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CONTABILIDADE GERAL - AULA 1

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CONTABILIDADE GERAL 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alison Martins Meurer 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, futuros contadores, contadoras e entusiastas da contabilidade! Sejam 
bem-vindos à aula! No decorrer deste material, nós discutiremos inúmeros 
elementos e operações que implicam o reconhecimento desses valores na 
contabilidade das entidades. Veremos como a contabilidade registra tais 
operações a fim de representar de forma fidedigna a realidade da organização e 
facilitar o processo decisório. 
Apesar de todo o conteúdo ser ancorado nos pronunciamentos contábeis 
(CPC), que possuem uma linguagem bastante técnica, procuramos simplificar os 
temas por meio de uma linguagem mais usual. Além disso, no decorrer da leitura, 
teremos exemplos de contabilizações, mapas mentais e do Super Tira-dúvidas, 
que nos ajudará a compreender os conceitos discutidos, além de exemplos de 
questões que mostram como a temática é estudada e abordada em provas do 
Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade e em concursos em 
geral. 
E, por falar em expectativas, espero que você faça uma ótima leitura e 
que este material possa agregar conhecimento, fazendo com que você se 
apaixone ainda mais por este ramo do conhecimento que é a contabilidade! Bons 
estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
As operações financeiras fazem parte das operações rotineiras das 
empresas e são uma forma de obter rentabilidade advinda da aplicação de 
recursos da empresa (operações financeiras ativas) ou como fonte de recurso 
(operações financeiras passivas). Por vezes, tais operações se configuram como 
um instrumento financeiro que demanda, a depender do modelo de negócio da 
empresa, tratamentos contábeis específicos. Essas operações financeiras 
também podem ser classificadas de forma distinta a depender do prazo (curto 
prazo e longo prazo) e da forma como os juros são calculados (prefixados e pós-
fixados). Mas como diferenciar essas operações e como saber os tratamentos 
contábeis a serem realizados? Esse é o objetivo desta aula. Vamos aprender um 
pouco mais sobre instrumentos financeiros e aplicações financeiras. Em 
seguida, falaremos sobre empréstimos e financiamentos e, por fim, veremos 
como realizar a contabilização desses valores. 
 
 
3 
TEMA 1 – INSTRUMENTOS FINANCEIROS (IFRS 09 E CPC 48): CONCEITOS, 
DEFINIÇÕES E ABRANGÊNCIAS 
Em algum momento, você certamente já ouviu falar que a Contabilidade 
é a “linguagem dos negócios”. E isso faz sentido, à medida que a Contabilidade 
consegue traduzir em uma linguagem monetária todas as transações realizadas 
entre os diferentes tipos de pessoas, jurídicas ou físicas, que interagem na 
sociedade. Quer ver um exemplo disso? Imagine que a loja de roupas Vírus da 
Grife tenha adquirido 10 calças jeans no valor de R$ 100 cada, pagas à vista, da 
indústria de confecções Indiana Jeans. Agora, imagine que a administradora da 
Vírus da Grife queira saber a situação da riqueza da entidade, ou seja, do 
patrimônio da empresa. Provavelmente ela estará mais interessada em saber 
que há R$ 1.000 (10 quantidade x R$ 100 custo) de estoque do que propriamente 
saber a quantidade de calças (10 unidades). Na figura 1, é apresentada a 
transação realizada entre ambas as empresas. 
Figura 1 – Exemplificação da operação realizada à vista entre a Vírus da Grife e 
a Indiana Jeans 
 
Crédito: Meurer, 2021. 
Observe que no exemplo anterior a Vírus da Grife repassou R$ 1.000 para 
a Indiana Jeans, e a última, por sua vez, entregou 10 unidades de calças jeans, 
e os setores contábil de ambas as empresas registraram essa informação de 
forma monetária. Essa é a grande função da Contabilidade: transformar as 
 
 
4 
diferentes transações que ocorrem na sociedade em uma linguagem comum, a 
monetária. 
Perceba que nessa transação não ficou nenhuma obrigação pendente 
entre ambas as organizações, ou seja, a Vírus da Grife pagou os R$ 1.000 e a 
Indiana Jeans entregou as calças. Mas há situações – e elas são muito comuns 
– em que as transações são realizadas originando obrigações para uma parte e 
direitos para a outra envolvida no evento. Imagine o seguinte: a Vírus da Grife 
adquiriu tais mercadorias a prazo, logo, a Indiana Jeans teria um direito de 
receber R$ 1.000 e a Vírus da Grife uma obrigação de pagar R$ 1.000 para a 
Indiana Jeans. Portanto, há um contrato (representado pela duplicata emitida 
pela Indiana Jeans) de que a Vírus da Grife deverá quitar no futuro R$ 1.000 
referente a essa transação. E pasme (ou não), a contabilidade irá registrar esses 
valores. 
Mas por que estamos tratando desse exemplo em um tópico que aborda 
Instrumentos Financeiros? Ocorre que esses contratos formalizados, que em 
uma empresa geram um ativo financeiro e, em outra, um passivo financeiro ou 
um título patrimonial, são denominados de Instrumentos Financeiros. Mas o que 
é um ativo financeiro, um passivo financeiro ou um título patrimonial? Vamos dar 
uma pausa na nossa linha de raciocínio e deixar o Super Tira-dúvidas explicar 
esses conceitos: 
Tabela 1 – Ativos e passivos financeiros e títulos patrimoniais 
 
Ativos financeiros: são contratos que dão direito ao recebimento de 
valor monetário ou outro ativo financeiro (exemplos: duplicatas, 
contratos de empréstimos a receber) ou até mesmo contratos que 
podem ser liquidados com instrumentos patrimoniais (exemplos: cotas 
e ações) da própria entidade em uma situação favorável. Exemplos 
mais comuns de ativos financeiros: dinheiro, investimentos em títulos 
emitidos por outras organizações (debêntures, ações) e valores a 
receber, como duplicatas e empréstimos a receber, entre outros. 
Passivos financeiros: são obrigações que implicam a entrega de caixa 
ou outros ativos financeiros para outra entidade. Podem ser contratos 
que podem ser liquidados por instrumentos patrimoniais (exemplos: 
cotas e ações) em uma situação desfavorável. Exemplos mais 
comuns: duplicatas a pagar, fornecedores, empréstimos a pagar, 
títulos de dívida emitidos (exemplo: debêntures), entre outros. 
Títulos patrimoniais: qualquer contrato que seja representado pelo 
interesse no Patrimônio Líquido (valor residual) de uma empresa. 
Exemplos mais comuns: ações, cotas de empresas limitadas, bônus 
de subscrição, entre outros. 
 
