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PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR transtornos globais do desenvolvimento

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1
FACULDADE ÚNICA
DE IPATINGA
2
PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR:
TRANSTORNOS GLOBAIS DO
DESENVOLVIMENTO
DO DESENVOLVIMENTO
1ª edição
Ipatinga – MG
2022
3
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério
Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite
Fernanda Cristine Barbosa
Guilherme Prado Salles
Lívia Batista Rodrigues
Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza Perboyre Campos
© 2021, Faculdade Única.
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
4
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:
São sugestões de links para vídeos, documentos
científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em
cada unidade do livro.
São para o esclarecimento do significado de
determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AOS TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
................................................................................................................... 7
1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
1.2 RECURSOS DE ENSINO.......................................................................................... 11
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 14
OS FATORES INTRA E EXTRAESCOLARES ASSOCIADOS ÀS
DIFICULDADES E AOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM .............. 19
2.1 FATORES INTRAESCOLARES ASSOCIADOS ÀS DIFICULDADES E OS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM..................................................................... 20
2.2 FATORES EXTRAESCOLARES ASSOCIADOS ÀS DIFICULDADES E OS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM..................................................................... 21
2.3 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NAS DIFICULDADES
E NOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM ......................................................... 22
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 27
OUTRAS CONDIÇÕES QUE PODEM INTERFERIR NA APRENDIZAGEM
.............................................................................................................31
3.1 DEFICIÊNCIA VISUAL, AUDITIVA E MOTORA....................................................... 32
3.2 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH)........... 34
3.3 SÍNDROME DE DOWN ........................................................................................... 37
3.4 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ....................................................... 38
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 40
PRINCIPAIS TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM: TRANSTORNOS DA
MATEMÁTICA, DA EXPRESSÃO ESCRITA E DA LEITURA.....................44
4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 44
4.2 ESPECIFICAÇÃO DE CADA TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM......................... 46
4.3 QUADRO COMPARATIVO DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM ................ 47
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 49
IMPACTOS PSICOSSOCIAIS DAS DIFICULDADES E DOS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM...................................................53
5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 53
5.2 RESULTADOS E CONSEQUENCIAS DAS DIFICULDADES E DOS TRANSTORNOS DE
APRENDIZAGEM.................................................................................................... 53
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 59
MODELOS DE INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES E NOS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM ..................................................62
6.1 TRABALHANDO A AUTOESTIMA DO ESTUDANTE COM DIFICULDADE OU
TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM ...................................................................... 62
6.2 A RELAÇÃO DA ESCOLA E DA FAMÍLIA DO ESTUDANTE COM DIFICULDADE OU
TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM ...................................................................... 63
6.3 ESTIMULANDO O RECONHECIMENTO DA POTÊNCIA DOS ESTUDANTES PELOS
PARES..................................................................................................................... 64
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 67
UNIDADE
01
UNIDADE
02
UNIDADE
03
UNIDADE
04
UNIDADE
05
UNIDADE
06
6
TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO ...........................70
7.1 TRANSTORNOS GLOBAIS DE DESENVOLVIMENTO – TGDS.................................. 70
7.2 AUTISMO ............................................................................................................... 73
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 79
SÍNDROME DE RETT..............................................................................84
8.1 SÍNDROME DE RETT: BREVE HISTÓRICO................................................................ 84
8.2 SÍNDROME DE RETT: CONCEITO........................................................................... 86
8.3 CAUSAS................................................................................................................. 87
8.4 QUADRO CLÍNICO................................................................................................ 88
8.5 DIAGNÓSTICO CLÍNICO ...................................................................................... 89
8.6 APRENDIZAGEM.................................................................................................... 91
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 93
SÍNDROME DE ASPERGER ...................................................................98
9.1 SÍNDROME DE ASPERGER: BREVE HISTÓRICO ..................................................... 98
9.2 SÍNDROME DE ASPERGER: CONCEITO................................................................. 99
9.3 DIAGNÓSTICO .................................................................................................... 100
9.4 TEORIA DA MENTE............................................................................................... 103
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 107
SÍNDROME DE HELLER ......................................................................112
10.1 TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA (HELLER): BREVE HISTÓRICO. 112
10.2 TRANSTORNODESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA (HELLER): CONCEITO ............ 113
10.3 SINTOMAS ........................................................................................................... 114
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 117
TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO E A
APRENDIZAGEM................................................................................123
11.1 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ................................................................................. 123
11.2 SÍNDROME DE DOWN ......................................................................................... 126
11.3 MICROCEFALIA................................................................................................... 127
11.4 SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ (SGB).............................................................. 128
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 130
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ................................................133
12.1 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.............................................................. 133
12.2 CONCEITO DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM .......................................... 133
12.3 DISGRAFIA E DISORTOGRAFIA........................................................................... 138
12.4 DISLEXIA .............................................................................................................. 141
12.5 DISCALCULIA ...................................................................................................... 143
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 146
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO.........................................151
REFERÊNCIAS......................................................................................... 153
UNIDADE
07
UNIDADE
08
UNIDADE
09
UNIDADE
10
6
UNIDADE
12
UNIDADE
11
7
INTRODUÇÃO AOS TRANSTORNOS
E DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
1.1 INTRODUÇÃO
Neste livro serão tratados principalmente dois temas de extrema relevância
para a educação escolar: as dificuldades e os transtornos de aprendizagem. O
objetivo principal é compreender o porquê alguns estudantes têm dificuldade para
aprender, aprendem menos do que o esperado ou, simplesmente, não aprendem o
conteúdo escolar.
A dificuldade para entender determinado conteúdo específico ou mesmo
uma ou mais disciplinas pode ter diversas razões, como serão abordadas no próximo
capítulo desse livro.
De acordo Siqueira e Gurgel-Giannetti (2010), o mau desempenho na escola
é “Um rendimento escolar abaixo do esperado para determinada idade, habilidades
cognitivas e escolaridade” (p. 80). Ainda segundo os mesmos autores, no déficit de
aprendizagem não há motivo orgânico, suas causas podem ser: por questões
culturais, escolares, emocionais, decorrentes de dificuldades de ouvir e/ou enxergar,
principalmente antes de detectados e tratados ou corrigidos, como o uso de óculos
de grau ou de aparelho de audição, (SIQUEIRA; GURGEL-GIANNETTI, 2010).
São possíveis consequências do mau rendimento escolar: problemas
emocionais (como baixa autoestima e desmotivação), abandono escolar,
preocupações familiares e dificuldade de aprendizagem, dentre outros.
Já o transtorno de aprendizagens “Relaciona-se com problemas na aquisição
e desenvolvimento de funções cerebrais envolvidas no ato de aprender.” (SIQUEIRA;
GURGEL-GIANNETTI, 2010, p. 80). Ainda de acordo com esses autores, os transtornos
de aprendizagem acometem de 5% a 17% da população e podem perdurar por
toda vida do indivíduo. Conforme será abordado mais adiante, sua classificação
ocorre de acordo com a área educacional afetada: transtornos da matemática, da
expressão escrita e da leitura.
UNIDADE
01
8
Um ponto que deve ficar evidente é que profissionais de educação, como
professoras e pedagogas, não podem realizar nenhum tipo de diagnóstico de
transtornos de aprendizagens, pois não têm formação para tal. Caso constatem que
o estudante apresenta algum sinal que chamou a atenção, é importante que
acionem a coordenação escolar e a família para encaminhá-lo para a profissional
capacitada, como psicóloga, pediatra ou terapeuta ocupacional, para a realização
da avaliação necessária, seguindo os padrões de cientificidade necessários nesses
casos e, concomitante à avaliação e possível tratamento, ocorra também o serviço
de apoio escolar.
Outro ponto relevante a ser elucidado é a questão da diversidade: todas as
pessoas são diferentes, têm a sua singularidade, com os adultos é assim e com as
crianças também. Tem criança que prefere sorvete de flocos, outra de creme,
algumas gostam de brincar de carrinho, outras de faz de conta. Aceitando essas
diferenças entre as preferências, é preciso considerá-las também no processo de
ensino-aprendizagem: os estudantes têm ritmos e modos de aprendizagem
diferentes, alguns são mais rápidos na compreensão de problemas matemáticos,
outros na resolução de questões de português. Um aluno que demora um pouco mais
para aprender, não necessariamente tem uma dificuldade ou um transtorno de
aprendizagem.
9
Entre adultos, é comum, por exemplo, na faculdade, que alguns estudantes
gravem as aulas, pois aprendem mais escutando, outros preferem fazer anotações,
têm aqueles que gostam de estudar em grupo, pois se beneficiam das trocas com os
colegas e, o oposto, há aqueles que só conseguem aprender em silêncio total,
preferencialmente, sozinhos. Mas, geralmente, não há essa liberdade nas escolas.
Apesar disso, essas diferenças precisam ser respeitadas, principalmente na
instituição escolar e desde os anos iniciais da escolarização. E esse é um grande
desafio, afinal, as escolas e professoras precisam seguir um plano de aula e, muitas
vezes, alguns estudantes não conseguem acompanhar as atividades propostas, o
dilema então é: “Parar e compreender o motivo de ele não estar assimilando o
assunto abordado, para poder intervir, correndo o risco de atrasar a matéria para
toda a turma, ou seguir em frente e conseguir ‘vencer’ o conteúdo?”.
