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PECA 01 PRATICA PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...
MEVIO, brasileiro, médico, cirurgião cardiovascular, nascido em 11 de abril de 1979, natural de Recife, Pernambuco, residente e domiciliado em ..., inscrito no CPF sob o nº ..., com endereço eletrônico .., vem, respeitosamente, por meio de seu advogado infra-assinado, inscrito na OAB/XX sob o nº ..., com escritório profissional situado em ..., onde recebe intimações e comunicações, para promover a presente QUEIXA-CRIME, com fulcro nos artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal e no artigo 145 do Código Penal, em face de TÍCIO, estado civil..., inscrito no CPF sob n° ... residente e domiciliado ..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I. DOS FATOS
Mevio é um respeitado médico cirurgião cardiovascular, detentor de boa reputação e ampla aceitação na sociedade. Nos últimos dois meses, entretanto, tem sido alvo de constantes agressões à sua honra nas redes sociais, principalmente nos comentários de suas postagens no Instagram.
O notório sucesso de Mévio levou-o a manifestar publicamente sua intenção de se candidatar a vereador na cidade, fato que causou inveja e ira entre seus adversários políticos. Em 16 de março de 2023, Tício, um dos principais detratores de Mévio, publicou um comentário em uma das fotos postadas por este último em seu perfil no Instagram. Nesse comentário, Tício difundiu acusações difamatórias e injuriosas, afirmando que "votar nesse sujeito vai pedir para destruir nossa cidade", chamando Mévio de "jumento desqualificado" e insinuando que ele é incapaz de cuidar da cidade e de realizar cirurgias, acusando-o de negligência profissional com a morte de pacientes.
A situação chegou a um ponto tal que Mévio, sobrecarregado pelas constantes injúrias, se encontra afastado do trabalho há 5 dias, enfrentando constrangimento e abalo psicológico.
II- DO CABIMENTO 
A queixa-crime é um instrumento jurídico utilizado para dar início a um processo penal quando uma pessoa alega ter sido vítima de um crime. Ela é uma forma de provocar a atuação do Poder Judiciário para apurar a prática de um delito e punir o suposto autor, 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal e no artigo 145 do Código Penal
Portanto, diante das ofensas e danos sofridos por Mévio, bem como da caracterização dos crimes de difamação e injúria, o cabimento da queixa-crime se justifica como meio de buscar a devida reparação e punição do suposto autor, Tício, perante a Justiça.
III- DA LEGITIMIDADE 
Mévio detém a legitimidade ativa para atuar como autor da ação penal, pois alega ter sido vítima das condutas criminosas de Tício (difamação e injúria).
Como pessoa diretamente afetada pelas acusações difamatórias e injuriosas, Mévio tem o direito de buscar a proteção do Estado e responsabilizar Tício perante a Justiça.
Tício possui a legitimidade passiva, pois é o suposto autor das condutas criminosas de difamação e injúria.
Tício é a parte que será acusada por Mévio de ter praticado as ações ofensivas e difamatórias que deram origem à queixa-crime.
IV. DO DIREITO
IV.I- DA CARACTERIZAÇÃO DA CALÚNIA 
Para a caracterização do Crime de Calúnia, o agente não necessariamente precisa ter consciência de que é falsa suas afirmações, mas basta que haja a incerteza da autoria, para que este assuma os riscos decorrentes da ofensa a integridade moral alheia, nos termos do art. 138 do Código Penal.
O elemento subjetivo específico do crime de calúnia, qual seja a vontade de atingir a honra objetiva da vítima, atribuindo falsamente e publicamente fato definido como crime, emerge claro ao ter o Querelado acusado o Querelante de ter cometido o crime Homicídio em face de seus pacientes, tipificado nos artigos 121 do Código Penal Brasileiro, o que não condiz com a verdade. 
Com efeito, o Querelado praticou o crime de Calúnia e deverá ser punido.
IV.II- DA CARACTERIZAÇÃO DA DIFAMAÇÃO
A difamação, prevista no art. 139 do Código Penal Brasileiro consiste em tirar a boa fama ou o crédito, desacreditar publicamente atribuindo a alguém um fato específico negativo, para ocorrer o crime de difamação o fato atribuído não pode ser considerado crime. 
Dessa maneira, Tício, querelado, difundiu acusações difamatórias e injuriosas, afirmando que "votar nesse sujeito vai pedir para destruir nossa cidade", chamando Mévio de "jumento desqualificado" e insinuando que ele é incapaz de cuidar da cidade e de realizar cirurgias, além de proferir ofensas o chamando de “corno”, atingindo sua honra objetiva.
IV.III- DA CARCETRIZAÇÃO DA INJÚRIA 
A injúria, prevista no artigo 140 do Código Penal Brasileiro, configura-se quando alguém ofende a dignidade ou o decoro de outra pessoa, por meio de palavras, gestos ou atitudes que atentem contra a sua honra. No presente caso, a conduta de Tício, ao chamar Mévio de "jumento desqualificado" e insinuar sua incapacidade profissional, claramente se encaixa nessa definição legal.
Para a configuração do crime de injúria, é necessário observar alguns elementos essenciais, os quais se aplicam ao caso em análise:
Ofensa à Dignidade: As afirmações injuriosas de Tício direcionadas a Mévio ultrapassaram os limites da crítica legítima e direcionaram-se à ofensa à dignidade pessoal e profissional deste último.
Exposição à Sociedade: As acusações injuriosas foram proferidas em um comentário público em uma rede social, sendo expostas a um público amplo, o que agrava o impacto negativo sobre a honra de Mévio.
Dano à Reputação: As afirmações injuriosas causaram danos à reputação de Mévio, afetando sua imagem pessoal e profissional, além de terem gerado abalo emocional e psicológico.
IV.IV- DO CONCURSO MATERIAL DE CRIMES 
Pode-se observar que o concurso material está previsto no início do Art. 70 do Código Penal Brasileiro.
No caso apresentado envolvendo Mévio, a situação configura o concurso material de crimes, pois Tício cometeu três condutas criminosas distintas: a calúnia, a difamação e a injúria. Cada uma dessas condutas é prevista como um crime autônomo no Código Penal Brasileiro.
V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
A) O recebimento da presente Queixa Crime e sua autuação, determinando-se a citação de Tício;
B) Caso Tício não seja encontrado, que os autos sejam remetidos à Justiça Criminal Comum, a fim de que ele seja citado por edital, garantindo-se sua ampla defesa e contraditório;
C) A intimação e oitiva das testemunhas arroladas no decorrer do processo;
D) A fixação de indenização por danos morais, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, considerando os danos sofridos por Mévio, a ser apurada na fase de instrução;
E) Ao final do processo, a condenação de Tício pelos crimes de difamação e injúria, com base nos artigos 139 e 140 do Código Penal, respectivamente;
F) A aplicação das penas cominadas pela lei, bem como a pena máxima em concreto, conforme o artigo 70 do Código Penal.
Nestes termos, pede deferimento.
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Advogado..., OAB...
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