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ARLETE INES AURELLI
mestre e doutora em Direito Processual Civil pela PUC/SP
professora de direito processual civil nos cursos de graduação e mestrado da PUC/SP
professora orientadora do curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado/doutorado) da PUC/SP. 
Advogada em São Paulo
SENTENÇA, COISA JULGADA, HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
ARLETE INES AURELLI
Conteúdo Programático:
SENTENÇA
COISA JULGADA
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
_
PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ : ART. 203 a 205 do CPC/15
Sentenças – art 203 §1 – conteúdo do arts 485 e 487 e causar extinção da fase de conhecimento ou execução
decisão interlocutória - todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o - art. 203 §2 - resolve questão incidente
despachos - São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte - art. 203 §3
são pronunciamentos sobre o andamento do processo – impulsionam o processo de fase em fase – não impõe ônus às partes. Designa data para audiência, manda juntar contestação
 Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. Art. 204.
Decisão monocrática do relator (art. 932)
PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS
 
	Tipo de pronunciamento
Art.203 cpc	Causa prejuízo
 à parte?	Possui conteúdo do art. 485 ou 487 e põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução?	Recurso
	Sentença 	SIM	SIM	Apelação
	Decisão interlocutória	SIM	NÃO	Agravo de Instrumento, se estiver no rol do art. 1.015 (se não estiver, alegar em preliminar de Apelação)
	Despacho	NÃO, em tese	NÃO	Em regra não cabe, salvo se houver omissão, contradição, obscuridade ou erro material aptos a ensejar Embargos de Declaração
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA COM CONTEÚDO DE SENTENÇA 
atos que tem conteúdo de sentença nos seguintes casos:
Se a extinção, sem julgamento de mérito, for de parte do processo 
– art. 354, par único
Se for decisão parcial de mérito – 
art. 356 §5
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
Decisões no inventário = decisões interlocutórias
Decisões na liquidação de sentença e no cumprimento de sentença – em regra decisões interlocutórias.
No cumprimento será sentença se extinguir o procedimento.
Na execução, em regra será decisão interlocutória – só será sentença se extinguir a execução
Nas ações de divisão e demarcação de terras – temos duas sentenças.
Na prestação de contas – primeira fase- decisão interlocutória, conforme STJ
DECISÃO NA PRESTAÇÃO DE CONTAS: DECISÃO INTERLOCUTÓRIA OU SENTENÇA ? 
Stj: resp 1847194
À luz do atual Código de Processo Civil, o pronunciamento que julga procedente a primeira fase da ação de exigir contas tem natureza jurídica de decisão interlocutória de mérito, recorrível por meio de agravo de instrumento. Precedente
O relator, ministro Marco Aurélio Bellizze, afirmou que, de acordo com o artigo 550, parágrafo 5º, do CPC/2015, a decisão que julgar procedente a primeira fase da ação condenará o réu a prestar contas no prazo de 15 dias, sob pena de não poder impugnar as contas que o autor apresentar.
Segundo ele, o ato que julga procedente a primeira parte da ação de exigir contas possui natureza de decisão interlocutória de mérito, uma vez que não encerra a fase cognitiva do processo. Por essa razão, apontou, o recurso cabível contra ela é o agravo de instrumento (artigo 1.015, inciso II do CPC/15) – o qual não possui, em regra, efeito suspensivo.
Por outro lado, se o ato judicial julgar improcedente a primeira fase da ação de exigir contas ou se julgar extinto o processo sem resolução de mérito, ele terá força de sentença e, portanto, será impugnável por meio de apelação.
DECISÃO NA PRESTAÇÃO DE CONTAS: DECISÃO INTERLOCUTÓRIA OU SENTENÇA ?
o pronunciamento jurisdicional em que se reconhece ou não o direito de exigir as contas possuirá natureza jurídica distinta, a depender de seu conteúdo. Se julgar procedente a ação, possuirá natureza de decisão interlocutória e conteúdo de decisão parcial de mérito; se julgar improcedente a primeira fase da ação ou extinto o processo sem resolução do mérito, terá natureza jurídica de sentença.
“Do reconhecimento de que o pronunciamento jurisdicional que encerra a primeira fase possui, a depender do conteúdo, diferentes naturezas jurídicas, decorre a conclusão inarredável de que o recurso interponível se definirá secundum eventum litis, pois, se julgada procedente a primeira fase, caberá agravo de instrumento (artigo 1.015, II, do CPC/2015), mas, se julgada improcedente ou extinto o processo sem resolução de mérito na primeira fase, caberá apelação (artigo 1.009, caput, do CPC/2015)”, concluiu a ministra.
No caso dos autos, porém, apesar de ter sido interposta apelação contra a decisão de procedência, Nancy Andrighi destacou que, havendo dúvida na doutrina sobre o cabimento do agravo de instrumento ou da apelação, deve ser aplicado o princípio da fungibilidade recursal, afastando-se a hipótese de erro grosseiro na escolha da parte.
Em relação aos demais pontos do recurso, a relatora entendeu que, de fato, a petição inicial e as causas de pedir foram suficientemente claras na delimitação do objeto. Assim, o colegiado restabeleceu a decisão judicial que encerrou a primeira fase da ação de exigir contas.
RESP 1746337 – RELATORA NANCY ANDRIGUI
 
SENTENÇA – pronunciamento que contém um dos conteúdos do art. 485 e 487 do CPC/15 e coloca fim à fase de conhecimento ou extingue a execução – art. 203 §1
ESPÉCIES: 
terminativa- sentença que extingue o processo sem julgamento do mérito. Art. 485
definitiva – sentença que resolve o mérito – art. 487 
 FINALIDADE DA SENTENÇA
	transformar normal geral e abstrata em norma individual e concreta que passará a ser lei entre as partes, sendo que, nas hipóteses do artigo 487, também haverá resolução do conflito de interesses. 
 
	 ELEMENTOS DA SENTENÇA : 
art. 489 CPC/15
 relatório 
Fundamentação ou motivação 
Decisório ou dispositivo
 sentença
RELATÓRIO:	
	descrição dos elementos indicativos da ação e de atos processuais ocorridos no processo- art 489 , inciso I
	A ausência do relatório gera nulidade absoluta; 
	O relatório sucinto é apenas irregularidade sem sanção. 
	Nas sentenças de extinção do processo, sem julgamento do mérito, o relatório pode ser realizado de maneira sucinta. 
	No Juizado Especial Cível o relatório é dispensado pela Lei 9099/95.
relatório
O relatório tem uma dupla finalidade:.
- permitir que o juiz demonstre para as partes e para a sociedade em geral que conhece o processo que vai julgar. No relatório, o juiz faz uma caracterização do processo, delineando o caso que será julgado em todos os seus aspectos fático-jurídicos e apontando o que nele se verificou de mais importante. Com o relatório, o juiz demonstra o que aconteceu no processo, o que o obriga a estudar a totalidade daquilo que está nos autos. Isso quer dizer que o relatório permite que se verifique se o magistrado conhece o “processo”. 
- permite comparar o caso que foi julgado com outros que ainda o serão a fim de que casos iguais ou semelhantes recebam igualmente o mesmo tratamento, como observa Luiz Guilherme Marinoni
Uma vez que o sistema de precedentes exige a comparação entre casos, em especial, sobre os fatos a partir dos quais os problemas jurídicos surgem e são resolvidos, o relatório serve para identificação do caso para aplicação de eventual precedente existente e para a elaboração de eventuais distinções que impeçam semelhante aplicação.
 
fundamentação ou motivação – 
justificação feita pelo juiz dos motivos que o levaram ao convencimento de como deveria decidir- art. 489 , II CPC/15
Sem fundamentação, a sentença será nula. 
O dever de fundamentação das decisões, sob pena de nulidade, está previsto no art. 93, IX da CF e arts 11 e §1 do art. 489 CPC.
 
