Buscar

Pensamento Politico - Unidade VI - Cruzeiro do Sul Educacional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pensamento Político
Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Fábio Mariano da Silva 
Revisão Textual:
Profa. Esp.Vera Lídia de Sá Cicarone
5
• Introdução
• O Renascimento
• O Iluminismo
Você acha que todas as relações que estabelecemos são contratuais?
Como viver numa sociedade complexa como a nossa sem que, para isso, façamos acordos 
de convivência? 
Esta unidade permite, através de três autores: Hobbes, Locke e Rousseau, responder a essas 
perguntas. Se olharmos à nossa volta, iremos perceber como nos relacionamos e de que 
forma, ainda que implicitamente, nós vivemos em sociedade através de acordos.
Além disso, como seria um Estado sem um povo, sem um território ou sem soberania? 
Não dá pra imaginar, não é mesmo? Foi Maquiavel que demonstrou como se constitui um 
Estado, como alcançar e como se manter no poder. Sua teoria, embora mal interpretada 
algumas vezes, é das mais importantes para o contexto político em que vivemos.
Durante a leitura, você poderá elaborar questões e imaginar de que forma os conceitos 
estudados se aplicariam no nosso dia a dia. 
 · Nesta unidade, iremos estudar a constituição do pensamento 
político na Idade Moderna. Abordaremos os elementos que 
foram importantes para a constituição do Estado: território, 
soberania e povo, e veremos como os pensadores imaginavam 
o Estado ideal.
 · Observe como autores importantes tratavam os temas políticos 
naquela época, relacionados ao poder, à divisão de poderes 
e aos pactos.
Pensamento Político e as Instituições 
Políticas no Estado Moderno
6
Unidade: Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
Contextualização
Veja que blog interessante que trata da formação dos Estados Nacionais
• http://www.controversia.com.br/blog/estado-em-questo/
Você se lembra de Montesquieu?
http://www.controversia.com.br/blog/estado-em-questo/
7
Introdução
Como vimos na unidade anterior, o Estado Medieval foi um longo período da história da 
humanidade marcado, sobretudo, pelas diferenças entre Estado e Religião, pelas disputas 
por terras e pela forma como o poder estava distribuído e sendo exercido por reis e papas. 
Tratava-se de um estado ou sociedade política fragmentada, cujas instituições políticas estavam 
centralizadas, mas que, ao final do seu período, se destacou por seu interesse pela educação, 
pelas artes e pela música.
Entramos, agora, em um novo tópico no qual trataremos da Idade Moderna.
O Estado Moderno nasceu na segunda metade do século XV, a partir do desenvolvimento 
do capitalismo mercantil em países como França, Inglaterra e Espanha e, mais tarde, na Itália. 
Perceba que, até o presente momento, não havíamos tratado dos Estados nominalmente; 
falávamos de sociedades políticas. A partir deste momento, passaremos a tratá-los pela forma 
como os conhecemos hoje. Vale destacar que a Idade Moderna foi marcada por três grandes 
momentos, que são: o Renascimento, o Racionalismo e o Iluminismo. Teremos oportunidade de 
observar a pujança de fatos e ideias que surgiram durante esses períodos.
Você Sabia ?
Estado Moderno: reação contra a descentralização feudal da Idade Média e contra o controle 
da Igreja Romana, assumindo a forma do absolutismo monárquico.
O Renascimento 
Foi um movimento que teve seu início ao final da Idade Medieval adentrando na Idade 
Moderna no começo do século XIV, na península itálica e que foi difundido nos séculos 
posteriores, mais especificamente, por toda Europa. Contribuiu, de maneira incisiva, para o 
desenvolvimento histórico da Europa. 
Esse período caracterizou-se, entre outros motivos, por um renovado interesse pelo passado 
greco-romano clássico, especialmente por aquilo que dizia respeito às Artes. Isso porque os 
gregos e os romanos eram valorizados pela forma como conduziam o pensamento político, em 
especial, pelo fato de o homem ser considerado o centro do pensamento humano, pensamento 
esse que ficou conhecido como antropocentrismo.
