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e-Book 2 ROBERTO FERREIRA DE MACEDO DESENHO DE OBSERVAÇÃO Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 PERSPECTIVA, FIGURA E PROPORÇÃO� ������� 5 Perspectiva. .......................................................................... 5 Positivo Negativo. ............................................................... 22 Grade Perceptual ................................................................ 29 Proporção ............................................................................ 30 Segmento Áureo ................................................................. 33 Série de Fibonacci e Retângulo Áureo. .............................. 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������46 3 INTRODUÇÃO Vamos começar este texto com algumas reflexões, pois assim acho mais elucidativo, exemplos que nos induzirão a pensarmos sobre a atividade do desenhista como um produtor e pensador de ima- gens. Então vamos lá. O que faz de uma figura, uma figura? Será que pela sua composição visual eu consigo determinar que tipo de figura é esta? Ou será que preciso de mais informações para me dar a sensação de conhecê- -la? Ou melhor: de reconhecê-la? As formas possuem características específicas que nos fazem percebê-las, analisá-las e reconhe- cer tais objetos com o que conhecemos em nossa memória. Ou seja: ao ver a forma de uma garrafa eu percebo esta forma, analiso e reconheço que é uma garrafa, pois em minha mente já há uma biblioteca de nomes e formas que me dirá que isto que está a minha frente é uma garrafa. O mesmo ocorre com a perspectiva, imagine se você obser- vasse algo que está distante, lá próximo da linha do horizonte, bem longe, porém de um tamanho bem maior de algo que está aqui a sua frente. Você pensaria: ou isto é enorme ou eu estou ten- do alucinações. Entendemos pelo nosso sistema mente/visão, que este objeto ou está distante e um pouco menor, ou se estiver perto estará maior, se 4 quebrar esta lógica minha percepção me avisará de que algo está errado pois estou violando uma regra de percepção, no caso a perspectiva. Além de termos familiaridade com algumas formas, e assim as reconhecemos, elas seguem algumas leis de composição que veremos a seguir, e que de fato será muito útil nas nossas futuras composi- ções. O fenômeno perceptivo vem sendo estudado e estruturado com a finalidade de dar algumas certezas visuais ao ser humano para que através de algumas leis e regras sinta-se confortável ao segui-las e não viva com esta sensação incomum de estranhamento em relação às formas. Estas relações vão além da perspectiva e proporção, elas se manifestam também no estudo de figura/ fundo e nas grades perceptivas e de construção. Tudo isto está inter-relacionado e abordaremos isto neste tópico. 55 PERSPECTIVA, FIGURA E PROPORÇÃO. PERSPECTIVA. Para falarmos sobre perspectiva seria interessante entender conceitualmente o que ela significa. Pen- semos na seguinte situação: você é um excelente desenhista e consegue reproduzir tudo o que ob- serva, não encontra dificuldades em desenhar uma cena marítima em que ao fundo estão passando alguns navios ou lindos barquinhos. Porém, você tem um colega que não possui a mesma habilidade, e num determinado momento pedirá sua ajuda. E você prontamente explicará: estes barcos que estão ao fundo são menores que os que estão na frente, assim criamos uma sensação de profundi- dade, é uma ilusão ótica criada por estas leis. Leis visuais e interpretativas dos objetos, ou seja, como retratá-los de forma que eu tenha a impressão de que alguns estão mais a frente e outros mais no fundo. Isto tudo tem um fundamento, pois nossa visão é cônico convergente, criando assim esta ilusão ótica de profundidade. Nem sempre isto foi tão simples, se você fizer uma pequena pesquisa nas pinturas anteriores ao Renascimento poderá constatar que o sistema de representação bidimensional era um pouco diferente, 66 e que seguir essas regras acabou sendo de grande serventia para os pintores e desenhistas da época. E se deslocarmos o recorte para uma produção além do sistema europeu de referência, veremos outras possibilidades que não passaram por este entabulamento geométrico. Tendo em vista que a perspectiva para se tornar mais acessível aos pin- tores e desenhistas da época tinha uma concepção estruturada na geometria. Ressalto que esta não era a única forma de simular a profundidade de um campo visual, além deste procedimento geométrico e quase mecânico, possuíamos