Quanto mais a professora conhecer as suas turmas, mais fácil vai ser identificar
o perfil de cada aluno, como cada um aprende. Mas esse também é um desafio,
especialmente em turmas muito grandes, por isso, é importante que a educadora
tenha consciência de que seu papel não é simplesmente “passar matéria” ou
depositar conteúdo na cabeça dos alunos, como na educação bancária, criticada
por Freire (1997), mas é também conhecer os estudantes e reconhecê-los como
sujeitos.
Para que a educação deixe de ser bancária e passe a ser libertadora, Freire
(1997) propõe que ela seja dialógica, que haja um reconhecimento da humanidade
da educadora e das educandas, é importante que o processo de ensinar e de
aprender seja baseado na crença das pessoas: de que elas têm uma história que
precisa ser considerada e respeitada dentro da escola e de que elas são capazes de
aprender (FREIRE, 1997).
Apesar de o pensamento Freireano ser comumente utilizado para tratar das
desigualdades sociais, é possível utilizá-lo como uma contribuição para analisar o
10
caso de estudantes que não aprendem como o esperado, seja por possuírem
dificuldades ou transtornos de aprendizagem.
Na educação bancária (FREIRE,1997), o conteúdo é “passado” para todos os
alunos da mesma maneira, foca-se na igualdade, em tratar todos como iguais. Suas
singularidades não são consideradas, assim como suas histórias de vida, seus
interesses, suas potencialidades e sua forma de aprender. No processo educativo, o
importante é buscar a equidade, que é uma forma de diminuir (ou mesmo acabar
com) as desigualdades na aprendizagem, que são geradas por diversos fatores
sociais, psicológicos ou biológicos.
Abaixo apresentamos uma charge que ajuda a compreender a diferença
entre igualdade e equidade:
Figura 1: Charge igualdade e equidade
Fonte:Disponível em: https://bit.ly/3OaLDoV. Acesso em: 15 mar. 2022.
11
Se todos os estudantes não aprendem de maneira igual (assim como não
possuem a mesma altura, como na charge acima), não é possível oferecer as
mesmas ferramentas para todos. Por exemplo, o uso das mãos para auxiliar as
atividades com números pode ser benéfica para alguns alunos, mas, para outros, o
melhor seria usar fichas com desenho das quantidades ou até mesmo cantar uma
música sobre os números (fazendo os números com as mãos, se fosse necessário).
1.2 RECURSOS DE ENSINO
Abaixo são apresentados exemplos de diferentes ferramentas que podem ser
utilizadas na aprendizagem de letras:
- Fichas: As fichas auxiliam as crianças a relacionarem as imagens, às letras e
às palavras, dependendo do que está sendo ensinado.
Figura 2: Ficha palavras e desenhos: letra A
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3MSD29j. Acesso em: 15 mar. 2021.
- Música: A música é um instrumento muito difundido na escolarização, além
de ser dinâmica e possibilitar que os estudantes cantem e dancem (dependendo do
objetivo da atividade), ela pode facilitar a aprendizagem e a memorização.
Alfabita, do Mundo Bita
Letra A pro amanhã amanhecer
12
B pra balançar o berço do bebê
Cochilar em casa com a letra C
D pra dividir delícias com você
E na escola a gente escreve com a letra E
Com F fazemos feliz quem também nos fizer
De grão em grão com letra G o galo engordou
Com letra H um hipopótamo histérico
Imaginação se faz com letra I
J pro jantar que já já vai sair
Letra K eu quero um suco de kiwi
Um lugar legal com L logo ali
Com M um mundo musical feito de mágica
Nosso novo navio vai com N navegar
O ornitorrinco bota ovo com a letra O
Com letra P pipoca na panela é bem melhor
Um quilo de queijo com a letra Q
Rápido com R o rato vai roer
S o sapo samba mesmo sem saber
Letra T tem trapalhada na TV
A união do universo tem a letra U
Com V de ventania vamos voando pro sul
Quem tem a senha da wi-fi com W pra dizer
Com X tem xícara de chá pro xerife beber
Y yakisoba pro chinês
Letra Z a zebra disse em português
Pra formar novas palavras incríveis
Basta misturar as letras outra vez
Em cartas, poesias, prosas, poemas de amor
Cada sentença dita tem seu devido valor
Então coloque agora na caixola o ABC
Pois nessa vida a gente não se cansa de aprender
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3OfYMNN. Acesso em: 14 mar. 2022.
Para finalizar essa introdução acerca das dificuldades e os transtornos de
aprendizagem, reflita sobre o que se pede no quadro abaixo:
13
14
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (AMEOSC- 2021). Julgue o excerto abaixo.
Paulo Freire (1921-1997) foi um educador brasileiro cujas ideias sobre o papel da
educação provaram ser extremamente importantes. Paulo Freire foi um crítico
ferrenho da chamada "educação bancária". Segundo ele, nesse modelo
educativo, o aluno se transforma em mero "recipiente" a ser enchido pelo
professor. O professor, para Freire, deve romper com esse modelo educativo e se
comprometer com uma educação problematizadora e libertadora focada nas
consciências humanas com o objetivo de transformar o mundo a sua volta.
Após análise, o excerto acima está:
a) O excerto está parcialmente correto, uma vez que Paulo Freire não defende um
modelo de educação libertadora.
b) O excerto está parcialmente correto, uma vez que Paulo Freire não foi um crítico
da educação bancária.
c) O excerto está completamente correto.
d) O excerto está parcialmente correto, uma vez que a educação bancária entende
que o estudante deve participar ativamente do processo educativo.
e) O excerto está completamente errado.
2. (AMEOSC- 2021). Na metodologia de Freire o mestre se posiciona ao lado de seus
aprendizes para que juntos possam organizar as atividades desenvolvidas nas
classes, todas baseadas no debate de temáticas sócio-políticas, inerentes ao
contexto vivenciado por eles. Assim, seu método não age apenas no circuito
educativo, mas também na economia, na política e nas demais esferas da vida
em sociedade.
Conhecer as diferentes tendências pedagógicas é fundamental na prática
docente. Esse fator contribui para o desenvolvimento de uma atuação mais
consciente e baseada nas principais demandas de aprendizagem. Considerando
as tendências pedagógicas contemporâneas, a alternativa que mais se adequa
a linha de trabalho do educador Paulo Freire, é:
15
a) Libertadora.
b) Tradicional.
c) Liberal.
d) Renovada.
e) Bancária.
3. (VUNESP - UFTM – 2018). No livro Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à
prática educativa, Paulo Freire aborda a “questão da formação docente ao lado
da reflexão sobre a prática educativo-progressiva em favor da autonomia do ser
dos educandos”. Nessa obra, Freire (1996) analisa as diferentes exigências do
ensinar e, dentre elas, afirma que “ensinar exige respeito aos saberes dos
educandos”. Para tal, o autor argumenta que a escola deve:
a) Fazer com que os alunos compreendam que somente os conhecimentos formais
são merecedores de crédito.
b) Limitar-se a transferir os conteúdos aos alunos, uma vez que ela não é partido
político para discutir a realidade em que vivem.
c) Estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares
fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos.
d) Modelar o comportamento dos alunos pela apresentação de materiais em
cuidadosa sequência.
e) Adotar processos e estratégias neutros e eficazes para a aprendizagem dos alunos.
4. Ao constatar que uma aluna apresenta dificuldade para aprender e não está
conseguindo acompanhar o restante da turma, uma professora busca usar
estratégias metodológicas diferenciadas com essa estudante, com apoio de
fichas diferentes das usadas com as outras estudantes. Provavelmente essa
professora acredita:
a) Que todas as alunas são iguais e, por isso, age baseando-se na igualdade.
b) Que todas as alunas são diferentes e, por isso, age baseando-se na igualdade.
c) Que todas as alunas são iguais e, por isso, age baseando-se na equidade.
d) Que todas as alunas são diferentes e, por isso, age baseando-se na desigualdade.
e) Que todas as alunas são diferentes e, por isso, age baseando-se na equidade.
16
5. (Adaptada de Instituto Consulplan Órgão: Prefeitura de Pitangueiras – 2021). As
dificuldades de aprendizagem resultam de muitos aspectos que interferem na
aquisição de novos esquemas, ou seja, na reorganização do cérebro para
produção de novos comportamentos. Diante do exposto, analise as afirmativas a
seguir.
I. Todo fracasso escolar está relacionado direta ou indiretamente a um problema na
saúde do aprendiz.
II. As dificuldades de aprendizagem são identificadas pelo educador por meio da
observação de comportamentos ou habilidades, gerais ou característicos, que
destoam da maioria dos alunos e que comprometem o desenvolvimento do
estudante, segundo o padrão mais frequente na escola.