Se, antes, havia uma confusão entre os espaços públicos e os espaços privados, foi nessa fase 
que se deixou devidamente demarcado cada um desses espaços. Os poderes, antes visualizados 
de maneira difusa e muito confusa por causa das disputas entre Estado e Igreja, passaram a ser 
reorganizados de forma que Estado e Sociedade passaram a ser caracterizados como entes 
diferenciados com aspectos próprios. Claramente estavam sob o regime de monarquias absolutistas.
8
Unidade: Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
Entre os grandes feitos desse período, precisamos reiterar que, ao se afastarem as suposições 
teológicas a respeito do homem, os renascentistas deixaram sua marca na forma política de 
encarar o Estado. 
Trocando Ideias
Suposições teológicas são aquelas feitas por quem acredita que somente Deus 
é a origem de tudo. 
Equipe de produção, inserir elemento visual Atenção / Importante: A discussão a respeito das 
artes, da ciência, da filosofia e do próprio homem também foi conhecida como Humanismo. 
Quais teriam sido as principais causas da passagem de um período como o Teocentrismo 
para um novo período conhecido como Humanismo? 
Podemos destacar ideias principais:
 » a chegada dos gregos às cidades italianas;
 » a perda do senso religioso (sec. XIV e XV);
 » a difusão do pensamento e da cultura; 
 » maior contato com as culturas não cristãs, coo, por exemplo, as islâmicas, as chinesas 
e as indígenas;
 » valorização do pensamento racional; 
 » O avanço da medicina e da anatomia, já que muitas das obras de Hipócrates e 
Galeano foram traduzidas; 
 » as inovações no campo da astronomia graças a Nicolau Copérnico, Tycho Brahe e 
Johannes Kepler; 
 » as transformações geográficas graças às explorações e aos descobrimentos de 
novos continentes. 
No campo das artes, foi entre 1450 e 1550 que ocorreu o período de maior produção 
renascentista, embora, na Europa, tenha permanecido durante todo o século XVI. 
Dentre muitos nomes de artistas, pintores, escultores e cientistas famosos que conhecemos, 
destacaremos apenas alguns: 
 » Leonardo da Vinci (1452 – 1519): pintor, arquiteto, escultor, físico, engenheiro, 
escritor e músico. Destacou-se em todos esses ramos da arte e da ciência. É autor, 
entre outros quadros famosos, de Gioconda ou Mona Lisa e da Última ceia; 
 » Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564): arquiteto, escultor e pintor. Ajudou a 
projetar a grandiosa cúpula da basílica de São Pedro, em Roma. São dele também as 
9
esculturas Pietá, Davi, Moisés, além das pinturas da Capela Sistina, situada ao lado 
da basílica de São Pedro;
 » Rafael Sanzio (1483 – 1520): autor de várias madonas e de retratos de papas e reis; 
 » Sandro Botticelli (1444 – 1510): também pintou um grande número de 
madonas, além de quadros de inspiração religiosa e pagã, como a A primavera e 
o Renascimento de Vênus; 
 » Galileu Galilei (1564 – 1642): responsável por uma revolução científica e 
considerado o pai da ciência moderna, em razão das descobertas da lei dos corpos e 
do princípio da Inércia.
Nicolau Maquiavel
Foi o primeiro pensador responsável pelo entendimento dos elementos necessários à 
constituição do Estado.
Nicolau Maquiavel, no início de 1500, destacou um elemento que considerava essencial à 
fundação do Estado. E qual era esse elemento? A força. Viveu entre os anos de 1469 – 1527, 
tendo nascido em Florença, Itália. Entre suas obras, as mais famosas são: O discurso sobre 
as décadas de Tito Lívio, escrito em 1517 e publicado somente em 1531, em que elogiava 
o governo dos romanos e propunha aquele modelo para os governantes de seu tempo, e O 
Príncipe, escrito em 1513 e publicado posteriormente, especificamente em 1532, obra da qual 
trataremos mais adiante. 
