comportamento motor (GALLAHUE; OZMUN, 2005). 
Clark e Whitall (1989 apud CORRA; PEROTTI JUNIOR; PELLEGRINI, 1995, 
p. 94) conceituam sobre as mudanças no comportamento motor que ocorrem 
durante o ciclo vital, bem como o processo ou processos que provocam essas 
mudanças. 
Segundo Caetano, Silveira e Gobbi (2005), o desenvolvimento motor é um 
processo de mudanças no nível de funcionamento de um indivíduo em que uma 
maior capacidade de controlar o movimento é adquirida ao longo do tempo, por 
meio da interação entre as exigências da tarefa, da biologia do indivíduo e do 
ambiente. 
De acordo com Haywood e Getchel (2004), o desenvolvimento motor é um 
dos pressupostos fundamentais para a integração corporal das pessoas ao 
 
6 
 
ambiente em que atuam. Ambos os autores definem o desenvolvimento motor como 
um processo contínuo e sequencial, vinculado à idade cronológica. Nele, o indivíduo 
progride de um movimento simples, sem habilidade, até alcançar o ponto das 
habilidades motoras mais complexas e organizadas, e assim chegar ao ajuste 
dessas habilidades que o acompanharão até o envelhecimento. 
Para Ferreira et al. (2006) apesar desse processo ser organizado e seguir 
um padrão definido, pode haver variações no ritmo de desenvolvimento de um 
indivíduo para outro. 
Segundo Gallahue e Ozmun (2005), essas variações ocorrem como 
resultado de três fatores interligados: a biologia do indivíduo, o ambiente e as 
exigências da tarefa. 
Pellegrini e Barela (1998) enfatizam a importância do movimento no 
desenvolvimento; afinal, o deslocamento de uma parte do corpo ou do corpo como 
um todo está presente em todas as nossas ações, inclusive as mais básicas, como 
alimentação e comunicação. 
O movimento passa a existir da influência entre a conexão do indivíduo, do 
ambiente e da tarefa, mas o sistema corporal não se desenvolve na mesma 
proporção, amadurecendo em alguns casos mais lento e rapidamente em outros. 
Como exemplo de desenvolvimento corporal mais lento, pode-se citar o 
desenvolvimento na forma de deslocamento,em que a força muscular serve como 
limitador de taxa ou um controlador para o caminhar, até que a criança atinja um 
nível de força suficiente para suportar seu corpo no rastejar, engatinhar, rolar e 
caminhar, permitindo então o estudo do desenvolvimento ao longo do ciclo da vida 
(HAYWOOD; GETCHELL, 2004). 
Em contraste, o desenvolvimento corporal de forma mais rápida ocorre por 
meio dos estímulos apresentados desde a primeira infância, como exercícios 
envolvendo equilíbrio, coordenação motora, esquema corporal, lateralidade. 
Como resultado, Gallahue e Ozmun (2005) afirmam que o período da infância 
é ideal para a criança adquirir e refinar seu repertório motor por meio de 
experiências vividas. Começando com movimentos simples e progredindo para os 
 
7 
 
mais complexos. Os autores dividem os movimentos em três categorias, conforme 
apresentado a seguir: 
 
Movimentos manipulativos: referem-se à manipulação motora rudimentar ou 
refinada. 
Movimentos estabilizadores: são qualquer movimento que requeira algum grau 
de equilíbrio. 
Movimentos locomotores: envolvem mudança na localização do corpo 
relativamente a um ponto fixo na superfície. 
 
Gallahue e Ozmun (2005) dividem o desenvolvimento motor em quatro fases, 
como mostra a imagem abaixo. 
 
 
Fonte: Adaptada de Gallahue e Ozmun (2005, p.69). 
 
 
8 
 
3 DESENVOLVIMENTO MOTOR E SUAS FASES 
 
Gallahue e Ozmun (2005) dividem o desenvolvimento motor em quatro fases: 
fase do movimento reflexo, fase de movimentos rudimentares, fase de movimentos 
fundamentais e fase de movimentos especializados. Cada fase possui 
características e idades específicas. 
3.1 Fase do movimento reflexo 
 
Essa fase se distingue por movimentos involuntários que são controlados 
subcorticalmente e servirão de base para fases posteriores do desenvolvimento 
motor ( GALLAHUE; OZMUN, 2005). Esses movimentos começam durante a vida 
intrauterina e duram aproximadamente até o primeiro ano. Segundo os autores: 
Por meio da atividade reflexa, o bebê consegue informações sobre o 
ambiente imediato. As reações do bebê à luz, ao toque, a sons e mudanças 
de pressão disparam a atividade do movimento involuntário. Esses 
movimentos involuntários, combinados com a crescente sofisticação 
cortical nos primeiros meses da vida pós-natal, desempenham papel 
importante na tarefa da criança de aprender mais sobre o próprio corpo e 
o mundo externo (GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 68). 
Esta fase é subdividida em duas partes: movimentos primitivos e posturais. 
Os reflexos primitivos são aqueles que visam à proteção e à nutrição, como a 
fixação que está ligada à tentativa de proteger e a sucção que está ligada à 
estimulação dos lábios ou da gengiva na tentativa de gerir o alimento, que são 
considerados mecanismos primitivos de sobrevivência. 
Os reflexos posturais são movimentos involuntários que compartilham muitas 
semelhanças com os movimentos voluntários. São movimentos relacionados à 
estabilidade, locomoção e manipulação. Por exemplo, o reflexo da marcha, que 
lembrará a caminhada quando o bebê for colocado na posição ereta, com o peso 
do corpo depositado para frente sobre uma superfície plana. Em resposta, o bebê 
"caminha" para frente (usando os membros inferiores) e se arrata pelo chão (o que 
parece ser engatinhar, quando o bebê é colocado em posição inclinada e aplica 
 
9 
 
pressão na sola de um de seus pés, expressando o reflexo de engatinhar, usando 
os membros superiores e inferiores). 
Conforme Gallahue e Ozmun (2005) está fase possuem dois estágios. 
 
Estágio de codificação de informações: ocorre do período fetal até o quarto 
mês de vida. Fase em que os bebês coletam e agrupam informações. 
Estágio de decodificação de informações: a partir do quarto mês, em que o 
bebê passa a processar as informações coletadas e há a inibição de alguns 
reflexos, devido ao desenvolvimento dos centros cerebrais. 
3.2 Fase do movimento rudimentar 
 
Esta fase distingue-se pelo aparecimento de movimentos voluntários desde 
o nascimento até aos dois anos de idade. Segundo Gallahue e Ozmun (2005, p. 
70), esses “movimentos são determinados pela maturação e são caracterizados por 
uma sequência de surgimento bastante previsível”. Gallahue e Ozmun (2005) 
dividem esta fase em dois estágios. 
 
Estágio de inibição do reflexo: começa no nascimento e, com o 
desenvolvimento do córtex, os movimentos reflexos (involuntários) são 
substituídos pelos rudimentares (voluntários). No entanto, os movimentos ainda 
são descontrolados e sem refinamento. 
Estágio de pré-controle: inicia-se por volta do primeiro ano, quando começa a 
haver maior controle e precisão dos movimentos, devido ao rápido 
desenvolvimento cognitivo e motor. Neste estágio, surge a manutenção e a 
aquisição do equilíbrio, a locomoção e a manipulação dos objetos. 
 
Entre os movimentos surgidos na fase rudimentar estão: estabilizadores 
(controle da cabeça, do pescoço, do tronco, sentar e ficar em pé), locomotores 
(arrastar-se, engatinhar e ficar em pé) e manipuladores (alcançar, segurar e soltar). 
 
10 
 
3.3 Fase do movimento fundamental 
 
Esta fase é caracterizada pelo aumento da exploração da capacidade motora 
do corpo pela criança. De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), a fase 
fundamental do movimento contribui com padrões fundamentais de comportamento 
observável. No entanto, não é apenas o amadurecimento que é necessário para 
atingir esse nível, mas também o estímulo e o ambiente. 
 Este período começa aos dois anos de idade e dura até os sete. Os 
movimentos fundamentais, embora aprendidos na infância, são importantes e tem 
utilidade durante toda a vida no cotidiano e nos movimentos fundamentais. Gallahue 
e Ozmun (2005) classificam esta fase em três estágios, conforme descrito a seguir. 
 