as perspectivas pictóricas, em que sua construção era resultado das variações tonais da atmosfera, ela não seguia a grade geométrica e sim a variação cromática, quanto mais escuro um tom de determinada cor, que naquela situação representasse o céu, mais profundidade de campo a composição teria. Veremos exemplos a seguir em que diferenciaremos a perspectiva geométrica e a perspectiva atmosféri- ca. É importante ressaltar que isto se tratava de um novo conhecimento, até então a representação da perspectiva era praticada intuitivamente, conhecida também como uma abordagem empírica, porém os avanços na sua formalização vieram com os estudos do arquiteto fiorentino Filippo Brunelles- chi (1377 – 1446). A perspectiva representava a tridimensionalidade, simulava a profundidade de 77 campo, porém o suporte era um plano bidimen- sional, como um quadro por exemplo, e criava-se assim uma ilusão ótica. Para melhor exemplificar e perceber o que a perspectiva é, de forma orgânica e intuitiva, faremos um simples exercício de observação. Observe a porta de sua casa, fechada primeiramente, olhe para a parte superior da porta. Em seguida deixe a porta parcialmente aberta, e observe novamente, e veja o que aconteceu com a parte superior de sua porta, e finalmente deixe a porta completamente aberta e veja o resultado disto. Observe a variação da inclinação desta parte superior da porta. Caso tenha percebido uma variação sutil, utilize um lápis para colocar bem nesta linha superior da porta, segure-o em sua mão e peça para alguém abrir e fechar a porta, perceberá esta mudança. Feito isto, faça com a parte inferior da porta. E se tiver fôlego ainda, desenhe esta porta nas três posições e assim parabéns, terá adentrado ao fantástico mundo da perspectiva. Vamos agora aos termos específicos utilizados no estudo da perspectiva bem como algumas possibilidades de sua representação. (Figura1) Ponto de Fuga. Ponto no “horizonte” em que todas a linhas e imagens convergem, ou seja: um local em que pode ser considerado o encontro visual de todas as estruturas utilizadas na composição para criarem esta sensação de profundidade. REFLITA 88 Figura 1: Perspectiva, ponto de fuga e Linha do Horizonte. LINHA DO HORIZONTE PONTO DE FUGA PF Fonte: Elaborada pelo autor (2021) Linha do Horizonte. Uma linha imaginária que simula a altura do nosso olhar. É a partir dela que posicionamos o ponto de fuga e projetamos as diagonais. Isto se aplica principalmente quando utilizamos a perspectiva central ou cônica, tendo em vista que nosso sistema ótico é cônico con- vergente. (Figura 2) 99 Figura 2: Estrutura de ponto de fuga com planos e linha do hori- zonte, além de nosso nível ótico. Fonte: Perspectiva para iniciantes (ARCAS,2006). Temos o ser humano como centro, não só do sistema perceptivo, mas também do centro do universo, não vamos nos esquecer que estamos falando do Sec. XV e o ocidente vivia um período chamado de Renascimento, em que o homem era o centro de todas as coisas. Porém no Oriente a perspectiva tinha uma outra conotação, até por questões de como percebiam a figura do homem no universo. De fato, esta perspectiva particular 1010 mudava um pouco o plano de representação, uti- lizando a perspectiva isométrica. Perspectiva isométrica. Perspectiva isométrica não possui um pontode fuga com retas convergentes e sim retas paralelas que fazem parte do desenho, mas não se encontram nunca. Aliás se encontram sim, num ponto impróprio no infinito. O que dá na mesma, em termos gerais, mas conceituais não. (Figuras 3 e 4) 1111 Figura 3: Perspectiva Isométrica no trabalho do artista japonês Hiroshige. Fonte: Hiroshige (SCHLOMBS,2010) 1212 Figura 4: Perspectiva Isométrica. Ilustr. Ulises farinas. Fonte: Revista Zupe fev. /2012. Perspectiva Frontal. Perspectiva utilizada quando o ponto de fuga está situado em frente ao observador, como se estivesse dentro de uma caixa observando seu objeto bem 1313 defronte de si mesmo. Além disto devemos levar em consideração os números de pontos de fuga. Se tivermos apenas um ponto de fuga podemos chamá-lo de perspectiva paralela. Nos estudos em que ela se faz presente você percebe que todas as linhas indicativas visuais convergem, caminham para este determinado ponto. (figuras 5 e 6) Figura 5: Esquema Diagramático de perspectiva frontal. Fonte: Elaborada pelo autor (2021) 1414 Figura 6: Perspectiva Frontal ou paralela. Esquema Diagramático. Fonte: Compositivo & Perspective (WARD,1993) Perspectiva Oblíqua. Perspectiva em que o ponto de fuga não está centralizado