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REPAROS E CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS ● Causas de danos nos tecidos: ➔ Físico: - Fluxo de sangue comprometido; - Esmagamento; - Desidratação; - Incisão; - Irradiação; - Resfriamento; - Aquecimento. ➔ Químico: - Agentes com pH não fisiológico; - Agentes com tonicidade não fisiológica; - Proteases; - Vasoconstritores; - Agentes trombogênicos. ● Epitelização: - O epitélio ferido tem a capacidade regenerativa geneticamente programada que permite restabelecer a sua integridade através da proliferação, migração e de um processo conhecido como inibição por contato. - Em qualquer margem de epitélio normal continua a migrar (por proliferação de células epiteliais germinativas que avançam a extremidade livre para a frente), até que entre em contato com a outra extremidade livre do epitélio, em que é sinalizada para parar de crescer lateralmente. ● Etapas da cicatrização de feridas: - Independentemente da causa da lesão tecidual não epitelial, inicia-se o processo estereotipado e, se for capaz de continuar sem impedimentos, trabalha para restaurar a integridade do tecido. Este processo é chamado de cicatrização de feridas. 1. Etapa Inflamatória; 2. Etapa Fibroblástica; 3. Etapa de remodelação. - Tecido formado naquele local, proveniente de ferida ou lesão, quando o tecido formado não é igual ao pré- existente - chamado de retalho. 1. Etapa Inflamatória: - A etapa inflamatória começa, ocorre a momentânea lesão tecidual e, na ausência de fatores que prolonguem a inflamação, dura de 3 a 5 dias. A fase inflamatória tem duas fases (1) vascular e (2) celular. 2. Etapa Fibroblástica: - Os fios de fibrina, que são derivados da coagulação do sangue, riscam as feridas formando uma trama em que os fibroblastos começam a estabelecer as substâncias basilares e tropocolágenos. Esta é a fase fibroblástica de reparo de feridas. A substância basilar é composta de vários mucopolissacarídeos, que atuam para compactar as fibras de colágeno juntas. Os fibroblastos transformam células mesenquimais pluripotentes locais e circulantes que começam a produção de colágeno no terceiro ou no quarto dia após a lesão do tecido. 3. Etapa de remodelação: - A fase final do reparo da ferida, que continua indefinidamente, é conhecida como a fase de remodelação, embora alguns usem o termo maturação da ferida. Durante essa fase, muitas das fibras de colágeno, anteriormente definidas de forma aleatória, são destruídas à medida que são substituídas por novas fibras de colágeno, que são orientadas para melhor resistir às forças de tensão sobre a ferida. ● Fatores que prejudicam a cicatrização de feridas: 1. Corpo estranho (processo infeccioso que vai acontecer); 2. Tecido necrosado; 3. Isquemia (pouco fluxo de oxigênio); 4. Tensão (não usar muita força para junção de tecidos). ● Tipos de cicatrização de ferida: 1. Primeira Intenção: - As margens de uma ferida em que não há perda de tecido são colocadas e estabilizadas essencialmente na mesma posição anatômica que tinham antes da lesão, permitindo curar-se. Tendo mínima cicatrização formada, porque vai ter pouco espaço que o organismo precise trabalhar para resolver. - Esse método de reparação de feridas diminui a quantidade de reepitelização, deposição de colágeno, contração e remodelação necessárias para a cura. - Quanto menos o organismo trabalhar nessas fases, melhor e mais rápido vai acontecer. - Ex: qualquer ferimento que os bordos sejam cortados - intraoral, pele, até mesmo uma fratura óssea quando usa placa. 2. Segunda Intenção: - Implica que seja deixado um intervalo entre as margens de uma incisão ou dilaceração, ou entre o osso das extremidades nervosas após a reparação, ou implica que ocorra a perda de tecido numa ferida para prevenir a aproximação das extremidades da ferida. - Exige uma grande quantidade de migração epitelial, deposição de colágeno, contração e remodelação mais longa durante a cicatrização. - A cura é lenta e produz mais cicatrizes que no caso com a cura por intenção primária. - Ex: extração dentária, fraturas mal reduzidas, úlceras profundas e grandes lesões por avulsão em qualquer tecido mole. 3. Terceira Intenção: - Utilização de enxertos de tecido para cobrir feridas e diminuir a distância entre as margens. - Procedimentos executados por cirurgia plástica. Ex: pele (perde pedaço da pele por queimadura - repôr tecido com retalho ou enxerto para ajudar no processo de cicatrização). ● Reparo Alveolar: - Denomina-se processo de reparo em feridas de extração dental, ou processo de reparo alveolar, o conjunto de reações teciduais desencadeadas no interior do alvéolo, em seguida à exodontia. - O objetivo do