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Auditoria Empresarial

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Prévia do material em texto

AUDITORIA EMPRESARIAL
Professor Me. Vilson Davi Corrêa da Cruz
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
Douglas Crivelli
Revisão Textual
Leandro Vieira
Web Designer
Thiago Azenha
FATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro 
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Auditoria Empresarial 
Vilson Davi Corrêa da Cruz
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2018. 66 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária 
Zineide Pereira da Silva.
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
PALAVRA DA DIREÇÃO
Prezado Acadêmico(a),
É com muita satisfação que inauguramos um novo mundo de oportunidades e 
expansão de nossa instituição que estrapolam os limites físicos e permite por 
meio da tecnolgias digitais que o processo ensino educação ocorra de formas 
ainda mais dinâmicas e em consonância com o estilo de vida da sociedade 
contemporânea. 
Empregamos agora no Ensino a Distância toda a dedicação e recursos para 
oferecer a você a mesma qualidade e excelência que virou a marca de nosso 
grupo educanional ao longo de nossa história. 
Queremos lembrar a você querido aluno, que a Faculdade Fatecie nasceu do 
sonho de um grupo de professores em contribuir com a sociedade por meio da 
educação. Motivados pelo desafio de empreender, tornaram o sonho realidade 
com a autorização da faculdade fatecie no ano de 2007. Desde o princípio a 
fatecie parte da crença no sonho coletivo de construção de uma sociedade 
mais democrática e com oportunidades para todos, onde a educação prepara 
para a cidadania de qualidade. 
Toda dedicação que a comunidade acadêmica teve ao longo de nossa história 
foi reconhecido ao conquistarmos por duas vezes consecutivas o título de 
Faculdade Número 1 do Paraná. Um feito inédito para paranavaí e toda 
região noroeste. No ranking, divulgado pelo mec em 2014 e 2015, a Fatecie 
foi destaque como a faculdade melhor avaliada em todo o estado. Posição 
veiculada em nível nacional pela Revista Exame e Folha de São paulo, 
apontando a Fatecie como a 1ª colocada no Paraná.
Essas e outras conquistas que obtivemos ao longo dos nossos 10 anos de 
história tem como base a proposta global da faculdade fatecie, que consiste 
em criar um ambiente voltado para uma abordagem multidisciplinar, crítica e 
reflexiva, onde se desenvolvem as atividades ensino, pesquisa e extensão. 
Para isso, a Fatecie conta com um corpo docente composto, em sua maioria, 
por professores com mestrado e doutorado e com ampla experiência 
profissional nas mais diversas áreas do mercado e da educação. 
Seja bem-vindo!
Direção 
Faculdade Fatecie
A
U
T
O
R
Professor Me. Vilson Davi Corrêa da Cruz
Prezado (a) acadêmico (a), é um prazer apresentar a você 
este material a ser utilizado na disciplina de Auditoria. Este 
material foi preparado com atenção e adequada pesquisa 
para que possa lhe auxiliar como fonte de conhecimento no 
desenvolvimento de sua vida profissional, na intenção de 
contribuir com o aprimoramento do seu conhecimento.
Sou o professor Vilson Davi Corrêa da Cruz, graduado em 
Ciências Contábeis, com Especialização em Auditoria e 
Perícia Contábil e Mestre em Gestão do Conhecimento nas 
Organizações, atuando na área acadêmica como docente do 
ensino superior presencial e em EAD, na graduação e na pós-
graduação, a mais de 16 anos, e, atualmente, ministrando 
disciplinas de: Auditoria, Auditoria de Sistemas, Contabilidade 
de Custos e Análise de Custos, Controladoria, Contabilidade 
Pública, Tópicos Especial II em Contabilidade e Análise das 
Demonstrações Contábeis, além de orientador nos trabalhos 
finais de conclusão dos cursos de graduação e pós-graduação 
em algumas Instituições. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1143839141724633
APRESENTAÇÃO
O objetivo deste material é poder contribuir com o aprimoramento do seu co-
nhecimento concernente ao estudo da auditoria, de forma clara e transparente, 
como contribuição para o seu desenvolvimento profissional. 
Enfatiza-se a necessidade e primazia do empenho na leitura e resolução das 
atividades, com o intento de correlacionar os assuntos compartilhados por meio 
dos textos, resolvendo as atividades de estudo, observando as indicações de 
leitura e realizando novas pesquisas sobre os assuntos apresentados. Desta-
cando o estudo sobre a contabilidade, a qual é foco principal em uma auditoria.
Atualmente, devido a rapidez das inovações tecnológicas e a diversidade dos 
concorrentes empresariais, as organizações se deparam com a necessidade 
de profissionais capacitados que possam contribuir com o sucesso da gestão 
empresarial, profissional este como o auditor, o qual busca continuamente co-
nhecimentos envolvidos com a Contabilidade, Economia, Estatística, Adminis-
tração, Tecnologia, Inovação e etc., para que possa, fundamentado em sua ca-
pacidade técnica profissional adquirida, emitir um relatório de opinião, que con-
valide a contabilidade destas organizações.
A unidade I apresenta inicialmente à origem e à evolução da auditoria, alguns 
dos principais órgãos de regulação envolvidos com a auditoria, os conceitos de 
auditoria interna e auditoria externa, apresentando algumas características en-
tre elas. 
A unidade II, fundamenta o relacionamento com a regulação, por meio das Nor-
mas Brasileiras de Auditoria, utilizadas pelo auditor na execução dos serviços 
de auditoria e no procedimento pessoal e profissional relacionado ao cargo de 
auditor, evidenciando procedimentos e riscos de auditoria.
Destaca-se a importância do Controle Interno na realização de uma auditoria, 
independentemente de ser interna ou externa, onde o auditor realiza um levan-
tamento para avaliação do controle interno da organização auditada, já no iní-
cio dos seus serviços e para elaboração e aplicação dos procedimentos neces-
sários, levando em conta os riscos de auditoria na aplicação dos testes subs-
tantivos e testes de observação. 
A unidade III, apresenta os conceitos dos papéis de trabalho utilizados pelo au-
ditor, definindo a importância do questionário de controle interno, planejamento 
de auditoria, programa de auditoria etc. e, principalmente, sobre a codificação 
dos papéis de trabalho.
Finalizando com a unidade IV, está apresentado resumidamente as principais 
demonstrações contábeis a serem auditadas obrigatoriamente pelas compa-
nhias de capital aberto, por meio destas, o auditor externo, fundamenta o rela-
tório de opinião. Destaca-se também os tipos de relatórios utilizados pelo audi-
tor independente e sua devida finalidade. 
Espera-se que o material apresentado, contribua com a sua qualificação profis-
sional e continue despertando o desejo de se aprofundar, cada vez mais, nesse 
tema importante e gratificante, a auditoria.
Bons estudos a todos.
Prof. Me. Vilson Davi Corrêa da Cruz
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
08 | Introdução à Auditoria
CAPÍTULO 2
22 | Estrutura e Desenvolvimento da Auditoria
CAPÍTULO 3
36 | Papéis de Trabalho
CAPÍTULO 4
51 | Relatórios da Auditoria Contábil
PÁGINA 8
CAPÍTULO
1 TEORIA DE CUSTOS, NOMENCLATURA E CÁLCULOS INICIAIS
Professor Me. Vilson Davi Corrêa da Cruz
Objetivos de Aprendizagem:
•	 Destacar a origem da auditoria.
•	 Evidenciar sobre a evolução da auditoria.
•	 Apresentar os objetivos da auditoria interna e externa.
•	 Divulgar os órgãos reguladores da auditoria.
•	 Explanar sobre os tipos de auditores.
Plano de Estudo:
A seguir, estão apresentados ostópicos a serem estudados nesta unidade:
•	 Origem da auditoria e a Contabilidade 
•	 Evolução da auditoria
•	 Órgãos reguladores da auditoria
•	 Objetivo da Auditoria Interna e da Externa
PÁGINA 9
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), inicialmente é primordial conhecer a origem da técnica 
de auditoria, executada pelo profissional denominado auditor, profissional este 
que está sempre em constante aprimoramento, e ligado praticamente a todas 
as modificações e atualizações da contabilidade e a seus órgãos reguladores.
A auditoria é uma técnica contábil e de gestão, mais intensamente utilizada na 
contabilidade, o que a diferencia é a finalidade de sua aplicabilidade e qual é o 
objetivo desejável com a sua prática, pois na auditoria interna, o auditor almeja 
um controle interno mais eficiente e seguro. Nesse sentido, e não tão diferente 
do interno, o auditor externo, zela pela confiabilidade do controle interno avalia-
do, mas seu foco principal é a emissão do relatório de opinião, de publicação 
obrigatória pelas organizações de capital aberto juntamente com as demais de-
monstrações contábeis auditadas.
Neste contexto, o auditor interno ou o auditor externo deve preocupar-se que 
em um mundo comercial e corporativo totalmente globalizado e informatizado, 
as transações contábeis, administrativas e financeiras, se tornaram muito mais 
rápidas, necessitando de uma maior segurança e confiabilidade por parte da 
gestão administrativa, contábil e financeira da organização, para que o audi-
tor externo possa emitir o relatório de opinião, o que evidencia a primazia do 
profissional auditor, em buscar constantemente os conhecimentos conceituais, 
normativos e reguladores relacionados à execução dos serviços de auditoria, 
seja interna ou externa. Conhecimentos estes que serão apresentados em nos-
sos estudos.
Os conceitos apresentados devem servir de reflexão e análises dos objetivos 
da auditoria, por meio dos procedimentos e ferramentas estudados, e que, os 
mesmos, possam auxiliar o auditor a tomar uma decisão confiável sobre qual 
tipo de relatório de opinião emitir.
