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Aula-07-OAB ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS

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28. ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
Vocês já estudaram todo caminho pelo qual passa um processo quando ele se 
desenvolve na primeira instância, ou seja, em uma comarca onde um único juiz é responsável 
por conduzir e decidir o processo. Agora nós vamos estudar o que acontece quando esse 
processo passa para um TRIBUNAL, no qual a decisão já não depende mais de um único juiz, mas 
de um colegiado, uma turma, um órgão fracionário ou Plenário, enfim, um grupo de juízes. 
Nas aulas a seguir, vamos estudar especificamente: 
✓ ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS; 
✓ REMESSA NECESSÁRIA; 
✓ TEORIAL GERAL DOS RECURSOS EM RECURSOS EM ESPÉCIE; 
✓ AÇÕES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS; 
✓ INCIDENTES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS; 
Para começar estudaremos as regras gerais aplicáveis de funcionamento, tanto aos 
recursos como às ações de competência originária dos tribunais. Os artigos. 929 a 946 
regulamentam o andamento dos processos nos tribunais. São regras que se aplicam, de maneira 
geral, tanto aos processos de competência originária quanto aos recursos. 
• REGISTRO: Já começando pelo artigo 929, do CPC, o qual determina que “Os 
autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à 
secretaria ordená-los, com imediata distribuição”. 
• DISTRIBUIÇÃO: cabe ao Regimento Interno de cada tribunal regulamentar a 
forma de distribuição dos recursos, processos de competência originária e reexame 
necessário de sua competência. A liberdade de tais regimentos internos, entretanto, 
não é absoluta, já que as regras de distribuição devem respeitar a alternatividade, o 
sorteio eletrônico e a publicidade. (930). 
Art. 930. Parágrafo único: O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará 
prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo 
processo ou em processo conexo. 
Segundo o dispositivo legal, o primeiro recurso protocolado no tribunal tornará 
prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em 
processo conexo. A PREVENÇÃO, PORTANTO, SE FIXA PELO PROTOCOLO DO RECURSO NO 
TRIBUNAL, INDEPENDENTEMENTE DA DATA DO JULGAMENTO. PARA FINS DE FIXAÇÃO DA 
PREVENÇÃO, PORTANTO, É IRRELEVANTE A DATA DE PROTOCOLO DO RECURSO EM GRAU 
INFERIOR OU A POSTAGEM PELO CORREIO. Também é irrelevante o conteúdo do julgamento, 
de forma que, mesmo sendo inadmitido, o recurso será capaz de gerar a prevenção do juízo para 
outros recursos a serem interpostos no mesmo processo ou em processo conexo 
I. ATRIBUIÇÕES DO RELATOR 
Como o julgamento, nos tribunais, é colegiado, haverá sempre o relator, que terá uma 
série de atribuições. O art. 932, CPC, elenca as atribuições do Relator, quais sejam: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção 
de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das 
partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de 
competência originária do tribunal; 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha 
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal 
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas 
ou de assunção de competência; 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao 
recurso se a decisão recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal 
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas 
ou de assunção de competência; 
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando 
este for instaurado originariamente perante o tribunal; 
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do 
tribunal. 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator 
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício 
ou complementada a documentação exigível. 
II. DO JULGAMENTO 
 
Enviados os autos para o Relator, ele terá 30 dias para, depois de elaborar o voto, 
restituí-los, com relatório, à secretaria. Devolvidos os autos à secretaria pelo relator, eles serão 
apresentados ao Presidente, que designará dia para o julgamento, observada a ordem 
estabelecida no art. 936. 
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, 
a remessa necessária e os processos de competência originária serão 
julgados na seguinte ordem: 
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos 
requerimentos; 
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da 
sessão de julgamento; 
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e 
IV - os demais casos. 
 
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de 
julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-
se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo 
aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a 
primeira sessão seguinte. 
 
§ 1º Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a 
publicação da pauta de julgamento 
 
II.1. SESSÃO DE JULGAMENTO 
(1º) EXPOSIÇÃO DA CAUSA: o relator iniciará os trabalhos fazendo uma exposição da causa. 
(2º) SUSTENTAÇÃO ORAL: alguns recursos como apelação, recurso ordinário, especial, 
extraordinário, embargos de divergência, ação rescisória, mandado de segurança e reclamação, 
e no agravo de instrumento contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias 
de urgência ou de evidência, sem prejuízo de outras hipóteses previstas em lei ou no regimento 
interno, permitem requerimento de sustentação oral, caso em que o juiz dará a palavra ao 
recorrente e ao recorrido, e ao Ministério Público, nos casos em que intervenha, por 15 minutos 
para cada um. 
(3º) VOTÇÃO DAS PRELIMINARES: no momento de votação, em primeiro lugar, vota-se as 
questões referentes à admissibilidade do recurso. Havendo mais de uma questão, cada qual 
deve ser votada separadamente. Por exemplo, se o recorrido argui a intempestividade e a falta 
de preparo do recurso, cada uma das alegações deve ser votada isoladamente. Colhem-se os 
votos dos juízes a respeito da intempestividade e, em seguida, a respeito do preparo. Se houver 
o acolhimento de alguma preliminar, o recurso não será conhecido. Do contrário, passar-se-á ao 
julgamento de mérito, a respeito do qual se pronunciarão todos os juízes, mesmo aqueles que 
acolheram a preliminar. 
(4ª) VOTAÇÃO DO MÉRITO: Também o julgamento do mérito deve ser decomposto: cada 
uma das questões de fato que, por si só, constitua um fundamento do pedido ou da defesa deve 
ser votada separadamente, sob pena de falseamento do resultado. 
(5º) RESULTADO: Depois de proferidos os votos, será anunciado o resultado e redigido o 
acórdão, pelo relator ou, se ele for vencido, pelo juiz que proferiu o primeiro voto vencedor. O 
voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão, para 
todos os fins, inclusive prequestionamento. 
28.1. REMESSA NECESSÁRIA 
 Também conhecida como “reexame necessário” ou “duplo grau de jurisdição 
obrigatório”, o instituto da Remessa necessária pode ser entendido como a “necessidade, 
imposta por lei, de que a sentença, para tornar-se eficaz, seja reexaminada pelo tribunal, ainda 
que não tenha havido nenhum recurso das partes. É condição indispensável para que possa 
transitar em julgado” (GONÇALVES, 2017, art.1110). 
I. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
Há algumas sentenças enquanto não reexaminadas pela instância superior, não 
produzem efeitos, não transitam em julgado, elas estão previstas de forma específica no art. 
946, CPC. 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e 
suas respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução 
fiscal*. 
 
De maneira sucinta, é obrigatório o reexame em duplo grau de jurisdição de sentença 
proferida contra as pessoas jurídicas de direito público. A remessa só se justifica se a sentença 
for contrária a tais entes, se eles tiverem sofrido alguma sucumbência, não obtendo o 
resultado mais favorável. 
IMPORTANTE: Como o art. 496 menciona, a remessa necessária se aplica, exclusivamente, à 
sentenças, não se admitindo a remessa de decisões interlocutórias de mérito, ainda que 
proferidas contra a Fazenda Pública, já que não se pode admitir interpretação extensiva do 
dispositivo. 
 
II. CASOS DE EXCLUSÃO DA REMESSA NECESSÁRIA 
 
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o 
proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido 
inferior a: 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas 
autarquias e fundações de direito público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito 
Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os 
Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e 
respectivas autarquias e fundações de direito público. 
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença 
estiver fundada em: 
I - súmula de tribunal superior; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no 
âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em 
manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
 