Estágio inicial: representa as primeiras tentativas da criança para realizar a 
habilidade fundamental. O movimento é caracterizado pela ausência de algumas 
partes ou por uma sequência inapropriada, sendo o uso do corpo limitado ou 
exagerado. A integração espaço-tempo é insatisfatória. Esse estágio ocorre, 
geralmente, dos 2 aos 3 anos e, como exemplo, temos a corrida. Nesse estágio, 
a criança apresenta passos largos e irregulares com extensão incompleta da 
perna de apoio, o balanço da perna tende a ser para fora do quadril e a fase de 
voo não é observada. 
Estágio elementar: há maior controle motor e coordenação rítmica do movimento 
fundamental. Com isso, a sincronização e a coordenação geral aumentam, 
embora ainda ocorra alguma limitação ou exagero. Esse estágio dura, 
geralmente, até os 5 anos. Usando o mesmo exemplo da corrida, a criança já 
apresenta uma fase de voo observável, embora limitada. A perna de apoio, no 
impulso, apresenta uma extensão mais completa. Há também um aumento na 
oscilação de braço e pé de trás, cruzando a linha mediana da altura. 
Estágio de proficiência: caracteriza-se por um movimento mecanicamente 
eficiente, coordenado e controlado. Geralmente, alcança-se esse estágio entre 5 
e 6 anos. Gallahue e Ozmun (2005) destacam, mais uma vez, a importância da 
prática e do ambiente. Sem atingir esse estágio, é muito difícil atingir a fase do 
 
11 
 
movimento especializado. Nesse estágio, a criança tem a fase de voo bem 
definida, apresenta a máxima extensão da passada, a extensão completa da 
perna de apoio e a oscilação vertical do braço em oposição às pernas. 
 
Entre os movimentos desta fase estão: estabilizadores (equilíbrio dinâmico e 
estático), manipulativos (chutar, lançar e pegar) e locomotores (andar, correr e 
saltar). 
 
3.4 Fase do movimento especializado 
 
Este é o estágio em que as habilidades fundamentais são refinadas e 
aprimoradas para que possam ser aplicadas em situações mais difíceis, na vida 
diária, de forma recreativa ou prática esportiva. Geralmente, a dominância começa 
a partir de sete anos e dura até os quatorze anos ou mais.Gallahue e Ozmun (2005) dividem esta fase em três estágios. 
 
Estágio de transição: ocorre entre os sete e os 10 anos. É a fase em que a 
criança começa a combinar as habilidades fundamentais para executar em 
ambientes esportivos, e os movimentos apresentam maior controle e precisão. 
São exemplos dessa fase andar em pontes de corda, pular corda, em que são 
necessários usar uma combinação de movimentos fundamentais como o 
equilíbrio (estabilizador), o salto e a caminhada (locomotores). 
Estágio de aplicação: geralmente ocorre entre 11 e 13 anos. É a fase de 
sofisticação do movimento e da tomada de decisões, ou seja, o indivíduo decide 
de qual modalidade quer participar, sendo que sua escolha se dará a partir de 
suas facilidades e dificuldades em realizar determinada tarefa. 
Estágio de utilização ao longo da vida: começa em torno dos 14 anos e segue 
por toda a vida adulta. É o ápice do desenvolvimento motor e se caracteriza pelo 
uso do movimento ao longo da vida. O nível de participação do indivíduo depende 
do talento, da oportunidade, da questão física e de sua motivação. 
 
 
12 
 
Pode-se analisar as fases do desenvolvimento motor divididas em fase do 
movimento reflexo, fase do movimento rudimentar, fase do movimento fundamental 
e fase do movimento especializado. 
 
4 AMPULHETA DE GALLAHUE 
 
A ampulheta de Gallahue é um modelo teórico de desenvolvimento motor 
que fornece orientações para a descrição e explicação do comportamento motor. 
 A própria ampulheta representa uma visão descritiva do desenvolvimento, 
enquanto o triângulo invertido que a cerca representa uma visão explicativa, em 
outras palavras, a ampulheta representa como o motor se desenvolve em 
determinada faixa etária e o triângulo corresponde à razão dessas características 
motoras ocorrerem. 
 
Fonte: Adaptada de Gallahue e Ozmun (2005, p.65). 
 
13 
 
Neste modelo, a ampulheta representa o indivíduo e ela é preenchida pela 
areia, que representa o recheio da vida. Observa-se que a areia vem de duas fontes 
diferentes: um recipiente hereditário e outro, ambiental. A presença desses dois 
vasilhames demonstra que o processo de desenvolvimento é influenciado tanto pela 
hereditariedade quanto pelo ambiente. 
O recepiente hereditário tem uma tampa, porque a quantidade de areia é fixa, 
uma vez que a estrutura genética é determinada na concepção. Por outro lado, o 
recipiente ambiental é aberto, o que significa que a areia pode ser adicionada a ele 
ao longo do ciclo de vida. 
 A base da ampulheta é composta por quatro fases subsequentes de 
desenvolvimento: 
 
 Fase motora reflexa; 
 Fase motora rudimentar; 
 Fase motora fundamental; 
 Fase motora especializada. 
 
O nível de desenvolvimento motor aumenta à medida que a areia, derivada 
de recipientes hereditários e ambientais, é adicionada à ampulheta. Em outras 
palavras, à medida que a criança atinge a maturação e é exposta a ambientes que 
promovem a aprendizagem, ela desenvolve e refina suas habilidades motoras, do 
nível mais fundamentais ao mais complexos, progredindo eventualmente 
alcançando a competência motora. 
 
5 DESENVOLVIMENTO MOTOR E SEUS ESTÁGIOS 
 
Uma das quatro fases do desenvolvimento motor propostas pela ampulheta 
de Gallahue. 
 
14 
 
5.1 Fase motora reflexa 
A fase motora reflexiva ocorre entre o desenvolvimento do feto dentro do 
útero até aproximadamente a idade de um ano. As primeiras formas de movimento 
humano são os reflexos. 
 Os reflexos são movimentos involuntários que ocorrem durante o primeiro 
estágio do desenvolvimento motor. Esses movimentos involuntários são 
importantes porque permitem que o bebê sobreviva nos primeiros estágios da vida, 
fornecendo informações sobre seu corpo e o ambiente. 
Os reflexos são divididos em dois tipos: primitivos e posturais. Os reflexos 
primitivos são movimentos relacionados à sobrevivência e podem ser classificados 
como agrupadores de informações, caçadores de alimentação e reações protetoras. 
Os reflexos posturais, por outro lado, são semelhantes ao comportamento 
voluntário posterior. 
 Os reflexos de sugar e a busca pelo olfato são exemplos de reflexos 
primitivos; e entre os reflexos posturais, encontram-se o reflexo primário de 
caminhar, reflexo de arrastar-se e reflexo palmar de agarrar. A fase reflexiva é 
dividida em dois estágios abrangentes: 
 
Estágio de codificação de informações: o estágio de codificação 
(agrupamento) ocorre, aproximadamente, do período fetal até o quarto mês após 
o nascimento. Os reflexos neste período são movimentos pelos quais o bebê 
reúne informações, busca alimento e encontra proteção. 
Estágio de decodificação de informações: o estágio de decodificação 
(processamento) tem início aproximado após o quarto mês de vida. Durante esse 
período, ocorre uma crescente inibição de muitos reflexos que são substituídos 
por movimentos voluntário. 
 
15 
 
5.2 Fase motora rudimentar 
 
A fase motora rudimentar dura desde o nascimento até aproximadamente 
dois anos. Nessa fase, são observadas as primeiras atividades motoras voluntárias, 
conhecidas como movimentos rudimentares. A sequência de aparecimento desses 
movimentos é altamente previsível e resistente a mudanças, exceto em condições 
ambientais extremas. No entanto, o ritmo de aparecimento do movimentos varia de 
criança para criança, uma vez que é dependente de fatores ambientais, biológicos 
e relacionados à tarefa. 
Movimentos rudimentares incluem movimentos estabilizadores, como 
controlar a cabeça, o pescoço, e músculos do tronco; movimentos manipulativos, 
como alcançar, agarrar, e soltar; e movimentos locomotores, como arrastar, 
engatinhar, e caminhar. 
Dois estágios compreendem a fase motora rudimentar, os quais representam 
progressivamente ordens superiores de controle motor. 
 
Estágio de inibição de reflexos: a partir do nascimento, tem início o estágio de 
inibição dos reflexos. Nesse estágio, os reflexos são inibidos e desaparecem de 
modo gradual. Os movimentos voluntários nesse período parecem 
descontrolados e grosseiros, visto que o aparato neuromotor do bebê ainda está 
em estágio rudimentar de desenvolvimento. 
Estágio de pré-controle: tem início por volta do primeiro ano, as crianças 
começam a apresentar maior precisão e controle sobre os seus movimentos. Elas 
aprendem a se equilibrar, manipular objetos e locomover-se de modo proficiente. 
5.3 Fase motora fundamental 
 
Essa fase ocorre dos dois aos sete anos. Este período é caracterizado pela 
exploração e experimentação das habilidades motoras. A criança aprende a realizar 
locomotores, movimentos estabilizadores e manipulativos com competência 
(primeiro de forma isolada e depois em combinação). 
 