III. Embora a aprendizagem ocorra no cérebro, nem sempre ele é a causa original
das dificuldades observadas; as falhas na aprendizagem podem estar
relacionadas ao indivíduo, ao ambiente ou a ambos.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
a) I, apenas.
b) I, II e III.
c) II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) III, apenas
6. Sobre as dificuldades e os transtornos de aprendizagens, marque a alternativa
correta:
a) São sinônimos.
b) Na dificuldade de aprendizagem a causa é sempre orgânica.
c) A professora é a profissional mais indicada para realizar o diagnóstico de transtorno
de aprendizagem.
d) As causas do transtorno de aprendizagem estão relacionadas à escola e/ou ao
ambiente escolar.
e) A classificação da dificuldade de aprendizagem ocorre de acordo com a área
17
educacional afetada: transtornos da matemática, da expressão escrita e da
leitura.
7. Analise a charge abaixo e depois escolha a melhor resposta para a questão
proposta:
Figura 3:Igualdade X Equidade
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/2PXiW0Y. Acesso em: 15 mar. 2022.
É correto afirmar que a referidacharge:
a) Defende a ideia de igualdade, afinal, só assim alcançaremos um mundo mais
justo.
b) Mostra que mais justo do que a igualdade é a equidade, pois cada animal possui
características que irão facilitar ou dificultar a tarefa de subir na árvore.
c) Afirma que igualdade e equidade são a mesma coisa, pois todos os animais irão
conseguir subir na árvore da mesma maneira.
d) Defende a neutralidade dos avaliadores que devem fazer avaliações iguais para
todos os estudantes.
e) Mostra que a igualdade nem a equidade deve ser buscada na avaliação, pois
isso seria injusto.
8. Quando uma professora percebe que um aluno está apresentando dificuldades
para acompanhar o ritmo de aprendizado da sala, ela deve:
18
a) Realizar o diagnóstico de qual transtorno de aprendizagem esse aluno tem.
b) Pedir para a família mudar esse aluno para uma escola mais fraca.
c) Pesar o aluno para saber qual a dosagem do remédio ritalina ela irá prescrever.
d) Exigir que a família pague uma professora particular para que o aluno aprenda
fora do horário da escola.
e) Marcar uma reunião entre família e escola para que possam conversar sobre o
aluno.
19
OS FATORES INTRA E
EXTRAESCOLARES ASSOCIADOS
ÀS DIFICULDADES E AOS
TRANSTORNOS DE
APRENDIZAGEM
Nem tudo o que acontece no ambiente escolar tem origem na escola, ou seja,
existem fatores extraescolares que determinam a escolarização dos estudantes e,
tanto nas dificuldades quanto nos transtornos de aprendizagens, os fatores intra e
extraescolares devem ser considerados. E esse será o tema da discussão da segunda
unidade desse livro.
Como forma de facilitar a aprendizagem, esse capítulo será dividido em
tópicos: primeiro) os fatores intraescolares e segundo) os fatores extraescolares, mas
é importante considerar que esses fatores se determinam mutuamente, o que ocorre
dentro da escola influencia o que acontece fora dela e a recíproca também é
verdadeira. Por exemplo, se um aluno tem o costume de ajudar o pai a contar a
quantidade de ovos necessária nas receitas culinárias, provavelmente ele terá mais
facilidade na hora de aprender os números na escola. Como a relação da família e
da escola é extremamente importante, ela será abordada no terceiro e último tópico
desta unidade.
Vale destacar que as dificuldades de aprendizagem são multideterminadas
(GIESELER, 2017), ou seja, não possuem apenas uma única determinação, um único
fator que as explica, mas sim, são resultado da junção de diversos motivos. Por outro
lado, os transtornos de aprendizagem têm como causa disfunções do sistema
nervoso central (CANCIAN; MALACARNE, 2019, s.p.).
Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
20
2.1 FATORES INTRAESCOLARES ASSOCIADOS ÀS DIFICULDADES E OS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
De acordo com Gieseler (2017, p. 26), dentre todos os fatores que determinam
as dificuldades escolares, os intraescolares são mais “decisivos no sucesso ou fracasso
escolar de uma criança, pois é na escola que ela realiza descobertas voltadas ao
letramento, à aritmética, dentre outras.”. Essa autora afirma que a escola precisa ser:
acolhedora, estimulante e adaptada ao contexto cultural das alunas e sua família.
Quando se trata dos fatores intraescolares relacionados às dificuldades de
aprendizagem, deve-se considerar:
- o ambiente físico (salas devidamente ventiladas e iluminadas, com tamanho
suficiente, providas de móveis e recursos tecnológicos necessários, banheiros e
refeitórios limpos, espaços coletivos estimulantes),
- qualidade do ensino (currículos e conteúdos adequados),
- relação de cooperação entre as pessoas (estudantes entre si, professores
entre si, estudantes/professores/direção/funcionárias/famílias/entorno escolar),
- tarefas escolares (acessíveis aos alunos, de acordo com sua etapa do
desenvolvimento, motivadoras e que façam sentido em termos de aprendizagem).
(GIESELER, 2017).
Já quanto aos transtornos de aprendizagem, apesar de suas causas não serem
intraescolares, pois são neurológicas, a forma como a escola lida com esses
transtornos pode ser determinante para a trajetória escolar, seja a sua continuidade
ou a sua interrupção.
Se a escola segrega o aluno que tem dificuldade ou transtornos de
aprendizagem e não reconhece as suas diferenças no processo de aprendizagem,
tratando-o de forma igual aos outros estudantes, há grandes chances de isso gerar
sofrimento, além do sentimento de incapacidade, da não aprendizagem e, inclusive,
do abandono escolar. Tal como abordado na Figura 1 deste livro, em que são
mostrada três pessoas de diferentes alturas que assistem a uma partida de futebol e
recebem um caixote para facilitar a visão: uma das pessoas não precisa do caixote,
pois sua altura é suficiente para garantir a sua visibilidade do jogo, outra precisa de
um caixote pequeno e outra, por se mais baixa, precisa de um caixote maior.
A escola deve acolher todos os estudantes, sejam aqueles que possuem leves
e passageiras dificuldades de aprendizagem, sejam aqueles que sofrem de
21
transtornos de aprendizagem graves. Para tanto, precisa se mostrar disponível a lidar
e a aceitar as diferenças, isso vai fazer com que todos aprendam a lidar com as
diversidades.
2.2 FATORES EXTRAESCOLARES ASSOCIADOS ÀS DIFICULDADES E OS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
Os fatores extraescolares são aqueles que não dependem da escola e/ou
ocorrem fora do seu ambiente. De acordo com Gieseler (2017), baseando-se em
Smith (1986), são fatores extraescolares que podem influenciar as dificuldades de
aprendizagem:
- Características individuais: aquilo que o sujeito apresenta, como por exemplo:
• Habilidades e estilos cognitivos
• Motivação
• Maturidade socioemocional
• Personalidade e temperamento
• Processamento da informação.
- Característica fisiológicas: aquelas referentes ao organismo/corpo do
estudante
• Fatores orgânicos, hereditários e bioquímicos.
- Família: relacionada às condições socioeconômicas, culturais e de
organização da família, como, por exemplo:
• Qualidades de nutrição e estimulação
• Diferenças socioculturais
• Clima emocional
• Toxinas ambientais
• Pais como modelo.
Abaixo, como forma de representar graficamente os fatores intra e
extraescolares que influenciam as dificuldades e os transtornos de aprendizagem,
será apresentado o Cubo de Syracuse, desenvolvido por Corine Smith (1986) (citada
por Gieseler, 2017):
22
Figura 4: Cubo de Syracuse
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3txbzmM. Acesso em: 15 mar. 2021.
A análise desse cubo permite compreender que os fatores que influenciam as
dificuldades e os transtornos de aprendizagem têm várias faces que se relacionam,
a escola, a família, as tarefas e as características dos alunos (tanto biológicas como
as aqui nomeadas como individuais) influenciam umas às outras. Não é possível
explicar a escolarização de um estudante, suas habilidades e dificuldades no
ambiente escolar considerando apenas um desses lados/elementos. Para ter uma
compreensão da complexidade que é o processo de aprendizagem (ou de não
aprendizagem), fatores intra e extraescolares devem ser analisados.
2.3 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NAS
DIFICULDADES E NOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
De acordo com Toledo e Gonzáles (2007, p. 403) ao se tratar de estudantes,
“a família e a escola são os dois contextos ambientais de aprendizagem mais
significativos, e ambos terão uma influência decisiva na orientação de seu futuro
pessoal.”
Os autores citados acima destacam a importância de essas duas instituições
terem linguagem e interesses confluentes, bem como confiarem uma na outra, além
de serem flexíveis e abertas para se adequarem às necessidades dos estudantes
23
(TOLEDO E GONZÁLES, 2007), independentemente a qual contexto social pertencem.
Apesar de as pesquisas (DESSEN; POLONIA, 2007; NOGUEIRA, 2005; SZYMANSKI,
2009) apresentarem os benefícios da construção e manutenção de uma relação
saudável entre escola e família, esse tem sido um grande desafio paraambas as
instituições. Com frequência, na prática, vivencia-se uma troca de acusações,
principalmente quando o estudante apresenta alguma dificuldade ou transtorno de
aprendizagem: a família culpa a escola e a escola culpa a família.