28.2. TEORIA GERAL DOS RECURSOS E RECURSOS EM ESPÉCIE 
I. DOS RECURSOS 
Um recurso é a forma das partes se manifestarem sua insatisfação contra uma decisão 
judicial. Em regra, O nosso sistema jurídico permite que as decisões judiciais sejam reapreciadas. 
Normalmente, isso é feito por um órgão diferente daquele que proferiu a decisão (embora haja 
exceções, como os embargos de declaração ou os embargos infringentes da Lei de Execução 
Fiscal). 
I.1. CONCEITO DE RECURSO 
Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as 
partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para 
submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra por um 
órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade 
modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão” 
(GONÇALVES, 2017, p. 1089). 
Obs. Só cabe recurso contra PRONUNCIAMENTO DO JUIZ, nunca do Ministério Público ou de 
serventuário ou funcionário da Justiça. Os recursos são cabíveis contra: 
✓ As sentenças; 
✓ As decisões interlocutórias; 
✓ Decisões monocráticas proferidas pelo relator; 
✓ Acórdãos (decisões colegiadas); 
I.2 CARACTERÍSTICA DO RECURSO 
Importante para distingui-los de outros instrumentos processuais. O recurso é um dos 
meios de impugnação das decisões judiciais, mas não o único! De acordo com a doutrina de 
Daniel Amorim Assumpção Neves, dentro do gênero "meios de impugnação das decisões 
judiciais" existem duas espécies de instrumentos processuais: os recursos e os sucedâneos 
recursais, sendo a análise comparativa entre eles realizada de forma residual, ou seja, tudo o 
que não for recurso será considerado um sucedâneo recursal. Daí a importância de saber as 
características dos recursos, para distingui-los de outros meios de impugnação de decisões. 
Essa classificação é proposta por Marcus Vinicius Rios Gonçalves: 
a) INTERPOSIÇÃO NA MESMA RELAÇÃO PROCESSUAL 
O recurso é um ato processual, ele não cria um novo processo, isto é, ele não tem 
natureza jurídica de ação. Eles são interpostos na mesma relação processual a fim de prolongá-
la, modificá-la, complementá-la, etc. 
b) A APTIDÃO PARA RETARDAR OU IMPEDIR A PRECLUSÃO OU A COISA JULGADA 
As decisões judiciais não se tornam definitivas, ou seja, não fazem coisa julgada, 
enquanto houver a possibilidade de interposição de recurso, ou enquanto houver recursos 
pendentes para serem examinados. ATENÇÃO! Isso não quer dizer que essa decisão não vá 
produzir efeitos!!! Existem recursos que são dotados de efeito suspensivo, e outros que não são. 
Somente no primeiro caso, a interposição do recurso implicará suspensão da eficácia da decisão, 
mas veremos isso mais para a frente. 
c) CORREÇÃO DE ERROS DE FORMA OU DE CONTEÚDO 
Os recursos podem ter objeto erros formais, isto é, erros no procedimento, ou erros 
materiais, ditos erros de conteúdo, podendo pleitear a alteração, substituição ou até mesmo 
anulação da decisão impugnada. 
d) IMPOSSIBILIDADE, EM REGRA, DE INOVAÇÃO 
Em regra, não se pode inovar no recurso não se pode invocar matérias que não tenham sido 
arguidas e discutidas anteriormente. Todavia existem 3 (três) exceções: 
• FATOS SUPERVENIENTES (ART. 493, CPC): fatos novos relevantes. 
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, 
modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao 
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no 
momento de proferir a decisão. 
Embora o artigo fale “no momento de proferir a decisão”, esse dispositivo não tem aplicação 
restrita ao primeiro grau, mas pode ser aplicado pelo órgão ad quem, que deve levar em 
consideração os fatos novos relevantes, que se verifiquem até a data do julgamento do recurso. 
• FORÇA MAIOR (art. 1.04, CPC) 
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na 
apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. 
• QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA: que podem ser conhecidas a qualquer tempo. Ex: a falta 
de condições da ação, ou de pressupostos processuais, ou prescrição e decadência. 
I.3) O SISTEMA DE INTERPOSIÇÃO 
Salvo uma única exceção, os recursos são interpostos perante o órgão a quo, e não 
perante o órgão ad quem. A exceção é o agravo de instrumento, interposto diretamente perante 
o Tribunal. 
I.3.1. Juízo de admissibilidade 
A análise que o juízo faz dos pressupostos indispensáveis para que o recurso possa ser 
conhecido. O não preenchimento leva a que a pretensão recursal, isto é, o mérito, nem sequer 
seja examinado. 
Obs. Os requisitos de admissibilidade constituem matéria de ordem pública e, por isso, devem 
ser examinados de ofício pelo juizo. 
 Vimos que em regra, os recursos são interpostos no juízo “a quo” certo? Com exceção 
do agravo de instrumento, que é interposto direto no Tribunal. Já o juízo de admissibilidade, é 
feito EM REGRA, pelo órgão ad quem e, exclusivamente no RECRUSO EXTRAORDINÁRIO e no 
RECURSO ESPECIAL ele será feito, também, pelo órgão a quo. 
I.3.2. Requisitos de admissibilidade dos recursos 
Os requisitos de admissibilidade dividem-se em duas categorias: 
• INTRÍNSECOS: assemelha-se as condições da ação, sendo eles o cabimento, a 
legitimidade para recorrer e o interesse recursal. 
a) Cabimento: são admissíveis apenas os recursos criados por lei. O rol legal é numerus 
clausus, taxativo. Recurso cabível é aquele previsto no ordenamento jurídico e, nos 
termos da lei, adequado contra a decisão. 
b) Legitimidade para recorrer: quem pode apresentar os recursos? Já vimos lá no 
conceito que são aspartes, o MP e eventuais terceiros prejudicados. 
c) Interesse recursal: para que haja interesse é preciso que haja o que melhorar, isto é, 
que seja possível ao recorrente conseguir uma situação melhor, mais favorável do que 
a atual. Se não há o que melhorar, não há recurso. 
• EXTRÍNSECOS: tempestividade, o preparo, a regularidade formal e a inexistência de fato 
extintivo ou impeditivo do direito de recorrer. 
d) Tempestividade: Todo recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em 
lei. Vamos estudar cada prazo quando estivermos falando dos recursos em espécie. 
e) Preparo: quem paga? Quem recorre! Aquele que tem interesse em recorrer deve 
pagar as despesas com o processamento do recurso, que constituem o preparo. Obs. O 
dinheiro do preparo vai pra Fazenda Pública! 
f) Regularidade formal: Os recursos são, em regra, apresentados por escrito. No entanto, 
a lei autoriza interposição oral, em casos excepcionais. É o caso dos embargos de 
declaração no Juizado Especial (art. 49 da Lei n. 9.099/95). Conquanto a interposição 
seja oral, há necessidade de que o recurso seja reduzido a termo, para que o órgão 
julgador possa conhecer-lhe o teor. 
ATENÇÃO! No processo civil, TODOS os recursos devem vir acompanhado das razões 
recursais! Aqui está uma diferença do processo criminal, em que em que há um prazo 
de interposição e outro de apresentação das razões. 
g) Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer: Os fatos extintivos 
são a renúncia e a aquiescência; o fato impeditivo é a desistência do recurso. 
 