16 
 
Alguns exemplos de habilidades fundamentais que devem ser desenvolvidas 
durante esta fase: equilibrar-se de forma dinâmica e estática, caminhar, correr, 
saltar, galopar, alcançar, arremessar, pegar, chutar, rebater, etc. 
As habilidades motoras fundamentais são consequência da fase de 
maturação e movimentos rudimentares, no entanto, o ambiente desempenha um 
papel importante na obtenção do nível máximo de desenvolvimento dessas 
habilidades. A fase fundamental é dividida em três fases distintas. 
 
Estágio inicial: geralmente crianças de dois a três anos encontram-se no estágio 
inicial, marcado pelas primeiras tentativas da criança em realizar uma habilidade, 
por esse motivo, os movimentos apresentam elementos incompletos ou são 
executados em sequência inapropriada. Esse período é caracterizado pelos 
movimentos desordenado e incompletos (grosseiramente inibido ou exagerado). 
Estágio elementar: é típico de desempenho de crianças de quatro a cinco anos. 
Esse estágio parece depender, primeiramente, do amadurecimento. Durante esse 
tempo, a criança possui um maior controle e melhor coordenação rítmica de seus 
movimentos. No entanto, os movimentos parecem um poucorígidos e sem 
fluidez. Muitos indivíduos, adultos e crianças, alcançam somente esse estágio em 
atividades básicas como arremessar, pegar e rebater. Eles atingem esse estágio 
por maturação, ou seja, pela areia do recipiente da hereditariedade da ampulheta 
de Gallahue ter sido totalmente despejada. No entanto, não atingem a maturidade 
por falta de estímulo ambiental (prática, encorajamento e instrução). 
Estágio maduro: sugere-se que as crianças podem e devem atingir o estágio 
maduro entre as idades de cinco e seis anos. O estágio é distinguido por um 
padrão de movimento bem coordenado, mecanicamente correto e eficiente. As 
crianças que chegam a esse estágio apresentam uma rápida melhora em seu 
desempenho: arremessam mais longe, correm mais rápido, pulam mais alto e 
mais longe. Apesar disso, a avaliação do padrão de movimento deve ser realizada 
pela técnica e não necessariamente pelo rendimento, em função de que uma 
criança pode compensar uma incapacidade motora por uma força maior, por 
 
17 
 
exemplo. Esta é uma habilidade que pode ser refinada com o tempo. Algumas 
crianças chegam a esse estágio devido à maturação e a um mínimo de influência 
ambiental, porém, a maioria necessita de oportunidades para a prática, 
encorajamento e instrução em um ambiente que propicie o aprendizado. 
 
Vale ressaltar, caso o desenvolvimento for retardado ao longo de um período, 
pode implicar em algumas habilidades nunca atingir o padrão maduro, caso não 
haja considerável esforço suficiente e influência externa. Se isso acontecer, as 
crianças serão incapazes de desenvolver habilidades atléticas especializadas 
durante a segunda infância, adolescência e idade adulta. 
5.4 Fase motora especializada 
 
Começa por volta de sete anos. Durante esta fase, o movimento torna-se um 
artefato que pode ser aplicado nas atividades motoras complexas na vida cotidiana, 
bem como nos esportes. Nesse período, as habilidades fundamentais são refinadas 
e combinadas para seren utilizadas em situações com nível crescente de exigência. 
Três estágios competem na fase especializada: 
 
Estágio transitório: geralmente se estende dos 7 aos 10 anos. Esse estágio é 
marcado pelo refinamento e aprofundamento das habilidades fundamentais. 
Nesse período, as habilidades fundamentais também são combinadas e 
aplicadas ao desempenho de habilidades especializadas durante a prática 
esportiva e em ambiente recreativo. Dessa forma, recomenda-se que as crianças 
participem de uma variedade de atividades/esportes. Do ponto de vista técnico, 
isso é vantajoso porque a criança se tornará proficiente em uma gama de tarefas. 
Do ponto de vista psicológico, a especialização precoce prejudica a criança, pois 
ela poderá chegar ao grupo profissional muito cedo, sendo submetida a um 
rigoroso cronograma de treinamento, aumentando suas chances de se dispersar. 
Programas de educação física devem introduzir as habilidades esportivas 
somente depois de a criança atingir o nível maduro nas habilidades fundamentais. 
 
18 
 
Os esportes oficiais não devem ser incluídos na educação física durante o período 
de transição. Em vez disso, habilidades básicas, regras e estratégias dos esportes 
devem ser priorizados. Ressalta-se que crianças que não desenvolveram as 
habilidades maduras não serão bem-sucedidas na aquisição de um gesto 
esportivo. Esse fenômeno é conhecido como barreira de proficiência. Nessas 
situações, é necessário reaprender habilidades fundamentais. 
Estágio de aplicação: entre os 11 e 13 anos, aproximadamente, a criança está 
na fase de aplicação, na qual o indivíduo se torna capaz de tomar decisões 
fundamentadas em fatores da tarefa, individuais e ambientais, sobre a sua 
participação (ou não) em determinada atividade. Nesse estágio, ocorre ênfase na 
forma, habilidade e precisão crescentes do desempenho motor. 
Estágio de utilização permanente: inicia por volta dos 14 anos. Esse estágio é 
caracterizado pelo auge do processo de desenvolvimento motor. Os indivíduos 
selecionam atividades prazerosas e as levam consigo durante a vida, seja por 
diversão, aptidão ou satisfação. Nesse contexto, se insere a prática de esporte de 
caráter competitivo (a nível escolar, nacional e olímpico) e recreativo. 
 
6 INFLUÊNCIA DE FATORES INDIVIDUAIS E AMBIENTAIS NO 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
 
6.1 Fatores individuais 
 
Atribui-se à hereditariedade a tendência do desenvolvimento humano ocorrer 
de forma ordenada e previsível no sentido céfalo-caudal (da cabeça aos pés) e 
próximo-distal (do centro do corpo às extremidades) o que é denominado de 
sequência desenvolvimentista. Essa tendência pode ser exemplificada em razão do 
bebê obter o controle da musculatura da cabeça e do pescoço antes das pernas 
(desenvolvimento céfalo - caudal), bem como o controle da musculatura do tronco 
antes dos punhos, mãos e dedos, (desenvolvimento proximo-distal). 
O controle motor de uma criança segue uma progressão de padrões motores 
globais para movimentos mais refinados e funcionais, um processo conhecido como 
 
19 
 
diferenciação. Por exemplo, quando um bebê tenta pegar um objeto, seu movimento 
é muito limitado, porque ele não consegue distinguir braços, mãos e dedos. 
No entanto, com o seu desenvolvimento, torna - se capaz de distinguir grupos 
musculares e alcançar um padrão de movimento controlado e eficiente. O processo 
de integração ocorre concomitantemente à diferenciação. Integração é a interação 
coordenada de músculos e sistemas sensoriais. No mesmo exemplo anterior, a 
integração refere-se à interação entre olhos com o movimento da mão. 
Apesar do desenvolvimento infantil seguir uma sequência universal e 
resistente a mudanças, a idade em que se manifesta pode variar. Desvios de seis 
meses a um ano são comuns. Essa variação está intimamente relacionada à 
prontidão. Prontidão refere -se às características do indivíduo e do meio que tornam 
uma tarefa apropriada para o domínio de uma criança. 
Por exemplo, seus alunos não estarão prontos para executar um rolamento 
para frente, se não dominam a progressão de habilidades educativas do 
posicionamento das mãos e da cabeça, impulsão de membros inferiores e 
rolamento sobre as costas. É necessário fornecer habilidades prévias para atingir 
as metas. 
Por fim, o último fator individual que influencia o desenvolvimento motor é o 
período sensível, que corresponde a um período em que o aprendizado de novas 
habilidades é mais fácil e rápido. Uma intervenção apropriada nesta janela de tempo 
promove padrões de desenvolvimento positivos mais do que se a mesma 
intervenção ocorresse mais tarde. Os anos da infância é sensível para o 
desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais e habilidades esportivas. 
6.2 Fatores ambientais 
 
Historicamente, pensava-se que as crianças desenvolviam suas habilidades 
motoras simplesmente por meio da maturação. No entanto, sabe-se na atualidade 
que os fatores ambientais desempenham um papel importante na aquisição de 
habilidades motoras. 
 
