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Montes Claros/MG - Outubro/2015
Alex Sander Freitas
Andréia Luciana Ribeiro de Freitas
Anibal Ribeiro Júnior
Luciana Mendes Oliveira
Sarah Carine Gomes Aragão
Aprendizagem 
Motora 
2015
Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG) - Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica:
ISBN - 978-85-7739-678-8
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
REITOR
João dos Reis Canela
VICE-REITORA
Antônio Alvimar Souza 
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Jânio Marques Dias
EDITORA UNIMONTES
Conselho Consultivo
Adelica Aparecida Xavier
Alfredo Maurício Batista de Paula
Antônio Dimas Cardoso
Carlos Renato Theóphilo,
Casimiro Marques Balsa
Elton Dias Xavier
José Geraldo de Freitas Drumond
Laurindo Mékie Pereira
Otávio Soares Dulci
Marcos Esdras Leite
Marcos Flávio Silveira Vasconcelos Dângelo
Regina de Cássia Ferreira Ribeiro
CONSELHO EDITORIAL
Ângela Cristina Borges
Arlete Ribeiro Nepomuceno
Betânia Maria Araújo Passos
Carmen Alberta Katayama de Gasperazzo
César Henrique de Queiroz Porto
Cláudia Regina Santos de Almeida
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Luciana Mendes Oliveira
Maria Ângela Lopes Dumont Macedo
Maria Aparecida Pereira Queiroz
Maria Nadurce da Silva
Mariléia de Souza
Priscila Caires Santana Afonso
Zilmar Santos Cardoso
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Carla Roselma Athayde Moraes
Waneuza Soares Eulálio
REVISÃO TÉCNICA
Gisléia de Cássia Oliveira
Káthia Silva Gomes
Viviane Margareth Chaves Pereira Reis
DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
Andréia Santos Dias
Camilla Maria Silva Rodrigues
Sanzio Mendonça Henriques
Wendell Brito Mineiro
CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Camila Pereira Guimarães
Joeli Teixeira Antunes
Magda Lima de Oliveira
Zilmar Santos Cardoso
diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS/
Unimontes
Maria das Mercês Borem Correa Machado
diretora do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes
Mariléia de Souza
diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA/Unimontes
Paulo Cesar Mendes Barbosa
Chefe do departamento de Comunicação e Letras/Unimontes
Maria Generosa Ferreira Souto
Chefe do departamento de educação/Unimontes
Maria Cristina Freire Barbosa
Chefe do departamento de educação Física/Unimontes
Rogério Othon Teixeira Alves
Chefe do departamento de Filosofi a/Unimontes
Alex Fabiano Correia Jardim
Chefe do departamento de Geociências/Unimontes
Anete Marília Pereira
Chefe do departamento de História/Unimontes
Claudia de Jesus Maia
Chefe do departamento de estágios e Práticas escolares
Cléa Márcia Pereira Câmara
Chefe do departamento de Métodos e Técnicas educacionais
Káthia Silva Gomes
Chefe do departamento de Política e Ciências Sociais/Unimontes
Carlos Caixeta de Queiroz
Ministro da educação
Renato Janine Ribeiro
Presidente Geral da CAPeS
Jorge Almeida Guimarães
diretor de educação a distância da CAPeS
Jean Marc Georges Mutzig
Governador do estado de Minas Gerais
Fernando Damata Pimentel 
Secretário de estado de Ciência, Tecnologia e ensino Superior
Vicente Gamarano
Reitor da Universidade estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos Reis Canela
vice-Reitor da Universidade estadual de Montes Claros - 
Unimontes
Antônio Alvimar Souza 
Pró-Reitor de ensino/Unimontes
João Felício Rodrigues Neto
diretor do Centro de educação a distância/Unimontes
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Coordenadora da UAB/Unimontes
Maria Ângela Lopes Dumont Macedo
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Autores
Andréia Luciana Ribeiro de Freitas
Bacharel e Licenciada em Educação Física e Pós-Graduada em Atividade Física em 
Academia pela Unimontes, Professora do Departamento de Educação Física e do 
Desporto da Unimontes, Professora de Educação Física da rede Estadual de Ensino.
Alex Sander Freitas
Bacharel e Licenciado em Educação Física e Pós-Graduado em Atividade Física em 
Academia pela Unimontes, doutorando em Ciências do Desporto pela Universidade 
de Coimbra. Professor do Departamento de Educação Física e do Desporto da 
Unimontes, Professor do Curso de Educação Física da Funorte.
Anibal Ribeiro Júnior
Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em 
Medicina pela Universidade Federal de São Paulo. Graduado em Biomediciana pela 
Universidade de Mogi das Cruzes. Coordenador do Instituto Educação Santa Cruz 
(IESC).
Luciana Mendes Oliveira
Mestre em Educação Física e Desporto pela universidade Trás dos Montes e 
Alto Douro – Portugal, reconhecimento em Ciências do Movimento pela UFRG. 
Especialista em Saúde da Família pela Unimontes. Graduação em Educação Física. 
Professora do Departamento de Educação Física e do Desporto da Unimontes.
Sarah Carine Gomes Aragão
Bacharel e Licenciada em Educação Física e Pós-Graduada em Personal Treinning e 
Treinamento Físico pela Unimontes. Professora do Departamento de Educação Física 
e do Desporto da Unimontes. Coordenadora de Tutoria curso de Educação Física UAB-
Unimontes. Vice-diretora de escola estadual em Montes Claros.
Sumário
Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
Compreendendo a Natureza do Movimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.2 Construindo um Cérebro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.3 Domínios do Comportamento Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Classificação das Habilidades Motoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
2.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
2.2 Classificação Unidimensional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
2.3 Classificação Bidimensional de Gentile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4 Esquema Multidimensional Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
Teorias da Aprendizagem Motora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Teoria do Circuito Aberto (Keele, 1968). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 Teoria Fechada (Adams, 1971) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
3.4 Teoria do Esquema (Schmidt, 1975) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .24
3.5 Teoria Ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.6 Teoria dos Sistemas Dinâmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
3.7 Teoria do Processamento de Informações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
3.8 Teorias Associadas aos Estágios de Habilidade na Aprendizagem Motora . . . . . . . . .27
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
Aprendizagem Motora Preparando a Experiência de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . .31
4.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
4.2 Estabelecendo Metas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
4.3 Transferência de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32
4.4 O Aprendiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32
4.5 Feedback . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.6 Tempo de Reação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.7 Ativação e Ansiedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
4.8 Atenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Ambiente de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
5.2 Tipos de Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Referência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
Referências Básicas e Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
9
Educação Física - Aprendizagem Motora 
Apresentação
Caro (a) acadêmico (a), 
A aprendizagem é um processo de alteração na conduta de um individuo seja nos seus as-
pectos cognitivos, afetivos ou motores. Para que haja sucesso no processo de aprendizagem, é ne-
cessário que a mesma ocorra através de técnicas de ensino, aquisição de hábitos ou experiência. 
A aprendizagem motora está ligada à aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras bem 
como os processos internos e externos que levam ao refinamento de um ato ou tarefa motora.
Entender como um indivíduo aprende um movimento e associa vários movimentos para 
executar uma habilidade motora mais complexa é que nos leva a estudar sobre aprendizagem 
motora. Como alguém controla um movimento? Quais mecanismos estão envolvidos no proces-
so de aprendizagem de uma tarefa motora? Quais fatores influenciam na execução e eficiência 
da habilidade motora? Todas estas questões permeiam os processos e mecanismos de aquisição 
de uma habilidade motora.
A necessidade da aprendizagem é algo inerente a qualquer indivíduo desde o nascimento, 
não importando o grau de capacidade ou de dificuldade que apresente. Portanto, essa necessi-
dade deve ser estimulada com precisão e sabedoria, sendo o ambiente escolar, familiar e social, 
sem dúvida, os lugares onde essa aprendizagem ocorre com mais satisfação. Queremos propor-
cionar a vocês, acadêmicos, reflexões acerca do processo de ensino-aprendizagem de uma ha-
bilidade motora. Compreendendo a aprendizagem motora como processo dinâmico, multidi-
mensional, que transforma o ser humano de forma integral, mas isso só ocorre através de um 
ambiente de aprendizagem planejado, adequado e estimulador.
Bons estudos!
Os autores.
11
Educação Física - Aprendizagem Motora 
UnidAde 1
Compreendendo a Natureza do 
Movimento
Andréia Luciana Ribeiro de Freitas
Alex Sander Freitas
Aníbal Ribeiro Júnior
1.1 Introdução
O movimento é um elemento básico na interação entre o ser humano e o ambiente, consti-
tui-se num fenômeno bastante abrangente que envolve a interpretação de várias informações. 
Essas informações podem ter origem em diferentes meios internos e externos ao executante. O 
ato de produzir movimento só é possível, quando o indivíduo adquire a capacidade de integrar 
estruturas corporais com processos cerebrais, ou seja, somar a ação (conhecimento), percepção 
(informações sensoriais significativas) e cognição (interpretação das informações, objetivos) (MA-
GILL, 1984; GALLAHUE, OZMUN e GOODWAY, 2013).
O processo de desenvolvimento motor e aprendizagem motora são percebidos através das 
mudanças significativas na eficiência da produção de movimento, para isso é relevante a com-
preensão dos vários significados do movimento e suas funções. O movimento humano como 
meio de aprendizagem implica o uso do movimento como meio para alcançar um fim. O objeti-
vo do uso do movimento, nessa perspectiva, é a aprendizagem de várias competências do indiví-
duo, entre elas cognitivas, afetivas ou motoras. O movimento como fim implica a aprendizagem 
do próprio ato motor. Envolve o contínuo desenvolvimento da capacidade de utilizar o corpo 
com crescente eficiência no controle e qualidade do movimento. 
