Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contratos Fato Jurídico: tem definição abrangente e se refere a qualquer acontecimento capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir a relação jurídica. É o fato social (acontecimento natural ou humano) ao qual são atribuídas consequências jurídicas. Ele se ajusta à hipótese prevista na lei (fato abstrato), fazendo nascer um dos seguintes efeitos jurídicos: Aquisição; Resguardo; Modificação ou Extinção de direitos. Efeitos: 1. Aquisição de direitos: é a conjunção (união, incorporação) dos direitos com o seu titular. Ocorre a aquisição de um direito com a incorporação ao patrimônio e/ou à personalidade do titular. 2. Resguardo de direitos: ou conservação. Relaciona-se ao conjunto de medidas ou providências que o titular adota para conservar seus direitos. As medidas podem ser preventivas ou repressivas; judiciais ou extrajudiciais. 3. Modificação de direitos: os direitos subjetivos podem sofrer alteração relativa ao objeto ou à pessoa do sujeito. • Modificações objetivas qualitativas: alteração no conteúdo do direito, que se converte em outra espécie. Ex.: dação em pagamento por dívida em dinheiro; • Modificações subjetivas: alteração da titularidade do objeto ou do direito, podendo ser inter vivos ou causa mortis. Obs.: Os direitos personalíssimos, constituídos intuitu personae, são insuscetíveis de modificação subjetiva. 4. Extinção de direitos: as principais causas de extinção de direitos são: perecimento do objeto; falecimento do titular; renúncia; abandono; alienação; confusão; prescrição e decadência. Classificação do negócio jurídico: 1. Quanto ao número de declarantes: a. Unilaterais – aperfeiçoam-se com uma única manifestação de vontade. Ex.: revogação de mandato. b. Bilaterais – aperfeiçoam-se com duas manifestações de vontade. Podem ser simples, no qual apenas uma das partes aufere vantagens (Ex.: doação) ou sinalagmáticos, no qual outorgam ônus e vantagens recíprocas. c. Plurilaterais – aperfeiçoam-se com manifestações de vontades de mais de duas partes. Ex. contrato de uma sociedade. 2. Quanto às vantagens patrimoniais: a. Gratuitos – Apenas uma das partes aufere vantagens. Ex.: doação. b. Onerosos – A vantagem auferida vem acompanhada de uma contraprestação. c. Neutros – caracteriza-se pela destinação dos bens. Ex.: instituição de bem de família. d. Bifrontes – dependendo das vontades, podem ser onerosos ou gratuitos, como o contrato de depósito (art. 627, do CC). 3. Quanto ao momento de produção de efeitos a. Inter vivos – produzem efeitos estando as partes ainda vivas. b. Mortis causa – produzem efeitos após a morte do agente. 4. Quanto à existência: a. Principais – têm existência própria e não dependem de nenhum outro. b. Acessório – a sua existência é subordinada à do principal. Ex.: Fiança. 5. Quanto à forma: a. Formais ou solenes – devem obedecer à forma prescrita em lei. b. Não formais – são negócios de forma livre. Art. 107, do CC. 6. Quanto à eficácia: a. Constitutivos – são aqueles cuja eficácia opera-se ex nunc (a partir do momento da celebração). b. Declaratórios – Ocorrem quando a eficácia opera-se ex tunc (a partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade). 3. Quanto ao modo de obtenção do resultado a. Negócio fiduciário – Ex.: Alienação Fiduciária - negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia do pagamento de uma dívida, convenciona a transferência da propriedade resolúvel de determinada coisa ao credor, ou fiduciário, mantendo-se na posse direta da mesma. O negócio fiduciário caracteriza-se pela circunstância de que o meio utilizado transcende o fim perseguido. As partes visam a um fim prático, realizando um negócio cujos efeitos ultrapassam os objetivos do que foi celebrado. b. Negócio simulado – tem aparência contrária à realidade. As partes aparentam conferir direitos a pessoas diversas daquelas a quem realmente os conferem. Ou fazem declarações não verdadeiras para fraudar a lei ou o fisco. Não é um negócio válido. Interpretação do negócio jurídico: na interpretação do negócio jurídico deve- se buscar a real intenção das partes ao contratar (art. 112, do CC); deve ser considerados: (i) a boa-fé, (ii) os usos do lugar de sua celebração, sem aniquilar a vontade das partes. Já os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente (art. 114, do CC). Elementos do negócio jurídico – tricotomia existência-validade-eficácia a. Requisitos de existência – trata-se dos elementos constitutivos, estruturais, indispensáveis à existência