Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MAICON BALDEZ PERAÇA – RU 3641244 ATIVIDADE EXTENSIONISTA IV LOGÍSTICA REVERSA - IMPLEMENTAÇÃO PELOTAS 2023 RESUMO Na grande maioria das empresas, as pessoas trabalham em ambientes insalubres a saúde e com riscos de acidentes de trabalho. Dessa maneira os trabalhadores ficam expostos ao perigo durante suas atividades laborais e muitas vezes os empregadores não oferecem nada de proteção para os trabalhadores por conta de vários fatores, custo, tempo de produção e por conta de falta de conhecimento da legislação de segurança do trabalho, ou oferecem proteção como os equipamentos de proteção individual, porém os trabalhadores optam por não usar, com justificativas que atrapalha no desenvolvimento do trabalho, desconforto, incomodo. Diante desse quadro este trabalho tem como objetivo realizar a implementação de uso de EPI´s em uma recicladora de resíduos, foi identificado como uma oportunidade de melhoria na empresa a gestão por falta de conhecimento na área de segurança do trabalho, o empregador concordou e apoiar o projeto de implementação e assim foi desenvolvido o projeto de implementação estudando os riscos dos trabalhadores estão expostos, adquirido os equipamentos de proteção individual, realizando o treinamento nos trabalhadores e entregue os equipamentos, assim fazendo a proteção dos trabalhadores e despertando o início da cultura de segurança na gestão da cooperativa de reciclagem e em seus trabalhadores, iniciando assim um conceito de segurança do trabalho nas área da logística reversa. Por fim observou-se ainda muitos estudos referentes as legislações que regem a implementação das normas regulamentadoras nas empresas, que existe uma preocupação quando ao uso dos EPIs corretos, tanto por parte das empresas, quanto por parte dos trabalhadores. Palavras-chave: Segurança do Trabalho, EPI’s, Logística Reversa 1 INTRODUÇÃO Os acidentes do trabalho são umas das preocupações quando se fala em afastamento das pessoas das suas atividades laborais, mas para evitarmos os acidentes não é uma atitude simples, envolve muitas etapas a serem implementadas por parte do empregador quanto trabalhadores, principalmente seguir as Normas Regulamentadoras do Trabalho (Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978) que são obrigações e deveres que os empregadores e trabalhadores precisam cumprir para garantir a segurança e saúdo dos trabalhadores no ambiente de trabalho. Atualmente são 38 Normas regulamentadoras do trabalho onde segundo a (Portaria Nº 787, de 27 de novembro de 2018, em seu artigo 3), existem três tipos de classificações para as Normas Regulamentadoras: Tipo 01 - Normas Gerais - São aquelas que se aplicam para todos os setores e atividades. Elas regulamentam a relação jurídica presente na Lei, mas sem estarem atreladas a nenhuma indústria específica são normas que toda a empresa tem de seguir independente do seu setor e atividade econômica; Tipo 02 - Normas Especiais - As Normas Regulamentadoras especiais são aquelas que se aplicam para a execução considerando o tipo de tarefa, instalações ou equipamentos, mas sem estar condicionado a ramos ou atividades específicas, são normas que devem ser relacionas a aplicações de atividades de risco especificas identificadas no gerenciamento de riscos da empresa; Tipo 03 - Normas Setoriais - Por último, existe a classificação setoriais, que descreve orientações e obrigações para áreas econômicas específicas, são normas expedidas para setores específicos de trabalho como exemplo a NR 37 que atende conceitos de segurança em plataformas de petróleo que é um setor específico. Porém não é só implementar as Normas regulamentadoras que será eficaz na redução de acidentes, tem a questão da implementação da cultura de segurança nos trabalhadores, não adianta ter os melhores EPI’s e uma grande estrutura de segurança se o trabalhador não sabe utilizar e não respeita os procedimentos de segurança nas suas atividades, no Brasil e no mundo, o alto índice de acidentes de trabalho mostrou a necessidade de empresas investirem na busca por condições mais seguras no ambiente de trabalho. (GONÇALVES, 2011). Seguindo na linha da engenharia do trabalho no ramo segurança do trabalho, está atividade extensionista IV terá como objetivo a implementação da NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual na Cooperativa do Doca, localizada na cidade de Pelotas no estado do Rio Grande do Sul, onde foi identificado uma oportunidade de melhoria nas dependências