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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE [NOME DA CIDADE/ESTADO] Processo nº: xxxxxxxxxxxxxxxxxxx [Nome do Reclamante], já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, apresentar RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento nos artigos 895 a 897 da CLT, nos termos do artigo 1.010 e seguintes do CPC/2015, pelas razões a seguir expostas: I - SÍNTESE DOS FATOS O Recorrente ajuizou a presente reclamatória trabalhista em face da Reclamada, requerendo as diferenças salariais decorrentes da redução de jornada e salário imposta unilateralmente pela empresa, bem como a recomposição salarial para cálculo das verbas rescisórias. O Juízo de primeira instância julgou improcedentes os pedidos, com base na alegação da Reclamada de que a redução de jornada e salário se justificou pela crise setorial de mercado. Ademais, negou a integração das comissões e gorjetas na remuneração do Recorrente. II - DO DIREITO DA REDUÇÃO DE JORNADA E SALÁRIO SEM NEGOCIAÇÃO COLETIVA A decisão proferida em primeira instância fundamentou-se na alegada crise setorial de mercado para justificar a redução da jornada de trabalho e dos salários sem negociação coletiva. Todavia, o artigo 7º, inciso VI, da Constituição Federal, é expresso ao garantir a irredutibilidade salarial, ressalvadas as situações de negociação coletiva. A Reclamada, ao reduzir unilateralmente a jornada e os salários, violou o princípio da norma mais benéfica, prejudicando seus empregados. Ademais, a jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem entendimento firme de que a redução de jornada e salário sem negociação coletiva é ilegal, devendo serem restituídas as diferenças salariais. Nesse sentido, o TST editou a Súmula nº 277, que dispõe que as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. Assim, requer-se a reforma da decisão para que sejam deferidas as diferenças salariais decorrentes da redução de jornada e salário. DA RECOMPOSIÇÃO SALARIAL PARA O CÁLCULO DAS VERBAS RESCISÓRIAS A Reclamada, após a redução salarial, demitiu o Recorrente e calculou as verbas rescisórias com base no salário reduzido. Tal conduta afronta o artigo 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal, que garante a irredutibilidade salarial. Dessa forma, deve ser considerado o salário que o Recorrente percebia antes da redução para cálculo das verbas rescisórias. DA INTEGRAÇÃO NA REMUNERAÇÃO DAS COMISSÕES E GORJETAS A sentença recorrida negou a integração das comissões e gorjetas na remuneração do Recorrente. Contudo, o artigo 457 da CLT é claro ao dispor que integram o salário as parcelas pagas pelo empregador com habitualidade. O Recorrente percebeu comissões e gorjetas durante todo o período do contrato de trabalho, de forma habitual. Portanto, requer-se a reforma da decisão para a inclusão dessas parcelas na sua remuneração para todos os fins legais. III - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer o Recorrente que seja dado provimento ao presente Recurso Ordinário para reformar a decisão de primeira instância, a fim de: I. Reconhecer a ilegalidade da redução de jornada e salário e condenar a Reclamada ao pagamento das diferenças salariais; II. Determinar a recomposição salarial para cálculo das verbas rescisórias; III. Incluir as comissões e gorjetas na remuneração do Recorrente; IV. Conceder os benefícios da justiça gratuita ao Recorrente, caso a sucumbência seja mantida em primeira instância. V. Requer ainda, sejam deferidos todos os consectários legais, honorários advocatícios e custas processuais. Termos em que, Pede e espera deferimento. 7 de Outubro de 2023 Paulo Henrique da Silva OAB Nº xxxxxxxxxxx