A Aprendizagem Motora tem como objetivo compreender como a prática, o feedback e as 
diferenças individuais influenciam na aquisição, retenção e na transferência de uma habilidade. 
Para que você, acadêmico(a), compreenda o processos que permeiam a aprendizagem de uma 
habilidade motora, é necessário que relembremos alguns princípios do desenvolvimento hu-
mano, os domínios do comportamento humano e informações básicas sobre o sistema nervoso 
central com ênfase no controle motor.
1.2 Construindo um Cérebro
O sistema nervoso central (SNC) é o 
centro de comando do comportamento 
humano. Esse sistema é complexo, com-
posto pelo cérebro e a medula espinhal for-
ma o centro de atividade para organização 
e integração de informações sensoriais e 
motoras no controle do movimento. Vamos 
abordar, a seguir, estruturas anatômicas 
e suas funções dentro da perspectiva da 
aprendizagem motora para auxiliar você, 
acadêmico(a) em estudos posteriores sobre 
controle de movimento. 
GLOSSáRiO
Aprendizagem Moto-
ra: aquisição de com-
petência na realização 
de um ato motor que 
resulta em uma melhora 
permanente na sua 
execução.
desenvolvimento Mo-
tor: série de mudanças 
na capacidade de movi-
mento do ser humano 
apresenta-se como um 
processo progressivo, 
organizado e interde-
pendente que resultará 
na aprendizagem/reali-
zação/aprimoramento 
de um movimento ao 
longo do ciclo de vida.
◄ Figura 1: EncéfaloFonte: Disponível em 
<http://www.mudic.es/
usamos-solo-el-10-de-
nuestro-cerebro>. Acesso 
em 20 jun.2015.
12
UAB/Unimontes - 5º Período
O encéfalo consiste em três partes principais: cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O cé-
rebro constitui 70% sistema nervoso e controla pensamento, memória, linguagem e emoções; 
ele se divide em dois hemisférios cada hemisfério se subdivide em quatro setores ou lobos: lobo 
occipital (processa informações visuais); lobo temporal (auxilia na audição e linguagem); lobo pa-
rietal (recebe informações táteis e espaciais, e facilita coordenação óculo-manual); lobo frontal 
(permite funções de nível superior como fala e raciocínio). 
O córtex cerebral é a parte externa do cérebro formado pela massa cinzenta que é responsá-
vel pelo processamento de informações e atividades mentais. Já o córtex sensório-motor, tálamo, 
hipocampo e gânglios basais controlam os movimentos e funções básicas à sobrevivência. O cór-
tex cerebral é responsável por funções mentais complexas e desenvolvidas, como a linguagem, 
percepção, cognição, memória e emoções. Nele estão armazenadas as representações simbólicas 
que permitem ao sujeito responder com uma ação às solicitações do meio, ou seja, a estímulos 
propostos pelo ambiente .
O cérebro é composto de neurônios e células gliais. Neurônios ou células nervosas enviam 
e recebem informações. As Células Gliais sustentam e protegem os neurônios. As principais 
funções das células da glia são cercar os neurônios e mantê-los no seu lugar; fornecer nutrien-
tes  e  oxigênio para os neurônios; isolar um neurônio do outro; destruir  patógenos  e remover 
neurônios mortos. Mantêm a homeostase, formam mielina e participam na transmissão de sinais 
no sistema nervoso.
Os axônios e dendritos também são partes integrantes do neurônio, formando extensões 
estreitas e ramificações. Os axônios enviam mensagens para outro neurônio, que são recebidas 
pelos dendritos através da sinapse. Um neurônio pode ter de 5 a 100mil conexões sinápticas. A 
multiplicação de dendritos e conexões ocorre especialmente entre o 2º mês de gestação até 2 
anos de vida.
De acordo com Ma-
gill (2011), existem três 
classes funcionais de 
neurônios; são eles: os 
neurônios aferentes ou 
neurônios sensoriais, 
neurônios eferentes ou 
neurônios motores e in-
terneurônios. Os neurô-
nios sensoriais também 
chamados de aferentes 
são células nervosas que 
enviam impulsos ner-
vosos para o Sistema 
Nervoso Central (SNC). 
Os neurônios motores 
também chamados de 
eferentes enviam impulsos nervosos do SNC para os músculos esqueléticos. Enquanto os inter-
neurônios, também chamados de neurônio de associação, conduzem os impulsos nervosos dos 
neurônios sensoriais para os neurônios motores localizados no SNC.
GLOSSáRiO
Mielinização: é o pro-
cesso de revestimento 
dos neurônios por uma 
substancia gordurosa 
(mielina) que permite 
maior rapidez de comu-
nicação entre as células.
GLOSSáRiO
Sinapse: lacunas dimi-
nuídas preenchidas por 
neurotransmissores que 
executam a transmissão 
de mensagem de um 
neurônio para o outro.
Figura 3: Neurônio 
visualização da fenda 
sináptica
Fonte: Disponível em 
<http://www.sobiologia.
com.br/conteudos/His-
tologia/epitelio29.php>. 
Acesso em 20 jun. 2015.
►
Figura 2: Neurônio e 
células gliais 
Fonte: Disponível em 
<http://www.colegiovas-
codagama.pt/ciencias3c/
decimo/unidade41.html>. 
Acesso em 20 jun .2015.
►
13
Educação Física - Aprendizagem Motora 
O cerebelo é a segunda maior porção do encéfalo; entre as funções realizadas por ele, pode-
mos citar:
•	 Compara o movimento pretendido programado pelas áreas motoras no telencéfalo com o 
que realmente está ocorrendo.
•	 Recebe informações sensitivas dos músculos, tendões, articulações, receptores de equilíbrio 
e receptores visuais.
•	 Auxilia a coordenar sequências complexas de contrações dos músculos esqueléticos.
Segundo Tortora (2001, p.237), “o cerebelo é a principal região do encéfalo que regula a pos-
tura e o equilíbrio e torna possível todas as atividades motoras, desde apanhar uma bola de bei-
sebol até dançar.”
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao 
cerebelo. Possui três funções gerais:
•	 Recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; 
•	 Contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras re-
giões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquer-
do do cérebro, controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito do cérebro 
controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); 
•	 Regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou 
menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fi-
bras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). 
Além destas três funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham fun-
ções motoras e sensitivas específicas.
Segundo Papalia, Olds e Feldmann (2006), mudanças típicas da 1ª e 2ª infância parecem vin-
culadas à maturação do corpo e do cérebro – o desdobramento de uma sequência geneticamente 
influenciada e, muitas vezes relacionada à idade, de mudanças físicas e padrões de comportamen-
to, incluindo a prontidão para adquirir novas habilidades. O crescimento do cérebro ocorre antes 
e após o nascimento, sendo o período da infância fundamental para seu futuro desenvolvimento. 
O cérebro no nascimento possui 25% do seu peso na idade adulta, que é de aproximada-
mente 1,5kg. Atingindo 70% do seu peso quando o individuo completa 3 anos de idade, já aos 6 
anos ele aproxima do seu tamanho máximo. O crescimento cerebral não ocorre de maneira regu-
lar e contínua, e sim de forma intermitente, apresentando surtos de crescimento que coincidem 
com a aprendizagem de um novo comportamento.
1.3 Domínios do Comportamento 
Humano
A taxionomia das respostas humanas às exigências do ambiente para fins educacionais foi 
popularizada por Bloom e colaboradores em 1956; o objetivo era melhorar o estudo do desen-
volvimento humano e seus comportamentos. O comportamento humano é dividido em três do-
mínios: cognitivo, afetivo e psicomotor ou simplesmente motor. Compreender os domínios do 
comportamento humano nos ajuda a entender como indivíduo interage com o ambiente, esta-
belece uma meta, elabora um plano de ação para atingir o objetivo, faz a verificação experimen-
tal de seu movimento, avalia os resultados e apreende os aspectos relevantes para novas apren-
dizagens.
1.3.1 Domínio Cognitivo
É “aplicado ao estudo do comportamento motor, envolvendo a relação entre mente e cor-
po” (GALLAHUE, OZMUN e GOODWAY, 2013, p.31). As atividades intelectuais caracterizadas pela 
capacidade do organismo de utilizar informações formam o domínio cognitivo. Nesse domínio, 
o indivíduo deve ser capaz de: descobrir ou reconhecer a informação; reter ou armazenar infor-
mações, ou seja, memória; gerar informações; tomar decisão, ou seja, interpretar as informações.
GLOSSáRiO
Aferentes: as infor-
mações sensoriais 
aferentes são trazidas 
para o sistema nervoso 
central.
eferentes: informações 
eferentes são transmi-
tidas, enviadas à saída, 
ou seja, são enviadas 
aos músculos que irão 
executar uma ação 
motora.
diCA
Para melhor entendi-
mento do desenvol-
vimento do cérebro 
e o desenvolvimento 
cognitivo leia capítulos 
4 e 5 do livro:
PAPALIA, D.E.; OLDS, 
S.W.; FELDMAN, R.D. 
Desenvolvimento 
Humano. 8. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2006.
14
UAB/Unimontes - 5º Período
1.3.2 Domínio Afetivo
São comportamentos que envolvem sentimentos e emoções. Para Gallahue, Ozmun e Goo-
dway (2013), o domínio afetivo está ligado ao estudo que envolve os sentimentos e emoções 
aplicadas ao próprio indivíduo e aos outros por meio do movimento. Nesse domínio, deve-se le-
var em consideração alguns aspectos como: segurança nos movimentos; competência percebi-
da; autoconceito; capacidadede socialização e aspectos culturais.