da empresa com a implementação do uso dos EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual, que são seguidos pela a Norma Regulamentadora NR 06 um norma do tipo 2 especial que aplica a gestão dos equipamentos de proteção individual nas empresa buscando neutralizar/eliminar ou minimizar os efeitos dos riscos ocupacionais e de acidentes no qual os trabalhadores estão expostos, trazendo diretrizes de ações a serem seguidas com responsabilidades para as empresas quanto os trabalhadores para evitar a exposição aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. O Equipamento de Segurança Individual – EPI é fundamental para garantir que o profissional não seja exposto a acidentes e doenças ocupacionais que podem comprometer a capacidade de trabalho e vida dos profissionais durante, e depois da fase ativa de trabalho. (CISZ, 2017). 2 METODOLOGIA Perante a análise e entrevistas in loco com o gestor e trabalhadores da cooperativa de reciclagem de resíduos do Doca e seguindo as etapas da atividade extensionista III que teve como objetivo identificar a oportunidade de melhorias na recicladora, foi abordado a implementação do uso dos equipamentos de proteção individual que será abordado em três partes: Parte 1 – Identificar os riscos ocupacionais e de acidentes que os trabalhadores estão expostos e os equipamentos individuais para neutralizar/controlar ou minimizar os riscos identificados; Parte 2 – Realizar a aquisição dos equipamentos de proteção individual conforme os riscos de exposição que se encontram os trabalhadores, fazer orçamento e comprar os EPI’s conforme preconiza a NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual que relata que os EPI’s devem ter o CA – Certificado de Aprovação que é um número expedito pelo MTE - Ministério de Trabalho em Emprego que certifica que o EPI está de acordo com os padrões exigidos de qualidade para o uso dos trabalhadores, garantindo assim a eficaz do EPI na proteção do trabalhador no exercício de suas atividades laborais na cooperativa. Parte 3 – Realizar a entrega dos EPI’s para os trabalhadores, realizando um treinamento formal, instruindo o uso correto, procedimentos de limpeza e conservação e limitações de uso dos equipamentos de proteção individual, registrando a entrega através da fica de entrega de equipamento de proteção individual conforme registrado no anexo I. Salientando que não basta só entregar os EPI’s para os trabalhadores, tem de informar e acompanhar o trabalhador dos riscos que ele está exposto e relatar a importância do uso dos equipamentos para sua segurança e saúde durante o desenvolvimento de sua atividades, e o empregador deve executar a fiscalização uso dos EPI’s nos trabalhadores, fornecer os equipamentos de graça, cobrar o uso correto, substituir os EPI’s quando solicitados pelos trabalhadores e se o trabalhador se negar o uso sem justificativa o empregador deve realizar sanções adverbiais quando por escrita para seus trabalhadores exigindo assim o uso dos EPI’s de forma permanente enquanto os funcionários estão expostos aos riscos nas suas atividades no trabalho. 3 DESENVOLVIMENTO No decorrer das atividades extensionistas onde foi realizado um estudo sobre a logísticareversa na cidade de Pelotas no estado do Rio Grande do Sul buscando entender todas etapas dos trabalhos feitos nos processos da logística reversa no âmbito de reciclagem dos resíduos, foram desenvolvidas três etapas para melhor entender os processos sendo que na atividade extensionista I, foi realizado uma pesquisa operacional (Foto 01) buscando mapear as atividades que os recicladores de resíduos realizam na cidade de Pelotas, foi feito uma entrevista com um reciclador de resíduos para entender todo o fluxo que era executado desde a retirada dos resíduos, ferramentas de transportes, sua seleção e destinação dos resíduos até a cooperativa de reciclagem, analisando todas as etapas a realidade de trabalho e dificuldades que a classe dos catadores de resíduos tem para executar seu trabalho e transporte dos resíduos até a cooperativa. Foto 01 Na atividade extensionista II, o objetivo foi avaliar os processos de reciclagem da cooperativa de resíduos (Foto 02), conforme tinha sido respondido por o catador de resíduos foi feito contato com o dono da cooperativa de reciclagem de resíduos do Doca, nesta etapa foi realizado o estudo do fluxo de reciclagem dos resíduos plásticos e metálicos, analisando todo processo de produção da recicladora e relatando todas as etapas detalhadamente. Foto 02 Seguindo a próxima