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Atendimento ao cliente e relacionamento interpessoal Conceito e tipos de atendimento Conceito e tipos de atendimento Relacionamento interpessoal é a relação, o vínculo estabelecido entre as pessoas, o comportamento e as atitudes que determinam o grau de convívio. Podemos dizer que relacionamento interpessoal é a maneira como as pessoas relacionam- se entre si, é a forma como tratamos e nos relacionamos com os outros. Estabelecer um bom relacionamento interpessoal no meio corporativo, com cordialidade, respeito e empatia, contribui para manter um bom ambiente organizacional, aumentando assim a produtividade dos colaboradores. O relacionamento interpessoal tem uma ligação direta com o atendimento, seja interno ou externo, uma vez que as pessoas são dotadas de sentimentos, ideias e pensamentos, e expor essas atitudes pode influenciar positiva ou negativamente em um atendimento. Oferecer um atendimento de qualidade é fundamental para que uma empresa mantenha-se competitiva no mercado. Logo, é fundamental que os colaboradores mantenham um relacionamento interpessoal saudável para motivar um bom atendimento, considerando que cada vez mais as empresas investem em atendimento qualificado para que o público interno ou externo esteja satisfeito e tenha uma boa imagem da organização. Tipos de clientes Já foi visto nas UCs anteriores que existem dois tipos de clientes: externos e internos. Os clientes internos são todos aqueles que fazem parte da empresa, ou seja, colaboradores, sócios e outros. Os clientes externos são todos aqueles que não fazem parte da empresa, mas têm algum tipo de relacionamento com ela. São exemplos de clientes externos fornecedores, prestadores de serviços e outros. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/conceito.html Você enviou seu currículo para uma empresa e foi chamado para participar de uma entrevista. Nesse caso, você é um cliente interno ou externo da empresa que está realizando o processo de recrutamento e seleção? Você é considerado um cliente externo, pois está estabelecendo uma relação comercial com a empresa, mas ainda não faz parte de seu quadro de colaboradores. Para que o cliente externo seja atendido adequadamente, é necessário que os clientes internos da empresa estejam satisfeitos, pois conflitos e situações mal resolvidas podem ser percebidas com facilidade pelo cliente externo. Para isso, é importante que as empresas invistam em treinamentos para seus clientes internos com o objetivo de mantê-los motivados. Colaboradores desmotivados não conseguem realizar suas tarefas com excelência e o atendimento ao cliente externo é prejudicado. No entanto, quando o colaborador recebe treinamentos para constante aperfeiçoamento, ele se sente realmente fazendo parte da empresa e compromete-se cada vez mais com seu desenvolvimento. Você foi chamado para uma entrevista na empresa Y e chegando lá foi mal recebido pelo profissional responsável pelo processo seletivo. Ele não sabia informar onde seria realizada a entrevista, nem fez questão de buscar por esta informação. Sendo assim, você ficou completamente perdido, sem saber a quem reportar-se. Esse tipo de situação reflete uma insatisfação do cliente interno (profissional responsável pelo processo seletivo), que estava totalmente desmotivado com sua função. Logo, isso gerou uma situação extremamente desagradável para você (cliente externo), que não sabe a quem recorrer para auxiliá-lo. Isso poderá gerar um grande estresse, pois você provavelmente ficará bastante ansioso e com medo de perder a entrevista para a qual foi convocado. Técnicas de atendimento e abordagem ao cliente Para atender ao cliente de forma eficaz, é necessário, em primeiro lugar, ter uma boa apresentação pessoal – ter cuidado com a imagem é fundamental. Voltando ao contexto do atendimento ao cliente externo que está participando de um processo de recrutamento e seleção, imagine uma recrutadora vestindo trajes com muito brilho e maquiagem pesada. Que tipo de imagem ela transmitiria ao cliente externo (entrevistado)? Com