Crédito: Popicon/Shutterstock. 
 
 
5 
Apesar de aparentar ser um tema complexo, o nosso dia a dia está 
rodeado de diferentes tipos de Instrumentos Financeiros, os quais são 
representados por diferentes tipos de contratos. Vamos examinar novamente o 
exemplo da Vírus da Grife. 
Vimos que no segundo cenário, a Vírus da Grife comprou a prazo e foi 
gerada uma duplicata a pagar para a loja (passivo financeiro) e um direito a 
receber para a Indiana Jeans (ativo financeiro), logo, esse contrato pode ser 
classificado como um Instrumento Financeiro. Na figura 2, é apresentada essa 
interação. 
Figura 2 – Exemplificação da operação realizada a prazo entre a Vírus da Grife 
e a Indiana Jeans 
 
Crédito: Meurer, 2021. 
Portanto, o instrumento financeiro é o contrato que representa esse 
tipo de transação. Vamos analisar outro exemplo. Se a Indiana Jeans adquirisse 
R$ 10.000 em ações da panificadora Petter Pão S. A., teríamos também um 
instrumento financeiro, pois foi gerado um ativo financeiro na Indiana Jeans, 
nesse caso, as ações, que são títulos patrimoniais da Petter Pão S. A. Assim, 
poderíamos simular inúmeras outras situações abrangidas pelos instrumentos 
financeiros. 
Um dos desafios para compreender e dominar a temática inerente aos 
instrumentos financeiros é a classificação, a mensuração e, consequentemente, 
o reconhecimento dos mesmos. Algumas perguntas podem nos guiar nesta 
missão. Quando falamos de classificação e mensuração, esses dois atributos 
 
 
6 
são indistintos no processo de análise dos instrumentos financeiros, ou seja, a 
análise de como classificar e atribuir valor a este contratoocorre ao mesmo 
tempo. Nessa dimensão, estamos preocupados em responder às seguintes 
questões: Qual é o tipo de instrumento financeiro? E, qual é o valor 
atribuído ao instrumento financeiro? Como resposta, temos que os 
instrumentos financeiros são classificados entre aqueles mensurados pelo valor 
justo por meio do resultado (VJPR), valor justo por meio de outros resultados 
abrangentes (VJORA) e, por fim, os classificados e mensurados pelo custo 
amortizado (CA). 
Mas qual é a diferença entre avaliar um contrato que é um instrumento 
financeiro por meio do CA, VJORA ou VJPR? Antes de verificarmos isso na 
prática, é importante compreender como cada um desses métodos de 
classificação e mensuração se diferenciam. Vejamos a explicação: 
Tabela 2 – Custo amortizado e valor justo 
 
Custo Amortizado (CA): ativos financeiros mantidos sob um modelo 
de negócios cujo objetivo é manter os ativos para receber seus fluxos 
de caixa contratuais. 
Valor Justo por Meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA): 
ativos financeiros mantidos sob um modelo de negócios cujo objetivo é 
atendido tanto com o recebimento de fluxos de caixa contratuais como 
com a venda dos ativos. 
Valor Justo por Meio do Resultado: ativos financeiros devem ser 
mensurados por meio do resultado, a menos que sejam mensurados 
pelo CA ou VJORA. 
Fonte: Meurer, 2021. / Crédito: Popicon/Shutterstock. 
A definição de à qual categoria o instrumento financeiro pertence depende 
do que chamamos de modelo de negócios, ou seja, como a organização tem 
tratado os instrumentos financeiros semelhantes historicamente, portanto, não 
depende das intenções da organização (olhar para o futuro), mas sim do seu 
histórico de procedimentos (olhar para o passado). Agora complicou de vez, não 
é?! Vamos descomplicar com um exemplo prático: 
Imagine que a panificadora Petter Pão S. A. investiu em 31 de janeiro de 
20X0 todo o saldo da conta Bancos em um título do Tesouro Nacional no valor 
de R$ 100.000 a uma taxa de rentabilidade de 0,50% ao mês, sendo que o tempo 
de resgate desse título será de dois meses. Nesse caso, temos um exemplo de 
um contrato no qual a Petter Pão S. A. alocou R$ 100.000, esperando ter um 
retorno de 0,50% ao mês, durante dois meses. Historicamente, a empresa não 
 
 
7 
negocia esses títulos de forma antecipada, ou seja, mantém ele sob seu controle 
para receber os juros até o final do período. Veja que, como o modelo de 
negócios indica que o objetivo da empresa é manter o ativo (título do Tesouro 
Nacional) para receber seus fluxos de caixa contratuais (juros), então esse título 
será avaliado pelo custo amortizável. Na Tabela 3 é demonstrado o valor 
acumulado do título em cada mês. 
Tabela 3 – Rentabilidade do título 
Mês Data Rendimento Custo Amortizável 
0 31/01/20X0 R$ 100.000 
1 28/02/20X0 R$ 500,00 R$ 100.500 
2 31/03/20X0 R$ 502,50 R$ 101.002,50 
Crédito: Meurer, 2021. 
Quando avaliamos um instrumento financeiro pelo custo amortizado, o 
seu valor será o montante pago pelo título, menos as amortizações que possam 
ocorrer, mais ou menos os juros calculados, menos qualquer redução que possa 
ocorrer no seu valor recuperável. Traduzindo, nós estamos preocupados em 
avaliar o potencial impacto desse ativo financeiro no fluxo de caixa da empresa 
por meio da sua capacidade de gerar benefícios econômicos futuros 
(rentabilidade), independentemente do valor de mercado desse instrumento. 
O valor de mercado é o preço pelo qual esse título está sendo 
comercializado atualmente. Normalmente, o valor de mercado equivale ao valor 
justo. 
Saiba mais 
Para mais informações sobre as diferenças entre ambos os conceitos, 
sugerimos a leitura do CPC 46 – Mensuração do Valor Justo. 
Veja o mês de fevereiro, suponha que o valor de mercado desse título 
seja R$ 100.600. Como historicamente a Petter Pão S. A. não tem interesse em 
vender esse título, mas somente esperar a data de resgate, o valor do título na 
contabilidade estará avaliado pelo seu custo no reconhecimento inicial (R$ 
100.000) somada à rentabilidade obtida no mês de fevereiro (R$ 500), então, se 
torna indiferente, nesse caso, o valor de mercado do título. 
 