20 
 
Dentre os fatores ambientais, destacam-se a necessidade de encorajamento, 
as oportunidades frequentes de praticar, a instrução qualificada e um ambiente que 
promova o desenvolvimento e refinamento das habilidades motoras. Em outras 
palavras, as crianças precisam de alguém para incentivá-las a se movimentar e 
praticar suas habilidades e que as ensine a realizar o gesto motor, assim como 
precisam praticar suas habilidades com frequência e em um ambiente propício para 
o aprendizado. 
Nesse sentido, a presença dos responsáveis pela criança, tipicamente pais 
e professores, é vista como fundamental. Então, cabe a eles fornecer esses 
recursos seja forma direta ou indireta. 
As crianças devem ser encorajadas a praticar suas habilidades, descobrir e 
explorar novos movimentos. Infelizmente, muitas crianças não recebem 
estimulação adequada para seu desenvolvimento motor. 
No mundo atual, muitospais trabalham fora de casa e, em alguns casos, o 
pai ou a mãe são os únicos cuidadores dos filhos, resultando na falta de tempo e 
recursos para engajá-los em atividades físicas. Nesse contexto, não é incomum que 
a atividade física seja substituída por atividades passivas, como televisão e uso do 
computador. 
Considere que uma criança está em um período crítico para desenvolver 
habilidades fundamentais, mas ela não está recebendo incentivos para se engajar 
em atividades físicas. O resultado mais provável é que essa criança não 
desenvolverá habilidades fundamentais de forma eficiente, bloqueando os estágios 
subsequentes de desenvolvimento e, como resultado, terá menos probabilidade de 
participar de atividades esportivas e recreativas. 
Além do incentivo à atividade física, as crianças necessitam de um ambiente 
adequado para essa prática. Isso inclui recursos e materiais disponíveis. Por 
exemplo, se um bebê está em um ambiente que não oferece o suporte necessário 
(uma mesa ou um sofá ) para ele se movimentar e ficar de pé, ele só passará para 
a posição ereta quando desenvolve força suficiente e equilíbrio em sua perna. 
Outro exemplo seria um bebê que mora em uma casa precária, de chão 
batido com cascalhos, em que ele talvez pule as etapas de arrastar-se e engatinhar 
 
21 
 
até que tenha força e equilíbrio nas pernas para se colocar de pé. No mundo de 
hoje, as crianças vivem cada vez mais em apartamentos ou áreas densamente 
povoadas, onde não têm acesso a recursos e ambientes onde possam correr, 
arremessar, pular, etc. Como resultado, ficam dependentes da disponibilidade de 
seus cuidadores para transportá-las para um parque ou quadra esportiva, locais que 
permitem desenvolver suas habilidades. 
Um ambiente adequado também deve estar presente nas aulas de educação 
física. Deve considerar o número de alunos, espaço disponível e materiais 
disponíveis. O número de alunos deve ser suficiente para proporcionar educação 
de qualidade a todas as crianças. 
A oportunidade de prática que o encorajamento e o ambiente proporcionam 
não promove o desenvolvimento completo da maioria das crianças. Uma instrução 
qualificada é necessária para isso. Nesse contexto, o professor é essencial, pois 
sem ele muitas crianças não conseguirão desenvolver habilidades fundamentais, 
aperfeiçoá-las e integrá-las em ambientes esportivos e recreacional. 
A chave para uma integração bem-sucedida de fatores individuais e 
ambientais é a capacidade de reconhecer quando um indivíduo está pronto para 
aprender e, como resultado, facilitar as experiências de aprendizagem motora. 
 
7 HABILIDADES MOTORAS, FASES DE APRENDIZAGEM E ANÁLISE DE 
TAREFAS 
 
7.1 Definições teóricas 
 
Segundo Magill (2000, p. 6), uma habilidade refere-se a uma tarefa específica 
que deve ser alcançada. Nesse sentido, pode-se dizer que as operações de adição, 
subtração, multiplicação e divisão são habilidades fundamentais da matemática, 
assim como chutar uma bola é uma habilidade fundamental do futebol, mas apenas 
chutar uma bola é uma habilidade motora. 
A habilidade motora é definida como a presença de movimento voluntário do 
corpo ou de segmentos corporais para atingir um objetivo específico (MAGILL, 
 
22 
 
2000, p. 6). Considere que esse conceito implica algumas características, como o 
fato de se tratar de movimentos voluntários em que os reflexos não são 
considerados habilidades; e requerendo movimento do corpo e /ou de segmentos 
corporais. 
Diante disso, as operações matemáticas citadas não são habilidades 
motoras, pois não requerem movimento corporal, mas são classificadas como 
habilidades cognitivas. Como resultado, uma habilidade motora requer um objetivo 
a ser alcançado; portanto, movimentar a mão de forma preguiçosa não é 
considerada uma habilidade motora, pois, embora seja realizada de forma 
voluntária e envolva o movimento de um segmento corporal, ele não possui um 
objetivo a ser alcançado. 
Uma característica adicional da habilidade motora é que ela deve ser 
aprendida. Tocar um instrumento musical ou praticar um esporte, por exemplo, é 
uma indicação clara de que o ser humano não surge sabendo desenvolver 
habilidades motoras e que elas devem ser aprendidas. Mesmo a habilidade de 
caminhar, que um indivíduo desenvolve automaticamente quando adulto, precisa 
ser aprendida durante a infância. 
A aprendizagem é o processo pelo qual as habilidades são adquiridas ou 
modificadas, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e 
observação, por isso, não se aprende rapidamente, da noite para o dia. Dessa 
forma, o aprendizado pode ser dividido em fases, as quais representam uma 
descrição do nível de desenvolvimento da habilidade, das quais diferentes teorias 
foram desenvolvidas sob diferentes enfoques. 
Entretanto, em todas elas, o aprendizado faz parte de uma fase inicial em 
que o indivíduo requer muita atenção para executar as habilidades, com 
desempenho inconsistente e grande número de erros; isso culmina em uma fase 
final em que o indivíduo requer pouca atenção para executar as habilidades, com 
desempenho consistente e poucos erros. 
Existe uma ampla gama de habilidades motoras que podem ser agrupadas 
com base em características comuns. 
 
23 
 
7.2 Esquemas unidimensionais de classificação das habilidades motoras 
 
As habilidades motoras podem ser classificadas em várias categorias com 
base em características comuns. Os esquemas unidimensionais de classificação 
utilizam apenas um fator para categorizá-las, e os quatro mais conhecidos utilizam 
aspectos musculares, os temporais, os do meio ambiente e os funcionais. 
 
7.2.1 Aspectos musculares das habilidades 
 
Este esquema categoriza as habilidades com base no tipo de grupo muscular 
necessário para realizar a ação, que pode ser coordenação motora grossa ou fina. 
A coordenação motora grossa envolve o recrutamento de grandes grupos 
musculares e requer menos precisão de movimento do que as habilidades motoras 
finas. 
 A capacidade de coordenação motora fina está relacionada ao recrutamento 
de pequenos músculos na realização de movimentos específicos, mais 
especificamente aqueles envolvidos na coordenação mãos-olhos. 
 
7.2.2 Aspectos temporais das habilidades 
 
O esquema baseado em aspectos temporais classifica as habilidades 
conforme os diversos movimentos realizados para sua execução, podendo ser 
classificadas em discretas, em série ou contínuas. 
 Uma habilidade discreta é distinguida pela presença de um início e um ponto 
final bem definidos de curta duração, com posições claramente definidas. Quando 
habilidades discretas são combinadas e repetidas várias vezes e geram uma 
sequência de movimentos discretos, é chamada de habilidades de série. As 
habilidades contínuas, por outro lado, são compostas por movimentos repetitivos 
que duram vários minutos e não podem ser definidos como início ou fim. 
 