1.3.3 Domínio Motor
O movimento é a 
base desse domínio, que 
inclui o entendimento 
dos processos de mu-
dança, controle, estabili-
zação nas estruturas físi-
cas e no funcionamento 
neuromuscular durante 
a realização de um ato 
motor. Para que ocorra 
um movimento, é neces-
sário interação entre três 
fatores: Individuais: com-
posto pela hereditarie-
dade, biológicos, natu-
reza, que são os fatores 
intrínsecos. Ambientais: 
composto pela experiên-
cia, o aprendizado, en-
corajamento, que são os 
fatores extrínsecos. Fatores da Tarefa: que são as exigências físicas e dificuldades mecânicas da 
tarefa (MAGILL, 2011; SCHMIDT e WRISBERG, 2010).
A aquisição de um 
ato ou tarefa motora de-
pende da realização do 
movimento, que pode 
ser considerada como a 
menor parte de uma ha-
bilidade motora. Segun-
do Magill (2011, p.29), 
“movimentos indica 
caracteristicas compor-
tamentais da cabeça,-
corpo e/ou um membro 
específico ou combina-
ções de membros”.Os 
movimentos são formas 
de conduta global que 
devem ser amplamente 
exploradas por meio das 
percepções visuais,táteis,auditivas e sinetésicas. O indivíduo para realizar um movimento neces-
sita de um propósito a ser atingido, que pode ser: comunicar uma ideia ou conceito; expressar 
sentimentos ou emoções, relacionar-se com os outros e com o mundo.
Para entendermos a complexidade do movimento humano, é necessário conhecermos a 
forma como o movimento é classificado durante as fases do desenvolvimento humano; para 
isso vamos entender a taxionomia proposta por David L. Gallahue que atende bem a nossa 
proposta de estudo.
Figura 5: Fases do 
desenvolvimento motor 
representado pela 
imagem da ampulheta.
Fonte: GALLAHUE, OZMUN 
& GOODWAY, 2013, p.69
►
Figura 4: Aspectos 
presentes no contexto 
da realização de uma 
habilidade motora.
Fonte: Adaptado a partir 
de GALLAHUE, OZMUN E 
GOODWAY, 2013, p.22.
►
15
Educação Física - Aprendizagem Motora 
Taxonomia de David L. Gallahue
•	 Movimento reflexos do útero até 4 meses de vida: São as primeiras formas de movimento 
humano; através dos reflexos, a criança recém-nascida obtém informações sobre o ambien-
te (sons, luz, toque, etc.). Esses movimentos involuntários e a maturação do SNC ajudam a 
criança a conhecer seu corpo e seu mundo.
•	 Movimentos rudimentares dos 4 meses ao 2º ano de vida: Caracterizam-se pelo apare-
cimento dos primeiros movimentos voluntários; eles são determinados de forma matu-
racional por uma seqüência aparentemente previsível. O nível com que essas habilidades 
aparecem depende de fatores biológicos, ambientais e da tarefa. Envolvem movimentos 
estabilizadores, como controle da cabeça, pescoço; movimentos manipulativos de alcançar, 
agarrar e soltar; e movimentos locomotores de arrastar, engatinhar e andar.
•	 Movimentos Fundamentais dos 2 aos 7 anos de vida: A criança na idade pré-escolar de-
senvolve movimentos básicos (andar, correr, pular, lançar, agarrar, etc.) que serão necessá-
rios para habilidades motoras posteriores. Esta fase é a mais crítica para que as formas mo-
toras básicas sejam desenvolvidas corretamente. Para que a criança possa aperfeiçoar os 
padrões desses movimentos, é necessária a participação em atividades ao ar livre, jogos e 
brincadeiras que envolvam a utilização dos movimentos fundamentais.
•	 Movimentos especializados: nesta fase, as habilidades locomotoras, manipulativas e esta-
bilizadoras são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas, para serem utilizadas 
em situações cada vez mais exigentes. Um movimento especializado exige a capacidade de 
executar uma ação complexa ou uma forma motora com alto grau de eficiência, combinando 
vários elementos do ato motor e incorporando todos os fatores relativos ao desenvolvimento 
motor previamente aprendido. Os movimentos especializados se dividem em três estágios:
estágio transitório dos 7 aos 10 anos de vida: combina e amplia habilidades motoras fun-
damentais para o esporte em ambientes recreacionais. Estágio de aplicação dos 11 aos 13 anos 
de vida: ocorre um aumento das habilidades cognitivas e das experiências, tornando o indivíduo 
capaz de decisões sobre os fatores inerentes à tarefa, ao indivíduo e ao ambiente para participar 
de atividades cada vez mais complexas. Essa é a época para refinar e usar habilidades mais com-
plexas em jogos mais difíceis, atividades de liderança e de esportes. Estágio de utilização perma-
nente acima dos 14 anos: a especialização representa o ápice do processo de desenvolvimento, 
sendo caracterizada pelo uso do repertório de movimentos adquiridos pelo indivíduo em toda a 
vida (GALLAHUE, OZMUN e GOODWAY, 2013).
A análise dos vários modelos sequenciais de desenvolvimento motor é importante por for-
necer subsídios na estruturação de programas de atividade motora, além de servir de base para a 
formulação de teorias a respeito do processo de desenvolvimento motor (GALLAHUE, OZMUN e 
GOODWAY, 2013).
Para Wallon (1975), em seus estudos sobre o desenvolvimento infantil, o movimento corpo-
ral é um elemento importante para a constituição do sujeito. O movimento representa ao mes-
mo tempo uma manifestação corporal e psíquica, pois, através do movimento, a criança constrói 
significações para o mundo exterior, desenvolvendo-se em seus aspectos afetivos, cognitivos e 
motores. Entender os significados e objetivos do movimento no processo de aprendizagem de 
uma habilidade é que torna necessário o estudo da aprendizagem e do desenvolvimento motor.
Referências
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
MAGILL, R.A. Aprendizagem motora: Conceitos e aplicações. São Paulo: Edagard Blucher, 1984.
MAGIL, R. A. Aprendizagem e controle motor: conceitos e aplicações. 8. ed. São Paulo: Phorte, 
2011.
PAPALIA, D.E.; OLDS, S.W.; FELDMAN, R.D. desenvolvimento Humano. 8. ed. Porto Alegre: Art-
med, 2006.
SCHIMIDT, R. A; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e Performance Motora: Uma Abordagem da 
Aprendizagem Baseada na Situação. 4. ed. Porto Alegre, 2010.
ATividAde
1) Leia com atenção o 
capítulo 1 e identifique 
os significados e fun-
ções do movimento na 
aprendizagem e desen-
volvimento humano.
2) Explique os aspectos 
presentes no contexto 
da realização de uma 
habilidade motora.
3) Cite as partes do 
encéfalo e, em seguida, 
descreva as funções 
relacionadas à aprendi-
zagem motora.
Acadêmico (a) poste 
suas respostas no 
fórum.
16
UAB/Unimontes - 5º Período
TORTORA, G. J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Art-
med, 2001.
WALLON, Henri. Psicologia da educação e da infância. Lisboa, Portugal: Editorial Estampa, 
1975.
17
Educação Física - Aprendizagem Motora 
UnidAde 2
Classificação das Habilidades 
Motoras
Andréia Luciana Ribeiro de Freitas
Alex Sander Freitas
Aníbal Ribeiro Júnior
2.1 Introdução
Num belo dia de sol, você anda de bicicleta pelo parque cheio de crianças correndo, irregu-
laridades no piso, ruídos, etc. Para realizar está tarefa, neste ambiente, você vai executar vários 
movimentos e prestar atenção a diferentes informações ambientais. Esta situação é conhecida 
como ambiente aberto, pois o executante deve adaptar seus movimentos às situações mutáveis 
do ambiente. O indivíduo produz um movimento para obedecer às demandas da tarefa que está 
sendo executada em um ambiente específico. A habilidade executada pelo indivíduo deve cum-
prir as demandas da tarefa por meio da interação com o ambiente, determinando sua capacida-
de funcional (COOK; WOOLLACOTT, 2002).
A classificação das habilidades motoras em categorias gerais nos permite um melhor enten-
dimento das características que distinguem uma habilidade de outra, e a forma como elas são 
realizadas e aprendidas. 
Segundo Schimidt e Wrisberg (2010), os cientistas do movimento têm utilizado para classifi-
car as habilidades na perspectiva de como a tarefa é organizada, o nívelde importância dos com-
ponentes motores e cognitivos na realização da tarefa e previsibilidade do ambiente, ou seja, o 
comportamento do ambiente durante a realização da tarefa. “Existem esquemas unidimencio-
nais e bidimencionais para classificação das habilidades motoras, mas nenhum deles captura 
completamente a amplitude,a profundidade e o escopo do movimento humano” (GALLAHUE, 
OZMUN e GOODWAY, 2013, p.34).
Para continuarmos nosso estudo sobre a classificação das habilidades motoras, é necessário 
esclarecermos os conceitos sobre habilidade motora, pois ela pode ser entendida como: 
Habilidade como ato ou tarefa motora: refere-se às ações motoras que devem ser aprendi-
das para serem executadas corretamente (MAGILL, 1984). 
Habilidade como indicador de qualidade ou desempenho: refere-se ao executante e sua 
competência na realização de uma determinada ação motora, ou seja, está ligada à produtivida-
de, rendimento na execução do movimento (MAGILL, 1984).