do negócio jurídico. I. Manifestação da vontade – o agente exterioriza a sua vontade, de forma livre e de boa-fé, dentro do princípio da autonomia privada, pode ser: • Expressa – escrita ou verbal; • Tácita – resulta do comportamento do agente que demonstra concordância ou anuência. • O silêncio como manifestação de vontade – em regra não se aplica “quem cala consente”. Ler art. 111, do CC. Reserva mental: ocorre quando um dos contratantes oculta a sua verdadeira intenção, isto é, quando não quer um efeito jurídico que declara querer. Tem por objetivo enganar o outro contratante. Se este, entretanto, não soube da reserva mental, o ato subsiste e produz os efeitos que o declarante não desejava (art. 110, do CC). II. Agente – sujeito emissor da vontade - é o elemento caracterizador do negócio jurídico. Sem sujeito, não há negócio jurídico. III. Objeto – é aquilo sobre o qual o negócio jurídico dispõe. IV. Forma – meio mediante o qual a declaração se exterioriza – a forma legalmente prescrita é elemento de validade do negócio jurídico. V. Finalidade negocial – tem o propósito de atingir, dentro do campo da autonomia privada, os efeitos jurídicos pretendidos pelo agente. b. Requisitos de validade – pressupostos de validade – é o plano no qual se analisa a conformidade do nj com o ordenamento jurídico. (art. 104, do CC). I. Agente capaz. II. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável no momento de sua execução. III. Forma – deve ser a prescrita em lei, se houver. (ver art. 107, do CC) Elementos do negócio jurídico (nj) – Quanto à Eficácia Da Condição, do Termo e do Encargo. O nj é eficaz se observados os requisitos de existência e validade. No entanto, as partes podem introduzir, facultativamente, elementos acidentais ao nj, não sendo necessários, portanto, à sua existência. Mas, se convencionados, passam a ter o mesmo valor dos elementos estruturais e essenciais, passando a integrar o nj de forma indissociável. São, portanto, limitadores da eficácia do nj. São eles: I. Condição: subordina o efeito do nj a evento futuro e incerto (art. 121, do CC) II. Termo: subordina o efeito do nj a evento futuro e certo (art. 131, do CC) III. Encargo: impõe-se, por liberalidade, uma obrigação ao beneficiário. (art. 136 e 137, do CC). Ex.: no testamento. UNIDADE I - Teoria Geral dos Contratos (parte II) - Visão Geral I.1 Abordagem Conceitual Trata-se de negócio jurídico que, por acordo de vontades, tem por fim adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas. Constitui fonte de obrigação Função social do contrato – subordina a liberdade contratual à sua função social, garantindo que a liberdade privada de contratar não extrapole os limites dos interesses coletivos e não ameace os bons costumes. Pressupostos de validade dos contratos 2. Pressupostos de validade – requisitos de validade – é o plano no qual se analisa a conformidade do nj com o ordenamento jurídico. (art. 104, do CC). I. Agente capaz: a. Capacidade genérica: Ver. arts. 1º., 3º., 4º. e 5º. do CC. Se as partes não forem capazes o contrato poderá ser nulo ou anulável. Nulo: para o absolutamente incapazque não foi representado. Anulável: para o relativamente incapaz que não foi assistido. b. Capacidade especial: capacidade exigida por lei em certos casos. Ex.: outorga uxória para alienar bem imóvel (art. 1647, do CC). II. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável no momento de sua execução e economicamente apreciável. a. Lícito: o objeto não pode ser contrário à lei, à moral, aos princípios de ordem pública e aos bons costumes. Se ilícito, contrato nulo. Ex.: herança de pessoa viva – art. 426, do CC. b. Possibilidade física ou jurídica do objeto – caso contrário, nulidade absoluta do contrato. c. Determinação de seu objeto – deve ser, pelo menos, determinável. Deve indicar, pelo menos, gênero e quantidade. d. Economicamente apreciável – deverá versar o interesse capaz de se converter, direta ou indiretamente, em dinheiro. Ex. venda de um grão de arroz não interessa ao Direito. Uma semente única e especial, sim. III. Forma – prescrita ou não defesa em lei. (ver art. 107, do CC). Em regra, a forma é livre. Quando solene, exigido por lei, deve ser observado. Quando proibida, não pode ser utilizada. Caso contrário – contrato nulo. IV. Consentimento – deve existir consentimento recíproco ou acordo de vontades. As vontades devem ser isentas de vícios (Erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude). Existindo duas ou mais pessoas, o contrato é negócio jurídico