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Teoria da Comunicação

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Prévia do material em texto

Indaial – 2019
Teoria da ComuniCação
Prof.a Dr.a Rosangela Marçolla
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Dr.a Rosangela Marçolla
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M393t
 Marçolla, Rosangela
 Teoria da comunicação. / Rosangela Marçolla. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2019.
 205 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0415-4
1. Comunicação. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da 
Vinci.
CDD 302.2
III
apresenTação
Olá, acadêmico! Para iniciarmos o estudo sobre as Teorias da 
Comunicação, vamos passear pelos caminhos da comunicação entre as 
pessoas e todo o processo que as envolve. É importante apresentar essas 
ideias iniciais para entendermos as correntes teóricas, por meio de estudos 
de renomados pesquisadores da área.
Vamos entender o que significa comunicação, como se dá o seu 
processo entre as pessoas, como a comunicação passou a ser mediada pelos 
veículos e o que traz como consequências para a nossa vida. Veremos, 
também, os estudos de teorias da comunicação a partir de pesquisadores da 
área. Durante a explanação, os autores terão voz, por meio de citações diretas 
e indiretas, para nos trazer os resultados de suas pesquisas.
Tenha a certeza de que será um passeio bem interessante.
A Unidade 1 do Livro Didático “Teoria da Comunicação” 
apresenta um cenário bastante sucinto com os passos iniciais dos processos 
comunicacionais do ser humano, desde os primeiros desenhos até os dias 
de hoje. A proposta é entender a comunicação como um processo, os seus 
elementos, as suas funções e depois o surgimento e a evolução dos meios 
de massa, alterando as formas de interação das mensagens. E, ainda, nesta 
parte, um breve histórico das correntes teóricas, preparando o caminho para 
a próxima etapa.
A Unidade 2 mostra o percurso das principais correntes de 
pensamento na área da comunicação, explicada por seus princípios, autores 
e obras que marcaram cada período. A proposta, neste ponto, é conhecer os 
estudos e reconhecê-los nos fenômenos comunicacionais dos dias de hoje. 
A Unidade 3 do livro didático apresentará os estudos da área da 
comunicação desenvolvidos na América Latina. Daremos ênfase às pesquisas 
voltadas ao Brasil: a folkcomunicação e à folkmídia, seus elementos e suas 
relações com os nossos processos comunicacionais.
Boa leitura e bons estudos!
Prof.a Dr.a Rosangela Marçolla
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para que já é veterano, há novidades em 
nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, me verá frequentemente e surgirei para apresentar 
dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – ESTUDO DA COMUNICAÇÃO .................................................................................1
TÓPICO 1 – A COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO .....................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 COMUNICAÇÃO ...................................................................................................................................4
RESUMO DO TÓPICO 1..........................................................................................................................7
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................................................8
 
TÓPICO 2 – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO .............................................................................9
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................9
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................15
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................16
TÓPICO 3 – CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, AUDIÊNCIA E MASSA ....................17
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................17
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ............................................................................................................17
3 CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, AUDIÊNCIA E MASSA ........................................21
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................25
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................26
TÓPICO 4 – MÍDIA E SOCIEDADE: AS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DOS MEIOS DE 
COMUNICAÇÃO .............................................................................................................27
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................27
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ............................................................................................................27
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................37
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................38
TÓPICO 5 – A SOCIEDADE E A FORMAÇÃODAS TEORIAS DA COMUNICAÇÃO .........39
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................39
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ............................................................................................................39
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................46
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................50
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................51
UNIDADE 2 – CORRENTES TEÓRICAS DA COMUNICAÇÃO .................................................53
TÓPICO 1 – TEORIAS DA COMUNICAÇÃO NORTE-AMERICANAS ....................................55
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................55
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ............................................................................................................55
3 TEORIA HIPODÉRMICA ..................................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................61
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................62
sumário
VIII
TÓPICO 2 – MODELO DE LASSWELL ..............................................................................................63
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................63
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ............................................................................................................63
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................69
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................73
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................74
TÓPICO 3 – ABORDAGEM DA PERSUASÃO .................................................................................75
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................75
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ...........................................................................................................75
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................79
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................80
TÓPICO 4 – TWO-STEP OF FLOW E LÍDERES DE OPINIÃO .....................................................83
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................83
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ............................................................................................................83
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................90
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................91
TÓPICO 5 – CORRENTE DOS USOS E GRATIFICAÇÕES ...........................................................93
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................93
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ............................................................................................................93
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................96
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................97
TÓPICO 6 – HIPÓTESE DO AGENDA SETTING, GATEKEEPER E NEWSMAKING ............101
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................101
RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................107
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................108
TÓPICO 7 – TEORIA DA INFORMAÇÃO OU TEORIA MATEMÁTICA ................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................109
RESUMO DO TÓPICO 7......................................................................................................................114
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................115
TÓPICO 8 – INTERACIONISMO SIMBÓLICO: A ESCOLA DE CHICAGO ..........................117
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................117
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................118
RESUMO DO TÓPICO 8......................................................................................................................123
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................124
UNIDADE 3 – CORRENTES TEÓRICAS DA COMUNICAÇÃO II ...........................................127
TÓPICO 1 – TEORIA CRÍTICA OU ESCOLA DE FRANKFURT ................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................129
3 PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA TEORIA CRÍTICA DA ESCOLA DE 
 FRANKFURT .......................................................................................................................................131
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................137
IX
TÓPICO 2 – ESTRUTURALISMO .....................................................................................................139
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................139
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................139
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................144
AUTOATIVIDADE...............................................................................................................................145
TÓPICO 3 – TEORIA CULTUROLÓGICA.......................................................................................147
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................147
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................147
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................150
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................151
TÓPICO 4 – ALDEIA GLOBAL: MARSHALL MCLUHAN .........................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................153
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
TÓPICO 5 – OS ESTUDOS CULTURAIS .........................................................................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................165
3 PRINCIPAIS PENSADORES DOS ESTUDOS CULTURAIS: ..................................................166
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................169
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................170
TOPICO 6 – A ESCOLA LATINO-AMERICANA ...........................................................................173
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................173
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ..........................................................................................................173
3 OS ESTUDOS DE COMUNICAÇÃO NO BRASIL .....................................................................178
4 O PIONEIRISMO DE LUIZ BELTRÃO – FOLKCOMUNICAÇÃO: A COMUNICAÇÃO 
DOS MARGINALIZADOS ..............................................................................................................180
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................188
RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................190
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................191
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................193
X
1
UNIDADE 1
ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, deverá ser capaz de:
• estudar o campo da comunicação como área do conhecimento;
• entender a comunicação e sua participação na sociedade;
• mapear os conceitos, modelos e estruturas da comunicação na sociedade;
• conhecer a evolução dos pressupostos teóricos, seus princípios e as prin-
cipais contribuições para a área por meio das teorias da comunicação.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade 
encontrará algumas autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO
TÓPICO 2 – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
TÓPICO 3 – CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, AUDIÊNCIA E 
MASSA
TÓPICO 4 – MÍDIA E SOCIEDADE: AS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DOS 
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
TÓPICO 5 – A SOCIEDADE E A FORMAÇÃO DAS TEORIAS DA 
COMUNICAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A COMUNICAÇÃO COMO 
PROCESSO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você, acadêmico, conhecerá o início da comunicação, 
como uma forma de sobrevivência humana, de seus costumes e experiências. 
É importante que saiba que a comunicação é estudada como processo e assim 
veremos o seu desenvolvimento.
Com a evolução da sociedade, da utilização dos meios, a comunicação 
toma outros caminhos. Então, se entender as definições e classificações propostas 
ficará mais fácil compreender as teorias que serão apresentadas adiante.
Para começo da nossa conversa, já é suficiente contextualizar as evoluções 
tecnológicas, como o cinema, o rádio, o jornal, a televisão e a internet e a sua 
influência na vida social, dando espaço para os estudos teóricos do processo 
comunicacional.
Hoje é mais difícil imaginar o mundo sem a mídia, mas vivemos um 
grande período da história da humanidade sem esses recursos. Um tempo em 
que a informação demorava meses e meses para chegar ao destinatário. Passamos 
pela era dos desenhos, grunhidos, fala, escrita e depois representamos essas 
habilidades usando a tecnologia. 
Espero que a leitura seja agradável, pois o assunto é instigante e levará 
a refletir sobre o mundo em que se vive hoje e a interferência dos meios de 
comunicação na vida de cada pessoa.