Foi considerado o fundador da Ciência Política moderna e foi um dos primeiros a utilizar a 
palavra “Estado”, que foi substituindo o termo República, sendo sua teoria fortemente marcada 
pela análise do podere do Estado.
Foi na sua obra “O Príncipe” que tratou da forma como o governante deveria conquistar 
o poder e apresentou os mecanismos para mantê-lo. E não somente isso. Apontou, também, 
formas de evitar os erros que eram cometidos por quem estava no exercício do poder, fosse o 
rei ou o príncipe. Nessa obra ele demonstrou a sua preocupação em analisar acontecimentos 
ocorridos ao longo da história, comparando-os com o que ocorria em seu tempo. 
Na época em que escreveu um dos mais importantes tratados políticos sobre o Estado, a Itália 
estava dividida em reinos, ducados e repúblicas, quase todos, senão todos eles, tomados pela 
degeneração, e, como podemos lembrar, passaram a ser organizados pelas formas impuras de 
governo, já que haviam se desviado de sua função principal. 
O autor da frase “Os fins justificam os meios” foi indevidamente criticado pelo que disse, 
pois, simplesmente, foi mal interpretado. Segundo ele, os fins justificavam os meios dentro 
de uma determinada situação política que, como observamos em nossa atualidade, sempre 
sofre influência de outras dimensões, como a social, a econômica, a religiosa e a moral. Nesse 
caso, cabia ao político, com as suas capacidades de análise e de estratégia, encontrar um meio 
perante essa conjuntura para alcançar um determinado fim que considerasse mais adequado 
ao seu governo.
10
Unidade: Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
Trocando Ideias
Podemos perguntar: se quase todos os reinos, ducados e repúblicas estavam tomados pela 
corrupção, de que forma poderiam se recuperar de suas debilidades?
As debilidades, fragilidades e degenerações somente poderiam ser corrigidas pela atuação 
de um Estado que estivesse sob o regime de uma monarquia absolutista. Embora considerasse 
necessário separar religião e moral da política, esses dois elementos poderiam ser utilizados para 
consolidar o poder; no entanto, ressaltava que não eram necessários ao seu funcionamento. 
O problema, para Maquiavel, não era simplesmente legitimar o poder, mas mantê-lo por 
meio da força e da astúcia, já que considerava esses dois recursos necessários ao governante. 
Este, caso não fosse piedoso, fiel ou humanitário, deveria, pelo menos, aparentar ser. 
Dois conceitos-chaves do pensamento de Maquiavel: a Virtú e a Fortuna.
 · Fortuna: diz respeito às circunstâncias, ao tempo presente e às necessidades desse tempo, 
à sorte da pessoa. Não depende da vontade humana.
 · Virtú: é a capacidade do indivíduo (político) de controlar as ocasiões e os acontecimentos. 
O político com grande Virtú vê, justamente na Fortuna, a possibilidade da construção de 
uma estratégia para controlá-la e alcançar determinada finalidade.
Até o momento, pelo estudo que fizemos, poderíamos resumir que, a partir desse período, 
constituiu-se a figura do “Estado” como o conhecemos hoje. Mas torna-se necessário fixar as 
características do Estado Moderno.
Elementos essenciais para a constituição do Estado:
Soberania, Povo e Território
Pense
Soberania do Estado: Você já imaginou o que seria um Estado sem Soberania? Como 
viveríamos se, a qualquer momento, um país ou governo se impusesse e interferisse no 
governo de outro país? 
Trocando Ideias
Outros autores também se destacaram e deram os fundamentos para se entender a 
formação do Estado. Muitas das questões que relacionamos aos conceitos de política e 
também de direito foram apresentadas por autores chamados de contratualistas, os quais 
passaremos a conhecer. Vale ressaltar que viviam também um período conturbado, já que 
as guerras motivadas pela religião continuavam a existir e os grandes reis continuavam 
suas batalhas em torno da conquista do poder.
