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Aula 2 - Adesão e adesivos LOURIVAL MARIN MENDES GEF118 - Painéis de Madeira Reconstituída Universidade Federal de Lavras Departamento de Ciências Florestais Histórico do uso de adesivos As principais substâncias empregadas como adesivas foram: � Lama � Argila � Ceras � Resinas � Sangue � Peles fervidas e ossos A utilização de adesivos pelo homem não é recente e tampouco começou com a revolução industrial, pois, remota há alguns milhares de anos Histórico do uso de adesivos � Egito: Produção de lâminas de madeira 3000 a.C (mobiliário e sarcófagos) – Adesivos a base de caseína, amido, albumina � Evolução lenta: 1° fábrica de adesivos de origem animal (Holanda em 1690) � EUA - 1808 �Resina sintética Fenol – formaldeído (1929) Ureia – Formaldeído – (1931) A necessidade de melhorar o aproveitamento da madeira e a produtividade das empresas. Maximizar a utilização da matéria-prima através do aperfeiçoamento das técnicas de colagem. Histórico do uso de adesivos Laminados Compensado LVL Compensado sarrafeado Particulados MDP OSB Convencional Fibras MDF Chapa dura Chapa isolante Minerais Flake Exselsior Histórico do uso de adesivos Adesão É o fenômeno físico-químico que promove interações entre as superfícies sólidas (substrato) e o agente ligante (adesivo). Follmann (2007) Adesão Del Menezzi (2006) Deste modo, é necessário considerar ambos os aspectos das forças de adesão, os mecânicos e os químicos, e as inter-relações desses. Singh et al.,2008 Relação Madeira-Adesivo Adaptado de KOLLMANN et al. (1975) MADEIRAMADEIRAMADEIRAMADEIRA INTERFACEINTERFACEINTERFACEINTERFACE ADESIVOADESIVOADESIVOADESIVO INTERFACEINTERFACEINTERFACEINTERFACE MADEIRAMADEIRAMADEIRAMADEIRA Elos de conexão entre adesivos e dois substratos-madeira; MARRA (1992). Relação Madeira-Adesivo Singh et al.,2008 Variáveis envolvidas na colagem da madeira Adesivo Madeira Processo de Aplicação Condição de Uso - Tipo; - Viscosidade; - Tack (Fixação); - Material de enchimento; - Sólidos totais; - Peso molecular; - Tipo de solvente; - Idade; - pH; - Tamponamento; - Velocidade de cura; - Catalisador; - Mistura; - Razão molar dos reagentes; - Espécie; - Massa específica; - Teor de umidade; - Plano de corte; - Tipo de lenho; - Ângulo da grã; - Porosidade; - Rugosidade; - Defeitos de secagem; - Sujeira; - Composição química; - Extrativos; - pH; - Capacidade Tampão. - Espalhamento; - Distribuição do adesivo; - Umidade relativa; - Tempo de montagem aberto; - Tempo de montagem fechado; - Pressão; - Tempo de prensagem; - Pré-tratamento; - Pós-tratamentos; - Temperatura. - Gas-though (Evaporação); - Resistência e rigidez; - Cisalhamento; - Fluência; - Percentual de falha na madeira; - Acabamento; - Resistência ao calor; - Resistência a umidade; - Contração e inchamento; - Resistência a radiação ultravioleta; - Resistência biológica a xilófagos. - Tipo de falha; Adaptado de RIVER et al. (1991) Umectação da Madeira (Wettability) Iwakiri (2005) Umectação da Madeira (Wettability) USDA (2010) Sem lixa 2 passadas 4 passadas Influência da Superfície USDA (2010) Influência da Superfície River et al. (1991) Fases do Processo de Colagem de Madeiras i. Escoamento (Fluidez) ii. Transferência iii. Penetração iv. Umedecimento v. Solidificação Haselein & Pauleski (2004) Fases do Processo de Colagem de Madeiras i. Escoamento (Fluidez): Movimento correspondente ao espalhamento do adesivo sobre a superfície da madeira. Iwakiri (2005) Fases do Processo de Colagem de Madeiras – O adesivo é aplicado numa das superfícies. – Durante o tempo de montagem, algum umedecimento e penetração espontâneos podem ocorrer na superfície; – Pode ocorrer também algum espessamento e recobrimento. Iwakiri (2005) Fases do Processo de Colagem de Madeiras ii. Transferência: Movimento correspondente à transferência do adesivo para a superfície oposta; Iwakiri (2005) Fases do Processo de Colagem de Madeiras – As superfícies aproximam-se, o adesivo encontra a superfície oposta e a movimentação inicia-se. – Movimento de massa inicia com fluidez no plano da linha de cola. – Inicia-se