certeza, o candidato participante da entrevista não daria credibilidade à recrutadora. Por isso, é necessário ter cautela com a imagem pessoal. Saber escolher uma vestimenta adequada para cada tipo de situação influenciará diretamente no atendimento ao cliente. Outro aspecto importante no momento de abordar um cliente é ter uma postura profissional e ética. Saber que alguns assuntos não devem ser tratados com o cliente é indispensável. Você chegou em uma empresa para participar de um processo seletivo. Logo no início da entrevista o recrutador começa a falar mal da empresa fazendo observações inapropriadas sobre o clima organizacional. O recrutador diz que o ambiente na empresa é bastante complicado e que os colaboradores, no geral, têm dificuldade para trabalhar em equipe. Qual seria sua reação diante dessa situação? Com certeza você não ficaria com uma boa impressão da empresa, sendo possível inclusive que você desista da vaga. Apresentar uma conduta adequada, utilizando-se sempre de boas maneiras, também é necessário. Ser gentil e educado transmite credibilidade ao cliente. Imagine que você está sendo entrevistado e o entrevistador não olha em seus olhos um único momento durante toda a entrevista. Sua atenção está totalmente voltada para o celular. No meio da entrevista, ele pede licença e atende a uma ligação. Isso deixaria você inseguro? Desconcertado? Você conseguiu perceber como a falta de conduta adequada é capaz de comprometer totalmente o atendimento de um cliente? Recapitulando, ter boa apresentação pessoal, ter cuidado com a imagem, vestir- se adequadamente de acordo com cada tipo de situação, manter uma postura profissional e ética, ter conduta adequada, agir com boas maneiras, ser gentil e educado são técnicas e dicas fundamentais para realizar um bom atendimento, pois assim teremos a certeza da satisfação do cliente. IMPRIMIR Comunicação oral Comunicar-se é uma habilidade essencial para um profissional da área de RH, pois a maioria de suas atividades é pautada na comunicação com uma ou mais pessoas. Infelizmente, a maioria das pessoas não sabe comunicar-se e isso ocorre também no ambiente empresarial. Como técnico em recursos humanos, você já pensou em que momentos necessitará de uma comunicação eficaz? Você precisará colocar em prática suas habilidades para comunicar-se no momento de uma entrevista para admissão de pessoal, em um treinamento ou em uma seção de negociação. Muitas pessoas julgam-se bons comunicadores por conseguirem expressar-se com desenvoltura, porém, devemos ressaltar que existe uma grande diferença entre informar e comunicar. Informar é um ato que envolve somente a pessoa que tem uma informação a dar. Já comunicar envolve fazer-se entender e provocar reações no interlocutor. Para comunicar-se com eficácia é necessário que o sujeito esteja apto não somente para falar, mas também para ouvir. E essa é uma dificuldade que a maioria das pessoas tem, pois a maioria não consegue ouvir. É comum uma pessoa estar preocupada com a maneira como irá responder enquanto a outra ainda está falando – isso quer dizer que ela não está ouvindo nada. Dentro de uma empresa esse tipo de atitude provoca conflitos e dificulta o relacionamento entre as pessoas. Por isso, o profissional da área de recursos humanos deve ter a habilidade para uma comunicação eficaz desenvolvida antes de qualquer outra habilidade. Para isso, ele deverá conhecer o processo de comunicação, reconhecer os fatores que a dificultam e o dominar as regras para deixá-la mais eficaz. A base para um atendimento ao cliente adequado é a comunicação oral. Ela é capaz de gerar aprendizado, oportunidades e satisfação,mas, quando a comunicação não é eficaz, é capaz de gerar conflitos desnecessários, resistências e barreiras. Para obter-se uma comunicação interpessoal eficaz é necessário transpor diversas barreiras que afetam a comunicação e distorcem o significado da mensagem que está sendo compartilhada. Uma comunicação ineficaz é capaz de produzir efeitos desastrosos em uma empresa. Veja a seguir algumas barreiras à comunicação: Clique ou toque nos títulos para visualizar o conteúdo. Percepção seletiva O receptor da mensagem vê e escuta seletivamente, com base em suas próprias necessidades, motivações, valores, crenças e histórico pessoal. Existe aqui um alto efeito projetivo. Resultado: ação de acordo com o entendimento, e não conforme o comando; distorção; conflito. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/comunicacao.html#collapseOne Filtragem O receptor manipula as informações para que elas se ajustem ao seu modelo mental. Resultado: altos executivos podem ficar distantes das informações reais, pelo fato de elas chegarem sintetizadas, condensadas e reelaboradas; ocorre no comumente conhecido “rádio peão”. Sobrecarga de informação Ocorre quando a capacidade de processamento das informações é excedida. As pessoas têm uma capacidade limitada de processar informações. Resultado: ausência de especificidade e clareza dos comandos; dificuldade de execução dos comandos; esquecimentos; perda de informações; ineficácia nos resultados individuais e do grupo. Inconsistência da mensagem Ocorre quando o emissor é prolixo ao enviar a sua mensagem, ou seja, quando ela carece de foco e de objetividade. Resultado: inconsistência; distorções; frustrações. Linguagem semântica As palavras têm significados diferentes para as pessoas, e o significado das palavras encontra-se no receptor, não no emissor. O emissor tende a assumir que as palavras e os termos utilizados por ele têm o mesmo significado para o receptor, o que cria dificuldades na comunicação. Resultado: desentendimentos; conflitos; reações emocionais adversas. Jargões Terminologia especializada ou linguagem técnica que membros de um grupo utilizam para facilitar a comunicação entre si. Resultado: os jargões tornam incompreensível a decodificação eficaz da mensagem; distorções perceptivas; medo; insegurança; sensação de ignorância. Falta de atenção Ocorre quando o indivíduo está com sua mente fora do foco da mensagem, que acaba sendo absorvido por sons e imagens internas ou externas. Resultado: promove a dificuldade na criação de vínculos entre as pessoas; constrói barreiras. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/comunicacao.html#collapseTwo https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/comunicacao.html#collapseThree https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/comunicacao.html#collapseFour https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/comunicacao.html#collapseFive https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/comunicacao.html#collapseSix https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/comunicacao.html#collapseSev Agora que você já conhece as barreiras de uma comunicação eficaz, vamos pensar um pouco na prática? Imagine que você está participando de um processo de seleção de uma empresa, e parte desse processo seletivo constitui-se em uma dinâmica de grupo. Os candidatos foram divididos em duplas e cada dupla deve criar um produto e elaborar sua propaganda com o intuito de vendê-lo. Você está totalmente concentrado na atividade, mas seu colega não consegue prestar atenção. Frequentemente você fala com ele, mas ele está prestando atenção em um barulho que vem de fora da sala onde vocês estão e sequer percebe que você falou. Essa situação é característica de uma comunicação ineficaz. A falta de atenção de seu colega está criando uma barreira entre vocês e prejudicando a atuação de ambos na dinâmica de grupo. Outros problemas que podem afetar a comunicação eficaz são os ruídos da comunicação. Existem dois tipos de ruídos: os decorrentes do emissor e os decorrentes do receptor. Vamos conhecê-los? Ruídos decorrentes do emissor: Falta de clareza nas ideias Muitas vezes, o emissor tem somente uma vaga ideia do que pretende comunicar e decide por transmitir a mensagem mesmo assim, sem um aperfeiçoamento adequado, supondo que o interlocutor irá compreender o que ele quer dizer, mas geralmente isso não ocorre. Mesmo quando o locutor tem uma ideia clara da mensagem que quer compartilhar pode acontecer de o interlocutor não a compreender, imagine quando o