PÁGINA 10
1.1 Origem da Auditoria e a Contabilidade
Antes de apresentar a origem da auditoria, torna-se primordial definir a base da 
fundamentação que sustenta a técnica de auditoria, a contabilidade. A contabili-
dade é a responsável pela geração dos relatórios financeiros e econômicos, e é 
o principal foco do auditor independente ou externo.
A contabilidade tem por objetivo gerar informações aos seus diversos tipos de 
usuários (fornecedores, órgãos governamentais, auditores, investidores entre 
outros), por meio da emissão dos relatórios contábeis. Esses relatórios também 
auxiliam na manutenção do controle interno e administrativo das organizações. 
Segundo Favero et al. (2009, p.3), “a complexidade de geração da informação 
contábil é resultado das características dos usuários combinada com os propó-
sitos para quais as informações são utilizadas”. O que demonstra a relevância 
da geração de relatórios específicos, para atender a diferentes tipos de usuário. 
Neste sentido, para alcançar sua finalidade, a contabilidade utiliza-se das téc-
nicas de: Escrituração, Elaboração das Demonstrações Contábeis, Análise das 
Demonstrações e da Auditoria, esta última sendo o foco deste material. Oca-
sionando assim, a técnica de auditoria que consiste na análise, confrontação e 
confirmações das informações contábeis.
Attie (2011, p.5), confirma que “a auditoria é uma especialização (técnica) con-
tábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implanta-
do com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”. Não é 
possível confirmar com certeza quando ocorreu o surgimento da Auditoria. Pi-
nho (2007) relata que imperadores romanos solicitavam a alguns funcionários 
nomeados de confiança, que verificassem as ações financeiras de seus admi-
nistradores provinciais e que esses resultados fossem demonstrados através 
de prestação de contas pessoalmente. Pereira (2011), ressalta que na França 
eram realizadas leituras das contas (auditadas) de domínio dos barões diante 
de funcionários da coroa que eram responsáveis pelo controle e manutenção 
patrimonial das mesmas. 
Attie (2011, p.07) comenta que:
 
Segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originária 
da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do comércio 
em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de inves-
timentos em diversos locais e países e, por consequência, o 
exame dos investimentos mantidos naqueles locais. 
Observa-se que existem várias referências relacionadas ao início dos serviços 
de auditoria. O que evidencia, que desde o início da auditoria, já se notava uma 
preocupação em confrontar e publicar as informações contábeis, com a opinião 
PÁGINA 11
REFLITA
de um auditor.
A publicação e elaboração das demonstrações contábeis devem ser realizadas 
de forma mais clara e transparente possível, obedecendo as legislações fiscais 
e trabalhistas, e procurando atender as necessidades de conquistarem novos 
investidores (acionistas). Buscando atender a todas essas expectativas, desta-
ca-se a origem ao auditor independente ou externo, o qual emite o relatório de 
opinião sobre as demonstrações contábeis dessas organizações. 
Attie (2011, p.7) explica que “a veracidade das informações, o correto cumpri-
mento das metas, a aplicação do capital investido de forma lícita e o retorno do 
investimento foram algumas das preocupações que exigiram a opinião do audi-
tor”.
Assim, constata-se a relevância do relatório de opinião emitido pelo auditor 
externo ou independente. Convalidando esse pensamento, Franco e Marra 
(2009, p.39) reafirma que “As mesmas causas responsáveis pelo surgimento 
da auditoria são hoje determinantes de sua extraordinária evolução. A grandeza 
econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fins do século passa-
do, bem como dos Estados Unidos”. Concernente a esta contextualização, a 
auditoria externa é uma técnica dinâmica como instrumento de identificação, 
orientação, interpretação e de prevenção de erros ou de fraudes nas organi-
zações. A prática de auditoria iniciou-se no Brasil devido à necessidade de ga-
rantias das operações contábeis e ao atendimento de confiabilidade exigidos 
pela CVM-Comissão de Valores Mobiliários, da Lei 6.404/76 das Sociedades 
por Ações e ligado a Bolsa de Valores.
A aplicabilidade adequada da técnica de auditoria, evidencia o conhecimento 
pessoal e profissional do auditor, o capacitando com excelência profissional.
Fonte: o autor
1.1.2 Conceito de Auditor 
O auditor externo deve ser contador e estar registrado nos órgãos do CRC - 
Conselho Regional de Contabilidade, CFC - Conselho Federal de Contabilida-
de, CVM - Comissão de Valores Mobiliários e demais específicos à atividade 
de auditoria independente. O auditor externo deve estar apto a auditar as áreas 
de tributos, de contabilidade e possuir prática para o desenvolvimento das téc-
nicas que envolvem as análises de documentos e conhecimento sobre as Nor-
mas Brasileiras de Contabilidade e de auditorias, aplicabilidade dos procedi-
PÁGINA 12
mentos de auditoria e testes de amostragens para fundamentar seu relatório de 
opinião sobre as Demonstrações Contábeis.
Segundo Attie (2011, p.07), a palavra auditor “na realidade provém da palavra 
inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir) ”. O autor ainda comenta como au-
ditor “aquele que ouve”, “ouvinte”. O qual realiza: levantamento de documen-
tos, exame documental, análise de documentos, registros das movimentações 
e transações financeiras da organização. Sempre voltado à emissão de opinião 
sobre as demonstrações contábeis auditadas. Sempre observando a possibili-
dade de ocorrências de erros ou fraudes na organização.
1.2 EVOLUÇÃO DA AUDITORIA
A contabilidade é responsável por todas as demonstrações contábeis 
elaboradas pela organização. As quais auxiliam os administradores na tomada 
de decisão interna ou externa e aos atendimentosdas exigências do governo, 
demonstrações validadas pelo auditor externo.
Attie (2011) comenta que “em essência, a causa da evolução da auditoria, que 
é decorrente da evolução da contabilidade, foi a do desenvolvimento econômi-
co dos países, síntese do crescimento das empresas e da expansão das ativi-
dades produtoras, gerando crescente complexidade na administração dos ne-
gócios e das práticas financeiras”. Vinculada a esta evolução da contabilidade, 
a auditoria interna e a auditoria externa também evoluiu, por meio do desenvol-
vimento econômico dos países e a complexidade nos negócios surgindo assim 
a necessidade da auditoria. 
1.2.1 Auditoria Interna
A auditoria interna ou gerencial, é um meio de verificar o acompanhamento e 
a confrontação das normas e dos procedimentos internos a serem executados 
por todos os funcionários de uma organização, visando a eficiência, eficácia 
operacional e as políticas da organização. O auditor interno, deve atuar de for-
ma mais independente possível, mesmo sendo funcionário da organização com 
vínculo empregatício. Suas funções, devem ser exercidas com a mais abso-
luta independência, sem interferência da administração, deve sujeitar-se tam-
bém a controle de todos os atos por ele praticados. (FRANCO e MARRA, 2009, 
p.219).
A auditoria interna ou externa, na aplicação dos procedimentos técnicos, tem 
por objetivo analisar a qualidade e a eficácia dos controles internos e das in-
formações financeiras, contábeis e operacionais. Segundo a Resolução CFC 
1.135/08 que aprovou a NBC T 16.8:
PÁGINA 13
O controle interno é classificado nas seguintes categorias:
a) Operacional: relacionado às ações que propiciam o al-
cance dos objetivos da entidade;
b) Contábil: relacionado à veracidade e à fidedignidade dos 
registros e das demonstrações contábeis;
c) Normativo: relacionado à observância da regulamenta-
ção pertinente.
A auditoria interna deve auxiliar a administração da organização, proporcionan-
do análises, recomendações, sugestões para um desempenho efetivo das res-
ponsabilidades e funções, e atuando na prevenção de fraudes, erros.
1.2.2 Auditoria Externa 
A auditoria externa é a aplicabilidade dos procedimentos técnicos, com o ob-
jetivo da emissão do relatório de opinião sobre a conformidade das demons-
trações contábeis com as Normas Brasileiras de Auditoria e de Contabilidade. 
Almeida (2010) conceitua que o objetivo da auditoria externa ou independente 
é a emissão da opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas.
A auditoria externa deve ser realizada por profissional independente, sem vín-
culo empregatício com a empresa que será auditada. (FRANCO e MARRA, 
2009).
A auditoria externa ou independente surgiu proveniente da evolução do merca-
do capitalista. Com o crescimento e a expansão do mercado, as organizações 
precisaram captar novos recursos, pois os financiamentos e os empréstimos 
bancários se tornaram mais caros em relação aos recursos obtidos por meio 
dos acionistas. Esses novos investidores, exigiam informações sobre a situa-
ção financeira e patrimonial das organizações que buscavam esses recursos, 
e sobre a capacidade de honrar esses compromissos, de gerar lucros para pa-
gamentos de dividendos. Exigindo assim, que relatórios contábeis fossem audi-
tados e apresentados juntamente com o relatório de opinião do auditor externo, 
aumentando a segurança e o retorno sobre o capital investido.
PÁGINA 14
SAIBA MAIS
Attie (2011, p.12) define que:
O objetivo do exame normal de auditoria das demonstrações 
contábeis é expressar uma opinião sobre a propriedade das 
mesmas, e assegurar que elas representem em seu conjunto 
adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado 
de suas operações, as mutações do seu patrimônio líquido e os 
demais demonstrativos correspondentes aos períodos em exa-
me, de acordo com as práticas contábeis no Brasil.
Portanto, a auditoria externa tem como objetivo principal e exclusivo emitir uma 
opinião sobre a adequacidade das Demonstrações Contábeis, fundamentada 
na Legislação vigente, contando com o apoio do auditor interno. Almeida (2017, 
p.5) relata que: “o auditor interno surgiu como uma ramificação da profissão de 
auditor externo e, consequentemente, do contador”.
O auditor externo, pode utilizar os papéis de trabalho de um auditor interno, 
pois a auditoria interna é considerada como uma ramificação da auditoria exter-
na, a qual emite opinião e publica juntamente com as demonstrações contábeis 
da organização, obrigatórias nas organizações de capital aberto.