Vamos aos estudos!
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
4
2 COMUNICAÇÃO
FIGURA 1 - FORMAS DE COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://maistreinamento.com.br>. Acesso em: 25 nov. 2019.
A comunicação é um processo inerente ao ser humano. É pelo ato de 
manifestar pensamentos, ideias, desejos e sentimentos que o indivíduo se 
relaciona com os demais em sociedade. Esse processo não se limita à voz e ao uso 
das palavras: a comunicação envolve múltiplas dimensões do nosso cotidiano.
 Ela pode ocorrer de maneira verbal, ou ainda na forma escrita, ou por 
sinais, e também por gestos e atitudes. O corpo fala. Certamente já ouviu de 
nossos avós ou tios a história de que bastava um olhar de reprovação para a 
criança arteira perceber que deveria ficar quieta e obediente. O mesmo mesmo 
princípio pode ser aplicado quando em algum momento vemos a testa franzida 
de um professor ou dos pais e entendemos que há algum problema.
Há ocasiões em que permanecer simplesmente em silêncio, diante de uma 
atitude de que não gostamos, já diz muito para o outro indivíduo sobre o que 
estamos pensando: isso é comunicação!
Nós precisamos da comunicação para viver em sociedade, pois por meio 
dela podemos transmitir mensagens, conhecimentos, costumes, preservar a nossa 
espécie, a nossa história. Essa necessidade de comunicação veio há muito tempo. 
Vamos nos lembrar de como tudo pode ter acontecido, já que os registros foram 
escritos por pesquisadores séculos depois.
O ser humano sempre buscou transmitir suas ideias, suas ações de uma 
maneira que fosse entendido. No tempo em que o homem morava em cavernas, 
sua vida era cercada de perigos e infortúnios o tempo todo, pois pouco se sabia 
da vida e dos seus fenômenos naturais. Desenhava nas paredes as suas caçadas, 
registrando seus feitos. Sabe-se, por meio de pesquisas, que o homem pelo seu 
instinto natural de preservação da vida, talvez quisesse prevenir os outros sobre 
tais perigos.
TÓPICO 1 | A COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO
5
Sabe-se, também, que o homem não entendia a natureza, então onde 
faltavaa ciência dos fatos, sobrava imaginação e nesse tempo nasceram as formas 
narrativas que posteriormente foram denominadas de mitos. O início e o fim da 
vida entendidos como obras dos deuses do sol, da lua etc.
Contar histórias é uma das formas mais antigas de comunicação entre os 
homens. Em tempos remotos já contavam seus feitos e criavam outros que haviam 
imaginado. As histórias têm origem na oralidade e perpetuam sua tradição 
através da comunicação. Como forma de transmissão de conceitos, as histórias 
foram utilizadas na educação, principalmente pela sua linguagem simbólica e seu 
caráter lúdico.
Comunicamo-nos principalmente para contar histórias. Essas histórias refletem 
e reformam as imagens de nós mesmos e os nossos valores comunitários. Durante a maior 
parte da história humana, esses conceitos foram passados por contadores a pequenos 
grupos de ouvintes, reunidos na praça de uma aldeia ou junto à lareira. Somente nos 
últimos 500 anos é que o contador de histórias começou a ser substituído por um recurso 
produzido à máquina – o livro impresso. Agora, estamos na era das comunicações por 
imagens – primeiro a fotografia, depois o cinema e a televisão, e agora a computação 
multimídia (DIZARD, 2000, p. 275).
IMPORTANT
E
Desde os tempos remotos, o homem sempre procurou se agrupar como 
forma de sobrevivência, ajustando-se de forma cooperativa à natureza. Para isso, 
utilizou a comunicação como instrumento na troca de informações, de descobertas, 
na preservação de sua espécie, na interação com a sociedade, na formação de sua 
cultura e na transmissão de experiências e sentimentos. A comunicação é uma 
forma de interação.
Sabemos que o homem, em tempos bem distantes, apenas produzia sons 
e a fala foi se desenvolvendo aos poucos. Podemos entender da seguinte maneira:
[...] pessoas desprovidas de fala teriam uma séria limitação da 
capacidade para transmitir e receber conjuntos extensos e complicados 
de significados. Esta é uma inferência muito importante por ser 
justamente dessas mensagens que se formamlendas, mitos, instruções 
complicadas, interpretações do mundo físico, e assim sucessivamente 
(DE FLEUR, 1993, p. 28).
Ao contar uma história, busca-se transmitir uma mensagem, que deve 
causar reação nos ouvintes, quer de tristeza, de alegria, de espanto ou de reflexão. 
A função da história é partilhar ideias, abrindo possibilidades de descobertas 
no outro ser humano. O homem sempre teve necessidade de comunicar-se, de 
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
6
qualquer maneira, utilizando todas as formas de linguagem. E necessidade de 
contar, contar, contar...
Perde-se na noite dos tempos - ou seria madrugada? – a origem da arte 
de narrar. Fico a pensar no homem primitivo, à entrada da caverna, 
noite de luar, fogueira acesa para aquecer o corpo. De que falariam 
entre si? Da faina do dia, caçadas, peixes que pescaram, chuva, sol, 
contendas, troféus, estrelasdistantes que talvez fossem deuses, lendas 
contadas pelos antepassados (COELHO, 1994, p. 8).
E continua a pesquisadora Betty Coelho a sua descrição, que detalha a arte 
de contar histórias em tempos passados,
[...] certamente esse homem primitivo fazia silêncio para ouvir aquele 
que melhor contasse uma história e haveria de ser o que melhor a 
revestisse de detalhes, sem fugir ao essencial, o que tivesse mais 
dons de graça, fantasia, aquele que contasse com emoção – como se 
estivesse vendo o que sua própria fala evocava na imaginação dos 
companheiros [...] (COELHO, 1994, p. 8).
Além da habilidade de contar fatos corriqueiros, conquistas pela 
sobrevivência, feitos heroicos, histórias do cotidiano, o homem também 
desenvolveu a capacidade de inventar, de achar explicações para fenômenos 
inexplicáveis como já mencionamos anteriormente. Isso ocorria em virtude de 
uma tendência natural do ser humano de substituir a realidade ameaçadora pela 
segurança de histórias ficcionais.
7
Neste tópico, aprendeu que:
• A comunicação faz parte da história do homem.
• A comunicação pertence à natureza humana por questões de sobrevivência 
física, histórica, cultural, comportamental etc.
• As histórias são manifestações que permanecem através do tempo e do espaço, 
preservando as mensagens de geração a outra geração. 
RESUMO DO TÓPICO 1
8
Podemos imaginar os primeiros passos da comunicação, com base 
em pesquisas antropológicas, sobre um tempo em que não se conheciam os 
fenômenos da natureza. Na falta de ciência, a imaginação dava lugar às histórias 
e a tradição oral as manteve como patrimônio cultural da humanidade.
Nossas vidas estão cheias de máquinas, de mídia, de televisão e carentes de 
histórias, bem como de contadores, com eloquência para fazê-lo. Deixamos 
para trás esta arte, que na voz de W. Benjamin (1994) é uma troca de experiência 
do coletivo; uma transmissão de experiências, cujas condições de realização 
são bastante subjugadas nas sociedades modernas. O tempo do progresso não 
o permite, e, por isso, como ainda diz Benjamin (1994): no "momento em que a 
experiência coletiva se perde, em que a tradição comum já não oferece nenhuma 
base segura, outras formas narrativas tornam-se predominantes." (Idem, p.14), 
outras linguagens acabam por prevalecer como a linguagem midiática. Com 
isso outro paradigma se estabelece e nos obriga a outras realidades de trocas e 
de comportamentos (BENJAMIN apud GIORDANO, 2013).
Responda às questões com base no conteúdo apresentado: 
1 Qual é a necessidade do homem se comunicar? Quais são as formas de 
comunicação?
2 Como se apresentam as histórias nos dias de hoje? De que forma a mídia as 
utiliza?
AUTOATIVIDADE
9
TÓPICO 2
 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Sinal de fumaça? Piscar de olhos? Choro de bebê? Carta? Mensagem nas 
redes sociais? Tudo isso é comunicação e faz parte de um processo que envolve as 
pessoas. Sim, estamos falando apenas de comunicação humana.
