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BT009 – Bioética geral
Caso prático
Caso aplicado
Uma mulher de 22 anos deu entrada no pronto-socorro do Hospital Pepe Aguirre com fortes dores de estômago. Depois de aguardar por muito tempo, foi a vez dela. A pessoa que fez seu atendimento na recepção central com voz alta, altiva e fria coletou os dados dela e perguntou por que ela havia comparecido ao pronto socorro; a jovem revelou os sintomas, mas no meio da história começou a sentir fortes dores, o que evidentemente a impedia de continuar falando, porém, a atendente lhe disse: “Senhorita, preciso que responda logo, tenho que atender mais gente! Você pode se apressar?" Depois de alguns minutos, ela preencheu as informações no arquivo da jovem e a atendente falou para ela sentar e esperar até que seja chamada.
A jovem, sem receber nenhum tipo de atenção, teve que esperar 45 minutos para ser atendida de fato. Quando chegou a sua vez, com dificuldade chegou ao consultório onde deveria ser atendida; o médico cumprimentou-a friamente, olhou seu prontuário, revisou-o e diagnosticou-a com apendicite. Ele também anunciou que deveria fazer uma operação de emergência, pois caso contrário sua doença poderia piorar para peritonite e depois até vir à óbito. Entre dor e lágrimas, a jovem disse ao médico que não tem dinheiro para pagar a operação, pois foi demitida do emprego há apenas uma semana por não cumprir o horário, por isso não fechou contrato e não tem plano. Além disso, sua família tem poucos recursos e não tem salário fixo. Enquanto isso, o médico olha para ela e ouve atentamente sua história.
a) Explique qual é o dilema ético do caso: 
O dilema ético neste caso surge perante um doente que não tem recursos financeiros para arcar com o tratamento necessário. Nesta circunstância, o profissional da saúde (médico) se depara com uma difícil decisão: deve ele prover os cuidados de saúde mesmo sem receber o pagamento devido, ou deve priorizar o doente com condições financeiras favoráveis? De acordo com a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), 2021 o direito á proteção da saúde é reconhecido como um direito fundamental de todos os cidadãos, aos quais atribui o dever especial de defender e promover a saúde, que neste caso é da competência do Estado e baseia-se nos termos no2 do artigo 64o da Constituição da Republica Portuguesa.
Este dilema ocorre em países onde o acesso aos serviços de saúde é baseado no sistema privado, no qual o pagamento é exigido antes ou após o tratamento. Para os profissionais de saúde, a missão de fornecer cuidados a todos os utentes diverge com a necessidade de manter suas clínicas ou hospitais funcionando financeiramente (Almeida et al., 2017). Por um lado, a ética médica e a obrigação de prestar cuidados de saúde a todos os indivíduos independentemente de sua situação financeira, estão ancoradas na benevolência, no princípio de justiça e no respeito à dignidade humana (Sganzerla, et al., 2022). Por outro lado, é necessário considerar os custos associados aos serviços de saúde. 
Para Diniz (2023), a saúde é considerada um direito fundamental, e privar alguém de cuidados médicos com base em sua incapacidade de pagar é visto como injusto e discriminatório. Em contrapartida, os profissionais de saúde têm responsabilidades fiscais e precisam cobrar pelos serviços prestados para sustentar seus negócios e continuar a prover tratamento de qualidade para todos os utentes. Segundo Ribeiro, (2023) sem uma fonte de receita confiável, eles podem enfrentar dificuldades econômicas, implicando em uma diminuição na qualidade e disponibilidade dos serviços oferecidos.
Nesse contexto, é essencial encontrar um equilíbrio entre os valores éticos fundamentais e as necessidades financeiras dos profissionais de saúde. Capella (2018) é da opinião que soluções podem ser encontradas por meio de políticas públicas que ofereçam assistência financeira aos indivíduos com dificuldades financeiras, sistemas de seguro público ou privado que cobrem tratamentos essenciais e programas de financiamento governamentais ou humanitário que ajudem a cobrir os custos de cuidados de saúde para aqueles que não têm condições de pagá-los.