 
24 
 
7.2.3 Aspectos ambientais das habilidades 
 
Este esquema classifica as habilidades com base na estabilidade do 
ambiente no qual ela é executada. Nesse sentido, o ambiente remete ao objeto 
sobre o qual o indivíduo está agindo ou às características do contexto no qual ele 
executa a habilidade. Levando em conta os aspectos ambientais, as habilidades 
podem ser divididas como uma habilidade motora fechada ou aberta. 
 Uma habilidade motora fechada é realizada em um ambiente estável ou 
previsível, no qual o contexto ou o objeto sobre o qual se age não se altera durante 
a sua execução, eles esperam pela ação do indivíduo. Por conseguinte, o praticante 
pode avaliar o ambiente com antecedência, organizar seus movimentos sem se 
sentir pressionado pelo tempo e realizar o gesto motor sem necessidade de ajustes 
repentinos. 
Pegar uma caneta sobre a mesa, por exemplo, é uma habilidade fechada, 
pois ela não irá se movimentar durante o período de tempo em que decide pegá-la 
até o momento de fazê-lo;assim, caminhando por um quarto vazio, porque o 
contexto ambiental não será alterado enquanto movimenta. Outros exemplos 
incluem chutar uma bola parada, atirar uma flecha em um alvo estático, atingir uma 
bola de golfe parada, etc. Em todas essas situações, o participante pode iniciar a 
ação quando estiver pronto e executar a habilidade de acordo com a sua própria 
vontade. 
Uma habilidade motora aberta realiza-se em um ambiente em que as 
condições estão em constante mudança, um ambiente imprevisível no qual o objeto 
ou contexto muda durante o desempenho. Por isso, os praticantes devem ser 
capazes de ler esse ambiente para ajustar seus movimentos, que normalmente 
ocorrem em um curto período, necessitando de plasticidade ou flexibilidade. 
 A maioria das habilidades desempenhadas durante os esportes pode ser 
considerada de cadeia aberta, já que o executante precisa saber ler o ambiente 
(seus colegas de time, os adversários e a bola) para decidir qual movimento realizar. 
Por exemplo, quando a equipe adversária realiza um chute a gol, o goleiro deve se 
deslocar ao encontro da bola, a qual representa o ambiente imprevisível. 
 
25 
 
Da mesma forma, durante um jogo de tênis, o jogador não pode ficar parado 
para decidir como e quando rebater. Para ter sucesso, ele deve se mover e agir de 
acordo com a localização espacial e a velocidade da bola. Consequente, nesta 
habilidade, o indivíduo deve sincronizar o tempo de início do seu movimento 
considerando o movimento do objeto sobre o qual agirá. 
 
7.2.4 Aspectos funcionais das habilidades 
 
Os aspectos funcionais classificam as habilidades como estabilizadoras, 
locomotoras ou manipulativas. A habilidade estabilizadora requer algum grau de 
equilíbrio. A locomotora é qualquer movimento que envolva alteração de localização 
do corpo em relação a um ponto fixo. Já a habilidade manipulativa diz respeito a 
aplicar força em um objeto ou receber força dele (manipulação rudimentar) e de 
usar os músculos do corpo de maneira complexa (manipulação refinada). 
Percebe-se que muitos gestos motores envolvem a combinação de duas ou 
três categorias. Jogar basquete, por exemplo, abrange as habilidades locomotoras 
(correr, saltar), as manipulativas (quicar a bola, passar, arremessar) e as 
estabilizadoras (girar, virar-se). Ao receber um passe, um jogador de futebol 
americano emprega habilidades locomotoras (correr a rota combinada, desviando 
dos marcadores), as manipulativas (receber o passe) e as estabilizadoras 
(recuperar o equilíbrio após o contato com o adversário ou aterrissar do salto para 
receber o passe). 
Ao enfrentar um pênalti, um jogador de futebol emprega coordenação motora 
grossa (recrutamento de grandes grupos musculares), a manipulativa (ao entrar em 
contato com a bola) e a fechada (a bola está parada esperando pela sua ação). Um 
oposto no vôlei, por sua vez, ao atacar uma bola, realiza uma habilidade motora de 
coordenação grossa (recrutamento de grandes grupos musculares), a locomotora 
(passada de ataque e salto), a manipulativa (ao tocar na bola) e a aberta (ele deve 
organizar seus movimentos de acordo com o posicionamento e a velocidade da 
bola). 
 
26 
 
 Os esquemas unidimensionais que classificam as habilidades com base em 
aspectos musculares, temporais, ambientais e funcionais são amplamente 
utilizados e de fácil compreensão. No entanto, por considerarem apenas um fator 
comum ao categorizar o movimento, não englobam uma complexidade de muitas 
habilidades, que muitas vezes são classificadas como mais de uma categoria, pois, 
nesse esquema, não existe uma categoria específica para essa habilidade. 
 
7.3 Esquemas bidimensionais utilizados para classificação das habilidades 
motoras 
 
Os esquemas bidimensionais utilizados para classificar as habilidades 
motoras são mais completos em relação aos unidimensionais, uma vez que 
visualizam o movimento por meio de duas perspectivas. Também permitem a 
visualização do movimento do mais simples ao mais complexo e do geral para o 
específico, o que não é possível nos modelos unidimensionais. 
 
7.4 Esquema bidimensional de Gentile 
 
O modelo de Gentile considera os fatores contexto ambiental e a função 
intencional das habilidades para classificá-las, no qual cada um deles é subdividido 
para criar um esquema que leva a 16 categorias de habilidades. 
 O fator contexto ambiental está relacionado às condições reguladoras, as 
quais correspondem às suas características que controlam/regulam o movimento 
de uma habilidade. Ao considera-lo para classificar a habilidade e desempenhá-la 
com sucesso, Gentile defende que os movimentos do indivíduo necessitam estar de 
acordo com condições ambientais específicas. Por exemplo, os movimentos que 
ele realiza para correr são dependentes do tipo de superfície sobre a qual o contato 
com o pé ocorre. Semelhantemente, se uma pessoa receber uma bola, seus 
movimentos devem coincidir com características como em qual local do campo ele 
recebeu a bola, qual a distância dos marcadores adversários e seus colegas de 
equipe, etc. 
 
27 
 
As condições reguladoras podem ser classificadas como fixas ou em 
movimento. As fixas ocorrem quando a tarefa é realizada em um ambiente 
estacionário, como subir escadas, arremessar dardos em um alvo, dar a primeira 
tacada de golfe, arremessar um lance livre no basquete, etc. 
Quando o movimento ocorre em um ambiente em movimento, trata-se de 
uma condição reguladora em movimento, como subir uma escada rolante, chutar 
uma bola em movimento, rebater uma bola em movimento, entre outros. Nessa 
classificação, há uma hierarquia implícita de nível de dificuldade na execução das 
habilidades, em que é mais fácil realizar o movimento em uma condição fixa do que 
em uma condição em movimento. 
As condições reguladoras podem ou não apresentar variabilidade entre as 
tentativas de executar uma habilidade. Se forem iguais durante o desempenho da 
habilidade, não haverá variabilidade, como sentar na mesma cadeira várias vezes 
na mesma altura (os movimentos não mudarão) e caminhar em um ambiente vago 
(os passos não mudarão). 
No entanto, se variarem durante o desempenho de uma habilidade, haverá 
variabilidade, como ao sentar-se em cadeiras de diferentes alturas (os movimentos 
serão diferentes para adaptar-se às diferentes alturas) e caminhar em meio a uma 
multidão de pessoas (os movimentos serão diferentes para evitar colisões com 
outras pessoas). Vale ressaltar também que esse sistema estabelece uma 
progressão no nível de dificuldade, em que é mais fácil executar o movimento 
quando não há variabilidade entre as tentativas em comparação com quando há 
variabilidade. 
 O esquema de Gentile satisfaz qualquer profissional envolvido no ensino das 
habilidades motoras, pois é excelente para se conscientizar sobre as características 
de uma habilidade que a diferencia e a relaciona com as outras. Com o esquema 
de 16 categorias com grau crescente de complexidade, o profissional pode avaliar 
os problemas de desempenho de seu aluno ou paciente e, a partir desse 
diagnóstico, selecionar as atividades funcionalmente adequadas para ajudar o 
indivíduo a superar sua deficiência. 
 
