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PARTES E PROCURADORES NO PROCESSO DE TRABALHO

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PARTES E 
PROCURADORES 
NO PROCESSO DO 
TRABALHO
ÍNDICE
1. CAPACIDADES ..................................................................................................................3
Conceitos Básicos ...............................................................................................................................................................3
2. REPRESENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA ..............................................................................5
Capacidade (Recapitulação): ..........................................................................................................................................5
Emancipação: ........................................................................................................................................................................5
Representação (Conceito e Classificação): ...............................................................................................................6
Representação e Assistência na CLT...........................................................................................................................6
3. SUBSTITUIÇÃO, SUCESSÃO E REGULARIZAÇÃO PROCESSUAL ............................8
Substituição Processual: ..................................................................................................................................................8
Substituição Processual Trabalhista: ...........................................................................................................................9
Sucessão Processual: ........................................................................................................................................................9
4. LITISCONSÓRCIO NO DIREITO DO TRABALHO ...........................................................11
Litisconsórcio no Direito do Trabalho: ......................................................................................................................... 11
Classificação do Litisconsórcio: .................................................................................................................................... 11
5. ATUAÇÃO DO ADVOGADO, REGULARIZAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO, HONORÁ-
RIOS SUCUMBENCIAIS E GRATUIDADE JUDICIÁRIA ..................................................13
Regularização da Representação, Honorários e Gratuidade de Justiça .................................................... 13
Regularização Processual .............................................................................................................................................. 13
6. DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES, LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E ASSÉ-
DIO PROCESSUAL ...............................................................................................................16
Deveres das Partes e Procuradores: .......................................................................................................................... 16
Litigância de Má-fé: ............................................................................................................................................................17
www.trilhante.com.br 3
1. Capacidades
Conceitos Básicos
Primeiramente, vamos relembrar alguns conceitos básicos que são quase idênticos aos 
institutos encontrados no direito processual civil:
• Autor: quem possui uma pretensão
• Réu: aquele contra quem se direciona a pretensão do autor
• Terceiro: aquele que não é parte, pois não integra a relação processual
No âmbito do processo do trabalho, existe uma nomenclatura especial: o autor é chamado de 
reclamante e o réu de reclamado, vez que a ação trabalhista é denominada de reclamação 
trabalhista.
Capacidade no Processo do Trabalho:
Capacidade é a aptidão do ser humano de adquirir direitos e contrair obrigações. Há a 
capacidade de ser parte, a capacidade para o processo e a capacidade postulatória. A 
capacidade de ser parte é inerente a todo ser humano independentemente de idade, 
estado de saúde, mental, sexo, etc., estando relacionada à personalidade civil.
Têm capacidade para o processo, ou ad processum, as pessoas aptas à prática de todos 
os atos da vida civil e à administração de seus bens, sem a necessidade de representação 
ou assistência. Destarte, temos aqui o critério da capacidade civil. É o art. 7º do CPC:
Art. 7º. Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
A regra geral no Direito do Trabalho é que a capacidade para o processo em função da idade 
é regulada pelo art. 402 da CLT e pelo art. 5º do Código Civil:
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos. 
Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo, exceto no serviço em 
oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe 
ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos arts. 404, 405 e na Seção II.
Art. 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os 
atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: [...]
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
www.trilhante.com.br 4
Por fim, a capacidade postulatória, ou jus postulandi, é a capacidade para iniciar o 
processo. Aqui, trata-se de aptidão técnica, ou seja, da necessidade de advogado para 
ativar o judiciário e iniciar o processo. Nesse sentido, vejamos uma sequência de artigos da 
CLT, da Constituição e algumas súmulas. Arts. 791, 839 e 843 da CLT, além do art. 133 da 
Constituição:
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e 
acompanhar as suas reclamações até o final.
Art. 839 - A reclamação poderá ser apresentada:
a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe;
b) por intermédio das Procuradorias Regionais da Justiça do Trabalho.
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente 
do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de 
Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.
Art. 133 - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações 
no exercício da profissão, nos limites da lei.