Você e eu estamos nos comunicando por meio de textos. E o objetivo é que 
entenda o que estamos escrevendo. Aí estamos estabelecendo comunicação. Há 
muito tempo, os cientistas não a consideravam como ciência, justamente por se 
complementar ou se justificar a partir de pressupostos oferecidos por outras áreas 
do saber, como sociologia, psicologia, filosofia, história, entre outras. 
Então, vamos entender um ponto: a comunicação permeia toda a 
sociedade, transmite mensagens de toda a natureza e por isso se cerca de todos 
os conhecimentos possíveis. É uma área que conversa com as outras sem perder 
sua importância. Vamos conhecer a comunicação e como se configura como um 
processo no campo social.
A comunicação, para que saiba, é estudada como ciência. Tem os seus 
princípios, seu arcabouço teórico e particularidades, apesar de reter ensinamentos 
de outras áreas do saber. Recorreremos a pesquisadores que se dedicam a estudar 
os meandros da comunicação como um todo, dentro de um contexto mais amplo, 
para depois entendermos sua amplitude dada por meio da mídia.
Estudar a comunicação é, portanto, uma tarefa que exige rigor e 
sistematização tanto no campo teórico como no metodológico. Nesse 
sentido, talvez a possibilidade de se pensar a comunicação não como 
objeto mas como processo, como algo acontecendo e, portanto, um 
dos princípios básicos de interação humana, possibilite a abertura 
de novas fronteiras a partir das quais seja possível não mais pensar a 
comunicação a partir das práticas sociais, mas, ao contrário, pensar as 
práticas sociais a partir da comunicação [...] (MARTINO, 2008).
Para se entender a comunicação como forma de interação humana, 
podemos dar início à explanação da função dessa atividade na vida dos seres 
vivos, que nos diferencia dos outros animais. “A comunicação pode ou não ser 
pretendida, mas não só ao Homem é impossível não comunicar como também, 
para o Homem, o mundo é cheio de significados e só é inteligível e compreensível 
porque lhe atribuímos significados e o interpretamos” (SOUSA, 2006).
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO10
O termo comunicação, conforme os dicionários, teria os significados: “1. 
ato de comunicar; informação, aviso; 2. passagem, caminho, ligação” (ROCHA 
1997, p. 154). Comunicar, segundo o pesquisador e professor José Marques de 
Melo (1978, p. 14), significa “tornar comum, estabelecer comunhão, participar da 
comunidade, através do intercâmbio de informações”. É a transmissão de ideias 
e significados que, de tal maneira, chega a influenciar, persuadir as pessoas, 
inclusive alterando seus comportamentos.
O termo comunicação apresenta um sentido bastante abrangente. O 
professor e pesquisador Luiz Cláudio Martino afirma que sua raiz epistemológica 
vem do Latim: communicatio, do qual distinguimos três elementos: raiz munis, 
que significa ‘estar encarregado de’, que acrescido do prefixo co, o qual 
expressa simultaneidade, reunião, temos a ideia de uma ‘atividade realizada 
conjuntamente’, completada pela terminação tio, que por sua vez reforça a ideia 
de atividade (MARTINO, 2011, p. 12-13).
A comunicação é um processo de interação social por meio de símbolos e 
sistemas de mensagens produzidos pela atividade humana. A comunicação é uma atividade 
inerente à natureza humana que implica a interação e a transmissão de mensagens com 
significados. Um dicionário, pelo menos, define “processo” como “qualquer fenômeno que 
apresente contínua mudança no tempo”, ou “qualquer operação ou tratamento contínuo”. 
Quinhentos anos do nascimento de Cristo, Heráclito destacou a importância do conceito 
de processo, ao declarar que um homem não pode entrar duas vezes no mesmo rio; o 
homem será diferente e assim também o rio. [...] Se aceitarmos o conceito de processo, 
veremos os acontecimentos e as relações como dinâmicos, em evolução, sempre em 
mudança, contínuos. [...] Não é coisa estática, parada. É móvel. Os ingredientes do processo 
agem uns sobre os outros; cada um influencia todos os demais (BERLO, 1999, p. 33).
DICAS
A preocupação em se estudar a comunicação como ciência tem incentivado 
muitos pesquisadores em busca de paradigmas na tentativa de compreender o 
funcionamento desse processo.
O problema do objeto da comunicação pode ser dividido em duas 
vertentes. De um lado, os que vêem a Comunicação como um campo 
interdisciplinar sem objeto definido. De outro, como uma prática 
social. Essa pluralidade leva a questionar a existência de um “local 
próprio” à comunicação (SANTOS, 2005, p. 163). 
Marques de Melo (1998, p. 60) diferencia os termos ciências da 
“informação” e da “comunicação”: “ora, é certo que a comunicação constitui um 
processo de que a informação é um dos elementos; mas, o elemento fundamental. 
A informação é o objeto da comunicação”. 
TÓPICO 2 | ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
11
O campo da comunicação é visto como interdisciplinar, abarcando outros 
campos do saber, como as ciências sociais, conforme explica José Marques de 
Melo (1998, p. 63), 
Realmente, o processo da comunicação, como processo social 
básico, está inserido no objeto de todas as ciências sociais. Assim, 
por exemplo, a Psicologia estuda as intenções do comunicador, ou o 
comportamento do receptor, a Sociologia estuda os hábitos do receptor 
ou a credibilidade dos canais, o Direito estuda a estrutura normativa 
do comunicador institucionalizado, a Antropologia estuda os padrões 
culturais difundidos na mensagem.
Os modelos de comunicação são baseados na retórica, definida por 
Aristóteles (BERLO, 1999, p. 29), que destaca três elementos para que se estabeleça 
a comunicação: “quem fala, o discurso e a audiência. No aperfeiçoamento dos 
modelos estudados, David Berlo apresenta uma estrutura de comunicação 
adequada às teorias e pesquisas dentro do campo da ciência, dividindo em seis 
tópicos: a fonte, o codificador, a mensagem, o canal, o decodificador e o receptor”.
Toda a comunicação tem uma fonte, uma pessoa ou um grupo de 
pessoas com um determinado objetivo, um propósito para que se concretize a 
comunicação. Esse objetivo deve ser expresso em forma de mensagem, por meio 
de um conjunto de símbolos e ideias. Para que a fonte consiga o seu objetivo é 
imprescindível a função do codificador, responsável por tirar as ideias da fonte e 
colocá-las em um código, exprimindo o objetivo da fonte em forma de mensagem.
Na comunicação de pessoa para pessoa, a função codificadora é 
executada pelas habilidades motoras da fonte – seu mecanismo vocal 
(que produz a palavra oral, gritos, sons musicais, etc), o sistema 
muscular da mão (que produz a palavra escrita, desenho, etc), os 
sistemas musculares de outras partes do corpo (que produzem os 
gestos da face e dos braços, a postura, etc) (BERLO, 1999, p. 31).
Nessa estrutura, segundo Berlo (1999, p. 31), o canal é o condutor de 
mensagens, que deve levá-las até o receptor, pois só assim a comunicação pode 
ser realizada, uma vez que “as fontes e os receptores de comunicação devem ser 
sistemas similares. Se não o forem, não pode haver comunicação”.
Da mesma forma que a fonte utiliza o codificador para traduzir seus 
objetivos em forma de mensagem, através de um código, o receptor precisa de 
decodificador para decifrar a mensagem, conforme explica o pesquisador David 
Berlo (1999, p. 31) ao dizer que “[...] na comunicação de pessoa para pessoa o 
codificador seria um conjunto de habilidades motoras da fonte. Assim também, 
podemos considerar o decodificador como o conjunto de habilidades sensórias 
do receptor”.
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
12
A estrutura básica do processo da comunicação: a fonte codifica a mensagem, 
a mensagem codificada é transmitida por um canal, a mensagem é decodificada e 
interpretada pelo receptor. A necessidade de comunicação na vida do homem é uma 
constante. Em todo momento ela se faz presente, em todas as circunstâncias e em suas 
múltiplas formas.
ATENCAO
De Fleur e Ball-Rokeach (1993) afirmam que as teorias da comunicação 
são limitadas e não podem ser tomadas como verdade concreta. A limitação se dá 
pelo fato de se estudar um processo, que, como o próprio significado da palavra, 
é algo que está em constante movimento e transformação. Como qualquer 
processo explicado pela sociologia, a comunicação acompanha as transformações 
sociais, crescendo, ampliando, mudando o contexto. Isso ocorre tanto na esfera 
comunicativa quanto na esfera atingida por tais transformações. A comunicação 
muda a sociedade e a sociedade muda as pessoas. 