bilateral. Visão Civil- Constitucional O Direito, por ser uma ciência social, sofre os reflexos decorrentes das diversas transformações da sociedade ocorridas ao longo do tempo. O Código Civil de 1916 tem suas raízes nas doutrinas individualista, inspiradoras do Código Napoleônico e de diversas outras codificações do século XIX. As principais relações jurídicas tuteladas restringiam-se, basicamente, ao sujeito contratante e ao proprietário. Estes nada mais aspiravam do que a libertação de todos os antigos privilégios feudais, passando a ter ampla liberdade para contratar, circular riquezas, adquirir bens, como uma forma de representação da ampliação da própria inteligência e personalidade, sem intervenção legal. O Código Civil Brasileiro era a Constituição do Direito Privado No pós-guerra, ocorreu a substituição filosófica do Estado Liberal, baseado em ideias individualistas e iluministas do final do século XVIII, pelo Estado Social, fruto da sociedade massificada que visa ao respeito à dignidade da pessoa humana, à igualdade material e à funcionalização dos institutos jurídicos. As reivindicações sociais levaram o antigo Estado mínimo a tornar-se Estado interventor e social; capaz de impedir a exploração e os abusos praticados pelos economicamente mais fortes sobre os mais fracos, tutelando os interesses sociais, de modo plural. No Brasil, constatou-se que tais transformações conduziram à elaboração da Constituição de 1988, a qual elevou a dignidade da pessoa humana a fundamento da República, na busca de uma sociedade livre, justa e solidária. A CR/88 provocou um repensar, em decorrência das transformações nos antigos pilares do Direito Civil, quais sejam, a propriedade, a família e o contrato. O modelo de contrato do Estado Liberal, cujo princípio nuclear era o da autonomia da vontade, não conseguiu dar respostas adequadas aos anseios e às necessidades da sociedade atual. O contrato, em sua arquitetura tradicional, configurava um instrumento de exercício de poder. A liberdade meramente formal mostrou-se como um meio hábil para a expansão capitalista e para a exploração dos indivíduos hipossuficientes. Já no Estado Social, que tem na dignidade da pessoa humana o seu principal fundamento, coloca-se, ao lado da autonomia da vontade e da liberdade, novos princípios contratuais como o da boa-fé, do equilíbrio econômico e da função social. A partir da CR/88 a interpretação jurídica das relações privadas do Código Civil deu-se de acordo com a análise e os valores tutelados constitucionalmente, que serviu como uma opção legislativa apacificadora, em razão de tamanha desordem nas relações privadas, dos riscos e do impacto social causados pelo ordenamento que vigorava, juntamente com inúmeros diplomas setoriais (ECA, CDC, Lei das Locações...). A CR/88 passa a ser o esteio axiológico normativo do sistema implica dizer que toda legislação infraconstitucional não pode ser lida sem o seu suporte, a qual daria, em sede de teoria da argumentação, o sentido de ética do discurso Em razão disso, tem-se o fenômeno da repersonalização do Direito Civil, que coloca o ser humano, em todas as sua dimensões, como o fim maior a ser tutelado pelo ordenamento jurídico. A ‘repersonalização’ conduz ou decorre, consoante a ótica do discurso jurídico, de uma translúcida "publicização" do Direito Privado, pela elevação da pessoa ao centro protetivo do sistema jurídico, patamar esse ocupado antes pela titularidade e pelo contrato, cujos paradigmas de leitura clássica se fragmentam, pela sujeição à dignidade da pessoa humana. Conclui-se que o direito civil do século XX passou por um processo de publicização do "privado", antes construído basicamente e quase que com exclusividade à luz da autonomia da vontade privada (que tinha a função garantir), pelo intervencionismo estatal nesta área, fulminando com a "tradicional dicotomia aferível pelo critério de interesses". Por meio da constitucionalização do direito civil, busca-se não apenas investigar a inserção do direito civil na Constituição, mas dela estabelecer os fundamentos de sua validade jurídica. Tendo-se a Constituição Federal como o vértice máximo e conformador de toda e qualquer criação, interpretação e aplicação da legislação civil, necessário se faz o entendimento de que "deve o jurista interpretar o código segundo a Constituição". A leitura do Código Civil à luz da Constituição Federal implica no distanciamento do individualismo e da patrimonialidade do direito contratual, mas não no sentido de "revogar“ tal posição, mas