Por que o art. 133 da Constituição está aqui? Se os advogados são essenciais à administração 
da justiça, não seriam eles inafastáveis no Processo do Trabalho? A Súmula 425 do TST diz 
que o art. 133 não afastou o princípio do jus postulandi no Processo do Trabalho.
Súmula 425 do TST : O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado 
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Destarte, extrai-se dos supramencionados dispositivos legais que, via de regra, no processo 
civil, a capacidade postulatória está relacionada à atuação do advogado, vez que somente ele 
dispõe de meios técnicos para praticar os atos processuais. Todavia, é possível verificar que 
esse não é o caso no Direito do Trabalho, sendo certo que empregados e empregadores 
podem acompanhar pessoalmente suas reclamações, sem a necessidade de advogado.
Nesse sentido, importante ressaltar que o jus postulandi trabalhista não alcança todo e 
qualquer caso da justiça trabalhista, sendo certo que só é valido nas ações que tratam de 
relação de emprego em reclamações trabalhistas, não sendo cabível em ação rescisória, 
mandado de segurança ou ação cautelar. Ademais, conforme o supramencionado 
entendimento do TST, nãoalcança os recursos perante o Tribunal Superior do Trabalho.
www.trilhante.com.br 5
2. Representação e Assistência
Capacidade (Recapitulação):
Conforme compreendido na aula anterior, capacidade processual é a capacidade de 
postular em juízo sem necessidade de representação ou assistência. É a aptidão de ir 
a juízo, praticando os atos como parte. De acordo com o artigo 70, do Código de Processo 
Civil, “toda pessoa que se encontre no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar 
em juízo”. Por outro lado, os incapazes serão assistidos ou representados por seus pais, 
curadores ou tutores, na forma que a lei dispuser (ex: recém-nascido tem capacidade de 
ser parte - de direito-, mas não tem capacidade processual – de exercício).
A capacidade de exercício divide-se em capacidade plena, relativa ou incapacidade, 
conforme os arts. 3º e 4º do Código Civil. Dessa forma, as pessoas plenamente capazes 
têm a capacidade de exercício integral, os relativamente incapazes se utilizarão da 
assistência e os absolutamente incapazes, da representação.
Destarte, essencial diferenciar a representação da assistência: a primeira implica dizer que 
o representante é quem declara a vontade do representando enquanto, na segunda, o 
assistido declara sua vontade e o assistente apenas a confirma.
Emancipação:
A emancipação nada mais é que uma antecipação da capacidade civil plena, em que o 
menor adquire capacidade para praticar atos pessoalmente, mediante autorização de seus 
responsáveis legais, de um juiz, ou ainda por ocorrência de fato previsto em lei.
a) Emancipação Voluntária: a emancipação voluntária é a mais comum. É a que decorre 
da concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro. Percebe-se aqui a real vontade e 
concordância dos pais em realizar o ato da emancipação do filho, que precisa ter, no mínimo, 
16 anos completos.
b) Emancipação Judicial: na falta dos pais ou em caso de estes estarem destituídos do 
poder familiar, a emancipação poderá dar-se por meio de sentença judicial, após ser 
ouvido o tutor do menor. Ou ainda, caso haja divergência entre os pais (um quer emancipar 
o filho e o outro não), o caso deverá ser levado ao Poder Judiciário para ser julgado. Em ambos 
os casos, requer-se que o menor tenha no mínimo 16 anos completos.
c) Emancipação Legal: a emancipação legal dá-se de forma automática quando as 
situações previstas na lei civil (Art. 5º, p. U., Incisos I a V do Código Civil) são alcançadas. 
São quatro as formas de emancipação legal:
c.1) Pelo casamento: toda pessoa poderá contrair casamento a partir dos 16 anos, 
desde que autorizada pelos pais ou tutores. A partir do momento em que o pai autoriza seu 
filho menor a se casar, tacitamente está autorizando a sua emancipação.