etapa do trabalho a proposta da atividade extensionista III, foi realizado uma análise crítica dos pontos que teriam oportunidades de melhorias no processo de reciclagem da cooperativa de reciclagem de resíduos do Doca (Foto 03), nesta atividade com objetivo de avaliar situações que podiam ser possíveis melhorar no processo e que fosse viável para implementar na cooperativa com atribuições relativas a engenharia do trabalho foi observado a oportunidade de implementação dos EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual na empresa, pois todos os trabalhadores não executavam o uso de nem um EPI, trazendo riscos para sua segurança e saúde no decorrer dos processos de trabalho. Foto 03 Na presente atividade extensionista IV o objetivo será a implementação das ações abordadas na atividade extensionista III, foi realizado o mapeamento de forma qualitativa dos riscos ocupacionais e riscos de acidentes que estão expostos os trabalhadores da cooperativa que são 4 cargos de serviços gerais que trabalham no processo de reciclagem, separação, limpeza e pesagem dos resíduos e um cargo de encarregado geral que é o responsável da recicladora, foi adquirido os seguintes equipamentos de proteção individual: • 5 Protetores Auriculares CA – 5674 (Foto 4), para ser usado como prevenção de ao risco físico ruído Foto 4 • 5 Óculos de Proteção CA - 11.268 (Foto 5), com objetivo de promover a prevenção do risco de projeção de alguma partícula sólida ou líquida que possa ser projetada em direção ao globo ocular dos trabalhadores. Foto 5 • 5 Luvas de Latex CA – 38310 (Foto 6), que será usada para controlar o risco de contato com agentes químicos por contar com vasilhames muitas vezes contaminados com produtos químicos agressivos, a luva previne a absorção da pele em contato com esses resíduos e protege da umidade. Foto 6 • 4 Macacões de Proteção Química CA – 39.183 (Foto 07), é usado para prevenção dos riscos químicos para absorção em contato com a pele ou até mesmo ser absorvido pela roupa do trabalhador. Foto 7 • 10 respiradores PFF1 CA – 39.237 (Foto 08), usados para proteção respiratória dos trabalhadores, estes respiradores filtram os agentes químicos em forma de poeiras e nevoas que estão presentes nos processos de separação dos resíduos. • Foto 8 • 2 Aventais PVC CA – 28.303 (Foto 09), Usados para evitar contato com riscos químicos com os trabalhadores no processo de separação de bombonas que podem conter solventes, tintas, produtos de limpeza, evitando assim contato com a pele. Foto 9 • 5 Luvas de Nylon CA – 29.014 (Foto 10) As luvas são usadas com objetivo de proteger as mãos dos trabalhadores quanto a acidentes contra agentes mecânicos, algum material perfurocortante que possa estar em meio os resíduos. Foto 10 • 4 Botina de Segurança PVC CA – 37.456 (Foto 11), usadas para proteção dos pés dos trabalhadores quanto aos riscos de queda de matérias, cortes por perfurocortante, umidade e contato por agentes químicos no momento de separação dos resíduos dos trabalhadores. Foto 11 Após adquiridos os EPI’s foi realizado a entrega dos equipamentos para os trabalhadores e feito um treinamento com instruções referentes ao uso correto, limpeza, guarda, conservação e limitações de uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos, registrando as instruções e os equipamentos entregues através de uma ficha que é chamada de Ficha de Entrega de Equipamentos de proteção individual que foi criada e adaptada conforme as peculiaridades da cooperativa, onde é realizado as assinaturas dos trabalhadores registrando que receberam os EPI’s e o treinamento dos mesmo, formando assim um termo de compromisso do uso dos EPI’s. Evidências das Fichas de treinamento e Entrega de Equipamentos de Proteção Individual utilizadas (Foto 12): Foto 12 Evidências da entrega dos Equipamentos de Proteção Individual e implementação de uso nas atividades laborais (Foto 13, Foto 14, Foto 15, Foto 16, Foto 17, Foto 18): Foto 13 Foto 14 Foto 15 Foto 16 Foto 17 Foto 18 4 RESULTADOS Analisando todas as etapas seguidas no processo de implementação do projeto de fornecimento dos equipamentos de proteção individual na Recicladora do Doca chegamos a conclusão de um resultado positivo de aceitação por parte da gestão da recicladora quanto os trabalhadores que aprovaram a implantação dos EPI’s, verificando o interesse por parte dos trabalhadores que antes não tinha os equipamentos para sua proteção, executavam as tarelas com seus próprias roupas, tênis manuseando resíduos sujos sem luvas, e