locutor não tem uma ideia clara. A situação fica muito mais complicada. Comunicação múltipla A comunicação não ocorre apenas verbalmente. As mãos, a curvatura do corpo, os movimentos dos músculos da face interferem na comunicação. Muitas vezes, o que o está sendo dito não condiz com aquilo que está sendo transmitido pela comunicação corporal. O sujeito fala uma coisa com a boca, mas seus gestos corporais estão transmitindo outra mensagem. Problemas de codificação Além de ter ideias claras, é necessário saber codificá-las adequadamente. O comunicador precisa tomar cuidado com a tonalidade, a altura, o timbre e a velocidade de sua voz. Muitas vezes, as pessoas não percebem que têm dificuldades de decodificação. É necessário ter em mente que a nossa voz é ouvida pelos outros de forma diferente do que é ouvida por nós mesmos. Para testar como sua voz é ouvida, você pode gravá-la e depois ouvi-la. Tente fazer isso! Bloqueio emocional Muitas vezes, a vergonha, o receio de falar errado e o medo de ser mal interpretado podem fazer com que a pessoa se sinta inibida. Além disso, o próprio assunto a ser abordado pode provocar emoções que dificultam a expressão daquilo que se pretende falar. Hábitos de locução Repetir palavras excessivamente ou utilizar palavras incomuns podem provocar distração no interlocutor e prejudicar a comunicação. Isso ocorre principalmente quando o locutor quer dar a impressão de que é uma autoridade no assunto. Suposição acerca do receptor Ocorre quando uma pessoa inicia a conversa e supõe que o outro sabe do que se trata, ou seja, tem um conhecimento prévio do assunto. Ruídos decorrentes do receptor: Clique ou toque nos botões para visualizar o conteúdo. Audição seletiva As pessoas costumam concentrar-se somente ao que julgam importante no momento de ouvir, porém muitas vezes aquilo que é considerado sem importância é um ponto fundamental para o entendimento da mensagem. Desinteresse Algumas vezes os assuntos abordados não são interessantes e isso faz com que o sujeito se desligue daquilo que está sendo falado. Avaliação prematura É comum o sujeito ouvir somente o início da mensagem e considerar-se em condições de julgá-la sem dar ouvidos ao restante do que está sendo dito. O problema disso é que a mensagem pode ser consideravelmente alterada justamente no ponto em que o outro não está mais prestando atenção. Preocupação com a resposta É muito comum as pessoas se preocuparem com o que irão responder antes mesmo de o outro terminar o que está falando. Dessa forma, existe uma falta de atenção do ouvinte e somente parteda mensagem é captada. Crenças e atitudes Cada um tem sua opinião sobre o mesmo assunto. Quando o sujeito se envolve emocionalmente em discussões e surge alguma crítica sobre crenças mais arraigadas, as pessoas podem sentir-se ofendidas ou ameaçadas. Reação ao emissor Quando se presta mais atenção à pessoa que fala do que ao que está sendo dito, como, por exemplo, o sotaque, a maneira de vestir, perde-se o conteúdo que está sendo falado. Reação ao emissor Quando existe um preconceito, pode-se sequer dar a oportunidade de o outro falar. Pensando na maneira de ser da pessoa, antecipa-se o que ela tem a dizer ou simplesmente descarta-se. Muitas vezes, as pessoas não são capazes de ouvir indivíduos que ocupam posições inferiores na empresa, como faxineiros e carregadores, por existir um preconceito com seu cargo, fazendo com que ótimas ideias sejam descartadas. Experiências anteriores Grande parte de nosso entendimento sobre o que o outro está falando é resultante de nossas vivências anteriores. Ideias preconcebidas podem distorcer a mensagem que está sendo passada. Fechar Atribuição de intenções A preocupação em ler nas entrelinhas o que está sendo dito pode fazer com que sejam atribuídas intenções falsas ao emissor da mensagem. Comportamento defensivo Quando o receptor encara as afirmações de quem está falando como acusações ou críticas, suas respostas podem assumir a forma de autodefesa, gerando certa agressividade. Nesse contexto, é necessário, para que haja uma comunicação eficaz, saber ouvir. Na