Percebeu a importância da comunicação no relacionamento humano? 
Entendeu que ela faz parte de todo um processo, que se desenha como um 
círculo? O texto abaixo do professor e pesquisador português Jorge Pedro Sousa 
vai ajudar a complementar essas ideias e levar à reflexão sobre o campo científico 
da comunicação.
No próximo tópico, serão elencados os elementos da comunicação, para 
que fique mais fácil entender o processo. Um a um vamos explicar esses elementos 
e perceberá que vai ficar cada vez mais claro o raciocínio, preparando-o para 
entrar no cenário das teorias da comunicação estudadas em várias partes do 
mundo.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
13
COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE, CULTURA E CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
Jorge Pedro Sousa
O conceito de comunicação é difícil de delimitar e, por consequência, de definir. De um 
determinado ponto de vista, todos os comportamentos e atitudes humanas e mesmo não 
humanas, intencionais ou não intencionais, podem ser entendidos como comunicação. 
Uma pessoa está a dormir? Para um receptor, ela está a comunicar que dorme. Penteia-
se e veste-se de determinada forma? Está a comunicar. Um inseto macho esfrega as asas 
nas patas para atrair uma parceira? Ele está, certamente, a comunicar. Um cão abana o 
rabo? Ele comunica alegria e afeição. Uma flor apresenta um maravilhoso colorido e emite 
determinadas substâncias bem cheirosas para atrair as abelhas que espalham o pólen, 
essencial para a fertilização de outras plantas? Também está a comunicar. Uma pessoa 
reflete consigo mesma sobre a sua vida? Está a comunicar, ou melhor, a comunicar-se,a 
consciencializar-se de si comunicando. A comunicação pode ou não ser pretendida, mas 
não só ao Homem é impossível não comunicar como também, para o Homem, o mundo 
é cheio de significados e só é inteligível e compreensível porque lhe atribuímos significados 
e o interpretamos.
 A definição de comunicação pode complexificar-se. Se várias pessoas estiverem reunidas 
à noite, à volta de uma fogueira, caladas, de olhos fechados, escutando apenas a lenha a 
crepitar e só cheirando o fumo, elas estarão a comunicar? Num certo sentido, pode afirmar-
se que sim, porque estão a partilhar uma experiência. A convergência de um vasto tipo de 
fenómenos para debaixo do guarda-chuva da comunicação tem origem na elasticidade e 
flexibilidade do conceito. 
A raiz etimológica da palavra comunicação é a palavra latina communicatione, que, por sua 
vez, deriva da palavra commune, ou seja, comum. Communicatione significa, em latim, 
participar, pôr em comum ou ação comum. Portanto, comunicar é, etimologicamente, 
relacionar seres viventes e, normalmente, conscientes (seres humanos), tornar alguma coisa 
comum entre esses seres, seja essa coisa uma informação, uma experiência, uma sensação, 
uma emoção, etc. Assim, pode-se pensar na comunicação em duas grandes asserções: 
1) A comunicação como o processo em que comunicadores trocam propositadamente 
mensagens codificadas (gestos, palavras, imagens...), através de um canal, num determinado 
contexto, o que gera determinados efeitos; e 2) A comunicação como uma atividade 
social, onde as pessoas, imersas numa determinada cultura, criam e trocam significados, 
respondendo, desta forma, à realidade que quotidianamente experimentam (GILL; ADAMS, 
1998, p. 41). 
Estas duas proposições não são, porém, estanques, mas sim complementares. Por exemplo, 
as mensagens trocadas só têm efeitos cognitivos porque lhes são atribuídos significados e 
estes significados dependem da cultura e do contexto em geral que rodeiam quem está a 
comunicar. Por isso se diz também que a comunicação é um processo social. No entanto, 
as duas posições também revelam alguma diferença entre elas: a primeira sugere a ideia 
de que a mensagem tem de ser codificada; a segunda explicita, de algum modo, que uma 
mensagem pode não ser codificada nem sequer ter um emissor e mesmo assim adquirir 
significado para o receptor, pois, de certa forma, o mundo é a mensagem, no sentido de 
que o mundo é, inevitavelmente, interpretado por cada pessoa, adquirindo significados, 
pois só assim se torna compreensível. 
A comunicação é indispensável para a sobrevivência dos seres humanos e para a formação 
e coesão de comunidades, sociedades e culturas. Temos de comunicar, entre outras razões: 
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
14
• Para trocarmos informações;
• Para nos entendermos e sermos entendidos; 
• Para entretermos e sermos entretidos;
• Para nos integrarmos nos grupos e comunidades, nas organizações e na sociedade; 
• Para satisfazermos as necessidades económicas que nos permitem pagar a alimentação, 
o vestuário e os bens que, de uma forma geral, consumimos; 
• Para interagirmos com os outros, conseguindo amigos e parceiros, tendo sucesso pessoal, 
sexual e profissional, algo fundamental para a nossa auto-estima e equilíbrio. 
Comunicamos, em síntese, para satisfazer necessidades, que, de acordo com a pirâmide 
de necessidades de Maslow (1954), podem ser básicas (água, comida, vestuário...), de 
segurança, sociais (ter amigos e ser aceite por outros), de autoestima (ter competência, 
autoconfiança e conquistar o respeito dos outros) e de actualização pessoal (desenvolver 
todo o nosso potencial). 
Quando alguém tem a iniciativa de comunicar, tem alguma intenção. Só despendemos 
esforço quando isso nos leva a algum lado e, por isso, só comunicamos intencionalmente 
quando queremos atingir alguma coisa, quanto mais não seja a manutenção da própria 
comunicação.
Em conclusão, "A comunicação liga-nos à rede de seres humanos, começando na nossa 
família imediata e continuando pelos nossos amigos (com a ajuda dos media), pela 
sociedade e pelo mundo inteiro. A forma como nos desenvolvemos como indivíduos 
depende muito do grau de sucesso com que construímos essas redes. A comunicação 
não é apenas uma troca de informações "duras", mas também a partilha de pensamentos, 
sentimentos, opiniões e experiências"(GILL; ADAMS, 1998, p. 42).
FONTE: SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de teoria e pesquisa da comunicação e dos 
media. Porto, 2006. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 25 nov. 2019.
15
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, aprendeu que:
• A comunicação foi estudada, no início, a partir dos conceitos de outras áreas do 
saber, como sociologia, psicologia, antropologia, entre outras.
• A comunicação é um campo científico que estuda todo o processo que envolve 
seus elementos garantindo, assim, a transmissão de conhecimentos, costumes 
em todos os contextos sociais.
• A comunicação como um processo, dando a ideia de um ciclo que se inicia com 
o emissor chega até o receptor e a ordem pode se inverter. Mensagem efetiva e 
ruído são estudados como parte do processo.
16
1 Ler o texto Comunicação, sociedade, cultura e Ciências da Comunicação, de 
Jorge Pedro Sousa, e dissertar sobre o tema. Escreva de forma a argumentar 
sobre a importância da comunicação no contexto social.
2 Segundo o conteúdo apresentado, qual é a importância de se reconhecer a 
comunicação como ciência?
AUTOATIVIDADE
17
TÓPICO 3
CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, 
AUDIÊNCIA E MASSA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Agora vamos dar início aos estudos da comunicação como um processo 
que envolve não só emissor e receptor na transmissão de mensagens. É um 
círculo que se completa quando temos uma resposta do receptor, que por sua vez 
se torna emissor de nova mensagem.
Parece confuso, mas sabemos que entenderá esse ciclo assim que ler os 
próximos tópicos. Não se trata de nada complicado e é importante prestar atenção 
aos elementos da comunicação para entender como nos encontramos no contexto 
social. E mais, entender a comunicação como ciência com seus objetos próprios de 
estudo, mesmo que abordados em conjunto com outras áreas do conhecimento.
Nosso papel aqui neste momento é de emissora que codifica uma 
mensagem a você, receptor, que no processo comunicacional, descodifica-a e nos 
dá uma resposta (feedback) positivo ou negativo. E aí travamos um diálogo em 
busca da compreensão da mensagem. Desse processo de comunicação chegamos 
ao processo de ensino-aprendizagem aqui no nosso caso. Então vamos nos 
comunicar e aprender.