sim em recondicioná-la aos direitos e garantias constitucionais que primam pela proteção à pessoa humana. A Constituição da República assumiu, em relação a este problema, uma posição diversa. Uma coisa é ler o Código Civil naquela ótica produtivista, outra é relê-lo à luz da opção "ideológico jurídica“ constitucional, na qual a produção encontra limites insuperáveis no respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana. Resta inevitável concluir que o Direito Civil atual é indubitavelmente diferente daquele que vigorava no período oitocentista. E é justamente por meio da Constituição Federal que se deve buscar a renovação do direito privado, na medida em que as normas consideradas privadas invadem a Carta, reforçando a invalidade da perspectiva dicotômica dos clássicos ramos jurídicos, "nos quais a modificação dos padrões constitucionais passa a iluminar o direito privado". Unidade II – PRINCÍPIOS CONTRATUAIS FUNDAMENTAIS 1 – Princípio da dignidade humana 2 – Princípio da autonomia da vontade 3 – Princípio da relatividade dos efeitos contratuais 4 – Princípio da força vinculante das obrigações 5 – Princípio da boa fé 6 – Princípio da função social Princípios 1. Dignidade da Pessoa Humana – é o princípio matriz do Estado, no qual a democracia encontra sua razão de existência como valor máximo a ser atingido. É dever de o Estado agir contra as situações econômicas, culturais e morais degradantes e que tornam os sujeitos indignos do tratamento social reservado à generalidade. Vide art. 1º. III, CR/88. 2. Autonomia da vontade – liberdade das partes de autorregularem seus interesses, segundo suas conveniências. Abrange a liberdade de contratar e a liberdade contratual (determinar as características do contrato, sendo lícito pactuar contratosatípicos – art. 435, do CC). 3. Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos – O contrato vincula somente as partes que participaram (res inter alios), quem não é parte do contrato não pode ser compelido a cumpri-lo nem pode exigir o seu cumprimento. O contrato não é erga omnes, é erga singulum. Porém, os efeitos podem atingir terceiros, como a estipulação a favor de terceiro. 4. Força vinculante das obrigações - obrigatoriedade – pacta sunt servanda – uma vez firmado, torna-se obrigatório, devendo as partes honrá-lo. 4.1 Revisão dos contratos – rebus sic stantibus – teoria da imprevisão – é admitido nos contratos de execução continuada ou diferida, em virtude de acontecimentos extraordinários ou imprevisíveis que gerem excessiva onerosidade para uma das partes. Exceção ao princípio da obrigatoriedade. 5. Boa-fé – art. 422, do CC – as partes devem proceder de forma correta durante as fases de negociação e execução dos contratos. a. Subjetiva – concepção psicológica do contratante. Diz respeito à consciência interna do sujeito de que seus atos estão em conformidade com o Direito. b. Objetiva - regra geral de conduta que define um modelo de comportamento socialmente esperado. Atrelada à lealdade, honestidade, probidade dos contratos. Proibição do venire contra factum proprium (comportamento contraditório de um criando falsas expectativas no outro). Supressio (um direito não exercido durante determinado lapso gera, na parte, legítima expectativa de que a redução se perpetuará). Surrectio (alargamento de um direito previsto em contrato, em razão da prática reiterada na relação contratual). 6. Função social do contrato – Trata-se de princípio contratual de ordem pública, com fundamento no art. 421, do CC, o qual legitimou a liberdade contratual, atenuada quando presentes interesses metaindividuais ou interesse relativo à dignidade da pessoa humana. Enunciado 23, JDC, CJF: Art. 421: A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana. Princípios, outros: I. Supremacia da ordem pública – limita a autonomia da vontade. O interesse privado não pode prevalecer sobre o interesse público. A liberdade de contratar encontra seus limites da lei, na moral e nos bons costumes. II. Consensualismo – para o aperfeiçoamento dos contratos, basta o acordo de vontades, não sendo, em regra, necessário observar qualquer tipo de formalidade. A forma solene, prevista em lei, é excepcional. Interpretação dos contratos: Conceito – interpretar é precisar o sentido e o alcance das cláusulas pactuadas. O contrato claro, sem ambiguidade, não gera necessidade de interpretação. A interpretação é exceção, e não regra. Havendo desentendimento entre as partes, a interpretação deverá ser realizada pelo juiz. Tipos: a. Interpretação