em relação ao observador como no exemplo anterior. Também conhecida como pers- pectiva angular ela admite possuir por exemplo dois pontos de fuga e isto auxilia muito quando o objeto não está situado paralelamente a nossa frente. Imagine um prédio em uma esquina, cada parte do prédio, cada face, “caminha” para um pon- to de fuga. Elas estão “de quina” (Figura 7). Não conseguimos ver as faces do edifício frontalmente, apenas obliquamente. Porém os pontos de fuga 1515 ainda estão situados na mesma linha do horizonte, mais ou menos na altura de sua visão. (Figura 8) Figura 7: Esquema diagramático da perspectiva oblíqua. Fonte: Perspectiva para iniciantes. (ARCAS, 2006) Figura 8: Perspectiva com linhas convergindo a um ponto de fuga, observe que as linhas ainda estão na altura da visão do observador. Fonte: Elaborada pelo autor (2021) 1616 Perspectiva Aérea Muito utilizada em cenas de impacto nos HQs, esta perspectiva nos mostra uma vista “de cima”, superior, aérea, pode também ser uma vista em que olhamos de baixo para cima. Mas vamos melhorar este exemplo. Imagine uma cena em que você está no topo de um edifício e olha para baixo, temos os prédios, ou melhor as linhas laterais dos edifí- cios em que nossa visão se baseia convergindo para baixo, e os prédios parecem diminuir em sua base, e caso estejamos nesta mesma rua, só que agora olhando para cima, veremos os ´prédios se afunilando, então podemos deduzir que há a presença de mais dois pontos de fuga nesta cena, pois além das laterais, temos os pontos de fuga que podem estar acima ou abaixo dos prédios e os planos já não estão mais na altura da nossa linha do horizonte, em alguns casos podemos dizer que o horizonte está invisível, ou paralela a ela. Estamos dentro de uma vista, de uma cena em que as coisas acontecem acima ou abaixo de nós, e não mais a nossa frente. 1717 Figura 9: Perspectiva aérea no trabalho do artista japonês Hiroshi gê. Fonte: Hiroshi gê (SCHLOMBS,2010) Percebemos nas imagens abaixo o deslocamento espacial da posição do observador, isto nos co- loca acima ou abaixa da cena. Temos uma visão esquemática (Figura 10) e uma ilustração (Figura 1818 11). Conforme dito anteriormente esta perspectiva é muito utilizada em HQ, popularmente conhecido como Quadrinhos, Comics, mas também em outras linguagens que vão da pintura até o vídeo, cinema e games. Figura 10: Visão esquemática da perspectiva aérea. Fonte: Perspectiva Para Iniciantes (ARCAS, 2006). 1919 Figura 11: Perspectiva aérea e diagramas indicativos de Ponto de Fuga. Ilustr. Ulisses Farinas Fonte: evista Zupe fev. /2012 O estudo da perspectiva não acaba por aqui e caso você se sinta interessando, ou surja a necessidade de SAIBA MAIS 2020 se aprofundar, sugiro o livro: Perspectiva Para Iniciantes, lá você encontrará aplicações, exemplos e descrições detalhadas de representações que são mais complexas, como por exemplo: as perspectivas de planos inclina- dos, projeções ortográficas, perspectivas de círculos e cilindros em profundidade, dividir a profundidade de campo da perspectiva em partes iguais, quadrículas e mosaicos, indo até luz, sombra e reflexos projetados. Vale a pena, ressalto que a perspectiva é um estudo profundo que vem sendo analisada e discutida desde a renascença então temos muito matéria para ser estu- dado. O livro é de Santiago Arcas, José Fernando Arcas e Isabel Gonzáles. Perspectiva para Iniciantes e estará descrito na bibliografia deste curso pois eu utilizo este material para preparar nossas aulas. Além deste livro temos o livro Desenho de Observação de Brian Curtis que se encontra disponível para todos na Minha Biblioteca. La você encontrará tópicos e representações avançadas dos tipos mais comuns de perspectiva, precisamente no Capítulo 14, 15 e 16. É um estudo intenso e complementa nossas aulas de forma bem interessante além de um completo levantamento sobre a história da perspectiva. Vale a leitura. Finalmente e não menos importante, você também poderá consultar na Minha Biblioteca um livro inteiro sobre perspectiva. Desta forma seus estudos poderão ser complementados com este excelente material complementar. O livro é de Lixandrão, Fernando, Paulo H. Desenho de Perspectiva. Você poderá consultar uma grande variedade de proce- dimentos para construir, entender e visualizar a perspec- tiva de forma intuitiva usando apenas um instrumento 2121 simples como uma régua. O Capítulo 5, Perspectiva intuitiva, se encontra no livro Desenho De Observação de Brian Curtis, acima citado. Logo a seguir para