O PECADO ORIGINAL DOS AUDITORES BRASILEIROS
Dr. Eduardo discorreu sobre a responsabilidade dos auditores independentes 
na ocorrência de fraudes nas organizações. Tem se verificado algumas vezes 
em nosso País a tentativa de atribuir culpa aos auditores independentes por 
fraudes e/ou equívocos cometidos por empresas auditadas e os consequentes 
danos acarretados a pessoas físicas e jurídicas. 
Fonte: IBRACON (online)
http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detNoticia.php?cod=2678
1.2.3 Auditoria como Técnica Contábil 
A técnica de auditoria externa é realizada com a finalidade de constatar se 
foram seguidas todas as Normas Brasileiras de Auditoria, de Contabilidade, se 
foram cumpridas as obrigações legais, fiscais e patrimoniais da organização, 
no caso da auditoria externa, para que ela possa emitir um relatório de opinião 
válido, confiável. Franco e Marra (2009) argumentam que é uma técnica utiliza-
da pela Contabilidade, destinada a examinar a escrituração e demonstrações 
contábeis, a fim de confirmar sua adequação.
PÁGINA 15
Tratando da técnica de auditoria interna, o auditor interno não emite um relató-
rio de opinião publicável, somente relatório de sugestões e ou de recomenda-
ções internas, conhecido como relatório comentado ou de comentários.
1.3 ÓRGÃOS REGULADORES DA AUDITORIA
O auditor externo na execução de seus serviços, deve obedecer às Leis e Nor-
mas Profissionais aprovadas pelos órgãos reguladores e fiscalizadores da pro-
fissão de auditor. Pinho (2007, p.9) comenta sobre alguns organismos regula-
dores:
A atividade de auditoria, no Brasil, caracteriza-se pela re-
gulamentação governamental. Em decorrência da abran-
gência das atividades subordinadas a estes organismos e 
pelo poder de fiscalização que lhes é conferido, é possível 
classificar como principais reguladores os seguintes: CVM, 
CFC, (CPC) e BACEN.
1.3.1 CVM - Comissão de Valores Mobiliários
A Comissão de Valores Mobiliários é um órgão que tem a função de fiscalizar 
as operações de transações comerciais no mercado de capitais no Brasil. O 
auditor independente, que exerce auditoria externa e, principalmente, audita 
as empresas que possuem suas atividades ligadas ao mercado de valores mo-
biliários, como instituições financeiras, empresas de capital aberto, corretoras 
etc., deve se registrar para exercer a função de auditor independente. Almeida 
(2012, p.7) comenta sobre as exigências para o registro de auditor indepen-
dente como: estar registrado em Conselho Regional de Contabilidade, na ca-
tegoria de contador, haver exercido atividade de auditoria de demonstrações 
contábeis, dentro do território nacional, por período não inferior a cinco anos e 
ter sido aprovado em exame de qualificação técnica.
A Comissão de Valores Mobiliários exige dos auditores externos que eles 
acompanhem a publicação das demonstrações contábeis auditadas, e a pu-
blicação do relatório de opinião emitido, em jornais ou revistas. Além da parte 
contábil, a CVM também exige que os auditores verifiquem se as destinações 
dos resultados apurados no exercício social foram devidamente destinadas 
conforme constam do contrato social ou do estatuto da organização.
PÁGINA 16
1.3.2 CRC – Conselho Regional de Contabilidade e CFC Conselho Federal 
de Contabilidade
Esses são os conselhos de classe dos contadores, e servem para auxiliar nas 
dúvidas e nos procedimentos para desenvolvimento das técnicas de contabili-
dade. No casodo auditor externo, deve registrar-se também no CFC. Almeida 
(2017, p.10) define que: “a finalidade principal desses conselhos é o registro e 
a fiscalização do exercício da profissão de contabilista”.
O CFC também constitui a Comissão de Educação Profissional Continuada 
(CEPC-CFC) que acompanha o cumprimento da Educação Profissional Conti-
nuada (EPC) do auditor externo, com a finalidade de manter, atualizar e expan-
dir os conhecimentos técnicos e profissionais, indispensáveis para a execução 
dos serviços de auditoria. 
1.3.3 CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis foi fundamentada na ne-
cessidade de se criar normas norteadoras, relacionadas as mudanças contá-
beis refletidas pelas normas internacionais de contabilidade. O Comitê de Pro-
nunciamentos Contábeis, segundo Almeida (2017, p.11):
Tem por objetivo, o estudo, o preparo e a emissão de Pronun-
ciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e 
a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a 
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visan-
do à centralização e uniformização do seu processo de produ-
ção, levando sempre em conta a convergência da Contabilida-
de Brasileira aos padrões internacionais.
Os Pronunciamentos Técnicos são aceitos por toda a classe contábil.
1.3.4 BACEN – Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil é responsável pela regulamentação e fiscalização 
das Instituições Financeiras e demais instituições envolvidas ao Sistema Finan-
ceiro no Brasil, todas necessitando anualmente dos serviços prestados de audi-
toria independente.
Segundo a Resolução 3.198 do Banco Central do Brasil, as Instituições Finan-
ceiras devem ser auditadas por auditores independentes registrados na Comis-
são de Valores Mobiliários (CVM) e que atendam aos requisitos mínimos a se-
rem fixados pelo Banco Central do Brasil.
PÁGINA 17
1.4 OBJETIVO DA AUDITORIA INTERNA E DA EXTERNA
1.4.1 Objetivo da Auditoria Interna
O objetivo da auditoria interna é uma revisão de todo o sistema que envolve 
transações contábeis, administrativas, operacionais, financeiras e patrimoniais, 
que envolvem os controles internos, ou seja, audita 100% das transações ocor-
ridas. Visa à proteção dos Bens e dos Direitos da organização contra fraudes e 
erros.
Oliveira (2001, p.16) descreve que a auditoria interna objetiva:
À proteção dos bens e direitos da empresa contra fraudes, 
desvios ou desfalques.
À constatação de possíveis irregularidades e usos 
indevidos dos bens e direitos da empresa, que 
comprometam seu desempenho.
Ao aprimoramento contínuo da eficiência e eficácia opera-
cional, contribuindo com soluções que possibilitem e facili-
tem o atingimento das metas e dos planos estabelecidos.
 
A auditoria interna objetiva o exame da fidedignidade dos controles internos e 
das informações físicas, contábeis e operacionais auditadas.
1.4.2 Objetivo da Auditoria Externa
O objetivo específico da auditoria externa é a emissão do relatório de opinião, 
sobre a adequacidade e confiabilidade das Demonstrações Contábeis audita-
das, em conformidade com as Normas Brasileiras de Contabilidade adotadas 
no Brasil, procurando identificar eventuais falhas no controle interno da orga-
nização, fundamentado no tamanho da amostra ou evidências levantadas. Se-
gundo Oliveira (2001), é necessário aplicar a técnica contábil, visando à ob-
tenção de elementos que possam ajudar no julgamento das transações, das 
demonstrações contábeis e nas demais informações demonstradas nas notas 
explicativas.
1.4.3 Tipos de Auditores
A função de auditor pode ser classificada em três grupos distintos: Interno, Fis-
cal e Externo. Uma distinção básica de diferenciação está relacionada ao ob-
jetivo da auditoria e quem é o contratante dos serviços. Peres Jr. (2012, p.03) 
classifica e conceitua os auditores como:
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AUDITOR USUÁRIOS OBJETIVO
Independente ou Externo Acionistas, Investidores, Credores, 
Governo e Público externo à 
empresa em geral.
Atendimento de exigência 
legal ou estatutária.
Interno Administradores e Público interno 
à empresa em geral.
Atender exigências 
operacionais e 
administrativas.
Fiscal Governo Federal, Estadual ou 
Municipal.
Evitar sonegação de 
tributos.
Fonte: Perez Jr. (2012, p.03)
Segundo os tipos de auditoria citados acima, pode-se ramificá-las em: Auditoria 
Operacional, Auditoria de Compliance (normativas), Auditoria de Gestão, Audi-
toria de Sistemas, Auditoria Contábil etc.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a), inicialmente conhecemos a origem da técnica de audito-
ria, desenvolvida pelo auditor. Foi apresentado a auditoria como uma técnica, 
utilizada tanto no meio contábil como administrativo.
Enfatizou-se a relevância do auditor possuir conhecimentos conceituais, nor-
mativos e regulamentadores relacionados à execução da auditoria, seja ela 
interna ou externa. Conceituou-se a necessidade do auditor externo, possuir 
competência e registro nos órgãos reguladores CRC, CFC, CVM etc., assim 
como obedecer às Normas Brasileiras de Contabilidade e de auditoria. Ex-
planou-se sobre o surgimento da auditoria interna ou gerencial como meio de 
acompanhamento das normas e dos procedimentos internos executados pelos 
funcionários de uma organização tendo como primazia a eficiência operacional 
e o cumprimento das políticas da organização. 
Finalizando a unidade I, foi apresentado o conceito da auditoria externa, a qual 
tem como objetivo exclusivo emitir uma opinião sobre as Demonstrações Con-
tábeis de uma organização, em conformidade com a Legislação vigente, con-
tando com o apoio da auditoria interna que é considerada uma ramificação da 
auditoria externa. 
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
FILME
NA WEB
Livro: Auditoria de Demonstrações Contábeis
Autor: José Hernandes Perez Junior
Editora: Atlas
Sinopse: Paralelamente ao processo de convergên-
cia das normas contábeis brasileiras para as normas 
internacionais de contabilidade, foi iniciado o proces-
so de convergência das normas brasileiras de audi-
toria para as normas internacionais de auditoria, emi-
tidas pela Federação Internacional de Contabilidade.