Fundamentação da sentença
A doutrina é unânime em reconhecer relevantes funções endoprocessuais da fundamentação - dentro do processo em que é exarada a decisão - todas de significação notadamente técnica, v.g., delimitar o alcance da coisa julgada,aferir a legalidade na correta avaliação das provas e na definição do direito aplicável à espécie, assegurar o concreto e pleno exercício do direito de ampla defesa e de eventual recurso, tanto pela perspectiva da exercer influência sobre as provas e os argumentos utilizados na decisão quanto pelo conhecimento das premissas que fundaram o raciocínio do juiz e o levaram à conclusão do caso concreto. Todavia, são as funções extraprocessuais que trazem o dever de fundamentação para o núcleo jurídico do processo constitucional, desde que servem para situar a jurisdição dentro da perspectiva do Estado Democrático de Direito, no qual todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido (CF/88, art. 1º, parágrafo único), e que se “[...] caracteriza como Rechsfertigender Staat, é dizer, como forma política que se legitima enquanto justifica o modo pelo qual exerce o poder” (TARUFFO, 1988, p. 41). 
Fundamentação da sentença
Para Cândido Rangel Dinamarco, é exigência técnica que obsequia a garantia-síntese do acesso à justiça, em função da qual a Constituição formula princípios, oferece garantias e impõe exigências em relação ao sistema processual (DINAMARCO, 2009, p. 199).
Tema 339 STF
O STF, em 23/06/2010, em sede de repercussão geral fixou a seguinte tese no Tema nº 339:
“O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas.” 
Decisões judiciais que se furtam à aplicação do artigo 489, § 1.º do CPC, mediante a utilização do desatualizado entendimento do Tema 339 incorrem em flagrante defeito de prestação jurisdicional e afronta material à Constituição, em contrariedade direta do artigo 93, IX, e do artigo 5.º, incisos LIV e LV, todos da CF, os quais devem ser materializados nos termos da lei processual atual e não do superado Tema 339 de 20/08/2010.
Portanto, a legalidade de observância obrigatória, sobretudo pelo Poder Judiciário, capaz de concretizar materialmente as garantias constitucionais do devido processo legal e contraditório, no que toca ao dever de fundamentação está prevista no art 93, IX, da CF e arts 11 e 489, parágrafo primeiro, do CPC, pelo que está superado o Tema 339.
A atualização do Tema 339 à luz do novo e vigente CPC é matéria repletamente abundante de repercussão geral.
STJ
O julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão.
O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de infirmar (enfraquecer) a conclusão adotada na decisão recorrida.
Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015 não cabem embargos de declaração contra a decisão que não se pronunciou sobre determinado argumento que era incapaz de infirmar a conclusão adotada.
STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 8/6/2016 (Info 585).
 sentença
fundamentação ou motivação – 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
Conceito jurídico indeterminado
Os conceitos jurídicos indeterminados são conceitos  aos quais o legislador não conferiu uma definição legal bem delimitada. 
Exemplos clássicos de conceitos jurídicos indeterminados: 
“interesse público”, “boa-fé”, “função social”, “bem comum”, perigo de dano irreparável , repercussão geral, “bons costumes”
 sentença
fundamentação ou motivação – 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
STJ: motivação per relationem
	 A utilização da técnica de motivação per relationem não enseja a nulidade do ato decisório, desde que o julgador se reporte a outra decisão ou manifestação dos autos e as adote como razão de decidir. 
Recentemente, a Terceira Seção do tribunal deu provimento a recurso especial (EREsp 1.384.669/RS, j. 28/08/2019) para anular acórdão no qual a fundamentação se limitava a fazer referência a parecer do Ministério Público sequer transcrito na decisão, que, de resto, não havia analisado preliminares nem acrescentado nada que pudesse proporcionar às partes a possiblidade de analisar o que havia motivado os julgadores a decidir daquela forma:
“(…) No caso, verifica-se que a Corte de origem, ao apreciar o apelo defensivo, limitou-se a fazer remissão ao parecer ministerial, sequer transcrito no acórdão, sem tecer qualquer consideração acerca das preliminares arguidas, o que não se coaduna com o imperativo da necessidade de fundamentação adequada das decisões judiciais.
 