ampliar a nossa percepção em relação a este tópico sugiro que prestemos atenção nos usos ampliados da perspectiva. O uso da perspectiva também pode e deve ser estu- dado no mundo da fotografia, se até agora falamos de pintura/ desenho, neste pequeno trecho falaremos de fotografia, assim vocês poderão comparar a utilização em técnicas diferentes. A pintura, conforme exemplifi- cado, e a fotografia. A Perspectiva e as lentes. O desenvolvimento da perspectiva formal deu aos artistas plásticos um meio de representar a profundidade em suas imagens, de retratar, de modo realista, a terceira dimensão na superfície plana da tela ou do papel. A chamada lente padrão, tem uma distância focal que oferece a perspectiva mais próxima da visão normal quando vista em uma impressão de 20x25 cm, mantida a distância de um braço. A lente normal para câmeras 35mm é a lente de 50mm. (PRÄKEL, 2010) FIQUE ATENTO 2222 Sendo assim finalizamos esta parte referente ao estudo da perspectiva, ilustramos com algumas imagens, mas o mais importante é o exercício do olhar, perceber este caminho de como percebemos a profundidade de campo através dos nossos sentidos, no caso a nossa visão. Também será proposto um exercício em que uniremos além da perspectiva, as proporções e relações figura fundo que veremos nos próximos tópicos. POSITIVO NEGATIVO. Este tópico é bem importante pois nos direciona para a análise e produção dos desenhos e ilus- trações. Esta relação pode ser também ampliada para figura/fundo e estruturas que fazem parte de nosso mecanismo de percepção, assim como na perspectiva conseguimos perceber a profundidade de campo, nesta situação a relação se desloca para a forma. Mantemos a estrutura de primeiro e segundo plano, porém esta interação segue al- gumas regras interpretativas. Estas regras foram estudadas e desenvolvidas pela Gestalt, e sempre que falamos em percepção, forma e conjuntos é interessante conhecer estas leis. E porque estas relações são importantes. Vamos começar en- tendendo que de certa forma isto faz parte de um processo de comunicação. Se você entenderisto, tudo vai ficar mais fácil. 2323 Dentro deste processo comunicacional o objetivo é se fazer entender, seja através de uma mensa- gem puramente informacional, como um aviso ou placa, uma embalagem, um outdoor, uma imagem nas redes sociais, uma ilustração, um grafite, um desenho, ou sua produção artística pessoal. A estratégia menos desejável é a duplicidade na comunicação, seria você não conseguir se comunicar da forma que pretendia, seja lá usando a técnica que você escolheu ou mesmo o meio para veicular isto. Para evitar este fator indesejável cria-se um foco, um centro de interesse na composição, algo que lhe forneça a informação precisa do que você está percebendo. Isto lá não é muito fácil, mas é para isto que estudamos comunicação, desenho, composição visual, e outras disciplinas que teóricas ou práticas tem esta função elucidativa. Recomendo fortemente que você estude com afinco as teorias da Gestalt e da Sintaxe Visual, elas são fundamentais. Neste tópico indicarei a bibliografia e discutiremos brevemente o assunto, esclareço que este é um assunto importante e que não faz parte diretamente desta disciplina, apenas complemento para que você saiba da importância destes estudos. É um material extenso e não tem como ser abordado no material de desenho de observação. A mente curiosa, pesquisadora, de principiante é a melhor qualificação que vocês 2424 poderão desenvolver, pois sempre estarão ativos e participantes no processo de aprendizagem, então pesquisem estes assuntos. O livro que gostaria de indicar é o Sintaxe da Linguagem Visual, Donis. A. Dondis, um clássico entre os estudantes de Design. Ele discute as estratégias comunicacionais, e alguns esquemas de composições visuais analisados em duplas, como por exemplo: planura e profundidade, simetria e assimetria, unidade e profusão etc. Discute também as estratégias para criação de mensagens visuais a fim de evitar duplicidade na leitura dos con- teúdos, o que pode causar má interpretação do que se quer comunicar. Outro livro mais específico é Arte e Percepção Visual de Rudolf Arnheim, bem completo e abrangente sobre todos os tópicos relacionados à psicologia da percepção. Finalmente gostaria de sugerir o livro da bibliografia: Desenho Artístico, disponível na Biblioteca Virtual. Nesta obra, ver o Capítulo 17, Gestalt (Revisitada) uma breve introdução sobre o assunto. Tendemos a interpretar as formas segundo al- gumas leis estudadas pela