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UNIVERSIDADE DE SOROCABA CURSO DE FARMÁCIA ENSAIOS DE PUREZA Daniel Mergulão Barrella Gheniffer Iéviliny Alves da Silva Isabela Anne Furlanes Rodrigues Larissa Trindade Gomes Rose Fidencio Cardoso Sorocaba/SP Outubro/2023 SUMÁRIO • INTRODUÇÃO................................................................................................3 • OBJETIVO.......................................................................................................4 • MATERIAL E MÉTODOS................................................................................4 • RESULTAOD E DISCUSSÃO.........................................................................8 • CONCLUSÃO................................................................................................10 • REFERÊNCIA................................................................................................11 1. INTRODUÇÃO A engenharia genética tem desempenhado um papel transformador na pesqui A importância dos ensaios laboratoriais na determinação da umidade ou perda por dessecação, bem como nos ensaios limite para avaliar a presença de impurezas específicas em substâncias farmacêuticas como a dipirona e o ácido salicílico, é fundamental para garantir a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos. A quantificação precisa desses parâmetros desempenha um papel crucial em várias áreas: (DONG et al ., 2011) Garantia de Qualidade Farmacêutica Os ensaios de umidade asseguram que a substância farmacêutica não contenha excesso de água, o que poderia afetar sua estabilidade e pureza. Os ensaios de limites para impurezas, como cloreto, chumbo e sulfatos, ajudam a identificar e controlar a presença de substâncias indesejadas nos produtos farmacêuticos, garantindo que estejam dentro dos limites permitidos (BAJAJ et al., 2012). Segurança do Paciente A presença de impurezas em níveis elevados pode ter efeitos adversos na saúde dos pacientes. A quantificação precisa dessas impurezas ajuda a evitar riscos para a saúde (XU ., et al 2022) Eficácia Terapêutica A presença de impurezas ou excesso de umidade pode afetar a eficácia terapêutica dos medicamentos, comprometendo o tratamento de doenças (XU ., et al 2022) Padrões Regulatórios A conformidade com os padrões estabelecidos por agências reguladoras, como a Anvisa (no Brasil) e a FDA (nos EUA), é essencial para a aprovação e comercialização de medicamentos. Os resultados dos ensaios laboratoriais são cruciais para demonstrar a conformidade com esses padrões (XU ., et al 2022) Controle de Qualidade Os ensaios de umidade garantem que a substância esteja dentro das especificações de pureza estabelecidas, evitando variações na qualidade do produto final (XU ., et al 2022) 2. OBJETIVO O objetivo deste relatório é apresentar os resultados dos ensaios laboratoriais realizados para verificar a pureza e identificar impurezas em amostras de substâncias farmacêuticas. Os ensaios incluem a determinação de umidade ou perda por dessecação e a avaliação de impurezas específicas, como cloreto, chumbo e sulfetos. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Materiais 3.1.1 Umidade ou perda por dessecação • Pesa filtro • Gral • Pistilo • Blister de comprimido de dipirona • Estufa • Dessecador • Balança semi analítica 3.1.2 Ensaio Limite para cloreto – amostra de paracetamol • Béquer de 50ml • Paracetamol em pó • Água destilada • Funil • Papel de filtro • Tubo de Nessler • Solução de nitrato de prata 0,1M • Pipeta volumétrica • Solução de ácido nítrico 3.1.3 Ensaio Limite para chumbo (metais pesados) - amostra ácido salicílico • Béquer de 50 ml • Ácido salicílico em pó • Tubo de Nessler • Acetona • Água destilada • Solução de sulfito de sódio • Solução Estoque de Nitrato de Chumbo • Solução Padrão de Chumbo (partindo da solução estoque de nitrato de chumbo) • Pipeta volumétrica • Balão volumétrico 3.1.4 Ensaio limite para sulfatos – amostra de paracetamol • Béquer de 50 ml • Paracetamol em pó • Água destilada • Funil • Filtro em papel • Tubo de Nessler • Ácido clorídrico 3M • Cloreto de bário • Ácido sulfurico 0,005M 3.2 MÉTODOS 3.2.1 Umidade ou perda por dessecação • Utilizar 1 grama de amostra previamente triturada em um gral de dipirona. • Tarar o pesa-filtro previamente dessecado durante 30 minutos e anotar o peso. • Colocar a amostra no pesa-filtro e recolocar a tampa do mesmo. Pesar novamente e anotar o peso. • Colocar o pesa-filtro na estufa, que deve estar calibrada na temperatura adequada, entre 100-105°C. • Retirar a tampa do pesa-filtro e secar a amostra pelo tempo indicado em uma monografia. • Após o tempo de dessecação, abrir a estufa, recolocar a tampa do pesa-filtro e deixá-lo atingir a temperatura ambiente dentro de um dessecador. • Verificar o peso novamente e efetuar os cálculos da perda por dessecação usando a fórmula: % perda por dessecação = (peso antes da dessecação - peso após a dessecação) x 100 / peso da amostra (g). • Os valores de especificação para a dipirona são uma perda máxima de 5,0% a uma temperatura de 105°C por 1 hora, de acordo com FP, 2019. 