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
FIGURA 2 - ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://portugaweb.wordpress.com>. Acesso em: 25 nov. 2019.
18
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
Define-se comunicação como processo a partir da ideia de movimento. As 
mensagens são transmitidas de um emissor para um ou mais receptores. Para que 
se confirme o processo comunicativo, deve haver um retorno.
Portanto, no modelo comunicacional, temos:
• Emissor (ou fonte) – quem emite a mensagem para a outra parte.
•	 Codificação	– o processo de transformar o pensamento em forma simbólica.
• Mensagem – o conjunto de símbolos que o emissor transmite.
• Canal (ou mídia) – os canais de comunicação através dos quais a mensagem 
passa do emissor ao receptor.
•	 Decodificação	 – o processo pelo qual o receptor confere significado aos 
símbolos transmitidos pelo emissor.
• Receptor – a parte que recebe a mensagem emitida pela outra parte.
• Feedback – a parte da resposta do receptor que retorna ao emissor.
• Ruído – distorção durante o processo de Comunicação, que resulta em uma 
mensagem chegando ao receptor diferentemente da forma como foi enviada 
pelo emissor.
• Resposta – as reações do receptor após ter sido exposto à mensagem.
FIGURA 3 - ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
FONTE: Adaptado de Kotler e Armstrong (1999, p. 319)
TÓPICO 3 | CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, AUDIÊNCIA E MASSA
19
Para que a comunicaçãose concretize é importante lembrar que emissor 
e receptor devem ter um código linguístico em comum, interesse pelo assunto 
transmitido, entre outros. Vamos ver as seguintes situações: o emissor fala na 
língua alemã e o receptor não entende o idioma; um fala de futebol e o outro não 
se interessa pelo assunto ou o emissor não traz novidade alguma para contar 
quando pergunta: “será que vai chover hoje?”
Saber para quem será destinada uma mensagem, ou seja, identificar o 
público, é um dos passos fundamentais para a comunicação eficiente. Afinal, para 
quem estamos falando? Com quem estamos nos comunicando?
Por isso, quando um dos elementos do modelo (emissor-codificação-
canal-mensagem-decodificação-receptor-feedback) é ignorado, a comunicação 
pode enfrentar problemas.
Os problemas são representados pelos “ruídos” na comunicação: fatores 
que interferem no processo comunicacional e que culminam na distorção da 
mensagem. São como os barulhos indesejados, a estática ou os distúrbios que 
ocorrem durante uma transmissão. Trata-se de fatores que levam a mensagem a 
chegar ao receptor diferente da forma como foi enviada pelo emissor.
É importante que fique claro que os ruídos na comunicação não se 
referem apenas a fatores mecânicos e ambientais, mas estão relacionados a todos 
os obstáculos que impedem que a mensagem seja compreendida de forma eficaz.
A transmissão de uma mensagem de um emissor para um receptor 
exige uma sintonia, um ajuste entre ambos, de forma que ela seja compreendida 
mutuamente. A isso se deve também os atos de codificação e de decodificação, no 
processo comunicacional.
Código é um conjunto de sinais organizados de forma a que estabeleçam 
um determinado sentido para os indivíduos. Esses indivíduos precisam conhecer 
as normas pelas quais os sinais são organizados. Ora, as normas são as regras de 
sintaxe, na linguagem, e os sinais são chamados de signos.
Podemos dar, como exemplos de códigos, o idioma e os diversos tipos de 
alfabeto. As combinações de signos entre si formam códigos e as combinações de 
códigos entre si formam as mensagens.
Portanto, a codificação é o ato de transformar em códigos a ideia ou o 
significado que se deseja transmitir a um receptor. A codificação é influenciada 
pelo tipo de canal que se pretende utilizar, pelo tipo de mensagem e, sobretudo, 
pelo receptor que se pretende atingir.
A codificação e a decodificação são influenciadas por diversos fatores: 
20
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
• a habilidade comunicacional: se o receptor não tem a capacidade de ouvir, 
de ler e de pensar, não será capaz de receber e decodificar as mensagens 
que o emissor lhe transmitiu. Por isso, a habilidade de comunicação afeta a 
codificação e a decodificação;
• a atitude que o emissor ou o receptor tem para consigo mesmo e para com o 
conteúdo da mensagem;
• o nível do conhecimento dos indivíduos envolvidos: ninguém comunica com 
a máxima efetividade o que não conhece. Por isso, uma mensagem técnica 
pode não ser compreendida, se o receptor não possuir o mesmo nível de 
conhecimento que o emissor;
• o seu sistema sociocultural.
Retroalimentação ou feedback: num processo de comunicação, o feedback 
é a parte da resposta do receptor que retorna ao emissor. Porém, nem sempre o 
receptor irá se dirigir ao emissor, mesmo que solicitado, a fim de responder ou 
fazer suas considerações a respeito da mensagem enviada. 
Se emissor e receptor desempenham mais de um conjunto de 
comportamentos, ou seja, emissor pode ser receptor e vice-versa, ambos podem 
receber respostas e utilizá-las na retroalimentação do processo.
Ao mesmo tempo em que uma pessoa está emitindo mensagens, ela se 
mantém em contínuo contato perceptivo com o meio ambiente que a envolve. 
Por conseguinte, a elaboração da mensagem recebe, constantemente, uma 
retroalimentação que pode influenciar o processo decisivamente. 
A retroalimentação possibilita às organizações: reajustar e reorientar 
a mensagem, desde que a organização seja receptiva às críticas, sugestões e 
reclamações e priorize o relacionamento com os seus públicos; facilitar o fluxo 
descendente de comunicação, ou seja, possibilitar a direção da organização 
verificar se sua política está sendo aceita e cumprida.
É a informação de retorno que proporciona à direção o controle de seus 
objetivos, bem como suas futuras mensagens a serem transmitidas, dando 
subsídios para o aprimoramento da comunicação.
Para saber a melhor forma de se comunicar, é preciso traçar o perfil do 
público: número de pessoas a serem atingidas, divisão por região, se houver 
nível de escolaridade, relacionamento desse público com a organização, anseios 
e reivindicações desse público. A partir daí, define-se o tipo de resposta desejada 
por meio da comunicação.
TÓPICO 3 | CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, AUDIÊNCIA E MASSA
21
3 CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, 
AUDIÊNCIA E MASSA
FIGURA 4 - AGRUPAMENTOS SOCIAIS
FONTE: <https://www.marketing365.com.br>. Acesso em: 25 nov. 2019.
Falamos para quem? Precisamos definir os nossos ouvintes. Saber para 
quem estamos falando, pois só assim pode haver comunicação. Agora está no 
momento de definir esses receptores, que podem ser agrupados em povo, público, 
multidão ou massa. Vamos ver as definições e as diferenças.
Para o nosso estudo, esses termos específicos são importantes e nos 
indicam como os meios de comunicação atingem as pessoas, qual o nível de 
influência que exercem na sociedade.
A sociologia nos ensina a entender os agrupamentos e o que eles podem 
sinalizar e facilita a compreensão dos efeitos da mídia na sociedade. Vamos ler 
essa parte que tem por objetivo definir os conceitos e clarear nossas ideias sobre 
esse assunto bastante próprio para nossos estudos.
Vamos entender esses termos, pois serão usados durante o nosso estudo, 
principalmente quando falarmos de comunicação massiva e os efeitos das 
mensagens sobre a massa.
Multidão
Caiu balão? Acidente de trânsito? Gritos? Todos olham para um mesmo 
lugar. Para esse grupo de pessoas chamamos de multidão. Definindo: aglomeração 
ocasional, sem objetivo previamente definido; reunião de pessoas por conta de 
um acontecimento.
22
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
As pesquisadoras Eva Maria Lakatos e Marina Marconi (1999, p. 112) 
usam o conceito de “ideia fixa”: “sua atenção (da multidão) focaliza-se sobre uma 
única coisa”. A idéia fixa pode ser um terremoto ou um vendedor decorando 
uma vitrine. O aspecto emocional e a força do grupo implicam uma condição de 
anonimato aceita ou tomada pelo indivíduo. 