Gestalt, uma delas é o Fechamento, operação em que nosso cérebro interpreta dentro da relação figura/fundo, ou me- lhor positivo/negativo, as partes que não estão explícitas na figura, completamos esta ausência FIQUE ATENTO 2525 através das conexões de nosso cérebro. Então figura, explícita e visível, parte positiva e o fundo, negativo, parte ausente, ambas são interpretadas por meio, intermediadas, pelo fenômeno do Fe- chamento. Apesar da complexidade da descrição da experiência perceptiva, e sim, aqui estamos falando de percepção e formas, a imagem ilustra isto melhor (Figura 12) 2626 Figura 12: Estrutura de imagem em que alguns detalhes são o suficiente para que configuremos a imagem em nosso cérebro, se precisar de os detalhes. Fonte: Revista ABC Design (junho/2008) No desenho de observação como conhecemos, na maioria das vezes, observamos os espaços positivos, por exemplo: quando você desenha 2727 uma cadeira, você a observa, vê sua proporção, e começa a traçar sua estrutura, depois parte para os detalhes e finalmente os acabamentos, e assim você vai refinando a sua capacidade perceptiva, quanto mais refinada for, maior a capacidade de representar detalhes, mesmo que opte por dese- nhar formas mais simplificadas e simples, e isto não quer dizer que não possua esta capacidade. Porém você raramente começa a desenhar a cadeira pelos seus espaços negativos, ou seja, pelos vãos de suas pernas ou encosto. Na ilustração abaixo além de termos os princípios de fechamento da imagem, em que alguns detalhes não são neces- sários para configurarmos a forma, temos também a exploração do espaço negativo. Percebam que no fundo da composição quase todo o cenário foi feito desta maneira. Apenas nesta relação de positivo e negativo (Figura 13). 2828 Figura 13: Estrutura de figura/ fundo trabalhando com a relação positivo negativo. Ilustr. Javier Rico/Manuel Otero. Fonte: Revista Zupe (maio/2006) 2929 GRADE PERCEPTUAL Temos a tendência de adaptar nossa visão aos eixos cartesianos, conhecidos como eixo X e Y. Esta estrutura dá origem a uma sucessão de li- nhas e estas linhas se entrecruzam verticalmente e horizontalmente, formando uma grade, você já deve ter escutado algo semelhante como Grid. E para que serve isto? Organização. Pronto. Serve para organizarmos os elementos no espaço, ou no plano representativo bidimensional, elemen- tos como imagens, blocos de texto, ilustrações, ornamentos, bem como no caso do desenho livre direcionar nosso olhar para mantermos o foco nas linhas horizontais e verticais, demarcar os objetos da cena do desenho para que você con- siga se orientar dentro de sua composição. Mas isto não é uma camisa de força, você pode muito bem utilizar os elementos fora da marcação do grid, da grade, se assim achar necessário bem como utilizar a diagonais como referência quando estiver desenhando, tendo em vista que nem só de horizontais e verticais são feitos os desenhos. Buscamos por equilíbrio, tanto psicologicamente como em termos de percepção visual, para que possamos estabelecer um parâmetro, por isso esta grade perceptiva se faz necessária, mas repito ela não é condição única e primária, mas serve muito bem quando estamos desenhando. 3030 Este Grid serve também para que possamos en- quadrar uma composição dentro dos seus eixos e assim facilitar o desenho, pois em cada quadrante poderemos desenhar uma parte da composição, mantendo de certa forma a proporção e a organiza- ção dentro do plano. É uma técnica renascentista, desenvolvida por Alberti, Leon Battisti Alberti, no tratado sobre pintura, De Pittura de 1435. Neste tratado Alberti descreve a construção de um meca- nismo para enquadrar o objeto a ser representado, bem como faziam outros pintores do Renascimento. Para você ver na prática a aplicação deste conceito, sugiro que você consulte o capítulo específico de grade perceptiva no livro Desenho de Observação, pois a exe- cução deste procedimento está bem ilustrada. PROPORÇÃO Por que falamos em proporção? Pois queremos relacionar “algo em relação a algo” Um objeto em relação a outro, para que se mantenha uma me- dida, de um objeto específico próxima à medida de outro, proximidade de dimensões. Imagine que você está desenhando duas garrafas, uma de água de 2L e uma de refrigerante de 300ml. SAIBA MAIS 3131 Se você representar a garrafa pequena, quase que da mesma altura e largura que a grande, isto causará um estranhamento, e provavelmente se dará porque a garrafa pequena está muito grande em relação a outra ou a garrafa grande está