3.2. Ensaios Limite. Procedimentos: 3.2.1 Ensaio Limite para Cloreto -amostra paracetamol Solução de Teste: • Pese 1,0 grama da amostra (paracetamol) em um béquer de 50 mL. • Adicione 25 mL de água destilada e agite vigorosamente até que a amostra se dissolva completamente. • Realize a filtração usando um funil e papel de filtro, coletando o filtrado em um tubo de Nessler. • Acrescente 1 mL de solução de nitrato de prata 0,1M, medido com uma pipeta volumétrica, e 1 mL de ácido nítrico SR. Complete o volume para 50 mL. Solução de Referência: • Prepare uma solução de referência diluindo 0,2 mL de ácido clorídrico 0,02 M em 25 mL de água destilada. • Adicione 1 mL de nitrato de prata 0,1 M, medido com uma pipeta volumétrica, e 1 mL de ácido nítrico 2M. • Homogeneize batendo a parte inferior do tubo contra a palma da mão. • Complete o volume para 50 mL e deixe repousar por 5 minutos. Comparação: Compare a cor/turbidez da solução da amostra com a cor/turbidez da solução de referência. Especificação: A cor/turbidez da solução da amostra não deve ser mais intensa do que a da solução de referência. O limite de cloreto para o paracetamol é de 140 ppm. Preparação de Soluções: • Nitrato de prata 0,1M: Contém 17 g de nitrato de prata em 1000 mL de solução aquosa. • Ácido nítrico SR: 12,5% (p/v). • HCL 0,02M: Dissolva 1,7 mL em água destilada para obter 1000 mL da solução. 3.2.2. Ensaio Limite para chumbo (metais pesados) - amostra ácido salicílico. • Pese 1 grama da amostra (ácido salicílico) em um béquer e transfira-o para um tubo de Nessler com capacidade para 50 mL. • Adicione 25 mL de acetona ao tubo de Nessler contendo a amostra. • Acrescente 2 mL de água e 10 mL da solução de sulfito de sódio ao mesmo tubo. Solução de Referência: • Em um tubo de Nessler com capacidade para 50 mL, adicione 25 mL de acetona. • Acrescente 2 mL de solução padrão de chumbo e 10 mL da solução de sulfito de sódio ao mesmo tubo. Especificação: Compare a cor/turbidez da solução da amostra com a da solução de referência. A cor/turbidez da solução da amostra não deve ser mais intensa do que a da solução de referência. O limite para o ácido salicílico é de no máximo 0,002% (20 ppm). Reação Química: Pb²⁺ + Na₂S → PbS + 2Na⁺ Preparação da Solução Estoque de Nitrato de Chumbo: Solubilize 159,8 mg de nitrato de chumbo em cerca de 100 mL de água. Adicione 1 mL de ácido nítrico usando uma pipeta volumétrica e complete o volume para 100 mL. Solução Padrão de Chumbo: Transfira 10 mL da solução estoque de nitratode chumbo* para um balão volumétrico de 100 mL contendo água destilada. Complete o volume e homogeneize. Cada mL desta solução equivale a 10 µg/mL de chumbo (10 ppm de Pb). 3.2.3 Ensaio Limite para sulfatos - amostra paracetamol. Solução de Teste: • Misture 1 grama da amostra com 25 mL de água. • Faça uma filtração quantitativa para transferir o filtrado para um tubo de Nessler. • Adicione 1 mL de ácido clorídrico 3M e 3 mL de cloreto de bário (SR). • Complete o volume até 50 mL. Homogeneize a solução e deixe-a em repouso por 10 minutos. Solução Padrão: • Transfira 0,4 mL de ácido sulfúrico 0,005M para um recipiente adequado. • Adicione entre 30 e 40 mL de água à solução. • Acrescente 1 mL de ácido clorídrico 3M e 3 mL de cloreto de bário (SR). • Complete o volume até 50 mL. Especificação: Compare a coloração (turvação) da amostra com a da solução padrão. A coloração (turvação) da amostra não deve ser mais intensa do que a da solução padrão. O limite para o paracetamol é de no máximo 0,02% (200 ppm). Especificação do Cloreto de Bário SR: Contém 10 gramas em 100 mL de solução aquosa. 