Neste capitulo iremos expor vários tipos de classificação das habilidades de movimento, a 
fim de proporcionar aos acadêmicos as bases adequadas para estabelecer princípios e ligações 
entre os processos de desempenho e aprendizagem do movimento. 
2.2 Classificação Unidimensional
Na perspectiva de classificação unidimensional, apenas uma característica da habilidade é 
analisada, apresentaremos três classificações unidimensionais para melhor ilustrar as categorias 
e dimensões de análise de uma habilidade motora. Em seguida, apresentaremos também classi-
ficação bidimensional e multidimensional das habilidades de movimento.
GLOSSáRiO
Habilidade: uma tarefa 
com uma finalidade 
específica a ser atingida. 
Um indicador de quali-
dade de desempenho.
Movimentos: caracte-
rísticas comportamen-
tais da cabeça, corpo e 
ou um membro especí-
fico ou combinações de 
membros.
Ações: respostas a me-
tas que consistem em 
movimentos do corpo 
e/ou dos membros.
18
UAB/Unimontes - 5º Período
2.2.1 Classificação Unidimensional, Segundo Magill (1984, 2011)
1) Tamanho da musculatura principal requerida 
As habilidades podem ser analisadas e classificadas de acordo com tamanho do grupo mus-
cular utilizado para sua realização e precisão exigida pelo movimento, podendo ser classificada em:
Habilidades motoras globais: uma habilidade motora é considerada global quando sua 
execução envolve grandes grupos musculares. Geralmente são habilidades motoras fundamen-
tais como andar, correr, saltar, etc.
Habilidades motoras finas: habilidade motora que exige para sua execução o controle de 
pequenos grupos musculares e requerem grande precisão de movimento das mãos e dedos e 
coordenação óculo-manual. Geralmente são habilidades manuais como escrever, tocar piano, di-
gitar, etc.
2) Pontos iniciais e finais dos movimentos de uma habilidade
Uma habilidade motora pode ser classificada de acordo com a especificidade da posição de 
início e fim do movimento em:
Habilidade motora discreta: quando a habilidade possui ponto inicial e final de execução 
bem definidos. Geralmente são movimentos simples como desligar um interruptor, acionar um 
pedal, arremessar uma bola, etc. 
Habilidades motoras contínuas: quando o ponto inicial e final da habilidade é indefinido. 
Normalmente, a habilidade repete a organização dos movimentos, como, por exemplo: nadar, 
remar ou correr.
Habilidades motoras seriadas: quando existe uma combinação de ações motoras para a 
realização de uma habilidade. São habilidades que exigem a combinação de uma série de movi-
mentos discretos para formar um movimento seriado, por exemplo: salto em distância = corrida 
+ salto, trocar a marcha em um automóvel, corrida com obstáculos, etc.
3) estabilidade do ambiente 
Segundo Magill (2011), em um sistema de classificação de habilidades motoras, o meio am-
biente se refere à superfície de apoio na qual a pessoa realiza a atividade, os objetos utilizados 
na habilidade e as pessoas envolvidas na situação em que ocorre a habilidade. Vamos analisar as 
seguintes situações: na primeira, o indivíduo pratica natação no mar, onde a água está em movi-
mento constante de ondas e existe a presença de outros banhistas. Na segunda situação, o na-
dador pratica natação na piscina, onde existem raias para delimitar espaços e evitar o movimen-
to de ondas causadas pela presença de outros nadadores. No primeiro caso, o nadador do mar 
está em um ambiente instável, onde ocorre ação das ondas e de outros banhistas, neste caso o 
ambiente é considerado aberto. Já na piscina, o ambiente pode ser considerado estável, ou seja, 
fechado. Levando em consideração a estabilidade do ambiente onde a habilidade é realizada, 
podemos classificar em: 
Habilidade motora aberta: a execução da ação motora ocorre em um ambiente imprevisí-
vel, de mudança contínua. O início do movimento independe do executante, por exemplo, ação 
de bloqueio no voleibol só irá ocorrer mediante a ação de ataque do time adversário.
Habilidade motora fechada: a execução da ação motora ocorre em um ambiente previsí-
vel, estável. O início e o término do movimento dependem do executante, por exemplo, sentar 
se em uma cadeira, pegar uma xícara de café sobre a mesa, jogar uma bola de boliche, etc.
2.2.2 Classificação Unidimensional, Segundo Schmidt e Wrisberg 
(2010) 
1) Habilidades classificadas pela organização da tarefa: 
Habilidade discreta: uma habilidade ou tarefa que é organizada de maneira que a ação é 
normalmente breve em duração, tem início e fim bem definidos.
Habilidade seriada: um tipo de organização da habilidade caracterizado por várias ações 
discretas conectadas em uma sequência, sendo, freguentemente, a ordem das ações crucial para 
o sucesso da performance.
Habilidade contínua: uma habilidade organizada de maneira que a ação se desdobra sem 
início e fim identificáveis, de uma forma contínua e repetitiva.
GLOSSáRiO
Habilidade Motora: 
é a tarefa ou ação de 
movimento voluntário, 
aprendida, orientada 
para um objetivo, 
realizada por uma ou 
mais partes do corpo” 
(GALLAHUE, OZMUN e 
GOODWAY, 2013, p.32). 
19
Educação Física - Aprendizagem Motora 
2) Habilidades classificadas pela importância relativa dos elementos motores e cognitivos
Habilidade motora: é a habilidade na qual o principal determinante do sucesso do movi-
mento é a qualidade do próprio movimento, por exemplo, no salto em altura, a realização corre-
ta e eficiente dos movimentos é que alcançará o objetivo, que é um salto de maior altura vertical.
Habilidade cognitiva: é a habilidade na qual os aspectos perceptivos e de tomada de de-
cisão são mais importante do que a produção do movimento. A estratégia na realização do mo-
vimento é a chave para o sucesso na execução do movimento, por exemplo, decidir qual peça 
mover no jogo de xadrez, a concentração do indivíduo na realização de flexão e extensão após 
cirurgia de joelho no trabalho de reabilitação de movimento.
3) Habilidades classificadas pelo nível de previsibilidade ambiental
Habilidade aberta: a habilidade é executada em um ambiente imprevisível ou o mesmo 
está em movimento exigindo que o executante adapte seus movimentos em resposta às proprie-
dades dinâmicas do ambiente.
Habilidade fechada: a habilidade é executada em um ambiente que é previsível ou estacio-
nário, permitindo que o executante planeje seus movimentos antecipadamente.
2.2.3 Classificação Unidimensional, Segundo Gallahue, Ozmun e 
Goodway (2013)
As habilidades motoras podem ser classificadas em quatro categorias:
1) Aspectos musculares do movimento
O movimento pode ser analisado de acordo com tamanho do grupo muscular envolvido e 
a amplitude de movimento, sendo classificado em habilidades motoras amplas ou habilidades 
motoras finas.
2) Aspectos temporais do movimento
Nesta categoria, o movimento é classificado de acordo com sua perspectiva de tempo, início e 
fim da ação motora, podendo ser classificado em habilidade motora discreta, seriada ou contínua.
3) Aspectos ambientais do movimento
Nesta categoria,o movimento é analisado de acordo com o contexto ambiental no qual é 
executado, podendo ser: habilidade motora aberta, realizada num ambiente em constante modi-
ficação ou habilidade motora fechada, onde o ambiente está estável. 
4) Funções pretendidas do movimento
As habilidades podem ser classificadas de acordo com a intenção pretendida em tarefa de 
estabilidade, tarefa de locomoção ou tarefa de manipulação. Todas as tarefas de movimento en-
volvem componentes de equilíbrio, mas “os movimentos que objetivam alcançar e/ou manter a 
orientação corporal estável são chamados de tarefa de estabilidade”(GALLAHUE, OZMUN e GOO-
DWAY, 2013, p.35). As tarefas de locomoção são os movimentos destinados a transportar o corpo 
de um ponto a outro no espaço. A ação de manusear, transmitir força ou receber força de um 
objeto é chamada de tarefa de manipulação de objetos.
O quadro 1 mostra a classificação unidimensional de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), 
com seus conceitos e exemplificações das categorias de movimento.
Quadro 1 - Classificação unidimensional de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013)
Modelo Unidimensional popular para classificação do movimento
Aspectos 
Musculares Aspectos Temporais
Aspectos 
Ambientais 
Aspectos 
Funcionais
Habilidades Mo-
toras Amplas: uso 
de vários músculos 
grandes para execu-
tar a tarefa de movi-
mento (arremessar, 
correr e saltar).
Habilidades Moto-
ras Discretas: com 
início e fim bem 
definidos (apagar um 
interruptor de luz).
Habilidades Moto-
ras Abertas: ocor-
rem em um am-
biente imprevisível 
e constantemente 
mutável (participar 
de uma luta, jogar 
videogame).
Tarefas de Estabi-
lidade: enfatiza o 
ganho ou manuten-
ção do equilíbrio 
em situações de 
movimento estático 
ou dinâmico (sentar 
e levantar, ficar de pé 
em apoio estreito).
20
UAB/Unimontes - 5º Período
Habilidades moto-
ras finas: uso de vá-
rios músculos peque-
nos para executar a 
tarefa de movimento 
com precisão (escre-
ver, digitar, tricotar, 
pintar).
Habilidades Moto-
ras Seriais: série de 
habilidades distintas 
realizadas em rápida 
sucessão (abrir uma 
porta trancada).
Habilidades Mo-
toras Fechadas: 
ocorrem em um am-
biente estável (fazer 
uma jogada no golfe, 
digitar um texto).
Tarefa de Locomo-
ção:
Transportar o corpo 
de um ponto a outro 
do espaço (engati-
nhar, arrastar, correr, 
saltar).