muito pequena em relação à outra. Portanto, estão fora de proporção. Existem diversas formas de verificar a proporção de uma figura em relação à outra, ou mesmo ambas em relação ao conjunto, pois têm que ser harmoniosos, não só os elementos, mas com o fundo em que estão inseridos. De novo: garrafas de tamanho variado sobre uma mesa de jantar, por exemplo e estas garrafas ocupam quase metade da mesa, estão novamente fora da proporção, claro que isto pode ter sido criado propositalmente, mas em termos gerais, do nosso cotidiano, causará novamente um estranhamento. Vamos juntar os pontos. Falamos de perspectiva, que de certa forma dá um senso de profundidade na composi- ção, seguindo as diagonais e outros indicativos dentro do desenho, pintura ou mesmo fotografia. Depois falamos do positivo e negativo, pois através dele conseguimos explorar também a relação figura/fundo.Além dos espaços negativos. FIQUE ATENTO 3232 Falamos também das estruturas em que este desenho se desenvolve, ou o espaço em que os elementos se organizam no plano representativo bidimensional. Os eixos X e Y e como aproveitar esta estrutura para compor e orientar as principais linhas de nossa composição, além obviamente das diagonais que reforçam a perspectiva e fazem parte dos objetos. Agora neste tópico abordamos a proporção que também estabelece relações dos objetos entre si, e da composição como um todo. Percebemos então o papel das linhas na construção das imagens, sejam elas fotografias, pintura ou desenho, que é o nosso caso aqui. A variação de suas características determina os resultados e elas podem variar em: Orientação: horizontal, vertical e inclinada Tamanho: uma em relação à outra. Espessura. Posicionamento: posição dentro da grade compositiva Traço: característica tecno-artística da linha – se foi feita por lápis, caneta ou outro material. Além das massas planas que são decorrentes do de- senho em si, pois nem só de linhas o desenho é feito, mas nestes primeiros exemplos as linhas predominam. Todos estes elementos juntos interagem e nos possibi- litam que possamos de certa forma ter algum recurso para parametrizar nossos desenhos, mas não se esqueça de utilizar a sua intuição pois ela é mais importante do que qualquer tentativa de mecanizar o fazer artístico, pois o valor da obra está na sua espontaneidade e no gestual livre que a produz. 3333 SEGMENTO ÁUREO Segmento áureo ou seção áurea é uma relação também, só que uma relação intrínseca, são me- didas internas que se inter-relacionam produzindo um efeito “agradável” aos olhos decorrentes desta proporção que segue as ordens matemáticas pre- sentes também na natureza. Neste caso falamos de proporção. Quando nos referimos à beleza clássica ou dizemos que o algo é belo, de forma clássica - greco-romana, estamos querendo dizer que um rosto, uma pintura, um enquadramento fotográfico ou grid ou mesmo uma estrutura arquitetônica seguem esta ordem. E esta ordem é claramente perceptível e vários fenômenos da natureza. Encontramos isto em estruturas de flores e plantas, em frutos e mesmo em alguns animais. A seção áurea é uma relação proporcional única porque gera uma progressão infinita de segmentos de reta ou retângulos de proporção idêntica. Devi- do a essa capacidade autônoma, ela costuma ser referida, metaforicamente, como um eco visível do infinito” ou uma “porta para o infinito” (CURTIS. 2015). Dentro destas mesmas relações, temos a série de Fibonacci, uma série de números e que foi criada pelo matemático italiano Leonardo Pisano no Sé- 3434 culo XII. Tanto os padrões matemáticos, quanto os naturais e arquitetônicos que são observados e seguem esta série são estudados segundo al- guns princípios e regras herméticas do ocultismo medieval, renascentista e até na era moderna. São estudos empíricos que retomam conceitos geo- métricos anteriores ao Antigo Egito. A geometria Euclidiana era uma geometria recente comparada aos cânones da geometria egípcia e aos tratados de Geometria védica. A matemática servia de pano de fundo para a inte- pretação do universo, bem como sua aplicação em situações reais, desde cálculos de áreas, pesos, medidas até a arquitetura utilizada nos antigos monumentos de civilizações passadas, como por exemplo as pirâmides do Egito. Também era percebido o padrão matemático em algumas formas da natureza e isto ajudava o ser humano a perceber uma conexão entro o macro e o microcosmos. Escolas de pensamento da antiga Grécia já tomavam isto como verdade. Pintores e escultores como o jovem Phidias utilizavam estas relações para “construir o belo” (Figura 14) e arquitetos tentavam de certa forma estruturar suas construções utilizando padrões geométricos decorrentes dos segmentos áureos e das séries de Fibonacci. 