fundamentação ou motivação – 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
V e VI – art. 926 a 928 cpc – indexadores jurisprudenciais - sistema de precedentes
sentença
o art 1.022, par Ún., II, do CPC considera omissa, para fins de interposição de embargos declaratórios, decisão que se enquadre nas hipóteses do § 1º do art. 489
O § 1º do art. 927, que trata dos precedentes vinculantes, também faz menção a essas normas: “os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1º, quando decidirem com fundamento neste artigo.
stj
"AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PRODUÇÃO DE PROVAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. SUFICIÊNCIA DAS PROVAS. DEVER DE MOTIVAÇÃO. ART. 927 DO CPC. ACÓRDÃO E SENTENÇA DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. NÃO CONSTAM DO ROL PRECEDENTES VINCULANTES. INEXISTÊNCIA DO DEVER DE ANÁLISE PORMENORIZADA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211 DO STJ. HONORÁRIOS RECURSAIS. MAJORAÇÃO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. REVISÃO INVIÁVEL. SÚMULA 7 DO STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO... 
3. O julgador não é obrigado a discorrer sobre todos os argumentos levantados pelas partes, mas sim decidir a contento, nos limites da lide que lhe foi proposta, fundamentando o seu entendimento de acordo com o seu livre convencimento, baseado nos aspectos pertinentes à hipótese sub judice e com a legislação que entender aplicável ao caso concreto.
4. Com exceção dos precedentes vinculantes previstos no rol do art. 927 do CPC, inexiste obrigação do julgador em analisar e afastar todos os precedentes, acórdãos e sentenças, suscitados pelas partes.(...)(AgInt no AREsp 1427771/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/6/2019, DJe 27/6/2019, grifos nossos)".
fundamentação ou motivação – 
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
Normas: envolve princípios e regras
Art. 8 E 140 do CPC e 20 a 24 LINDB
Ponderação : proporcionalidade – meios
			 razoabilidade - fins	
fundamentação ou motivação – 
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
O dispositivo deve decorrer, logicamente, do relatório e fundamentação
	A boa-fé processual orienta a interpretaçãoda postulação e da sentença, permite a imposição de sanção ao abuso de direitos processuais e às condutas dolosas de todos os sujeitos do processo, e veda seus comportamentos contraditório (FPPC, enunciado 378) (CÂMARA, 2016, p.09)
Norma interligada com §2 do art. 322 - boa fé – pedido
Art 5º CPC – boa fé
Art 6 CPC – Juiz - sujeito da cooperação
PRINCÍPIO DA BOA FÉ
“consiste o princípio da boa-fé objetiva em exigir do agente que pratique o ato jurídico sempre pautado em valores acatados pelos costumes, identificados com a ideia de lealdade e lisura. Com isso, confere-se segurança às relações jurídicas, permitindo-se aos respectivos sujeitos confiar nos seus efeitos programados e esperados”. 
Veja-se que “o conceito de boa­ fé objetiva decorre do art. 3º, I, da CF (LGL\1988\3), e impõe norma de conduta aos sujeitos do processo. Na verdade, trata-se de considerar se a conduta das partes ou do juiz está de acordo com o direito”. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum - vol. I, 57. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 79.
AURELLI, Arlete Inês. Normas fundamentais no Novo Código de Processo Civil Brasileiro. Artigo. In: Revista de processo, v. 271/2017. São Paulo: Revista dos Tribunais Online, set. 2017, p. 6.
BOA FÉ DIFERE DA COOPERAÇÃO?
Cooperação é definida como “norma-princípio explicitamente positivada no art. 6º do Código de Processo Civil de 2015, que exige do juiz, das partes, dos auxiliares da Justiça e de todos os demais sujeitos processuais a adoção de comportamentos que contribuam para a formação de uma comunidade de trabalho dedicada à tramitação de um processo no qual haja, na maior medida possível, a implementação de um contraditório real pautado pelo diálogo e qualificado pela produção de provas suficientes à elucidação dos fatos, tudo visando à obtenção de uma decisão de mérito que adote a melhor alternativa possível dentre as possibilidades jurídicas disponíveis, devendo esses sujeitos cooperar entre si para que a realização do processo e do título a ele relacionado aconteça de forma efetiva e em duração razoável, sem entraves ilegítimos, obstáculos artificiais, embaraços formais desnecessários e comportamentos oportunistas”
BOA FÉ DIFERE DA COOPERAÇÃO?
constata-se que os dois princípios de fato são próximos e complementares. Porém, eles não se confundem.
 Cooperar engloba outras atitudes que não estão abarcadas pelo mandamento de se “agir de boa-fé”.
 Por outro lado, o “agir de boa-fé” implica em ações que não necessariamente são cooperativas.
 Assim sendo, há situações que são comuns aos dois princípios, mas outras são específicas de um ou específicas de outro, o que indica que eles são próximos, mas têm conteúdo distinto e próprio. 
O JUIZ É SUJEITO AO PRINCIPIO DA COOPERAÇÃO?
constata-se que o princípio da cooperação faz parte do complexo de princípios que garantem o escopo social e político do processo, complexo este do qual também fazem parte o devido processo legal (material), a boa-fé processual, o contraditório e ampla defesa, a duração razoável do processo, o princípio da primazia do julgamento do mérito, além de se relacionar com todas as demais normas fundamentais previstas pelo CPC/2015.
Basicamente, pelo princípio da cooperação, os sujeitos do processo devem se empenhar durante todo o processamento do feito para que a decisão de mérito seja prolatada, no menor tempo possível, sendo vedadas atitudes procrastinatórias ou ilegítimas, e sempre produzindo provas de suas alegações e contribuindo para que as demais provas necessárias ao deslinde do caso sejam produzidas.
Pelo princípio da cooperação, as partes têm direito que uma decisão de mérito justa seja proferida. A contrario sensu, as partes não têm o direito de que seja prolatada uma decisão injusta ou intempestiva. A justiça da decisão está na imposição de que tenha sido prolatada em um processo justo, no sentido de que todos os direitos fundamentais e garantias constitucionais tenham sido preservados, notadamente, no que tange à observância do princípio do contraditório.
Sobre esse ponto, é preciso esclarecer que a decisão justa também será aquela que compreender a resposta ao pedido do autor, a qual demanda aderência ao texto normativo.
O JUIZ É SUJEITO AO PRINCIPIO DA COOPERAÇÃO?
Com relação aos sujeitos destinatários do princípio da cooperação, destacam-se o juiz e as partes. Inicialmente surgiram críticas à inclusão do juiz no dever de cooperar. Alguns entenderam que a norma traria um poder incomensurável ao órgão julgador, propiciando o ativismo judicial.
O juiz é sim obrigado a cooperar.
São os seguintes os deveres do juiz:
Dever de esclarecimento; ex art 321
Dever de prevenção; - permitir correção de vicios – ex 320, 338/339, 139,ix
Dever de consulta; ex art 9 e 10
Dever de auxílio – remoção do obstáculo – ex art 319, §1
Art 489 §3
Fredie Didier Jr.(2015, p. 389), ensina que “a definição dos limites da coisa julgada dependerá, necessariamente, da interpretação da decisão. Não é por acaso que se costuma, em execução de sentença, alegar ofensa à coisa julgada, baseando-se exatamente em questões relacionadas à interpretação da sentença”
a decisão judicial é o resultado da interpretação do texto
uma decisão judicial é um texto normativo produzido por um julgador e com tal deve ser interpretado, sobretudo para construção de precedentes. 
Os elementos da sentença – relatório, fundamentação e dispositivos – interagem para se chegar à correta interpretação da decisão judicial, a qual deve estar em conformidade com a boa-fé, que é um parâmetro de interpretação da decisão.
Art 489 §3
Fredie Didier Jr. (2015, p.391 e ss.) – estabelece algumas premissas ancilares à formação de uma teoria geral da intepretação da decisão judicial e à correta aplicação do dispositivo em apreço:
Primeiro. Dispositivo e fundamentação devem ser interpretados conjuntamente. A compreensão do dispositivo carece do exame da fundamentação, que também somente será devidamente interpretada a partir do que foi enunciado no dispositivo. A decisão há de ser interpretada, enfim, como um todo. Trata-se, na lição de Didier Jr. (2015, p. 391), de aplicar a técnica da interpretação sistemática à compreensão da decisão judicial.
Art 489 §3
Segundo. As postulações (e comportamentos) de ambas as partes são dados que sempre devem ser levados em consideração para a interpretação da decisão. Segundo Fredie Didier Jr. (2015, p. 391), “a definição precisa da norma jurídica extraída da sentença não prescinde do exame do que foi postulado pelas partes, limite que é do exercício da função jurisdicional, como define a regra da congruência objetiva”, preconizada nos artigos 141 e 492 
Art 489 §3
Havendo dúvidas na interpretação do dispositivo da sentença, deve-se preferir a que seja mais conforme à fundamentação e aos limites da lide, em conformidade com o pedido formulado no processo. Não há sentido em se interpretar que foi proferida sentença ultra ou extra petita, se é possível, sem desvirtuar seu conteúdo,  interpretá-la em conformidade com os limites do pedido inicial". (STJ, REsp n.º 818.614/MA, Rel. Ministra Nancy Andrighi, publicado no DJ de 20.11.2006).
Art 489 §3
Terceiro. Conforme pontifica Fredie Didier Jr. , aplicam-se à interpretação da decisão judicial as normas de interpretação dos atos jurídicos; ou seja, as normas que disciplinam a interpretação das declarações de vontade.
O art. 112 do Código Civil enuncia que “nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem". 
o art. 113 do Código Civil dispõe que “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração". A aplicação do dispositivo à interpretação da decisão judicial é clara, até mesmo como reforço à incidência do princípio da boa-fé processual; 
Foi exatamente nessa linha que a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça encaminhou-seno julgamento do AgRg no AREsp n.º 94.186/PR, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, em 07.08.2012, acórdão publicado no Dje de 14.08.2012: 
"Não há que se falar em ofensa à coisa julgada quando o julgador, diante da imprecisão do comando sentencial, confere nova interpretação da sentença exequenda, de forma a viabilizar a condenação imposta"
Art 489 §3
Quarto. Os embargos de declaração podem funcionar como um instrumento para orientar a interpretação, já que eles se propõem a esclarecer os termos da decisão (art. 1.022, CPC). 
Quinto. A reclamação constitucional também pode servir como instrumento para que o prolator da decisão a interprete.
Didier Jr. traz a hipótese de acórdão de o Supremo Tribunal Federal estar sendo executado por juízo de primeira instância; caberá reclamação àquela Corte se o juiz não estiver observando a decisão do tribunal superior; neste caso, o STF terá de interpretar a sua própria decisão, para determinar os rumos da execução
Com efeito, no julgamento pelo Plenário do STF (Rcl 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013) entendeu-se ser possível que o STF, por meio de reclamação, faça a (re)interpretação de decisão proferida em controle de constitucionalidade abstrato. Ao julgar uma reclamação, o STF realiza um juízo de confronto e de adequação entre o objeto (ato impugnado) e o parâmetro (decisão do STF tida por violada). Isso pode fazer com que se conclua pela necessidade de redefinição do conteúdo e do alcance do parâmetro (decisão que havia sido proferida). Ao analisar uma reclamação, o STF faz uma espécie de “balançar de olhos” (expressão cunhada por Karl Engisch e trazida no voto do Min. Gilmar Mendes) entre o ato impugnado (objeto) e que havia sido decidido (parâmetro) e poderá chegar à conclusão diferente do que já tinha deliberado anteriormente.
É por meio da reclamação, portanto, que as decisões do STF permanecem abertas a esse constante processo hermenêutico de reinterpretação realizado pelo próprio Tribunal. A reclamação, dessa forma, constitui um instrumento para a realização de mutação constitucional e de inconstitucionalização de normas que muitas vezes podem levar à redefinição do conteúdo e do alcance, e até mesmo à superação, total ou parcial, de uma antiga decisão
Art 489 §3
Sexto.  conforme Didier Jr , o juízo da liquidação ou da execução - que nem sempre será o juízo da sentença - e o juízo que está diante do precedente judicial, por exemplo, também deverão interpretar a decisão.
Sétimo. não se pode excluir a possibilidade de uma ação declaratória autônoma de interpretação da decisão judicial (art.19, I, do CPC). O objeto desta ação seria a interpretação do ato jurídico “decisão judicial", e não a “rediscussão dos fatos ou do direito nela examinados”, sob pena de ofensa à coisa julgada.
dispositivo ou decisório
 –
 efetiva decisão sobre o pedido formulado pelo autor ou sobre a extinção do processo - inciso III
Inciso III – fala só em questão principal
Mas, juiz deve decidir não somente sobre questão principal como prejudicial – art 503, §§
DISPOSITIVO OU DECISÓRIO
O dispositivo é o local em que o juiz afirma se acolhe ou não o pedido do autor e, em caso de acolhimento, o que deve ser feito para que o direito material seja efetivamente realizado. 
Assim, por exemplo, o juiz pode, na parte dispositiva da sentença, ao acolher o pedido formulado, condenar o réu a pagar certa soma em dinheiro ou ordenar o réu a fazer ou a não fazer ou mesmo determinar a entrega de determinada coisa. 
Como a parte dispositiva é aquela que dá resposta ao pedido do autor, ela também é chamada de conclusão da sentença.
 O dispositivo é o comando que rege a vida das partes e exprime como essas devem se comportar diante do caso concreto.
sentença
Ponto – fundamentos de determinada afirmação feita em juízo. Pode ser de mérito ou processual, pode ser de fato ou de direito.
Questão – ponto controvertido – ponto que é objeto de debate entre as partes ou ponto duvidoso, que pode ter origem no questionamento do juízo. É o que ocorre na hipótese de revelia, em que o próprio juízo transforma pontos trazidos pelo autor, em questões.
sentença
	questão principal – dúvidas sobre a procedência do pedido. São questões de mérito, trazidas como objeto do processo.
Questões prévias – preliminares e prejudiciais:
Preliminar – questão processual examinada antes de discutir o mérito.
Prejudicial – questão que impede o julgamento de mérito.
 são, também, questões de mérito, mas que não foram trazidas como objeto do processo. 
 dispositivo ou decisório –
O juiz está adstrito ao pedido, não podendo julgar fora dos limites traçados pelo autor
Vicios de julgamento : art 492
citra petita
extra petita
Ultra petita
 