 
28 
 
7.5 Esquema bidimensional de Gallahue 
 
O modelo bidimensional de Gallahue é baseado na função pretendida da 
tarefa de movimento e nas fases de desenvolvimento motor. A primeira é 
classificada como estabilizadora, locomotora e manipulativa. As fases de 
desenvolvimento são a reflexa, a rudimentar, a fundamental e a especializada, com 
a capacidade de observar movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos 
dentro de cada um. 
Os movimentos reflexos envolvem movimentos involuntários que ocorrem 
durante a primeira infância, com reflexos corporais verticais servindo como 
exemplos de reflexos estabilizadores. Os reflexos de marcha e engatinhar podem 
ser usados como exemplos de reflexos locomotores.O reflexo palmar, por outro 
lado, é um reflexo manipulativo. 
Os movimentos rudimentares referem-se aos primeiros movimentos 
voluntários realizados durante a infância, nos quais o controle dos músculos da 
cabeça, do pescoço e do tronco são denominados de rudimentares estabilizadores. 
Como exemplos de rudimentares locomotores, tem-se de rastejar, engatinhar e 
andar. Já o ato de agarrar e soltar objetos são rudimentares manipulativos. 
Os movimentos fundamentais mencionam-se às habilidades de 
coordenação motora grossa frequentemente realizadas no dia a dia e dominadas 
durante a infância. Ficar em pé sem apoio, rolar para frente e para trás e equilibrar-
se em um pé só são exemplos de habilidades fundamentais estabilizadoras. Já 
correr, saltar, saltitar e galopar se tratam de fundamentais locomotoras. As 
fundamentais manipulativas são arremessar, chutar e receber. 
Já os movimentos especializados são movimentos fundamentais que 
foram refinados ou combinados a outros complexos, geralmente dominados no final 
da infância e aplicados em atividades do cotidiano, de recreação e no âmbito 
esportivo. 
 As habilidades especializadas de estabilidade são caminhar sobre uma 
superfície escorregadia e executar uma rotina de ginástica de solo ou sobre uma 
barra de equilíbrio. Como exemplo de especializada manipulativa, pode-se citar o 
 
29 
 
toque no vôlei, o arremesso no basquete e o chute no futebol. Por fim, os exemplos 
de habilidades especializadas locomotoras incluem a corrida em uma prova de 100 
metros rasos ou o nado crawl em uma prova de 50 metros na natação. 
Percebe que, ao estudar uma habilidade sob dois enfoques, os esquemas 
bidimensionais de Gentile e Gallahue fornecem uma análise mais completa do 
movimento e abrangem uma ampla gama de habilidades motoras não 
contempladas por modelos unidimensionais. 
Em conclusão, as habilidades motoras, as quais são movimentos voluntários 
que almejam atingir uma determinada meta, precisam ser aprendidas durante o ciclo 
da vida, em um processo chamado de aprendizagem motora, o qual é composto de 
fases. Elas podem ser classificadas em diferentes categorias, com base em um 
aspecto em comum (esquemas unidimensionais) ou sob dois aspectos (modelos 
bidimensionais). Os unidimensionais classificam as habilidades baseando-se em 
aspectos musculares, temporais, ambientais ou funcionais do movimento. Já o 
bidimensional de Gentile considera os fatores contexto ambiental e função 
intencional das habilidades para classificá-las; e o esquema de Gallahue, a função 
intencional da tarefa de movimento e as fases de desenvolvimento motor. 
8 APRENDIZAGEM MOTORA 
 
Toda habilidade motora deve ser aprendida. Desde as mais básicas, como 
caminhar e saltar, até as mais complicadas, como tocar um instrumento musical ou 
praticar um esporte, todas são adquiridas e /ou aprimoradas em algum momento da 
vida por meio de um processo conhecido como aprendizagem motora. A 
aprendizagem motora é um conjunto de processos cognitivos que resulta em uma 
melhoria relativamente permanente na capacidade de um indivíduo em 
desempenhar uma habilidade devido à prática ou à experiência (MAGIL, 2000). 
Algumas de suas características estão implícitas nesse conceito: a 
aprendizagem é uma mudança interna; necessita melhoria relativamente 
 
30 
 
permanente, e não transitória, ao longo do tempo; e ela não existe sem prática ou 
experiência. 
Por corresponder aos processos cognitivos internos, esse aprendizado não 
é diretamente observável e, como resultado, é inferido do desempenho, um 
comportamento motor que pode ser visto. Dessa forma, visualiza-se o desempenho 
motor para concluir se o indivíduo aprendeu ou não uma habilidade. 
Como a aprendizagem é uma alteração relativamente permanente, deve-se 
ter claro quais os fatores que influenciam o desempenho de forma transitória. Por 
exemplo, o desempenho de uma habilidade pode ser ocasionado por um estado 
emocional, uma condição do sistema muscular, uma motivação, perda de sono, 
drogas, cafeína, etc. Imagine dois cenários: em um, o indivíduo realiza a habilidade 
após uma boa noite de sono, motivado, descansado e não fadigado; no outro, 
depois de uma noite mal dormida, desmotivado, cansado e fadigado. 
É muito provável que o seu desempenho nesses dois casos seja muito 
diferente, mas não devido à aprendizagem da habilidade, e sim aos fatores que o 
influenciam de forma transitória. A fim de definir se há aprendizagem e se certificar 
que o comportamento motor não é transitório, o desempenho deve apresentar 
quatro características: 
 
Aperfeiçoamento: o desempenho observado apresenta melhora em relação ao 
desempenho visto previamente. 
Consistência: os níveis de desempenho, entre uma e outra tentativa, tornam-se 
mais semelhantes. 
Persistência: a melhora do desempenho deve ser observada hoje, amanhã, 
semana que vem, etc., a fim de garantir que ela é relativamente permanente. 
Adaptabilidade: o desempenho aperfeiçoado se adapta a uma variedade de 
características do contexto, como estado emocional, condições climáticas, 
ambiente onde a habilidade é desempenhada, suas características, etc. 
 
 
31 
 
Como resultado, se o nível de proficiência do desempenho do indivíduo for 
relativamente estável ao longo de várias observações e sob diferentes conjuntos de 
circunstâncias, pode-se assumir que ele é um reflexo preciso do nível de 
aprendizagem motora dessa pessoa. 
 A prática possui muita importância, uma vez que, a partir dela, ocorre a 
aprendizagem motora. No entanto, ela não pode ser entendida como uma simples 
repetição mecânica do movimento. Para aquisição de novos movimentos, ela 
consiste no sucesso gradual de uma pesquisa para soluções motoras ideais aos 
problemas adequados, no processo de resolver obstáculos por meio de técnicas 
que mudam e são aperfeiçoadas com as tentativas. 
Nesse contexto, a abordagem para ensinar a habilidade de rebatedor, por 
exemplo, não deve se basear em fazer o aluno rebater uma bola atrás da outra em 
um movimento repetitivo e impensado. Pelo contrário, ele deve experimentar esse 
gesto de várias maneiras para determinar a melhor opção para resolver 
determinada dificuldade, como determinar o melhor movimento para rebater uma 
bola alta, ou uma bola a meia altura e rápida, ou uma bola rasteira. 
Outra questão da prática é a especificidade da aprendizagem, na qual o que 
se aprende depende, em grande medida, do que se pratica. Por exemplo, à primeira 
vista, o futebol e o futsal são esportes muito parecidos, mas há diferenças entre eles 
que influenciam o desempenho decisivamente, como o tamanho e o peso da bola, 
ou o tamanho e a superfície do solo. 
Assim, a força que se imprime em um chute ou passe é diferente nas duas 
modalidades, bem como o jeito com que a bola rola sobre a superfície, modificando 
a forma como o jogador deve conduzi-la. Além disso, a movimentação deles se 
difere, devido à diferença no número de jogadores e no tamanho do campo/quadra. 
 Por isso, se um indivíduo deseja jogar futebol, ele deve praticar o futebol; já 
aquele que quer aprender futsal, precisa praticar o futsal. Da mesma forma, o vôlei 
de quadra e de areia, embora pareçam semelhantes, possuem divergências. 
 A superfície possivelmente é a principal, porque se movimentar em uma 
quadra é muito diferente do que na areia. Além disso, no vôlei de praia, muitos 
 
32 
 
fatores do ambiente influenciam o jogo, como sol e vento, o que não acontece no 
de quadra. 
 Uma prova real da especificidade da aprendizagem são os casos de atletas 
que migraram de um esporte para o outro (do vôlei de quadra para o de praia ou 
vice-versa, e do futebol para o futsal ou vice-versa) e não obtiveram tanto sucesso 
como no esporte de origem, o qual praticaram durante anos de sua carreira. 
8.1 Relação entre indivíduo, ambiente e tarefa 
 
O processo de aprendizagem motora e o desempenho sãoinfluenciados por 
fatores relacionados a quem executa a ação, ao ambiente onde a habilidade é 
realizada e aos aspectos da própria tarefa. Determinadas características desses 
fatores facilitam a aprendizagem e o refinamento de uma habilidade motora, porém, 
outras dificultam a execução de um movimento. 
Além de motivarem a aquisição das habilidades, a interação entre os fatores 
é determinante para o sucesso do movimento. O indivíduo sempre executará uma 
tarefa em um ambiente, desse modo, o resultado (o seu desempenho) depende de 
como ele explora o ambiente e a tarefa e como se localiza nesse ambiente. Por 
exemplo, para o sucesso da habilidade de rebater uma bola de tênis, deve haver 
uma sincronia perfeita entre o movimento da pessoa com a manipulação da raquete 
e a localização e velocidade da bola. 
 
