Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Autorizações ambientais Apresentação A Resolução CONAMA nº. 237/97 regulamenta um rol abrangente de atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental. Porém, os entes federativos, dentro dos parâmetros estabelecidos na Lei Complementar nº. 140/11, arts. 7º, 8º e 9º, podem incluir tipologias no interesse de proteção do meio ambiente e qualidade de vida em níveis federal, estadual ou municipal. Estão sujeitos ao licenciamento ambiental a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de empreendimentos e atividades que utilizem recursos ambientais, que sejam considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como aqueles capazes de causar degradação ambiental. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver a diferença entre licenciamento, autorização e declaração ambiental. Em relação ao licenciamento, é importante que você esteja atento às atividades passíveis de licenciamento e, principalmente, ao prazo de validade para os diferentes tipos de licenças. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar licença ambiental, autorização e declaração ambiental.• Avaliar as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental.• Identificar os prazos vinculados a cada licença ambiental.• Desafio As autorizações são concedidas para estabelecer as condições de realização ou operação de empreendimentos, atividades, pesquisas e serviços de caráter temporário ou para executar obras que não caracterizem instalações permanentes. Nesse caso, visando auxiliar seu cliente, responda às perguntas a seguir: a) O que seu cliente deverá providenciar visando ao transporte e à comercialização dessas madeiras? b) Quais os principais objetivos dessa nova autorização? c) Caso não haja tempo suficiente para cortar a vegetação e a autorização municipal venha a perder a validade, poderá ser requerida uma renovação dela? Justifique sua resposta. Infográfico O Licenciamento Ambiental é um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. Essa definição está na Resolução nº. 237/97, e prevê a concessão de Licenças Ambientais ou de Autorizações Ambientais. Ambas são atos administrativos que apresentam as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental para uma determinada atividade. Por outro lado, são distintas. Veja, neste Infográfico, a diferença entre autorização, declaração e licença ambiental. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9bb908a4-e9b9-41ec-bcc7-7bc726963474/30984150-a5a4-4043-b267-82ad7914987f.jpg Conteúdo do livro Toda atividade que ocasiona impactos ambientais está sujeita ao licenciamento ambiental. Essa descrição é ampla, pois impacto ambiental é definido como sendo as alterações no ambiente causadas pelo desenvolvimento das atividades humanas no espaço geográfico. Nesse sentido, eles podem ser positivos, quando resultam em melhorias para o ambiente, ou negativos, quando causam algum risco para o ser humano ou para os recursos naturais encontrados no espaço. No Capítulo Autorizações ambientais, parte do livro Licenciamento ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você compreenderá mais a respeito das atividades que necessitam de licenciamento ambiental, bem como os prazos de validade e a diferença entre licenciamento e autorizações. Boa leitura. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Ronei Stein Autorizações ambientais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar licença ambiental, autorização e declaração ambiental. Apresentar as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. Identi� car os prazos vinculados a cada licença ambiental. Introdução A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº. 237, de 19 de dezembro de 1997, regulamenta uma série de atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental. Porém, os entes federativos, dentro dos parâmetros estabelecidos na Lei Complementar (LC) nº. 140, de 8 de dezembro de 2011, arts. 7º, 8º e 9º, podem incluir tipologias no interesse de proteção do meio ambiente e qualidade de vida em níveis federal, estadual ou municipal. Estão sujeitos ao licenciamento ambiental a construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. Neste capítulo, você vai aprender a diferença entre licenciamento, autorização e declaração ambiental. É importante que os profissionais estejam sempre atentos às atividades passíveis de licenciamento e, prin- cipalmente, ao prazo de validade para cada tipo de licença. Diferenças entre licença, autorização e declaração ambiental Qualquer atividade ou empreendimento que pode causar danos ao meio ambiente deve apresentar licenciamento ambiental. Por isso é necessário diferenciar licenciamento ambiental de licença ambiental. Licenciamento ambiental é um procedimento administrativo que licencia uma atividade utilizadora de recursos naturais, efetiva ou potencialmente perigosa ao