Direito Trabalhista - Recurso Ordinário

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ... VARA 
DO TRABALHO DE ... 
“10 linhas” 
 
Processo número ... 
 
Qualificação das partes (Recorrente e Recorrido) ambos já qualificados 
nos autos da reclamação trabalhista movida pelo recorrente em face do 
recorrido, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa 
Excelência interpor, tempestivamente e com fulcro no art. 895, I da Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT). 
RECURSO ORDINÁRIO 
Requerimento quanto à admissibilidade e processamento do recurso; 
requerimento para a intimar a parte contrária para querendo apresentar suas 
contrarrazões; requerimento para remeter as anexas razões ao Egrégio Tribunal 
Regional do Trabalho da ... Região; requerimento para juntada do comprovante 
do depósito recursal e das custas processuais (conforme o caso em questão). 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local e Data 
Advogado 
OAB 
 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO 
Recorrente: ... 
Recorrido: ... 
Processo número ... 
Origem: ... Vara do Trabalho de ... 
 
Egrégio Tribunal 
Colenda Turma 
Nobres Julgadores 
 
DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
A decisão proferida na Vara do Trabalho trata-se de uma sentença, 
dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira 
instância. 
Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita 
através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o art. 895, I da CLT. 
Cumpre ressaltar que segue cópia das custas e depósito recursal 
devidamente recolhidas, além do presente recurso ter sido interposto 
tempestivamente. 
Dessa forma, preenchidos os pressupostos de admissibilidade 
(extrínseco e intrínsecos), requer seja o presente recurso processado e o seu 
mérito apreciado. 
 
DOS FATOS 
Alegando dificuldades setoriais de mercado, a recorrida afixou 
comunicado no quadro de avisos, no qual informou a redução da jornada de 
trabalho de oito horas para seis horas e consequentemente a redução dos 
salários proporcionalmente, sem qualquer negociação coletiva, situação que 
perdurou por 02 (dois) anos. Após tal período, demitiu número representativo de 
empregados, promovendo o pagamento das verbas rescisórias, após 20 dias 
das rescisões contratuais, utilizando como base o salário já reduzido. Sentindo-
se prejudicado, o recorrente promoveu reclamatória perante a Justiça do 
Trabalho, postulando as diferenças salariais de todo o período de redução, bem 
como a recomposição salarial para que as diferenças das verbas rescisórias 
fossem pagas pelo maior salário, além da aplicação da multa do parágrafo 8º do 
artigo 477 da CLT e da integração na remuneração das comissões e gorjetas 
recebidas durante todo contrato de trabalho. 
A ação foi julgada improcedente em primeiro grau, sob o fundamento de 
que, de fato, a crise que abalou o seu setor é pública e notória, o que legitimou 
a ação empresarial narrada, mesmo independente de negociação coletiva, 
inclusive quanto à data do pagamento das verbas rescisórias. Foram julgados 
improcedentes também o pedido de integração na remuneração das comissões 
pagas pelo empregador durante todo o período do contrato de trabalho, assim 
como das gorjetas recebidas no mesmo período. 
Neste caso, a referida decisão não merece prosperar, motivo pelo qual 
deve a sentença ser reformada, conforme os fundamentos que a seguir serão 
expostos: 
 
DA REFORMA DA SENTENÇA 
a) Redução da jornada sem negociação coletiva – alteração que prejudica 
o empregado 
O recorrente sofreu, de forma unilateral por parte da recorrida, redução 
de sua jornada de trabalho com consequente redução salarial, sem a intervenção 
de qualquer negociação coletiva, de forma a ser-lhe prejudicial. 
A r. sentença que denega procedência ao postulado às diferenças 
salariais de todo o período de redução bem como a recomposição salarial não 
merece prosperar, porquanto a segunda parte do artigo 7º, XIII da Constituição 
Federal do Brasil preceitua que a redução da jornada se dará mediante acordo 
ou convenção coletiva de trabalho; Ademais, o artigo 468 da CLT fixa que nos 
contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições 
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou 
indiretamente, prejuízos ao empregado. 
Requer seja reformada a r. sentença no sentido de dar provimento ao 
postulado pelo recorrente. 
 
b) Cálculo pelo valor do contrato – valor maior 
O recorrente teve seu salário reduzido de forma unilateral por parte do 
recorrido, sem a ocorrência de negociação coletiva, de forma a ter sua verba 
rescisória calculada a partir do valor menor. 
A r. sentença que denega procedência ao postulado para que as 
diferenças das verbas rescisórias fossem pagas pelo maior salário não merece 
prosperar, porquanto o artigo 7º, VI da CF preceitua sobre a irredutibilidade do 
salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. 
Requer seja reformada a r. sentença no sentido de dar provimento ao 
postulado pelo recorrente. 
 
c) Prazo para verbas rescisórias – aplicação de multa 
O recorrente teve o prazo para receber suas verbas rescisórias dilatadas 
para 20 dias da cessação do contrato de trabalho. 
A r. sentença que denega procedência ao postulado para que seja 
aplicada a multa a que se refere o artigo 477, §8º da CLT não merece prosperar 
porquanto a lei determina, no artigo 477, §6º da CLT que o prazo para o 
pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de 
quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do 
contrato. 
Requer seja reformada a r. sentença no sentido de dar provimento ao 
postulado pelo recorrente. 
 
 
d) Integração de gorjetas e comissões 
O recorrente pediu a integração na remuneração das comissões pagas 
pelo empregador durante todo o período do contrato de trabalho, assim como 
das gorjetas recebidas no mesmo período. 
A r. sentença que denega procedência ao postulado para que seja 
integrado às verbas rescisórias os valores decorrentes de comissões e gorjetas 
pagas no período do contrato de trabalho não merece prosperar, haja vista que 
o artigo 457, caput da CLT determina que se compreende na remuneração do 
empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago 
diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que 
receber. Bem como o parágrafo 1º do referido artigo que determina que 
“integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as 
comissões pagas pelo empregador.” 
Requer seja reformada a r. sentença no sentido de dar provimento ao 
postulado pelo recorrente. 
 
CONCLUSÃO 
Pelo exposto, requer o conhecimento e consequentemente provimento 
do presente apelo, para a reforma do julgado, assim como condenando o 
recorrido às custas processuais em reversão. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local e Data 
Advogado 
OAB