declaratória: visa a descobrir a intenção comum dos contratantes no momento da celebração do contrato. b. I. Construtiva/integrativa – integração contratual – visa ao aproveitamento do contrato, por meio do suprimento das lacunas e omissões. Regras específicas: (i) qdo houver, no contrato de adesão, cláusulas ambíguas ou contraditórias, deve-se adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423, do CC); (ii) a transação interpreta-se restritivamente (art. 843, do CC); e (iii) a fiança não admite interpretação extensiva (art. 819, do CC). UNIDADE II - Teoria Geral Dos Contratos (parte II) - Formação Contratual - (CCB arts 427 a 435) II. 1 Noções sobre a manifestação da vontade. II. 2. Negociações preliminares II. 3. Objeto II. 4. Fases de formação: Proposta e Aceitação II.5. Tempo e lugar da formação contratual II.6. Efeitos I. Noções sobre a manifestação da vontade: É requisito de existência do NJ – trata-se dos elementos constitutivos, estruturais, indispensáveis à existência do negócio jurídico. I. Manifestação da vontade – o agente exterioriza a sua vontade, de forma livre e de boa-fé, dentro do princípio da autonomia privada, podendo sofrer condicionamentos da lei, da moral e da ordem pública. Pode se dar de forma: • Expressa – escrita ou verbal; • Tácita – resulta do comportamento do agente que demonstra concordância ou anuência. • O silêncio como manifestação de vontade – em regra não se aplica “quem cala consente”. Ler art. 111, do CC. Reserva mental: ocorre quando um dos contratantes oculta a sua verdadeira intenção, isto é, quando não quer um efeito jurídico que declara querer. Tem por objetivo enganar o outro contratante. Se este, entretanto, não soube da reserva mental, o ato subsiste e produz os efeitos que o declarante não desejava (art. 110, do CC). Conceito: trata-se dos vícios relativos à formação da vontade ou a sua declaração. Abrange: (i) Vícios do consentimento – são aqueles nos quais a vontade declarada não representa a real intenção do agente. Há uma divergência entre a vontade real do agente e a vontade declarada. Pose ser: erro ou ignorância; dolo; coação; estado de perigo e lesão. (ii) Vícios sociais – são aqueles em que a vontade é manifestada com a intenção de prejudicar terceiro. Apesar de haver correspondência entre a vontade interna do agente e a sua manifestação, são realizados em desconformidade com a lei, por faltar a intenção pura e de boa-fé de quem declara. Pode ser: simulação e fraude contra credores. (i) Vícios do consentimento a. Erro ou ignorância – consiste em uma falsa representação (percepção) da realidade, na qual o agente engana-se sozinho. Somente será causa de anulabilidade do nj se for substancial (essencial) e puder ser percebido por pessoa de diligência normal (Ver at. 138, do CC). Espécies: Substancial e Acidental. 1. Substancial – incide sobre as circunstâncias e os aspectos relevante do nj. Caso o agente conhecesse a verdade, não realizaria o nj. Ex.: Colecionador que, pensando estar adquirindo uma peça de marfim, compra uma de material sintético. O erro substancial pode recair sobre: • Natureza do negócio – divergência quanto à espécie do negócio. Pretende-se celebrar determinado negócio, quando, na realidade, realiza-se outro diferente. Ex.: Pessoa empresta uma coisa e a outra entende que houve doação. • Objeto principal da declaração – incide sobre a identidade do objeto. Ex.: compra-se um quadro de um aprendiz achando estar comprando de um pintor famoso. • Qualidade essencial do objeto principal – ocorre quando o objeto não possui determinada qualidade considerada essencial e determinante para o nj. Ex: Compra-se um anel de cobre achando ser de ouro. • Identidade ou qualidade da pessoa a quem se refere a declaração de vontade - Ocorre nos negócios intuitu personae. Ex.: casar com uma pessoa e descobrir que é criminoso. • Erro de direito – é o falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma jurídica. Para ser admitido, não deve implicar recusa à aplicação da lei, ou seja, ser alegado como justificativa para seu descumprimento. Ex.: Pessoa contrata a importação de mercadoria ignorando a existência de lei que proíbe a importação. O erro pode ser alegado para anular o contrato e não para justificar a contratação. � Consequência do erro substancial – o nj anulável, desde que perceptível por pessoa de diligência normal (art. 138, do CC). � O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação da vontade se dirige, se oferecer a executá-lo na conformidade da vontade real do manifestante (art. 144, do CC). 