Habilidades Motoras 
Contínuas: repetidas 
continuamente, por 
um período tempo 
arbitrário (pedalar, 
nadar, tocar violino).
Tarefa de Manipula-
ção: transmitir força 
a um objeto ou rece-
ber força dele (bater, 
escrever e tricotar).
Fonte: GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013, p.35.
2.3 Classificação Bidimensional 
de Gentile
As classificações unidimensionais, ao analisar uma única característica do movimento, não 
atendem a toda complexidade das habilidades motoras desempenhada no cotidiano. Partindo 
deste pressuposto, Gentile “propôs essa taxonomia como um guia funcional para fisioterapeutas 
aplicarem em suas atividades clínicas” (MAGILL, 1984, p.11). Embora Gentile tenha desenvolvido 
a taxonomia voltada para trabalho de reabilitação, ela também fornece informações para elabo-
ração de sessões e programa de treinamento para outros profissionais interessados no ensino e 
aprendizagem de habilidades de movimento.
A taxonomia de Gentile leva em consideração duas dimensões de análise:
1ª Contexto ambiental: refere-se ao local onde o movimento é realizado. Podem ocorrer con-
dições reguladoras estacionárias ou móveis; com ou sem variabilidade entre as tentativas. 
As condições reguladoras remetem às características do ambiente no qual a ação motora 
será realizada. Quando realizamos uma caminhada, o tipo de piso é uma condição regulado-
ra, pois as exigências do andar em uma calçada com piso plano são diferentes do andar na 
areia da praia. A presença de outras pessoas caminhando e a manipulação de objetos como 
uma bola também são condições reguladoras. Outro exemplo seria subir uma escada fixa 
e subir uma escada rolante, as exigências do ambiente para realização do movimento são 
diferentes. 
A variabilidade entre as tentativas: analisa se a condição da realização do movimento é 
a mesma entre uma tentativa e outra, por exemplo, sentar e levantar de uma cadeira numa sala 
onde existem diferentes tipos de cadeiras, com alturas e formatos diferentes em cada tentativa 
de sentar e levantar haverá variação do movimento.
2ª A função da ação: refere-se ao movimento pretendido pela tarefa. A habilidade ou tarefa 
pode ser realizada com estabilidade ou locomoção do corpo, com ou sem manipulação de ob-
jetos. “O desempenho de uma habilidade envolve movimento do corpo de um lugar para ou-
tro ou não, e se a habilidade envolve preensão ou uso de objetos ou não” (MAGILL, 2011, p.39). 
Nesta taxonomia, quando analisamos a função da ação em relação à orientação do corpo, 
levamos em consideração dois aspectos: 
1) Alteração na posição do corpo: se ocorre transporte do corpo, ou seja, locomoção.
2) Manutenção da posição do corpo: refere-se à estabilidade do corpo em uma posição para 
realização da tarefa motora. Por exemplo, ficar em pé para beber um copo de água ou atirar 
uma flecha. 
Quando analisamos a função da ação em relação à manipulação de objetos, verificamos se 
ocorre a mudança na posição do objeto, exemplo, no ato de arremessar uma bola. O objeto, no 
caso a bola, sofre mudança de posição. O outro aspecto a ser observado na manipulação de ob-
21
Educação Física - Aprendizagem Motora 
jetos é se há preensão ou uso do objeto. Por exemplo, com o uso da varra no salto em altura, o 
atleta manipula o objeto, segurando-o para realizar a tarefa.
A taxonomia de Gentile tem varias aplicações práticas. Podem ser um guia para avaliação 
das capacidades e limitações na realização do movimento. Ferramenta didática para seleção de 
atividades funcionais adequadas ao ensino e aprendizagem de habilidades motoras. Instrumen-
to para mapear o desenvolvimento individual.
2.4 Esquema Multidimensional 
Gallahue, Ozmun e Goodway 
(2013)
No cotidiano, a aprendizagem está sempre presente, ela deve ser orientada pelos pais, edu-
cadores, instrutores e/ou técnicos. A aprendizagem é uma característica essencial do psiquismo 
humano, pois o ato/vontade de aprender possui caráter intencional, dinâmico e criador (MOR-
GAN, 1977). O caráter intencional denota vontade de aprender, o caráter dinâmico revela que a 
informação está sempre em modificação, coloca o ser humano na busca de novas informações 
para serem aprendidas. Já o caráter criador visa sempre ao aprimoramento da competência ou 
habilidade aprendida pela tentativa e erro.
Segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), o mundo real exige mais que uma classifica-
ção uni- ou bidimensional das habilidades motoras, para atender às necessidades do aprendiz. 
Nessa perspectiva multidimensional, o responsável pelo processo de ensino-aprendizagem deve 
estar atento às seguintes informações:
1) Em que fase do desenvolvimento motor está o aprendiz? Para isso, é necessário identificar 
em qual fase do desenvolvimento motor o aprendiz se encaixa: reflexos rudimentares, fun-
damentais ou especializados.
2) Em que nível de aprendizado da habilidade de movimento o aprendiz se encaixa? Inicial, 
intermediária ou avançada?
3) Qual é o objetivo da tarefa? Utilização na vida cotidiana, para recreação, esporte ou reabili-
tação?
4) O que a tarefa de movimento exige para ser realizada? Habilidade exige aspectos muscula-
res, funcionais, temporais e condições ambientais.
5) Quais são os componentes físicos exigidos na tarefa? Equilíbrio, resistência muscular e força, 
flexibilidade, resistência aeróbica, velocidade ou potência.
Após analisar todas essas informações, os pais, educadores, instrutores e/ou técnicos serão 
mais capazes e conscientes na hora de planejar, selecionar e montar estratégias para o processo 
de ensino,aprendizado e aperfeiçoamento de habilidades motoras. 
Referências
COOK, A. S.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas. São Paulo: Mano-
le, 2002.
FERREIRA, Amarílio; Goellner, Silvana; Bracht, Valter (Orgs.) As ciências do esporte no Brasil. São 
Paulo: Editores Associados, 1995.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
GRECO, Pablo J.; Benda, Rodolfo N. iniciação esportiva universal - da aprendizagem motora:   ao 
treinamento técnico. Belo horizonte: UFMG, 1998.
GLOSSáRiO
Taxonomia: um sis-
tema de classificação 
organizado conforme 
as relações entre as 
características consti-
tuintes de um grupo de 
elementos ou objetos 
que serão separados em 
categorias.
Condições regulado-
ras: características do 
meio ambiente que de-
terminam as exigências 
do movimento necessá-
rias para o desempenho 
de uma ação.
diCA
Para melhor entendi-
mento dos conceitos 
de classificações das 
habilidades motoras, 
leiam capitulo 1 do livro 
GALLAHUE, D. L.; OZ-
MUN, J. C; GOODWAY, 
J. D. Compreendendo 
o desenvolvimento 
motor: bebês, crianças, 
adolescentes e adul-
tos.7. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2013.
ATividAde
1) Leia com atenção as 
classificações unidimen-
sionais das habilidades 
motoras e descreva as 
semelhanças e diferen-
ças entre elas.
2) Cite três exemplos 
de habilidades motoras 
abertas,habilidades mo-
toras fechadas,habilida-
des motoras discretas, 
habilidades motoras 
seriadas, habilidades 
motoras contínuas, 
tarefas de locomoção, 
tarefas de estabilidade e 
tarefas de estabilidade. 
3) Explique qual a 
relevância do esquema 
multidimensional para 
profissionais que traba-
lham com processo de 
ensino-aprendizagem 
de habilidades motoras.
Insira suas observações 
e análises da atividade 
no fórum de discussão.
22
UAB/Unimontes - 5º Período
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: Conceitos e aplicações. São Paulo: Edagard Blucher, 1984.
MAGILL, R. A. Aprendizagem e controle motor: Conceitos e aplicações. 8. ed. São Paulo: Phor-
te, 2011.
MORGAN, Clifford T. introdução à Psicologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.
SCHIMIDT, R. A; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e Performance Motora: Uma Abordagem da 
Aprendizagem Baseada na Situação. 4. ed. Porto Alegre, 2010.
23
Educação Física - Aprendizagem Motora 
UnidAde 3
Teorias da Aprendizagem Motora
Andréia Luciana Ribeiro de Freitas
3.1 Introdução
Na vida cotidiana, realizamos várias habilidades motoras que exigem a ação simultânea de 
braços, mãos e pernas; em outras apenas o trabalho de mãos e dedos. Mas em todas as habilida-
des motoras temos que coordenar vários músculos e articulações ao mesmo tempo. Como isso 
é possível? Como nosso corpo organiza as informações para execução de uma diversidade de 
habilidades motoras que podem ser aplicadas numa infinidade de situações?
A coordenação é definida como “ajuste de padrões de movimentos da cabeça, corpo ou 
membros em relação ao padrão dos objetos e eventos do ambiente”(MAGILL,1984, p.38). Na 
coordenação, o organismo deve organizar a ação dos músculos e articulações em padrões de 
movimento que atendam às exigências da ação motora, bem como do contexto no qual o mo-
vimento será realizado. O sistema nervoso deve controlar vários componentes para realizar um 
padrão de movimento. Mas cada componente do movimento realiza mais de uma ação, exemplo 
a articulação do joelho executa flexão ou extensão. Como controlar cada componente que parti-
cipa da tarefa motora? O sistema nervoso coordena o organismo, de modo a resolver o problema 
dos graus de liberdade para que cada articulação e músculo só executem a ação necessária à 
realização da habilidade pretendida.