Há exceções ao princípio da congruência, a saber:
 (i) pedido implícito – juros, correção, despesas processuais e honorários, prestações vincendas, etc.; 
(ii) art. 497 e 536 - A do Código de Processo Civil – nas tutelas específicas das obrigações de fazer e não fazer e de entrega de coisa é permitido ao juiz a entrega de pretensão diversa daquela requerida pelo autor, desde que gere resultado prático equivalente; 
Há exceções ao princípio da congruência, a saber: 
(III) multa astreinte
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:I - se tornou insuficiente ou excessiva; II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento.
(iv) fungibilidade – no nosso ordenamento jurídico a fungibilidade significa aceitar um ato processual no lugar de outro, como válido. ex ações possessórias – tutelas provisórias
 
 
As sentenças extra e citra petita são nulas, sendo que o Tribunal, pode, ao acolher a nulidade, julgar o mérito, se a questão estiver madura para julgamento, conforme dispõe o artigo 1013, parágrafo terceiro, do CPC. 
Por outro lado, o Tribunal poderá, no lugar de anular, apenas reduzir os excessos da sentença ultra petita. 
 
sentença
Pelo principio da concatenação dos atos processuais, a nulidade de um ato causa a nulidade dos que lhe seguem, podendo causar a nulidade da sentença.
Conforme Teresa Arruda Alvim, a falta do dispositivo da sentença causa a inexistência jurídica da mesma.
Contra esse vicio cabe declaratória de inexistência
Para Teresa Arruda Alvim, alguns vícios do processo, como falta de condições da ação, pressupostos processuais de existência, falta de jurisdição, falta de demanda, falta de citação podem causar a inexistência jurídica da sentença.
Sentença inexistente
Conforme Teresa Arruda Alvim, uma sentença é juridicamente inexistente quando possui um defeito tão grave que nem pode ser chamada de sentença. O ato existe fisicamente no mundo dos fatos, mas não juridicamente
O plano da existência não se confunde com o plano da eficácia, eis que a sentença inexistente pode produzir efeitos, enquanto assim não for declarada.
CAPÍTULOS DA SENTENÇA
Correspondem às partes em que ideologicamente se decompõe o decisório de uma sentença ou acordão, cada uma delas contendo o julgamento de uma prestação distinta
A Sentença deve analisar as diferentes pretensões indicando os resultados específicos e individuais
Ex – mais de um pedido
Ação e reconvenção
litisconsortes 
Questões preliminares e mérito
 Oportunidades em que a sentença pode ser proferida: 
a) na audiência de instrução e julgamento; b) no momento de despachar a inicial; c) quando do julgamento conforme o Estado do processo.
Publicação e intimação – 
A publicação é ato que torna pública a sentença- é condição de existência da sentença ou de sua integração ao processo. 
Se proferida em audiência, a publicação coincide com sua apresentação e intimação.Quando proferida fora de audiência, a sentença se considera publicada com a certidão do escrivão ao juntá-la aos autos. 
A intimação é a publicação da sentença no Diário Oficial, quando se dá conhecimento as partes.
 
 
  EFEITOS DA SENTENÇA: 
processual: Após a publicação da sentença, o juiz não pode mais modificá-la a não ser para corrigir erros materiais ou de cálculos. Também pode ser alterada por provimento a recurso de embargos de declaração opostos pelas partes. 
De resto, somente o Tribunal poderá alterar o teor da sentença.
EFEITOS DA SENTENÇA:
	Materiais: somente as sentenças definitivas produzem efeitos materiais:
Declaratórios
Condenatórios
constitutivos/desconstitutivos 
Executiva lato sensu
mandamentais
 REQUISITOS DA SENTENÇA: 
A sentença deve ser escrita em vernáculo - lingua pátria
deve ser clara ( inteligível) 
Deve ser precisa (determinada e delimitada quanto aos direitos e obrigações que fazem parte dela).
 Extinção do processo
Art. 316.  A extinção do processo dar-se-á por sentença.
Art. 317.  Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 (emenda).
Extinção sem resolução do mérito (atípica)
59
I - INÉPCIA DA INICIAL
 a petição inicial será inépta quando :
falta de pedido: petição inicial sem pedido é inclusive inexistente. 
falta de causa de pedir: em decorrência da teoria da substanciação, não basta pedir, é preciso esclarecer o porque se pede.
Pedido indeterminado - 
pedido não concludente: o pedido deve decorrer logicamente da narrativa dos fatos. O autor não pode narrar os componentes de determinada hipótese normativa e pleitear pedido totalmente estranho a ela. 
pedido incompatível: os pedidos formulados não podem se repelir. Se ao juiz for impossível conceder ambos os pedidos formulados, haverá incompatibilidade e ele deverá indeferir a inicial, a não ser que o autor renuncie a um deles.. 
 INDEFERIMENTO DA INICIAL 
 ART. 330 CPC § 1
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INTERNOS:
Regra básica = (art 319 + art 320) – (art 330 ) 
 positivos negativos
 
 
 precisam estar presentes não devem estar presentes 
Indeferimento da inicial 
REQUISITOS ESTRUTURAIS DA PETIÇÃO INICIAL
II - parte manifestamente ilegítima:
 É a ilegitimidade manifesta, que salta aos olhos - analisada “prima facie”
LEGITIMIDADE AD CAUSAM é condição da ação - se relaciona a titularidade da relação jurídica de direito material, que é discutida em juízo
o conceito de legitimidade não se confunde com o conceito de parte. 
mesmo aquele que tem sua ilegitimidade ad causam decretada não deixa, só por isso, de ser parte. 
A parte ilegítima é parte processual
 INDEFERIMENTO DA INICIAL 
 ART. 330 CPC
62
III - falta de interesse processual
 O interesse processual é outra condição da ação. 
Binômio necessidade/utilidade(adequação) 
 necessidade de ir a juízo para fazer valer direitos, bem como utilidade representada pela vantagem prática a ser obtida com a ação. 
Ambas estão ligadas à adequação do meio processual escolhido para tanto. 
 INDEFERIMENTO DA INICIAL 
 ART. 330 CPC
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IV –não atendidas as prescrições dos arts 106 e 321 
Dados do advogado e seu endereço na inicial 
Será concedido o prazo de 5 dias para regularizar
Não atendimento prazo para emenda
 INDEFERIMENTO DA INICIAL 
 ART. 330
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Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (…)
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; (abandono pelas partes)
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; (abandono pelo autor)
- § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
486, § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
(pressupostos processuais)
Extinção sem resolução do mérito (atípica)
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Art. 485. (…)
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
Art. 486, § 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Extinção sem resolução do mérito (atípica)
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Extinção sem resolução do mérito – art 485
	 Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código
Supressão termo carência de ação
 inciso XI menciona a ausência de legitimidade ou de interesse processual. 
Supressão da possibilidade jurídica do pedido como condição da ação: questão de mérito ou falta de interesse processual?
Três correntes – 
Fredie Didier - legitimidade ordinária é mérito e legitimidade extraordinário, assim como o interesse processual são pressupostos processuais.
Alexandre Câmara – permanecem como condições da ação 
Impossibilidade jurídica do pedido é falta de interesse processual.
Leonardo Carneiro da Cunha - legitimidade ad causam e impossbilidade juridica pedido - mérito.
Legitmidade extraordinária e interesse – pressupostos processuais 
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Correção legitimidade passiva
Art. 338.  Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único.  Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.
CORREÇÃO LEGITIMIDADE PASSIVA
Art. 339.  Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
 
