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Texto 1 - Fichamento - Geografia Agrária, Agrícola eou Rural Uma Visão Totalizante

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Acadêmico: Jéfferson Adriano Ferreira			4° Ano			Geografia
Professor: Dr. Marcelo Barreto
ANDRADE, Manuel Correia de. GEOGRAFIA RURAL: questões teórico-metodológicas e técnicas. Campo Território: Revista de Geografia Agrária, v.5, n.9, pg. 5-17, fev. 2010.
A Geografia e a Problemática do Século XXI
Inicialmente o autor faz uma retrospectiva a respeita da divisão do mundo no período da guerra fria, mostrando a existência de duas grandes potências mundiais, cada qual defendendo seus interesses.
Destaca a existência de uma contestação da supremacia americanas por parte de alguns países, chamados por ele, de potências médias, como é o caso do Japão, e União Europeia - Alemanha, etc. e almejam a hegemonia. Contrapondo a esses o autor destaca ainda países pequenos, em formação, assim chamado por ele, que enfatizam o sentimento regional e local.
Com algumas indagações sobre o futuro de alguns países e também aos geógrafos o autor finaliza essa primeira parte de sua obra.
O Problema das Dualidades em Geografia: Física e Humana; Agrária e Urbana.
Iniciando a segunda parte o autor destaca um problema da Geografia, a qual é única e responsável pelo setor do conhecimento que investiga o processo de ocupação do espaço natural pelo homem, e ao mesmo tempo é dividida em Geografia física e outra humana, nas palavras do autor fracionar as informações em “gavetas” ou “pacotes”, explicando cada setor por si somente.
Com a necessidade do homem em explorar a natureza e controlar sociedades pela sociedade, surge a necessidade de dominar os conhecimentos físicos-naturais e também os conhecimentos políticos, econômicos e sociais. Assim surgindo a necessidade de se retirar do estudo da Geografia essa tradicional divisão em humana e física.
Na continuidade o autor ainda destaca uma outra dualidade, mundo rural e mundo urbano, que no século XX ainda era estudado pelos geógrafos como algo distinto, nas palavras do autor “distante”, era grande o contraste entre essas duas áreas. O camponês era considerado e isolado da sociedade, além contribuir para o impedimento de avanços de conquistas sociais.
Muitos geógrafos davam uma maior importância à geografia da agricultura do que a do comércio e da indústria, somente na década de quarenta que o geografo francês Pierre George, colocou um capítulo em sua obra sobre geografia industrial, antes mesmo do dedicado a geografia agrária. George defendia a ideia de que na segunda metade do século XX, a vida econômica seria comandada pela indústria, justificando, assim, a importância de ambos os estudos terem as mesmas dimensões.
Geografia Agrária, Agrícola e/ou Rural: Uma Visão Totalizante
Nesta terceira parte de sua obra o autor destaca que para se estudar o espaço rural o geografo deve estar preocupado com o mesmo e também com a sua, em palavras do autor, “transformação em território”, e usa-se o estudo como geografia agrária, geografia agrícola e geografia rural, distinguindo cada termo.
Na continuidade o autor relata a existência de muitos estudos produzidos no Brasil, pelo IBGE, livros pela AGB e também pela Universidade de São Paulo em suas teses de doutorado, em que determinadas áreas eram feitas análises do sistema produtivo, fazendo ligação da especialização dos produtos com as condições do solo, relevo, solo e técnicas produtivas, ainda fazia uma correlação da propriedade e uso da terra com a produção, esses estudos procuravam por categorias comuns na França, que era utilizada como modelo de produção geográfica para o Brasil. Nesse período os geógrafos brasileiros consideravam-se apolíticos e combatiam o uso da expressão camponês, pois no Brasil somente existia produção para subsistência, permanecendo uma expressão combatida até a década de cinquenta, com as Ligas Camponesas.
As preocupações sociais tiveram suma importância na caracterização da geografia agrária, que passaria a ser diferenciada da geografia agrícola ou da agricultura, onde seu foco estava na preocupação com os problemas de produção, de mercado, de produtividade e rentabilidade.
Levando a constatação, pelos estudos agrários, que a exploração rural e as atividades existentes nesse meio não eram apenas ligadas a agricultura, existiam ainda as atividades industriais, além de comerciais e ainda a partir dos anos cinquenta, de lazer. Assim a Geografia agrária passou a se preocupar com as várias formas possíveis de utilização do meio rural. Pierre George contribuiu com sua diferenciação do agrário e rural, influenciando a geografia brasileira, chamando atenção para paisagem e para as atividades econômicas diversificadas.