Essas três forças – o anonimato, o poder do grupo, a ideia fixa – podem 
afrouxar as amarras morais, levando o indivíduo a fazer, na multidão, atos que 
não realizaria sozinho. Apesar do aspecto impulsivo e espontâneo, a multidão 
nem sempre é imediata. Estas são as formas básicas de multidão, a partir das 
autoras acima:
● Multidão em pânico: gerada por um “perigo comum”, que exalta a intensidade 
dos estímulos entre os indivíduos;
● Multidão casual, que se reúne para observar um acidente, uma construção;
● Arruaça ou conflito, em manifestações de ruas, conflitos étnicos;
● Turba, multidão momentânea, como pessoas se aglomerando em torno de uma 
atriz famosa, ou para ver a prisão de um assassino. A turba pode se transformar 
em tumulto. Este, no entanto, é hostil e tem motivações anteriores;
● Multidão expressiva (Orgia): Lakatos e Marconi afirmam que sua função é 
aliviar a tensão, através de festas e rituais como o carnaval. 
Público
 Vamos assistir a uma peça de teatro? Talvez possamos ir ao estádio ver o 
jogo de seu time preferido? Nesses casos, temos o público.
 
Público é uma aglomeração marcada pela intencionalidade de 
aproximação. Segundo Dias (2001, p. 337), “um público passa a existir quando 
há um assunto social relevante que canaliza a atenção”. Público é um conjunto 
de pessoas, em geral dispersas geograficamente, que tem um interesse em 
comum. O público nem sempre atua em conjunto, mas, individualmente,podem tomar decisões homogêneas. O fato de “criar”, “tomar”, “manter” 
decisões, mostra que há um nível de racionalidade no Público que inexiste em 
outras coletividades.“Opiniões formadas através de tal discussão rapidamente 
encontram uma saída na ação efetiva, mesmo contra – quando necessário – o 
sistema dominante de autoridade”; “Instituições autoritárias não penetram o 
público, que nisto é mais ou menos autônomo em sua operação”.
Dias afirma que “o público pode aceitar líderes [...], mas não lhes confere 
autoridade legítima para falar em seu nome” (DIAS, 2001, p. 337). O resultado 
das discussões e do pensamento do público se configura na opinião pública, que 
pode ser influenciada através da mídia.
TÓPICO 3 | CONCEITOS DE MULTIDÃO, PÚBLICO, AUDIÊNCIA E MASSA
23
Audiência
Audiência é um termo que se refere, genericamente, aos receptores da 
mensagem. O conceito de audiência evoluiu com o tempo. A audiência surgiu no 
século XV, junto com a invenção da imprensa. A leitura privada é outro fenômeno 
que acompanha o desenvolvimento da indústria gráfica (BRIGGS; BURKE, 2004) 
– e que caracteriza a audiência.
No século XIX, a proliferação de veículos impressos diferencia as 
audiências, segundo faixa etária, sexo etc. Em 1920, tem início a radiodifusão, que 
identifica a audiência com líderes políticos. Na mesma época, surge o cinema, 
“primeira audiência genuína de ‘massas’”, e que identifica a audiência consigo 
mesma.
A atitude tem sido um fator essencial nos estudos de audiência e recepção. 
Nas décadas de 1940 e 1950, com a ideia da passividade dos indivíduos e da 
forte influência dos media emerge o conceito de audiência de massa. Atualmente, 
considera-se que há uma pluralidade de audiências, e que as novas ferramentas 
tecnológicas de comunicação estão alterando o comportamento dessas. 
Massa
Há muitas ideias e sentidos quando se fala em massa. Para nós, que 
estamos estudando o processo da comunicação, interessa o conceito de massa 
como a aglomeração marcada pela homogeneidade de comportamento social 
e pela passividade e pela heterogeneidade de classes sociais, em termos de 
composição social desigual.
Atualmente, podemos dizer que há dois pensamentos sobre a massa. 
O primeiro considera múltiplas coletividades em oposição a um aglomerado 
único, e a existência de pessoas e grupos que não reagem de forma homogênea 
aos estímulos da mídia. O que nos interessa neste conceito é sua relação com 
a comunicação. Assim, para Lakatos e Marconi (1999), massa é “uma coleção 
abstrata de indivíduos”, “uma pluralidade indiferenciada de receptores”. A 
massa sofre forte influência dos agentes institucionais.
A existência da massa implica uma elite reduzida, pensante, ativa, 
governante. Ela é provocada, orientada, por esses formadores de opinião. Não 
há, ou é mínima, a circulação de informações, o que torna “reduzida a formação 
da opinião através da discussão” (LAKATOS e MARCONI, 1999).
Segundo Mauro Wolf, a origem do uso da palavra mídia encontra-se 
nas pesquisas norte-americanas sobre mass media, termo utilizado a partir dos 
estudos sobre voto durante as campanhas eleitorais e a opinião pública entre os 
anos 1920 e os 1940, nos Estados Unidos. E vale lembrar que a origem mesma da 
Communication Research também se dá nesse período pré e pós-guerras.
24
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
A mídia, plural latino de médium, meio, será aqui entendida como o 
conjunto das instituições que utiliza tecnologias específicas para realizar 
a comunicação humana. Vale dizer que a instituição mídia implica 
sempre a existência de um aparato tecnológico intermediário para que 
a comunicação se realize. A comunicação passa, portanto, a ser uma 
comunicação midiatizada. Esse é um tipo específico de comunicação 
que aparece tardiamente na história da humanidade e constitui-se em 
um dos importantes símbolos da modernidade. Duas características 
da comunicação midiatizada são a sua unidirecionalidade e a 
produção centralizada, integrada e padronizada de seus conteúdos. 
Concretamente, quando falamos da mídia estamos nos referindo ao 
conjunto das emissoras de rádio e de televisão (aberta e paga), de 
jornais e de revistas, do cinema e das outras diversas instituições que 
utilizam recursos tecnológicos na chamada comunicação de “massa” 
(LIMA, 2004).
Entender o termo mídia e sua relação com o termo massa é muito importante, 
principalmente quando atentarmos que os estudos de comunicação de massa serão 
um constante objeto de pesquisa da área. Afinal, os meios de comunicação (também 
chamados de mídia) trabalham em função de seu público, unificando em mídia de massa 
(mass media).
ATENCAO
Você percebeu que há diferenças nesses termos utilizados na comunicação? 
Quando entrarmos nos estudos das correntes teóricas, vai entender melhor 
esses conceitos, pois há períodos em que se privilegia a ideia de massa e depois 
começam a compreender melhor o significado de audiência e preocupação com 
os receptores que se tornam cada vez mais seletivos em relação a produtos 
midiáticos.
25
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, aprendeu que:
• A comunicação é estudada pelos seus elementos: emissor (ou fonte), codificação, 
mensagem, canal (ou mídia), receptor, feedback, ruído e resposta.
• Para que a mensagem se efetive deve ter a codificação e a sua decodificação. 
Utiliza-se um canal ou mídia para a transmissão da mensagem.
• O feedback vai dar o retorno por parte do receptor. Por meio dele, pode-se 
entender como foi a recepção da mensagem e a sua resposta.
• Para que a comunicação se complete, o ruído deve ser evitado, pois a 
mensagem distorcida ou mal interpretada pode causar problemas no processo 
comunicativo.
• Há diferenças entre conceitos de multidão, público, audiência e massa. 
Importante entender suas classificações para que se tenha noção de emissor e 
receptor no contexto da comunicação.
26
1 Leia o texto a seguir:
Ao se lidar com os estudos de comunicação, é notório perceber como 
o termo massa tem tido preponderância teórica. Se por “mídia de massas” 
entende-se uma “abreviatura para descrever meios de comunicação que 
operam em grande escala [...] e há muito estabelecidos, como jornais, revistas, 
filmes, rádio, televisão e música gravada” (MCQUAIL, 2003, p. 4), faz-se 
necessário indagar qual o lugar semântico ocupado pelo vocábulo. De imediato 
se apreende a dimensão mediada e mediadora dos veículos que servem à 
atividade de compartilhar signos. Mas o emprego da palavra “massa” não 
encontra de maneira tão pacífica sua natureza. Aparecendo em expressões 
como ‘comportamento de massas’, ‘opinião de massas’, ‘consumo de massas’, 
‘cultura de massas’, e mesmo ‘sociedade de massas’, a questão primordial 
que se busca responder é, afinal: o que é aquilo de que se fala quando se 
refere ao termo massa? E mais, ainda faria sentido utilizar-se tal conceito 
em face dos novos modelos e das novas formas de difusão de mensagens na 
contemporaneidade? 