 
8 
E como é realizado o reconhecimento (lançamentos contábeis) dessa 
operação? Como a Petter Pão S. A. realizou uma aplicação financeira de curto 
prazo, então os seguintes lançamentos contábeis devem ser realizados: 
1– Na aquisição do título – 31/01/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 100.000 
C – Banco (ativo circulante) R$ 100.000 
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 500 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 500 
3 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 502,50 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 502,50 
4 – No resgate da aplicação – 31/03/20X0 
D – Banco (ativo circulante) R$ 100.776,94 
D – Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recuperar (ativo circulante)1 R$ 225,56 
C – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 101.002,50 
Tabela 4 – Razonetes 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
E se a empresa tivesse a intenção de negociar esse título antes do 
período de resgate, o que aconteceria? Então, esse título seria avaliado pelo 
valor justo por meio de outros resultados abrangentes (VJORA) e a diferença 
entre o valor contábil do título e o seu valor de mercado seria lançada em uma 
conta de Ajuste a Valor Justo no grupo de Ajuste de Avaliação Patrimonial no 
Patrimônio Líquido. Que tal vermos esse exemplo na Tabela 5? 
Tabela 5 – Rentabilidade do título e controle do valor justo 
Mês Data Rendimento 
Custo 
Amortizável 
Valor Justo 
Ajuste 
Valor Justo 
0 31/01/20X0 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 0 
1 28/02/20X0 R$ 500,00 R$ 100.500,00 R$ 100.600,00 R$ 100 
2 31/03/20X0 R$ 502,50 R$ 101.002,50 R$ 101.000,00 (R$ 2,50) 
Fonte: Meurer, 2021. 
 
1 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180 dias. 
 
 
9 
 Perceba que, na coluna custo amortizável, são lançados os valores pagos 
pelo título somado ao valor da rentabilidade desse título. Já na coluna valor justo 
é apresentado o valor de mercado do título e o ajuste a valor justo será a 
diferença entre ambos os valores. Vamos ver a contabilização dessa operação: 
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 100.000 
C – Banco (ativo circulante) R$ 100.000 
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 500 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 500 
3 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 28/02/20X0 
D – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 100 
C – Ajuste de Av. Patrimonial (patrimônio líquido) R$ 100 
4 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 502,50 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 502,50 
5 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 31/03/20X0 
D – Ajuste de Av. Patrimonial (patrimônio líquido) R$ 2,50 
C – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 2,50 
6 – No resgate da aplicação – 31/03/20X0 
D – Banco (ativo circulante) R$ 100.776,94 
D – IRRF a recuperar (ativo circulante)2 R$ 225,56 
C – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 101.002,50 
D – Ajuste de Av. Patrimonial (patrimônio líquido) R$ 97,50 
C – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 97,50 
 
Tabela 6 – Razonetes 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
Por último, e não menos importante, o que aconteceria se a empresa 
tivesse a intenção de negociar esse título antes do período de resgate levando 
em consideração que o seu modelo de negócios é o reconhecimentopelo valor 
 
2 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180 dias. 
 
 
10 
justo por meio de resultados (VJR)? Nesse caso, a diferença entre o valor 
contábil do título e o valor de mercado será lançado em uma conta de Receita 
com Ajuste a Valor Justo. 
Vamos ver a contabilização dessa operação considerando as mesmas 
informações da Tabela 6: 
Tabela 6 – Contabilização 
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 100.000 
C – Banco (ativo circulante) R$ 100.000 
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 500 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 500 
3 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 28/02/20X0 
D – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 100 
C – Receita com Ajuste a Valor Justo (resultado) R$ 100 
4 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X0 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 502,50 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 502,50 
5 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 31/03/20X0 
D – Despesa com Ajuste a Valor Justo (resultado) R$ 2,50 
C – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 2,50 
6 – No resgate da aplicação – 31/03/20X0 
D – Banco (ativo circulante) R$ 100.776,94 
D – IRRF a recuperar (ativo circulante)3 R$ 225,56 
C – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 101.002,50 
D – Despesa com Ajuste a Valor Justo (resultado) R$ 97,50 
C – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 97,50 
 
Tabela 7 – Razonetes 
 
Crédito: Meurer, 2021. 
Assim, podemos ver como será o tratamento aplicado aos instrumentos 
financeiros a depender do modelo de negócios da empresa. E temos como 
resumir de forma simples e prática a melhor forma para a classificação e 
 
3 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180 dias. 
 
 
11 
mensuração desses instrumentos financeiros? Temos sim! Veja o nosso mapa 
mental (figura 3), que poderá auxiliar nessa decisão: 
Figura 3 – Mapa Mental de classificação e mensuração dos instrumentos 
financeiros 
 
Crédito: Meurer, 2021. 
Pode-se perceber que, dependendo da forma como historicamente esses 
instrumentos financeiros são utilizados pela empresa, haverá uma distinção na 
sua classificação e mensuração. Por fim, vamos verificar no nosso quadro “Como 
o tema é cobrado nas provas” como este assunto tem sido abordado pelas 
bancas de avaliações. 
Tabela 8 – Como o tema é cobrado nas provas 
Nas provas... 
(Exame de Suficiência – CFC – Consulplan – Prova 2018.2) A empresa Bem-Aventurança 
adquiriu um instrumento financeiro para venda futura, com recursos disponíveis na conta 
bancária, que foi classificado como disponível para venda por R$ 50.000,00. Decorrido 
determinado prazo, rendeu juros no valor de R$ 4.000,00 e passou a ter um valor de mercado 
de R$ 58.000,00. Posteriormente, o referido instrumento financeiro foi vendido a terceiros. 
Assinale o valor contabilizado na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial no momento da 
venda do instrumento financeiro. 
a) R$ 4.000 
b) R$ 8.000 
c) R$ 50.000 
d) R$ 54.000 
Veja que se houve a movimentação na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial, significa que 
o instrumento financeiro é avaliado pelo modelo de negócios VJORA. Portanto, se a empresa 
adquiriu o instrumento financeiro por R$ 50.000 e esse instrumento financeiro rendeu R$ 4.000 
no período, logo o seu valor contábil é de R$ 54.000 (R$ 50.000 do principal + R$ 4.000 de 
juros). A diferença a ser lançada na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial é de R$ 4.000, 
ou seja, o valor justo/valor de mercado, que é R$ 58.000, subtraído o valor contábil, que é de 
R$ 54.000. 
Portanto, o gabarito é a letra A. 
Fonte: Meurer, 2021. 
 