De acordo com Toledo e Gonzáles (2007, p. 405), existe uma espécie de
“sequência geral de estados emocionais que são experimentados de maneira típica”
por pais cujos filhos apresentam “características diferenciadas na aprendizagem”, a
qual será apresentada a seguir (não podemos afirmar que todas as famílias irão
vivenciar todas as etapas a seguir e nem que elas serão vividas na ordem exposta):
- Choque: susto inicial, forte abalo, sentimento de medo pelo que está por vir.
- Negação: forma de fuga para não lidar com o problema, muitos pais
encontram desculpas para justificar a não aprendizagem do filho (“Ele está
cansado”, “A professora é muito rígida”, “A escola não é boa” são exemplos de frases
ditas pelos familiares).
- Culpa: ao buscar uma justificativa para o problema, muitos pais,
principalmente mães, acabam se culpando, acham que o filho tem dificuldades na
escola porque ela trabalha fora, porque ela e o pai da criança se separaram ou
porque não conseguem pagar uma escola de melhor qualidade para a criança.
- Raiva: sentimento de rancor, de ódio, que pode acabar se voltando contra
a criança ou a escola.
- Aceitação: necessariamente, “não significa gostar das coisas como são.
Significa, para os pais, aceitar seu filho como uma criança tal como é.” (TOLEDO;
GONZÁLES, 2007, p. 405), é aceitar a diversidade, que cada criança é uma, tem suas
potencialidades e dificuldades, seu tempo e suas preferências, inclusive no processo
de aprendizagem.
Quadro 1: Reações emocionais típicas dos pais diante das características diferenciadas de
aprendizagem de seus filhos
Estados emocionais Descrição
Choque Susto inicial, forte abalo, sentimento de medo pelo que
está por vir.
24
Negação Forma de fuga para não lidar com o problema, muitos
pais encontram desculpas para justificar a não
aprendizagem do filho (“Ele está cansado”, “A
professora é muito rígida”, “A escola não é boa” são
exemplos de frases ditas pelos familiares).
Culpa Ao buscar uma justificativa para o problema, muitos
pais, principalmente mães, acabam se culpando,
acham que o filho tem dificuldades na escola porque
ela trabalha fora, porque ela e o pai da criança se
separaram ou porque não conseguem pagar uma
escola de melhor qualidade para a criança.
Raiva Sentimento de rancor, de ódio, que pode acabar se
voltando contra a criança ou a escola.
Aceitação: Necessariamente, “não significa gostar das coisas como
são. Significa, para os pais, aceitar seu filho como uma
criança tal como é.” (TOLEDO; GONZÁLES, 2007, p. 405),
é aceitar a diversidade, que cada criança é uma, tem
suas potencialidades e dificuldades, seu tempo e suas
preferências, inclusive no processo de aprendizagem.
Fonte: Adaptado de Gonzáles (2007, p. 405).
Durante toda essa evolução entre perceber que seu filho tem alguma
característica diferenciada na aprendizagem e aceitar esse traço, a escola deve ser
acolhedora com a família, deve se mostrar presente e disposta a construir
conjuntamente um plano educacional adequado para esse estudante. A escola
deve levar em consideração:
- se a instituição escolar foi quem alertou a família sobre a possibilidade de a
criança ter alguma dificuldade ou transtorno de aprendizagem (e como a família
reagiu a esse alerta),
- se a família aceita que a criança tem alguma dificuldade ou transtorno de
aprendizagem,
- se a criança já passou por algum especialista, foi avaliada, tem diagnóstico,
fez ou faz acompanhamento interventivo e
- se a família tem condições psicológicas e financeiras de arcar com o
acompanhamento profissional necessário para garantir a aprendizagem da criança,
se for o caso.
A escola deve deixar claro para a família que é uma parceira nesse processo.
Em algumas situações, a escola pode inclusive orientar a família a buscar apoio não
apenas para a criança, mas também para os pais, para aceitarem melhor a situação
e conseguirem sair das etapas de choque, negação, culpa e raiva para alcançarem
25
a aceitação. Pode ser indicado que a família faça acompanhamento psicológico,
seja psicoterapia familiar, de casal ou individual.
Se a escola é bem informada e conhece a rede de serviço, por exemplo de
saúde, seja de políticas públicas ou particular, essa indicação pode auxiliar a família
a diminuir o tempo para buscar ajuda especializada, por isso a importância de a
escola conhecer o seu entorno.
De forma consciente de que cada instituição tem uma função no processo
educativo, a relação entre escola e família, especialmente aquela cujos filhos
apresentam dificuldades e transtornos de aprendizagem, deve ser pautada pelo
diálogo e pela colaboração, uma instituição deve confiar que a outra está fazendo
o seu melhor e ambas devem manter a outra informada sobre o processo de
aprendizagem: desafios a serem vencidos, progressos realizados, novas metodologias
e novos tratamentos iniciados.
26
27
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Adaptada de Secretaria de Estado de Educação/Minas). Na relação escola-
família, um diretor, visando a ampliar as possibilidades dos alunos de sua escola,
propõe ao coordenador pedagógico que organizem uma reunião com os pais
com o objetivo de apoiá-los na consolidação de atitudes de valorização e
estímulo à aprendizagem de seus filhos.
Essa iniciativa contribui para a
a) Mistura de papéis que acontece atualmente entre a família e a escola, em que
cada uma dessas instituições delega à outra a educação formal dos alunos.
b) Consolidação da parceria escola-comunidade, ao propiciar espaços de
interação eficazes com foco na aprendizagem dos alunos.
c) Desprofissionalização do professor, já que ao colocar os pais no lugar de
educadores banaliza o exercício docente profissional.
d) Conscientização dos pais a respeito das dificuldades e dos desafios de educar
crianças e jovens na atualidade.
e) Aumentar o trabalho das professoras sem uma justificativa, já que provavelmente
não vai haver nenhum benefício advindo dessa ação.
2. (FUNIVERSA- 2016). No que se refere à participação da família na escola, assinale
a alternativa correta.
a) A participação dos pais nas atividades da escola deve se resumir ao
acompanhamento das tarefas escolares de seus filhos.
b) Devem ser incentivados a participar das associações de pais e dos conselhos
escolares somente aqueles cujos filhos tenham maior rendimento na vida escolar.
c) As escolas devem inserir, em seu projeto pedagógico, espaço para valorizar,
reconhecer e trabalhar as práticas educativas familiares e utilizá-las como recurso
importante nos processos de aprendizagem dos alunos.
d) A participação da família nas reuniões de entregas de notas e nas festas
promovidas pela escola é o suficiente para configurar apropriada participação na
28
vida escolar.
e) As iniciativas de parceria devem partir da família, uma vez que a escola está
sempre aberta a recebê-las e inclui-las no processo de ensino e aprendizagem de
seus filhos.
3. (FUNIVERSA – 2010). Quando se pensa o sucesso ou o fracasso escolar, geralmente
se fala no papel das famílias como possibilitadoras de aprendizagem. A esse
respeito, assinale a alternativa correta.
a) As famílias de classes baixas não podem fornecer qualidade de vida satisfatória,
alimentação adequada e acesso a diversas formas de cultura; por isso, seus filhos
estão fadados ao fracasso escolar.
b) A falta de estrutura familiar é um sintoma que deve ser considerado de forma
única, isolado, na análise sobre o sucesso ou fracasso escolar.
c) São consideradas famílias produtoras de problemas de aprendizagem somente
aquelas que estão em situação de risco e de pobreza.
d) A família também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são
os primeiros ensinantes e suas atitudes irão determinar a modalidade de
aprendizagemdos filhos.
e) Para identificar os problemas de aprendizagem, não é preciso distinguir aquilo que
é próprio da criança, em termos de dificuldades, daquilo que ela reflete em termos
do sistema em que se insere.
4. De acordo com o Cubo de Syracuse, desenvolvido por Corine Smith (1986), são
fatores que interferem nas dificuldades de aprendizagem:
a) Familiares e escolares, apenas.
b) Biológicos e individuais, apenas.
c) Escolares e de tarefas, apenas.
d) Individuais e escolares, apenas.
e) Escolares, individuais, biológicos, familiares e de tarefas.
5. Sobre a relação entre os fatores escolares e as dificuldades aprendizagem,
marque a alternativa verdadeira:
29
a) Todas as dificuldades de aprendizagem são resultado de fatores intraescolares.
b) Como as dificuldades escolares são causadas por problemas individuais, a escola
não pode auxiliar nesses casos.
c) Quando constatar algum tipo de dificuldade de aprendizagem, a professora tem
a obrigação de diagnosticar e medicar os alunos.
d) Mesmo quando a causa da dificuldade de aprendizagem não for relacionada ao
ambiente intraescolar, a escola pode auxiliar o aluno.
e) As causas das dificuldades de aprendizagem estão sempre relacionadas às
famílias desestruturadas dos estudantes.