o movimento de transferência na superfície oposta. Iwakiri (2005) Fases do Processo de Colagem de Madeiras iii. Penetração: Movimento do adesivo para penetrar nos poros e estruturas intersticiais da madeira. iv. Umedecimento: Movimento do adesivo para recobrir a estrutura submicroscópica da madeira; Iwakiri (2005) Fases do Processo de Colagem de Madeiras – Aumento de pressão; – Penetração inicia na superfície oposta e continua na superfície de aplicação; – Umedecimento, uma ação molecular acompanhada de penetração. Madeira Madeira Iwakiri (2005) Fases do Processo de Colagem de Madeiras v. Solidificação: Movimentos envolvidos na mudança do estado líquido para o sólido, através de processos químicos. Iwakiri (2005) Madeira Madeira Fases do Processo de Colagem de Madeiras – Pressão mantida até paralização de qualquer movimentação; – Solidificação completa a ligação e a linha de cola é consolidada com paralização de qualquer movimentação. Iwakiri (2005) Madeira Madeira Tipos de Linha de Cola Faminta Normal Não ancorada Pré-endurecida Faminta: – Adesivo de baixa viscosidade (muito fluido); – Penetração excessiva e desaparecimento do adesivo através da estrutura porosa da madeira, resultando numa situação de quantidade insuficiente de adesivo na linha de cola. Tipos de Linha de Cola Madeira Madeira Pré-endurecida: – Adesivo é secado ou parcialmente curado durante a aplicação da pressão, resulta em insuficiente mobilidade do adesivo para “fluir, transferir, penetrar e umectar”. Tipos de Linha de Cola Madeira Madeira Normal: – Entre os dois extremos, de muito ou pouco movimento, se situa a movimentação ótima para cada ação, produzindo uma ligação adequada com a solidificação do adesivo. Tipos de Linha de Cola Madeira Madeira Não ancorada: – A condição situada entre a “normal” e a “pré-endurecida”, onde há suficiente mobilidade para fluidez, alguma transferência e penetração, mas não o suficiente para “umectação”. Tipos de Linha de Cola Madeira Madeira A performance da ligação é uma consequência da composição do adesivo, mediada pela madeira em ambos os lados da linha de cola. Quanto menos madeira e menor a sua densidade, menos tensões serão exigidas da linha de cola. Tipos de Linha de Cola Tipos de Adesivos Para Madeiras i. Adesivos Naturais ii. Adesivos Sintético Termoplásticos iii. Adesivos Sintético Termoendurecedores (Termofixos) Karrchezy (1989) Tipos de Adesivos Para Madeiras i. Adesivos Naturais • Derivados proteicos de origem animal, tais como glutina (couro, pele e osso), caseína (leite) e albumina (sangue); • Derivados proteicos de origem vegetal (soja); • Derivados de amido (batata, trigo); • Éter celulósico; • Borracha natural. Iwakiri (2005) Tipos de Adesivos Para Madeiras ii. Adesivos Sintético Termoplásticos • Polivinil/acetato*; • Polivinil/acrilato; • Polietileno; • Polistrol; • Borracha sintética. Iwakiri (2005) Tipos de Adesivos Para Madeiras iii. Adesivos Sintéticos Termoendurecedores (Termofixos) • Uréia-Formaldeído; • Melamina-Formaldeído; • Fenol-Formaldeído; • Resorcinol-Formaldeído; • Tanino-Formaldeído; Iwakiri (2005); Haselein & Pauleski (2004) • Poliuretanos; • Licor Sufítico; • Isocianato. Categorias de Adesivos Integridade Estrutural Ambiente de Serviço Tipo de Adesivo Estrutural Uso exterior (resiste a longo prazo da água de imersão e secagem) Fenol-Formaldeído Resorcinol-Formaldeído Fenol-Resorcinol-Formaldeído Isocianato Polimérico Melamina-Formaldeído Uso exterior limitado (resiste a curto prazo de imersão de água) Melamina-Uréia-Formaldeído Isocianato Epoxi Interior (resiste a curto prazo de imersão de água) Úreia-Formaldeído Caseiana Semiestruturai Uso exterior limitado PVAc Poliuretano Não EstruturalInterior PVA Adesivos de origem animal Adesivos a base de soja Elastomeric construction Elastomeric contact Hot-melt amido USDA (2010) Principais Adesivos • Fenol-formaldeído (FF) – 2º mais utilizado na atualidade – coloração marrom avermelhado na forma líquida ou em pó – viscosidade: 300-800 cP; – pH: 11-13 – teor de sólidos: 40-45% – temperatura de cura: 130-150ºC – uso externo; – resistente