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O Assistente técnico Judicial tem as mesmas obrigações do Perito? • Os peritos judiciais têm a obrigatoriedade de atuar com IMPARCIALIDADE ao contrário do Assistente Técnico que não tem essa obrigação, pois estará atuando para uma das partes do processo. De qualquer sorte, deverá agir com cautela, ética e de acordo com o Regulamento/Estatuto de seu Órgão de classe. Do que se trata o impedimento ou suspeição do Perito? • O Código de Processo Civil, em seus artigos 144 e 145, elenca as hipóteses em que os Peritos estão impedidos ou suspeitos para atuar no processo. SUSPEITO: O perito é suspeito quando a parte do processo é amigo intimo ou inimigo do perito, recebeu presentes de uma das partes, quando a parte é devedora ou credora do perito, seu cônjuge ou familiar próximo, quando tem interesse no resultado do processo; IMPEDIDO: quando ele ou familiar até 3º. Grau for parte do processo, quando for Sócio de empresa que é parte do processo, entre outras. Existe alguma sanção legal, caso o Assistente Técnico Judicial, não se encontrar legalmente habilitado a exercer a atividade profissional para a qual foi contratado, de forma desidiosa, equivocada ou irresponsável? • Primeiramente é importante alertar que, muitos assistentes na ânsia por fazer o trabalho rápido ou por desconhecimento na matéria, acabam criando provas contra a parte que defende, e isso pode prejudicar quem na verdade, ele deveria ajudar. Agir com cautela e preciosismo é o caminho. • Aliás, o Perito, juntamente com o Assistente Técnico, auxilia o juízo sobre as alegações a serem provadas no processo e que necessitam de conhecimentos técnicos ou científicos. • O auxílio prestado por esses profissionais que detêm informações técnicas e específicas que fogem à área jurídica são de suma importância para a formação do convencimento do magistrado e esclarecimento dos fatos – tanto é assim que o Assistente Técnico é de confiança das partes, nos termos do artigo 466, §1º, do Código de Processo Civil. • Assim como o Perito precisa de expertise em sua área de atuação, ao Assistente Técnico também deverá ser exigido conhecimento técnico e qualificação em sua área de exercício, pois não é plausível e nem lógico atribuir a um profissional tamanha responsabilidade de elaboração de parecer técnico nos autos sem qualquer habilitação ou qualificação técnica. • Além de violação às regras de natureza administrativa, em tese, o exercício de profissão sem o preenchimento das condições legais pode configurar contravenção penal (artigo 47 do Decreto-Lei 3.688/41 - Lei das Contravenções Penais). "Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa (...)" • Portanto, tendo em vista o Princípio do Devido Processo Legal, o Princípio da Ampla Defesa e, principalmente, o Princípio da Segurança Jurídica, ainda que não haja norma expressa, é basilar que se exija do Assistente Técnico a mesma premissa de atuação do Perito: expertise na área de exercício da atividade e o mínimo de qualificação técnica para o desempenho de sua atividade profissional. Isso, considerando sua responsabilidade frente à formação da decisão final do magistrado e a confiança depositada pelas partes quando da sua contratação.