6. As causas dos transtornos de aprendizagem são:
a) A forma de criação familiar.
b) A baixa qualidade das escolas.
c) A dificuldade de relacionamento do estudante com as professoras.
d) Disfunções do sistema nervoso central.
e) A falta de motivação do estudante.
7. (Adaptada de IF-PA - 2019). Ciasca (2004) indicou uma classificação ao abordar
os problemas de aprendizagem. Distúrbio de aprendizagem (TA) é compreendido
como uma disfunção do Sistema Nervoso Central, relacionada à “falha” no
processo de aquisição e processamento da informação, tendo, desta forma um
modo funcional. Diferentemente é a Dificuldade Escolar (DE) que está arrolada
nomeadamente a um problema de ordem e origem pedagógica, emocional e/ou
sociocultural. A partir dessa concepção podemos concluir que:
a) A dificuldade escolar abrange condições orgânicas que evitam o indivíduo de
aprender.
b) O distúrbio de aprendizagem ocorre independentemente de oportunidades
sociais e culturais apropriadas.
c) O distúrbio de aprendizagem se relaciona a questões emocionais, familiares,
sociais, motivacionais, relação professor-aluno, programas escolares inadequados
entre outros.
d) Os subtipos específicos de dificuldades escolares são: transtornos das habilidades
30
acadêmicas, transtorno de linguagem e fala, transtorno das habilidades motoras.
e) A dificuldade escolar está vinculada a uma disfunção no sistema nervoso central
(snc), cuja falha jaz no processo de aquisição e/ou desenvolvimento das
habilidades escolares.
8. Quando um estudante passa por uma avaliação e é constatado um transtorno de
aprendizagem:
a) Ele deve interromper seus estudos e focar no acompanhamento da psicóloga, da
terapeuta ocupacional e da neuropediatra.
b) Ele não deve dar continuidade aos seus estudos, pois vai atrapalhar o restante da
turma.
c) Ele tem o direito de continuar a estudar, inclusive com o seu acolhimento, a escola
ensinará aos outros alunos sobre o respeito à diversidade.
d) Ele deve parar de estudar, pois não aprenderá nada na escola.
e) Ele só pode continuar a estudar depois que a professora o diagnosticar.
31
OUTRAS CONDIÇÕES QUE PODEM
INTERFERIR NA APRENDIZAGEM
Nessa unidade serão apresentadas as deficiências visual, auditiva e motora, os
Transtornos de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e do espectro autista
e a Síndrome de Down que, apesar de não serem transtornos de aprendizagem
podem, de alguma forma, interferir no processo de escolarização.
Em qualquer um dos casos, além de acolher esses alunos e sua família, é muito
importante que a escola esteja preparada: tanto em termos arquitetônicos quanto
em termos de formação e de relacionamento, de como receber os estudantes. A
escola deve ser acessível em todos os sentidos, livre de todo o tipo de barreira!
Um ponto muito importante é que a escola consiga identificar as
potencialidades dos alunos, isso vai ser determinante para a sua autoestima, além do
reconhecimento dos outros colegas. É também de extrema relevância que a escola
esteja junto da família, orientando-a quanto ao acompanhamento necessário para
que o estudante consiga aprender e socializar. A escola deve manter-se disponível
para os profissionais que acompanham o aluno, seja para informar sobre a sua
escolarização, seja para saber como está o tratamento ou para se orientar.
Estudar sobre essas condições e a escolarização implica em um compromisso
ético das professoras, especialmente em um momento em que tem ocorrido um
número tão alto de estudantes medicalizados (FRANCO; MENDONÇA; TULESKI, 2020).
É óbvio que em alguns casos, algumas pessoas com determinadas síndromes e
Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
32
transtornos precisam do auxílio de remédios, mas, é sabido que muitas vezes há um
uso indiscriminado dos fármacos. A escola precisa se responsabilizar pelo seu papel
político educativo de instituição crítica transformadora e posicionar-se contrária à
medicalização descontrolada de crianças e adolescentes, considerando que há
uma verdadeira patologização da vida de uma forma geral e, especificamente, da
infância.
O uso de remédios tem efeitos colaterais, bem como pode acarretar possíveis
graves consequências para o desenvolvimento saudável das crianças (FRANCO;
MENDONÇA; TULESKI, 2020). Além disso, a medicalização da infância é sintoma de
uma sociedade que considera que tudo pode ser resolvido com a medicina e com
remédios, os contextos escolar e familiar não são levados em conta (BENEDETTI et al.;
2018).
3.1 DEFICIÊNCIA VISUAL, AUDITIVA E MOTORA
Tanto na deficiência visual, quanto na auditiva e na motora existem
gradações, isso significa que o aluno pode ser cego (ou ter uma visão subnormal), ser
surdo (ou ter uma perda parcial da audição), ter paralisia nos membros inferiores e/ou
superiores (ou ter dificuldade na marcha e/ou na movimentação dos braços).
Nos casos mais graves de deficiência, muito provavelmente o estudante vai
chegar à escola com o diagnóstico ou, pelo menos, com o conhecimento da sua
condição. Já no caso de perdas parciais da capacidade, pode ser que a professora
perceba alguma dificuldade do aluno e isso faça com que a família busque o
profissional adequado (médico, fonoaudióloga) para realização da avaliação,
definição do diagnóstico e execução de tratamento. Essa dificuldade pode ser de
aprendizagem (porque o aluno não consegue enxergar o quadro, por exemplo),
33
para seguir as regras (porque o estudante não escuta quando toca a sinalização do
término do recreio) e/ou de socialização (quando o aluno é sempre o último a ser
escolhido no time de esporte porque os colegas não acham que ele é ágil o
suficiente).
Não necessariamente o estudante com deficiência vai ter alguma dificuldade
de aprendizagem, inclusive porque ele pode compensar com outra capacidade, por
exemplo, o aluno cego provavelmente terá o tato muito desenvolvido se for
estimulado.
Para tanto, sua família deve garantir que ele:
 Tenha consciência de que todas as pessoas são diferentes umas das outras,
possuem facilidades e dificuldades.
 Seja aceito e se aceite, seja constantemente motivado e estimulado.
 Faça o acompanhamento adequado (vá periodicamente ao oftalmologista,
faça sessões de fonoaudiologia e/ou de fisioterapia etc.),
 Use os aparelhos corretivos necessários (como aparelho de audição, óculos,
andador).
Já a escola deve assegurar que:
 Esse aluno faça parte da escola, participe de todas as atividades e não
apenas “esteja lá”,
 Seja estimulado, tenha suas necessidades respeitadas e suas potencialidades
exaltadas, como todos os estudantes,
 Não existam barreiras arquitetônicas que dificultem o seu acesso e
permanência, para tanto, em seu prédio devem existirrampas ou elevadores,
corrimãos, sinalização no chão e nas paredes para que as pessoas com
deficiência visual consigam identificar onde estão, as portas devem ser amplas
para a passagem de andadores e cadeiras de roda, os banheiros devem ser
acessíveis para todas as pessoas, entre outros.
 Os funcionários devem entender o seu papel no acolhimento desses alunos,
desde a sua chegada até a garantia de seu direito de permanência na
escola. A forma como professoras, direção e outros profissionais lidam com
todos os estudantes, inclusive os com deficiência, é um aprendizado para a
comunidade escolar. É um recado de que “nessa escola, aceitamos a
34
diversidade, respeitamos as diferenças.”. Para tanto, é muito importante a
formação continuada não apenas das professoras, mas de toda a equipe,
seja da portaria, da limpeza, da secretaria, da cozinha.
 A metodologia, as avaliações e os recursos usados em sala de aula devem ser
adequados para todos os alunos e isso deve ser pensado antes do início da
aula, para tanto, mantenha a organização! Durante a aula, tentar “dar um
jeitinho” para que o estudante com deficiência acompanhe é contra o que
está previsto por lei, vai constrangê-lo, além de dificultar a sua aprendizagem
e integração à turma.
Diante do exposto, constata-se que se o estudante faz o acompanhamento
de saúde adequado para a sua deficiência e se a escola consegue garantir que em
suas dependências não existem barreiras arquitetônicas ou atitudinais e que seu
currículo e metodologia estão adequados, esse conjunto pode significar que todos
os estudantes, inclusive os que têm alguma deficiência vão conseguir aprender.
3.2 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH)
De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), esse é
um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e
frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por
sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Sobre os critérios para diagnóstico de TDAH, Siqueira e Gurgel-Giannetti (2011)
apontam que:
- Os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade devem ocorrer
em dois ou mais contextos, por exemplo, em casa e na escola.
- Devem ser constatados seis ou mais sintomas, por mais de seis meses.
35
Dentre os sintomas de desatenção estão (SIQUEIRA; GURGEL-GIANNETTI, 2011,
p. 83):
- frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete
erros por descuido em atividades escolar, de trabalho ou outras;
- com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas
ou atividades lúdicas;
- com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;
- com frequência não segue instruções e não termina seus deveres
escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a
comportamento de oposição ou incapacidade de compreender
instruções);
- com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;
- com frequência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas
que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou
deveres de casa);
- com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades
(por exemplo, brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros
materiais);
- é facilmente distraído por estímulos alheios às tarefas;
- com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias.