2. Acidental – recai sobre qualidade secundárias do objeto ou da pessoal.Se conhecida a realidade, mesmo assim o negócio seria celebrado. � Consequência – nj válido. � Obs.: o erro de cálculo não é causa de anulação do negócio, mas de retificação da declaração da vontade (art. 143, do CC). b. Dolo – é o artifício malicioso empregado para induzir alguém à prática de um ato que o prejudique e que beneficie o autor do dolo ou a terceiro (dolo de terceiro). Enquanto o erro é espontâneo, o dolo é provocado intencionalmente. Espécies: (i) Principal, essencial ou substancial – é aquele que dá causa ao nj – sem ele a avença não teria sido concretizada. Consequência: NJ anulável – art. 145, do CC. (ii) Acidental – é aquele que não impede a realização do nj, pois não afeta a declaração de vontade. Realiza-se o nj em condições mais onerosas. Consequência – nj válido, porém obriga a satisfação de perdas e danos (art. 146, do CC). b. Dolo – Espécies: (i) Positivo ou comissivo – é a ação dolosa. (ii) Negativo ou omissivo – é a omissão dolosa (art. 147, do CC) – ocultação de algo que a parte contratante deveria saber. (i) Dolus bonus – comportamento tolerado, destituído de gravidade suficiente para afetar a declaração de vontade. Ex.: vendedor elogia exageradamente seu produto, realçando em demasia suas qualidades. Consequência – não torna o nj anulável. (ii) Dolus malus – são manobras astuciosas para enganar alguém e lhe causar prejuízo, Consequência – nj anulável. (i) Recíproco – é a torpeza bilateral. Consequência – ocorre neutralização do delito – nj válido (art. 150, do CC). (ii) De terceiro – é o dolo proveniente de terceiro que não faz parte do nj. Consequências: (art. 148, do CC) a. Se o beneficiado pelo dolo sabia ou devesse saber, nj anulável. b. Se o beneficiado pelo dolo não sabia, nem tinha como saber, nj válido. O terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. c. Coação – é a ameaça ou pressão física ou moral exercida sobre alguém para obrigá-lo a praticar nj. Tipos: Física e Moral. 1. Física – é o constrangimento corporal exercido sobre a vítima – emprego da força física – vis absoluta. Consequência – em razão da ausência do consentimento (da vontade) o nj é considerado nulo. Trata-se, na realidade, de hipótese de inexistência de nj, por ausência total de consentimento. 2. Moral – atua sobre a vontade, sem retirar totalmente o consentimento (vis compulsiva). É um processo de intimidação que impõe ao agente uma declaração não querida – há consentimento viciado. A vítima escolherá entre praticar o ato exigido pelo coator ou sofrer as consequências da ameaça. Requisitos – art. 151, do CC: � Causa determinante do nj – a grave ameaça ou violência deve ser a causa da realização do nj. Há relação de causalidade entre a coação e o ato extorquido. � Injusta – deve ser contrária ao direito ou abusiva. Não há coação na ameaça de praticar ato amparado por lei (art. 153, do CC). � Dano iminente – a ameaça deve se referir a dano atual (iminente) ou dano futuro quando inevitável. Não constitui coação a ameaça de um mal impossível, remoto ou evitável. � Dano grave – a coação deve incutir na vítima um fundado temor de dano a bem que considera relevante. Dano pode ser moral ou patrimonial. Para aferir a gravidade da coação, considera-se o caso concreto: circunstâncias de fato e condições pessoais da vítima. Não se considera o critério homem médio – art. 152, do CC. � Deve ser dirigida a pessoa (paciente), sua família, ou seus bens. Pode ser dirigida a pessoa não pertencente à família do paciente (amigo). Caberá ao juiz avaliar as circunstâncias do ato e decidir se houve coação. Consequência – negócio anulável (art. 171, II, do CC). Excluem da Coação – art. 153, do CC: • Ameaça do exercício normal de um direito (a coação deve ser injusta). Ex.: Se não pagar o aluguel, recorrerei à Justiça. • Simples temor reverencial (a coação deve ser grave) Coação de terceiro: (i) Nj anulável se o beneficiário soube ou devesse saber da coação (art. 154, do CC). Respondem solidariamente o autor da coação e a parte beneficiada. (ii) Nj válido se beneficiário não soube ou não devesse saber da coação (art. 155, do CC). O autor da coação responderá por perdas e danos. d. Estado de perigo – é a situação de extrema necessidade que conduz a pessoa a celebrar nj no qual assume obrigação desproporcional e excessiva. Ocorre quando alguém, premido da necessidade de salvar-se ou salvar a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa (art. 156, do