É possível esboçar uma resposta a partir de um breve apanhado dos 
usos genéricos e específicos do termo. Esta primeira incursão já traz alguns 
indícios consideráveis; conquanto não se possa ignorar o resgate histórico 
do termo à maneira como Martín-Barbero (2001) procede. Partindo destas 
provocações, pode-se verificar como o étimo teve um desenvolvimento 
inconstante e incorporou acepções diferentes até o momento atual. Nunca 
estando consolidada (mas tampouco em definitiva extinção), o termo figura 
como uma categoria aberta e polissêmica, rica de sentidos e, por isso mesmo, 
digna de discussão (ACSELRAD; MOTA, 2011, p. 6).
Responda: 
a) Como se define o termo massa dentro do campo da comunicação?
b) O que significa comunicação de massa?
c) Quais são as diferenças entre conceitos de multidão, público, audiência e 
massa?
AUTOATIVIDADE
27
TÓPICO 4
MÍDIA E SOCIEDADE: AS 
TECNOLOGIAS A SERVIÇO DOS 
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A comunicação, como sabe, alterou-se diante das evoluções tecnológicas. 
Acada nova etapa, tivemos que aprender a conviver com as novas linguagens, 
com as imagens, entre outras mudanças.
As pessoas também mudaram as formas de relacionamento, inserindo os 
meios de comunicação como protagonistas desse cenário que vem se desenhando 
a todo instante. Daí a importância de entendermos esse contexto midiático em que 
vivemos, justificado pelo tempo passado e tentar projetar a comunicação atual.
Já foi dito que a comunicação faz parte da vida do ser humano. Da 
interação pessoa a pessoa, desenvolveu-se a comunicação para muitas pessoas, o 
que se denomina comunicação de massa. E, ainda, com o avanço de ferramentas 
tecnológicas, a transmissão de mensagens tomou outras proporções.
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
A comunicação, como sabe, alterou-se diante das evoluções tecnológicas. 
A cada nova etapa, tivemos que aprender a conviver com as novas linguagens, 
com as imagens, entre outras mudanças.
As pessoas também mudaram as formas de relacionamento, inserindo os 
meios de comunicação como protagonistas desse cenário que vem se desenhando 
a cada instante. Daí a importância de entendermos esse contexto midiático em 
que vivemos, justificado pelo tempo passado e tentar projetar a comunicação 
atual.
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UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
Vale ressaltar que os meios de comunicação englobam todos os veículos de 
transmissão de mensagem, como livro, jornal, revista, rádio, cinema, televisão e internet, 
mas não necessariamente atingem um grande número de pessoas. Aqui podemos citar a 
produção de vídeos caseiros, livros artesanais etc. Para que sejam considerados mídia de 
massa devem ter uma abrangência comprovada dentro do processo comunicacional.
DICAS
O termo meios de comunicação traz muitos conceitos: eles podem e devem 
ser distinguidos nesta categoria. Vejamos, resumidamente, nesse momento do 
nosso estudo, as principais maneiras que os meios são designados, segundo 
pesquisa de Luiz Cláudio Martino (2008, p. 8):
a) Tecnologia: exame da evolução tecnológica ou do progresso técnico 
relativo às formas de comunicação mediada. 
b) Instituição de difusão: os meios passam a ser as organizações 
responsáveis pela circulação de informação, sejam elas empresas 
estatais, públicas ou privadas, como jornais, revistas, diários oficiais, 
emissoras de rádio e TV, estúdios cinematográficos, agências de 
notícias. 
c) Mensagens: os meios também podem ser tomados como mensagens 
e confundidos com seus conteúdos (filmes, novelas, noticiários). 
d) Personagens: as pessoas que trabalham nas instituições de difusão 
também são incorporadas à história da comunicação. 
Quando se pensa em tecnologia, o computador é a primeira ideia que 
temos. Vamos ampliar a noção de tecnologia na comunicação para entendermos 
que todas as inovações traziam as adequadas tecnologias de sua época.
O surgimento de um meio de comunicação traz o resultado das 
experiências tecnológicas, quer no impresso, nas mídias audiovisuais e no digital.
TÓPICO 4 | MÍDIA E SOCIEDADE: AS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
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FONTE: <medium.com/@gustavosales086/evolução-dos-meios-de-comunicação-
79564a2d3f52>. Acesso em: 30 set. 2019. 
FIGURA 5 - EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
A tipografia utilizada pela primeira vez por Johann Gutenberg, por volta 
do ano 1450, mudou os rumos da história, surgindo a ideia de mídia impressa, 
em substituição à comunicação oral. Das conversas, histórias, jograis, agora os 
documentos impressos serviam a poucos que sabiam decifrar as letras.
A prensa de Gutenberg foi um marco, uma revolução tecnológica, que 
trouxe grandes mudanças na sociedade. Antes oral, as informações iam e vinham 
de um lugar para o outro sem se estabelecer. Com o advento da escrita as pessoas 
poderiam recuperar as informações registradas em papel posteriormente. 
Começou a época dos romances, das leituras individualizadas e da separação de 
classes sociais (letrados dos não-letrados). O livro tornou-se, também, o veículo 
do conhecimento científico.
O cinema, o rádio e a televisão foram gradualmente alterando as formas 
comunicacionais. As mensagens alcançam longas distâncias e abraçam um grande 
número de pessoas que recebem mensagens. A internet reconfigurou o processo da 
comunicação, mudando a estrutura, a linguagem e a abrangência das informações.
Datas	iniciais	dos	meios	de	comunicação			no	mundo
Desenhos rupestres – 15.000 a.C.
Imprensa (prensa móvel) –1450
Telégrafo – 1790
Telefone – 1860
Rádio – 1860
Cinema – 1895
Televisão – 1920
Celular – 1947
Internet – 1970
FIGURA 6 - MEIOS DE COMUNICAÇÃO:DATAS INICIAIS
FONTE: A autora
30
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
A evolução tecnológica dos meios vem alterar a nossa forma de interação 
com as pessoas, os valores sociais, costumes. Passamos a ver o mundo de outras 
maneiras. O nascimento da mídia industrial, segundo os relatos de Straubahaar e 
La Rose (2004, p. 33-34) explicam os rumos que tomavam os meios de comunicação, 
pois
conforme a Revolução Industrial tomou velocidade, meios de 
massa com base industrial, tais como livros e jornais, apareceram e 
proliferaram. Conforme a demanda de massa por meios impressos 
crescia, os meios tendiam a se tornar mais baratos. A maioria dos 
países presenciou o crescimento de grandes jornais urbanos e um 
aumento da publicação de livros. Entretanto, tanto o analfabetismo 
quanto à falta de dinheiro continuaram a limitar a leitura. Muitas 
pessoas não podiam dispor do dinheiro para um jornal, nem liam 
tão bem para apreciá-lo. [...] Assim, vemos que a classe social está 
geralmente conectada ao uso da mídia. 
Rádio 
O rádio ainda é uma mídia de grande alcance no Brasil. É um veículo 
bastante popular e chega nos lugares mais afastados do país. Desde o início, 
o rádio foi muito bem aceito e considerado um veículo de massa, inclusive se 
pensarmos na Alemanha na época de Hitler, como veremos na Unidade 2.
Como se trata de um meio de comunicação de fácil acesso e receptividade, 
o rádio transmite as notícias e os anúncios comerciais numa linguagem rápida 
e direta, regionalizada. É um veículo que acompanha as pessoas em lugares 
diversos e ainda faz parte do dia a dia de muitos ouvintes.
Sampaio (1984) relata que as primeiras transmissões brasileiras ocorreram 
no Rio de Janeiro, no ano de 1922, durante as comemorações do Centenário da 
Independência, com diversos alto-falantes instalados pela Companhia Telephonica 
Brasileira.
Pode-se dizer que até a chegada do rádio no Brasil a mídia impressa 
era a principal fonte de informação entre as pessoas até o século XIX. 
No entanto, a partir do uso do rádio o mundo das comunicações 
quebra barreiras ao proporcionar uma interatividade que acontece 
praticamente em tempo real com o ouvinte e não depende do quesito 
tempo para ser transmitida (AMORIM; CAMARGO, 2010, p. 2).