Para respondermos às indagações que permeiam o contexto do controle motor, é importan-
te conhecermos as teorias que explicam a aprendizagem motora. Segundo Magill (2011, p.111), 
“na ciência uma teoria nos ajuda a entender os fenômenos e explica as razões por que esses fe-
nômenos existem e se comportam de determinada forma.” As teorias da aprendizagem motora 
buscam explicar como o organismo controla a execução de movimento.
3.2 Teoria do Circuito Aberto 
(Keele, 1968)
A teoria do circuito aberto está baseada no conceito de Programa Motor. O Programa Motor 
é um conjunto de instruções para os músculos, estruturadas antes que comece uma sequência 
de movimento, permitindo que a sequência seja executada sem influência de feedbacks perifé-
ricos (KEELE, 1968). Segundo Adams (1971), o sistema não tem a capacidade de compensação, o 
circuito aberto não tem feedback ou mecanismo para correção do erro. Evidências que apoiam a 
existência dos Programas Motores:
1) Tempo de reação e complexidade do movimento:
Tempo de Reação (TR) é o intervalo de tempo que decorre entre a apresentação repentina 
de um estímulo e o início da resposta. O TR depende da complexidade do movimento. Quanto 
mais complexo for o movimento maior será o TR, ou seja:
O TR aumenta quando elementos adicionais são somados ao movimento.
O TR aumenta quando os movimentos envolvem a coordenação de um número maior de 
membros.
O TR aumenta quando a duração dos movimentos torna-se mais longa.
2) O controle em movimentos balísticos:
Alguns movimentos são muito rápidos, onde os padrões de ação dos músculos e membros 
são ativados e completam a execução em 100 a 200 milissegundos, tempo insuficiente para 
GLOSSáRiO
Graus de liberdade: 
número de elemen-
tos ou componentes 
independentes num 
sistema de controle e 
o número de maneiras 
como cada componente 
pode atuar.
24
UAB/Unimontes - 5º Período
atuação de um feedback ser recebido e processado. Nessa linha de pensamento, temos a deafe-
rentação, procedimento cirúrgico no qual uma via aferente (aquela que leva informações senso-
riais em direção ao SNC) é cortada, evitando que os impulsos nervosos da periferia cheguem até 
a medula espinhal, mas, mesmo assim, o movimento ocorre.
3) efeito de bloquear mecanicamente um membro:
Quando um movimento de extensão de cotovelo é realizado em alta velocidade e ocorre 
um bloqueio inesperado, a atividade elétrica dos músculos envolvidos no movimento tende a 
continuar, ou seja, o programa para executar o movimento existe, e tem como objetivo continuar 
a realização do movimento.
O controle de circuito aberto é composto pelo input (entrada da informação), o impulso 
para o início da ação motora. O input é enviado para o centro de controle ou executivo onde será 
processado. Ocorre a decisão sobre o plano motor que será utilizado na realização da ação moto-
ra. A informação é transmitida ao efetor, no caso os músculos que irão realizar o movimento.
3.3 Teoria Fechada (Adams, 1971) 
A teoria do circuito fechado refere-se a um processo de retroalimentação sensorial na 
aprendizagem do movimento. Nesta teoria o feedback sensorial pode ser utilizado não só para 
planejar e iniciar o movimento, mas, principalmente, para corrigir o movimento iniciado durante 
sua própria execução (GRECO; BENDA, 1998). A explicação é que o circuito fechado utiliza dois 
tipos de memória para realização de um movimento:
1) Traço de memória: utilizado na seleção e iniciação do movimento;
2) Traço perceptivo: construído através da prática do movimento. As informações são armaze-
nadas, tornando-se referência interna para exatidão na realização do movimento. A qualida-
de do movimento é proporcional à força do traço perceptivo (registro/memória).
Nesta teoria, a informação, ou seja, o estímulo para realização do movimento (input) entra 
no centro de comando (executivo), é decodificado. Ocorre a escolha do plano motor, que é en-
viado para o efetor, que executa a ação desejada. O feedback é transmitido para o comparador 
que detecta o erro a partir da análise do que é pretendido para o que está sendo realizado.
3.4 Teoria do Esquema (Schmidt, 
1975)
Surgiu na década de 70, em resposta às limitações da Teoria do Circuito Fechado da Apren-
dizagemMotora. Richard Schmidt (1975) propôs uma teoria que enfatiza os processos do con-
trole de circuito aberto e o conceito de programa motor generalizado. Segundo Schmidt (1975), 
os programas motores não contêm normas específicas para os movimentos, mas, sim, normas 
gerais para uma classe de movimentos específicos. Durante o aprendizado de um novo progra-
ma motor, o indivíduo aprende uma série geral de normas que podem ser aplicadas a uma va-
riedade de contextos. A base desta teoria é o conceito de esquema. “O esquema é uma regra ou 
conjunto que fornece a as bases para tomada de decisão” (MAGILL, 1984, p.44).
A teoria do Esquema da Aprendizagem Motora iguala-se à teoria da Programação Motora, 
pois ambas estão baseadas no Programa Motor Generalizado (PMG). O programa motor ge-
neralizado define um padrão de movimento específico. “Essa flexibilidade permite que os execu-
tantes adaptem o programa generalizado para produzir variações do padrão que atinjam várias 
demandas ambientais” (SCHMIDT; WRISBERG, 2010, p.146). Após a execução de um movimento, 
GLOSSáRiO
Programa motor: é um 
grupo de comandos 
motores pré-estrutura-
dos, capazes de condu-
zir um movimento. 
Feedback: informações 
vindas dos sistemas 
sensoriais que indicam 
as consequências de um 
movimento, ou seja, os 
resultados do movi-
mento.
Figura 6: Circuito 
aberto de controle de 
movimento
Fonte: Elaboração própria.
►
25
Educação Física - Aprendizagem Motora 
o indivíduo armazena na memória quatro aspectos: condições iniciais do movimento; os parâ-
metros utilizados no PMG; efeitos do movimento; conhece os resultados do movimento (CR); as 
consequências sensoriais do movimento.
Essas informações são abstratas e armazenadas na forma de um esquema de lembrança 
(motor), esquema de reconhecimento (sensorial), componentes do esquema da resposta moto-
ra. O esquema da lembrança é utilizado para selecionar uma resposta específica. Quando uma 
pessoa executa um determinado movimento, as condições iniciais e o objetivo desejado no mo-
vimento são informações para o esquema de lembrança. 
O esquema de reconhecimento é utilizado para avaliar a resposta do movimento, suas con-
sequências e resultados. Criando uma representação das consequências sensoriais esperadas, 
cruzando as informações sobre as condições iniciais do movimento mais as consequências do 
movimento e resultados sensoriais. 
As consequências sensoriais esperadas podem ser: feedback proprioceptivo esperado e fee-
dback exterioceptivo esperado. Ao término do movimento, se houver erro, a informação é incluí-
da de volta ao esquema que será, então, modificado, porque o processo de aprendizagem mo-
tora é contínuo, de atualização constante dos esquemas de lembrança e reconhecimento a cada 
movimento executado. A Teoria do Esquema coloca que a variabilidade da prática deve melhorar 
a aprendizagem motora. A hipótese é que a aprendizagem não será afetada apenas pela exten-
são da prática, mas também pela variabilidade da mesma (COOK; WOOLLACOTT, 2002).
3.5 Teoria Ecológica 
Essa teoria propõe que, durante a prática, existe uma busca de estratégias ideais para a exe-
cução da tarefa, dadas às restrições. As restrições aqui abordadas são: as ambientais e as relativas 
à própria realização do movimento. A aprendizagem de um dado movimento está relacionada 
com o aumento da coordenação entre a percepção e a ação.
O sistema de percepção e ação busca uma resposta motora adequada para a tarefa, identi-
ficando as dicas perceptivas do ambiente e do corpo. O sistema incorpora e mapeia as soluções 
para execução do movimento através das dicas reguladoras que são dicas perceptivas essen-
ciais. A exploração do espaço perceptivo motor é essencial para a busca de estratégias ideais. A 
exploração do espaço perceptivo requer a investigação de todas as dicas perceptivas possíveis, 
de modo que o executante identifique aquelas que são mais relevantes para o desempenho de 
uma tarefa específica. As dicas perceptivas essenciais para a maneira como uma tarefa é executa-
da também são chamadas de dicas reguladoras. Da mesma forma, a exploração do espaço motor 
envolve a investigação da amplitude de movimentos possíveis para selecionar os movimentos 
ideais, ou mais eficientes, para a tarefa. As soluções incorporam dicas perceptivas relevantes e as 
estratégias ideais de movimentos para uma tarefa específica.
A visão prática desta teoria no ambiente escolar seria que, para um aluno realizar um drible 
no basquete, ele deve: conhecer as dimensões da quadra; analisar a presença de outros alunos 
na quadra; ignorar informações perceptivas que não são importantes no momento da execução 
do movimento. 
De acordo com a teoria eco-
lógica, as informações percepti-
vas cumprem várias funções na 
aprendizagem motora, pois ocor-
re a associação do objetivo da 
tarefa com o movimento apren-
dido. Essas informações são pas-
sadas para o aprendiz através de 
demonstrações práticas do movi-
mento. A construção do feedback 
é outra função das informações 
perceptivas. Durante o movimen-
to, ocorre a construção do fee-
dback de conhecimento do de-
sempenho e, após, o movimento 
GLOSSáRiO
esquemas: estruturas 
cognitivas básicas que 
formam padrões orga-
nizados de comporta-
mentos, movimentos, 
sensações, utilizados 
em diferentes situações.
Programa Motor 
Generalizado: normas 
para criação de padrões 
espaciais e temporais da 
atividade muscular ne-
cessária à realização de 
um dado movimento.