Nesse período, também ocorreu a conhecida noite de São Bartolomeu, um dos maiores 
massacres da história ocorrido por motivos religiosos. As guerras religiosas entre católicos e 
protestantes marcaram fortemente o século XVI, em especial com a participação de Lutero, que 
desafiou ao papado. 
11
 Thomas Hobbes
Nascido em 1588 e morto no ano 1679, Thomas Hobbes escreveu em um período em que 
imperavam as guerras civis. Em sua teoria, o homem era um ser antissocial por natureza, que 
estava sempre motivado pelo egoísmo, vivendo num estado de guerra permanente. Para o 
autor, deveria haver pactos de convivência e estes deveriam estar sob a força de um governo 
forte, que tivesse autoridade para castigar, fazendo os homens temê-lo, e dessa forma forçá-los 
a viver em uma sociedade.
O estado passaria a existir com o estabelecimento de um pacto através do qual os homens 
contratariam entre si e renunciariam ao direito de autogovernar-se, transferindo toda a sua 
liberdade a um terceiro, que passaria a ter o direito de governar. Esse terceiro elemento 
denominamos de soberano. 
Glossário
O homem é o lobo do homem = homo homini lúpus
Segundo sua teoria, o homem vivia em estado de natureza, agindo uns contra os outros 
na busca de vantagens. Lembre-se de que, nesse estado de natureza, o homem era o lobo do 
próprio homem, portanto estavam todos contra todos. 
Sua mais comentada obra é conhecida como O Leviatã. Nela ele refletiu sobre a 
impossibilidade do retorno dos homens ao estado de natureza, ou seja, uma vez que tivessem 
aderido ao pacto ou contrato civil, seria impossível retornar, devendo sempre permanecer 
no estado civil. Para isso, argumentava que os homens, em sua natureza, eram motivados 
pela discórdia, competição, desconfiança e pelo desejo de glória. Sem um poder comum 
que os organizasse ou determinasse uma forma de coexistência, os homens estariam sempre 
nesse estado de natureza, ou seja, em constante estado de guerra, já que, sempre que não 
houvesse a paz, necessariamente se travaria a guerra. 
Nesse estado de guerra o que poderia ser considerado como virtudes?
 A força e a fraude.
Sob a visão de Thomas Hobbes, fazia parte da natureza humana agir deliberadamente, 
visando sempre à satisfação de seus desejos e à ganância. Devido à possibilidade de variação 
na intensidade dos seus desejos, uns almejavam porções maiores que os outros, o que não 
interferia no propósito comum a todos: a busca do poder.
Em suma, podemos nos perguntar: o que era o estado de natureza para esse pensador? 
E podemos responder que era a condição em que se encontravam os homens fora de 
uma comunidade política. Nesse estado, possuíam os chamados direitos de natureza, os 
quais consistiam na liberdade dos homens de unirem-se a fim de preservarem suas vidas e, 
consequentemente, fazerem tudo aquilo que seu julgamento e razão mostrassem adequado.
Assim, o homem deveria se esforçar para que a paz existisse e fosse mantida, mas não 
deveria renunciar aos seus direitos em favor dos outros; deveria, sim, garantir a sua própria 
12
Unidade: Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
existência acima de qualquer princípio. Se o estado de harmonia em que se encontrasse fosse 
violado, era digno que se recorresse ao livre uso da força, se não fosse para aumentar seu poder, 
pelo menos, para que se impedisse que ele fosse controlado. Em resumo, podemos dizer que, na 
concepção de Thomas Hobbes, o estado de natureza é sinônimo de estado de guerra.
Como se constituía o pacto para Hobbes?