ânsia de nos expressarmos, por vezes acabamos não ouvindo o que o outro tem a nos dizer. Além disso, o respeito às diferenças de opinião é fundamental, bem como a argumentação, sempre lembrando que a outra pessoa tem o direito de discordar. Também é importante verificar a compreensão correta do que o outro está falando. Outro ponto importante é o cuidado com o tom de voz, pois ele interfere diretamente na comunicação, assim como a empatia, ou seja, colocar-se no lugar da outra pessoa. Como você se sentiria se falassem com você de forma ríspida? Tudo isso influencia diretamente no clima organizacional e pode gerar muitos conflitos. Vamos falar um pouco sobre isso? Gestão de conflitos e técnicas de negociação O profissional da área de RH deve estar preparado para gerenciar conflitos. Ele será o mediador de situações conflituosas. Conflito é um processo que inicia quando uma das partes percebe que a outra pode afetar negativamente alguma coisa que a primeira considera importante. Saber gerir conflitos é fundamental para o clima da organização. Colocar panos quentes ou fingir que o conflito não está acontecendo somente piora a situação. Para isso, é importante encontrar uma abordagem que lide com os conflitos de forma criativa e otimista, a fim de descobrir a solução mais adequada. Na busca pela solução do conflito não devem haver privilégios para nenhuma das partes envolvidas. Somente assim ambas se sentirão amparadas. O conflito é um indício de que algo precisa ser modificado. Para resolver conflitos é necessário negociar as divergências de uma forma argumentativa, por meio de debates de ideias, sem que um pensamento sobreponha o outro e buscando sempre um consenso. O profissional de RH será o mediador da situação e, portanto, deve auxiliar na resolução do conflito de forma imparcial. Você está participando do processo seletivo da empresa Y. A etapa que está sendo realizada no momento é a dinâmica de grupo. Os candidatos foram separados em pequenos grupos, e para cada grupo foi dada uma situação problema hipotética que deveria ser resolvida dentro do espaço de tempo determinado pelo recrutador. Seu grupo está discutindo sobre diversas hipóteses de solução para o problema quando um de seus colegas de grupo começa a ficar bastante exaltado, pois não concorda com a opinião dos demais membros do grupo. Ao perceber a situação, o recrutador aproxima-se do grupo e começa a tentar uma mediação do conflito que se gerou no grupo. Seu papel é fazer com que as pessoas se acalmem e consigam argumentar sem exaltar-se. Para isso, o recrutador iniciou um diálogo com o candidato exaltado, argumentando de forma conciliadora para que ele percebesse que as opiniões dos outros candidatos não são tão ruins, e mesmo que o sujeito exaltado não concorde com elas, precisa ouvi-las e depois expor sua opinião de forma argumentativa, explicando o motivo pelo qual discorda do restante do grupo, sem elevar o tom de voz, de maneira sóbria e cautelosa. Ao conversar com o recrutador, o candidato exaltado foi se acalmando e percebendo que realmente seu tom de voz estava bastante elevado e isso estava gerando uma situação desagradável para o grupo. A partir da mediação do recrutador, foi possível retomar o clima harmonioso no grupo e a discussão seguiu tranquilamente, com uma troca de ideias de forma pacífica, em que os argumentos são utilizados adequadamente pelos participantes da discussão com o intuito de expor cada ponto de vista. Você consegue perceber a importância do profissional da área de recursos humanos no momento de gerenciar um conflito? Quando se trata de um momento em que está sendo estabelecida uma relação com um cliente externo, no caso do exemplo anterior são os candidatos participantes de um processo seletivo, isso torna-se ainda mais importante. Imagine o que poderia acontecer se o recrutador não desse a devida importância à situação e deixasse o conflito piorar... A imagem com a qual os clientes externos sairiam do processo seletivo seria muito ruim. Todos ficariam com uma imagem errônea da empresa e o processo seletivo seria gravemente