Feedback Propriocep-
tivo esperado: são as 
informações sensoriais 
que vêm principal-
mente de movimentos 
corporais e de proprio-
ceptores localizados nos 
músculos e articulações 
após o movimento.
Feedback exteriocep-
tivo esperado: são as 
informações sensoriais 
que vêm principalmen-
te de fontes externas ao 
corpo, após a realização 
do movimento.
◄ Figura 7: Drible no 
basquete; o indivíduo 
deve estar atento às 
dicas reguladoras do 
ambiente.
Fonte: Disponível em 
<http://portaldoprofessor.
mec.gov.br>. Acesso em 27 
jun. 2015.
26
UAB/Unimontes - 5º Período
feedback de conhecimento dos resultados. Em resumo, esta abordagem da aprendizagem mo-
tora enfatiza a atividade exploradora e dinâmica do espaço perceptivo/motor, com vistas a criar 
estratégias ideais para execução de uma tarefa motora.
3.6 Teoria dos Sistemas 
Dinâmicos
A perspectiva dinâmica de Bernstein ou Teoria dos Sistemas Dinâmicos explica como o indi-
víduo controla os movimentos coordenados, enfatizando a interação das propriedades dinâmi-
cas do sistema neuromuscular com as propriedades físicas da informação ambiental. Segundo 
Schmidt e Wrisberg (2010, p.144), “um dos princípios da perspectiva dinâmica é a auto-organiza-
ção, que significa que o sistema motor humano é capaz de ajustar-se espontaneamente de um 
estado para outro em certas condições.” É importante ressaltar que a Teoria dos Sistemas Dinâ-
micos vê o sistema motor humano como um sistema complexo que interage com vários graus de 
liberdade. Os graus de liberdade são componentes de um sistema de controle que pode variar 
independentemente e que são controlados para produzir ações eficazes. O desafio do executan-
te é aprender como administrar os graus de liberdade de maneira que a ação desejada seja pro-
duzida de forma mais eficaz.
3.7 Teoria do Processamento de 
Informações
Surgiu a partir dos anos de 1970, com objetivo de investigar os mecanismos internos bá-
sicos responsáveis pela produção do movimento e a mudança de comportamento. O homem, 
nesta abordagem, é considerado como um sistema que recebe,processa,transmite, armazena e 
utiliza informações sensoriais para obtenção de uma resposta, que é o ato motor. A pessoa lida 
com as informações disponíveis no meio ambiente (input); processa as informações utilizando 
uma variedade de operações e finaliza produzindo uma resposta que, neste caso, é movimento 
(ouput) (SCHIMIDT; WRISBERG, 2013).
Figura 8: Esquema 
do processamento 
de informação.
Fonte: Elaboração 
Própria.
►
27
Educação Física- Aprendizagem Motora 
3.8 Teorias Associadas aos 
Estágios de Habilidade na 
Aprendizagem Motora 
Nas teorias a seguir, a aprendizagem de uma habilidade motora é descrita em estágios, os 
quais levam em consideração a aquisição da habilidade e como ocorre o aprimoramento desta 
aprendizagem com o passar do tempo.
3.8.1 Modelo dos Três Estágios de Fitts e Posner
Este modelo foi proposto por Fitts e Posner em 1967; a aprendizagem de uma nova tarefa 
motora se divide em três estágios:
1º estágio cognitivo: O aprendiz está envolvido na compreensão da natureza da tarefa, 
desenvolve e experimenta estratégias para execução da tarefa. Neste estágio o aspecto verbal/
cognitivo (orientações do professor e demonstrações do ato ou tarefa) é primordial para a apren-
dizagem motora, temos a seguir as características do estágio cognitivo:
•	 Exige alto grau de atenção do executante;
•	 Execuções imperfeitas do movimento/ato motor;
•	 Baixo rendimento;
•	 Os números de tentativas e erros são elevados;
•	 Período onde o executante apresenta muita insegurança. 
Neste estágio, o executante sabe que está errando o movimento, mas não sabe localizar 
onde está o erro. 
2º estágio associativo: O aprendiz já selecionou a melhor estratégia para a execução do 
ato ou tarefa motora. A concentração do executante voltar-se-á para o refinamento da habilida-
de. Esse estágio pode durar dias, semanas ou meses, dependendo do aprendiz e da intensidade 
da prática (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Características do estágio associativo:
•	 A execução corresponde ao plano motor;
•	 Bom rendimento;
•	 Menor número e frequência de erros. 
Os erros se tornam menos grosseiros, e o aprendiz já consegue identificar e localizar alguns 
dos erros cometidos por ele.
3º estágio autônomo: O aprendiz já executa a habilidade, utilizando o mínimo de atenção 
exigida, o movimento é realizado com automatismo. Neste estágio a atenção do indivíduo está 
voltada para outros aspectos da tarefa, como, por exemplo: identificar os obstáculos que pos-
sam impedir o desempenho da tarefa motora; ou concentra-se em uma tarefa secundária, como 
conversar com um amigo enquanto realiza a habilidade. O aprendiz desenvolve não somente a 
capacidade de detectar seus erros na execução da tarefa, como também, a capacidade de ajustar 
a tarefa a novas exigências. Características do estágio autônomo:
•	 A habilidade é executada, mesmo em condições de dificuldade;
•	 A habilidade torna-se quase automática ou habitual;
•	 A execução do ato ou tarefa exige pouca atenção e concentração do executante.
Adams propôs um modelo de estágios da aprendizagem motora que pode ser relacionado 
ao modelo de Fitts e Posner, este modelo é conhecido como Modelo dos dois estágios de Adams:
1º estágio verbal-motor: é a soma dos estágios cognitivo e associativo do modelo de Fitts 
e Posner. Adams coloca que, neste estágio, o aprendiz executa o movimento com número signi-
ficativo de erros, não conseguindo identificar onde está errando. Outra característica deste está-
gio, segundo Adams, é a necessidade de um nível elevado de concentração do executante. 
2º estágio motor: é o estágio autônomo proposto por Fitts e Posner, onde o executante, 
segundo Adams, já consegue identificar o erro do movimento e realizá-lo com menor nível de 
atenção e menor número de erros.
28
UAB/Unimontes - 5º Período
3.8.2 Modelo dos Três Estágios dos Sistemas
Este modelo é baseado na teoria dos sistemas motores proposta por Bernstein. A teoria dos 
sistemas motores coloca que um aprendiz, quando realiza um ato motor pela primeira vez, não 
tem controle dos graus de liberdade, o que tornaria o movimento menos econômico em ter-
mos energéticos, exigindo mais do organismo para realização da tarefa (MAGILL, 2011). Nesta 
perspectiva o indivíduo contrai os músculos exageradamente e utiliza musculaturas desneces-
sárias ao ato ou tarefa motora, causando fadiga no sistema, o que torna o ato ou tarefa motora 
menos eficiente no aspecto motor. 
1º estágio - novato: O aprendiz simplifica o movimento com intuito de reduzir o grau de 
autonomia. A explicação é que, quando um ato ou tarefa motora envolve a utilização de várias 
articulações, as mesmas devem realizar o movimento em uníssono, buscando manter os ângulos 
articulares, por isso, o movimento é feito à custa da eficiência mecânica, energética e flexibili-
dade. Grau de autonomia é a liberdade, leveza com que um indivíduo consegue realizar um ato 
motor com habilidade. 
2º estágio – avançado: O aprendiz começa a liberar graus adicionais de autonomia, permi-
tindo a realização de movimentos com maior número de articulações envolvidas no ato/tarefa 
motora. Neste momento, o indivíduo já é capaz de controlar a articulações independentemente, 
de acordo com o que a tarefa motora requer. O estágio avançado já permite ao aprendiz realizar 
um movimento bem coordenado, com maior capacidade de adaptação às demandas da tarefa e 
do meio ambiente.
3º estágio – especializado: Neste estágio, o aprendiz já liberou todos os graus de autono-
mia necessários para executar a tarefa motora de maneira mais eficiente e coordenada possível.
Essa teoria se baseia na linha de raciocínio Neuoromaturacional. Sendo assim, o desenvol-
vimento motor pode ser observado a partir de uma perspectiva biomecânica, como a liberação 
gradual dos graus de autonomia. Outro aspecto importante desta teoria surge da necessidade 
de fornecer um apoio externo, durante a primeira fase da aprendizagem de uma habilidade mo-
tora para alunos com problema de coordenação. O fornecimento de tal apoio restringe os graus 
de autonomia que o aluno deve inicialmente aprender a controlar. À medida que a coordenação 
aumenta o suporte externo deve ser sistematicamente retirado.
3.8.3 Modelo dos Dois Estágios de Gentile 
Essa teoria propõe dois estágios para a aprendizagem de uma habilidade motora, eles des-
crevem o objetivo do aprendiz em cada estágio.
1º estágio de compreensão da ideia: o aprendiz pretende adquirir uma ideia básica sobre 
as exigências do movimento. O objetivo é desenvolver o conhecimento da dinâmica da tarefa, 
compreensão do objetivo da tarefa e o desenvolvimento de estratégias motoras adequadas para 
atingi-lo. O aprendiz também deve conhecer as características do ambiente para a organização 
do movimento. Dentro desta perspectiva, o aprendiz deve distinguir aspectos relevantes/regu-
ladores do ambiente daqueles que não têm importância para a execução da tarefa (GALLAHUE; 
OZMUN; GOODWAY, 2013).