Título: O Lobo de Wall Street 
Ano: 2013 
Sinopse: Baseado em uma história real, esse filme conta a his-
tória de Jordan Belfort. Ele é um corretor de ações que, após se 
ver desiludido com a vida profissional, consegue um novo em-
prego e, por conta do seu estilo “agressivo” de atuação em Wall 
Street, passa a ganhar uma fortuna. No entanto, para alcançar 
o sucesso, ele nem sempre se bastou de decisões éticas e ade-
quadas. Dessa forma, ao mesmo tempo que cresceu muito rá-
pido, teve uma queda vertiginosa. Tenha em mente que os caminhos mais fáceis não são os 
mais indicados, pois nem sempre seguem a verdade e a honestidade
Cruzamento de Informações e e-Financeira e a Auditoria
Informações que interessam à Receita Federal devem ser transmitidas pela 
e-Financeira, um conjunto de arquivos digitais, e pelo módulo de operações fi-
nanceiras. Nesta edição, são debatidos quem precisa apresentar a e-financeira 
e como cumprir mais esta obrigação. TVCRCSP - Acesso em 11 jul. 2018
https://www.youtube.com/watch?v=SSyQkhvWKgY
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9ª 
ed. São Paulo: Atlas, 2017.
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 8ª 
ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 
2011.
FAVERO, Hamilton L. et al. Contabilidade: Teoria e Prática. 5ª ed. São Paulo: 
Atlas 2009.
FRANCO Hilário; MARRA Ernesto. Auditoria contábil. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 
2000.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4ª edição. 6ª 
reimpressão. São Paulo: Atlas, 2009.
IBRACON O Pecado Original dos Auditores Brasileiros. Disponível em: 
http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detNoticia.php?cod=2678. 
Acesso em: 05 jun. 2018.
NBC-TI Normas Brasileira de Contabilidadeda Auditoria Interna. - Brasília: 
Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: < http://portalcfc.org.
br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/Auditoria_Interna.pdf>. Acesso em: 
15 jun. 18.
NBC-TA Normas Brasileiras de Contabilidade das Técnicas e Execução dos 
Trabalhos de Auditoria. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Dis-
ponível em: Acesso em: 15 jun. 18.
http://portalcfc.org.br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/NBC_TA_AUDITO-
RIA.pdf. 
OLIVEIRA, Djalma P. R. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, 
Práticas. 15ª Edição, São Paulo: Editora Atlas, 2001
PEREIRA, Alexandre D. Auditoria das Demonstrações Contábeis. São Pau-
lo: Atlas, 2011.
PÁGINA 21
PEREZ JUNIOR, José H. Auditoria de Demonstrações Contábeis. 5ª ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
PINHO, Ruth C. de S. Fundamentos de Auditoria: Auditoria Contábil. São 
Paulo: Atlas, 2007.
PÁGINA 22
CAPÍTULO
2 ESTRUTURA EDESENVOLVIMENTO
DA AUDITORIA
Professor Me. Vilson Davi Corrêa da Cruz
Objetivos de Aprendizagem
•	 Fundamentar as Normas Brasileiras de Auditoria.
•	 Destacar a relevância do Controle Interno.
•	 Definir os Procedimentos de Auditoria.
•	 Relacionar os tipos de riscos na auditoria externa.
Plano de Estudo
A seguir, estão apresentados os tópicos a serem estudados nesta unidade:
•	 Normas Brasileiras de Auditoria.
•	 Primazia do Controle Interno.
•	 Procedimentos de Auditoria.
•	 Tipos de Riscos Relevantes na Auditoria Externa.
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INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), a auditoria é uma técnica contábil, executada em confor-
midade com as Normas e Regulamentos que direcionam a profissão de auditor 
auxiliando em sua estruturação como: o que fazer, como fazer, o que deve ser 
feito, que será apresentado em nossos estudos.
As Normas Brasileiras de Auditoria estão sofrendo alterações e aprimoramen-
tos constantemente. Portanto, nosso objetivo não será esgotar o conhecimento 
ou análise sobre todas as Normas Brasileiras de Auditoria e sim, as mais rele-
vantes para a execução inicial da auditoria externa ou interna.
Inicialmente, para que o auditor possa estruturar e desempenhar adequada-
mente os serviços de auditoria, seja interna ou externa, é necessário a identi-
ficação, constatação e segurança do controle interno utilizado por uma organi-
zação. Pois, é por meio do controle interno, que o auditor externo, irá definir o 
tamanho da amostra a ser auditada. Nesse sentido, deverá definir os procedi-
mentos a serem aplicados como os testes de observação e os testes substanti-
vos.
Nesta unidade, o foco principal é padronizar os procedimentos de auditoria, 
compreender a importância do controle interno, definir o tamanho da amostra 
a ser auditada e o procedimento a ser utilizado como ferramenta de trabalho, 
para amenizar os tipos de riscos de auditoria que podem ocorrer no desempe-
nho do serviço de auditoria. Proporcionando ao auditor, uma decisão confiável 
e segura, sobre a opinião a ser emitida sobre as demonstrações contábeis ana-
lisadas da organização.
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2.1 NORMAS BRASILEIRAS DE AUDITORIA
As Normas de auditoria representam condições mínimas necessárias a serem 
seguidas pelos auditores no planejamento, desenvolvimento e conclusão dos 
serviços executados, destaca-se as principais: Normas da auditoria interna, 
Normas relativas à pessoa do auditor, Normas relativas à execução dos servi-
ços de auditoria e as Normas relativas ao relatório de opinião do auditor exter-
no ou independente. 
2.1.1 NBC-TI Normas Brasileiras de Contabilidade da Auditoria Interna 
A Norma do controle interno pelo Conselho Federal de Contabilidade é a NBC 
TI 01 – Da Auditoria Interna, que trata do desempenho adequado nos serviços 
executados de auditoria interna. Esta Norma estrutura o objetivo e disciplina o 
serviço de auditoria interna, proporcionando uma análise da gestão dos con-
troles internos, possibilitando recomendações e sugestões desses controles, 
na conclusão dos serviços de auditoria. O CFC, por meio da NBC TI 01 - item 
12.1.1.3, define que a auditoria interna compreende: os exames, análises, le-
vantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliar 
a integridade, adequação, eficiência e economicidade dos processos e dos sis-
temas de informações. A Norma trata também da importância da auditoria inter-
na em detectar fraude e erro dentro da organização. 
No fechamento da auditoria interna, espera-se que o auditor redija um relatório 
sobre o serviço realizado, o qual deve ser objetivo e com imparcialidade, de 
maneira a expressar as conclusões e as recomendações para a tomada de de-
cisões por parte da administração. Este relatório deve ser apresentado somen-
te para o contratante do serviço, observando a confidencialidade dos assuntos, 
que não é publicável, como ocorre com o relatório de opinião na auditoria exter-
na.
2.1.2 NBC-PA Normas Brasileiras de Contabilidade dos Profissionais de 
Auditoria Independente
Várias normas estão vigentes pelo CFC, mas a Norma que trata especifica-
mente sobre os profissionais de auditoria Independente no Brasil é a regula-
mentada pelo Conselho Federal de Contabilidade NBC PA, que apresenta 
como uns dos principais assuntos: independência do auditor, educação conti-
nuada, sigilo e honorários. Destaca-se nesse material a revisão externa dos pa-
res e o sigilo, a serem observadas no desenvolvimento dos serviços de audito-
ria externa, atividade exclusiva de contador registrado no Conselho Federal de 
Contabilidade.
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2.1.2.1 Revisão Externa dos Pares 
A Norma não tem objetivo punir nenhuma empresa prestadora de serviço de 
auditoria, mas sim proporcionar uma forma de padronização e uniformidade 
qualitativa dos serviços prestados por estas. A Resolução CFC, que aprovou a 
NBC PA 11–Revisão Externa de Qualidade pelos Pares discorre que:
O objetivo da revisão pelos pares é a avaliação dos procedi-
mentos adotados pelo Contador que atua como Auditor Inde-
pendente e Firma de Auditoria, com vistas a assegurar a qua-
lidade dos trabalhos desenvolvidos. A qualidade, nesse con-
texto, é medida pelo atendimento das normas técnicas e pro-
fissionais estabelecidas pelo (CFC) e, na insuficiência destas, 
pelos pronunciamentos do IBRACON - Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil, e, quando aplicável, das normas 
emitidas por órgãos reguladores.
O CFC, ainda ressalta em suas Normas sobre o período de prestação de servi-
ço pelo auditor externo, e comenta que um mesmo auditor não continue a au-
ditar a mesma entidade que tem auditado continuamente por mais de 05 anos 
consecutivos, podendo retornar somente após 03 anos da sua saída.
2.1.2.2 Sigilo
As informações da organização devem ser mantidas em sigilo pelo auditor ex-
terno e interno, durante e após os trabalhos de auditoria. O auditor somente 
pode divulgá-las, caso esteja autorizado pela organização por escrito e indican-
do os limites das informações a serem divulgadas. O auditor pode apresentar a 
documentação da organização auditada, quando solicitadas pelos Órgãos re-
guladores e fiscalizadores.
O Conselho Federal de Contabilidade NBC PG 100 Seção 140 define: 
O princípio do sigilo profissional impõe a todos os profissionais 
da contabilidade a obrigação de abster-se de: divulgar fora ou 
dentro da firma ou da organização empregadora informações 
sigilosas obtidas em decorrência de relacionamentos profis-
sionais e comerciais, sem estar prévia e especificamente au-
torizado pelo cliente, por escrito, a menos que haja um direito 
ou dever legal ou profissional de divulgação; e a necessidade 
de cumprir o princípio do sigilo profissional permanece mesmo 
após o término das relações entre o profissional da contabilida-
de e seu cliente ou empregador. 
PÁGINA 26
REFLITA
O sigilo profissional é inerente a capacidade técnica profissional do contador 
que exerce a função de auditor, seja interno ou externo, e está sujeito a puni-
ção pela quebra do sigilo pelo Código de Ética Profissional do Contador.