 
12 
Saiba mais 
Para mais informações sobre o assunto, sugerimos a leitura do CPC 48, 
que trata especificamente de instrumentos financeiros. 
TEMA 2 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS: INTRODUÇÃO 
Para uma empresa realizar seus investimentos, é necessário haver a 
disponibilidade de recursos financeiros. Os recursos financeiros de uma 
empresa podem advir do capital próprio, ou seja, daquele capital pertencente 
aos sócios e, também, do capital de terceiros, que representa os recursos 
pertencentes a outras pessoas, físicas ou jurídicas, que não os sócios. 
A obtenção desses recursos, em especial os de terceiros, pode ser 
operacionalizada por meio de operações financeiras que são firmadas no 
mercado financeiro. Essas operações ocorrem entre agentes que possuem 
recursos disponíveis para serem cedidos e investidos mediante um retorno pré-
estabelecido e agentes que necessitam de recursos para investir em suas 
operações e estão dispostos a remunerar o capital de terceiros, a fim de poder 
fazer uso desse recurso. 
Vamos a um exemplo prático. Imagine a seguinte situação: Tiphany é 
proprietária de uma loja de roupas chamada Tiphanyc Modas. A proprietária da 
Tiphanyc Modas identificou que a empresa possui uma excelente oportunidade 
de expansão das vendas no mercado on-line (e-commerce), contudo, é 
necessário um gasto em marketing no valor de R$ 50.000, sendo que, no 
momento a empresa não possui a disponibilidade desse recurso. Nesse sentido, 
a Tiphanyc Modas pode recorrer a linhas de créditos para pessoas jurídicas a 
fim de conseguir captar esses valores e realizar a sua expansão. 
Esse é um exemplo básico de como funciona o mercado financeiro, no 
qual há uma estrutura de instituições e instrumentos financeiros que possibilitam 
as operações financeiras entre diferentes agentes a fim de promover a liquidez 
e a alocação de capital. As operações financeiras normalmente envolvem os 
agentes deficitários (tomadores de recursos), que são aqueles que buscam 
recursos em troca do pagamento de juros pelo capital emprestado, e os agentes 
superavitários (doadores de recursos), que são aqueles que cedem os recursos 
para os agentes deficitários em troca de uma remuneração de capital. 
Assim, como temos agentes deficitários e agentes superavitários agindo 
nesse sistema, é possível identificar a existência de operações financeiras ativas 
 
 
13 
e operações financeiras passivas. As operações financeiras ativas geram para o 
detentor do recurso (agente superavitário) a entrada de valores por meio do 
recebimento de juros. Por sua vez, as operações financeiras passivas ocorrem 
quando a empresa utiliza uma fonte de recursos que lhe gera um passivo, sendo 
que esse passivo é aumentado pelos juros devidos que representam os custos 
desse dinheiro obtido ao longo do tempo (Salotti et al., 2019). 
Mas quais são os principais tipos de operações financeiras ativas e 
operações financeiras passivas? Entre os principais tipos de operações 
financeiras ativas, temos os investimentos em títulos públicos, poupança, 
certificado de depósito interbancário (CDB), ações, cotas de fundos ou clubes de 
investimentos, investimentos atrelados ao rendimento de certificados de 
depósitos interbancários (CDI), investimentos em debêntures, entre outros. 
Perceba que todos os exemplos de operações financeiras ativas possuem como 
objetivo a geração de retornos financeiros para a organização. 
Por sua vez, as operações financeiras passivas consistem em fontes de 
recursos para a organização, que possivelmente geraram um custo para a 
empresa. Entre os principais exemplos de operações financeiras passivas, 
temos os empréstimos, os financiamentos, debêntures emitidas, desconto de 
duplicatas, entre outros. Note que as operações financeiras passivas 
provavelmente implicam o pagamento de juros para a fonte desse recurso. 
Em resumo, por que uma empresa realiza operações financeiras ativas? 
A resposta é simples: para investir osseus recursos financeiros a fim de obter 
uma rentabilidade. E, por que uma empresa realiza operações financeiras 
passivas? Para obter recursos financeiros de fontes a fim de investir em suas 
operações e, em troca, a empresa paga juros que remuneram esses recursos. 
Veja o nosso esquema ilustrado na Figura 4, que resume as operações 
financeiras. 
 
 
 
14 
Figura 4 – Operação financeira ativa e operação financeira passiva 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
Note que para quem fornece o recurso, tem-se uma operação financeira 
ativa, pois o detentor de recurso receberá juros por disponibilizar o seu capital. 
Por sua vez, quem toma esse recurso irá pagar juros, portanto, para o tomador 
de recurso, tem-se uma operação financeira passiva. 
TEMA 3 – APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO E DE LONGO PRAZO 
As aplicações financeiras são valores investidos em títulos de renda fixa 
ou de renda variável. Essas aplicações podem ser tanto de curto como de longo 
prazo. As aplicações financeiras são direitos a receber de caixa (dinheiro) ou de 
algum outro ativo financeiro de outra organização. À medida que uma empresa 
aplica o seu dinheiro, está confiando os seus recursos a terceiros e, portanto, 
passa a ter um direito junto à instituição na qual confiou esses valores. 
Iudícibus e Marion (2019) comentam que é importante que as empresas 
realizem a aplicação do excedente de caixa a fim de gerar mais dinheiro. Assim, 
quando houver mais entrada do que saída de caixa, é importante que o valor 
excedente, ou seja, aquele que não esteja sendo utilizado, seja aplicado em 
investimentos que possam gerar rentabilidade para a organização. 
No mercado financeiro, há uma infinidade de opções de investimentos 
financeiros e a classificação dos tipos de aplicações financeiras depende do 
número de dias que o investidor deverá aguardar para ter o seu dinheiro 
disponível para resgate (saque). 
As aplicações financeiras mais comuns são em títulos públicos, fundos de 
investimentos, letras de câmbio, certificado de depósito bancário (CDB), entre 
outros. Normalmente, os rendimentos das aplicações financeiras são tributados 
pelo imposto de renda, o qual é retido na fonte, ou seja, a fonte pagadora da 
 