8.1.1 Indivíduo 
 
A aprendizagem trata-se de um processo que ocorre de forma 
individualizada, pois nada se aprende se não passar pela experiência pessoal 
(precisa-se praticar ou experimentar), e é intransferível, uma vez que não se 
transfere de uma pessoa para outra, mas, sim, aprendendo por si mesmo. Pelo fato 
de o indivíduo ser a figura central da aprendizagem, deve-se conhecer algumas 
características importantes do aprendiz, como idade, capacidades inclusive a de 
processamento de informação, experiência prévia, motivação, atenção, memória e 
estágio de aprendizagem. 
 
33 
 
 
Idade: a infância é considerada um período fundamental para a aprendizagem 
motora devido à grande capacidade de adequação aos estímulos. As 
experiências adquiridas durante a infância juntamente à maturação biológica 
geram muita variabilidade no desempenho motor na adolescência. Após essa 
fase, os sistemas começam a ter um declínio de eficiência, principalmente na 
terceira idade. 
Capacidade: está relacionada às qualidades físicas do indivíduo, um potencial 
que é definido geneticamente, o qual pode ou não ser atingido, dependendo do 
estímulo recebido. 
Capacidade de processamento de informação: a aprendizagem motora requer 
que o indivíduo selecione qual a melhor resposta à determinado estímulo, o que 
é realizado a partir do processamento de informações, o qual se faz em etapas. 
Inicialmente, os órgãos dos sentidos captam os estímulos do ambiente e os 
transformam em impulsos nervosos, os quais, em seguida, são organizados pelos 
mecanismos de percepção. A partir dessa organização, o mecanismo gerador de 
resposta escolhe o melhor plano motor para satisfazer o objetivo a ser executado, 
que, por sua vez, é enviado aos músculos que executam os comandos motores. 
Experiência prévia: um indivíduo terá mais facilidade em realizar uma tarefa 
nova se possuir experiência prévia em uma similar. 
Motivação: tem a função de estimular e criar uma expectativa a respeito da 
habilidade que será aprendida, além de mobilizar o indivíduo para a ação. 
Atenção: é necessária para se aprender qualquer coisa. 
Estágio de aprendizagem: o indivíduo passa por fases de aprendizagem durante 
as quais o desempenho apresenta uma melhora. 
Memória: é a capacidade de conservar experiências prévias para um uso 
posterior. 
 
 
34 
 
8.1.2 Ambiente 
 
O ambiente refere-se às características do contexto em que o indivíduo 
realiza a habilidade e o objeto sobre o qual ele está atuando. Por exemplo, se uma 
criança arremessa uma bola de basquete na cesta de um ginásio, o ambiente 
corresponderá ao ginásio e à bola. Dessa forma, percebe-se que as tarefas são 
realizadas em uma ampla gama de ambientes, e é justamente a essa exploração 
(do contexto em que a habilidade é executada e do objeto sobre o qual se age) que 
permite o desenvolvimento das habilidades motoras pelo indivíduo. 
 Um aprendiz somente dominará a habilidade do chute no futebol se explorar 
a sua interação com a bola, por exemplo. Ele apenas saberá a habilidade do chute 
no futsal e no futebol se estudar a sua interação com as bolas de ambos, assim 
como a quadra e o campo. Apesar desses esportes serem similares, o tamanho e 
peso da bola como a dimensão e superfície do campo e da quadra se diferem. 
Nesse caso, o indivíduo deve explorar esses ambientes a fim de dominar a 
habilidade do chute em ambos cenários. 
O ambiente é dividido em duas categorias de classificação: condições 
regulatórias fixas e as reguladoras em movimento. A primeira ocorre quando uma 
habilidade é executada em um ambiente estacionário, em que o contexto ou objeto 
sobre o qual se age não muda durante sua execução. 
Por exemplo, arremessar dardos no alvo ou um lance livre no basquete, 
realizar um chute a gol sem goleiro no futebol, executar a primeira tacada no golfe, 
etc. Em qualquer uma dessas situações, o participante pode iniciar a ação quando 
estiver pronto e executar a habilidade de acordo com seu desejo. As habilidades 
motoras realizadas em um ambiente fixo são chamadas de habilidades fechadas . 
No que se refere as condições reguladora em movimento, essa acontece 
quando a habilidade é usada em ambiente em movimento e imprevisível, onde as 
condições estão mudando constantemente. Por exemplo, chutar uma bola ou 
rebater uma bola de basebol em movimento, atacar uma bola no vôlei, lançar um 
dardo no alvo móvel, etc. O movimento obedece ao ambiente para cumprir seu 
 
35 
 
objetivo, e o aprendiz deve sincronizá-lo a esse ambiente. As habilidades motoras 
feitas em um ambiente em movimento são chamadas de habilidades abertas. 
Ao realizar uma tarefa sem levar em conta o ambiente, percebe-se a 
importância do fator. Por exemplo, rebater uma bola no basebol sem se atentar ao 
seu tamanho, à sua velocidade e ao seu posicionamento, ou arremessar uma bola 
na cesta de basquete sem considerar o tamanho e peso da bola, bem como a 
distância e altura da cesta. A tentativa de realizar uma tarefa sem avaliar o ambiente 
é destinada ao fracasso. 
 
8.1.3 Tarefa 
 
O tipo de movimento que será executado é determinado pela tarefa ou 
habilidade executada. As habilidades são classificadas em diferentes categorias 
usando vários esquemas para fornecer princípios sobre como implementá-las e 
aprendê-las. Existem esquemas unidimensionais que os classificam com base em 
uma característica comum e em alguns aspectos: 
 
Musculares: as habilidades motoras grossas envolvem o recrutamento de 
grandes grupos musculares para a execução do movimento (correr, saltar, chutar, 
arremessar); já as motoras finas, o recrutamento de pequenos grupos musculares 
em um movimento preciso (escrever, digitar, costurar). 
Temporais: as habilidades discretas se definem por ter um início e um fim 
(arremessar, rebater). Nas habilidades em série, a discreta é repetida ou 
combinada (sequência de ginástica, drible do basquete). Já as contínuas são 
movimentos cíclicos, em que não se pode definir início e fim (correr, nadar). 
Ambientais: as habilidades fechadas são realizadas em um ambiente estável e 
previsível (chutar uma bola parada, arremessar um dardo em um alvo fixo); já a 
aberta é feita em um ambiente instável que influencia a ação (rebater uma bola, 
arremessar em um alvo móvel). 
Funcionais: as habilidades estabilizadoras requerem algum grau de equilíbrio 
(girar, rolamento corporal). As locomotoras, por sua vez, envolvem a alteração da 
 
36 
 
localização do corpo em relação a um ponto fixo (correr, saltar em distância). Já 
nas manipulativas, se aplica força em um objeto ou recebe força dele (arremessar, 
receber). 
 
Além dessas classificações, Gentile (1972) propôs uma bidimensional com 
base no contexto ambiental em que a pessoa realiza a tarefa e na função da ação 
que caracteriza a habilidade. Cada fator é subdivido a fim de criar um esquema que 
leva a 16 categorias de habilidades. 
 A aprendizagem motora é dependente da interação de cada fator individual 
com a tarefa realizada em determinado ambiente. Qualquer alteração em um dos 
três fatores afetará o movimento que surgedessas interações, evidenciando o 
processo dinâmico e sistêmico da aprendizagem. 
 
9 TEORIAS DA APRENDIZAGEM MOTORA 
 
Foram propostas diversas teorias sobre como a aprendizagem motora 
ocorre, entre elas, pode-se destacar as de Fitts e Posner (1967), de Adams (1971), 
de Bernstein (1967) e de Gentile (1972, 1987). 
 
9.1 Teoria de Fitts e Posner 
 
Fitts e Posner desenvolveram a teoria de aprendizagem motora mais 
disseminada (1967). Eles propuseram três fases de aprendizagem: estágio 
cognitivo, de fixação e autônomo. Todos estágios baseados no processamento de 
de componentes perceptuais e motores da habilidade. 
O estágio cognitivo é marcado por dificuldades na execução da habilidade 
motora, em decorrência de problemas cognitivos. Ao tentar desempenhá-la, por 
exemplo, o indivíduo se pergunta o que deve fazer; quando e como; qual o objetivo; 
até que ponto movimentar esse braço; qual a melhor forma de segurar o objeto; 
onde este braço deve estar quando a perna estiver em tal posição. 
 
