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AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ... Edson, nacionalidade..., estado civil..., a existência de união estável.... profissão..., portador da cédula de identidade RG n.º... e inscrito no CPF/MF sob n.º ..., e-mail, residente e domiciliado na Rua n.º..., Bairro... Município.... Estado por seu advogado regularmente inscrito na OAB/... sob o número, com escritório situado na vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência., com fundamento no artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal e na Lei 12.016/2009, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR face da autoridade coatora responsável Secretário de Saúde do Município, integrante da Pessoa Jurídica de Direito Público Município... com sede na Rua n.º..., Bairro..., Município..., Estado..., CEP..., que através de ilegalidade ou abuso de poder violou direito liquido do Impetrante e certo não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, conforme se comprovará. I - DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DO PRESENTE MANDADO DE SEGURANÇA. Trata-se de Mandado de Segurança impetrado contra ato do Secretário de Saúde do Município que por não ter prerrogativa de foro, terá sua ação distribuída pela regra geral de competência residual, vara de fazenda pública. II – DOS FATOS O Impetrante, idoso aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social foi acometido por doença que exige o uso contínuo de medicamento controlado, cuja ministração fora da forma exigida pode colocar em risco a sua vida. Em razão de sua situação pessoal, todo dia 5 comparece ao posto de saúde existente na localidade em que reside, retirando a quantidade necessária do medicamento para os próximos trinta dias. No último dia 5, foi informado, pelo Diretor do referido posto, que a central de distribuição não entregara o medicamento. Inconformado com a informação recebida, o impetrante formulou no dia seguinte, requerimento endereçado ao Secretário Municipal de Saúde informando a necessidade do medicamento e esclarecendo que a ausência do medicamento poderia colocar em risco sua própria vida. Em resposta escrita, o Secretário reconheceu que Edson tinha necessidade do medicamento, o que fora documentado pelos médicos do posto de saúde, e informou que estavam sendo adotadas as providências necessárias à solução da questão, mas que tal somente ocorreria dali a 160 (cento e sessenta) dias o que faz com que o impetrante passe a correr risco de morte. III - DA LEGITIMIDADE DO POLO ATIVO A legitimidade ativa do impetrante decorre do fato de necessitar do medicamento para preservar sua saúde, sendo titular do direito que postula e cuja violação deve ser tutelada pelo judiciário. IV - DA LEGITIMIDADE DO POLO PASSIVO A legitimidade passiva é do Secretário de Saúde, que é o responsável pela aquisição dos medicamentos e de dirigir a central de distribuição. V – DA VIOLAÇÃO DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO Flagrantes são as inconstitucionalidades. A saúde é direito de todos e dever do Poder Público, nos termos do art. 196, caput e art. 6° da CRFB/88. Acresça-se que o serviço de saúde oferecido pelo Município deve assegurar o "atendimento integral", conforme prevê o art. 198, inciso II, da CRFB/88, o que inclui o fornecimento de medicamentos. Trata-se de normas de aplicação direta e imediata conforme art. 5°. § 1° da CRFB por se tratar a Saúde direito fundamental do cidadão. A inexistência do medicamento coloca em risco a vida do Impetrante, é evidente a sua exigibilidade como forma de materializar a dignidade humana, contemplada no art. 1º, inciso III, da CRFB/88. O direito líquido e certo do Impetrante lastreado em prova pré-constituída, já que o próprio Secretário de Saúde reconheceu que Edson necessita do medicamento, bem como que o seu fornecimento está suspenso permite a escolha do presente instrumento processual previsto no Art. 5º, inciso LXIX, da CRFB/88 e art. 1°, caput, da Lei nº 12.016/09. VI - DO PEDIDO LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA O pedido liminar no presente Mandado de Segurança é medida de justiça, uma vez que presente os seus requisitos autorizadores: O Fumus Boni luris está presente na medida em que Secretário de Saúde reconheceu que Edson necessita do medicamento, bem como que o seu fornecimento está suspenso violando os direitos constitucionais supra citados. O Periculum in Mora está no o risco de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a urgência da situação, já que o impetrante corre risco de morte, motivo pelo qual a liminar deve ser deferida. VII - DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer-se a este respeitável Juízo: a) A concessão da medida liminar com a expedição de ofício para que a autoridade coatora reestabeleça o fornecimento do medicamento de que o impetrante necessita até o julgamento do mérito, conforme artigo 7º, III, da Lei 12.016/2009; b) A notificação da Autoridade Coatora omissão para prestar informações no prazo legal de dez dias, conforme artigo 7º, I, da Lei 12.016/2009; c) Que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial com todos documentos, para que, querendo, ingresse no feito, conforme artigo 7º, II, da Lei 12.016/2009; d) A Intimação do Ministério Público, para apresentar seu parecer como "custos legis", no prazo de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009; e) Que ao final, seja concedido o Mandado de Segurança, tornando definitiva a liminar, determinando que a autoridade coatora reestabeleça o fornecimento do medicamento de que o impetrante necessita; Dá-se o valor da causa R$... Termos em que, pede deferimento. Local... data... Advogado... OAB...