Para estabelecerem a paz e a segurança, todos os homens deveriam, de maneira absoluta e 
simultânea, renunciar ao uso individual e privado da força e transferi-lo a alguém externo ao 
pacto, nesse caso, o Estado político, cujos interesses seriam defendidos pelo soberano. Este não 
agiria de acordo com sua vontade, já que sua autoridade fora consentida pelos membros de seu 
governo. Portanto, todos os seus atos eram constituídos dos desejos da coletividade. Contestar 
o soberano seria o mesmo que se opor a si mesmo e sua função seria a de fazer valerem as leis 
da natureza. 
A liberdade dos súditos dizia respeito somente àquilo que, de forma alguma, ferisse o pacto 
que havia sido estabelecido. Assim deveriam os súditos se submeterem ao soberanosempre 
com vistas a atingirem o bem comum da coexistência em sociedade. 
John Locke
Filósofo inglês e um dos protagonistas do movimento Iluminista, nascido em 1632, na 
Inglaterra, e morto em Oates, no ano de 1704. É considerado um dos principais teóricos do 
liberalismo em razão da sua teoria sobre a divisão dos poderes e pelas discussões que propôs 
sobre temas como liberdade e propriedade. 
Locke despertou muito cedo para os problemas apresentados na vida política inglesa. 
Embora tenha se preparado para o sacerdócio, não deu continuidade à vida clerical e tampouco 
à medicina, como pretendeu fazê-lo em determinado momento. 
Em sua obra intitulada Ensaio sobre o Entendimento Humano, do ano de 1671, mas 
publicada somente em 1690, expôs ideias individualistas e contratualistas. Trabalhou com a 
teoria de que são direitos fundamentais do homem a vida, a liberdade e a propriedade. Para 
ele, esses direitos estavam em constante risco, o que fazia com que os homens necessitassem de 
uma autoridade que os protegesse. Assim, transferia, por meio de um contrato, seus direitos à 
comunidade como condição essencial ao bem comum. Vale observar que o autor já trabalhava 
com questões que nos são muito atuais, pois expôs conceitos sobre os direitos fundamentais – 
vida e liberdade e propriedade.
No estado de natureza, o teórico dizia que as pessoas eram livres e iguais, vivendo num 
estado de paz e de ajuda mútua. Ao transferir o poder para o governante, esse poder deveria 
ser mínimo, para que o governante não incorresse no risco de usurpar o poder ou cometer o 
chamado abuso de poder.
Devemos ficar atentos, também, ao fato de que Locke considerava que, no estado de 
natureza, o comando de uma lei natural estaria vinculada à ideia da vontade de Deus. Assim, 
o indivíduo, ao fazer a passagem do estado de natureza para a sociedade civil, fazia com que a 
razão passasse a prevalecer e, dessa forma, adquirisse o direito de se impor frente aos demais 
pelo cumprimento do contrato. 
13
No estado de natureza, os homens tinham direito à vida, à liberdade e à propriedade. No 
caso do direito à propriedade, os homens poderiam dispor de suas propriedades sem qualquer 
permissão. Na teoria de Locke, a propriedade era um valor fundamental e a liberdade e a 
propriedade tinham precedência sobre a sociedade civil. 
Podemos resumir a teoria de Locke da seguinte forma: 
 » todos os homens nasciam livres;
 » os indivíduos transferiam poder aos governantes, que realizavam suas atividades pelo 
consentimento dos governados;
 » ao contrário do que pensava Hobbes, o estado de natureza era de paz e a tirania não 
era bem vista; 
 » um governo tirano fazia com que sua autoridade fosse dissolvida.
Quando Locke escreveu o Segundo Tratado sobre o Governo, a sua principal obra de filosofia 
política, tinha como objetivo destacar que, ao contrário do que diziam, os reis não tinham direito 
divino. Além disso, o Estado tinha, entre tantas funções, a de fixar regras através da legislação 
e a de educar, difundindo o conhecimento e evitando um estado de guerra ou de violação das 
leis, punindo aqueles que não mantivessem a ordem que estava estabelecida.
Antes de passarmos para outros dois autores desse momento histórico, vale a pena conhecermos 
o Iluminismo, um importante movimento que aconteceu durante a Revolução Francesa.