meio ambiente. Já a licença ambiental é um ato administrativo que apresenta as condições, restrições e medidas de controle ambiental. É permanente, desde que o empreendimento ou atividade respeite as condicionantes contidas na licença ambiental. Vale ressaltar que esse ato apresenta data de validade. As licenças ambientais mais utilizadas são: Licença prévia (LP) — conferida na fase inicial, atesta a viabilidade am- biental do empreendimento ou atividade. Estabelece requisitos básicos que devem ser atendidos nas fases de instalação e operação, observando os planos municipais, estaduais ou federais ambientais e de uso do solo, neles incluídas as diretrizes do Plano Diretor. Licença de instalação (LI) — expressa o consentimento para o início da implementação do empreendimento ou atividade, de acordo com as especi- fi cações do Projeto Executivo aprovado, conforme conteúdo do inciso II do art. 8º da Resolução CONAMA nº. 237/1997 (BRASIL, 1997). Licença de operação (LO) — possibilita o início da ocupação dos empreendi- mentos ou início das atividades após a verifi cação do efetivo cumprimento das licenças anteriores, nos moldes do inciso III do art. 8ª da Resolução CONAMA nº. 237/1997 (BRASIL, 1997). Já as autorizações são definidas como ato administrativo concedido pelo órgão ambiental competente, de natureza precária, que autoriza a execução específica de um empreendimento ou atividade utilizadora de recursos am- bientais, não sendo classificada como licença ambiental. Ou seja, a autorização será concedida para estabelecer as condições de realização ou operação de empreendimentos, atividades, pesquisas e serviços de caráter temporário ou para execução de obras que não caracterizem instalações permanentes. Caso o empreendimento, atividade, pesquisa, serviço ou obra de caráter temporário passe a configurar situação permanente, será exigida a licença ambiental correspon- dente, em substituição. O prazo de validade da licença pode variar conforme o órgão ambiental que está realizando o licenciamento. Autorizações ambientais2 Existem diferentes tipos de autorizações e cada uma possui modalidades específicas. Veja a seguir. Autorização para Exploração Florestal: ■ Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) — conjunto de ativida- des e intervenções planejadas, adaptadas às condições das florestas e aosobjetivos sociais e econômicos do seu aproveitamento, visando à produção racional de produtos e subprodutos florestais, possibilitando o seu uso em regime de rendimento sustentável. ■ Plano de Manejo Agroflorestal Sustentável (PMAS) — uso racional do solo para a elevação da produção total, combinando culturas agrícolas e frutíferas com essências florestais, em forma simultâ- nea ou consecutiva, e que aplique práticas de manejo em regime de rendimento sustentável, compatíveis com as formas cultural e socioeconômica de vida da população local. ■ Plano de Manejo Silvipastoril Sustentável (PMSS) — uso racional do solo para elevar a produção total, combinando técnicas pastoris e florestais, de forma simultânea ou sequencial, de maneira que alcance a elevação da produtividade em regime de rendimento sustentável. ■ Planos de Manejo Integrados Agrossilvipastoril Sustentável (PMIAS) — conjunto de sistemas e práticas de uso do solo que envolve a interação socioeconômica e conservacionista aceitável de árvores e arbustos com culturas agrícolas, pastagens e animais, de forma sequencial ou simultânea, de maneira que alcance a maior produti- vidade total em regime sustentável. Autorização para Uso Alternativo do Solo: qualquer alteração ou supressão na cobertura vegetal nativa, visando à implantação de empreendimentos públicos e privados, atividades de mineração, atividades agropecuárias e silviculturais. Autorização para o Uso do Fogo Controlado: documento que autoriza o uso do fogo controlado como prática cultural e manejo em atividades agrícolas e silviculturais. Autorização para o Transporte de Produtos Florestais: também conhecida como Documento de Origem Florestal (DOF), que constitui o transporte e armazenamento de produtos fl orestais de origem nativa, inclusive o carvão 3Autorizações ambientais vegetal nativo, contendo as informações sobre a procedência desses produ- tos, nos termos do art. 36 da Lei nº. 12.651, de 25 de maio de 2012 (Código Florestal) (BRASIL, 2012). Conforme a Portaria IBAMA nº. 44, de 6 de abril de 1993, são considerados produtos florestais: madeira em toras; toretes; postes não imunizados; escoramentos; palanques roliços; dormentes nas fases de extração e fornecimento; mourões ou moirões; achas e lascas; pranchões desdobrados com motosserra; lenha; palmito; xaxim; óleos essenciais; bloco ou filé, tora em formato poligonal, obtida a partir da retirada de costaneiras (BRASIL, 1993). Autorização para o Transporte de Produtos Perigosos: é um documento emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), obrigatório