I.3.3 A decisão do órgão ad quem em regra substitui a do a quo 
Ao analisar um recurso, o órgão “ad quem” poderá: 
 ■ NÃO CONHECER DO RECURSO: prevalecendo a decisão exarada pelo órgão “a quo”. 
■ CONHECER DO RECURSO: 
➢ Determinando a anulação ou declaração de nulidade da decisão recorrida e 
devolvendo os autos para o órgão “a quo”, para que ele possa proferir nova decisão.; 
➢ Mas negar-lhe provimento, mantendo a decisão do órgão “a quo”. 
➢ Dar-lhe provimento, reformando a decisão recorrida. 
Obs. No caso de mantença ou reforma, a decisão proferida pelo órgão ad quem substitui 
a do órgão a quo, ainda que aquela tenha se limitado a manter, na íntegra, a anterior. 
O que deverá ser cumprido e executado é o acórdão, e não mais a decisão ou sentença. 
I.3.4. Modo de interposição dos recursos: PRINCIPAL E ADESIVO 
Ao contrário do que se imagina, recurso adesivo não é uma espécie, mas uma forma de 
interposição de alguns recursos. 
ATENÇÃO! Só podem ser opostos sob a forma adesiva a apelação, o recurso especial e o 
extraordinário! 
São dois os requisitos para que um recurso possa ser interposto na sua forma adesiva: 
 ■que tenha havido sucumbência recíproca, isto é, que nenhum dos litigantes tenha obtido no 
processo o melhor resultado possível; 
 ■que tenha havido recurso do adversário. 
EXEMPLO: Mas pode ocorrer, por exemplo, que A, conquanto não tenha obtido o resultado mais 
favorável, o aceite e esteja disposto a não recorrer, para que, havendo logo o trânsito em 
julgado, a sentença passe a produzir efeitos. Sendo assim, deixará transcorrer o seu prazo in 
albis. Mas A descobre que o seu adversário recorreu, o que impede o trânsito em julgado: os 
autos terão de ser remetidos ao tribunal. O autor, se soubesse que o réu interporia recurso e 
que os autos subiriam, também teria recorrido, para tentar obter um resultado ainda mais 
favorável. Nessa circunstância, a lei processual lhe dá uma segunda oportunidade de recorrer, 
desta feita sob a forma adesiva. É como se o autor “pegasse carona” no recurso do adversário, 
apresentando também o seu. Essa breve explicação esclarece por que é indispensável que tenha 
havido sucumbência recíproca e recurso do adversário, pois do contrário não haveria como 
“pegar a carona”. Aquele que recorreu adesivamente preferiria que a sentença transitasse logo 
em julgado; mas, como houve recurso do adversário, ele aproveita para também recorrer. 
Obs¹ O recurso adesivo possui o caráter acessório, ou seja, ele segue o principal, de modo que 
se o principal não for admitido, ou se houver desistência, ele ficará prejudicado, pois só sobe e 
é examinado com o principal (art. 997, § 2º, III). 
Obs². O recurso adesivo deve ser apresentado no prazo das contrarrazões, mas EM PEÇAS 
SEPARADAS! Intimada a parte sobre o recurso do seu adversário, no prazo para contrarrazões 
este deverá apresentar além dessas, também, o recurso adesivo. 
I.4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO RECURSAL 
• PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: é um princípio geral do Processo Civil que 
garante as partes o direito de recorrer; 
• PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: O rol legal de recursos é taxativo, numerus clausus. Só 
existem os previstos em lei, não sendo dado às partes formular meios de impugnação 
das decisões judiciais além daqueles indicados pelo legislador (O art. 994 do CPC 
enumera os recursos cabíveis. A eles podem ser acrescentados outros que venham a ser 
criados por leis especiais.). 
• PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE OU DA UNIRRECORRIBILIDADE: a regra geral é que para 
cada ato judicial, cabe um único tipo de recurso adequado, como nos casos seguintes: 
o Contra as decisões interlocutórias previstas no art. 1.015, cabe o agravo de 
instrumento; 
o Contra as sentenças, a apelação; 
o Contra decisões monocráticas do relator, agravo interno; 
o Contra acórdãos que se enquadrem nas hipóteses do art. 102, III, da 
Constituição Federal, recurso extraordinário; 
o Contra acórdãos, nas hipóteses do art. 105, III, recurso especial; 
o O recurso ordinário será adequado nas hipóteses previstas na CF, arts. 102, II, e 
105, II. 
ATENÇÃO: Todavia existem exceções, nas quais serão cabíveis mais de um recurso para o 
mesmo ato judicial: 
■ a interposição de embargos de declaração, contra decisões, sentenças e acórdãos, sem 
prejuízo de outros recursos. Aqui não há violação ao princípio da unidade, porque os embargos 
não visam a reforma ou anulação da decisão, mas apenas o seu aclaramento e integração. 
■ a interposição simultânea de recurso especial e extraordinário, contra o mesmo acórdão. Há 
aqui dois recursos contra a mesma decisão, mas cada qual versando sobre um aspecto, uma 
situação determinada, no acórdão. 
■ a interposição de apelação, na qual, seja como preliminar, seja nas contrarrazões, será possível 
impugnar as decisões interlocutórias proferidas no curso do processo, não sujeitas à preclusão, 
por não suscetíveis de agravo de instrumento. As decisões interlocutórias, à exceção daquelas 
enumeradas no art. 1.015 do CPC, não são recorríveis em separado, devendo ser impugnadas 
quando da apresentação de apelação, seja como preliminar, seja nas contrarrazões; 
• PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DOS RECURSOS: Quando houver a dúvida objetiva, o juiz 
ou o tribunal poderá receber um recurso por outro. Há um requisito indispensável, a 
existência de dúvida objetiva a respeito da natureza da decisão, que resulta de 
controvérsia efetiva, na doutrina ou na jurisprudência, a respeito do pronunciamento. 
Não basta a dúvida subjetiva, pessoal, sendo necessário que ela se objetive pela 
controvérsia. Obs. Quanto ao prazo, não há que se questionar, já que todos os recursos 
devem ser interpostos no praz de 15 dias, salvo embargos de declaração. 
• PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS: Aquele que recorre só o faz para 
melhorar a sua situação. Portanto, só impugna aquela parte da decisão ou da sentença 
que lhe foi desfavorável. No exame do recurso de um dos litigantes, a sua situação não 
poderá ser piorada, sendo vedada a reformatio in pejus. A situação só pode ser piorada 
se houver recurso de seu adversário. 
I.5. EFEITOS DOS RECURSOS 
Quando um recurso é interposto contra um pronunciamento judicial, existem algumas 
consequências processuais, quais sejam, os “efeitos dos recursos”, são eles: devolutivo, 
suspensivo, translativo,expansivo e regressivo. 
Importante ressaltar que esses efeitos não decorrem da vontade das partes ou do juiz, 
mas de determinação legal. É a lei que estabelece quais os efeitos de que um recurso é dotado! 
Obs. Os efeitos recursais constituem matéria de ordem pública, não sujeita a preclusão. O 
julgador que tenha, por equívoco, atribuído a determinado recurso efeitos de que ele seja 
desprovido deverá voltar atrás, afastando-os. 
I.5.1. Efeito Devolutivo 
É a característica que TODO RECURSO TEM de devolver ao órgão ad quem, a matéria 
impugnada. 
OBS¹. Todos os recursos são dotados de efeito devolutivo, uma vez que é de sua essência que o 
Judiciário possa reapreciar aquilo que foi impugnado, seja para modificar ou desconstituir a 
decisão, seja para complementá-la ou torná-la mais clara. 
ATENÇÃO! Ao órgão ad quem é exigido estrita atenção aos limites do recurso, somente podendo 
apreciar aquilo que foi impugnado. Por exemplo, se o recurso foi parcial, isto é, contestou 
apenas parte da decisão, o tribunal somente pode apreciar aquilo que foi contestado pela parte. 
Salvo matéria de ordem pública que, como visto, pode ser conhecida de ofício pelo Juiz. 
➢ Extensão do efeito devolutivo: diz respeito aos pedidos impugnados, isto é, as 
pretensões acolhidas ou rejeitadas pelo juiz, as quais pretende-se recorrer. 
O recurso devolve ao conhecimento do tribunal tão somente a reapreciação daquilo que 
foi impugnado: “tantum devolutum quantum appellatum”, princípio que vem 
expressamente consagrado no art. 1.013, caput, do CPC: “A apelação devolverá ao 
tribunal o conhecimento da matéria impugnada” 
 
➢ Profundidade do efeito devolutivo: não diz respeito às pretensões formuladas, mas aos 
fundamentos que a embasam. Para que seja possível compreendê-lo, é indispensável 
lembrar que, em suas decisões, o juiz precisa apreciar todas as pretensões formuladas, 
mas não necessariamente todos os fundamentos trazidos pelas partes, mas apenas os 
suficientes para o acolhimento ou rejeição da pretensão. 
Exemplo: se uma das partes postula a anulação de um contrato, com fundamento na 
participação de um relativamente incapaz não assistido e na coação a que foi submetido, 
cada um desses fundamentos, por si só, é suficiente para o acolhimento da pretensão 
(Gonçalves,2017, p.1122). 
Prevista no art. 1.013, § 1º, do CPC: “Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo 
tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido 
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado”. E no art. 1.013, § 2º: “Quando o 
pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação 
devolverá ao tribunal o conhecimento das demais”. Conquanto esse dispositivo esteja no 
capítulo da apelação, a regra vale para os recursos em geral. 
I.5.2. Efeito suspensivo 
É a qualidade que possui alguns recursos de impedir que o pronunciamento judicial 
contra o qual ele foi interposto, comece a produzir efeitos. Isto é, enquanto o recurso não for 
apreciado pelo juízo ad quem, OS EFEITOS QUE AQUELA DECISÃO PRODUZIRIA FICAM 
SUSPENSOS. 
Obs. Em regra, a apelação é o único recurso dotado desse efeito, todavia a lei permite que o 
relator, preenchidos determinados requisitos, atribua efeito suspensivo a outros recursos, que 
normalmente não são dele dotados. 
IMPORTANTE!!!! A suspensão ocorre desde que haja a possibilidade de apelação dotada de 
efeito suspensivo. Este existe não só pela interposição, mas durante o prazo em que ela pode 
ser apresentada, isto é, proferida e publicada a sentença, no prazo de quinze dias para 
interposição de apelação que tenha efeito suspensivo, não poderá haver execução, mesmo que 
o recurso ainda não tenha sido interposto. 
 Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos 
imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos 
do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
 
Os demais recursos se enquadram na segunda categoria, qual seja, não são dotados por lei 
de efeito suspensivo, mas o relator pode atribuí-lo, caso preencha os requisitos específicos 
previstos em lei, tais como: 
o O agravo de instrumento, em regra, não tem efeito suspensivo, mas é possível ao 
agravante postulá-lo ao relator, conforme o art. 1.019, I, do CPC. 
o Os embargos de declaração não têm efeito suspensivo, mas a eficácia da decisão 
também poderá ser suspensa, na hipótese do art. 1.026, § 1º. 
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo 
respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do 
recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave 
ou de difícil reparação. 
 