O dilema ético em saúde quando o doente não tem dinheiro para pagar não possui uma resposta simples. É uma questão complexa que exige uma reflexão profunda e soluções que respeitem tanto os princípios éticos quanto a viabilidade econômica dos serviços de saúde.
b) Desenvolva a analise bioetica e indique o julgamento ético a esse respeito. Esta analise deve incluír dados experimentais, antropologico e indicações éticas (incluindo uma analise dos principios bioeticos envolvidos)
Quando nos deparamos com a situação de um utente que não tem dinheiro para pagar pelos cuidados de saúde necessários, várias questões éticas são levantadas. Em primeiro lugar, há o princípio da justiça distributiva. Esse princípio defende que os recursos limitados devem ser alocados de forma justa, para que todas as pessoas tenham acesso igualitário aos cuidados de saúde (Fortes, 2003). Portanto, se um utente não tem dinheiro para pagar, seria injusto negar-lhe os cuidados de saúde necessários, apenas por motivos financeiros
Por outro lado, existem alguns argumentos contra a prestação de cuidados de saúde gratuitos para pacientes que não podem pagar. Alguns afirmam que isso poderia levar a um aumento dos custos para o sistema de saúde, afetando negativamente a qualidade dos cuidados oferecidos para todos. Além disso, pode-se argumentar que essa prática poderia criar uma mentalidade de dependência do sistema de saúde, desencorajando a responsabilidade pessoal pelas próprias condições de saúde (Silva et al, 2016).
Em termos de julgamento ético, é importante considerar o princípio da autonomia do doente. Isso significa que cada indivíduo tem o direito de tomar decisões autônomas sobre sua própria saúde. Portanto, negar cuidados de saúde por falta de dinheiro violaria esse princípio e seria considerado eticamente questionável (Silva et al, 2023).
Uma possível solução para esse dilema seria buscar alternativas para garantir o acesso aos cuidados de saúde necessários, como a implementação de sistemas de saúde universais ou a criação de programas de assistência social para pacientes de baixa renda. No entanto, é importante levar em consideração as limitações e os desafios financeiros enfrentados pelos sistemas de saúde em diferentes países.
Em suma, a análise bioética desse dilema ético em saúde sugere que é necessário encontrar um equilíbrio entre a justiça distributiva e o respeito pelos direitos do doente. Negar cuidados de saúde com base na falta de dinheiro violaria os princípios éticos fundamentais, mas também é necessário considerar as implicações financeiras e estruturais dessa questão.
Referências Bibliograficas
Almeida, A. P. S. C., Nunes, B. P., Duro, S. M. S., & Facchini, L. A. (2017). Determinantes socioeconômicos do acesso a serviços de saúde em idosos: revisão sistemática. Revista de saúde pública, 51. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006661
Capella, A. C. N. (2018). Formulação de políticas públicas. http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3332
Diniz, M. H. (2023). Direito à integridade físico-psíquica da pessoa humana-Novos desafios. Saraiva Educação SA.
Entidade Reguladora da Saúde (ERS) (2021). Deliberação do Conselho de Administração da Entidade Reguladora da Saúde (versão não confidencial). https://www.ers.pt/media/yfmmkapc/720220218_ers_70_2021_delibera%C3%A7%C3%A3o-ca_vers%C3%A3o-n%C3%A3o-confidencial.pdf
 Fortes, P. A. D. C. (2003). Reflexöes sobre o princípio ético da justiça distributiva aplicado aos sistemas de saúde. In Bioética e saúde pública (pp. 35-47). http://centros.bvsalud.org/?search=BR67.1&prefix=search&lang=pt
Sganzerla, A., Siqueira, J. E. D., & Guérios, T. R. (2022). Ética das virtudes aplicada à deontologia médica. Revista Bioética, 30, 482-491. https://doi.org/10.1590/1983-80422022303541PT
Silva, J. M. F. D., & Silva, P. S. D. (2023). Serviço social na instituição hospitalar: um relato de experiência. http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/11667Silva, E. N. D., Silva, M. T., & Pereira, M. G. (2016). Estudos de avaliação econômica em saúde: definição e aplicabilidade aos sistemas e serviços de saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 25, 205-207. https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000100023
Ribeiro, D. M. (2023). Os impactos da Reforma Trabalhista (Lei no 13.467/2017) sobre as relações de trabalho: dilemas entre o interesse social e econômico. Editora Dialética.
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