organismo é preencher o alvéolo dental por tecido ósseo. - A reparação alveolar apresenta particularidades locais, fato de distinção ao fenômeno de respostas reparacionais do organismo. - Reparo alveolar completo: quando ocorre a epitelização do alvéolo e formação de tecido ósseo no seu interior. (Se fizer uma extração, e for fazer um implante, tem que esperar mais de 64 dias - (uns 90 dias) para acontecer a formação do tecido ósseo para a colocação do implante). - O processo inflamatório é importante para que ocorra o processo de cicatrização dos tecidos - menos inflamação exacerbada para que não ocorra edema e dor. ● Evolução do Processo de Reparo de Feridas de Extração Dental: 1. Proliferação celular: - Processo que se inicia imediatamente após a formação do coágulo - importante manter o coágulo dentro do alvéolo para que a matriz fundamental para que as etapas de proliferação aconteçam. - Fibroblastos (pré-existentes + diferenciação) - produção de colágeno. - Células endoteliais (capilares) - só sobrevivem com a presença de vasos sanguíneos. - É de fundamental importância a preservação do ligamento periodontal - por ter células mesenquimais diferenciadas. A partir do remanescente do ligamento periodontal que o processo de proliferação celular vai acontecer. - Ex: quando extrai um dente, parte do ligamento está no dente, e outra parte do ligamento vai ficar aderido ao tecido ósseo, lâmina dura. Não curetar o ligamento periodontal, e sim, alguma lesão que estiver no alvéolo. 2. Desenvolvimento do tecido conjuntivo: - Grande quantidade de fibroblastos e capilares neoformados no lugar do coágulo. - Por ter muito fibroblastos, sintetiza fibras colágenas e substância fundamental amorfa. 3. Maturação do tecido conjuntivo: - Grande quantidade de fibras colágenas. - Diminuição do n° de células e de vasos sanguíneos. 4. Diferenciação óssea ou mineralização: - A partir do fundus alveolar, os osteoblastos originados de células osteoprogenitoras depositam matriz orgânica formando um tecido ostóide. - Formação concêntrica (acontece do fundo do alvéolo e das paredes do alvéolo para o centro - parede V,M,D,L e para de baixo, que é a parede de fundo do alvéolo, indo das paredes em direção ao centro, onde será a última porção a formar osso). - O trabeculado ósseo constitui-se no resultado da calcificação do tecido osteóide. ● Início da neoformação óssea: ● Interferências locais sobre o processo de reparo em feridas de extração dental: ➔ Fatores que atrasam o reparo alveolar: - Presença de fragmentos ósseos. - Irregularidades no contorno e na altura do alvéolo. - Presença de resíduos de raiz e corpos estranhos. ➔ Efeitos de procedimentos operatórios sobre a reparação: - Curetagem e irrigação. - Influências dos anestésicos locais. - Uso de brocas e cinzéis. - Sutura pós-exodôntica. - Exodontia por alveolectomia. ● A reparação alveolar diante da infecção: - Incidência da alveolite : < 4,5%. - Queixa do paciente com alveolite: dor na região onde tinha o dente, mesmo tomando analgésico a dor não passa, gosto e cheiro ruim (odor fétido), 2 a 3 dias pós-operatório. ● Qual a origem da Alveolite: - Teoria Fibrinolítica (algumas substâncias da saliva teriam a capacidade quebrar o coágulo); - Teoria Bacteriana ( colonização bacteriana, corpo estranho ou pela saliva. A bactéria cai e forma a infecção). ● Tiposde Alveolite: - Alveolite seca (quando não tem coágulo no alvéolo). - Alveolite úmida (quando tem parte do coágulo dentro do alvéolo, mas ainda tem os sinais de alveolite). ● Fatores predisponentes gerais da alveolite: - Idade, hábitos (fumo, álcool), uso de contraceptivos, doenças cardiovasculares, doenças hematológicas, doenças imunológicas, disfunção endócrina, deficiências nutricionais. ● Tratamento da Alveolite: - Prevenção (fazer técnica cirúrgica adequada, se puder usar a clorexidina 0,12% previamente para prevenir bactéria e posteriormente para pacientes com perfil de maior chance de acontecer). - Anestesiar o paciente, remover sutura, e curetar de leve o alvéolo, removendo algum tecido ou coágulo desorganizado, estimulando sangramento. Lava bastante o alvéolo e deixa formar um novo coágulo e sutura. - Irrigação abundante, estimulando ou não o coágulo, ou coloca algum curativo no alvéolo - reduzindo a dor nas terminações nervosas expostas (óxido de zinco vai queimar a terminações nervosas e vai passar a dor). - (Mais usado) - Curetar, lavar o alvéolo e esperar formar o coágulo e suturar, promovendo irrigação durante a curetagem. Ou usa curativo - Pasta de metronidazol 10% (combatendo as bactérias), lidocaína 2% (resolver a dor do paciente), menta e lanolina (tira o odor fétido).
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