o O recurso ordinário, o especial, o extraordinário e os embargos de divergência não 
são dotados de efeito suspensivo, mas o recorrente poderá requerê-lo, na forma do art. 
1.029, § 5º, do CPC. 
EXTENSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO! O efeito suspensivo do recurso impede a execução integral 
da decisão judicial, ou apenas da parte impugnada? Havendo recurso parcial, aquilo que não foi 
objeto de impugnação já pode ser executado? 
DEPENDE! Se os pedidos forem independentes 
Obs. Os arts. 1.012, § 3º, 1.019, I, 1.026, § 1º, e 1.029, § 5º, do CPC concedem ao relator o poder 
de atribuir ao recurso efeito suspensivo, nos casos em que ele não o tenha, em numerosas 
hipóteses, que podem ser resumidas pela fórmula “sempre que houver risco de lesão grave e de 
difícil reparação, sendo relevante a fundamentação”. Tal providência depende de requerimento 
do recorrente, não sendo possível que o relator a conceda de ofício. 
I.5.3. Efeito Translativo 
É a aptidão que os recursos em geral têm de permitir ao órgão ad quem examinar de 
ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que não integrem o objeto do recurso. 
Questões como prescrição, decadência, falta de condições da ação ou de pressupostos 
processuais, por exemplo, são consideradas matérias de ordem pública e, portanto, poderão ser 
examinadas pelo órgão ad quem ainda que não suscitadas. Difere do efeito devolutivo, que 
consiste na devolução ao tribunal do reexame daquilo que foi suscitado; o translativo o autoriza 
a examinar o que não o foi, mas é de ordem pública. 
Obs. Via de regra, não há efeito translativo apenas nos recursos especial e extraordinário, pois 
o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal se limitarão a examinar aquilo que 
tenha sido prequestionado e, portanto, aventado nas instâncias inferiores, sem conhecer de 
ofício matérias que não tenham sido suscitadas. Todavia, algumas decisões já foram dadas no 
sentido se admitir efeito translativo nos recursos especial e extraordinário. 
I.5.4. Efeito Expansivo 
Chama-se efeito expansivo, porque excepcionalmente permite que o resultado do 
recurso de expanda e estenda-se a litigantes que não tenham recorrido (efeito expansivo 
subjetivo); ou a pretensões que não o integrem (efeito expansivo objetivo). 
I.5.5. Efeito Regressivo 
É a aptidão de que alguns recursos têm de permitir ao órgão a quo reconsiderar a 
decisão proferida, exercer juízo de retratação. Sabemos que, de forma geral, os recursos são 
apreciados por um órgão distinto daquele que proferiu a decisão. Sendo assim, o efeito 
regressivo devolve ao órgão a quo a decisão impugnada, para que o mesmo possa se retratar. 
Os recursos de agravo de instrumento e agravo interno SEMPRE são dotados de efeito 
regressivo. Já a apelação não possui, salvo nas hipóteses previstas em lei, quais sejam: a da 
sentença de extinção sem resolução de mérito (art. 485), no prazo de cinco dias(art. 485, § 7º, 
do CPC); e a sentença de improcedência liminar do pedido, também no prazo de cinco dias (art. 
332, § 3º). 
 
II. RECURSOS EM ESPÉCIE 
O Código Civil de 2016 prevê os seguintes recursos em espécie: 
1. APELAÇÃO 
2. AGRAVO DE INSTRUMENTO 
3. AGRAVO INTERNO 
4. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
5. RECURSO ORDINÁRIO 
6. RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 
PRAZO GERAL DOS RECURSOS: 15 DIAS (1003, §5º,CPC) 
*única exceção são os embargos de declaração, cujo prazo para interposição é de 5 DIAS. 
1. APELAÇÃO 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu 
respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela 
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente 
interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o 
recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito 
delas. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões 
mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. 
 
A apelação é o recurso interposto contra a sentença. Cabe contra qualquer tipo de 
sentença: que julga processo de conhecimento (condenatório, constitutivo ou declaratório; de 
jurisdição contenciosa ou voluntária) e que extingue as execuções. 
Existem apenas duas exceções de sentenças contra as quais não é cabível o recurso de 
apelação, são elas: 
• Na Lei de Execução Fiscal, contra a sentença que julga os embargos de pequeno valor, 
o recurso cabível é o de embargos infringentes. 
• Da sentença que decreta a falência, cabe agravo de instrumento, e não apelação; 
Obs. O antigo código civil de 1973 previa, além das hipóteses de recurso que vamos estudar 
nessa aula, a figura dos embargos infringente. Todavia, o novo código de processo civil de 2015, 
extinguiu essa modalidade de embargos. A lei de Execução fiscal, que é de 1980, prevê 
expressamente o cabimento desse tipo de embargo contra as sentenças que julgam os 
embargos de pequeno valor. De modo que, a doutrina e jurisprudência seguem aceitado essa 
modalidade de embargos, somente nesse caso. Vide a Lei 6.830, DE 22 DE SETEMBRO DE 1980. 
IMPORTANTE ALTERAÇÃO TRAZIDA PELO CPC/2016!!! Diz sobre a possibilidade de 
reapreciação de decisões interlocutórias proferidas na fase de conhecimento, não preclusas, 
por meio de preliminares na Apelação ou nas contrarrazões da apelação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1015
Existem dois tipos de decisão interlocutórias: 
1) Aquelas contidas no art. 1015, do CPC e seu parágrafo único, contra as quais é cabível o 
recurso de “Agravo de instrumento” no prazo de 15 dias, sob pena de preclusão. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de 
sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos 
à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões 
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de 
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário. 
 
2) Aquelas que não constam no rol do art. 1015, do CPC contra as quais a lei NÃO AUTORIZA, a 
interposição do agravo de instrumento. Neste caso, essas questões podem ser suscitadas em 
PRELIMINAR DE APELAÇÃO ou nas CONTRARRAZÕES. Não suscitadas nesse momento, fica 
preclusa a matéria, isto é, não podem ser mais discutidas. Ex. O autor requereu prova pericial e 
o juiz negou. O autor pode requerer que a questão pericial seja reapreciada em preliminar de 
apelação. 
Obs¹. Essa restrição aplica-se SOMENTE FASE DE CONHECIMENTO. Nas fases de LIQUIDAÇÃO DE 
SENTENÇA, CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, PROCESSO DE EXECUÇÃO E PROCESSO DE 
INVENTÁRIO, cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA QUALQUER DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA! 
1.1. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DA APELAÇÃO 
• TEMPESTIVIDADE: 15 dias, contados da data em que os advogados, a sociedade de 
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são 
intimados da decisão. 
• RECOLHIMENTO DO PREPARO: custas para interposição do recurso, seguem a Lei 
Estadual de Custas; 
• ENDEREÇAMENTO: a petição deve ser endereçada para o juízo a quo, isto é, para o juízo 
da causa, que julgou a sentença. Essa petição de interposição deve vir acompanhada 
das RAZÕES DO RECURSO, as quais são endereçadas para o TRIBUNAL que as julgarão. 
• REQUISITOS FORMAIS: os nomes e a qualificação das partes; a exposição do fato e do 
direito; as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; o pedido de nova 
decisão. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373%C2%A71
1.2. EFEITOS DA APELAÇÃO 
• Efeito devolutivo: como todos os recursos previstos no nosso CPC, a apelação devolve 
ao tribunal a matéria impugnada; 
• Efeito suspensivo: impedir a produção de efeitos e o trânsito em julgado da sentença. 
Pela Lei somente a apelação possui efeito suspensivo (o restante dos recursos o efeito 
pode ser atribuído pelo relator ou juiz responsável, desde que cumpridos os requisitos). 
A apelação NÃO TERÁ EFEITO SUSPENSIVO nas hipóteses do art. 1.012, CPC, 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos 
imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos 
do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento 
provisório depois de publicada a sentença. 
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá 
ser formulado por requerimento dirigido ao: 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua 
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-
la; 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo 
relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso 
ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de 
difícil reparação. 
 
• Efeito Regressivo: possibilidade de retratação pelo juízo a quo. A apelação só será 
dotada de efeito regressivo quando interposta contra a sentença de extinção sem 
resolução de mérito (art. 485, § 7º, do CPC) ou de improcedência liminar (art. 332, § 3º). 
• Efeito Translativo: possibilidade do tribunal de conhecer as matérias de ordem pública 
de ofício. 
• Efeito Expansivo: que e a possibilidade do resultado recurso alcançar outros sujeitos não 
envolvidos e outras pretensões. 
1.3. POSSIBILIDADE DE INOVAÇÃO NA APELAÇÃO 
Em regra, não é possível inovar na apelação, isto é, somente podem ser apreciadas as 
questões suscitadas e discutidas ao longo do processo. Todavia, há duas situações em que o 
tribunal pode examinar questões não apreciadas em primeiro grau: 
➢ na do art. 493 do CPC, quando, depois da propositura da ação, fato constitutivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor influirno julgamento do mérito; 
➢ matéria de ordem pública que, embora não discutida anteriormente, pode ser 
conhecida de ofício no exame do recurso; 
1.4. PROCESSAMENTO DA APELAÇÃO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA 
A apelação será interposta no juízo a quo, o qual determinará a intimação do apelado 
para apresentação de contrarrazões à apelação, também no prazo de 15 dias. Importantíssimo 
ressaltar que o juízo a quo NÃO FAZ NENHUM JUIZO DE ADMISSIBILIDADE, isto é, ainda que se 
verifique o não preenchimento de algum requisito de admissibilidade, o juízo a quo NÃO 
PODERÁ INDEFERIR OU NÃO RECEBER A APELAÇÃO (art. 1.010, §3°, CPC). 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro 
grau, conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 
(quinze) dias. 
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para 
apresentar contrarrazões. 
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos 
ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. 
 