As Normas Brasileiras de Contabilidadesão direcionadores que conduzem aos 
procedimentos da execução dos serviços de auditoria, em sinergia com o CPC 
– Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que as tornam mais claras e objeti-
vas. 
Fonte: o autor 
2.1.3 NBC-TA - Normas Brasileiras de Contabilidade das Técnicas e Exe-
cução dos Trabalhos de Auditoria
As Normas Técnicas de Auditoria têm como objetivo principal assegurar a ade-
quacidade das demonstrações contábeis, as quais servem de base para a ela-
boração dos papéis de trabalho do auditor. Attie (2011, p. 65) descreve que: 
“esta norma de auditoria trata das responsabilidades gerais do auditor indepen-
dente na condução da auditoria de demonstrações contábeis em conformidade 
com as normas brasileiras e internacionais de auditoria”. Se o auditor se manti-
ver atualizado sobre as Normas Brasileiras de Auditoria, o mesmo, reduzirá as 
possibilidades de ocorrerem riscos de erros sobre a técnica e procedimentos 
aplicados na execução dos serviços prestados.
2.1.4 - Normas Brasileiras de Contabilidade Relativa às Técnicas do Rela-
tório de Opinião da Auditoria
Esta norma trata da formação da opinião e a emissão do relatório do auditor 
externo sobre as Demonstrações Contábeis, e define a responsabilidade e a 
estrutura que veremos nos tópicos seguintes sobre os tipos de relatório de opi-
nião.
A norma reafirma a responsabilidade do auditor externo e ressalta a obrigato-
riedade da observação em todas as etapas de sua elaboração do relatório de 
opinião, classificando cada parágrafo e descrevendo a sua especificidade ao 
exercício da função de auditor. Almeida (2012) classifica os tipos de relatório de 
opinião em: Relatório sem ressalva, Relatório com ressalva, Relatório com opi-
nião adversa, Relatório com abstenção de opinião, Relatório com parágrafo de 
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ênfase, Relatório com parágrafo de outros assuntos.
 
2.2 PRIMAZIA DO CONTROLE INTERNO 
2.2.1 Definição 
Os controles internos organizacionais são instrumentos que uma organização 
possui e por meio deles, definem métodos e políticas estipuladas a serem se-
guidas para proteger os Bens e Direitos da organização. Attie (2011, p.192), 
comenta que “um sistema de controle interno bem desenvolvido pode incluir o 
controle orçamentário, custos-padrão, relatórios operacionais periódicos, aná-
lises estatísticas, programas de treinamento do pessoal e, inclusive, auditoria 
interna”.
Os controles internos e os controles contábeis são sistemas úteis e indispen-
sáveis em uma organização. Um controle interno pode ser classificado em ca-
tegorias: (a) Operacional, vinculado às ações que propiciam o alcance dos ob-
jetivos da entidade, (b) Contábil, apresentando à veracidade e à fidedignidade 
dos registros e das demonstrações contábeis, (c) Normativo, que conduzem à 
observância da regulação específica a um assunto.
2.2.2 Levantamento e Análise do Sistema de Controle Interno
O auditor independente não conhece o controle interno que a organização pos-
sui o qual vai auditar, portanto torna-se necessário que, após a assinatura do 
contrato, efetue um levantamento e uma análise inicial sobre o sistema de con-
trole interno da organização, realizado meio da leitura dos manuais de proce-
dimentos internos da organização e/ou em conversa com os funcionários, em 
seguida realiza uma análise dos fatos coletados com a aplicação dos testes de 
observação, e pela aplicação de um questionário de avaliação do controles in-
ternos.
Após tomarmos conhecimento do funcionamento do sistema, 
torna-se necessário proceder à avaliação do mesmo. Para au-
xiliar nessa avaliação, os auditores utilizam questionários pre-
viamente desenvolvidos chamados de Questionário de Avalia-
ção dos Controles Internos, que deve ser adaptado às caracte-
rísticas de cada empresa. (PERES JÚNIOR, 2012, p.83).
Um dos melhores procedimentos de auditoria, para se analisar um contro-
le interno de uma organização, inicialmente, é a aplicação do questionário de 
controle interno.
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2.2.3 Segregação de Funções e a Fraude Provisória e ou Definitiva
A segregação de funções em auditoria é necessária na análise do controle in-
terno da organização. Neste contexto, define-se que uma mesma pessoa não 
deve ocupar um cargo dentro da organização que seja compatível com acesso 
aos ativos e com acesso aos registros contábeis de débito e crédito da organi-
zação.
A Fraude Provisória, ocorre quando um funcionário não tem acesso à débito 
e crédito na organização, o que é necessário para ocultar a falta de um bem 
ou dinheiro da organização contabilmente. A Fraude Definitiva, ocorre quando 
o funcionário tem acesso ao débito e crédito e pode adultera-los ocasionando 
uma fraude registrada na contabilidade da organização.
Ressalta-se que o auditor deve também diferenciar a fraude de um erro. A frau-
de é considerada um ato intencional e o erro, não intencional. Segundo O Con-
selho Federal de Contabilidade na NBC TA 240:
Fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de 
transações, adulteração de documentos, registros e de-
monstrações contábeis.
Erro, o ato não intencional resultante de omissão, desaten-
ção ou má interpretação de fatos na elaboração de regis-
tros e demonstrações contábeis.
Ao detectar erros relevantes ou fraudes no decorrer dos 
seus trabalhos, o auditor tem a obrigação de comunicá-los 
à administração da entidade e sugerir medidas corretivas, 
informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso 
elas não sejam adotadas.
A responsabilidade primária na prevenção e identificação 
de fraude e erros é da administração da entidade, através 
da implementação e manutenção de adequado sistema 
contábil e de controle interno. Entretanto, o auditor deve 
planejar seu trabalho de forma a detectar fraudes e erros 
que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações con-
tábeis.
O auditor, ao se defrontar com erros relevantes ou fraudes, deve obrigatoria-
mente comunicar a administração da organização, pois ela possui responsa-
bilidade primária de identificação e de controle. Caso não seja regularizado, o 
auditor terá que incluir no relatório de opinião. 
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SAIBA MAIS
O Processo de Controle Interno – Segundo o Coso
Segundo o Coso, controle interno é um processo. Este processo é constituído 
de 5 elementos, que estão inter-relacionados entre si, e presentes em todo o 
controle interno. Os 5 elementos são: Ambiente de Controle, Avaliação e Ge-
renciamento dos Riscos, Atividade de Controle, Informação e Comunicação e 
Monitoramento.
Disponível: https://portaldeauditoria.com.br/o-processo-de-controle-interno-se-
gundo-o-coso/ - Acesso em: 07 jun. 2018
2.3 PROCEDIMENTOS DA AUDITORIA 
2.3.1 Conceito
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas e de ferramentas 
que o auditor utiliza para validar as informações coletadas, para que sirvam de 
evidências e de provas suficientes para fundamentar o relatório de opinião. Os 
procedimentos de auditoria aplicados na identificação, na verificação e na con-
frontação de valores e de transações, são classificados em: Testes de Obser-
vação e Testes Substantivos.
2.3.2 Testes de Observação e Testes Substantivos
Os Testes de Observância proporcionam ao auditor a segurança sobre os pro-
cedimentos de controles internos aplicados, de modo a confirmar que eles 
estão implantados e sendo cumpridos por seus funcionários. Peres Jr. (2012, 
p.98) descreve que “os testes de controle, também conhecidos por testes de 
cumprimento de normas internas ou testes de observância, são realizados para 
obter evidência de controle.” Esses testes oferecem mais confiabilidade na de-
finição do tamanho da amostra a ser auditada e a emissão do relatório de opi-
nião.
Os Testes Substantivos envolvem os testes de transação e de saldos e os de 
procedimentos de revisão analítica. O teste substantivo visa demonstrar a sufi-
ciência, exatidão e validade das informações geradas pelo sistema contábil, e 
formam todo o conjunto de documentos que o auditor externo guardará por 05 
anos.
PÁGINA 30
PeresJr. (2012, p.99) conceitua que:
Os procedimentos substantivos, também conhecidos por Testes 
de comprovação, são realizados para se obter evidências re-
lacionadas com a inteireza, exatidão e validade da informação 
contida nas demonstrações contábeis. Normalmente, os pro-
cedimentos substantivos são aplicados na visita de auditoria fi-
nal realizada após a data de encerramento das demonstrações 
contábeis e complementam os testes de controle efetuados na 
visita anterior. 
Os Testes substantivos estão ligados diretamente a documentos e bens físicos. 
Na aplicação do procedimento de auditoria, podemos utilizar diversas ferra-
mentas de apoio, que possam auxiliar na aplicação de acordo com o tamanho 
da amostra a ser auditada e na obtenção de evidências para fundamentação 
do trabalho realizado.
2.3.3 Carta de Circularização e o Tamanho da Amostra em Auditoria
Este procedimento de carta de circularização visa à confirmação de dados ex-
ternos e de informações com terceiros. Ex: Instituições Financeiras, Advoga-
dos, Fornecedores e etc., as cartas solicitam informações e saldos contábeis 
que estão registrados na contabilidade da organização auditada.
Esse procedimento de confirmação externa, ajuda o auditor no planejamento e 
na execução dos serviços de auditoria, obtendo informações relevantes e con-
fiáveis, que possam auxiliar na emissão do relatório de opinião.
Devido ao tempo e ao valor do custo de um serviço de auditoria, surge a ne-
cessidade do auditor definir o tamanho da amostra a ser auditada, de acordo 
com a prestação do serviço contratado.