a ⇑ T ºC – vida útil (antes da cura): 4-5 meses a 20ºC – usos: compensados de coníferas para uso externo, OSB e LVL • Melamina-ureia-formaldeído (MUF) – pó misturado com catalisador; – coloração esbranquiçada – mais resistente que UF e cura mais rápida que FF; – teor de sólidos: 55-65%; ] – pH: 9 – temperatura de cura: 120-150ºC – uso externo; – resistente a ⇑ T ºC – vida útil (antes da cura): 1 semana a 35ºC – usos: compensados de folhosas, colagem de topo e lateral em peças (finger-joint) • Resorcina-formaldeído (RF) – resina líquida e pó endurecedor; – coloração avermelhada – teor de sólidos: 40-45%; – pH: 11-13 – viscosidade: 500-800 cP (centiPoise) – cura à temperatura ambiente – uso externo; muito resistente a UR e ⇑ T ºC – usos: madeira laminada colada (MLC) e junções que necessitem resistência às intempéries • Tanino-formaldeído (TF) – resina alternativa à FF na forma líquida ou em pó; – coloração escura/avermelhada – viscosidade: 500-800 cP – temperatura de cura: 130-150ºC – uso interno; – medianamente resistente a UR – usos: substituto do FF em compensados e demais finalidades • Isocianato (MDI) – resina líquida amarronzada; – linha de cola clara; – não emite Formol livre; – teor de sólidos: 95% – utilização de matéria prima alto TU; – reativa com água – temperatura de cura: 170ºC – uso externo; – resistente a UR e ⇑ T ºC – 2,5 mais cara que FF – usos: flakeboards e OSB (miolo) • Acetato de Polivinila Crosslink (PVAc) – elevada resistência a água e temperatura – facilidade e segurança no manuseio – inodoro e não inflamável – baixo custo – estabilidade a estocagem – secagem rápida sob condições adequadas – pH 4,0 – 5,0 – viscosidade 600 – 800 cP (25ºC) • Ureia-Formaldeído (UF) – Principal adesivo utilizado no mundo – Já encontra restrições para seu uso em uma série de países – Solúvel em água – Baixo custo – Transparente após a cura Resistência de Adesivos ao Intemperismo USDA (2010) Perda de Resistência dos Adesivos Aditivos i. Extensores São substâncias a base de amido ou proteína, com alguma ação adesiva e que são adicionados na composição do adesivo para painéis laminados com as seguintes finalidades: • Reduzir o custo final do adesivo; • Prolongar o “tempo em panela” e aumentar a tolerância em relação ao tempo de montagem; • Aumentar a viscosidade; Exemplo: farinhas amiladas (trigo, batata, milho); farinha de soja. Iwakiri (2005) Aditivos ii. Materiais de Enchimento (fillers) Substâncias sem propriedade de adesão, que são adicionados na composição do adesivo, com o objetivo de aumentar o volume do adesivo e reduzir o seu custo. Apresenta também a função física no adesivo, que consiste em controlar sua penetração na madeira e auxiliar na formação de sólidos na mistura. Exemplo: minerais como a caolina; sílica; farinha de casca de nozes; farinha de casca de coco; e substâncias sintéticas pulverizadas. Iwakiri (2005) Outros Aditivos iii. Parafina (wax) – redução absorção de água e inchamento – utilizada na proporção de 0,5 a 2% iv. Retardantes de fogo – retarda a formação de fogo – adicionado durante fabricação do painel – exemplos: ácido bórico e sulfato de amônio Del Menezzi (2006) Outros Aditivos v. Preservativos – utilizados na proporção de 0,25 a 2% – aplicado juntamente com o adesivo vi. Edurecedores/Tamponantes – exemplo: cloreto de amônio (UF) – promoção da polimerização do adesivo Del Menezzi (2006) Tração Perpendicular à Superfície (painéis de partículas) ⌦ Determinação da qualidade da colagem desenvolvida durante a prensagem em compostos reconstituídos ⌦ Aplicações: está relacionada a todas as demais propriedades 2 máx a P LI = a a P P Resistência da Linha de Cola (painéis laminados) ⌦ Determinação da qualidade da colagem desenvolvida durante a prensagem em painéis laminados ⌦ Aplicações: está relacionada a todas as demais propriedades; MLC → dimensionamento b x a P RLC máx = b a a b P P P P SANTOS et al., 2010 Aula 2 - Adesão e adesivos Lourival Marin Mendes lourival@ufla.br Universidade Federal de Lavras Departamento de Ciências Florestais
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