 
15 
rentabilidade desconta o imposto de renda do valor a ser resgatado pela 
empresa e repassa esse montante ao Fisco. 
Independentemente do momento de resgate, os rendimentos gerados 
pelas aplicações financeiras são contabilizados como receitas financeiras 
conforme são gerados, seguindo o regime de competência. Por exemplo, 
suponha que uma empresa investiu R$ 10.000 em CDB e houve uma 
rentabilidade de R$ 40 no mês. Esse valor será reconhecido como receita 
financeira, mesmo a empresa não tenha o resgatado. 
Há que se destacar que as aplicações financeiras se diferenciam 
conforme a origem da sua rentabilidade. As aplicações financeiras prefixadas 
possuem retorno conhecido no momento da aplicação financeira. Já as 
aplicações financeiras pós-fixadas têm o seu retorno conhecido ao final do 
investimento. 
Referente à classificação das aplicações financeiras em curto e longo 
prazo, é comum imaginar que todos os valores aplicados em investimentos com 
resgate de até 12 meses após a data de encerramento do balanço patrimonial 
do exercício social seguinte sejam contabilizadas como aplicações financeiras. 
Nesse sentido, é importante destacar que conforme as normas internacionais de 
contabilidade, as aplicações financeiras em títulos de alta liquidez, que são 
resgatáveis em até três meses da data de aquisição do investimento e que estão 
expostas a um risco insignificante de mudança de valor, são classificadas como 
equivalentes de caixa, sendo controladas em conta específica dentro do grupo 
de disponibilidades. 
Por sua vez, as aplicações financeiras resgatáveis após três meses da 
data de aquisição e até 12 meses após a data de encerramento do balanço 
patrimonial do exercício social seguinte são registradas na conta de aplicações 
financeiras no grupo ativo circulante. 
Por fim, as aplicações financeiras com resgate após 12 meses da data do 
Balanço Patrimonial do exercício social seguinte são reconhecidas no ativo não 
circulante no grupo de ativo realizável a longo prazo. Vamos ver um exemplo 
desses diferentes tipos de reconhecimentos de aplicações financeiras nas 
demonstrações contábeis da Grendene S. A (figura 5). 
 
 
 
16 
Figura 5 – Balanço Patrimonial e Notas Explicativas da Grendene S. A. no ano 
de 2020 
 
Fonte: Grendene, 2020. 
Com base na figura, nota-se que a Grendene S. A. apresenta equivalentes 
de caixa, e ao analisar as notas explicativas, é possível perceber que além do 
valor em dinheiro, há também os depósitos bancários e as aplicações financeiras 
de liquidez imediata com resgate de até três meses após a data de aquisição e 
com risco insignificante de mudança de valor. Nota-se também que as aplicações 
financeiras de curto prazo e de longo prazo são compostas por certificados de 
depósitos bancários, cessão de direito de crédito, debêntures, letras financeiras, 
títulos do tesouro nacional, entre outros títulos que configuram as aplicações 
financeiras. 
O mapa mental apresentado na figura 6 resume as diferenças entre os 
tipos de aplicações financeiras. 
Figura 6 – Mapa mental das aplicações financeiras 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
 
 
17 
Vamos, agora, verificar como este assunto tem sido cobrado em provas 
de concursos públicos. 
Tabela 9 – Como o tema é cobrado nas provas 
Nas provas... 
(CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Consultor Legislativo Área 
IV) 
A respeito da contabilidade geral, pública e comercial, julgue o item que se segue. 
Equivalente de caixa é o conjunto de aplicações financeiras de curto prazo, conversíveis em 
um montante conhecido de caixa e não sujeitas a qualquer mudança de valor. 
( ) Certo 
( ) Errado 
As aplicações financeiras classificadas como equivalente de caixa são aquelas resgatáveis 
em até três meses da data de aquisição do investimento, que possuem liquidez imediata e 
que estão sujeitas a um risco insignificante de mudança de valor. Portanto, a alternativa a 
ser assinalada é Errado. 
Saiba mais 
Para mais informações sobre o assunto, sugerimos a leitura do CPC 03 
(R2): Demonstração dos Fluxos de Caixa e do CPC 26 (R1): Apresentação das 
Demonstrações Contábeis. 
TEMA 4 – EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS DE CURTO E DE LONGO 
PRAZO 
Os empréstimos e financiamentos fazem parte das operações de 
financiamentos vinculadas à tomada de recursos para suprir as necessidades de 
caixa das empresas ou expandir as suas atividades. As operações de 
empréstimos e financiamentos envolvem o ato de o detentor dos recursos confiar 
o seu dinheiro em alguém durante um período de tempo determinado e ser 
restituído com ou sem acréscimos de juros (Ribeiro, 2017). 
Assim, tais operações financeiras representam um passivo para a 
entidade tomadora desses recursos, pois são obrigações presentes, derivadas 
de um evento passado e que para serem liquidadas exigem a saída de um 
recurso capaz de gerar benefícios econômicos futuros. 
Essas operações normalmente estão detalhadas em contratos formais 
que estabelecem o valor do recurso obtido pela empresa, os prazos de 
pagamento, a forma de liberação do dinheiro, os encargos a serem pagos, as 
garantias, a moeda empregada no contrato e, em alguns casos, a destinação 
desses recursos. 
 
 
18 
Os empréstimos e financiamentos podem ser classificados de diferentes 
formas, como quanto aos prazos de liquidação (curto ou longo prazo) e frente à 
forma de definição dos encargos financeiros (prefixado ou pós-fixado). Referente 
aos prazos, todas as operações nas quais o prazo de pagamento seja superior 
à data de encerramento do exercício social seguinte (data do balanço) deverão 
figurar em contas de longo prazo que estão classificadas no passivo não 
circulante. De forma contrária,os empréstimos e financiamentos a serem 
quitados em um período inferior à data de encerramento do exercício social 
seguinte (data do balanço) deverão ser lançados em contas de curto prazo no 
passivo circulante. 
Vamos a um exemplo. A panificadora Petter Pão S. A. adquiriu, em 31 de 
dezembro de 20X0, dois empréstimos. O primeiro empréstimo é de R$ 10.000, 
com juros de 0,50% ao mês e deverá ser quitado em 10 parcelas com o primeiro 
pagamento para janeiro de 20X1. Já o segundo empréstimo é no valor de R$ 
24.000, também incide 0,50% de juros ao mês e a primeira parcela deverá ser 
paga em janeiro de 20X2. Nesse caso, no Balanço Patrimonial de 20X0, o 
primeiro empréstimo será apresentado no passivo circulante, visto que o período 
de liquidação é inferior à data de encerramento do exercício social seguinte (data 
do balanço de 20X1), e o segundo empréstimo irá figurar no passivo não 
circulante, pois o período para a liquidação do empréstimo é superior à data de 
encerramento do exercício social seguinte (superior a 31 de dezembro de 20X1). 
Mas o que acontecerá se o empréstimo ou o financiamento for pago em 
parcelas que englobem datas inferiores e superiores à data de encerramento do 
balanço do exercício social seguinte? Então caberá à entidade segregar as 
parcelas e os encargos financeiros (juros) de curto prazo alocadas no passivo 
circulante e as de longo prazo no passivo não circulante. 
Vamos analisar um exemplo com este caso. A panificadora Petter Pão S. 
A. adquiriu, em 31 de dezembro de 20X0, um terceiro empréstimo no valor de 
R$ 30.000, com juros de 0,50% ao mês, a ser quitado em 24 parcelas, sendo a 
primeira com vencimento para janeiro de 20X1. Nesse caso, a empresa deverá 
identificar quais parcelas estão englobadas no curto prazo e quais parcelas são 
abrangidas pelo longo prazo para, então, realizar o reconhecimento desses 
valores de forma segregada no Balanço Patrimonial. 
A Figura 7 apresenta uma linha do tempo que indica como as parcelas 
devem ser separadas em curto e longo prazo. 
 