Nas décadas de sessenta e setenta a geografia brasileira passa a receber uma importante influência anglo-saxônica, que buscava cálculos matemáticas para quantificar estudos de geografia, Elsa Coelho de Souza foi o nome em destaque nesse período, seus trabalhos dentre outros autores trouxeram maior cooperação entre geógrafos e economistas em trabalhos de planejamento.
O Espaço Rural e as Implicações com a Produção do Território; Relações entre o Rural e o Urbano
Nesta quarta parte do texto o autor enfatiza que devido a evolução dos transportes e da comunicação, as fronteiras entre o rural e urbano vem desaparecendo, o campo cada dia faz mais parte das cidades, e que o oposto também ocorre, é nas palavras do autor o processo de “ruralidade urbana” e “urbanização rural”; para Gilberto Freyre “rururbano” é a palavra utilizada para definir o que ainda não deixou de ser rural, porém ainda não é urbano. Devido ao desenvolvimento do capitalismo e da facilidade de transportes muitas pessoas de maior poder aquisitivo que residem nas cidades passaram a adquirir terras nas proximidades, construindo as chamadas granjas, sítios ou chácaras, para servirem como uma segunda residência, e área de lazer, mesmo muito embora possuam, às vezes, pequena produção agrícola.
As pessoas mais favorecidas passaram a construir condomínios, e conjuntos habitacionais, fora do núcleo urbano, aumentando a segregação em busca de segurança e qualidade de vida, nas palavras do autor, “formando enclaves urbanos no meio rural”.
Em contrapartida essa expansão se estende em direção das periferias das cidades formando arruados, aglomerado de casebres para pessoas de baixa renda. Em locais remanescentes de produção agrícola vem sendo destruídas pela pressão urbana e pelo alto valor do preço do solo.
Em grandes propriedades rurais, dedicadas a pecuária e a agricultura os costumes e usos urbanos vão sendo imputados em seu meio, devido a chegada da energia elétrica e da mecanização das atividades agrícolas, a televisão e o rádio fizeram com que o homem do campo, tenha condições de acesso à informação na mesma hora que os moradores do meio urbano.
Concluindo a quarta parte do texto lembra os estudiosos da geografia rural que o foco de seu estudo é o próprio meio rural, porém com as transformações que ocorreram iram refletir em seus estudos, tanto no víeis teórico quanto metodológico, e que é de sua responsabilidade acompanhar suas transformações para fazer a Geografia Rural e não a chamada pelo autor, História Rural.
Questões Teórico-Metodológicas e Técnicas
Nesta última parte do texto o autor enfatiza que é de extrema complexidade a criação de um esquema de teorização e de metodologia que seja único para a Geografia Rural, principalmente em tempos de mudanças profundas. Além disso a formação de teorias está diretamente ligada a formação filosófica e também filosófica do estudioso. Assim sendo, para uma pessoa de formação dialética as ocorrências não possuem uma direção para que seja atingido, considerado pelo estudioso, o ponto ideal, ou viável.
Na continuidade o autor relata que houve uma vitória do capitalismo e uma certa eliminação das experiencias socialistas, porém o capitalismo não pode apresentar-se uniforme mesmo sendo conduzido pelas leis do mercado.
Com relação a Geografia Rural não seria fácil generalizar uma teoria que a explicasse, pois, o rural não possui características idênticas em todos os locais do mundo, ou seja, existe umrural na Europa, outro na Ásia, outro na América Latina. Isso ocorre até mesmo dentro do Brasil onde existe diferenças entre as paisagens, como por exemplo as paisagens paulistas e do Sul do país com as paisagens do Centro Oeste e Norte, cujo processo de avanço da agricultura capitalista se encontra em formação, ocasionando os resquícios da produção de autoconsumo e extrativismo.
Os grandes modelos teóricos devem ser utilizados somente como base para os estudiosos desenvolvam trabalho em que cada qual siga seu próprio caminho filosófico. Devendo o geógrafo permanecer humanista, preocupado com a totalidade, mesmo utilizando computadores, imagens de satélite, entre outros recursos.
Concluindo o texto o autor informa que é de grande importância que os Laboratórios Universitários e de Instituições de Pesquisas devem lutar para terem os instrumentos mais modernos e pessoal especializado não com somente especialização geográfica, fornecendo assim subsídios aos geógrafos. E que encontros entre geógrafos e especialistas devem ser organizados com intuito de compartilharem informações sobre seus estudos.
 
Minhas considerações: Encontrei uma certa facilidade em compreender as ideias do autor, linguagem de fácil entendimento, obra com uma importância elevada para uma breve introdução do conteúdo.

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