 
Caso o apelado apresente nas contrarrazões alguma preliminar, recorrendo de decisão 
interlocutória não agravável, cabe ao juiz abrir prazo de resposta de 15 dias ao apelante, para 
que o mesmo exerça o contraditório em relação a essas questões. 
1.5. PROCESSAMENTO DA APELAÇÃO NO TRIBUNAL 
Os autos serão registrados, distribuídos de acordo com o regimento interno e 
encaminhados ao relator, que, em 30 dias, depois de elaborar o voto, os devolverá à Secretaria, 
com o relatório (CPC, art. 931), apontando os principais pontos controvertidos que são objeto 
do recurso. Será marcada data para o julgamento, no qual haverá a participação de três juízes. 
2. AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Prazo: 15 DIAS 
O agravo de instrumento cabe, em primeira instância, contra as decisões interlocutórias 
que versarem sobre as matérias enumeradas no art. 1.015, I a XIII e parágrafo único, do CPC. 
São decisões aqueles pronunciamentos de cunho decisório que não põem fim ao processo ou à 
fase cognitiva do processo de conhecimento. Todas aquelas decisões interlocutórias não 
abrangidas pelo art. 1.015, deverão ser impugnadas por meio de preliminar de apelação ou 
contrarrazões a apelação. 
Além destas, o próprio parágrafo único do art. 1.015, estabelece que também caberá 
agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de 
sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de 
sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos 
à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões 
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de 
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário. 
 
2.1. PROCESSAMENTO 
O agravo de instrumento é o único recurso interposto diretamente perante o órgão ad 
quem, para apreciação imediata. Como o processo ainda está correndo no juízo a quo, para que 
a questão possa ser avaliada pelo órgão superior é preciso formar um “instrumento”, contendo 
cópias de tudo aquilo que é importante para o julgamento da impugnação à decisão 
interlocutória. Por isso o nome de “agravo de instrumento”. 
Sendo assim, o agravo de instrumento deve ser apresentado por escrito, diretamente 
ao juízo ad quem, no prazo de 15 dias. Se o recorrente NÃO QUISER ou NÃO PUDER, se deslocar 
até ao tribunal, o gravo de instrumento poderá ser enviado por correio com aviso de 
recebimento, por fax, ou pelo sistema do protocolo integrado. 
IMPORTANTE! Embora o agravo de instrumento seja interposto diretamente no juízo ad quem, 
é de responsabilidade do agravante, quando o processo não for eletrônico, informar ao juízo a 
quo a interposição, no prazo de três dias, juntando cópia da petição de agravo, a comprovação 
de interposição e a relação dos documentos apresentados (art. 1.018, § 2º, do CPC). A finalidade 
de tal ato é possibilitar a retratação do juízo a quo. O não cumprimento dessa formalidade leva 
ao NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO PELO TRIBUNAL. 
 
2.2. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
➢ TEMPESTIVIDADE: 15 dias da publicação da decisão interlocutória impugnada; 
➢ RECOLHIMENTO DO PREPARO: de acordo com cada Lei Estadual de Custas; 
➢ ENDEREÇAMENTO: Tribunal. 
➢ REQUISITOS FORMAIS: a petição de interposição deve conter os nomes das partes; a 
exposição do fato e do direito; as razões do pedido de reforma ou de invalidação da 
decisão e o próprio pedido; o nome e o endereço completo dos advogados, constantes 
do processo; 
➢ CÓPIAS OBRIGATÓRIAS: a cópia de algumas peças devem, obrigatoriamente, serem 
juntadas ao agravo, sob pena de preclusão. São elas cópia da petição inicial, da 
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, 
da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a 
tempestividade e das procurações dos advogados do agravante e do agravado. Não há 
necessidade de cópias autenticadas. 
2.3. PROCESSAMENTO NO TRIBUNAL 
O agravo de instrumento será distribuído, sendo escolhido um relator, que deverá tomar 
as providências enumeradas no art. 932 do CPC, podendo até mesmo, em decisão monocrática, 
não conhecer do recurso, dar ou negar-lhe provimento. 
ATENÇÃO! Da decisão monocrática do relator, caberá o agravo interno, previsto no art. 1.021 
do CPC, o qual será estudado com mais detalhes em tópico próprio. 
2.4. EFEITOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
• Efeito devolutivo: todos os recursos possuem. 
• Efeito suspensivo: cabe ao relator decidir se defere ou não efeito suspensivo ou ativo 
(antecipação de tutela da pretensão recursal), também cabendo agravo interno dessa 
decisão. O relator deferirá esses efeitos quando for relevante a fundamentação e 
houver risco de lesão grave e de difícil reparação. É preciso ainda que haja requerimento 
do agravante, não cabendo ao relator concedê-lo de ofício. 
• Efeito translativo: de acordo com o art. 933, se o relator constatar a ocorrência de fato 
superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda 
não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as 
partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. 
• Efeito regressivo: Enquanto não julgado o agravo de instrumento, o juízo a quo poderá 
retratar-se, comunicando ao tribunal. Se a retratação for completa, o tribunal julgará 
prejudicado o recurso; se for parcial, só reexaminará aquela parte da decisão que não 
foi reformada. Havendo retratação, poderá ser interposto pela parte contrária um novo 
agravo de instrumento, desde que a nova decisão se insira nas hipóteses do art. 1.015 
do CPC. 
3. AGRAVO INTERNO 
É o recurso cabível contra decisões monocráticas do relator. 
Foi visto no art. 932, CPC que cabe ao relator, dentre outras funções, dirigir e ordenar o 
processo no tribunal, apreciar o pedido de tutela provisória, não conhecer de recurso 
inadmissível e dar ou negar provimento aorecurso, nos casos previstos nos incisos III, IV e V. 
Contra todas as decisões monocráticas do relator, será cabível o recurso do AGRAVO INTERNO 
para o ÓRGÃO COLEGIADO. 
Obs. É cabível, ainda, agravo interno contra decisões do Presidente ou Vice-Presidente do 
Tribunal de origem que indeferir o processamento de RE ou REsp, nas hipóteses dos arts. 1.030, 
§ 2º, 1.035, § 7º, e 1.036, § 2º, do CPC, que serão estudadas no capítulo dedicado ao RE e ao 
REsp. 
3.1 REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
• TEMPESTIVIDADE: 15 dias 
• RECOLHIMENTO DO PREPARO: DISPENSA PREPARO. Didier (2016, p. 289) explica que o 
preparo é dispensado no Agravo interno porque “o "custo" do agravo interno está 
embutido no custo da causa que tramita no tribunal, cujas despesas já foram 
antecipadas, pelo recorrente ou pelo autor da ação de competência originária”. 
• ENDEREÇAMENTO: o agravo interno será dirigido ao relator que proferiu a decisão (juízo 
“a quo”), o qual poderá exercer seu juízo de retratação. Mas o agravo interno SEMPRE 
será julgado por órgão colegiado. 
• REGULARIDADE FORMAL: no agravo interno o recorrente deverá impugnar 
especificadamente os fundamentos da decisão agravada (art. 1.021, §1°, CPC); 
3.2 EFEITOS DO AGRAVO INTERNO 
• EFEITO DEVOLUTIVO: todos têm; 
• EFEITO SUSPENSIVO: não possui efeito suspensivo automático, mas poderá ser atribuído 
por decisão judicial. 
• EFEITO TRANSLATIVO: podem ser reconhecidas matérias de ordem públicas, não 
alegadas anteriormente. 
• EFEITO REGRESSIVO: O relator poderá retratar-se, porém, antes de terá de ouvir a parte 
agravada, que apresentará as suas contrarrazões no prazo de 15 DIAS (art. 1.021, § 2º). 
3.3 PROCESSAMENTO DO RECURSO 
Sobre a tempestividade, o Agravo Interno deverá ser interposto no prazo de 15 dias e o 
agravado será intimado a manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 dias também. 
Após decorrido o prazo de resposta do agravado, o Relator poderá exercer o juízo de 
retratação, se não o fizer, recurso será examinado pela mesma turma julgadora ou órgão 
colegiado a quem caberia o julgamento do recurso no qual foi proferida a decisão monocrática 
do relator. 
Se for considerado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação 
unânime, o tribunal condenará o agravante ao pagamento de multa, que pode variar de 1% a 
5% do valor corrigido da causa, que reverterá em favor do agravado. 
4. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Regulamentado nos artigos 1.022 a 1.026, do CPC, os embargos de declaração são 
cabíveis contra QUALQUER DECISÃO JUDICIAL, interlocutórias, sentenças e acórdãos, proferidos 
em qualquer grau de jurisdição, cabendo, ainda, em todo tipo de processo, de conhecimento ou 
de execução, de jurisdição contenciosa ou voluntária. 
 Os embargos de declaração têm por finalidade: ESCLARECER OBSCURIDADE OU ELIMINAR 
CONTRADIÇÃO; SUPRIR OMISSÃO de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz 
de ofício ou a requerimento; CORRIGIR ERRO MATERIAL. Ou seja, os embargos de declaração 
serão opostos quando houver um ou mais desses vícios: 
o OBSCURIDADE: falta de clareza do ato. 
o CONTRADIÇÃO: falta de coerência na decisão. 
o OMISSÃO: quando o juiz deixa de se pronunciar em relação a algum ponto da decisão. 
o ERRO MATERIAL: são exemplos de erros materiais, erros de cálculo, os erros de 
expressão (indicação equivocada do nome das partes, do número do processo, do 
resultado) e, também, os chamados erros de fato como o tribunal deixa de conhecer 
recurso de apelação, por intempestividade, sem observar que havia comprovação de 
um feriado forense, na cidade em que foi apresentado; a sentença extinguiu o processo 
sem resolução de mérito por inércia do autor, quando ele tinha peticionado, tomando 
as providências necessárias para dar-lhe andamento, mas o cartório, por equívoco, não 
havia juntado aos autos a petição. 
4.1. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
• TEMPESTIVIDADE: 5 DIAS. Obs. OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO SÃO OS ÚNICOS QUE 
POSSUEM PRAZO DE INTERPOSISÇÃO DIFERENTE, 5 DIAS. Os demais recursos previstos 
no CPC/2016 possuem prazo de 15 dias. 
• PREPARO: não há recolhimento de preparo. 
• ENDEREÇAMENTO: os embargos de declaração são interpostos por petição e dirigidos 
ao juiz que proferiu a decisão. 
4.2. PROCESSAMENTO 
Os embargos de declaração são apresentados por petição, diretamente ao juízo que 
proferiu a decisão que está sendo questionada, o qual deverá fazer o juízo de admissibilidade 
do recurso. Uma vez conhecido o recurso, ao juiz caberá julgar o mérito dos embargos e sanar 
o vício apontado. De acordo com o art. 1.023, §2º, o juiz intimará o embargado para, querendo, 
manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual 
acolhimento implique a modificação da decisão embargada. Só haverá intimação da parte 
contrária para apresentar contrarrazões, se houver possibilidade de que o acolhimento desses 
embargos leve a modificação da decisão embargada. Colhidas as contrarrazões, o juiz terá 5 dias 
para julgá-los. 
Obs. Em sendo os embargos opostos contra decisão colegiada, seu julgamento também deverá 
ser feito por órgão colegiado e, sendo contra decisão monocrática de relator, deverá ser 
decidido de forma monocrática. 
ANTENÇÃO! Importante inovação trazida pelo Código Civil de 2016, está no art. 1,025, CPC, o 
qual preconiza que os elementos suscitados nos embargos poderão ser utilizados para fins de 
pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, 
caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. 
4.3. EFEITOS DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
• EFEITO DEVOLUTIVO: todos os recursos têm, aqui especialmente, uma vez que é da 
essência dos embargos devolverem ao juiz prolator da decisão, a matéria objeto de 
questionamento. 
• EFEITO SUSPENSIVO: os embargos de declaração, em regra, não possuem efeito 
suspensivo, todavia, o art. 1.026, § 1º, autoriza que o relator ou juiz poderá autorizar a 
aplicação do efeito suspensivo, sendo relevante a fundamentação e sendo caso de risco 
de dano grave ou de difícil reparação. 
• EFEITO TRANSLATIVO: permite ao julgador, ao examiná-los, conhecer matérias de 
ordem pública, de ofício. 
• EFEITO REGRESSIVO: 
• EFEITO INTERRUPTIVO DOS PRAZOS RECURSAIS: 
ATENÇÃO! Os embargos suspendem prazo para apresentação de outros recursos, tanto 
para quem os interpôs como para os demais litigantes. Todavia, se for constatada má-fé na 
interposição dos embargos, isto é, embargos ditos protelatórios, interpostos para atrasar o 
andamento do processo, o embargante poderá ser condenado à multa de até 2% do valor 
da causa atualizado e, em caso de reiteração da conduta, multa de até 10% do valor da causa 
atualizada. Importantíssimo ressaltar que o não pagamento da multa impede a interposição 
de novos recursos, salvo se o recorrente for a Fazenda Pública e dos beneficiários da justiça 
gratuita, que a recolherão ao final. 
 