 
 Explore
Clique no link abaixo e assista o documentário sobre a Revolução Francesa
http://www.youtube.com/watch?v=Gcub1hOFIcg
O Iluminismo
A ápice do movimento Iluminista foi atingido no século XVIII, que passou a ser conhecido como 
Século das Luzes. Foi um movimento intenso na França e influenciou a Revolução Francesa, o 
que se observa no famoso lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Por sua extensão, não 
podemos considerá-lo apenas como um movimento nacional francês; ao contrário, teve grande 
influência em outros movimentos, contribuindo, inclusive, para a independência das colônias 
inglesas e até do Brasil. 
http://www.youtube.com/watch?v=Gcub1hOFIcg
14
Unidade: Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
Os filósofos do Iluminismo acreditavam que os homens deveriam sair da sua condição de 
menoridade e que isso só seria possível através do conhecimento. Esse conhecimento faria com 
que eles deixassem de se submeter ao despotismo dos reis, da religião e do mercantilismo. 
Nessa época, o que estava em vigor era o conhecido “Antigo Regime”, sistema em que 
dominava o poder absoluto do rei, ou seja, este era o detentor de todos os poderes. 
Trocando Ideias
O Antigo Regime, ou como diriam os franceses Ancien Règime, divide-se entre as guerras 
da religião; o século de Luís XIV e as revoluções Inglesas. 
Em suma, o Iluminismo defendia a igualdade no comércio, igualdade jurídica, tolerância 
religiosa ou filosófica, liberdade pessoal e social e, ainda que pareça estranho, defendia a 
propriedade privada, já que era um movimento com amplo apoio da burguesia 
Montesquieu
Charles Secondat de la Bréde, Barão de Montesquieu, foi um dos mais importantes 
pensadores da época da Revolução Francesa. Entre tantos méritos, propôs a organização 
do Estado sob o ponto de vista político e jurídico, a fim de que cidadãos não ficassem sob 
o livre arbítrio do soberano. 
Autor de “O Espírito das Leis”, Montesquieu defendia a divisão do poder em três, inspirado 
no modelo inglês. Com isso, afirmava que o cidadão exerceria melhor a sua liberdade perante 
o Estado. Desta forma, não poderia aquele que faz a lei julgar, ou também aquele que deve 
executar a lei confundir sua função com aquele que elabora a lei. É dele a famosa teoria da 
separação dos poderes que os divide em Executivo, Legislativo e Judiciário.
De maneira prática, podemos destacar que cada um tem as seguintes competências:
 » Poder Executivo - órgão responsável pela administração do Estado. No nosso caso, 
está na figura do Presidente. 
 » Poder Legislativo - órgão responsável pela elaboração das leis. Atualmente aqui 
representado pela Câmara Municipal, Assembleia Legislativa, Senado e Câmara dos 
Deputados. 
 » Poder Judiciário - órgão responsável pela fiscalização do cumprimento da lei. Aqui 
representado pelos tribunais com seus magistrados. 
Montesquieu demonstrou a necessidade de organização da sociedade, a fim de que esta 
resolvesse, de forma pacífica, os seus conflitos sociais. Com a organização, tinha por objetivo 
equacionar os problemas da época, evitando que esses grupos organizados se impusessem uns 
15
sobre os outros. Pela teoria de Montesquieu, um verdadeiro estado democrático de direito só 
existiria se houvesse uma separação dos poderes. A divisão tinha, por função, evitar a imposição 
do Estado ou de grupos políticos organizados. 
Jean Jacques Rosseau. 
 
 Explore
Obras principais de Rousseau: O Contrato Social; Discurso sobre a origem e os 
fundamentos da desigualdades entre os homens; e Emílio
Rousseau, nascido em junho de 1712 e morto em julho de 1778, era filho de uma família 
burguesa média de Genebra. Consta que sua mãe morreu em decorrência de problemas no 
parto e que ele foi criado pelo pai, que o estimulou desde cedo à leitura. 