PÁGINA 31
TIPOS DE RISCOS RELEVANTES NA AUDITORIA EXTERNA
2.4.1 Conceito
Risco de auditoria significa a possibilidade da emissão de relatório de opinião, 
tecnicamente inadequado sobre Demonstrações Contábeis erradas ou fraudu-
lentas. A análise sobre o risco de auditoria deve ser realizada pelo auditor inde-
pendente já na fase de aplicação do questionário de controle interno e na fase 
de planejamento dos trabalhos de auditoria a ser executado. Conforme instru-
ção do CFC na NBC TA de Avaliação de riscos define que o objetivo do auditor 
quanto aos riscos é: 
O objetivo do auditor é identificar e avaliar os riscos de dis-
torção relevante independentemente se causados por frau-
de ou erro, nos níveis da demonstração contábil e das afir-
mações, por meio do entendimento da entidade e do seu 
ambiente, inclusive do controle interno da entidade, propor-
cionando assim uma base para o planejamento e a imple-
mentação das respostas aos riscos identificados de distor-
ção relevante. 
O auditor externo antes de aceitar um serviço de auditoria, deve verificar quais 
são os riscos que estão envolvidos na execução dos serviços prestados, procu-
rando conhecer as atividades operacionais realizadas pela organização, identi-
ficar e analisar as transações ocorridas, as práticas de contabilização e a forma 
de administração, buscando identificar os riscos possíveis.
Existem três tipos de riscos em uma auditoria que são: Risco Inerente, Risco 
de Controle e Risco de Detecção.
Risco Inerente
O risco inerente está relacionado a natureza das contas e pelos tipos de tran-
sações ligadas ao ramo de atividade o que pode facilitar ou dificultar a ocor-
rência de uma fraude ou um erro. Conforme a Resolução CFC na NBC TA 200 
“risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transa-
ção, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, in-
dividualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da consideração de 
quaisquer controles relacionados”.
Risco de Controle
O risco de controle ocorre quando o controle interno da organização não é con-
fiável e seguro, não proporcionando a capacidade de identificar ou acompanhar 
um erro relevante. Conforme a Resolução CFC na NBC TA 200 apresenta que:
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O risco de controle é uma função da eficácia do desenho 
(controles estabelecidos), da implementação e da manu-
tenção do controle interno pela administração no tratamen-
to dos riscos identificados que ameaçam o cumprimento 
dos objetivos da entidade, que são relevantes para a ela-
boração das demonstrações contábeis da entidade. Contu-
do, o controle interno, independentemente da qualidade da 
sua estrutura e operação, pode reduzir, mas não eliminar, 
os riscos de distorção relevante nas demonstrações contá-
beis, por causa das limitações inerentes ao controle inter-
no. 
Na auditoria sempre haverá um risco de controle, pois os controles necessitam 
constantemente de aprimoramentos.
Risco de Detecção
O risco de detecção é o risco de não ser identificado nas evidências coletadas 
por meio dos testes substantivos, quantidades, valores ou erros importantes, 
individualmente ou em conjunto de transações patrimoniais ou financeiras re-
gistradas na contabilidade. Conforme a Resolução CFC na NBC TA 200 define 
que:
Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma 
opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações 
contábeis contiverem distorção relevante. O risco de audi-
toria é uma função dos riscos de distorção relevante e do 
risco de detecção. 
Risco de detecção é o risco de que os procedimentos exe-
cutados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um 
nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção 
existente que possa ser relevante, individualmente ou em 
conjunto com outras distorções. 
O auditor deve ser totalmente imparcial ao emitir sua opinião sobre as demons-
trações contábeis e nas exposições das suas conclusões, procurando obter 
segurança razoável sobre os riscos de detecção. O risco de detecção é uma 
preocupação constante do auditor, sempre há a possibilidade de não identificar 
certos erros na contabilidade auditada. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a), nesta unidade foi definido a auditoria como técnica da contabi-
lidade, a qual deve ser executada em conformidade das Normas e Regulamentos que 
definem a profissão de auditor: o que fazer e como fazer, e o que deve ser feito.
Foram apresentadas as Normas relacionadas ao profissional de auditoria, apresentan-
do as condições mínimas necessárias a serem seguidas pelos auditores, no planeja-
mento, no desenvolvimento e na conclusão dos serviços de auditoria, destacando as 
principais normas que são: Normas de controle interno, Normas relativas à pessoa do 
auditor, Normas relativas à execução dos serviços de auditoria e Normas relativas ao 
relatório de opinião do auditor externo.
Definiu-se que os controles internos organizacionais são os instrumentos que uma or-
ganização possui e por meio deles, definem métodos a serem adotados para proteger 
os Bens e os Direitos da organização. Foram conceituados os procedimentos de audi-
toria, sendo o conjunto de técnicas e de ferramentas que o auditor utiliza, para possibi-
litar que as informações coletadas sirvam de provas suficientes para o fundamento do 
relatório de opinião.
Foi destacado os procedimentos de auditoria na identificação, verificação e confronta-
ção de valores e transações. Vimos que eles podem ser classificados como Testes de 
Observação e Testes Substantivos.
Como tópico final, foi apresentado o conceito dos Riscos de auditoria que significa a 
possibilidade da emissão de relatório de opinião por auditor, tecnicamente inadequada 
sobre Demonstrações Contábeis. Foi comentado sobre a necessidade de análise so-
bre o risco de auditoria devendo ser realizada pelo auditor independente já na fase de 
aplicação do questionário de controle interno e na fase de planejamento dos trabalhos 
de auditoria. Destacou-se também os três tipos de riscos em uma auditoria: Risco Ine-
rente, Risco de Controle e Risco de Detecção.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
FILME
NA WEB
Livro: Auditoria Abordagem Moderna e Completa
Autor: Marcelo Cavalcanti de Almeida
Editora: Atlas
Sinopse: 
Escrita em linguagem didática e objetiva, esta obra 
aborda a metodologia e a prática principalmente em 
auditoria das demonstrações financeiras.Está voltada 
para a realidade brasileira, de acordo com a Lei das 
Sociedades por Ações, e foi atualizada conforme as 
Leis nos 11.638/2007 e 11.941/2009.
Título: Margin Call — O dia Antes do Fim
Ano: 2011 
Sinopse: Retrata uma situação real e que abalou a 
economia mundial por anos: o crash da bolsa em 2008. 
Ele mostra o papel que algumas pessoas tiveram para 
motivar a situação e como foram as 24h antes do início 
da crise. O foco dele é em uma corretora imobiliária, 
setor mais atingido pela bolha econômica e crise finan-
ceira. Você vai ver como alguns profissionais da corre-
tora tiveram que lidar com informações sigilosas e de 
alto risco, o que mostra o quão necessário é um con-
tador ser uma pessoa séria e responsável.
CRCSP CONVERSA – RISCOS, FRAUDES, ATOS ILEGAIS E OS IMPACTOS 
NO BALANÇO E NO RELATÓRIO DO AUDITOR
O controle interno, mesmo sendo de qualidade a sua estrutura e operação, 
pode reduzir, mas não elimina, os riscos de distorção relevante nas demonstra-
ções contábeis. Acesso em 18 jul.2018 
https://www.youtube.com/watch?v=JTbz70c8vQ8
PÁGINA 35
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8ª ed. São 
Paulo: Atlas, 2012.
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9ª ed. São 
Paulo: Atlas, 2017.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 
2011.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4ª edição. 6ª 
reimpressão. São Paulo: Atlas, 2009.
NBC-TI Normas Brasileira de Contabilidade da Auditoria Interna. - Brasília: 
Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: < http://portalcfc.org.
br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/Auditoria_Interna.pdf>. Acesso em: 
15 jun. 18.
NBC-PA Normas Brasileira de Contabilidade dos Profissionais de Auditoria In-
dependente. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: 
<http://portalcfc.org.br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/NBC_PA_audi-
tor_independente.pdf>. Acesso em: 15 jun. 18.
NBC-TA Normas Brasileiras de Contabilidade das Técnicas e Execução dos 
Trabalhos de Auditoria. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Dis-
ponível em: http://portalcfc.org.br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/NBC_
TA_AUDITORIA.pdf. Acesso em: 15 jun. 18.
PEREZ JUNIOR, José H. Auditoria de Demonstrações Contábeis. 5ª ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
PINHO, Ruth C. de S. Fundamentos de Auditoria: Auditoria Contábil. São 
Paulo: Atlas, 2007.
PORTAL DA AUDITORIA. https://portaldeauditoria.com.br/o-processo-de-con-
trole-interno-segundo-o-coso/ - Acesso em: 07 jun. 2018
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CAPÍTULO
3 PAPÉIS DE
TRABALHO
Professor Me. Vilson Davi Corrêa da Cruz
Objetivos de Aprendizagem
•	 Definir os Tipos de Papéis de Trabalho.
•	 Apresentar a Técnica de Elaboração dos Papéis de Trabalho.
•	 Direcionar a Elaboração do Questionário de Avaliação.
•	 Destacar os Procedimentos Utilizados na Auditoria.
Plano de Estudo
A seguir, estão apresentados os tópicos a serem estudados nesta unidade:
•	 Objetivo dos Papéis de Trabalho
•	 Elaboração dos Papéis de Trabalho
•	 Questionário de avaliação dos Controles Internos
•	 Procedimento de Análise dos Relatórios Contábeis
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INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), nesta unidade entenderemos que os papéis de trabalho 
em uma auditoria têm por função elaborar um planejamento de ação voltado 
a orientar a execução dos serviços de auditoria, com a utilização dos testes de 
observância e dos testes substantivos, que envolvem o registro das transações 
contábeis e dos controles internos de uma organização. 
A preparação dos papéis de trabalho deve ser de forma escrita e ordenada, 
buscando identificar erros ou fraudes, que possam ter ocorridos na organização 
auditada, na intenção de obter provas que satisfaçam a necessidade do audi-
tor, para que possa emitir o relatório de opinião.