CORREÇÃO LEGITIMIDADE PASSIVA
	Enunciado n.º 42 do III FPPC-Rio: O dispositivo se aplica mesmo a procedimentos especiais que não admitem intervenção de terceiros, bem como aos juizados especiais cíveis, pois se trata de mecanismo saneador, que excepciona a estabilização do processo
CORREÇÃO LEGITIMIDADE PASSIVA
	A indicação é obrigatória para o réu, como era a nomeação à autoria do CPC revogado? 
	A redação inicial do Senado, para o dispositivo em comento dizia “sempre que possível”, menção que foi retirada, para constar, o que nos parece, uma obrigação do réu na indicação do verdadeiro polo passivo, tanto que incorrerá nas despesas processuais e deverá indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
		A norma aprimora o art. 69 do CPC revogado e cria dever processual parao réu. 
CORREÇÃO LEGITIMIDADE PASSIVA
	Trata-se de responsabilidade objetiva, que inclui o pagamento não somente de despesas processuais, honorários advocatícios, mas também prejuízos extraprocessuais. 
	o legislador foi omisso quanto ao procedimento para apuração e cobrança tanto das despesas, honorários e prejuízos. 
	É evidente que custas e honorários advocatícios devem ser cobrados nos próprios autos. Mas os prejuízos extraprocessuais devem ser apurados em ação autônoma. 
Convenção de arbitragem
Depois de muita discussão não há expediente para tal alegação que deve ser feita no bojo da contestação.
§6 estabelece de forma clara a preclusão do direito de alegar a convenção de arbitragem caso não seja alegada na contestação. Nesse caso, a conseqüência será a aceitação da jurisdição estatal e a renúncia ao juízo arbitral. E o art. 1012, III prevê que a rejeição da alegação de convenção de arbitragem é objeto de recurso de agravo. 
Em, conseqüência, em nossa opinião, fica claro que a convenção de arbitragem não pode ser tida como pressuposto processual de validade do processo. Muito menos de existência.
Incapacidade processual e irregularidade de representação
	Caso seja verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vicio. Se o vicio não for sanado, o processo será extinto. (art 76)
A Decisão que determina a emenda deve ser fundamentada sob pena de nulidade, devendo ser indicado COM PRECISÃO o vício a ser sanado. 
STJ: “deve o magistrado, com os olhos nos modernos princípios da instrumentalidade das formas e da economia e celeridade processuais, especificar a falha contida na peça, sob pena de por rigorismo processual, entravar o prosseguimento do feito e impedir a célere composição do litígio.” (REPRO 110/412) 
EMENDA –ART 321
76
 
vicios que podem causar extinção do processo: preliminares
Art. 337.  Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Extinção sem resolução do mérito – art 485
	art. 337 combinado com art. 4º.– princípio da primazia do julgamento de mérito
Antes de proferir decisão sem resolução do mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
O juiz deve informar qual o vicio a ser sanado conforme art. 321
Se a parte não corrigir o vicio, o processo será extinto
Extinção com resolução do mérito – art 487
	 Art. 487.  Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Art. 488.  Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR (art. 332 CPC). :
I- enunciado de súmula do STF ou do STJ;
II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
 extinção do processo com mérito
80
 
prescrição -Prazos para ações condenatórias
decadência - Prazos para ações constitutivas e desconstitutivas
ações declaratórias são imprescritíveis 
Vide Texto Agnelo Amorim Filho-Rev Forense n. 300/6.
 juiz pode decretar de ofício – art 332, parágrafo primeiro
 mas, conforme art. 10 combinado com 487, parágrafo único,  ”ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.”
 prescrição e decadência
81
COISA JULGADA  
 
O surgimento da coisa julgada se deu em decorrência de uma necessidade prática: evitar a perpetuação dos litígios.
 
Nessa perspectiva, a seguinte afirmação bem ilustra a finalidade do instituto:
“A coisa julgada emerge de um imperativo político (...) é 	imprescindível colocar-se um limite temporal absoluto, um 	ponto final inarredável à permissibilidade da discussão e das 	impugnações.” (ADROALDO FURTADO FABRÍCIO, RePro 62)
 
. 
Do ponto de vista jurídico, diversas foram as teorias para justificar a existência da coisa julgada, raramente existindo consenso na doutrina:
1) Corrente da coisa julgada como uma “presunção da verdade”: a sentença irrevogável é absolutamente verdadeira nos fatos e no direito. Daí surgiu a exagerada afirmação de que a coisa julgada era capaz de fazer do preto, branco, e do quadrado, redondo.
 
Tal tese foi a dominante por muitos anos, tendo sido adotada em nossa primeira legislação processual de relevo (Regulamento 737 de 1850). O art. 185 desse diploma tratava a coisa julgada como uma “presunção legal absoluta”, prevalecendo mesmo “que haja prova em contrário”.
 
 
2) No CPC 39 não havia um dispositivo que especificamente definisse a coisa julgada, como hoje há.
 
Porém, pela redação do art. 288 daquele Código, é possível afirmar que o legislador de 1939 adotou a posição da coisa julgada como efeito da sentença. Isto porque referido artigo fazia menção às decisões que “não terão efeito de coisa julgada”.
3) LIEBMAN abandona a tese de que a coisa julgada é um efeito da sentença. A res judicata é, na verdade, uma qualidade de indiscutibilidade e imutabilidade que adere aos efeitos da sentença.
do ponto de vista das legislações processuais, o desenvolvimento foi o seguinte:
 Regulamento 737/1850: coisa julgada como presunção legal;
 CPC 1939: coisa julgada como efeito da sentença - chiovenda
 CPC 1973: coisa julgada como qualidade dos efeitos da sentença - liebman
(iv) CPC/15 adotou a teoria liebmaniana quanto à coisa julgada.
 Conceito 
coisa julgada pode ser definida como uma qualidade que se agrega aos efeitos da sentença, trazendo a imutabilidade e indiscutibilidade da sentença, em virtude do trânsito em julgado da decisão.
 
- imutabilidade é a impossibilidade de rediscussão da lide já julgada, o que se dá com a proibição de propositura de ação idêntica àquela já decidida anteriormente.
 
- já a indiscutibilidade tem o condão de fazer com que, em futuros processos (diferentes do anterior, pois se forem iguais, a imutabilidade impossibilita seu processamento, como já visto acima), a conclusão a que anteriormente se chegou seja observada e respeitada. 
Ou seja, o juiz do segundo processo fica obrigado a tomar como premissa de sua decisão a conclusão a que se chegou no primeiro processo.
Para saber se uma ação é idêntica à outra, devemos levar em consideração os elementos identificadores da ação: partes, causa de pedir e pedido.
 
Exemplo:
Contrato celebrado entre “A” e “B”.
- “A” ingressa em juízo afirmando que a cláusula 10ª é nula
- “B” contesta
- sentença julga procedente o pedido (afirmando que a cláusula 10ª é nula) 
1) “B” pode ingressar em juízo discutindo a validade da cláusula 10°?
Não – imutabilidade.
Extinção sem mérito (coisa julgada no seu aspecto negativo).
 
2) “B” pode ingressar em juízo pleiteando a condenação ao pagamento de multa por força de inobservância da cláusula 10ª? 
Não se trata de ação idêntica.Mas a decisão do primeiro juiz deve ser observada – indiscutibilidade.
Improcedência (coisa julgada em seu aspecto positivo).
CIVIL E PROCESSO CIVIL. ATO ILÍCITO. COBRANÇA ABUSIVA. TRANSITO EM JULGADO DO ACÓRDÃO PROFERIDO EM AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA PELO RÉU. COISA JULGADA MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO MÉRITO DA QUESTÃO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.
1. Não há falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil.
O Eg. Tribunal a quo dirimiu as questões pertinentes ao litígio, afigurando-se dispensável que venha examinar uma a uma as alegações e fundamentos expendidos pelas partes.
2. O Tribunal de origem, que antes se manifestara sobre a ilicitude do protesto de cheque decorrente de cobrança de honorários médicos indevidos, com acórdão transitado em julgado, não pode rejulgar o mérito da controvérsia, porquanto acobertado pelo manto da coisa julgada.
3. É devida indenização por danos materiais, no equivalente ao dobro do indevidamente cobrado na ação anteriormente ajuizada pelo réu, e por danos morais, tendo em vista a ofensa a dignidade do autor em face da cobrança ilícita e do protesto indevido.
4. Recurso especial conhecido em parte e, nesta parte, provido.
(REsp 593154/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/03/2010, DJe 22/03/2010)
CPC73:
Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. 
CPC/15:
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
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Preclusão e coisa julgada
Preclusão: perda do direito de praticar um ato processual
Trata-se de fenômeno interno ao processo, não surtindo efeitos para fora do processo.
Usualmente se aponta que existem 3 modalidades de preclusão:
- Temporal
- Lógica
- Consumativa
Conforme Luiz Dellore, “proferida a sentença, e não mais sendo possível a interposição de recurso – quer porque se esgotaram, quer porque ultrapassado o prazo para sua interposição (ou seja, com o trânsito em julgado da decisão) – surge a denominada coisa julgada formal.
 
Se a decisão proferida for de mérito, teremos então a coisa julgada material.
 
Para melhor explanação desse cenário, é possível uma analogia com uma escada:
1º degrau: trânsito em julgado
2º degrau: coisa julgada formal
3º degrau: coisa julgada material.
 
Os degraus não podem ser saltados e obedecem exatamente a ordem acima exposta.”
Trânsito em julgado: é a impossibilidade de interposição de recurso, seja porque (i) a decisão é irrecorrível, (ii) esgotaram-se os recursos cabíveis; (iii) não houve interposição do recurso no prazo legal ou (iv) houve aquiescência da parte.
 