CC). Obs.: Salvar pessoa próxima – no caso de não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. Ex.: Cirurgião que exige honorários excessivos para atender paciente em emergência. Consequência: Nj anulável (art. 171, II, do CC). Obs.: ao estado de perigo aplica-se, por analogia, o disposto no art. 157, § 2º. , do CC. Não se decretará a anulação do nj se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Enunciado 148, da III Jornada de DC. Elementos: (i) Situação de necessidade, decorrente da iminência de dano atual e grave; (ii) Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano – o perigo de dano deve ser o motivo determinante para a declaração de vontade. (iii) Pessoa ameaçada de dano – próprio declarante; sua família; pessoa não pertencente à família, avaliado pelo juiz. (iv) Conhecimento do perigo pela parte beneficiada – se a parte não sabia do perigo (boa-fé), não se anula o nj, reduzindo-se o excesso contido na proposta onerosa. (v) Obrigação excessivamente onerosa – deve haver desequilíbrio contratual decorrente da desproporcionalidade entre as prestações avençadas. e. Lesão – é o prejuízo decorrente da desproporção existente entre as prestações de um nj, em razão do abuso da inexperiência ou da necessidade de uma das partes. Ocorre quando uma pessoa sob necessidade, oi por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta (art. 157, do CC). Ex.: Empregado que compra mantimentos em armazém da própria fazenda a preços exorbitantes. Consequência: Nj anulável (at. 171, II, do CC). Não se decretará a anulação do nj se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. (art. 157, § 2º. , do CC). Requisitos: a. Objetivo (material) – manifesta desproporção entre as prestações recíprocas. b. Subjetivo – inexperiência ou premente necessidade da parte lesada – a necessidade se configura na impossibilidade de evitar o contrato. Dolo de aproveitamento – intenção de auferir vantagem exagerada às custas de outrem. UNIDADE II - Teoria Geral Dos Contratos (parte II) - Formação Contratual - (CCB arts 427 a 435) (26.02.T37) II. 2. Negociações preliminares 2. Negociações preliminares O contrato é um acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. A formação do contrato pressupõe a ocorrência de duas manifestações de vontade: a proposta e a aceitação. As negociações preliminares, também chamada de fase de puntuação, caracterizam-se pela sondagem de informações e condições necessárias para a equalização dos interesses dos contratantes. Em regra, até aqui, não vinculam as partes porque ainda não houve consentimento. Exceções: (i) Expectativa de contratar, o que pode gerar responsabilidade civil pré-contratual e (ii) responsabilidade civil pré-contratual, pautada no dolo ou na culpa sempre que a conduta causar prejuízos (princípio da boa- fé objetiva). UNIDADE II - Teoria Geral Dos Contratos (parte II) - Formação Contratual - (CCB arts 427 a 435) 3. Objeto: Objeto lícito, possível,determinado ou determinável no momento de sua execução e economicamente apreciável. a. Lícito: o objeto não pode ser contrário à lei, à moral, aos princípios de ordem pública e aos bons costumes. Se ilícito, contrato nulo. Ex.: herança de pessoa viva – art. 426, do CC. b. Possibilidade física ou jurídica do objeto – caso contrário, nulidade absoluta do contrato. c. Determinação de seu objeto – deve ser, pelo menos, determinável. Deve indicar, pelo menos, gênero e quantidade. d. Economicamente apreciável – deverá versar o interesse capaz de se converter, direta ou indiretamente, em dinheiro. Ex. venda de um grão de arroz, em regra, não interessa ao Direito. Uma semente única e especial, sim. 4. Fases de formação: Proposta e Aceitação Proposta Proposta: também denominada oferta, policitação ou oblação, a proposta é um nj unilateral, que cria para o proponente a obrigação de cumpri-la (tem força vinculante). A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar, constituindo elemento de formação contratual. I. Características: a proposta deve ser inequívoca, precisa e completa. É receptícia, só produzindo efeitos ao ser recebida pela outra parte. Vincula o proponente. Art. 427, do CC. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. III. Proposta não obrigatória: (i) Se contiver cláusula expressa a respeito – Ex.: Proposta sujeita a confirmação; (ii) Em razão da natureza do negócio – Ex.: Propostas abertas ao público limitadas ao estoque existente; (iii) Em razão das circunstâncias do caso: a. Se for feita sem prazo determinado a uma pessoa presente e não for imediatamente aceita; b. Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; c. Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; d. Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Art. 428, do CC. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Oferta ao público: Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. Aceitação I. Aceitação: é o ato pelo qual o oblato concorda com os termos da proposta. A aceitação da proposta implica na formação do contrato. II. Características: (i) a anuência deve ser, necessariamente, oportuna (tempestiva), integral e sem ressalvas; (ii) a aceitação pode ser: a. Expressa, quando o oblato manifesta diretamente seu consentimento; b. Tácita, quando de sua omissão possa ser inferida a sua anuência ou intenção inequívoca de aceitar a proposta. III. Inexistência de força vinculante da aceitação: (i) se a aceitação chegar tarde ao proponente, o proponente deve comunicar imediatamente ao oblato, sob pena de responder por perdas e danos; Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. (ii) arrependimento do aceitante: a aceitação será considerada inexistente se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Art. 433, do CC. IV. Contraproposta: a aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou manifestações, importará nova proposta. Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. UNIDADE II - Teoria Geral Dos Contratos (parte II) - Formação Contratual - (CCB arts 427 a 435) 5. Tempo e lugar da formação contratual É o instante e o local em que o contrato se torna perfeito e acabado, compelindo as partes à execução das obrigações assumidas. I. Tempo: a. Entre presentes: (i) Proposta sem prazo: a aceitação deve ser imediata, caso contrário, perde a força vinculante. (ii) Proposta com prazo: a aceitação deverá ocorrer dentro do prazo estipulado, caso contrário, desvincula o proponente. b. Entre ausentes: é o contrato celebrado por correspondência (carta, telegrama, e-mail, fax, etc.) ou por intermediários. O contrato firmado entre ausentes torna-se perfeito, como regra, desde que a aceitação é expedida. Não se considera concluído se a retratação chegar antes ou junto com a aceitação: Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. II. Lugar: Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto (art. 435, do CC). Trata-se de regra dispositiva (e não impositiva), isto é, as partes podem dispor de modo diverso. As partes podem eleger foro competente (foro de eleição), respeitando-se a autonomia da vontade. 6. Efeitos do contrato: a. Efeitos decorrentes da força obrigatória do contrato: i. Os contratantes se vinculam ao contrato, podendo ser executados ou responsabilizados por perdas e danos. ii. O contrato deve ser cumprido da forma pactuada. iii. As disposições contratuais são irretratáveis e inalteráveis, não podendo ser alteradas ad nutum por uma das partes. O vínculo contratual somente pode ser desfeito com o consentimento das partes. Pode haver cláusulas que permitam a uma das partes se exonerar do contrato de acordo com a sua vontade, ou que esse efeito resulte da própria natureza do contrato ou que se tenha pactuado o direito de arrependimento. iv. O juiz tem que observar o contrato na hipótese de ajuizamento, exceto nas situações em que poderá modificá-lo: imprevisão, força maior ou caso fortuito. Observação: 1. Caso fortuito: eventos imprevisíveis decorrentes de ato humano, como a guerra ou a greve. 2. Força maior: eventos previsíveis ou imprevisíveis, porém, inevitáveis, decorrentes da natureza, como o raio e a tempestade. Atenção: Há doutrinadores que pensam dessa forma e outro que pensam o contrário. b. Efeitos do contrato quanto à sua relatividade – efeitos gerais do contrato i. Em relação aos contratantes: a força vinculante dos contratos restringe-se aos contratantes – às pessoas que o estipularam, direta ou indiretamente (por meio de representantes) ii. Em relação aos sucessores a título universal e particular: Caso não seja intuiutu personae, poderá atingir os sucessores a título universal, crédito e débito, sem responder pelos encargos além das forças da herança (art. 1997 e 1792, do CC). Os sucessores a título singular (cessionário ou legatário) são alheios ao contrato, mas os efeitos deste recaem sobre eles. iii. Em relação a terceiros – o princípio de que o contrato não beneficia e não prejudica terceiro, atingindo apenas as partes, não é absoluto, como ocorre no pacto de retrovenda, estipulação a favor de terceiro e contrato por terceiro.
Compartilhar