4.4. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITO MODIFICATIVO 
Como visto anteriormente, os embargos de declaração têm por finalidade sanar vícios 
de obscuridade, contradição, omissão, além de possíveis erros materiais. Pois bem, pode ocorrer 
que, com o saneamento de algum desses vícios, haja alguma alteração de conteúdo da decisão 
recorrida. Todavia, é importante ressaltar que, o juiz NÃO PODE valer-se do julgamento dos 
embargos de declaração para modificar ou reformar sua decisão, seja modificar a sua convicção, 
seja reexaminando a prova, seja aplicando normas jurídicas diferentes daqueles utilizadas 
originariamente. 
5. RECURSO ORDINÁRIO 
O recurso ordinário é o recurso cabível contra as decisões proferidas nas ações que são 
de competência originária dos tribunais e será endereçado para o Supremo Tribunal de Justiça 
ou Superior Tribunal Federal. Explicando melhor, costuma-se fazer uma analogia entre o 
Recurso Ordinário e a Apelação. Nos processos quecorrem em primeira instância, contra a 
sentença o recurso cabível será apelação, já nos processos de competência originária dos 
tribunais, contra a decisão final ou sentença, não é cabível a apelação, mas sim o recurso 
ordinário. 
Desta forma, a função do Recurso Ordinário é possibilitar o reexame das decisões 
proferidas nos processos de competência originária dos tribunais, pelo STF e STJ, isto é, os 
tribunais superiores funcionam como uma espécie de “segunda instância” das decisões 
proferidas pelos tribunais. 
Chama-se “ordinário” uma vez que, embora a CF/88 preveja as hipóteses de cabimento 
desse recurso, em seus artigos 102, II e 105, II, ela não traz um rol taxativo das suas hipóteses 
de cabimento, tampouco quais os fundamentos ele poderá conter. 
5.1. PROCESSAMENTO 
• ENDEREÇAMENTO: o recurso ordinário será dirigido para o STF ou STJ, todavia, será 
interposto perante o relator do órgão recorrido. 
• RECOLHIMENTO DO PREPARO: Sim. 
• TEMPESTIVIDADE: prazo de 15 dias. 
• REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE: de acordo com o art. 1.028 do CPC, a ele se aplicam, as 
regras da apelação, observando-se as disposições dos regimentos internos do STF e do STJ. 
• CABIMENTO: 
➢ STF: de acordo com o art. 102, II, CF/88, compete ao Supremo Tribunal Federal 
julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o 
habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos 
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; 
➢ STJ: de acordo com o art. 105, II, CF/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça 
julgar, em recurso ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última 
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; b) os mandados 
de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais 
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando 
denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou 
organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País; 
 