Os papéis de trabalho não são padronizados e regulamentados por Lei, poden-
do ser estruturado pelo próprio auditor ou pela empresa de auditoria, apresen-
tando segurança que os serviços contratados foram realizados com atenção e 
responsabilidade.
É importante ressaltar que toda documentação referente aos papéis de traba-
lhos foi normatizada pela NBC-TA - Documentação de auditoria, proporcionan-
do segurança na emissão do relatório de opinião.
3.1 OBJETIVO DOS PAPÉIS DE TRABALHO
Os papéis de trabalho são compostos por todos os documentos, planilhas e fi-
chas de controles com informações administrativas e contábeis levantadas pelo 
auditor, os quais servirão de base para definir qual tipo de relatório de opinião 
será emitido na finalização do trabalho de auditoria.
Almeida (2017, p.82) comenta que “os auditores elaboram papéis de trabalho, 
que representam o registro de todas as evidências (observação, inspeção, in-
dagação, investigação etc.) obtidas ao longo do da execução da auditoria”. Es-
ses papéis são confidenciais e de propriedade exclusiva do auditor externo ou 
da empresa de auditoria.
A finalidade principal dos papéis de trabalho do auditor é a de 
servir como base e sustentação da opinião do auditor. Eles 
constituem o testemunho do trabalho que o auditor efetuou, a 
forma como foi realizado esse trabalho e registram e documen-
tam as conclusões a que o auditor chegou. Os papéis de tra-
balho do auditor contêm todas as informações conseguidas no 
curso dos exames, muitas vezes de forma sucinta, mas sempre 
clara (FRANCO; MARRA 2009, p.322).
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REFLITA
Os papéis de trabalho, geralmente, seguem um padrão lógico para facilitar a 
utilização, o entendimento e a estrutura da evidência de provas. Eles podem 
variar dependendo do objetivo da auditoria e do tipo de atividade que a organi-
zação está enquadrada. Almeida (2017, p.86) aborda que: “na parte superior do 
papel de trabalho devem ser colocados o nome da empresa auditada, a data 
base do exame e o título (caixa, bancos, teste de amortização, depreciação e 
etc.)”.
Os papéis de trabalho devem conter o nome da empresa auditada, espaço 
para codificação e símbolos, espaço para identificar quem preparou, revisou, 
aprovou os serviços de auditoria, juntamente com a data da realização dos ser-
viços realizados. Attie (2011, p. 236), “a arquitetura da evidenciação dos exa-
mes praticados nos papéis de trabalho deve obedecer a um padrão de elabora-
ção de forma a expressar, com clareza, início, meio e finalidade a que se pres-
ta”.
Os papéis de trabalho representam a forma organizada como o auditor realizou 
a auditoria, servindo para sustentar a opinião emitida pelo auditor independen-
te. 
Os papéis de trabalho evidenciam a capacidade técnica do profissional, por 
meio de como estão apresentadas as informações coletadas e a sequência ra-
cional dos procedimentos realizados durante a auditoria.
Fonte: o autor
O auditor é responsável pela guarda e pelo sigilo das informações contidas nos 
papéis de trabalho, devendo manter a guarda dos papéis de trabalho pelo pra-
zo de cinco anos, contados a partir da data de emissão do seu relatório de opi-
nião. 
Para Almeida (2017, p.67), os principais objetivos dos papéis de trabalho de 
auditoria são os seguintes:
	Atender às normas de auditoria geralmente aceitas.
	Acumular as provas necessárias para suportar o relatório do 
auditor.
	Auxiliar o auditor durante a execução de seu trabalho.
	Facilitar a revisão por parte do auditor responsável, para que 
ele se assegure de que o serviço foi efetuado de forma corre-
ta.
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	Servir como base para avaliação dos auditores.
	Ajudar no trabalho da próxima auditoria (um conjunto de pa-
péis de trabalho bem preparados serve de guia na auditoria 
do outro exercício social, concorrendo para que ela seja con-
duzida de forma mais eficiente).
	Representar na Justiça (no caso de ser movida uma ação 
contra o auditor ou a firma de auditoria) as evidências do tra-
balho executado.
 
Como exemplo de papéis de trabalho temos: Contrato Social, manual de proce-
dimentos internos, extratos bancários, legislação específica aplicável à empre-sa auditada, questionários sobre o controle interno da empresa, controle dos 
estoques, relatórios de contas a receber e a pagar. 
Na sequência, estão apresentados alguns dos tipos de papéis de trabalho utili-
zados pelos auditores.
a) Planejamento da Auditoria
A auditoria deve ser planejada conforme definição das Normas Profissionais do 
Auditor Independente, sempre respeitando os prazos estabelecidos no contrato 
da prestação do serviço, e pelas Normas de Auditoria Independente das De-
monstrações Contábeis editada pelo CFC Resolução 1.211/09 que define:
O auditor deve planejar seu trabalho consoante às Normas 
Profissionais de Auditor Independente e estas normas, e de 
acordo com os prazos e demais compromissos contratualmen-
te assumidos com a entidade.
O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento 
sobre as atividades, os fatores econômicos, legislação aplicá-
vel e as práticas operacionais da entidade, e o nível geral de 
competência de sua administração.
O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na 
execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:
a) O conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas 
pela entidade e as alterações procedidas em relação ao exercí-
cio anterior.
b) O conhecimento detalhado do sistema contábil e de contro-
les internos da entidade e seu grau de confiabilidade.
c) Os riscos de auditoria e identificação das áreas importantes 
da entidade. 
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d) A natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de 
auditoria a serem aplicados.
e) A existência de entidades associadas, filiais e partes relacio-
nadas.
f) O uso dos trabalhos de outros auditores independentes, es-
pecialistas e auditores internos.
g) A natureza, conteúdo e oportunidade dos relatórios e outros 
informes a serem entregues à entidade.
h) A necessidade de atender prazos estabelecidos por entida-
des reguladoras ou fiscalizadoras e para a entidade prestar in-
formações aos demais usuários externos.
O planejamento de auditoria deve ser objetivo e detalhado, servindo como um 
guia para desenvolvimento de todas as etapas de execução dos serviços pres-
tados.
b) Programa de Auditoria
O Programa de Auditoria é um direcionador ordenado para verificação e análise 
das contas do diário, balancete, razão e demonstrações contábeis, tendo como 
objetivo o registro e o acompanhamento dos serviços analisados. Pinho (2007, 
p.91), define que “os tipos de papéis se apresentam nas mais diferentes formas: pro-
grama de auditoria, papéis elaborados pelo auditor, (correspondências diversas, có-
pias de documentos importantes, manuais e carta de responsabilidade da administra-
ção)”. 
Os principais objetivos dos programas de auditoria estão na padronização 
dos procedimentos a serem executados, de forma a evidenciar passo a passo 
o cumprimento do programa de auditoria. Almeida (2017, p.68), cita objetivos 
são: 
• Estabelecer por escrito à política da firma auditoria;
• Padronizar os procedimentos de auditoria dos profissionais 
de uma mesma organização;
• Evitar que sejam omitidos procedimentos importantes de 
auditoria;
• Melhorar a qualidade dos serviços de auditoria.
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Portanto, o programa de auditoria deve ser adequado a cada tipo de realização 
da auditoria, servindo como guia de direcionamento na sua execução, facilitan-
do a identificação e o cumprimento de cada etapa dos serviços de auditoria 
executado.
3.2 ELABORAÇÃO DOS PAPÉIS DE TRABALHO 
A técnica de elaboração dos papéis de trabalho da auditoria está relacionada 
em como o auditor prepara as planilhas que servirão de apoio verificação dos 
itens que serão auditados. Inicialmente o auditor utiliza o Razão Geral da orga-
nização para identificar as contas contábeis e os manuais de procedimentos e 
rotinas operacionais, para avaliar o controle interno da organização.
Na elaboração dos papéis de trabalho se utilizam algumas técnicas básicas a 
serem observadas pelos profissionais de auditoria, como: o nome da empresa 
em que está sendo realizada a auditoria deverá constar em todas as folhas do 
trabalho de auditoria na parte superior, seguido da data do período em que está 
sendo auditado, e o título do papel do trabalho. Pinho (2007, p.90) comenta 
que “entende-se que os modelos e os padrões utilizados, independentemente 
da formatação adotada, devem convergir para atender às seguintes caracterís-
ticas: Clareza, Concisão e Compreensibilidade”.
Segue abaixo um modelo de Programa de Auditoria, onde pode ser constatado 
cada um dos itens relacionados acima. 
Empresa XYZ S/A
Duplicatas a Receber
01/01/2017 a 31/01/2017
TABELA 01
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A técnica de elaboração e apresentação dos papéis de trabalho, deve ser ob-
jetiva de modo a facilitar sua utilização e interpretação. Com a relação à natu-
reza, os papéis de trabalhos podem ser classificados em Correntes ou Perma-
nentes.
Os papéis de trabalho Permanentes são aqueles que podem ser utilizados em 
mais de um exercício social, ex: Estatuto Social ou Contrato Social e suas últi-
mas alterações, cópias de contratos bancários, cartões de assinatura, cópias 
de atas etc.
Os papéis de auditoria Correntes são aqueles utilizados em curso, somente na-
quele ano, não pode ser aproveitado para outros trabalhos ou em outros anos. 
Ex: Relatórios de contas a receber, de estoque, das aplicações financeiras, de 
receitas e de despesas etc.
A utilização da técnica de sinais ou tiques são utilizados nos papéis de trabalho 
para evidenciar o que foi conferido e cruzado com valores de outros documen-
tos e/ou registros contábeis. Eles podem ser utilizados para realizar conferên-
cias e verificações, conforme apresentado na tabela 01. 
Abaixo está apresentado um exemplo de tipos de tiques, pois não existe um 
modelo padrão a ser seguido.