 
19 
Figura 7 – Linha do tempo para classificação em curto e longo prazo 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
Nota-se que no exemplo anterior, das 24 parcelas do empréstimo, 12 
foram classificadas no passivo circulante, por serem de curto prazo, e outras 12 
foram classificadas como passivo não circulante, por serem de longo prazo. A 
contabilização de tais operações serão detalhadas em tópico adiante. 
Referente à classificação dos encargos financeiros, os empréstimos e 
financiamentos com juros prefixados são aqueles em que as taxas de juros do 
contrato são conhecidas previamente. Nesse sentido, o tomador do empréstimo 
ou do financiamento sabe exatamente quanto pagará de encargos financeiros 
ao longo do contrato. Por sua vez, os empréstimos e financiamentos com juros 
pós-fixados são aqueles em que a taxa de juros é definida com base em índices 
de inflação e demais indexadores, como a taxa básica de juros (Selic). 
Nesse sentido, as taxas pós-fixadas expõem a entidade às oscilações de 
valores a serem desembolsados e isso tem impacto direto na forma de 
mensuração e reconhecimento dos valores na contabilidade. Na figura 8 é 
apresentada uma síntese de ambas as formas de incidência de encargos sobre 
os empréstimos e financiamentos. 
Figura 8 – Diferença entre empréstimos e financiamentos prefixados e pós-
fixados 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
 
 
20 
É importante destacar que o tipo de empréstimo e financiamento 
adquirido, bem como o seu prazo de pagamento, geram impactos diretos na 
contabilização desses valores. Por isso, adiante é realizado o detalhamento da 
forma de contabilização dessas operações. 
TEMA 5 – FORMAS DE CONTABILIZAÇÃO 
Agora que já sabemos os tipos de aplicações financeiras, empréstimos e 
financiamentos, vamos verificar como é realizado o reconhecimento desses 
valores na contabilidade. 
5.1 Aplicações financeiras prefixadas 
A Vírus da Grife possuía R$ 70.000 em caixa, seus administradores 
decidiram adquirir em 31/01/20X1 um título prefixado com resgate para dois 
meses a um custo de R$ 70.000, sendo que o total a ser resgatado em 
31/03/20X1 é de R$ 80.000. Nesse sentido, a receita financeira é de R$ 10.000, 
sendo R$ 5.000 relativos a cada mês. Portanto, os lançamentos contábeis a 
serem realizados são os seguintes: 
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X1 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 80.000 
C – Banco (ativo circulante) R$ 70.000 
C – Receita financeira a apropriar (ativo circulante – redutora) R$ 10.000 
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X1 
D – Receita financeira a apropriar (ativo circulante – redutora) R$ 5.000 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 5.000 
3 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X1 
D – Receita financeira a apropriar (ativo circulante – redutora) R$ 5.000 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 5.000 
4 – No resgate da aplicação – 31/03/20X1 
D – Banco (ativo circulante) R$ 77.750 
D – Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recuperar (ativo circulante)4 R$ 2.250 
C – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 80.000 
 
 
4 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180 dias. 
 
 
21 
Tabela 10 – Razonetes 
 
Crédito: Meurer, 2021. 
Como estamos diante de um título prefixado, no qual a rentabilidade é 
conhecida antecipadamente, é possível adotar dois padrões de contabilização. 
O primeiro, recomendado por Iudícibus e Marion (2019), foi adotado nesse 
exemplo, em que a rentabilidade da aplicação financeira é incorporada ao valor 
da aplicação financeira (R$ 10.000 que foram somados ao valor do título de R$ 
70.000), sendo a contrapartida à conta de receita financeira a apropriar que é 
uma redutora do ativo. A receita financeira a apropriar será utilizada como 
contrapartida à conta de resultado de receita financeira quando houver a 
apropriação da receita. 
O segundo método, mais simples e menos acurado, consiste em 
reconhecer na conta de aplicação financeira somente o valor de aquisição do 
título e, nos meses que houver a apropriação do valor da receita financeira, 
realizar o débito na conta de aplicação financeira e o crédito na conta de receita 
financeira. Esse método foi utilizado no primeiro tema, quando exemplificamos 
os lançamentos contábeis referentes aos instrumentos financeiros. 
Cabe destacar que realizamos o lançamento do Imposto de Renda Retido 
na Fonte e lançamos na conta de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a 
recuperar do grupo ativo circulante, pois empresas do regime tributário lucro real 
e lucro presumido podem deduzir esse valor do imposto de renda a ser recolhido 
para o Fisco. Se a Vírus da Grife fosse do regime tributário Simples Nacional, 
então não haveria a possibilidade da dedução desse valor e o lançamento do 
imposto de renda seria realizado a débito contra uma conta de despesa com 
tributos. 
 