IMPORTANTE!!! O RECURSO ORIDINÁRIO NÃO EXIGE PRÉ-QUESTIONAMENTO. 
6. RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL 
Em geral, os recursos podem ser divididos em duas categorias: 
• Ordinários: são aqueles recursos que buscam o reexame da decisão proferida, ou 
porque o recorrente não ficou satisfeito com o resultado (injusta da decisão), ou porque 
ela possui algum vício (correção). 
• Extraordinários lato sensu: interpostos contra decisões judiciais que contrariem a 
Constituição Federal ou as leis federais, de modo a garantir a uniformidade da 
interpretação. Nos recursos extraordinários lato sensu, não se pode alegar injustiça da 
decisão, uma vez que não cabe aos tribunais superiores fazer o papel de “terceira 
instância”. Nessa categoria estão inclusos o recurso extraordinário stricto sensu e 
recurso especial. 
6.1. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE COMUNS AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – RE E 
ESPECIAL – RESP. 
• TEMPESTIVIDADE: 15 dias. 
• PREPARO: ambos os recursos exigem preparo e porte de remessa e de retorno. 
(O preparo é o recolhimento das custas processuais, regulamentado na Lei de Custas de 
cada estado e pelos regimentos internos de cada tribunal. Já o porte de remessa e 
retorno dos autos é a quantia devida para custear o deslocamento do processo até a 
sede do Tribunal onde será julgado, e a devolução ao tribunal de origem). 
• QUE TENHAM SE ESGOTADO OS RECURSOS NAS VIAS ORDINÁRIAS: enquanto 
houver a possibilidade de interposição de algum recurso ordinário, não serão 
admissíveis o RE e o REsp. 
Súmulas 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na Justiça 
de origem, recurso ordinário da decisão impugnada” 
Súmula 207 do STJ: “É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos 
infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem” 
• QUE OS RECURSOS SEJAM INTERPOSTOS CONTRA DECISÃO DE ÚNICA OU 
ÚLTIMA INSTÂNCIA: esse requisito está intimamente ligado ao anterior. Como o RESP e 
o RE só serão cabíveis se não houver mais nenhuma possibilidade de recurso ordinário, 
é necessário que a decisão recorrida tenha sido proferida em única ou última instância. 
Todavia, há uma distinção importante entre os recursos especial e extraordinário: 
➢ RECURSO EXTRAORDINÁRIO: art. 102, III, CF/88 preconiza que, para o 
cabimento de recurso extraordinário, que a decisão tenha sido julgado em única 
ou última instância. 
➢ RECURSO ESPECIAL: art. 103, III, CF/88 preconiza que, para o cabimento de 
recurso especial, que a decisão tenha sido proferida em única ou última 
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
• QUE NÃO VISEM DISCUTIR JUSTIÇA DA DECISÃO: os recursos extraordinário e 
espacial, como visto anteriormente, não visam discutir matéria de fato, isto é, não 
servem para revisitar o fato ou reexaminar o conteúdo da decisão. Eles São de “matéria 
vinculada”, ou seja, só cabem nas hipóteses das alíneas dos arts. 102, III, e 105, III, da 
CF, as quais versão, estritamente, sobre preservação e uniformização da interpretação 
da CF e das leis federais. 
• O PREQUESTIONAMENTO: tanto o art. 102, III, quando o art. 105, III, 
determinam o cabimento dos recursos extraordinário e especial contra “causas 
decididas”. Essa expressão “causa decidida” quer dizer duas coisas: 
➢ tais recursos só são cabíveis contra decisões judiciais (“causas”), nunca contra 
as administrativas; 
➢ é preciso que a questão — constitucional ou federal — a ser discutida no recurso 
tenha sido ventilada nas instâncias ordinárias, isto é, suscitada e decidida 
anteriormente. Não cabe RE nem REsp sobre questões não previamente 
discutidas e decididas nas vias ordinárias. A essa exigência, dá-se o nome de 
prequestionamento, comum a ambos os recursos. 
IMPORTANTÍSSIMO!!! Não há nenhum dispositivo legal que regulamente o prequestionamento 
ou diga a forma como ele deve ser feito. Esse requisito é uma criação jurisprudencial do STF e 
STJ, portanto, regulamentado através de súmulas e pronunciamento desses órgãos. Dessa 
forma, há diferenças entre a forma de prequestionamento exigida pelo STF e STJ. 
Primeiramente é importante entender que só existe prequestionamento se a matéria já foi 
SUSCITADA e DECIDIDA por instâncias inferiores. 
 Caso não haja pronunciamento da instância inferior é necessário opor embargos de 
declaração, para que a questão seja apreciada. Aqui algumas considerações merecem ser feitas: 
➢ Para o STF, bastava a oposição dos embargos, para que a questão constitucional se 
considere prequestionada, ainda que ela não seja efetivamente apreciada nos 
embargos. É o que resulta da Súmula 356 do STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o 
qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso 
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. Da leitura da súmula, 
pode-se retirar que, para fins de prequestionamento para interposição de Recurso 
Extraordinário, basta a OPOSIÇÃO dos embargos de declaração sobre a matéria 
constitucional, não sendo necessário que a matéria seja, de fato, examinada. Daí falar-
se que, para o STF, para que seja admitido o Recurso Extraordinário, basta o 
“prequestionamento ficto”, uma vez que há possibilidade da matéria ter sido 
questionada em sede de embargos, mas não apreciada pelo órgão julgador. 
➢ Já o STJ exige o prequestionamento real, efetivo, como se pode verificar da redação da 
súmula 211: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da 
oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal ‘a quo’”. 
As retromencionadas súmulas foram redigidas, ainda, sob a égide do Código de Processo 
Civil de 1973, de forma que sua aplicação diverge do atual Art. 1.025,do CPC/2002, o qual diz 
“Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o 
tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade”. Sendo assim, 
prevalece o entendimento que, tanto para o STF (Recurso Extraordinário) quanto para o STJ 
(Recurso Especial), considera-se presquestionada a matéria, desde que ela tenha sido objeto de 
embargos de declaração, ainda que esses tenham sido rejeitados ou não admitidos. Ademais, 
importante destacar que este prequestionamento poderá ser implícito, isto é, o 
prequestionamento consiste na apreciação e na solução, pelo tribunal de origem, das questões 
jurídicas que envolvam a norma positiva tida por violada, inexistindo a exigência de sua expressa 
referência no acórdão impugnado. 
IMPORTANTE MATÉRIA QUE PODERÁ CAIR NA SEGUNDA FASE!!! 
6.2. REGRAS DE INTERPOSIÇÃO DO RE E RESP 
As regras de interposição do recurso extraordinário e do recurso especial são comuns e estão 
previstas no art. 1.029, CPC, segundo o qual: 
➢ O RE e RESP serão interpostos no prazo de 15 dias, perante o presidente ou vice-
presidente do tribunal a quo; 
➢ O presidente ou vice-presidente, intimará o recorrido para oferecer contrarrazões, no 
mesmo prazo. 
➢ Quando a questão permitir a interposição de ambos os recursos, RE e RESP, eles deverão 
ser interpostos de forma simultânea sob pena de preclusão consumativa. 
➢ A petição de interposição deverá conter: a exposição do fato e do direito; a 
demonstração do cabimento do recurso interposto; as razões do pedido de reforma ou 
de invalidação da decisão recorrida. 
➢ O órgão “a quo” fará o prévio juízo de admissibilidade. Foi visto na “teoria geral dos 
recursos” que o juízo de admissibilidade, é feito EM REGRA, pelo órgão “ad quem” e, 
exclusivamente no RECRUSO EXTRAORDINÁRIO e no RECURSO ESPECIAL ele será feito, 
também, pelo órgão a quo. 
6.3. EFEITOS DO RE E RESP 
• Ambos são dotados do EFEITO DEVOLUTIVO; 
• Não são dotados de EFEITO SUSPENSIVO, todavia, será possível ao interessado 
requerê-lo, na forma prevista no art. 1.029, § 5º, do CPC, quando a demora puder 
causar dano irreparável ou de difícil reparação. 
• O RE e o REsp NÃO TÊM EFEITO TRANSLATIVO, diante da exigência do 
prequestionamento, que não permite o reexame de matéria não ventilada, ainda 
que de ordem pública. 
6.4. RECURSO ESPECIAL 
6.4.1. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
De acordo com o art. 105, III, da CF/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça, julgar, 
em RECURSO ESPECIAL, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a 
decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
Para o cabimento do REsp, a afronta há de ser de lei federal ou tratado, não bastando que haja 
alegação de violação a enunciado de súmula (Súmula 518 do STJ). Ademais, A alínea “a” autoriza 
a interposição de recurso especial, tanto quando a decisão recorrida afronta ou deixa de aplicar 
dispositivo de lei federal ou tratado como quando dá a eles interpretação que, conquanto 
razoável, não é a melhor. 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
Essa hipótese não traz nada de novo, já que, se a decisão der pela validade de ato de governo 
local contestado em face de lei federal, estará contrariando esta última, com o que se recai na 
hipótese anterior. 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
Uma das funções do recurso especial é uniformizar a interpretação da lei federal no País. Sendo 
assim, dispõe o § 1º do art. 1.029 do CPC, segundo o qual “quando o recurso fundar-se em 
dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou 
citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, 
em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado 
disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, 
em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos 
confrontados”. Importante, ainda, ressaltar que a interpretação divergente forçosamente terá 
de ser de outro tribunal (nunca da primeira instância), não bastando que seja de outra turma do 
mesmo. Nesse sentido, a Súmula 13 do STJ: “A divergência de julgados do mesmo tribunal não 
enseja recurso especial”. 
6.5. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
6.5.1. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
De acordo com o art. 102, III, da CF/88, compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, 
mediante RECURSO EXTRAORDINÁRIO, as causas decididas em única ou última instância, 
quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
Contrariar dispositivo constitucional abrange não só negar-lhe vigência, isto é, afrontá-lo ou 
deixar de aplicá-lo, mas também não lhe dar a melhor interpretação, ainda que a dada seja 
razoável. 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
É por meio do recurso extraordinário que o STF realiza o controle difuso de constitucionalidade. 
Em qualquer processo, é possível aos litigantes postular a não aplicação de lei federal ou de 
tratado, por inconstitucionalidade. As instâncias ordinárias podem reconhecer a 
inconstitucionalidade, no processo em que ela foi suscitada, abrindo ensejo ao recurso 
extraordinário. Mas somente se for reconhecida a inconstitucionalidade: se o acórdão recorrido 
der pela constitucionalidade da lei federal ou tratado, o recurso não será admitido. 
Súmula 280 do STF: “Por ofensa ao direito local não cabe o recurso extraordinário”. 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. 
Se o acórdão declara a inconstitucionalidade de lei local, não cabe recurso extraordinário. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
Embora nesse caso não haja afronta direta à CF, ela é atingida por via indireta. Afinal, é ela que 
define qual o âmbito das leis locais e federais. Se o acórdão der pela validade da lei local em 
detrimento de lei federal, haverá um problema de legalidade e, portanto, questão constitucional 
subjacente. 
6.6. REPERCUSSÃO GERAL 
A necessidade de comprovação de repercussão geral é um dos principais requisitos de 
admissibilidade que diferenciam o RE do REsp e sua exigência está no §3º, do art. 102, da CF/88, 
segundo o qual: “No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral 
das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal 
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços 
de seus membros”. O objetivo da repercussão geral é diminuir o número de recursos 
extraordinários e melhorar o funcionamento do judiciário. 
O art. 1.035, CPC regulamenta de forma específica a REPERCUSSÃO GERAL. 
 