Dentre os sintomas de hiperatividade estão (SIQUEIRA; GURGEL-GIANNETTI,
2011, p. 83):
- frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
- frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras
situações nas quais se espera que permaneça sentado;
- frequentemente corre ou escala, em situações nas quais isso é
inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a
sensações subjetivas de inquietação);
- com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver
silenciosamente em atividades de lazer;
- está frequentemente “a mil” ou muitas vezes age como se estivesse
a todo vapor;
- frequentemente fala em demasia.
Dentre os sintomas de impulsividade estão (SIQUEIRA; GURGEL-GIANNETTI, 2011,
p. 83):
- frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas
terem sido completadas;
- com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez;
- frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por
exemplo, intromete-se em conversas ou brincadeiras).
36
Algumas estratégias que devem ser adotadas na escola:
 Arrumar as cadeiras de forma que permita a movimentação da professora por
toda a sala, tendo acesso a todos os alunos.
 Manter os alunos com potencial de distraibilidade sentados próximo à
professora (sem parecer punitivo).
 Colocar sentados do lado do estudante com TDAH alunos que são modelos
de atenção (evitando comparações entre eles).
 Localizar a cadeira do estudante longe da janela e corredor, minimizando
distratores visuais e auditivos.
As orientações apresentadas abaixo foram retiradas do site a ABDA e podem
auxiliar as professoras que têm alunos com TDAH no planejamento e condução das
aulas, bem como na organização da sala:
 Usar ferramentas organizadoras, como agendas, listas de tarefas, quadro de
avisos e cronogramas.
 Conscientizar os alunos com TDAH do tipo de prejuízo que o comportamento
impulsivo pode trazer tanto para ele quanto para o grupo.
 Evitar instruções muito longas e parágrafos muito extensos.
 Conversar com o estudante e seus pais sobre o método mais fácil de estudo
em casa.
Saber quais são os sintomas do TDAH e buscar conhecer estratégias escolares
para serem usadas com esses alunos pode facilitar a sua escolarização: tanto sua
relação com os colegas quanto a sua aprendizagem.
37
3.3 SÍNDROME DE DOWN
De acordo com González e González (2007) as pessoas com Síndrome de
Down podem apresentar alguns problemas, dentre eles, destacamos: respiratório,
visual, motor, auditivo, cardíaco, gastrointestinal.
Ainda segundo esses autores, não é possível falar em “um tipo de
aprendizagem homogênea” entre os estudantes com Down, “pois existem diferentes
tipos de aprendizagens, com alterações variadas de acordo com cada pessoa.”
(GONZÁLEZ & GONZÀLEZ, 2007, p. 92).
Como geralmente os estudantes com Síndrome de Down têm dificuldades no
processamento da informação e na memória de curto prazo, sugere-se que sejam
exploradas atividades do tipo manipulativas e visuais (GONZÁLEZ; GONZÁLEZ, 2007).
Abaixo serão apresentadas estratégias que podem ajudar na escolarização
de estudantes com Down, todas foram retiradas do site Movimento Down:
Quadro 2: Orientações para a escolarização de crianças com Síndrome de Down
Para lidar com a deficiência visual:
Coloque a criança perto do adulto num trabalho de grupo.
Ofereça imagens e fotos maiores.
Utilize jogos e materiais de aprendizagem coloridos e chamativos.
Fonte: https://bit.ly/3xPanOl Acesso em: 15 abr. 2022.
Quadro 3: Orientações para a escolarização de crianças com Síndrome de Down
Para lidar com a deficiência auditiva:
Fale diretamente à criança.
Acentue o início e o final das frases.
Reforce a fala com expressões faciais, sinais ou gestos.
Reforce a fala com apoio visual – imagens impressas, fotos, materiais concretos.
Quando outra criança responder, repita as respostas delas em volume alto.
Reformule ou repita palavras e frases que possam não ter sido bem ouvidas.
Fonte: https://bit.ly/3mM8uMcg Acesso em: 15 abr. 2022.
38
Quadro 4: Orientações para a escolarização de crianças com Síndrome de Down
Para ajudar na consolidação e na retenção de novas habilidades:
Ofereça tempo extra e oportunidades para repetições adicionais e reforço.
Apresente novas habilidades e conceitos de maneiras variadas, usando
materiais concretos, práticos e visuais sempre que possível.
Siga em frente no programa, mas verifique continuamente se as habilidades
aprendidas anteriormente não foram oprimidas pelos estímulos mais recentes.
Ofereça tempo extra e oportunidades para repetições adicionais e reforço.
Apresente novashabilidades e conceitos de maneiras variadas, usando
materiais concretos, práticos e visuais sempre que possível.
Siga em frente no programa, mas verifique continuamente se as habilidades
aprendidas anteriormente não foram oprimidas pelos estímulos mais recentes.
Fonte: https://bit.ly/3OhouBd Acesso em: 15 abr. 2022.
Diante do exposto, alguns ajustes na condução da aula e forma de
acompanhamento que a professora exerce com os estudantes com Síndrome de
Down podem facilitar a sua escolarização.
3.4 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
De acordo com o site da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o
TEA refere-se “a uma série de condições caracterizadas por algum grau de
comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e
por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e
realizadas de forma repetitiva.”
39
Um desafio na escolarização de estudantes com TEA é o uso da linguagem,
de acordo com Nunes, Barbosa e Nunes (2021), baseadas em diversas pesquisas,
uma em cada 54 crianças do mundo são afetadas por esse transtorno e, dessas, mais
de um terço não compreende ou utiliza a fala. Dessa maneira, a escola precisa se
adequar a essa realidade.
De acordo com site Diversa, do Instituto Rodrigo Mendes, não existe uma forma
de tratar todos os alunos autistas, assim, não há uma receita. Ainda como divulgado
referido site, o professor não precisa ser especialista em autismo, o importante é que
busque conhecimento e, principalmente, conheça o seu estudante,
independentemente se ele tem ou não o transtorno.
No contexto escolar, mantenha a rotina organizada e certifique-se que todos
os alunos compreenderam as atividades, especialmente se houver alguma
mudança. Alterne momentos individuais e em grupo. As estratégias a seguir foram
retiradas do site Adapte Educação:
 Mostre a escola e toda a equipe de profissionais
 Se possível, estimule que o aluno conheça a instituição escolar antes do início
das aulas.
 Planeje e organize como ocorrerá a comunicação na escola.
 Apresente a rotina de diversas maneiras, como de forma falada e visual.
 Prepare um conjunto de ferramentas sensoriais individual (respeitando o
desenvolvimento e os gostos do estudante).
 Reforce positivamente a criança por sua coragem em ter ido à escola.
Por mais que o estudo e a experiência possam ajudar a professora a lidar com
os desafios do seu trabalho, o encontro com cada estudante é único. Ela deve ficar
atenta para conseguir criar um ambiente de estudo adequado para que o aluno
consiga, de fato, aprender, respeitando sempre as suas potencialidades e limitações.
40
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Fundação Catarinense de Educação Especial) Leia o texto abaixo.
Condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
O texto refere-se à definição de:
a) Barreiras.
b) Ajuda técnica.
c) Acessibilidade.
d) Desenho universal.
e) Tecnologia assistiva.
2. (CETREDE 2021) Espera-se do professor durante o processo de ensino que ele
desenvolva um conjunto de posturas que possam favorecer a aprendizagem do
estudante e ao mesmo tempo propiciem um ambiente acolhedor e inclusivo.
Marque a alternativa que contém atitudes éticas e posturas, esperadas do
professor, no exercício profissional.
Alternativas
a) Ser ético; ter compromisso com a educação; ter respeito à heterogeneidade dos
educandos em termos de raça, de crenças, de limitações cognitivas ou físicas e
de classe social; ser aberto às inovações pedagógicas; ser reflexivo sobre a sua
prática.
b) Ser ético; ter compromisso com a educação; ter respeito à heterogeneidade dos
educandos em termos de raça, de crenças, de limitações cognitivas ou físicas e
de classe social; não estar aberto às inovações pedagógicas; ser reflexivo sobre a
sua prática.
c) Ser ético; ter compromisso com a educação; ter respeito à heterogeneidade dos
educandos em termos de raça, de crenças, de limitações cognitivas ou físicas e
de classe social; não estar aberto às inovações pedagógicas; não refletir sobre a
sua prática.
41
d) Não ser ético; não ter compromisso com a educação; ter respeito à
heterogeneidade dos educandos em termos de raça, de crenças, de limitações
cognitivas ou físicas e de classe social; não estar aberto às inovações
pedagógicas; ser reflexivo sobre a sua prática.
e) Ser ético; ter compromisso com a educação; ter respeito à heterogeneidade dos
educandos em termos de raça, de crenças, de limitações cognitivas ou físicas e
de classe social; não ser disponível para o trabalho coletivo; não ser reflexivo sobre
a sua prática, avaliando-a constantemente, para redirecioná-la; não ter
compromisso político com a preservação do meio-ambiente.