 
 
22 
Tabela 11 – Contas redutoras 
 
Contas redutoras: são também denominadas de contas retificadoras e 
são utilizadas para ajustar o saldo do ativo, passivo, patrimônio líquido 
ou das contas de resultados a fim de propiciar uma informação mais 
fidedigna acerca da realidade da empresa. Essas contas têm natureza 
contrária ao grupo ao qual pertencem, se do ativo, sua natureza é a 
crédito, se contas do passivo, sua natureza é a débito, e assim por 
diante. Como exemplo de contas retificadoras, temos os encargos ou 
juros a transcorrer, receita financeira a apropriar, depreciação 
acumulada, capital a integralizar, entre outras. 
Fonte: Meurer, 2021. Crédito: Popicon/Shutterstock. 
5.2 Aplicações financeiras pós-fixadas 
Agora, vamos analisar um exemplo de contabilização de um título com 
rentabilidade pós-fixada. Considere que a Vírus da Grife possuía R$ 70.000 em 
caixa, seus administradores decidiramadquirir em 31/01/20X1 um título pós-
fixado com resgate para dois meses a um custo de R$ 70.000, sendo que a 
rentabilidade é atrelada à taxa de rendimento do CDI (Certificado de Depósito 
Interbancário). Portanto, os lançamentos contábeis a serem realizados são os 
seguintes: 
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X1 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 70.000 
C – Banco (ativo circulante) R$ 70.000 
Em 28/02/20X1, foi verificado que a rentabilidade do CDI rendeu R$ 700 
para a Vírus da Grife. 
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X1 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 700 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 700 
Em 31/03/20X1, foi verificado que a rentabilidade do CDI rendeu R$ 800 
para a Vírus da Grife. 
3 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X1 
D – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 800 
C – Receita Financeira (resultado) R$ 800 
4 – No resgate da aplicação – 31/03/20X1 
D – Banco (ativo circulante) R$ 71.162,50 
D – Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recuperar (ativo circulante)5 R$ 337,50 
C – Aplicação Financeira (ativo circulante) R$ 71.500 
 
 
5 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180 dias. 
 
 
23 
Tabela 12 – Razonetes 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
Perceba que a contabilização de uma aplicação financeira pós-fixada não 
envolve a conta de receita financeira a apropriar, visto que no momento da 
aquisição do título, não é conhecida a sua rentabilidade e, portanto, o 
reconhecimento da receita ocorrerá diretamente na conta da aplicação financeira 
em contrapartida a uma conta de receita financeira. 
5.3 Empréstimos e financiamentos prefixados 
Já sabemos que os empréstimos e financiamentos prefixados são aqueles 
em que os encargos financeiros são conhecidos no momento da concessão dos 
recursos. Portanto, se a Vírus da Grife adquirir um empréstimo de R$ 100.000 
em 31/12/20X1 para ser liquidado em três meses, incidindo R$ 4.000 de juros 
por mês (R$ 4.000 x 3 = R$ 12.000 de juros no total), os lançamentos contábeis 
realizados nesse tipo de operação serão os seguintes: 
1 – Na aquisição do empréstimo – 31/12/20X1 
D – Bancos (conta movimento) (ativo circulante) R$ 100.000 
D – Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora) R$ 12.000 
C – Empréstimos a pagar (passivo circulante) R$ 112.000 
2 – Apropriação dos encargos financeiros de janeiro – 31/01/20X2 
D – Despesa financeira (resultados) R$ 4.000 
C – Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora) R$ 4.000 
3 – Apropriação dos encargos financeiros de fevereiro – 28/02/20X2 
D – Despesa financeira (resultados) R$ 4.000 
C – Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora) R$ 4.000 
3 – Apropriação dos encargos financeiros de março – 31/03/20X2 
D – Despesa financeira (resultados) R$ 4.000 
C – Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora) R$ 4.000 
4 – Liquidação do empréstimo – 31/03/20X2 
D – Empréstimos a pagar (passivo circulante) R$ 112.000 
C – Bancos (conta movimento) (ativo circulante) R$ 112.000 
 
 
 
24 
Tabela 13 – Razonetes 
 
*Considere que a empresa possuía R$ 20.000 de saldo na conta banco. 
Fonte: Meurer, 2021. 
Perceba que da mesma forma que nas aplicações financeiras prefixadas, 
nos empréstimos e financiamentos prefixados também é utilizada uma conta 
redutora que permite a apropriação dos juros de forma mais acurada. Portanto, 
apesar de ter sido reconhecido R$ 112.000 de empréstimos a pagar, a conta 
redutora de encargos a transcorrer indica que desses R$ 112.000 há um total de 
R$ 12.000 a ser reconhecido no decorrer do período como despesas financeiras. 
5.3 Empréstimos e financiamentos pós-fixados 
No caso dos empréstimos e financiamentos pós-fixados, os encargos 
financeiros são conhecidos de forma posterior, seja a cada período determinado 
em contrato ou somente no momento da liquidação da obrigação. Portanto, no 
caso de empréstimos e financiamentos pós-fixados, o uso da conta de 
empréstimos e financiamentos a transcorrer torna-se inviável. 
Suponha que a Vírus da Grife tenha contratado um empréstimo de R$ 
100.000 em 31/12/20X1 para pagamento em parcela única após seis meses, 
sendo que a taxa de juros do período é de 3% e a inflação foi de 2% (31/12/20X1 
a 30/06/20X2). Os lançamentos contábeis serão os expostos a seguir: 
1 – Na aquisição do empréstimo – 31/12/20X1 
D – Bancos (conta movimento) (ativo circulante) R$ 100.000 
C – Empréstimos a pagar (passivo circulante) R$ 100.000 
2 – Liquidação do empréstimo – 31/06/20X2 
– Cálculo das despesas financeiras 
R$ 100.000 x 2% de inflação = R$ 102.000 
R$ 102.000 x 3% de juros = R$ 105.060 
– Reconhecimento da despesa financeira 
D – Despesa financeira (resultado) R$ 5.060 
C – Encargos financeiros de empréstimos a pagar (passivo circulante) R$ 5.060 
– Pagamento do empréstimo e dos encargos financeiros 
D – Empréstimos e financiamentos a pagar (passivo circulante) R$ 100.000 
D – Encargos financeiros de empréstimos a pagar (passivo circulante) R$ 5.060 
C – Bancos (conta movimento) (ativo circulante) R$ 105.060 
 
 
 