quando executando o treinamento e entrega, prontamente já vestiram os Epi’s e seguiram utilizando nas suas atividades, assim como relata (CISZ, 2017), o EPI é fundamental para proteção dos trabalhadores contra os efeitos dos acidentes de trabalho e proteção para doenças ocupacionais no desempenhos das suas atividades. Considerando a experiência que você teve com esse projeto, o quanto você recomendaria essa atividade para outras empresas/cooperativas? Nem um pouco provável Extremamente provável 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Em poucas palavras, descreva o que motivou sua nota? O Claudemir Souza Carvalho que é o dono da cooperativa de reciclagem do Doca relatou com suas palavras “Recomendaria para todas empresas, se todas as faculdades deveriam ter essa iniciativa de conhecer a realidade dos catadores e fazer um trabalho como foi feito, pois existem ainda hoje muito preconceito no setor de reciclagem, a maioria das pessoas pensam que somos pessoas sujas, largadas e na realidade é diferente,funcionamos como uma empresa, que contrata pessoas, tem custos, lucros e muitos pais de família trabalhando e nosso trabalho é fundamental para toda humanidade, fazendo a reciclagem dos resíduos gerados, agradeço imensamente todo apoio e trabalho que foi feito na minha recicladora e as portas estão sempre abertas para você vir nos visitar” 5 CONCLUSÃO Fazendo uma análise das etapas seguidas com as quatro atividades extensionistas chego à conclusão de que obtemos êxito na implementação das sugestões de melhorias analisadas na cooperativa, tinha -se como planejado a implementação do uso de equipamentos de proteção individual na empresa, e foi realizado o estudo nos cargos avaliando os riscos, adquiridos os equipamentos, entregue aos trabalhadores e realizado a formalidade de entrega com o treinamento de uso e conservação dos EPI’s. Porém ainda tem oportunidades de melhoria que podem ser implementadas, assim com um ciclo de melhoria continua do processo da segurança a cooperativa deve manter uma rotina de inspeção nos EPI’s quanto a qualidade e cobrar o uso correto pelos colaboradores, fazer um treinamento semestral quanto ao uso correto dos equipamentos e implementar um programa de GRO - Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, conforme preconiza a Norma Regulamentara NR 01 – PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, que indica que as empresas tem de fazer o PGR que é um documento formal para mapear todos riscos dos trabalhadores e implementar o GRO, que é criar a gestão de controle dos riscos que os trabalhadores estão exposto, através de ferramentas de segurança do trabalho como sistemas de permissões de trabalho, analises preliminar de riscos, procedimentos de segurança, diários de segurança do trabalho, com objetivo de proteger o trabalhador quando a acidentes e doenças relacionadas as suas atividades no trabalho. REFERÊNCIAS A) LIVROS: GONÇALVES, E. A. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho, 5ª Ed. São Paulo: LTR, 2011. B) PUBLICAÇÃO VIA INTERNET: NETO. N. W. N. REGRAS DE APLICAÇÃO DA PORTARIA 787. Disponível em: <https://segurancadotrabalhonwn.com/regras-de-aplicacao-das- nrs/> Acesso em: 22 ago 2023. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. PORTARIA 787. Disponível em: <https://sindusfarma.org.br/cadastro/public/uploads/legislacao/POR TARIA_SIT_N%C2%BA_787,_DE_27_DE_NOVEMBRO_DE_2018 .pdf> Acesso em: 11 ago 2023. SALU. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS. Disponível em: <https://www.salu.com.vc/2022/10/28/confira-mais-sobre-as-nrs-e- sua-classificacao/> Acesso em: 13 ago 2023. CISZ, C. R. 2015. Conscientização do uso de EPI’S, quanto à segurança pessoal e coletiva. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2015, 44 p. Disponível em: <http://repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/handle/1/17681> Acesso em: 10 ago 2023. DEDA. E. D. A CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS. <https://www.rsdata.com.br/normas-regulamentadoras-conheca- sua-classificacao/> Acesso em: 25 ago 2023. C) LEIS E DECRETOS: BRASIL.Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, disposições complementares ao Capítulo V (Da Segurança e da Medicina do Trabalho) do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO EM EMPREGO. NORMAS REGULAMENTADORAS. Disponível em: <https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do- trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas- regulamentadoras-nrs> Acesso em: 09 ago 2023.
Compartilhar