desde 10 de junho 2012, para o exercício da atividade de transporte marítimo e de transporte interestadual (terrestre e fl uvial) de produtos perigosos. A Autorização Ambiental para Transporte de Produtos Perigosos é obrigatória às empresas que exercem a atividade nos modais rodoviário (veículos), ferroviário (trens) e aquaviário (embarca- ções), em mais de uma unidade da Federação. A mesma autorização vale para transportadores de produtos perigosos no modal marítimo (embarcações), conforme a Instrução Normativa IBAMA nº. 05, de 9 de maio de 2012, e as suas atualizações. A Figura 1 ilustra acidentes que podem resultar em graves prejuízos ambientais. Autorizações ambientais4 Figura 1. Acidentes com o transporte de produtos perigosos podem resultar em graves passivos ambientais. Fonte: Shutterstock.com. O órgão ambiental competente pode fornecer uma declaração chamada de ato adminis- trativo, em que é relatada a situação de um determinado empreendimento ou atividade. Para exemplificar, podemos supor que um empreendimento licenciamento pelo órgão ambiental estadual tenha despejado efluente líquido industrial em um rio, ocasionando a morte de peixes. Nesse caso, o órgão ambiental municipal deve emitir uma declaração ao órgão estadual para relatar o acontecimento. Isso deve acontecer porque o órgão ambiental municipal não é responsável pelo empreendimento, pois não possui atribuição legal para atuar na causa. As declarações também podem ser geradas pelo próprio empreendimento ou atividade. Um exemplo é a Declaração Ambiental do Produto (EPD), que visa informar os clientes de uma empresa sobre os impactos que o seu produto ou serviço gera sobre o meio ambiente. O documento serve como prova do 5Autorizações ambientais compromisso da empresa com a proteção do meio ambiente. A declaração acaba sendo também uma ferramenta de marketing eficaz, que define o perfil ambiental completo do produto ou do serviço fornecido. Atividades sujeitas ao licenciamento ambiental Não é todo empreendimento que precisa de licenças ambientais. De acordo com a Lei n°. 6.938, de 31 de agosto de 1981, são passíveis de licenciamento as atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva e potencialmente poluidoras, bem como as capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental (BRASIL, 1981). Por se tratar de uma defi nição extremamente ampla, mais tarde a Resolução CONAMA nº. 237/1997, em seu Anexo I, defi niu uma série de atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. O Quadro 1 apresenta uma lista baseada nesse documento. Área/ empreendimento Atividades passíveis de licenciamento Extração e tratamento de minerais Pesquisa mineral com guia de utilização; lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; lavra subterrânea com ou sem beneficiamento; lavra garimpeira; perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. Indústria de produtos minerais não metálicos Beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração; fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos, como produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. Indústria metalúrgica Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos; produção de fundidos de ferro e aço, arames, relaminados com ou sem tratamento de superfícies, inclusive galvanoplastia; relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas; produção de soldas e anodos; metalúrgica de metais preciosos; fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfícies. Quadro 1. Principais atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. (Continua) Autorizações ambientais6 (Continuação) (Continua) Área/ empreendimento Atividades passíveis de licenciamento Indústria mecânica Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmico e de superfícies. Indústria de material elétrico, eletrônico e de comunicações Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; fabricação de material elétrico, eletrônico e de equipamentos para telecomunicações e informática. Indústria de material de transporte Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios, fabricação e montagem de aeronaves, fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes. Indústria de madeira Serraria e desdobramento de madeira; preservação de madeira; fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada; fabricação de estruturas de madeira e de móveis. Indústria de papel e celulose Fabricação de celulose e pasta mecânica; fabricação de papel e papelão; fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada. Indústria de fumo Fabricação de cigarros, charutos, cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo. Indústria de borracha Beneficiamento de borracha natural; fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos; fabricação de laminados e fios de borracha; fabricação de espuma e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex. Indústria de couros e peles Secagem e salga de couros e peles, curtimento e fabricação de couros epeles, fabricação de cola animal. Indústria química Produção de substância e fabricação de produtos químicos, como: cosméticos, óleos e gorduras, resinas e fibras, explosivos, solventes, produtos de limpeza, fertilizantes, entre outros. Indústria de produtos de matéria plástica Fabricação de laminados plásticos e de artefatos de material plástico. Quadro 1. Principais atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. 