Rousseau foi um dos teóricos que mais exerceu influência na Revolução Francesa, já que era 
autor da obra O Contrato Social e muitos se utilizavam de sua teoria. 
Em O Contrato Social, afirmou que havia a abdicação, por parte dos homens, de suas 
liberdades individuais e naturais, para que convencionassem viver no estado civil. Para o 
genebrino, no estado de natureza o homem vivia livre, sozinho e feliz. 
Mas, se o homem vivia num estado de liberdade, por que teria interesse em estabelecer um 
pacto de convivência?
A resposta é que o homem, por sua vontade própria, teria o intuito de formar uma 
sociedade na qual todos soubessem preservar seus direitos e liberdades, que já haviam sido 
conquistados no estado de natureza e eram inalienáveis. Dessa forma, podemos pensar 
que, ao contrário do que muitos imaginavam,o contrato social não seria um limitador 
das liberdades que foram conquistadas, mas uma forma de garantia de continuidade no 
momento em que passasse para o estado civil.
Defendia que, na passagem do estado natural para o estado pré-cívico, o homem perdia 
parte de suas qualidades, mas seria o ideal mantê-lo nesse estágio, já que, na sociedade civil, o 
homem ficava destituído de coragem, submisso a normas sociais e crenças falaciosas.
Para o autor, existem dois estados: 
 » o primeiro, chamado de natureza (status naturae) – estado de liberdade total; 
 » o segundo, chamado cívico (status civitatis), que se dá com a cessão das liberdades 
individuais ao Estado, o que é feito por meio de um contrato social.
Os direitos civis surgiam após o advento do contrato social. 
O texto do livro O discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os 
homens, sua obra premiada em 1750, procurava responder a duas questões formuladas pela 
academia de Dijon. No texto tratou de dizer que tanto as ciências quanto as artes não eram 
16
Unidade: Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
boas, já que o homem era bom, mas a sociedade o corrompia. E com a modernidade da época 
esse era um risco. Dizia também que o convívio, a vida em sociedade, fazia com que surgissem 
os mais hábeis, os mais fortes, os mais belos, o que possibilitava a comparação, dando origem 
aos vícios e às paixões, como orgulho, a inveja, a cobiça, a hipocrisia. 
Da vida em sociedade surgiu a metalurgia e a agricultura. Também considera-se que foi nesse 
momento que foi criada a propriedade privada e a sociedade civil.
17
Material Complementar
Lembra-se de Maquiavel?
Link
• http://arquivos.cruzeirodosulvirtual.com.br/materiais/disc_graduacao/2014/1sem/1mod/
pen_pol/un_III/mat_comp/mat_comp.pdf
http://arquivos.cruzeirodosulvirtual.com.br/materiais/disc_graduacao/2014/1sem/1mod/pen_pol/un_III/mat_comp/mat_comp.pdf
http://arquivos.cruzeirodosulvirtual.com.br/materiais/disc_graduacao/2014/1sem/1mod/pen_pol/un_III/mat_comp/mat_comp.pdf
18
Unidade: Pensamento Político e as Instituições Políticas no Estado Moderno
Referências
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Norberto Bobbio , Nicola Matteuci e Gianfranco 
Pasquino; trad. Carmen Cm Varriale et al.; trad. João Ferreira e Luiz Guerreiro Pinto Cascais. 
Brasília: Editora Universidade Brasília, 13° edição, 2007, 2008. Vol. 1 e 2.
DE CICCO, Cláudio. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. Cláudio de Cicco, Álvaro 
de Azevedo Gonzaga. 3° edição. São Paulo: Editora revista dos Tribunais, 2011.
DIAS, Reinaldo. Ciência Política. São Paulo: Atlas, 2008.
JAPIASSÚ, Hilton. Dicionário Básico de Filosofia. Hilton Japiassú e Danilo Marcondes. 3° 
edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1996.
19
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000
http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br

Outros materiais