37 
 
Por isso, há grande quantidade de erros no desempenho, e a performance é 
hesitante, errática e mal cronometrada com o ambiente externo. Porém, isso não 
deve ser uma preocupação, uma vez que se trata apenas do estágio inicial para 
ganhos posteriores de proficiência. As instruções, demonstrações e os vídeos são 
instrumentos úteis para auxiliar o indivíduo na aquisição da habilidade. 
Quando os problemas cognitivos são resolvidos, o indivíduo entra no estágio 
de fixação (chamado de associativo), no qual seu foco é a organização de padrões 
de movimento mais eficazes para desempenhar a habilidade, e ocorre o refinamento 
das adquiridas na fase anterior. Os erros tornam-se menos frequentes e grosseiros, 
ao mesmo tempo em que a variação no desempenho diminui. Nesse estágio, o 
aprendiz é capaz de detectar seus erros e monitorar feedback. Por exemplo, quando 
um praticante de basquete erra um arremesso, já consegue detectar possíveis 
problemas que ocasionaram esse erro, como por exemplo, não estendeu o cotovelo 
durante o arremesso, não flexionou o punho, etc. 
Após uma prática considerável, o aprendiz entra no estágio autônomo, em 
que a habilidade já se tornou automática, e ele não pensa conscientemente no que 
está fazendo enquanto a desempenha e pode realizar atividades cognitivas de 
ordem mais alta e simultânea. Por exemplo, quando se aprende a caminhar com 
proficiência, não é mais necessário pensar na execução dos passos e pode-se fazer 
atividades ao mesmo tempo, como caminhar e ler o jornal; caminhar e mexer no 
celular; caminhar e pensar no trabalho, entre outros. No âmbito esportivo, o jogador 
de futebol não pensa em como está conduzindo a bola com o pé, ele executa o 
movimento automaticamente, olha para os seus companheiros e adversários e 
analisa qual a sua melhor opção de passe. 
 
9.2 Teoria de Adams 
 
A teoria de Adams (1971) é denominada de teoria de circuito fechado e 
propõe que o aprendiz adquire a habilidade por meio de um feedback. A cada 
tentativa, ele armazena relações entre as informações que lhe permitem comparar 
o desempenho atual com o de referência que deve ser alcançado. 
 
38 
 
Essa diferença entre o desempenho realizado e o desejado é diminuída pelo 
feedback negativo. Por exemplo, ao executar um arremesso do basebol, o indivíduo 
permanece com o pé do mesmo lado do corpo que a mão arremessada à frente 
dele. O feedback informa que o posicionamento das suas pernas está ao contrário 
do que deveria ser, e o aprendiz, por sua vez, armazena essa informação e tenta 
executar a habilidade de forma correta na próxima tentativa. 
 Essa teoria é composta de duas fases de aprendizagem motora. Na primeira, 
chamada de estágio verbal-motor, os erros de desempenho são grosseiros; e as 
suas correções, fundamentadas no conhecimento de resultado, que se trata de uma 
informação, a partir da qual o aprendiz constrói hipóteses e estratégias para efetuar 
uma resposta diferente da anterior. Após muita prática, quando ele for capaz de 
executar várias tentativas corretamente, o primeiro estágio termina. 
Já no segundo, denominado estágio motor, o aprendiz consegue detectar 
seus erros e, consequentemente, corrigi-los, a fim de aperfeiçoar o movimento e 
continuar aprendendo. Por exemplo, ao errar um saque do vôlei, ele percebe que o 
motivo da falha foi o lançamento da bola muito à frente e, na próxima tentativa, o 
corrige e executa o saque com sucesso. Adams propõe a passagem do estágio 
verbal-motor para o motor como uma analogia ao processo de transformar um 
comportamento controlado em automatizado. 
 
9.3 Teoria de Bernstein 
 
Bernstein (1967) identificou três estágios de aprendizagem da habilidades 
com base em um controle motor combinado e uma perspectiva biomecânica. O 
primeiro é conhecido como redução dos graus de liberdade, que indicam a 
capacidade de se mover entre as infinitas possibilidades. O desafio inicial para o 
aprendiz é saber o que fazer com os recursos disponíveis no corpo; como resultado, 
sugere-se que os movimentos redundantes e não essenciais sejam reduzidos. 
Consequentemente, diminui-se o número de graus de liberdade que devem 
ser controlados, possibilitando que a atenção seja direcionada aos poucos graus 
que serão executados. Por exemplo, em um arremesso de peso, o praticante 
 
39 
 
precisa jogá-lo com a técnica correta em alta velocidade, objetivando a maior 
distância possível. 
 No estágio de redução de graus de liberdade, o foco poderia ser dado 
somente ao aprendizado da técnica do arremesso (onde posicionar o peso, como 
segurá-lo, como movimentar o corpo e o peso no lançamento), não exigindo 
velocidade de movimento e grande distância arremessada. 
Após a aquisição de um número mínimo de graus de liberdade, ele tenta 
melhorar sua performance liberando mais alguns graus que haviam sido reduzidos. 
Esse estágio é denominado de liberação de graus de liberdade. Por exemplo, no 
arremesso de peso, além do praticante executar corretamente a técnica do 
arremesso, deve realizá-la com velocidade e atingir a maior distância possível. 
Outro exemplo, após um indivíduo aprender a técnica do salto em distância no 
estágio anterior, ele precisa executá-lo almejando atingir a maior distância possível. 
No último estágio de aprendizagem, chamado de exploração de dinâmica 
passiva, o indivíduo aprende como a gravidade, as características semelhantes à 
mola do músculo e o impulso afetam seu corpo e seu movimento. Nesse estágio, o 
movimento atinge o máximo de eficácia (um resultado com máxima certeza) e 
eficiência (mínimo de gasto calórico). 
 
9.4 Teoria de Gentile 
 
Gentile (1972, 1987) propôs uma teoria da aprendizagem motora a partir da 
perspectiva do aprendiz. O objetivo do primeiro estágio é entender o movimento e 
estabelecer um padrão básico. Compreender o movimento pode representar o que 
um indivíduo deve fazer para atingir a meta. 
Já em termos de movimento, significa entender o padrão de movimento 
apropriado necessário para atingir essa meta. Por exemplo, nesse primeiro 
momento, se ele está aprendendo a arremessar uma bola na cesta, o foco será 
entender como coordenar adequadamente os movimentos dos braços e da mão 
para executar o arremesso com proficiência. 
 
40 
 
Além disso, o aprendiz deve saber discriminar os aspectos ambientais que 
podem interferir no movimento dos que não exercem influência sobre ele. Os 
aspectos que o influenciam são denominados de condições reguladoras, em um 
arremesso, trata-se do peso e tamanho da bola, bem como da distância da bola até 
a cesta. Já os aspectos que não influenciam o movimento são chamados de 
condições não reguladoras, por exemplo, a cor da bola a ser arremessada. 
No segundo estágio, o objetivo do aprendiz é descritivo, em termos de 
fixação/diversificação. Ele deve adquirir três características para refinar a habilidade 
aprendida no outro estágio:adaptação, consistência e economia de esforço. 
A adaptação se refere ao indivíduo adaptar o padrão de movimento a 
qualquer situação de desempenho que exija essa habilidade. Por exemplo, após 
aprender o padrão de movimento do arremesso, ele deve saber arremessar de 
diferentes distâncias, parado e em movimento, etc. Além disso, é exigido que o 
aprendiz aumente a consistência em atingir a meta (um padrão de arremesso 
proficiente), acerte a cesta na maioria das tentativas e aprenda a desempenhar a 
habilidade com economia de esforço. 
Dessa forma, ele não precisará prestar tanta atenção no gesto de arremessar 
e, consequentemente, atentará a outras características do ambiente que 
influenciam o seu padrão de movimento. 
 Um aspecto importante referente ao processo de aprendizagem motora, 
presente em todas as teorias citadas, é a quantidade de melhora do desempenho 
em cada fase. 
 Nos estágios iniciais da aprendizagem, o indivíduo apresenta uma rápida e 
grande melhora e torna-se mais habilidoso a cada execução. No entanto, no estágio 
final, como ele já é muito capaz, as melhorias na performance são lentas. 
 Nesses casos, pode-se adicionar algumas dificuldades, como realizar um 
treino técnico com a fadiga já instaurada (um treino de finalização no futebol após 
todo o treinamento físico). 
Em conclusão, a aprendizagem motora é um conjunto de processos 
cognitivos, que resulta em uma melhora relativamente permanente na capacidade 
do indivíduo em desempenhar uma habilidade, devido à prática ou à experiência. 
 
41 
 
Já o processo de aprendizagem se influencia pela interação do indivíduo com 
o ambiente e a tarefa a ser executada. Por fim, diversas teorias foram elaboradas 
sobre como ele ocorre. Em todas elas, o aprendiz parte de um estágio inicial, no 
qual ele demanda de muita atenção para executar as habilidades, com desempenho 
inconsistente e uma grande quantidade de erros grosseiros; culminando em um 
estágio final, em que ele demanda de baixa atenção para realizar as habilidades, 
com desempenho consistente e poucos erros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
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