Coisa julgada formal: é a imutabilidade da sentença, no próprio processo em que foi prolatada (eficácia endoprocessual), não admitindo mais reforma (atinge qualquer sentença – inclusive as sentenças terminativas, processuais).
 
Coisa julgada material: para alguns, esta é a efetiva coisa julgada; é a imutabilidade e indiscutibilidade da sentença não só no processo em que foi proferida, mas também para qualquer outro processo (eficácia panprocessual – só atinge as sentenças em que houve julgamento de mérito).
No caso das decisões definitivas, com o trânsito em julgado, ocorre a formação da coisa julgada formal e material (os três fenômenos verificam-se ao mesmo tempo)
  A decisão de mérito é coberta pela coisa julgada, o que impede a repropositura (art. 502)
Podem ser sentenças ou decisões interlocutórias.
Para Luiz Dellore, do ponto de vista lógico, há inicialmente o trânsito em julgado, para então ocorrer a coisa julgada formal e, finalmente, a coisa julgada material.
 Assim, 
 Determinada decisão não é impugnada tempestivamente ou já não existem mais recursos cabíveis. Há o trânsito em julgado de referida decisão (primeiro degrau).
(ii) Se estivermos diante de uma decisão co conteúdo de sentença, teremos a formação da coisa julgada formal (segundo degrau).
(iii) Por sua vez, se referida decisão for de natureza definitiva, haverá coisa julgada material (terceiro degrau).
SENTENÇAS QUE NÃO PRODUZEM COISA JULGADA MATERIAL – 
sentenças terminativas- fazem coisa julgada somente formal, eis que se pode propor outra ação para discutir os mesmos fatos e fundamentos – art. 486
sentenças proferidas nos feitos de jurisdição voluntária – pode-se propor outra ação para discussão dos mesmos fatos e fundamentos. 
Sentenças referentes a relações continuativas – art. 501, I –estão sujeitas a modificação no estado de fato ou de direito. Podem ser revistas. 
Pode-se ter coisa julgada sobre decisões que não são de mérito?
Art. 486.  O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
Extinção do processo sem resolução do mérito e coisa julgada
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Sentenças terminativas e coisa julgada
 nos termos do art. art. 486, §1º do CPC, a parte não poderá repropor a mesma ação sem a prévia correção do vício formal reconhecido, na decisão terminativa, que tenha os seguintes conteúdos:
 a) indeferimento da petição inicial;
 b) falta dos pressupostos processuais; 
c) ilegitimidade e falta de interesse processual; 
d) acolhimento da alegação da existência de convenção de arbitragem ou reconhecimento de sua jurisdição pelo juiz arbitral e 
e) litispendência
Se hipótese do art. 966,§2, a impossibilidade de corrigir o vicio e repropor a ação leva a possibilidade de propositura da ação rescisória contra decisão que não é de mérito.
Limites objetivos 
Por limites objetivos da coisa julgada pode-se entender a parte da decisão que é efetivamente coberta pela coisa julgada. 
No CPC/73, apenas o dispositivo da sentença era coberto pela coisa julgada (CPC, art. 469).
Assim, a motivação da sentença não era coberta pela coisa julgada (CPC, art. 469, I). 
Tampouco a verdade dos fatos ou a apreciação de questão prejudicial eram cobertas pela coisa julgada (CPC, art.469, I e II).
Para transformar a questão prejudicial em questão principal – e, com isso, para que tal decisão também seja coberta pela coisa julgada – a parte deveria ajuizar ação declaratória incidental (CPC, art. 325 e 470).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA. VERDADE DOS FATOS.
1.- A coisa julgada material, qualidade de imutabilidade e de indiscutibilidade que se agrega aos efeitos da sentença de mérito, atinge apenas a carga declaratória contida no dispositivo do decisum.
2.- Não fazem coisa julgada: "I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo." (art. 469, do CPC).
3.- O fato de a sentença proferida em determinado processo judicial adotar como verdadeira premissa fática absolutamente divergente daquela que inspirou a prolação de sentença havida em processo anterior estabelecido entre as mesmas partes, conquanto incomum, não ofende a autoridade da coisa julgada.
4.- Recurso Especial improvido.
(REsp 1298342/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 27/06/2014)
CPC/73:
Art. 469. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositivada sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.
 
CPC/15
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
(i) NCPC, no Senado (PL 166/2010): dispositivo e questão prejudicial são cobertos pela coisa julgada
(ii) NCPC, Relatório Barradas (PL 8046/2010): só o dispositivo (mantida a declaratória incidental)
(iii) NCPC, Relatório Paulo Teixeira: dispositivo e questão prejudicial
(iv) NCPC, texto base aprovado pela Câmara em 2013: só o dispositivo
(v) NCPC, destaques aprovados pela Câmara: dispositivo e questão prejudicial
100
CPC/73:
Art. 468. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas.
CPC/15:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentalmente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
Limites objetivos da coisa julgada
A coisa julgada atinge apenas o dispositivo da sentença= questão principal = mérito =pedido.
O objeto litigioso que envolve as alegações trazidas pelo réu, que também constituem o mérito, não são acobertados pela coisa julgada. As questões incidentes, resolvidas pelo juiz, também não são acobertadas pela coisa julgada
O art. 503 criou controvérsias sobre se a fundamentação faria coisa julgada, mas o artigo 504, I, veio por um ponto final na discussão: os motivos somente fazem coisa julgada quando se trata de decisão que constitua pressuposto lógico da decisão, ou seja, questão prejudicial, a ser apreciada na qualidade de questão principal.
REQUISITOS PARA FORMAÇÃO DE COISA JULGADA SOBRE QUESTÃO PREJUDICIAL – ART 503 CPC/15
a) a questão prejudicial deve se referir a relação jurídica e não a fato, salvo falsidade documental.
b)a existência de contraditório prévio e efetivo sobre a matéria;
 c) a competência do juízo para apreciação da matéria e em razão da pessoa que será afetada pela coisa julgada; 
d) a ampla liberdade para produção de provas; 
e) a cognição sobre a questão deve ser exauriente;
 f) a decisão sobre a questão deve ser expressa e fundamentada.
houve ampliação dos limites objetivos da coisa julgada: no CPC/73, apenas o dispositivo era coberto pela coisa julgada; no CPC/15, o dispositivo e a questão prejudicial são cobertos pela coisa julgada.
Vantagens: decisão quanto ao tema em uma única oportunidade. Impossibilidade de novos debates e, assim, celeridade processual.
Não há necessidade de propositura de ação para que a questão prejudicial fique acobertada pela coisa julgada, o que simplifica o procedimento.
Desvantagens: dúvidas e insegurança quanto ao que é coberto pela coisa julgada.
Questões que surgem:
O juiz pode, de ofício, considerar a questão prejudicial, de forma principaliter e atribuir formação de coisa julgada ou a parte é que deve requerer?
Para a formação de coisa julgada em relação a questão prejudicial, a declaração deve constar do dispositivo ou bastaria constar da fundamentação?
3) Serão cabíveis embargos de declaração para que o juiz esclareça?
Pode a questão prejudicial ser declarada pelo Tribunal, no acordão, pela primeira vez? Há formação de coisa julgada nesse caso? Há violação do duplo grau de jurisdição?
5) O juiz deve fixar, no saneamento, a discussão sobre a questão prejudicial, assegurando o contraditório pleno, com produção de provas, sob pena de nulidade da sentença?
6) Se a questão principal for decidida a favor de uma parte, mas a questão prejudicial for contrária, haverá interesse recursal? Cabe reexae necessário sobre ela, quando a causa envolver a fazenda pública?
7) A questão prejudicial está limitada a declaração de relação jurídica ou pode ser sobre fato?
8) A coisa julgada sobre questão prejudicial atinge terceiros?
9) Cabe ação rescisória?
105
A respeito de constar a questão prejudicial no dispositivo:
CEAPRO, 8
Na hipótese do art. 503, § 1º do NCPC, deve o julgador enunciar expressamente no dispositivo quais questões prejudiciais serão acobertadas pela coisa julgada material, até por conta do disposto no inciso I do art. 504.
FPPC, 438
É desnecessário que a resolução expressa da questão prejudicial incidental esteja no dispositivo da decisão para ter aptidão de fazer coisa julgada. 
106
Entendimento LUIZ DELLORE:
“Desde que o tema começou a ser debatido, filio-me à corrente que entende necessário que a questão prejudicial conste no dispositivo, considerando (i) a necessidade de segurança a respeito do que foi coberto pela coisa julgada (inclusive para se avaliar o interesse recursal), (ii) a vedação de decisões surpresa (pois, caso exista apenas menção ao assunto na fundamentação, as partes podem se surpreender, no futuro, quanto à existência de coisa julgada), (iii) o “incidentemente” se refere a não ser questão principal e não poder estar o tema apreciado em qualquer local da decisão e (iv) porque o art. 504, I afasta a coisa julgada da motivação – e seria algo consideravelmente subjetivo e passível de interpretação diversas diferenciar o que seria “mera motivação” ou “motivação que decide questão prejudicial capaz de ser coberta pela coisa julgada”. Resta verificar quando e como o STJ pacificará a questão. Até lá, resta ao profissional muita cautela.”
http://genjuridico.com.br/2018/04/16/coisa-julgada-no-ncpc-limites-objetivos/
Na I Jornada de Direito Processual do CJF:
ENUNCIADO 35 – Considerando os princípios do acesso à justiça e da segurança jurídica, persiste o interesse de agir na propositura de ação declaratória a respeito da questão prejudicial incidental, a ser distribuída por dependência da ação preexistente, inexistindo litispendência entre ambas as demandas (arts. 329 e 503, § 1º, do CPC). 
108
princípio do deduzido e dedutível:art 508 cpc
Com o trânsito em julgado da sentença de mérito, reputam-se alegadas – e afastadas – todas as alegações e defesas que as partes poderiam ter oposto e não o fizeram. Seja em relação à procedência ou à improcedência do pedido.
 