comprometido. Para gerenciar conflitos é fundamental que o mediador conheça alguns conceitos de negociação. Trata-se do uso da informação e do poder com a finalidade de influenciar o comportamento do outro. Pensando no exemplo acima, o mediador utilizou-se de sua posição de recrutador, que conferia-lhe um certo grau de autoridade perante os candidatos para influenciar o comportamento do candidato exaltado e fazê-lo perceber que sua conduta estava inapropriada. Percebe-se, então, que saber negociar é indispensável para o profissional da área de RH. Negociação é a procura da resolução de divergências. Durante muito tempo a negociação ficou restrita a certas áreas específicas, como relações diplomáticas, relações comerciais, relações políticas etc. Atualmente, com todas as mudanças ocorridas no contexto empresarial, a negociação tornou-se uma função de grande importância para o profissional da área de recursos humanos. Vamos conhecer um pouco da história da negociação? Nos Estados Unidos, na França, na Grã-Bretanha e em alguns outros países, o assunto “negociação” passou a ser introduzido nos programas de treinamento gerencial na década de 1950. Já no Brasil, somente a partir da década de 1970 começou a se dar maior importância ao assunto. A negociação é cada vez mais necessária no ambiente empresarial. Os modelos de gestão tradicionais já são insuficientes para garantir que o empregado desempenhe adequadamente suas funções. A alta hierarquia das empresas não pode mais definir isoladamente o que o pessoal operacional deve fazer. Nesse momento, a habilidade de negociação é indispensável. Os empregados atualmente têm plena consciência de sua importância para o desenvolvimento da empresa e por isso tornaram-se mais críticos com relação à hierarquia, exigindo a justificação da pertinência de suas ações. A simples transmissão de ordens não é mais garantia do empenho dos empregados na execução de suas tarefas. À medida que os empregados se sentem satisfeitos com a empresa, passam a trabalhar com maior empenho, mas suas exigências também aumentam. Eles passam a desejar um trabalho mais compensador, uma organização mais dinâmica, não querendo maisser meros executantes de ordens. Eles passam a querer sentirem-se realmente fazendo parte da empresa. Com todas essas mudanças de cenário, a empresa precisa adequar-se. É necessário saber negociar as mudanças. O profissional da área de recursos humanos é peça-chave nesse processo, participando tanto da negociação direta com o colaborador quanto assessorando a direção e outros escalões da empresa. A palavra negociação muitas vezes provoca imagens negativas. Ela pode remeter ao fato de que sempre um ganha e o outro perde ou pode também lembrar confrontos. A imagem do negociador também nem sempre é muito boa, pois muitas vezes ele é visto como uma pessoa que tem boa lábia. É atribuído a ele certo cinismo e grande facilidade para enganar os outros. Porém, é necessário ter em mente que essas não são as definições mais adequadas para o negociador. É importante que o negociador seja visto como um sujeito capaz de regular divergências. A negociação pode ser vista como um jogo estratégico entre o conflito e a cooperação. Conheça a seguir a classificação dos jogos de acordo com a teoria dos jogos: Clique ou toque nos botões para visualizar o conteúdo. Jogos de soma nula Os interesses dos jogadores são inteiramente opostos: o ganho de um implica a perda do outro. Esses jogos envolvem relações conflituais e estratégicas de confrontação e competição entre os agentes. Jogos de cooperação Os interesses dos jogadores são inteiramente comuns: ambos ganham ou perdem em conjunto. Esses jogos requerem relações cooperativas entre os agentes para se chegar a um bom resultado. Jogos de tipo misto Os interesses dos jogadores são parcialmente opostos: os jogadores podem ganhar ou perder, separadamente ou em conjunto. Esses jogos distribuem-se ao longo de um conjunto entre duas posições extremas, constituídas pelo conflito total e pela cooperação total. O modelo do jogo de soma e nula é dominante nas negociações interpessoais. As