3. Sobre a aprendizagem de estudantes com síndrome de Down é correto o que se
afirma em:
a) Cada uma tem um tipo de aprendizagem.
b) Todas possuem o mesmo tipo de aprendizagem.
c) Devem ser evitadas atividades visuais.
d) Como eles têm dificuldade de memorização, não conseguem aprender.
e) Por terem diferentes tipos de deficiência, como visual e motora, não conseguem
aprender.
4. A professora que tem em sua sala alunos com Transtorno de Déficit de Atenção
com Hiperatividade (TDAH) deve:
a) Usar ferramentas que auxiliam na organização e planejamento, como agendas.
b) Manter-se disponível para conversar com a família sobre a escolarização do
estudante.
c) Cuidar da disposição das carteiras e da organização da sala.
d) Manter um diálogo sincero com o aluno.
e) Todas as alternativas acima.
5. Você é professora e, na primeira semana letiva, percebe que um aluno apresenta
comportamentos de desatenção, hiperatividade e impulsividade durante as
aulas. Com essas informações, é possível afirmar que:
42
a) Esse estudante tem transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
b) Esse aluno tem transtorno do Espectro Autista.
c) Esse estudante tem deficiência auditiva, visual e motora, pois não obedece às
regras e não fica sentado em sua carteira.
d) A escola deve chamar a família desse aluno e informar que vai iniciar o
diagnóstico desse aluno.
e) A professora deve continuar a acompanhar o estudante e, caso esses
comportamentos persistam, deve chamar a família para uma reunião.
6. Analise as frases abaixo e, posteriormente, responda à questão proposta.
( ) A responsabilidade sobre a escolarização do estudante com deficiência é da
professora, afinal, é ela que lida diariamente com ele.
( ) Para receber estudantes com Síndrome de Down, a professora tem que ter
especialização no assunto.
( ) O prédio da escola tem de ser livre de barreiras arquitetônicas para melhor
receber os alunos com deficiência.
( ) Para que as dificuldades de aprendizagem dos alunos sejam amenizadas, é
imprescindível que haja uma integração entre a escola, a família e os profissionais
que o acompanham.
a) F – F – V – V.
b) V – V – V – V.
c) F – F – F – F.
d) V – V – F – F.
e) V – V – F – V.
7. Complete a frase a seguir com os termos mais adequados:
Os transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade e do Espectro Autista
________________ transtornos da aprendizagem._____________ podem trazer
consequências para a escolarização do indivíduo.
a) Não são/ E, por isso.
43
b) São/ Mesmo assim.
c) Não são/ Mesmo assim.
d) São/ E, por isso.
e) Podem ser/ Mesmo assim, não.
8. Leia a tirinha abaixo.
Figura 5: A medicalização da infância
Fonte: https://bit.ly/3HkcVXZ Acesso em: 16 abr. 2022.
Considerando que a Ritalina é o nome comercial de um medicamento utilizado
no tratamento do TDAH, é correto afirmar que o quadrinho:
a) Faz uma crítica ao uso de indiscriminado da Ritalina.
b) Faz uma crítica às crianças que não sabem se comportar.
c) Culpabiliza as famílias por não saberem educar as crianças.d) Faz uma crítica aos pais que não medicam as crianças.
e) Mostra que a criança está com inveja do Vitor, pois queria tomar Ritalina.
44
PRINCIPAIS TRANSTORNOS DA
APRENDIZAGEM: TRANSTORNOS
DA MATEMÁTICA, DA EXPRESSÃO
ESCRITA E DA LEITURA
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade serão apresentados os principais transtornos da aprendizagem,
seguindo a classificação do Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais
(DSM), da Associação Americana de Psiquiatria (APA), 5ª versão (2014): com prejuízo
na leitura, na expressão escrita ou na matemática. Esses são nomeados como
transtorno específicos de aprendizagem
De acordo com o DSM V (2014), a incidência desses transtornos é de 5 a 15%
entre crianças em idade escolar. Já entre os adultos, apesar de não haver uma
porcentagem oficial, calcula-se que seja de aproximadamente 4%.
São utilizados quatro critérios para diagnóstico dos transtornos específicos de
aprendizagem (APA, 2014, pp. 66-67):
• Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas,
conforme indicado pela presença de ao menos um dos sintomas descritos no
item a seguir, que tenha persistido por pelo menos 6 meses, apesar das
intervenções. Ou seja, não pode ser considerado um transtorno de
aprendizagem se o estudante apresenta uma dificuldade há menos de seis
meses. (grifo da autora)
• “As habilidades acadêmicas afetadas estão substancial e quantitativamente
Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
45
abaixo do esperado para a idade cronológica do indivíduo, causando
interferência significativa no desempenho acadêmico ou profissional ou nas
atividades cotidianas.”
• As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante a escolarização e podem
se manifestar ao longo dos anos escolares, de acordo com as exigências. Isso
significa que um estudante não vai, necessariamente, apresentar uma
dificuldade de aprendizagem logo nos primeiros anos de escolarização.
• As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por outras
deficiências, como as intelectuais, de visão ou audição, outros transtornos
mentais ou neurológicos, vulnerabilidade psicossocial, falta de conhecimento
da língua de instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada.
Esse item é importante no caso de estudantes com baixa acuidade visual não
tratada (ou outra deficiência), nem com aqueles que não dominam a língua,
por exemplo, os refugiados, ou aqueles que não estudaram em escolas de
qualidade, dessa forma, o diagnóstico de transtorno de aprendizagem deve
considerar não apenas a dificuldade, mas o contexto do estudante.
Ainda de acordo com o DSM V (2014, pp. 67-68), os transtornos de
aprendizagem podem ser categorizados de acordo com a sua gravidade:
• Leve: o sujeito é “capaz de compensar ou funcionar bem quando lhe são
propiciados adaptações ou serviços de apoio adequados, especialmente
durante os anos escolares.” Apresenta “alguma dificuldade em aprender
habilidades em um ou dois domínios acadêmicos”.
• Moderada: nessa categoria, o estudante tem “dificuldades acentuadas em
aprender habilidades em um ou mais domínios acadêmicos, de modo que é
improvável que o indivíduo se torne proficiente sem alguns intervalos de ensino
46
intensivo e especializado durante os anos escolares.”. Para que ele consiga
executar as atividades escolares, cotidianas ou laborais, podem ser
necessários alguns ajustes ou mesmo serviços auxiliares.
• Grave: Diferentemente das duas categorias anteriores, aqui há o prejuízo de
aprendizagem em vários domínios acadêmicos, sendo que dificilmente esse
estudante consiga aprender “sem um ensino individualizado e especializado
contínuo durante a maior parte dos anos escolares” e “mesmo com um
conjunto de adaptações ou serviços de apoio adequados em casa, na escola
ou no trabalho, o indivíduo pode não ser capaz de completar todas as
atividades de forma eficiente.”
Conforme afirmado anteriormente, as pedagogas e professoras não têm
formação para realizar o diagnóstico dos transtornos de aprendizagem. Esses são
feitos com a aplicação de instrumentos de medidas de desempenho padronizadas
administrados de maneira individual, além da avaliação clínica. (DSM V, 2014).
4.2 ESPECIFICAÇÃO DE CADA TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM
De acordo com o DSM V (2014, p. 66):
• Com prejuízo na leitura
Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço. Por exemplo,
o estudante lê palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante,
frequentemente adivinha palavras, tem dificuldade de soletrá-las.
• Com prejuízo na expressão escrita
Dificuldade para compreender o sentido do que é lido. Por exemplo, pode até
ler o texto com precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as
inferências ou os sentidos mais profundos do que leu.
47
Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente). Por exemplo,
pode adicionar, omitir ou substituir letras.
Dificuldades com a expressão escrita. Por exemplo, comete múltiplos erros de
gramática ou pontuação nas frases; emprega organização inadequada de
parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza.
• Com prejuízo na matemática:
Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo. Por
exemplo, entende números, sua magnitude e relações de forma insatisfatória; conta
com os dedos para adicionar números de um dígito em vez de lembrar o fato
aritmético, como fazem os colegas; perde-se no meio de cálculos aritméticos e pode
trocar as operações.
Dificuldades no raciocínio. Por exemplo, tem grave dificuldade em aplicar
conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar problemas quantitativos.
4.3 QUADRO COMPARATIVO DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
Como forma de facilitar a compreensão, abaixo encontra-se um quadro
síntese com informações sobre os transtornos de aprendizagens abordados ao longo
desse capítulo.
48
Quadro 5: Os principais transtornos de aprendizagem
Transtorno de
aprendizagem
Nome alternativo/
popular
Especificação Principais
características
Com prejuízo na
leitura
Dislexia - Precisão na leitura
de palavras
- Velocidade ou
fluência da leitura
- Compreensão da
leitura
Leitura de palavras
de forma imprecisa
ou lenta e com
esforço
Com prejuízo na
expressão escrita
Letra feia - Precisão na
ortografia
- Precisão na
gramática e na
pontuação
- Clareza ou
organização da
expressão escrita
Dificuldade para
compreender o
sentido do que é
lido.