Assim, se determinada alegação poderia ter sido utilizada por uma das partes, mas não o foi, não será possível voltar a discuti-la.
Em virtude da eficácia preclusiva da coisa julgada, presume-se que referido argumento foi utilizado pela parte e afastado pela sentença 
essa construção se justifica exatamente para que haja o ponto final na demanda, de modo a evitar que a discussão seja reaberta.
princípio do deduzido e dedutível
CPC73, art. 474: 
Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido. 	
CPC/15, art. 508: 
Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido..
110
Sentença Processo nº 1025165-34.2020.8.26.0001 – TJSP – aplicação princípio do deduzido e do dedutível
Consta nos autos que, depois de passar por cirurgia plástica, a mulher propôs ação na 5ª Vara Cível alegando inadimplemento contratual, já que o procedimento não teria apresentado os resultados esperados. Depois, a autora entrou com ação na 8ª Vara Cível, também relacionada a inadimplemento contratual, mas com o argumento de que a clínica e o médico não cumpriram o dever de prestar informações adequadas sobre a cirurgia.
 “Competia à autora descrever todos os fatos que, ao seu ver, implicavam o inadimplemento contratualdos réus, não lhe sendo lícito fazê-lo à prestação, ora em uma ação, ora em outra”
“A não obtenção do consentimento informado era conhecida da autora desde quando ajuizou a primeira ação e devia ter sido por ela alegada já naquela ação, visto que constitutivo de um dos fatos geradores do inadimplemento contratual imputado aos réus. Como a causa de pedir da ação anterior também era constituída pelo inadimplemento contratual dos réus, todos os fatos que, de uma forma ou de outra, implicassem esse inadimplemento ou o defeito na prestação do serviço, deviam ter sido alegados pela autora, sob pena de preclusão”.
 Limites subjetivos da coisa julgada
CPC73: somente as partes são atingidas pela coisa julgada:
Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros. 	
112
Luiz Dellore faz importante distinção prática e teórica a respeito dos limites subjetivos da coisa julgada e os efeitos da sentença. http://genjuridico.com.br/2018/07/10/quem-atingido-coisa-julgada-ncpc/
 diz ele:
Apesar da coisa julgada só atingir as partes que litigaram no processo (limites subjetivos), os efeitos da sentença a todos atingem.
Divórcio – coisa julgada entre ex-mulher e ex-marido. Mas os efeitos da sentença atingem a todos.
Da mesma forma, numa locação, a coisa julgada de uma ação de despejo a todos atinge? Só às partes, mas os efeitos da sentença de despejo, atingem terceiros, como o sublocatário.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXTENSÃO DOS EFEITOS DE SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADA QUE RECONHECE RELAÇÃO DE PARENTESCO.
Os efeitos da sentença transitada em julgado que reconhece o vínculo de parentesco entre filho e pai em ação de investigação de paternidade alcançam o avô, ainda que este não tenha participado da relação jurídica processual. Os efeitos da sentença, que não se confundem com a coisa julgada e seus limites subjetivos, irradiam-se com eficácia erga omnes, atingindo mesmo aqueles que não figuraram como parte na relação jurídica processual. (...) Em tais condições, portanto, a coisa julgada formada na ação de investigação de paternidade ajuizada pelo filho em face do pai não atinge o avô, na medida em que proposta exclusivamente contra seu filho. No entanto, são institutos diversos a coisa julgada - que se sujeita aos limites subjetivos estabelecidos pelo art. 472 do CPC/1973 - e os efeitos da sentença (estes definidos por doutrina como "as alterações que a sentença produz sobre as relações existentes fora do processo"). Traçado assim o marco distintivo entre eles, pode-se afirmar com certeza científica que os efeitos da sentença não encontram a mesma limitação subjetiva que o art. 472 do CPC/1973 destina ao instituto da coisa julgada, de maneira que também podem atingir, direta ou indiretamente, terceiros que não participaram da relação jurídica processual. (...) REsp 1.331.815-SC, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 16/6/2016, DJe 1/8/2016.
Projeto CPC Senado (PL 166), art. 493.
A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando nem prejudicando terceiros. 	
CPC/15 , art. 506. 
A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
115
Foi adequada a exclusão da parte “Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros”. 	
Conforme Luiz Dellore, a confusão entre coisa julgada e efeitos foi superada no CPC/15.
116
 qual a interpretação para a norma no tocante ao limite subjetivo? A coisa julgada deve beneficiar terceiros?
Teorias:
(i) Processo coletivo
(ii) Causas que envolvam terceiros ligados à lide / litisconsorte unitário(condomínio, sócios) – Caso do art. 109 cpc
(iii) Obrigações solidárias - Marcos Cavalcanti
(iv) Nenhuma alteração – Luiz Dellore
(v) Extensível a terceiros que estão em situação análoga -Marinoni
Ex acidente envolvendo vários veiculos por culpa do réu.
http://estadodedireito.com.br/eficacia/ e http://estadodedireito.com.br/a-eficacia-expandida-da-coisa-julgada-individual-parte2/ - Marcos Destefenni
117
Eficácia expandida da coisa julgada – teoria de Marcos Destefenni
 duas técnicas para a tutela dos direitos que nascem de situações fáticas repetitivas:
A) técnica representativa - por meio da qual pode ser proposta uma ação coletiva por um ente legitimado em lei, que não é titular do direito material discutido em juízo. Haverá, no caso de procedência da demanda coletiva, formação da coisa julgada de efeito erga omnes. Nesse caso, qualquer pessoa pode se valer da sentença coletiva para pleitear a liquidação de danos que sofreu individualmente. Ex: A ação coletiva para a tutela de direitos individuais homogêneos, prevista no Código de Defesa do Consumidor, nos arts. 91 e seguintes,
B) técnica não-representativa, por sua vez, utiliza-se de demanda proposta pelo titular do direito material que é representativa da controvérsia instaurada em inúmeras outras demandas (repetitivas). Esta técnica se vale de uma decisão que tem caráter vinculante, isto é, torna-se obrigatória para os órgãos do Poder Judiciário.
Ex – IRDR, recursos especial e extraordinários repetitivos
Eficácia expandida da coisa julgada
O CPC/2015 abre as portas para a interpretação que admite a possibilidade de eficácia expandida da coisa julgada individual
Transitada em julgado a sentença que reconhece o direito à prestação jurisdicional acerca de direito social fundamental, poderia o juiz, com fundamento no princípio da isonomia (o mesmo que embasa a eficácia vinculante dos precedentes), advertir a Administração Pública sobre a necessidade de estender a prestação estabelecida em sentença individual a todas as outras pessoas em igual situação daquela do beneficiário direto da decisão.
Eficácia expandida da coisa julgada
em julgamento monocrático de Recurso Especial (n. 1.378.094), o Ministro do STJ, BENEDITO GONÇALVES (31/03/2014), consignou:
“Tendo em vista a natureza do direito, não só as partes participantes da relação processual da ação coletiva poderão ser beneficiadas com o título judicial, como também outras que, em que pese não terem participado da relação processual, são igualmente titulares do mesmo direito que fora reconhecido. Estes, assim, podem pedir, individualmente, o cumprimento da sentença (…)”.
Reconheceu-se, pois, o direito de terceiros executarem o título judicial, desde que comprovem a condição e a necessidade do medicamente pleiteado individualmente pelo Ministério Público. Acrescentou o Ministro:
“Se há provável chance desse mesmo direito ser pleiteado por outros cidadãos, não recomenda-se que, em outros diversos processos, haja a movimentação da máquina judiciária para reconhecer e deferir direito que já fora assegurado”.
IRDR – art. 985, §2 cpc/15
no art. 985, § 2º, do CPC/2015, referente aos efeitos do julgamento proferido no incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) há permissão para que seja proferido julgamento acerca de tese jurídica, para que ela seja aplicada: I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito; II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito. De acordo com o disposto no art. 985, § 2º, do CPC/2015:
“Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada”.
Na I Jornada de Direito Processual do CJF:
ENUNCIADO 36 – O disposto no art. 506 do CPC não permite que se incluam, dentre os beneficiados pela coisa julgada, litigantes de outras demandas em que se discuta a mesma tese jurídica.122
Forma de impugnar a coisa julgada
Há casos em que, apesar da formação da coisa julgada, o próprio sistema processual admite a rediscussão do que restou decidido.
 