7Autorizações ambientais (Continuação) (Continua) Área/ empreendimento Atividades passíveis de licenciamento Indústria têxtil, de vestuário e artefatos de tecidos Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos; fabricação e acabamento de fios e tecidos; tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos, fabricação de calçados e componentes para calçados. Indústria de produtos alimentares e bebidas Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares; matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal; fabricação de conservas; preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados; preparação e beneficiamento de leite e derivados; refino e preparação de óleo e gorduras vegetais; fabricação de bebidas alcóolicas e não alcóolicas; entre outros. Turismo Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos. Indústrias diversas Usinas de produção de concreto, asfalto e galvanoplastia. Obras civis Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; barragens e diques; canais para drenagem; retificação de curso de água; transposição de bacias hidrográficas, entre outras. Serviços de utilidade Produção de energia termoelétrica; transmissão de energia elétrica; estações de tratamento de água; tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos; dragagens e derrocamentos em corpos d’água; recuperação de áreas contaminadas ou degradas, entre outros. Atividades diversas Parcelamento do solo; distrito e polo industrial. Transporte, terminais e depósitos Transporte de cargas perigosas; transporte por dutos, marinas, portos e aeroportos; terminais de minério, petróleo e derivados de produtos químicos; depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. Quadro 1. Principais atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. Autorizações ambientais8 A Resolução CONAMA n°. 237/1997 é exemplificativa e não pretende esgotar todas as possibilidades, pois seria impossível, mas funciona como um norteador para os empreendedores, órgãos ambientais e os próprios profissionais da área (BRASIL, 1997). Validade das licenças ambientais Após a obtenção do licenciamento ambiental, devemos fi car atentos ao prazo de validade, que é estabelecido pelo órgão ambiental competente para cada licença, conforme a Resolução CONAMA nº. 237/1997, art. 18 (BRASIL, 1997). Fonte: Adaptado de Brasil (1997). Área/ empreendimento Atividades passíveis de licenciamento Atividades agropecuárias Projeto agrícola; criação de animais; projetos de assentamentos e de colonização. Uso de recursos naturais Silvicultura; exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre; utilização do patrimônio genético natural; manejo de recursos aquáticos vivos; introdução de espécies exóticas e geneticamente modificadas, uso da diversidade biológica pela biotecnologia. Quadro 1. Principais atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. (Continuação) 9Autorizações ambientais O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, ob- servadas a natureza, as características e as peculiaridades da atividade ou do empreendimento e, ainda, a compatibilidade do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação (Resolução CONAMA nº. 237/1997, art. 9º) (BRASIL, 1997). É fundamental ressaltar que apenas as LPs obtidas pelo instrumento de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), LIs e LOs poderão ser renovadas. Para as demais modalidades, é necessário reiniciar os procedimentos administrativos. LP antecedida de EIA/RIMA: poderá ser renovada uma vez, desde que não tenham ocorrido mudanças ambientais que indiquem a necessidade de novo EIA, a critério do órgão licenciador. LI: poderá ser regularmente renovada dentro da necessidade de execução de obras contempladas pela primeira licença de instalação emitida. LO: poderá ser regularmente renovada durante o período de uso do empreendimento. Licenças ambientais têm prazo de vigência parcialmente defi nido por Lei Federal. No entanto, cada órgão licenciador competente, tanto municipal quanto estadual, poderá estabelecer os prazos de validade para cada li- cença (LP, LI e LO), levando em consideração o estabelecido nos planos e projetos entregues e também o exposto na Resolução Nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Para saber quais são os prazos máximos, veja o Quadro 2, que apresenta um resumo da validade das licenças