pessoas se preparam para a negociação como se estivessem se preparando para a guerra. É necessário que existam vencedores e vencidos. Isso pode parecer irracional, mas faz parte da natureza do ser humano. Por isso, o negociador precisa estar preparado para considerar que, no momento da negociação, cada um age de acordo com sua visão particular do processo de negociação. Para que uma negociação ocorra com sucesso é necessário que exista a vontade de chegar a um acordo. No ambiente empresarial, a organização pode ocorrer em diversas situações: • Entre duas pessoas, por exemplo, chefe e subordinado • Entre dois ou diversos grupos, por exemplo, uma associação de empresários de determinado setor e um ou mais sindicatos • No interior de um grupo, por exemplo, uma negociação de objetivos organizacionais As negociações no ambiente empresarial são motivadas pelos mais diversos fatores: • Negociação para definir funções • Negociação para definir objetivos • Negociação para definir poderes e responsabilidades, bem como o sistema de delegação • Negociação de análise de resultados • Negociação de mudanças organizacionais • Negociação para a solução de conflitos interpessoais e intergrupais. O processo de negociação tem as seguintes etapas: Clique ou toque nos títulos para visualizar o conteúdo. Planejamento A negociação inicia bem antes de as pessoas sentarem-se à mesa. É necessário planejar para que a negociação seja eficaz. O planejamento da negociação tem os seguintes passos: • Definição dos objetivos: os objetivos devem ser claros e realistas, levando em consideração os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para sua obtenção. • Determinação da margem de negociação: deve ser estabelecida uma margem entre o resultado ideal da negociação e o resultado mínimo aceitável. • Formulação de hipóteses acerca do comportamento do oponente: procurar antecipar necessidades, interesses, expectativas e motivações da outra pessoa. • Preparação do ambiente e do material: locais tranquilos e ambientes que asseguram a privacidade tranquilizam os participantes da negociação. Oferecer água e café demonstra preocupação com a acolhida dos participantes. A mesa redonda favorece negociações. • Preparação física e psicológica: o negociador precisa estar em condições físicas e psicológicas para a utilização de todos os seus recursos intelectuais. Sem isso, de nada vale a preparação do ambiente e do material. Recomenda-se aos negociadores repousar adequadamente antes das reuniões, evitando refeições pesadas e bebidas alcoólicas. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/gestao.html#collapseSeven Quebra de gelo Reuniões bem-sucedidas iniciam com algum tipo de quebra de gelo para deixar o interlocutor à vontade, pois é comum que nesse tipo de situação as pessoas sintam certa tensão. O mais interessante é não ir direto ao assunto da negociação. Pode-se iniciar a reunião falando sobre algo que leu no jornal ou que viu pela rua. Exploração Antes de entrar no assunto, é importante explorar as expectativas e as motivações da outra parte envolvida na negociação. Porém, deve-se evitar uma postura excessivamente interrogatória, pois isso poderá desagradar o outro e fazer com que ele fique na defensiva. O ideal é que as perguntas sejam feitas em forma de uma conversa descontraída, minimizando o impacto da interrogação. Uma atitude cordial facilita a obtenção de informações sobre o outro, pois no geral as pessoas gostam de falar a seu próprio respeito. Confronto O confronto ocorre após as partes participantes da negociação terem apresentado suas propostas. Esse é o momento que exige mais habilidade do negociador. O sucesso da negociação está diretamente ligado à minimização do confronto. Nessa etapa, costuma-se perceber certo grau de tensão e nervosismo. Esta etapa da negociação é composta pelas seguintes fases: • Apresentação da proposta: é feita de maneira sintética, destacando de forma estratégica os pontos capazes de sensibilizar o outro negociador. • Sabatina: o negociador deve colocar-se à disposição do outro para o esclarecimento de