3535 Figura 14: Zeus analisado segundo os retângulos áureos. Fonte: Geometria do Design. (ELAM,2001) SÉRIE DE FIBONACCI E RETÂNGULO ÁUREO. Esta série começa com o Zero, e vejam este con- ceito não existia até então, foi o contato com o conhecimento védico e de sua matemática que nos fez entender este conceito. Voltando, a série começa com Zero e seu número subsequente, o número 1, depois a soma de zero e um resultando em um, somando com o seu anterior e produzin- do o próximo, neste caso o dois, e daí para frente ela se desenvolve sozinha, o número 2 somado ao número 1, resultando no número 3, o número 3 somado ao anterior o número 2, resultando no número 5 e assim por diante. Veja a sequência: 3636 0+1 = 1 1+1 = 2 2+1= 3 3 +2 =5 E n t ã o a s e q u ê n c i a v a i s e g u i n d o : 0,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144 etc. Se dividirmos o número 5/3 = 1.6 Se dividirmos o número 8/5 = 1.6 e este número é um número Phi Φ. Número que estabelece várias relações matemáticas, trigonométricas e naturais, além de ser usada como uma regra de composição. A razão áurea é uma divisão baseada na proporção do número de ouro e pode ser usada como método de posicionamento do assunto na imagem ou de divisão da composição em proporções agradáveis. É mais fácil lembrar uma razão de 8/5 do que o número 1.6 18. Mas os 2 são basicamente a mes- ma coisa (a expressão média áurea é às vezes usada para escrever o ponto de divisão) Escolher a posição do horizonte, fixar o principal ponto ou dividir o quadro em proporções agradáveis, tudo isso pode ser feito dentro desta razão - embora obviamente isso não garanta a qualidade final da imagem. (PRÄKEL. 2010) 3737 Percebemos essas relações estabelecidas entre o Retângulo Áureo, a série de Fibonacci na arte, as construções geométricas e os padrões encontrados na natureza conforme figuras 14, 15 e 16. Também podemos estabelecer, perceber e entender como que isto, dentro da geometria, dentro da construção de um retângulo e suas subdivisões vão criando áreas que são visualmente mais agradáveis ao olhar, que são mais harmônicas, e a partir deste percurso, desta percepção, escultores enquadravam as proporções de um rosto e do corpo humano dentro deste retângulo, arquitetos enquadravam dentro dessa relação, deste retângulo; desta pro- porção áurea o frontão de um templo, o Parthenon um templo antigo e famoso na Grécia segue esta regra. A catedral de Notre Dame em Paris segue também esta estrutura conforme veremos na sequência (Figura 17). Percebam as linhas que reforçam a construção desta estrutura. 3838 Figura 15: Estrutura do Retângulo Áureo. Fonte: Geometria do Design. (ELAM,2001). 3939 Figura 16: Detalhe de uma concha e o segmento áureo Fonte: Geometria Do Design. (ELAM,2001) Figura 17: Detalhe de um Náutilo. Fonte: Geometria Do Design. (ELAM,2001) 4040 Figura 18: Estrutura Geométrica dos Retângulos Áureos sobre imagem da catedral de Norte Dá-me em Paris. Fonte: Geometria do Design (ELAM,2001). 4141 Podemos também perceber essas estruturas na pintura e as obras de arte mais clássicas que, de certa forma, seguiram este padrão, vejamos a seguir a estrutura de construção, proporção e segmento áureo presentes nas esculturas (Figu- ra 18), podemos também utilizá-las nas nossas composições, nos nossos desenhos e na nossa produção artística pessoal. Figura 19: Detalhe das esculturas relacionadas com a proporção dos retângulos áureos. Fonte: Geometria do Design (ELAM, 2001) É uma regra muito simples mas de uma complexidade e de uma aplicação muito abrangente.Só a título de curiosidade, existem ferramentas dentro de programas que preveem o funcionamento dos ativos financeiros do mercado de futuros da bolsa de valores através das séries de Fibonacci, se você tiver alguma dúvida faça uma pesquisa simples e rápida no Google digitando Fibonacci/Mercado de ações ou mercado de capitais e você perceberá que existem inúmeras palestras al- SAIBA MAIS 4242 gumas de longa duração e cursos, explicando a série aplicadaao movimento dos preços dos valores das ações e dos índices elencados e operados dentro do mercado financeiro. A partir destas colocações podemos entender então que esta série não é uma regra rígida, como o grid ou a grade construtiva de composição também não é, assim como a perspectiva também não, mas