ambientais. Autorizações ambientais10 Fonte: Adaptado de Struchel (2016). LP LI LO Requisitos mínimos para o estabelecimento do prazo de validade: Conforme estabelecido no cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade. Conforme estabelecido no cronograma de instalação do empreendimento ou atividade. Conforme estabelecido nos planos de controle ambiental. Duração do prazo de validade: Não pode ser superior a cinco anos. Não pode ser superior a seis anos. Não pode ser inferior a quatro e superior a dez anos. Quadro 2. Prazos de licenças ambientais. Dependendo do município ou estado brasileiro de requerimento da licença ambiental, o nome da licença ou sua sigla pode variar, ou mesmo podem ser estabelecidas licenças diferenciadas, como no município de Aracruz (ES), onde são conceituadas pela Lei Municipal nº 2.436, de dezembro de 2001, a Licença Ambiental de Regularização (LAR), a Licença Ambiental Única (LU) e a Licença Ambiental Simplificada (LS), tendo também prazos especificados por essa mesma Lei. Renovação das licenças ambientais Outra característica importante da licença é sua estabilidade temporal, uma vez que não é defi nitiva, podendo ser renovada periodicamente (BRASIL, 1981; BRASIL, 1997; BRASIL, 2011). Struchel (2016) comenta que a renovação da licença ambiental deverá ser solicitada conforme defi nido na legislação e impresso na própria licença e o empreendedor requerer a sua renovação. 11Autorizações ambientais A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração do prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente (art. 14) (BRASIL, 2011). Além disso, o órgão ambiental competente poderá revisar a qualquer mo- mento as licenças ambientais. A revisão poderá ser feita em três hipóteses, conforme art. 19 da Resolução CONAMA nº. 237/1997: violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiarem a expedição da licença; superveniência de graves riscos ambientais e de saúde (BRASIL, 1997). É muito importante ficar atento à validade e às condicionantes contidas na licença ambiental. Com a validade expirada, além de o estabelecimento estar sujeito a sanções, terá que reiniciar todo o processo de licenciamento ambiental. Ou seja, no lugar de apenas renovar a LO, deverá encaminhar ao órgão ambiental um novo projeto, visando a uma licença de operação-regularização. Além das taxas mais elevadas, poderá haver também a exigência de maiores estudos de impactos ambientais. Autorizações ambientais12 BRASIL. Lei nº. 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. 2012. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 26 nov. 2017. 13Autorizações ambientais BRASIL. Lei complementar nº. 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. 2011. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp140.htm>. Acesso em: 26 nov. 2017. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 237, de 19 de dezembro de 1997. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797. html>. Acesso em: 22 nov. 2017. BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Portaria nº. 44-n, de 06 de abril de 1993. Dispõe sobre a autorização para transporte de produto de florestal - ATPF e dá outras providências. 1993. Disponível em: <http:// www.mma.gov.br/estruturas/pnf/_arquivos/portaria_ibama_44n_93.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017. BRASIL. Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providên- cias. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 26 nov. 2017. STRUCHEL, A. C. O. Licenciamento ambiental municipal. São Paulo: Oficina de Textos, 2016. Leituras recomendadas BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Instrução normativa nº. 5, de 9 de maio de 2012. 2012. Disponível em: <http://www.ibama. gov.br/phocadownload/produtosperigosos/in_05_2012.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2017. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de licenciamento ambiental. Brasília: MMA, 2009. MACHADO, A. Q. Licenciamento ambiental: atuação preventiva do Estado à luz da Cons- tituição da República Federativa do Brasil. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. Dica do professor Comumente escutamos nos noticiários sobre acidentes envolvendo cargas perigosas, colocando em risco a qualidade do meio ambiente. Dessa forma, as empresas precisam providenciar a autorização de transporte de produtos perigosos. Essa autorização, que é totalmente gratuita, é obrigatória às empresas transportadoras que exercerem a atividade de transporte de produtos perigosos nos modais rodoviário (veículos), ferroviário (trens) e aquaviário (embarcações) em mais de uma unidade da federação. Nesta Dica do Professor, você saberá mais a respeito da autorização de transporte de produtos perigosos. Assista ao vídeo a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9fdb42753af785fbf114ade7b4208b2d Exercícios 1) A Resolução CONAMA nº 237/97 definiu atividades/empreendimentos que necessitam de licenciamento ambiental. Dentre as alternativas a seguir, qual atividade estaria ISENTA de licenciamento? A) Beneficiamento de borracha natural. B) Construção de uma rodovia. C) Parcelamento do solo. D) Agência de turismo. E) Exploração econômica de madeira. 