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c.2) Pelo exercício de emprego público efetivo: esta hipótese de emancipação legal, 
com o advento do Código Civil de 2002, tornou-se peso morto visto que atualmente é raro 
a lei permitir o provimento de emprego público efetivo antes dos 18 anos. Mas, se ocorrer, 
restará emancipado o menor empossado.
c.3) Pela colação de grau em curso de ensino superior: novamente, esta espécie de 
emancipação legal ocorrerá muito raramente mas, caso um superdotado venha a colar 
grau antes dos 18 anos, estará emancipado.
c.4) Pelo estabelecimento comercial, ou pela existência de relação de emprego: 
ocorrerá desde que, em função deles, o menor de 16 anos completos tenha economia 
própria. Neste caso, adquire a emancipação o menor de 16 anos que se estabelecer como 
comerciante ou que tenha relação empregatícia nos moldes da CLT, desde que, para esses 
dois casos, adquira economia própria, isto é, tenha meios financeiros próprios para se 
sustentar, não precisando dos pais.
Representação (Conceito e Classificação):
Na representação, é atribuída a alguém a qualidade para agir em nome de outrem, 
manifestando a vontade do representado, substituindo-o. O representante é 
completamente distinto do titular do direito, é um terceiro que o representa, e não é parte 
processual. Esse instituto possui previsão na CLT, com aplicação subsidiária do CPC.
Neste passo, a representação pode ser legal ou convencional, e geral ou parcial:
• Legal: que decorre de previsão legal, sendo obrigatória. Exemplo: O sindicato representa toda a 
categoria em juízo.
• Convencional: é uma manifestação de vontade. Veja, há a faculdade de a parte se fazer repre-
sentar em juízo. Exemplo: A faculdade do empregador de se fazer representar por preposto.
• Geral: equivale à representação que se dá para todos os atos processuais, como no caso na re-
presentação do incapaz.
• Parcial: esta ocorre apenas em algumas fases ou atos processuais, como na representação em 
audiência de empregado doente ou por outro motivo que justifique sua ausência.
Representação e Assistência na CLT
No processo do trabalho, assistência é o ato de estar em juízo ao lado do autor ou do réu, quando 
o assistente possui algum interesse jurídico no conflito ou em face da incapacidade 
relativa de uma das partes. Neste segundo caso, o assistente apenas auxilia o assistido 
com o fim de que ele manifeste sua vontade adequadamente.
A CLT fala em representação do empregado quando, por motivo de doença ou outro 
motivo ‘poderoso’, este não puder comparecer em audiência, situação na qual ele 
poderá fazer-se representar por outro colega de profissão ou pelo sindicato. O problema 
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é que, apesar de a CLT ter utilizado o termo representar, não se trata de uma representação 
de verdade, o que pode ser um pouco confuso, então se atente a isto.
Mas isso se verifica no conteúdo já exposto nesta aula, vez que representação acontece 
quando se atua no lugar da parte, o que não é o caso aqui, esse colega de trabalho só 
vai à audiência para informar o motivo pelo qual o reclamante faltou, visando a evitar a 
penalidade por ausência.
Nesse passo, a CLT também fala de assistência por advogado, e aqui ela também está 
equivocada, porque, quando o advogado atua em nome da parte, pratica evidente 
representação, e não assistência.
A terceira confusão da CLT é que ela fala em representação pelo sindicato nas reclamatórias 
plúrimas. Em verdade, o que acontece nessas reclamações é a assistência sindical, vez 
que quem é parte é o empregado, e o sindicato vai ao processo apenas para dar assistência.
• As Reclamatórias plúrimas são aquelas em que há um só objeto da causa de pedir e vários benefi-
ciários do pedido, constando vários reclamantes contra um só reclamado.
Por fim, a CLT fala ainda em substituição do empregado em audiência. Contudo, trata-
se de representação, vez que essa pessoa que vai na audiência vai atuar em nome do 
empregado, sendo clássica hipótese de representação.
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3. Substituição, Sucessão e Regularização Processual
Substituição Processual:
Para a correta compreensão da substituição, precisamos antes entender a legitimação 
processual, que pode ser ordinária ou extraordinária.
• Legitimação Ordinária: o titular do direito material também é o titular da legitimidade processual, 
o seja, a parte no processo vai ser o próprio titular do direito, sendo esta opção a regra geral no direito 
brasileiro.
• Legitimação Extraordinária: o titular do direito material não necessariamente vai ser titular da le-
gitimidade processual, ou seja, alguém age em nome próprio na defesa de direito ou interesse alheio. 