possui as suas leis próprias com a finalidade de facilitar o desenhista, o artista, o ilustrador e escultor servindo como uma referência estrutural. Isto não significa que uma postura mais disruptiva em relação a essas normas, a esses cânones com- positivos não venha fazer sucesso, percebemos isto na arte contemporânea, em alguns casos questionando realmente a perspectiva como era entendida desde o Renascimento, e questionando os padrões de estruturas compositivas clássicas. Atividade – Exercício 1 Dando continuidade a nossa série de exercícios, pois esta atividade é coordenada com as teorias expostas até então, sugerimos que você avance um pouco mais em direção à complexidade dos exercícios, mas não sem antes incorporar toda a discussão feita neste tópico. As atividades a partir deste grau de desenvolvimento irão requerer que você tenha em mente o uso ordenado FIQUE ATENTO 4343 da linha, isto quer dizer: que você perceba com mais exatidão o posicionamento das mesmas. Como assim? Observe inicialmente todas as linhas horizontais de seu desenho, dos objetos a serem retratados e depois todas as verticais. Observe bem e compare uma em relação à outra. Posteriormente perceba as linhas inclinadas, pois provavelmente algumas delas nos darão um senso de profundidade, a perspectiva até agora estudada. Em posse destas notações comece seus esboços utilizando um lápis HB, ou 2B no máximo, o tema a ser desenvolvido será Natureza Morta. Natureza Morta é um dos gran- des temas da pintura, junto com paisagens e retratos. No nosso caso você fará uma composição utilizando objetos retilíneos, sobrepostos, pode se arriscar a colo- car objetos curvilíneos também, se achar interessante. São objetos de seu cotidiano, obviamente que quanto maior a quantidade de objetos, mais você desenhará e praticará, não só a perspectiva destes pequenos obje- tos, bem como a proporção ou relação entre eles. Em uma superfície plana, uma mesa por exemplo, colocará objetos de seu cotidiano, ou que você ache interessante, alinhados, sobrepostos, arranjados de forma que os desenhar se torne um desafio. Reitero que isto não é uma competição ou algo que você deva se chatear, e sim um processo de aprendizagem e novamente digo: Não se compare com os outros, apenas foco no seu trabalho e na sua composição. Se recorde dos exemplos dados durante este tópico e tente colocar em prática. Sugiro que você execute 5 cinco desenhos diferentes, e de preferência variando o formato da folha, pode ser um A5 e outros em A4 e em A3, maiores, por que não? Desta forma praticará a compreensão das relações e tamanhos variados de seus objetos representados. 4444 Uma representação clássica nos estudos de perspectiva é a pintura de Paolo Ocelo (1397 – 1475). Intitulada de A Batalha de São Romano. Nesta composição podemos perceber a indução de nosso olhar conduzido pelas linhas inclinadas e convergentes a um ponto focal no fundo da composição, perceba que tudo caminha para um ponto no final da pintura. Tudo é extremamente realista, inclusive se notar bem verá que o soldado, deitado ao chão no canto inferior esquerdo da obra, possui também uma alteração em sua forma, o que vem ao encontro desta teoria representativa que converge o olhar para um ponto, altera a forma de algumas figuras - sua proporção propriamente dita, com a finalidade de causar esta ilusão de ótica, nos dar a sensação de pro- fundidade, tridimensionalidade, ou em outras palavras: a profundidade de campo. Pesquise sobre esta imagem e faça suas observações finais levando em conta todos os tópicos abordados nesta unidade. SAIBA MAIS 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalizamos este módulo concluindo as relações estabelecidas entre a forma e seus sistemas de representação, seja pelo uso da perspectiva, das relações de figura fundo, das proporções e de seu posicionamento dentro de uma grade construtiva, levando em conta a percepção do sistema de visão cônico convergente e o cérebro. Estes recursos devem ser estudados a fundo e são exercícios que caminham junto com o seu desenvolvimento dentro do curso e mesmo fora dele, na sua vida profissional artística. Sendo assim reforço que a prática, além do conhecimento, é de suma impor- tância, ou seja: façam os exercícios e consultem a bibliografia. Referências Bibliográficas & Consultadas ABCDesign. Ilustração da Capa: Osvaldo de Miranda “Miran”. Curitiba, V.24, p. Capa, Junho.2008. ARCAS, Santiago; ARCAS, José Fernando; GONZALES, Isabel. 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