dúvidas. Mesmo que os outros negociadores não perguntem nada, é interessante motivá-los a fazê-lo. • Contraproposta: normalmente, a proposta apresentada não é aceita sem restrições. Frequentemente a outra parte apresenta uma contraproposta. Sendo assim, o resultado final da negociação poderá situar-se em um ponto intermediário entre a proposta e a contraproposta. Nesse momento, é necessário ser um bom ouvinte e prestar atenção no que o outro está dizendo para que seja possível realizar uma análise coerente da contraproposta. • Acordo: é necessário avaliar o clima da negociação para propor um acordo. Para isso, é preciso prestar atenção à expressão verbal e corporal do outro para averiguar se ele está prestes a aceitar a proposta ou não. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/gestao.html#collapseEight https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/gestao.html#collapseNine https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/gestao.html#collapseTen Avaliação A negociação não se encerra com a celebração do acordo. É preciso realizar a avaliação da negociação. Nesse momento, deve-se averiguar o que foi previsto para a negociação e o que de fato foi realizado. Nas negociações geralmente são feitas concessões. Nesse momento, é conveniente analisá-las considerando suas consequências. Somente após essa análise será possível avaliaro produto da negociação. É importante também avaliar o próprio desempenho durante a negociação. Dessa forma, o processo torna-se um momento de aprendizagem. Ao final de cada negociação, o negociador deve fazer as seguintes perguntas a si mesmo: a. Seus objetivos estavam claros? b. As hipóteses acerca do comportamento do oponente se confirmaram? c. Algum aspecto do ambiente prejudicou a negociação? d. Você se sentiu à vontade? e. Deixou o oponente à vontade? Ouviu atentamente suas observações? Obteve dele as informações de que necessitava? Não há uma fórmula ideal para uma negociação de sucesso. É importante que sempre seja utilizado o bom senso. O interesse em manter um bom relacionamento comercial é que irá determinar as características mais presentes no processo de negociação. Um princípio fundamental da negociação é a ética. Um negociador/mediador nunca pode utilizar-se de forma inapropriada de informações privilegiadas ou de uma posição de maior poder para persuadir o outro. Cada pessoa e cada organização tem uma forma diferente de negociar. Algumas pessoas podem ser mais duras, outras mais calorosas, mas o indispensável é, como já foi dito, manter o bom senso. Como profissional da área de recursos humanos, você perceberá em seu cotidiano o quanto saber negociar e gerenciar conflitos é fundamental para a manutenção de um bom ambiente organizacional, assim também como esse é um fator de grande impacto na percepção que o cliente externo tem da empresa em que você atua. Empresas que deixam seus clientes externos perceberem conflitos estão sujeitas a perder posição no mercado competitivo. Lembre-se sempre de zelar pela imagem da empresa onde você atua. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10192143-dt-content-rid-266408042_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TRH/UC02/conteudos/5_atendimento/gestao.html#collapseEleven Atendimento ao cliente e relacionamento interpessoal Conceito e tipos de atendimento Tipos de clientes Técnicas de atendimento e abordagem ao cliente Comunicação oral Percepção seletiva Filtragem Sobrecarga de informação Inconsistência da mensagem Linguagem semântica Jargões Falta de atenção Falta de clareza nas ideias Comunicação múltipla Problemas de codificação Bloqueio emocional Hábitos de locução Suposição acerca do receptor Audição seletiva Desinteresse Avaliação prematura Preocupação com a resposta Crenças e atitudes Reação ao emissor Reação ao emissor Experiências anteriores Atribuição de intenções Comportamento defensivo Gestão de conflitos e técnicas de negociação Vamos conhecer um pouco da história da negociação? Jogos de soma nula Jogos de cooperação Jogos de tipo misto Planejamento Quebra de gelo Exploração Confronto Avaliação