Dificuldades para
ortografar (ou
escrever
ortograficamente).
Dificuldades com a
expressão escrita.
Com prejuízo na
matemática
Discalculia Senso numérico
Memorização de
fatos aritméticos
Precisão ou
fluência de cálculo
Precisão no
raciocínio
matemático
Dificuldades para
dominar o senso
numérico, fatos
numéricos ou
cálculo.
Dificuldades no
raciocínio
Fonte: DSM V (2014), construção da autora.
Muito provavelmente, pela proximidade com os estudantes, a professora será
uma das primeiras pessoas a identificar os casos de transtornos de aprendizagem, por
isso, é importante que ela se mantenha informada sobre esses transtornos.
49
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (FGV 2014 - ADAPTADA) Quanto aos transtornos de aprendizagem, assinale a
afirmativa correta.
a) Os transtornos de aprendizagem dizem respeito apenas à leitura.
b) Havendo transtorno de aprendizagem, o nível de realização da criança deve estar
substancialmente abaixo do esperado para um aluno com a mesma idade, nível
mental e escolarização.
c) Não se pode suspeitar do diagnóstico de transtorno de aprendizagem antes da
vida asulta.
d) O transtorno de aprendizagem se inicia especificamente na adolescência,
considerando-se que, na clínica psicopedagógica, vem aumentando
expressivamente o número de consultas de adolescentes que apresentam
dificuldades na escola.
e) Nos casos de transtornos médios a severos, a escola deve providenciar avaliação
idêntica à dos demais alunos, priorizando a avaliação por escrito dos conteúdos.
2. (ADVISE 2019 – ADAPTADA) Um dos tipos mais comuns de dificuldades de
aprendizagemé o transtorno conhecido como dislexia. Este consiste
especificamente em:
a) Em ser origem neurobiológica, e que tem como principal característica a
dificuldade de ler.
b) Ser uma doença crônica que inclui a dificuldade de atenção, hiperatividade e
impulsividade.
c) Ser um problema psiquiátrico que costuma ser identificado na infância, entre 1 ano
e meio e 3 anos que afeta a comunicação e capacidade de aprendizado e
adaptação da criança.
d) Ser uma perturbação do desenvolvimento caracterizada por dificuldades
significativas a nível dos relacionamentos sociais e comunicação não verbal.
e) Ser uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções
cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo
no comportamento e na personalidade da pessoa.
50
3. (GSA CONCURSOS 2019 – ADAPTADA) Existem diferentes dificuldades e transtornos
de aprendizagem que interferem no ritmo do aprendizado. São exemplos de
transtornos de aprendizagem:
I. Disgrafia.
II. TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade).
III. Dislexia.
IV.Discalculia.
Estão corretas as opções:
a) I, II, III e IV.
b) I, III e IV, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I e II, apenas.
4. Analise os critérios diagnósticos abaixo:
I. Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas, conforme
indicado pela presença de ao menos um dos sintomas descritos, que tenha
persistido por pelo menos 6 meses, apesar das intervenções
II. As habilidades acadêmicas afetadas estão substancial e quantitativamente
abaixo do esperado para a idade cronológica do indivíduo, causando
interferência significativa no desempenho acadêmico ou profissional ou nas
atividades cotidianas.
III. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante a escolarização e podem se
manifestar ao longo dos anos escolares, de acordo com as exigências.
IV. As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por outras
deficiências, como as intelectuais, de visão ou audição, outros transtornos mentais
ou neurológicos, vulnerabilidade psicossocial, falta de conhecimento da língua de
instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada.
51
Estão corretos os seguintes critérios diagnósticos para os transtornos específicos de
aprendizagem:
a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas
d) I, II, III e IV.
e) Nenhum.
5. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-
V), os transtornos específicos de aprendizagem podem ser classificados como
gravidade:
a) Leve, moderada ou grave.
b) Iniciante ou terminal.
c) Com possibilidade de intervenção ou sem possibilidade de intervenção.
d) Com possibilidade de facilidade de aprendizagem ou com possibilidade de muita
dificuldade de aprendizagem.
e) Com indicação para frequência em escola regular ou com indicação para
frequência em escola especial.
6. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM- V) são
transtornos específicos de aprendizagem aqueles:
a) Com prejuízo na leitura, na expressão escrita ou na matemática
b) Com prejuízo na aprendizagem global.
c) Com dificuldades de impulsividade e hiperatividade.
d) Que acometem as pessoas autistas.
e) Decorrentes da baixa qualidade da educação escolar.
7. Relacione o nome oficial e alternativo/popular dos transtornos de aprendizagem
e, em seguida marque a alternativa correta:
a) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura (Dislexia), na expressão escrita
52
(“Letra feia”) e na matemática (Discalculia).
b) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura (Dislexia), na expressão escrita
(“Letra feia”) e na matemática (“Número feio”).
c) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura (Dislexia), na expressão escrita
(“Letra feia”) e na matemática (Acalculia).
d) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura (Alexia), na expressão escrita
(“Letra feia”) e na matemática (Discalculia).
e) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura (Dislexia), na expressão escrita
(Aescrita) e na matemática (Discalculia).
8. De acordo com o DSM V, são considerados transtornos de aprendizagem:
a) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura, na expressão escrita, na
matemática e na socialização.
b) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura, na expressão escrita e na
matemática.
c) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura, na expressão escrita, na
matemática, na socialização e no comportamento.
d) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na leitura, na expressão escrita, na
matemática e no comportamento.
e) Transtorno de aprendizagem com prejuízo na compreensão, na socialização e no
comportamento.
53
IMPACTOS PSICOSSOCIAIS
DAS DIFICULDADES E DOS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
5.1 INTRODUÇÃO
As dificuldades e os transtornos de aprendizagem acarretam várias
consequências para a vida do sujeito, não apenas no âmbito escolar. Além disso,
podem durar vários anos, não somente durante o processo de escolarização.
MazerI, Dal Bello e Bazon (2009) apontam ser difícil determinar quais são as
causas e quais são as consequências das dificuldades de aprendizagem. Para essas
autoras, os problemas psicossociais, por exemplo, apesar de serem amplamente
apontados como causas das dificuldades de aprendizagem, também podem ser
efeito delas.
5.2 RESULTADOS E CONSEQUENCIAS DAS DIFICULDADES E DOS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
São possíveis resultados das dificuldades de aprendizagem (MAZERI, DAL
BELLO; BAZON, 2009):
 Baixa autoestima,
 Prejuízo na capacidade produtiva,
 Diminuição da aceitação pelos amigos e familiares,
 Problemas comportamentais.
De acordo com o DSM V (p. 73), os transtornos de aprendizagem podem trazer
consequências:
 Acadêmicas (como baixo desempenho e evasão escolar),
 Ocupacionais (desemprego, subemprego e menor remuneração, por
exemplo) e
 Relacionadas à saúde mental (incluindo o aumento do risco de suicídio).
Erro!
Fonte de
referênci
a não
encontra
da.
54
Os efeitos para a vida escolar e, posteriormente, laboral são significativos e
devem ser considerados. Assim como os resultados para a saúde mental, que trazem
grandes riscos para esses sujeitos. Dependendo da forma como a dificuldade ou o
transtorno de aprendizagem for abordado, o estudante pode passar a acreditar que
não é capaz de aprender.
Pesquisas contemporâneas têm tentado compreender de que maneira o
saber escolar (ou o não saber) determinam a relação dos estudantes com a escola
e mostram como esse processo é um círculo: se o aluno apresenta algum problema
de aprendizagem e se a escola não detecta esse problema e/ou não age para
resolvê-lo, o estudante pode, em última instância, desistir de estudar, de aprender.
O sociólogo Bernard Charlot (2001) realizou uma complexa pesquisa sobre a
relação dos jovens com o saber em diversos países, inclusive o Brasil. Ele buscou
compreender o motivo de algumas pessoas quererem aprender e outras não. Apesar
de comumente a motivação para aprender ser atribuída ao sujeito individualmente,
“ele é preguiçoso” ou “ela não gosta de aprender”, Charlot defende que a relação
com o saber não é individual, ela é social e é determinada, por exemplo, pelo
pertencimento social dos estudantes, pela relação com a escola (enquanto
instituição que representa o saber e é destinada para gerar conhecimento).
Ainda para Charlot: “Aprender é apropriar-se do que foi aprendido, é tornar
algo seu, é ‘interiorizá-lo’. Contudo, aprender é também apropriar-se de um saber,
de uma prática, de uma forma de relação com os outros e consigo mesmo.” (2001,
p. 20). Se o estudante não se relaciona bem com a escola (professores, demais
profissionais e/ou colegas), dificilmente ele irá se relacionar bem com o saber a ponto
de apropriá-lo. Essa afirmação mostra como os problemas de aprendizagem podem
ser consequência e causa de problemas de adaptação e comportamentais na
escola.
55
Charlot continua “O que é aprendido só pode

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