4. RESULTADO E DISCUSSÃO 4.1 Ensaio ou perda por dessecação. A amostra de dipirona foi moída em um gral e pesada em 1 grama, resultando em um valor de 39,350 gramas (amostra + pesa-filtro). O produto foi colocado na estufa no pesa-filtro previamente tarado e permaneceu lá por 1 hora. Após a remoção da estufa e a pesagem, o resultado final foi de 39,250 gramas. Desconsiderando o peso tarado do pesa-filtro, obtivemos uma diminuição de 0,9 gramas de dipirona. Em termos percentuais, o cálculo é o seguinte: (39,350 - 39,250) x 100 / 1 = 10%. Houve uma perda de umidade de 10%. Isso pode ter ocorrido devido a uma exposição prolongada ao ambiente externo, que fez com que o produto ganhasse peso extra, ou devido a alguma falha técnica ou no próprio produto. De acordo com as diretrizes da farmacopeia, a amostra não atende aos padrões, já que a perda máxima de umidade permitida para a amostra é de 5,0% a 105°C por 1 hora. 4.2 Ensaios limites 4.2.1 Ensaio limite para cloreto amostra de Paracetamol. A amostra está dentro dos padrões de aprovação, pois a coloração/turvação da solução amostra não é mais intensa do que a da solução de referência, conforme recomendado pela literatura. 4.2.2 Ensaio limite para chumbo (metais pesados) em amostra de ácido salicílico. As soluções de teste, referência, estoque de nitrato de chumbo e padrão de chumbo foram preparadas de acordo com o método estabelecido, sem quaisquer problemas. No resultado da análise foi possível, com a solução RC representando a solução de referência e a outra a solução amostra. É perceptível que a solução de referência possui um volume maior, devido à necessidade de adicionar mais solução padrão de chumbo para alcançar uma turbidez visível a olho nu. Isso foi feito para garantir uma análise adequada. Não foi possível observar a mesma turbidez entre a amostra e a solução de referência. Essa discrepância pode ter ocorrido devido a possíveis problemas na própria amostra de nitrato de chumbo. Seria necessário realizar uma investigação mais detalhada sobre os produtos utilizados. Mesmo seguindo o método adequadamente, o resultado não foi conclusivo neste caso, o que impede a avaliação do ensaio limite e, consequentemente, a aprovação ou reprovação da amostra. 4.2.3 Ensaio limite para sulfatos – amostra de paracetamol. O resultado da análise no tubo A representa a amostra e o tubo R é o de referência. Neste caso, a amostra é considerada aprovada, pois, de acordo com a literatura, a amostra não deve ter uma coloração/turvação mais intensa do que a solução de referência. No entanto, neste caso, observa-se uma turvação ligeiramente maior na solução de referência. 5. CONCLUSÃO O método de secagem por dessecação é uma abordagem econômica para avaliar a perda de umidade em uma amostra. No entanto, é importante observar que fatores externos significativos podem interferir nos resultados. Portanto, é essencial manter um controle rigoroso sobre esses interferentes externos, como a proximidade entre a amostra e os equipamentos, mantendo-os vedados. A umidade do ar também deve ser monitorada, pois pode influenciar a aprovação ou reprovação da amostra, mesmo quando a umidade não está diretamente relacionada ao produto em si. Por outro lado, o ensaio limite é um método semiquantitativo que compara a cor/turvação da amostra com uma solução de referência, estabelecendo um limite máximo para a presença de impurezas. Esses testes são rápidos, acessíveis e fornecem uma rápida indicação da qualidade do produto, tornando-os especialmente úteis para laboratórios de menor porte. No entanto, esses métodos têm suas limitações, pois se baseiam principalmente em mudanças de cor, que podem ser afetadas por erros no processo ou nos reagentes. Além disso, eles requerem uma quantidade significativa de amostra (aproximadamente 1 grama ou mais) para realizar um teste simples. Em resumo, o ensaio limite é um indicador inicial valioso, mas não deve ser o único método de análise para determinar a presença de impurezas em uma amostra. Outras técnicas mais abrangentes e precisas podem ser necessárias para uma avaliação completa da qualidade do produto. 8. REFERÊNCIA BAJAJ, Sanjay; SINGLA, Dinesh; SAKHUJA, Neha. Stability testing of pharmaceutical products. Journal of applied pharmaceutical science, n. Issue, p. 129-138, 2012., BRASIL. Farmacopeia Brasileira, 6 ed., Brasília: Anvisa, 2019. Disponível em http://antigo.anvisa.gov.br/farmacopeia-brasileira. Acesso em 28/09/2023. CAMPANHARO, S. C. DONG, Chun-Juan; WANG, Xiao-Li; SHANG, Qing-Mao. Salicylic acid regulates sugar metabolism that confers tolerance to salinity stress in cucumber seedlings. Scientia horticulturae, v. 129, n. 4, p. 629- 636, 2011., Impurezas Farmacêuticas: análise do contexto nacional e internacional. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/184749. Acesso em: 28 set. 2023. XU, Zihan. Considerations on Regulatory Quality Control in Pharmaceutical Industry. In: 7th International Conference on Economy, Management, Law and Education (EMLE 2021). Atlantis Press, 2022. p. 324-328.