2º estágio fixação/diversificação: o aprendiz tem como objetivo refinar o movimento. O 
aprendiz deve desenvolver a capacidade de adaptar o movimento às demandas inconstantes da 
tarefa e do ambiente. A habilidade ou tarefa deve ser executada de forma consistente e eficiente 
(GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
Referências
ADAMS, J. A. A closed-loop theory fo motor learning. Journal of a Motor Behavior. 3, 111-150, 
1971.
COOK, A. S.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas. São Paulo: Mano-
le, 2002.
diCA
Leia mais sobre produ-
ção de movimento e 
programas motores no 
capítulo 4 do livro SCHI-
MIDT, R.A; WRISBERG, 
C.A. Aprendizagem e 
Performance Motora: 
Uma Abordagem da 
Aprendizagem Baseada 
na Situação. 4ª edição.
Porto Alegre, 2010.
ATividAde
1) Descreva a diferença 
entre a teoria do circui-
to aberto e do circuito 
fechado.
2) Liste e explique os 
estágios do modelo de 
Fitts e Posner.
3) Cite e explique as 
teorias da aprendiza-
gem motora que são 
baseadas no programa 
motor generalizado.
4) Explique o que são 
graus de liberdade.
5) Conceitue coor-
denação e explique 
a importância deste 
componente para a 
aprendizagem de uma 
habilidade motora.
Poste tudo no fórum de 
discussão. 
29
Educação Física - Aprendizagem Motora 
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
GRECO, P. J.; BENDA, R. N. iniciação esportiva universal- da aprendizagem motora: ao treina-
mento técnico. Belo horizonte: UFMG, 1998.
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Clucher, 1999.
MAGIL, R. A. Aprendizagem e controle motor: conceitos e aplicações. 8. ed. São Paulo: Phorte, 
2011.
KEELE,S. Movement Control in Skilled Motor Performance. Psychological Bulletin. 70(6), 387-
403, 1968. 
SCHIMIDT, R. A; A Schema theory of discrete motor skill learning. Psychological Review. 82(4), 
225-260, 1975.
SCHIMIDT, R. A; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e Performance Motora: Uma Abordagem da 
Aprendizagem Baseada na Situação. 4. ed. Porto Alegre, 2010.
31
Educação Física - Aprendizagem Motora 
UnidAde 4
Aprendizagem Motora 
Preparando a Experiência de 
Aprendizagem
Andréia Luciana Ribeiro de Freitas
Luciana Mendes Oliveira
Sarah Carine Gomes Aragão
4.1 Introdução
Durante a experiência de aprendizagem de uma habilidade motora, existe a presença de vá-
rios aspectos que influenciam a capacidade e a perfomance do indivíduo na execução da tare-
fa. A capacidade de aprender permite ao organismo adaptar-se às características particulares do 
ambiente, utilizando a experiência para execução da ação pretendida.
Segundo Schmidt e Wrisberg (2010, p.213), “a aprendizagem humana parece ocorrer quase 
continuamente como se todas as coisas que fazemos gerassem conhecimento ou capacidades que 
afetam o modo como faremos as coisas amanhã e depois”. A experiência de aprendizagem é a inte-
ração entre o instrutor e o aprendiz, enfatizando o alcance da meta pretendida pelo aprendiz. Para 
que isto aconteça, o instrutor deve conhecer os conceitos sobre estabelecimento de metas, trans-
ferência de aprendizagem, motivação e atenção. Neste capítulo, iremos entender todos os compo-
nentes que participam da experiência de aprendizagem de uma habilidade de movimento.
4.2 Estabelecendo Metas 
É o processo de estabelecer alvos para serem alcançados pelo indivíduo. As metas são dife-
rentes para cada pessoa, pois cada indivíduo possui um potencial para desempenhar uma de-
terminada habilidade. As metas devem ser atingíveis, levando em consideração as condições de 
aprendizagem, a capacidade do indivíduo em desempenhar a tarefa e o contexto no qual a habi-
lidade será realizada.
Segundo Schmidt e Wrisberg (2010), as me-
tas devem ser desafiadoras, realistas e específicas 
para melhora da performance do indivíduo, as 
mesmas devem ser baseadas em desempenhos 
anteriores, o aprendiz pode estabelecer três tipos 
de metas:
1) metas de resultado: enfatizam os resultados 
da performance.
2) metas de performance: focalizam a melho-
ra do desempenho de uma habilidade em re-
lação à execução passadas da habilidade.
3) metas de processo: enfatizam aspectos es-
pecíficos da execução da habilidade.
O indivíduo identifica as habilidades que de-
vem ser desenvolvidas durante a experiência de 
aprendizagem para alcançar as metas desejadas. 
◄ Figura 9: As atividades 
de movimento são 
importantes aspectos 
da vida cotidiana das 
pessoas.
Fonte: Disponível em 
<http://www.movimenta-
cao.net/ativ_dmg.html>. 
Acesso em 27 jun. 2015.
32
UAB/Unimontes - 5º Período
Essas habilidades são chamadas de habilidades alvo. Após identificar as habilidades alvo a serem 
aprendidas, o profissional responsável pelo processo de ensino deve determinar os comporta-
mentos alvos. Os comportamentos alvos são as ações que o indivíduo deve ser capaz de produ-
zir para executar com sucesso a habilidade alvo. Outro aspecto relevante a ser considerado pelo 
instrutor é o contexto alvo, ou seja, ambiente onde o indivíduo irá reproduzir sua habilidade alvo 
(SCHIMIDT; WRISBERG, 2010).
4.3 Transferência de Aprendizagem
É o processo de ganho ou perda de eficiência na execução de uma habilidade moto-
ra do ambiente de aprendizagem para o contexto alvo de aplicação da habilidade preten-
dida. O importante neste conceito é a relação do que o indivíduo aprende no processo de 
ensino; e o que ele é capaz de executar quando solicitado em diferentes ambientes e situa-
ções. De acordo com Schmidt e Wrisberg (2010), um tipo de transferência muito frequente 
é a transferência próxima ou generalização, que consiste na transferência da aprendizagem 
de uma habilidade ou situação para outra muito semelhante. Um exemplo prático é o saque 
por cima no voleibol e o saque no tênis, ambas as habilidades possuem exigências motoras 
semelhantes. O aprendiz que já joga voleibol terá mais facilidade de aprender o saque no 
tênis. A transferência para longe consiste na transferência da aprendizagem de uma habili-
dade ou situação para outra muito diferente. 
Para Magill (2011), a aprendizagem de uma nova habilidade sofre a influência positiva, ne-
gativa ou neutra de experiências anteriores. A transferência positiva ocorre quando a experiên-
cia anterior favorece a aprendizagem de uma nova habilidade. A transferência negativa ocorre 
quando a experiência anterior de uma habilidade interfere negativamente na aprendizagem de 
uma nova habilidade. A transferência negativa pode ocorrer, principalmente, em situações que 
envolvam alterações na localização espacial do movimento e alterações nas características do es-
tímulo e resposta. A transferência neutra é quando a experiência com uma habilidade anterior 
não tem efeito ou influência na aprendizagem de uma nova habilidade. Transferência bilateral 
diz respeito a aprender a mesma tarefa, mas com membros colaterais, ou seja, a “transferência de 
aprendizagem que ocorre entre dois membros” (MAGILL, 2011, p.353).
Os princípios da transferência de aprendizagem têm sua importância numa metodologia 
educacional, pois ajudam o professor a elaborar seu planejamento, por meio de uma sequência 
lógica das habilidades a serem aprendidas, facilitando o processo de aprendizagem de novas ha-
bilidades.
4.4 O Aprendiz
Para que os profissionais envolvidos no processo de ensino de habilidades motoras plane-
jem situações eficientes de aprendizagem, é necessário conhecer características do aprendiz, 
como: motivação, capacidades, experiências anteriores e estágio de aprendizagem.
A motivação para aprender uma habilidade é diretamente proporcional à aplicabilidade 
desta habilidade no cotidiano do aprendiz. Profissionais que trabalham com ensino de habili-
dades motoras e modalidades esportivas que exigem a realização de gestos técnicos percebem 
que as pessoas motivadas dedicam maior esforço à tarefa, são mais atentas durante as sessões e 
disponibilizam mais tempo para treinos. Já pessoas menos motivadas dedicam menos tempo à 
aprendizagem e prática de uma habilidade.
No âmbito escolar, nas aulas de Educação Física, educandos que são obrigados a fazerem 
as aulas podem não entender a relevância pessoal das atividades que estão sendo solicitados a 
produzir. Atletas lesionados e indivíduos em estágio de reabilitação de movimento são menos 
motivados às solicitações dos treinos ou sessões, cabendo ao professor de Educação Física ou 
terapeuta fazer de forma criativa a ligação entre o indivíduo e sua habilidade alvo. Uma maneira 
eficiente de elevar a motivação dos aprendizes é envolvê-los no processo de estabelecimento de 
metas a serem atingidas.
GLOSSáRiO
Capacidade: caracterís-
ticas do indivíduo que 
são sujeitas a mudanças 
como resultado da 
prática e embasam o 
desempenho de várias 
tarefas.
experiência de apren-
dizagem: situação na 
qual a pessoa faz ten-
tativas para aumentar 
sua performance de um 
movimento.
Comportamentos 
alvos: ações que as pes-
soas devem ser capazes 
de produzir, a fim de 
executarem com suces-
so habilidades alvos em 
contextos alvos.
Performance motora: a 
produção observável de 
ações voluntárias ou ha-
bilidade motora. O nível 
de performance motora 
é suscetível a variações, 
devido a fatores como 
motivação,ativação e 
condição física.
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Educação Física - Aprendizagem Motora 
As capacidades são conjuntos de condições necessárias à realização de uma atividade, evi-
denciam a existência de diferenças

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