Exemplo de Folha de Tiques (ticks)
√ Confere com Razão 
Ↄ Não confere com Razão
© Confere com o Balanço Patrimonial
₵ Não confere com o Balanço Patrimonial
€ Confere com Balancete
¥ Não confere com Balancete
₢ Confere com Encargos Sociais
# Não confere com Encargos Sociais
ⱷ Confere com DRE
∩ Não confere com DRE
ℓ Confere com Notas Explicativas 
Não confere com Notas Explicativas
 
Quadro 01: Modelo de tiques
Fonte: o autor
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Observe que, para cada símbolo de confere, temos outro de não confere, para 
facilitar o entendimento dos usuários da auditoria que as informações foram 
confrontadas e analisadas.
3.2.1 Conciliação ou Confrontação dos Papéis de Trabalho
As técnicas utilizadas na auditoria têm como finalidade obter provas suficientes 
para avaliar se os procedimentos realizados pelas organizações estão em con-
formidade com à legislação fiscal, trabalhista, normas e regulamentos definidos 
pelas organizações. Franco e Marra (2009, p.292) classificam essas práticas 
como:
	Confirmação externa (circularização).
	Inspeção física.
	Contagem dos itens físicos.
	Exame, ou obtenção de comprovantes autênticos.
	Revisão profunda dos critérios de avaliação e exame de 
sua conformidade com os princípios contábeis.
	Exame de registros auxiliares e fiscais e sua repercussão 
nos registros contábeis principais.
	Obtenção de informações de várias fontes fidedignas e 
cruzamento dessas informações.
	Conferência de somas e cálculos.
	Estudo dos métodos operacionais.
	Avaliação dos controles internos.
A técnica de confirmação externa ou circularização por meio de cartas visa ob-
ter informações dos fornecedores, clientes, instituições financeiras e de outras, 
todas informações externas a organização. A conciliação de exame ou inspe-
ção física proporciona a garantia dos bens registrados na contabilidade, sua 
localização e a sua forma de utilização, suas contabilizações, as quantidades 
estocadas de: matéria-prima, produtos em elaboração, produtos acabados, pro-
dutos para revenda etc.
A técnica de conciliação e a confrontação da auditoria devem ocorrer de forma 
contínua e criteriosa, com relação à avaliação dos bens, dos direitos e das obri-gações da empresa auditada. A conferência e os cálculos da contabilidade são 
a prática mais utilizada na execução dos serviços de auditoria, pois todos os 
dados são compilados em contas com um único resultado final. 
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3.3 QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS
O objetivo da aplicação do questionário é o levantamento das informações so-
bre a empresa auditada, para avaliar o controle interno administrativo e contábil 
da organização, efetivado por meio de entrevistas com os responsáveis e de-
mais funcionários, buscando identificar possíveis erros ou fraudes, ou falhas no 
sistema informatizado ou de controle interno da organização. Perez, Jr. (2012, 
p.80) comenta que o auditor pode classificar o controle interno:
A fim de delimitar a extensão do auditor quanto à revisão 
do controle interno, ele foi subdividido em dois grupos:
Controles administrativos – cujo objetivo é garantir o con-
trole sobre as operações da empresa e a qualidade das in-
formações e documentos a serem processados pelo siste-
ma contábil.
Controles contábeis – cujo objetivo é garantir a qualidade 
dos registros e demonstrações contábeis. 
Um controle interno eficiente possibilita a minimização de riscos de erros ou de 
fraudes possíveis na entidade. O controle interno pode ainda ser classificado 
em: Operacional (atos e fatos ocorridos na organização), Contábil (confiabili-
dade dos registros contábeis), Normativo (normas, resolução, manuais de pro-
cedimentos internos e demais instruções que regulamentam as atividades da 
organização avaliada).
Um bom sistema de controle interno aumenta a confiança do auditor quanto 
às transações contabilizadas e aos documentos apresentados pela empresa, 
mas não pode ser considerado totalmente seguro e confiável. Os auditores ex-
ternos geralmente utilizam questionários de avaliação de controle interno pa-
dronizados pelas empresas de auditoria. Attie (2012, p.293) “os questionários 
costumam ser divididos por seções ou áreas de operações, para facilitar a ad-
ministração do trabalho, e as respostas assinaladas em cada formulário devem 
permitir avaliar a efetividade do sistema vigente”. Podendo ser dividido com 
perguntas: gerais, específicas e finais.
Cada pergunta utilizada no questionário de controle interno deve ser formulada 
de forma que permitam que as respostas colhidas sejam, em seguida, analisa-
das e sirvam de evidências para definir o tamanho da amostra a ser auditada. 
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SAIBA MAIS
Desempenho da Auditoria: Entrevista com o Sr. Álvaro Panizza Salomon Abi 
Fakredin, presidente do Conselho Nacional de Controle Interno (Conaci). Apre-
senta o controle interno e a compliance. Acesso em 10 jul. 2018
http://rbc.cfc.org.br/index.php/rbc/article/view/1692/1178
3.4 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS RELATÓRIOS CONTÁBEIS
O procedimento da auditoria consiste na identificação e na confirmação de 
um bem ou de uma obrigação, buscando o caminho que prove sua existên-
cia material e satisfatória, para se chegar a emissão do relatório de opinião. 
Attie (2012, p.209) afirma que: “procedimentos de auditoria são as investiga-
ções técnicas que, tomadas em conjunto, permitem a formação fundamentada 
da opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis ou sobre o trabalho 
realizado”. Os procedimentos são técnicas que o auditor independente utiliza 
na execução dos seus serviços. Pinho (2007, p.61) conceitua que:
São investigações técnicas que, tomadas em conjunto, 
permitem a formação fundamentada da opinião do auditor 
sobre o trabalho realizado, oferecendo ao auditor os ele-
mentos probatórios (evidências de auditoria) necessários à 
emissão do relatório. Em decorrência, podem ser levanta-
das evidências de caráter físico, documental, testemunhal 
ou analítico. 
Devem oferecer uma informação sólida para o auditor. Por 
informação sólida entende-se a que estiver revestida das 
seguintes características: adequação, suficiência, relevân-
cia e utilidade.
Outra técnica muito utilizada é a amostragem estatística ou não, na definição 
do tamanho da amostra de auditoria. Esse procedimento define o que ou quais 
contas contábeis serão auditadas, e os volumes de transações necessários 
para emissão do relatório de opinião. O auditor deve definir em uma amostra, o 
tamanho do risco, a quantidade de documentos, o volume das transações etc., 
visando a não ocorrência de erros.
A técnica dos Testes de Observação e Testes substantivos, são necessárias no 
desenvolvimento da auditoria. Os testes de observação proporcionam a identi-
ficação de falhas nos procedimentos de controles internos normatizados pela 
organização e se estão sendo cumpridos por todos os colaboradores. Os testes 
substantivos são classificados em: testes de transação e saldos contábeis, do-
cumentais e procedimentos de revisão analítica. Estes testes têm por finalidade 
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demonstrar a exatidão e a validade das informações geradas pelo sistema de 
contabilidade e pelo controle interno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a), nesta unidade foram apresentados os conceitos e os 
fundamentos dos papéis de trabalho em auditoria. Demonstrou-se a importân-
cia dos papéis de trabalho desde a sua elaboração até a execução dos servi-
ços de auditoria. 
Foram definidos os tipos de papéis de trabalho utilizados pelo auditor. Entre 
eles destacou-se a importância do Planejamento de auditoria que é elaborado 
na fase inicial, o Programa de auditoria, que deve ser adequado com a particu-
laridade de cada empresa auditada e especifico por áreas ou contas.
Foram apresentadas também algumas técnicas na elaboração dos papéis de 
trabalho como: estrutura da apresentação de cada folha do papel de trabalho 
de auditoria, os tiques e símbolos que facilitam a compreensão e a conclusão 
dos serviços de auditoria, e a importância da aplicação do questionário de le-
vantamento das informações sobre a empresa auditada concernente à ava-
liação do controle interno administrativo e contábil da organização, visando a 
identificação de possíveis erros ou fraudes vulneráveis no controle interno da 
organização.
Finalizamos com a apresentação da abordagem dos procedimentos aplicados 
de auditoria, sendo o caminho para se chegar ao objetivo de emitir o relatório 
de opinião sobre as demonstrações contábeis, com base nos documentos ori-
ginais, pela amostragem, pelos exames físicos, pelos testes de observação e 
substantivos etc.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
FILME
NA WEB
Livro: Auditoria: Conceitos e Aplicações 
Autor: Willian Attie
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro objetiva oferecer visão técnica e 
prática da Auditoria Contábil. A parte teórica concei-
tual limita-se aos conhecimentos indispensáveis para 
a execução dos trabalhos de auditoria.
Título: Os Flintstones – O Filme
Ano: 1994
Sinopse: Dois espertalhões que querem dar o golpe 
na Pedregulho e Cia. colocam Fred (John Goodman) 
como vice-presidente da empresa. Os Flintstones fi-
cam deslumbrados com a vida de novos-ricos, mas 
são salvos pelos amigos Barney (Rick Moranis) e Betty 
(Rosie O’Donnell).
CRCSP Conversa - Controle Interno como Instrumento de Contabilidade e 
Gestão
O objetivo da aplicação do questionário é o levantamento das informações so-
bre a empresa auditada, para avaliar o controle interno administrativo e contábil 
da organização. Acesso em 18 jul. 2018
https://www.youtube.com/watch?v=WgT9Q0n7KAs
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: um curso moderno e completo. 9ª ed. São 
Paulo: Atlas, 2017.
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8ª ed. São 
Paulo: Atlas, 2012.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 
2011.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4ª edição. 6ª 
reimpressão. São Paulo: Atlas, 2009.
NBC-TI Normas Brasileira de Contabilidade da Auditoria Interna. - Brasília: 
Conselho Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: < http://portalcfc.org.
br/wordpress/wpcontent/uploads/2013/01/Auditoria_Interna.pdf>.

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