25 
Tabela 14 – Razonetes 
 
 
Fonte: Meurer, 2021. 
A depender das práticas contábeis da empresa, pode ser interessante 
separar a despesa financeira em subcontas que evidenciem o valor dos juros 
separado da variação monetária provocada pela inflação. Essa informação 
também pode ser exposta em notas explicativas. 
Tabela 15 – Como o tema é cobrado nas provas 
Nas provas... 
(FBC – 2014 – Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade) 
Uma Sociedade Empresária contraiu, em 30.6.2014, um empréstimo, para pagamento em 6 
meses, no valor de R$24.000,00. Foi descontada, no ato da liberação do referido 
empréstimo, a importância de R$2.000,00, a título de juros relativos ao contrato de 
empréstimo. 
a) DÉBITO Bancos Conta Movimento – Ativo R$22.000,00 
DÉBITO Juros a Transcorrer – Passivo R$2.000,00 
CRÉDITO Empréstimos a Pagar – Passivo R$24.000,00 
b) DÉBITO Bancos Conta Movimento – Ativo R$24.000,00 
CRÉDITO Juros a Transcorrer – Passivo R$2.000,00 
 CRÉDITO Empréstimos a Pagar – Passivo R$22.000,00 
c) DÉBITO Bancos Conta Movimento – Ativo R$24.000,00 
CRÉDITO Despesas Financeiras – Resultado R$2.000,00 
CRÉDITO Empréstimos a Pagar – Passivo R$22.000,00 
d) DÉBITO Bancos Conta Movimento – Ativo R$22.000,00 
DÉBITO Despesas Financeiras – Resultado R$2.000,00 
CRÉDITO Empréstimos a Pagar – Passivo R$24.000,00 
A empresa possui uma obrigação de curto prazo no valor de R$ 24.000, visto que os recursos 
foram adquiridos via empréstimos. Nota-se que houve o desconto de R$ 2.000 referente aos 
juros da operação, o que implica na entrada de R$ 22.000 na conta bancária (R$ 24.000 
empréstimo - R$ 2.000 juros = R$ 22.000 depositados na conta bancária). Como os juros 
devem ser reconhecidos ao longo dos meses seguindo o regime de competência, então os R$ 
2.000 deverão ser reconhecidos inicialmente na conta de Juros a Transcorrer, que é uma 
conta redutora do passivo. 
Portanto, o gabarito é a letra A. 
TROCANDO IDEIAS 
Vimos, nesta aula, as classificações e os tratamentos contábeis 
direcionados para aos instrumentos financeiros, aplicações financeiras, 
empréstimos e financiamentos. Nesse sentido, procure as demonstrações 
 
 
26 
contábeis de uma empresa listada na bolsa de valores Brasil, Bolsa, Balcão [B]3 
e apresente um exemplo de aplicação financeira reconhecida no Balanço 
Patrimonial da organização. Esperamos a sua participação em nosso fórum. 
NA PRÁTICA 
1. A indústriade calçados Meu Sapato Favorito aplicou no dia 
28/02/20X1 a quantia de R$ 100.000 em um ativo financeiro 
mensurado ao custo amortizado e que será resgatado após 12 
meses. Sabe-se que o título possui uma rentabilidade de 1% ao mês 
e que em 31/03/20X1 o título possuía um valor de mercado de R$ 
101.500. Com base nessas informações, assinale a alternativa 
correta referente às contas patrimoniais em 31/03/20X1: 
a) A conta de aplicação financeira possui um saldo de R$ 101.500 
b) Houve o reconhecimento de R$ 1.500 na conta de ajuste de avaliação 
patrimonial 
c) Houve o reconhecimento de R$ 1.500 de receita financeira 
d) A conta de aplicação financeira possui um saldo de R$ 101.000 
e) A conta de aplicação financeira possui um saldo de R$ 100.000 
2. Realize a associação entre os modelos de negócios de instrumentos 
financeiros e as suas características: 
I. Custo amortizado 
II. Valor justo por meios de outros resultados abrangentes (VJORA) 
III. Valor justo por meio do resultado (VJR) 
( ) Modelo aplicado em ativos financeiros que não são mensurados pelo custo 
amortizado nem pelo valor justo por meios de outros resultados abrangentes. 
( ) Modelo aplicado para ativos financeiros mantidos sob um modelo de negócios 
cujo objetivo é atendido tanto com o recebimento de fluxos de caixa contratuais 
como com a venda dos ativos. 
( ) Modelo aplicado para ativos financeiros mantidos sob um modelo de negócios 
cujo objetivo é manter os ativos para receber seus fluxos de caixa contratuais. 
3. Avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
I. O reconhecimento das receitas financeiras a transcorrer das aplicações 
financeiras para títulos prefixados é importante e viável. 
PORQUE 
 
 
27 
II. Torna a informação contábil mais acurada e é possível, pois para títulos 
prefixados, há como identificar a rentabilidade do título no momento da 
sua aquisição. 
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I 
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
correta da I 
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa 
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira 
e) As asserções I e II são proposições falsas 
O gabarito para as atividades propostas pode ser consultado ao final deste 
material. 
FINALIZANDO 
Aprendemos nesta aula que há inúmeros tipos de instrumentos 
financeiros e estes são classificados e mensurados de acordo com o modelo de 
negócio da entidade. Vimos também que as operações financeiras fazem parte 
do dia a dia das organizações e são capazes de gerar instrumentos financeiros 
para a organização. Adiante, aprendemos os diferentes tipos de aplicações 
financeiras, empréstimos e financiamentos e também como realizar a 
contabilização dessas operações. Recomendamos que você realize a leitura dos 
CPCs sugeridos, revise o material, resolva os exercícios propostos e continue 
buscando conhecimento nesta área tão envolvente que é a contabilidade! 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. (R2) – Demonstração dos 
Fluxos de Caixa. Aprovado pela Deliberação CVM, 641, 2010. 
______. 48 – Instrumentos financeiros. Aprovado pela Deliberação CVM, 763, 
2016. 
GELBECK, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária. 1. ed. São Paulo: 
Gen/Atlas, 2018. 
GRENDENE. Informações Financeiras. 2020. Disponível em: 
<http://ri.grendene.com.br/PT/Informacoes-Financeiras/Demonstracoes->. 
Acesso em: 24 jun. 2021. 
IUDÍCIBUS, S. de.; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 11. ed. São Paulo: 
Gen, 2019. 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Comercial. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
SALOTTI, B. et al. Contabilidade Financeira. 1. ed. São Paulo: Gen/Atlas, 
2019. 
 
 
 
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GABARITO 
1. Como o ativo financeiro é mensurado ao custo amortizado, então não há 
reconhecimento da variação do valor justo desse ativo. Portanto, em 
31/03/20X1 somente será reconhecida a receita financeira de R$ 1.000 
em contrapartida à conta de aplicação financeira. Logo, o gabarito é a 
letra D, pois no ato da aquisição do título, foi realizado um débito na conta 
de aplicação financeira no valor de R$ 100.000 e em 31/03/20X1 foi 
realizado outro lançamento a débito de R$ 1.000 em aplicação financeira, 
totalizando um saldo final de R$ 101.000. 
2. A sequência correta é III, II, I. 
3. A assertiva I é verdadeira, pois para títulos prefixados é importante e é 
possível reconhecer a receita financeira a transcorrer, visto que ao 
conhecer a taxa de retorno de forma antecipada, é possível identificar a 
rentabilidade dessa aplicação e, consequentemente, definir o valor da 
receita financeira a transcorrer, tornando a contabilização mais acurada. 
Portanto, o gabarito é a letra B.

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