2) As licenças/autorizações ambientais apresentam datas de validade, sendo que o proprietário deverá ficar atento quanto aos prazos de vencimento, podendo inclusive sofrer sanções. Em relação à validade das licenças/autorizações ambientais, assinale a alternativa correta. A) A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 dias de expiração de seu prazo de validade. B) Após emitida a licença ambiental, o órgão ambiental não poderá mais revisar o licenciamento ambiental da atividade. C) As autorizações ambientais têm data de validade de no máximo dois anos. D) Em relação às licenças de operação-regularização, estas têm validade de no máximo dois anos. E) A licença prévia não pode apresentar validade superior a quatro anos. 3) É fundamental conhecer a diferença entre licença, autorização e declaração. Qual das alternativas a seguir está correta? A) A declaração municipal não tem fins legais. B) A autorização é um documento permanente, enquanto a licença ambiental tem data de validade. C) A autorização é concedida apenas para atividades que visam à exploração florestal. D) A licença ambiental é definida como um ato administrativo pelo qual o órgão judiciário competente licencia empreendimentos que possam causar degradação ambiental. E) A licença ambiental é exigida quando o empreendimento ou a atividade passa a configurar situação permanente. 4) É essencial que os profissionais estejam atentos não somente aos diferentes tipos de licenciamento, mas também às diferentes autorizações que os órgãos ambientais podem solicitar. Como exemplo, pode-se citar o documento de origem florestal (DOF). Qual a alternativa correta em relação a essa autorização? A) A única forma de requisitar o DOF é procurar a sede do Ibama mais próxima. B) É obrigatório apenas quando houver comercialização de produtos florestais entre Estados. C) Consiste em uma autorização fornecida pelo Ibama para comercialização e transporte de produtos florestais. D) O DOF é exigido para pessoas físicas. E) O DOF é exigido apenas para produtos florestais brutos, como madeira em tora, lenha, palmito, xaxim, entre outros. 5) Outra autorização fundamental emitida pelo órgão ambiental é a autorização para o transporte de produtos perigosos. Assinale a alternativa correta a respeito dessa autorização. A) Apenas os produtos que possam causar danos ambientais devem ter a autorização para o transporte de produtos perigosos. B) Para cada novo transporte, deve-se requer uma nova autorização para o transporte de produtos perigosos. C) Tanto a matriz como as filiais devem requer a autorização para o transporte de produtos perigosos. D) Esta autorização é obrigatória para atividade de transporte de produtos perigosos no modal rodoviário (veículos). E) As pequenas empresas, normalmente, deixam de fazer a autorização de transporte de produtos perigosos em razão dos altos custos envolvidos. Na prática Mesmo que as atividades ou os empreendimentos tenham o devido licenciamento ambiental, este não é o único documento necessário, dependendo do tipo de atividade desenvolvida. Dessa forma, é fundamental que os profissionais estejam atentos às autorizações que os órgãos ambientais podem exigir. Caso elas não tenham sido providenciadas, poderão haver complicações, colocando, inclusive, o andamento das atividades ou o próprio estabelecimento em risco. Confir Na prática, uma situação em que a falta de um documento gerou complicações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A autorização de produtos perigosos consiste em um documento emitido pelo Ibama e que obrigatório desde 10 de junho 2012 para o exercício da atividade de transporte marítimo e de transporte interestadual (terrestre e fluvial) de produtos perigosos. Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre essa autorização. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O entendimento pleno do licenciamento ambiental e de sua aplicabilidade por gestores públicos, empreendedores e sociedade é imprescindívelpara a proteção dos recursos ambientais existentes. Leia o artigo a seguir e saiba mais a respeito desse assunto. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Leia no artigo a seguir uma análise crítica dos procedimentos de avaliação ambiental nos projetos da Iirsa, em especial daqueles que envolvam o território brasileiro. https://www.youtube.com/embed/rQB064k0rmM http://www.uezo.rj.gov.br/ojs/index.php/ast/article/view/55 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.ceaf.mppr.mp.br/arquivos/File/Biblioteca/05-20_3_Encontro_Anual_da_Rede_Ambiental/RTDoc16_5_11_1_52_PM.pdf
Compartilhar