O meio processual típico para isso é a ação rescisória, cuja finalidade é desconstituir a coisa julgada. Tal ação, de competência originária dos tribunais, é cabível apenas em algumas hipóteses específicas, numerus clausus, previstas na legislação (NCPC, art. 966), por um prazo de dois anos do trânsito (NCPC, art. 975).
 
A ação rescisória não existe com o intuito de afrontar ou enfraquecer a coisa julgada, mas exatamente o contrário, visto que a finalidade é possibilitar a rescisão apenas acaso verificada determinadas situações previamente eleitas pelo legislador.
 
A AR possibilita a normal formação da coisa julgada, mas torna possível a rescisão do julgado, se presentes determinados vícios. E, caso não houvesse tal instrumento, caso não fosse possível afastar tais vícios, é provável que, do ponto de vista sociológico, a coisa julgada fosse indesejada. Mas, por certo, há prazo para a AR.
 AÇÃO RESCISÓRIA
CONCEITO:
 
	É a ação que objetiva a desconstituição de 	decisão de 	mérito transitada em julgado, com 	eventual reexame, 	a seguir, de matéria nela 	julgada.
		NATUREZA JURÍDICA: 
ação autônoma de impugnação
 AÇÃO RESCISÓRIA
CABIMENTO: art 966
decisão de mérito é gênero de que são espécies as sentenças, decisões interlocutórias, acórdãos ou decisões monocráticas.
Ex. decisão que põe fim a liquidação de sentença
Eventualmente cabe contra decisões que não são de mérito, quando impeçam:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente
Ação rescisória : cabimento
OBJETO:
 decisões de mérito, que sejam: 
nulas – vícios intrínsecos: qto à extensão (ultra, citra e extra petita) e qto à fundamentação (falta relatório, fundamentação ou decisório); vícios extrínsecos: processo nulo (vícios processuais como cerceamento do direito de defesa ou falta de PP e CA)
rescindíveis – não viciadas, mas com documento novo
inexistentes – cabimento duvidoso
 
	
	
Ação rescisória
Pressuposto – decisão transitada em julgado, em regra
Em regra, não cabe de decisão que ainda pende algum recurso ou de extinção sem julgamento de mérito
 
 
	
	
Ação rescisória
Enunciado 338 FPPC. (art. 966, caput e §3º, 503, §1º) Cabe ação rescisória para desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução expressa da questão prejudicial incidental. (Grupo Sentença, Coisa Julgada e Ação Rescisória) 
Enunciado 336 FPPC. (art. 966) Cabe ação rescisória contra decisão interlocutória de mérito. (Grupo Sentença, Coisa Julgada e Ação Rescisória) 
Enunciado 203 FPPC. (art. 966) Não se admite ação rescisória de sentença arbitral. (Grupo: Arbitragem) 
Enunciado 535 FPPC. (art. 548, inc. III) Cabe ação rescisória contra a decisão prevista no inciso III do art. 548. (Grupo: Sentença, coisa julgada e ação rescisória)
 
 
	
	
Ação rescisória
Não cabe contra decisão referente à tutela antecipada antecedente estabilizada, por vedação expressa, no sentido de que não há coisa julgada.
Art. 304 §6 
 
Enunciado 33 FPPC. (art. 304, §§) Não cabe ação rescisória nos casos estabilização da tutela antecipada de urgência29. (Grupo: Tutela Antecipada) 
 
	
	
Ação rescisória-hipóteses art. 966
I-Prevaricação – retardar ou deixar de praticar ato de ofício ou praticá-lo contra disposição legal para satisfazer interesse pessoal
Concussão – exigir para si ou para outrem, ainda que fora da função ou antes dela, vantagem indevida.
Corrupção – pedir ou receber vantagem indevida em virtude da função
II – impedimento do juiz (art. 134 CPC) e incompetência absoluta do juízo
III- dolo ou coação da parte vencedora ou simulação ou colusão entre as partes
Ação rescisória-hipóteses art.966
IV- ofensa à coisa julgada
V- violar manifestamente norma jurídica – não pode existir discussão doutrinária ou jurisprudencial a respeito. 
Não precisa violar literalidade da norma
Norma tem o sentido amplo e engloba tanto princípios como regras , bem como lei material como processual, inclusive falta de PP e CA
VI- prova falsa apurada tanto em processo criminal como na própria rescisória. (deve ser relevante para o resultado)
VII – prova nova posterior ao trânsito em julgado – caso de sentença meramente rescindível, pois não é viciada.
Enunciado 602 FPPC. (arts. 966, VII; 381, III) A prova nova apta a embasar ação rescisória pode ser produzida ou documentada por meio do procedimento de produção antecipada de provas. 
 
 
	
	
Ação rescisória-hipóteses art.966
IV- ofensa à coisa julgada
V- violar manifestamente norma jurídica – não pode existir discussão doutrinária ou jurisprudencial a respeito. 
Não precisa violar literalidade da norma
Norma tem o sentido amplo e engloba tanto princípios como regras , bem como lei material como processual, inclusive falta de PP e CA
VI- prova falsa apurada tanto em processo criminal como na própria rescisória. (deve ser relevante para o resultado)
VII – prova nova posterior ao trânsito em julgado – caso de sentença meramente rescindível, pois não é viciada.
Enunciado 602 FPPC. (arts. 966, VII; 381, III) A prova nova apta a embasar ação rescisória pode ser produzida ou documentada por meio do procedimento de produção antecipada de provas. 
 
 
	
	
Ação rescisória-hipóteses art.966
IV- ofensa à coisa julgada
EAREsp 600.811
A Corte Especial do STJ concluiu o julgamento sobre conflito entre duas coisas julgadas: prevalece a última que se formou, desde que não desconstituída por ação rescisória.
Por maioria de votos - em placar decidido pelo voto da presidência, diante do empate - prevaleceu o entendimento do relator, ministro Og Fernandes, que citou diversos precedentes no sentido da prevalência da segunda decisão, posição reiterada na 2ª turma e acompanhada, em sua maioria, pelos demais órgãos fracionários. 
O ministro observou que se deve privilegiar a coisa julgada que por último se formou - enquanto não desconstituída por ação rescisória -, "eis que, sendo posterior, tem o condão de suspender os efeitos da primeira decisão"."Demais disso, não se pode olvidar a lição de Pontes de Miranda, no sentido de que, após a rescindibilidade da segunda sentença, "vale a segunda, e não a primeira, salvo se a primeira já se executou, ou começou de executar-se"
Quando proferiu seu voto, o ministro Raul explicou que "o sistema oferece diversas oportunidades para a parte evitar a consolidação ou formação da coisa julgada e, tendo sido negligenciado ou superado as várias oportunidades e ferramentas que o sistema oferece em defesa da primeira coisa julgada, uma segunda coisa julgada se forma e passa a ser a única a existir".
https://www.migalhas.com.br/quentes/316465/em-conflito-entre-duas-sentencas-prevalece-a-que-por-ultimo-transitou-em-julgado
 
 
	
	
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Ação rescisória-hipóteses art.966
V- violar manifestamente norma jurídica – não pode existir discussão doutrinária ou jurisprudencial a respeito. 
Não precisa violar literalidade da norma
Norma tem o sentido amplo e engloba tanto princípios como regras , bem como lei material como processual, inclusive falta de PP e CA
VI- prova falsa apurada tanto em processo criminal como na própria rescisória. (deve ser relevante para o resultado)
VII – prova nova posterior ao trânsito em julgado – caso de sentença meramente rescindível, pois não é viciada.
Enunciado 602 FPPC. (arts. 966, VII; 381, III) A prova nova apta a embasar ação rescisória pode ser produzida ou documentada por meio do procedimento de produção antecipada de provas. 
 
 
	
	
Ação rescisória – hipóteses de cabimento art 966
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
Ação rescisória – hipóteses de cabimento art

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