Por ser um veículo de comunicação que se utiliza da oralidade, sem 
necessidade de alfabetização, pode atingir uma quantidade de pessoas ao mesmo 
tempo. As distâncias foram ultrapassadas e a voz humana transmitida por todos 
os lugares. Com isso, a mensagem pode ser transmitida e recebida rapidamente. 
E, ainda, conta hoje com o avanço da tecnologia e utiliza-se da internet para se 
reinventar e conquistar novos ouvintes. O podcast, uma forma de arquivo digital, 
que está recebendo cada dia mais adeptos, é um exemplo.
TÓPICO 4 | MÍDIA E SOCIEDADE: AS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
31
Televisão
O primeiro aparelho de televisão foi patenteado por Paul Nipkow (1885), 
na Alemanha. Sampaio (1984) conta que o aparelho era capaz de funcionar à base 
da transmissão de imagens em movimento por meio de fio condutor. Alguns anos 
depois, o equipamento foi aperfeiçoado e aplicado em transmissões regulares, 
tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos. 
No período da Segunda Guerra Mundial o progresso da televisão 
foi lento, em 1941 a televisão era apreciada pela população, com 
reportagens esportivas, entrevistas de políticos e líderes militares. 
Sampaio(1984) afirma que nos anos da guerra a televisão norte-
americana cooperou bastante, servindo à defesa antiaérea nas cidades, 
mostrando o comportamento da população na eventualidade de um 
ataque. Com o fim da guerra e o retorno a normalidade do país, a 
televisão tomou um grande impulso. No ano de 1945 o cinema entrava 
em declínio, devido à penetração do rádio no mercado, que tratava de 
se adaptar ao modo de vida do povo americano. A televisão foi aos 
poucos se apoderando da audiência tanto do cinema quanto da rádio 
(MIRANDA, 2007).
A televisão trouxe um elemento a mais: a imagem. Além do som, agora 
poderíamos ver as pessoas que estavam conversando, presenciar os fatos com 
imagens reais, conhecer artistas e personalidades famosas. Podemos dizer 
que esse meio de comunicação alterou significativamente o conceito de lazer e 
entretenimento, além de assegurar o lugar de canal de informação.
Em 1950, a televisão chega ao Brasil pelas mãos de Francisco Assis 
Chateaubriand Bandeira de Melo. Após um ano da inauguração da difusora em 
São Paulo, o segundo Estado brasileiro a ter uma emissora associada foi o Rio 
de Janeiro, cujo estúdio improvisado transmitia com aparelhos instalados no 
alto do Pão de Açúcar. Dessa forma a televisão surge no Brasil na década de 
1950 com todas as dificuldades comuns à época e como qualquer outro início 
de empreendimento, mas que com o tempo se transformou em um mecanismo 
publicitário muito poderoso (MIRANDA, 2007, p. 29).
Com o passar do tempo, a programação da televisão foi alterada com 
a chegada da televisão a cabo e as fitas de vídeos. Além disso, os anúncios 
publicitários tiveram alguns formatos modificados também, em virtude da 
mudança de costume do telespectador. E mesmo com a chegada da internet, a 
televisão ainda reserva um grande público e um local requisitado para campanhas 
publicitárias. Além disso, a qualidade das imagens com a tecnologia digital e a 
quantidade de canais a cabo segmentados.
Internet 
A história da internet tem início no período da Guerra Fria. Em busca 
de desenvolver novas tecnologias de comunicação, a União Soviética lança em 
órbita seu primeiro satélite espacial artificial, o Sputnik, nome do programa 
32
UNIDADE 1 | ESTUDO DA COMUNICAÇÃO
que produziu a primeira série de satélites artificiais soviéticos, concebida para 
estudar as capacidades de lançamento de cargas úteis para o espaço e para 
estudar os efeitos da ausência de peso e da radiação sobre os organismos vivos. 
Serviu também para estudar as propriedades da superfície terrestre com vista à 
preparação do primeiro vôo espacial tripulado. 
Pinho (2003) explica que foi devido a este fato que o presidente 
americano, Dwight Eisenhower, anunciou a criação — quatro meses 
depois – da Advanced Research Projects Agency (ARPA – Agência de 
Pesquisa e Projetos Avançados), integrante do Departamento Nacional 
de Defesa norte-americano, desenvolvendo pesquisas de informação 
para o serviço militar. Surgiu daí a necessidade de criar uma rede 
nacional de computadores para ser um sistema de comunicação e 
defesa, para informar sobre possíveis ataques terroristas. O sistema foi 
denominado Arpanet (ROCHA, SOUZA FILHO, 2016, p. 1-2).
Manuel Castells relata que as origens da internet podem ser encontradas 
na Arpanet, um pequeno programa que surgiu em um dos departamentos 
da ARPA, com objetivo de estimular a pesquisa em computação interativa. 
Como parte desse esforço, a montagem da ARPAnet foi justificada como uma 
maneira de permitir aos vários centros de computadores e grupos de pesquisa, 
que trabalhavam para a agência, compartilhar online tempo de computação 
(2003, p. 14).
E é importante registrar que o fluxo de informações e o tráfego de 
dados rapidamente cresceu, como também a conexão com outras redes de 
computadores. Cientistas da computação e universidades como a de Stanford 
passaram a contribuir e fornecer informações utilizando artigos e publicações. 
Chegaram assim, ao primeiro conceito de “uma rede de redes” (CASTELLS, 
2003, p. 14). 
O computador teve uma evolução bastante significativa. Aliado à 
internet, a informação ganhou outras proporções, modificando os princípios 
do jornalismo à sua imagem. O fluxo de informações rapidamente cresceu, bem 
como a movimentação de dados, e a conexão com outras redes de computadores. 
O avanço do jornalismo na televisão e mais recentemente pela internet, 
influencia diretamente na evolução dos jornais impressos, que se torna 
um desafio os jornais atualmente, ou seja, dos jornais impressos será 
o de priorizar a análise das notícias, interpretá-las e disponibilizá-
las o mais rápido do que os concorrentes. A internet representa uma 
excelente oportunidade de reunir o rádio, a tv e o jornal, em um só 
ambiente. Nesse sentido o desenvolvimento da TV digital que permite 
aos computadores manipularem essas imagens e integrando-as de 
forma totalmente compatível (MIRANDA, 2007, p. 34).
Hoje com as redes sociais as pessoas encontraram um espaço que 
consideram público para debater, informar, conversar, namorar, entre tantas 
coisas. Tudo muito novo, emissores e receptores se comunicam de forma acelerada, 
utilizando linguagem abreviada e imagens (fotos e vídeos) em suas postagens.
TÓPICO 4 | MÍDIA E SOCIEDADE: AS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
33
E assim a sociedade atual vai se reconfigurando, reformulando seus 
conceitos e carregando os meios de comunicação com novos atributos. O 
relacionamento das pessoas está cada vez mais mediado por aplicativos e a 
comunicação percorre caminhos alternativos.
O celular é o aparelho mais utilizado pelas pessoas no mundo atual. 
Telefone, computador, máquina fotográfica, rádio e televisão em um só 
equipamento que cabe na palma da mão. Como viver sem as ferramentas 
modernas de comunicação? Como não acessar o celular mais de mil vezes ao dia?
Você imagina a sua vida sem os meios de comunicação? O mundo adaptou-
se a cada novo meio que surgia, fazendo com que nós até nos esquecêssemos 
que um dia não havia imprensa escrita, rádio, televisão e internet. Esse breve 
relato sobre os meios de comunicação serve para saber a importância deles no 
nosso modo de vida, preparando-o para entender a evolução das mensagens e 
sua influência positiva e negativa na sociedade.
O ESTUDO CIENTÍFICO DA COMUNICAÇÃO: AVANÇOS TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS ENSEJADOS PELA ESCOLA LATINO-AMERICANA
Osvaldo Trigueiro 
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de comunicação. 
Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos em qualquer 
parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da comunicação é 
indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos passos para a saída do 
século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste período de transição o ser 
humano vive momentos de incertezas da comunicação e de (in)comunicação, das crises 
políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias na sociedade contemporânea 
estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos meios de transporte ou pelas 
telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas tecnologias, a velocidade 
da informação e o processo comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e 
conseqüentemente de mais difícil compreensão.
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução 
industrial. O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de 
comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos 
meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta 
forma, estudar as mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. 
É necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam 
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo 
resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir algumas 
brechas

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