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não 
conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional 
nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo. 
§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou 
não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, 
social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do 
processo. 
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral 
para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. 
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar 
acórdão que: 
I - Contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal; 
III - Tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei 
federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal. 
 
Ademais, o procedimento para o reconhecimento darepercussão geral está regulamentado 
nos artigos 323 a 325 do Regimento Interno do STF. De modo geral, ele funciona da seguinte 
maneira: 
• O recorrente deverá, em preliminar formal e fundamentada, apresentar a repercussão 
geral, sob pena de indeferimento. 
• O relator se manifestará acerca da existência ou não da repercussão geral apresentada 
e submeterá por meio eletrônico, uma cópia aos demais ministros, que se pronunciarão 
no prazo comum de vinte dias (art. 324, do Regimento Interno do STF). 
• Para a análise da repercussão geral, o relator poderá admitir a manifestação de 
terceiros, subscrita por procurador habilitado (art. 1.035, § 4º, do CPC). 
• De acordo com o art. 102, CF, o recurso extraordinário somente poderá ser negado, em 
razão da falta de repercussão geral, por 2/3 dos seus ministros. 
• Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a 
suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, 
que versem sobre a questão e tramitem no território nacional (art. 1.035, §5º, do CPC). 
• O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 
(um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu 
preso e os pedidos de habeas corpus (art. 1.035, §9º, do CPC). Obs. O antigo CPC/1973 
previa que, não julgado no prazo de 1 ano, cessaria a suspensão dos processos similares. 
Todavia, o novo CPC/2016 não trouxe a mesma determinação, deixando um vácuo na 
hipótese de não julgamento do recurso extraordinário em 1 ano. Sendo assim, prevalece 
o entendimento que não havendo julgamento no prazo determinado de 1 ano, a 
suspensão não cessará automaticamente, podendo permanecer por decisão 
fundamentada do relator, havendo razões que justifiquem o atraso. 
• Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem 
negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem 
sobre matéria idêntica (art. 1.035, §8 º, do CPC). 
ATENÇÃO! A existência de Repercussão Geral somente poderá ser comprovada pelo 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
6.7. RECURSOS EXTRAODINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVOS 
O caput do art. 1.036, do CPC dispõe que “sempre que houver multiplicidade de recursos 
extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação 
para julgamento de casos repetitivos”. Ou seja, a norma processual permite que a questão 
jurídica, que teria de ser examinada inúmeras vezes, em cada um dos REs ou REsps, possa agora 
ser examinada uma única vez, com repercussão sobre os demais recursos especiais interpostos 
com o mesmo fundamento e com eficácia vinculante sobre os julgamentos posteriores, 
garantindo com isso uniformização das decisões, bem como, uma maior economia processual. 
O § 1º, do mesmo artigo, dispõe que: 
§ 1º O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal 
regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da 
controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao 
Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão 
do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que 
tramitem no Estado ou na região, conforme o caso. 
 
O recurso extraordinário e o recurso especial serão interpostos perante o presidente ou 
o vice-presidente do tribunal recorrido, ou seja, perante o juízo a quo. Caso o presidente ou vice-
presidente constate a existência de uma multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais 
que versem sobre a mesma questão jurídica, selecionará dois ou mais, os mais representativos 
da controvérsia. Ele fará uma seleção de pelo menos dois recursos extraordinários ou especiais, 
que sejam admissíveis e em que a questão jurídica repetida seja abordada de maneira mais 
detalhada, pelos mais numerosos ângulos, para que o julgamento destes recursos seja afetado 
na forma do art. 1.036 e possa servir de paradigma, repercutindo sobre o julgamento dos 
demais. 
Obs¹. Se o Presidente ou Vice-Presidente não tome a iniciativa de, constatada a multiplicidade 
de recursos sobre questão jurídica idêntica, selecionar os dois ou mais paradigmas, o relator do 
recurso no STF ou STJ poderá fazê-lo. Além disso, a escolha feita pelo Presidente ou Vice-
Presidente do tribunal de origem não vinculará o relator, que poderá, para fins de afetação, 
selecionar outros paradigmas. 
Obs². A palavra “AFETAÇÃO”, diz respeito à decisão que irá selecionar os recursos utilizados 
como paradigmas, demonstrando de forma detalhada a questão jurídica que será examinada, 
com eficácia de recurso repetitivo e efeito vinculante sobre os demais julgamentos em território 
nacional. 
Uma vez selecionados os RE e REsp que serão utilizados como paradigmas o relator do 
Tribunal superior, STF ou STJ, ordenará a suspensão de TODOS os RE e REsp que versem sobre a 
mesma matéria, bem como de todos os processos, individuais ou coletivos, mesmo ou ainda não 
sentenciados, que versem sobre a questão, em todo o território nacional. A suspensão se 
justifica, visto que, julgamento proferido no recurso repetitivo terá eficácia vinculante sobre 
todos os processos em curso no território nacional, cabendo, inclusive, reclamação contra a 
decisão que não a observar, desde que esgotadas as instâncias ordinárias (art. 988, § 5º, II, do 
CPC).p 
De acordo com o art. 1.037, § 4º Os recursos afetados deverão ser julgados no PRAZO 
DE 1 (UM) ANO e terão preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu 
preso e os pedidos de habeas corpus. 
Obs. Determinada a suspensão, o interessado pode requerer ao Presidente ou Vice-Presidente 
que exclua do sobrestamento e inadmita o recurso especial ou extraordinário que seja 
intempestivo, tendo o recorrente prazo de cinco dias para manifestar-se. Da decisão que 
indeferir o pedido de exclusão e que mantiver o processo sobrestado, caberá o agravo interno 
previsto no art. 1.021, do CPC. 
I. DO JULGAMENTO E PROCESSAMENTO 
• DEVERES DO RELATOR: Ao relator do Tribunal Superior, cabe uma série de 
providências, conforme preconiza o art. 1.037, CPC: 
Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, 
constatando a presença do pressuposto do caput do art. 1.036 , 
proferirá decisão de afetação, na qual: 
I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento; 
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos 
pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e 
tramitem no território nacional; 
III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos 
tribunais de justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de 
um recurso representativo da controvérsia. 
Obs. Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou 
pelo vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional 
federal, não se proceder à afetação, o relator, no tribunal superior, 
comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente que os houver 
enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão. 
 
 O relator poderá, ainda: I - solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou 
entidades com interesse na controvérsia, considerando a relevância da matéria e consoante 
dispuser o regimento interno; II - fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de 
pessoas com experiência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o 
procedimento; III - requisitar informações aos tribunais inferiores a respeito da controvérsia e, 
cumprida a diligência, intimará o Ministério Público para manifestar-se. 
• PRAZO: os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e 
terão preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os 
pedidos de habeas corpus. 
• INTIMAÇÃO DAS PARTES: as partes deverão ser intimadas da decisão de 
suspensão de seu processo, a ser proferida

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