Essa hipótese é exatamente o que chamamos de substituição processual.
Nesse passo, a legitimação pode ainda ser concorrente ou exclusiva. A concorrente se dá 
quando houver a possibilidade tanto do substituído quanto do substituto de entrarem com a 
ação. Por outro lado, quando somente o substituto puder entrar com a ação, a legitimidade 
será exclusiva.
Representação: a parte no processo é titular do direito material, só que ela depende da representação, ou seja, 
o representante vai falar em nome do representado.
Assistência: a parte no processo é também titular do direitomaterial, mas é assistido pelo seu assistente.
Substituição: na substituição processual, o titular do direito material não é parte do processo.
A substituição depende de previsão legal, conforme disposto no art. 18 do CPC/2015: 
Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico, sendo certo que, verificada a inexistência dessa legitimidade legal, 
o processo será extinto sem resolução de mérito.
A substituição pode ocorrer tanto no polo passivo quanto no ativo, e independentemente 
do caso, a coisa julgada seguirá o regime da ação, ou seja, se o substituto vencer, o substituído 
também vencerá e vice-versa. Quando isso ocorre, faz-se coisa julgada para os dois, então 
esse substituído não poderá entrar com a mesma ação em nome próprio em momento 
posterior.
Ademais, o substituto pode intervir no processo a qualquer tempo na condição de 
assistente, tendo em vista seu interesse na causa. Contudo, diante de ele ser a parte no 
processo, quando for o caso de aplicação de penalidades, será a parte quem sofrerá a sanção 
processual. Mas é importante lembrar que ele possui apenas a gestão processual, ou seja, 
diante de decisão favorável, o direito material continua sendo do substituído e a ele será 
devido.
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Atenção: Na substituição processual (art. 6, CPC), o substituto defende, em nome 
próprio, direito alheio. Já na sucessão processual, outro instituto, o sucessor defen-
de, em nome próprio, direito próprio. Os efeitos da sentença, nesta última situação, 
atingem os sucessores das partes originárias, isto é, o adquirente ou o cessionário (art. 
42, § 3, CPC), e não a parte que iniciara como tal no processo.
Substituição Processual Trabalhista:
A substituição processual no processo do trabalho é exercida por intermédio dos 
sindicatos, na defesa dos interesses da categoria, na forma do art. 8, III da CRFB/88:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...)
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em 
questões judiciais ou administrativas;
Possível extrair do supramencionado dispositivo que o sindicato pode pedir tanto aquilo que 
é coletivo, quanto o que é individual (ex: horas extras do empregado).
Dessa forma, o sindicato age em nome próprio, defendendo os direitos da sua categoria, não 
sendo necessária autorização para tanto. O sindicato somente será gestor no processo, não 
sendo o titular e não podendo exigir para o si o direito material caso vença a demanda.
Ademais, por tratar de seu interesse, pode o empregado intervir no processo a qualquer 
tempo. Por fim, via de regra, o sindicato não pode realizar acordo pelo empregado, pois 
ele normalmente não tem poder de disposição do direito material mas, se o empregado 
conferir poder de representação ao sindicato, ele poderá transigir.
Sucessão Processual:
A sucessão processual é a substituição da parte em razão da modificação da titularidade 
do direito material afirmado em juízo. É a troca da parte. Uma outra pessoa assume o lugar 
do litigante originário, fazendo-se parte na relação processual. Ex: morte de uma das partes.
Na justiça trabalhista, a sucessão processual ocorre na forma da Lei 6858/80, segundo 
a qual a parte sucessora será composta pelos dependentes do falecido segundo as 
normas previdenciárias. Assim, quando ocorrer a morte da parte no processo trabalhista, os 
sucessores deverão ser habilitados junto ao INSS, que verificará se eles são dependentes, 
ou não, do falecido. Em caso positivo, serão eles os sucessores dos créditos trabalhistas 
pleiteados.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6858.htm
www.trilhante.com.br 10
Na falta de dependentes habilitados junto ao INSS, o juízo do trabalho pode fazer a 
habilitação dos sucessores conforme a lei civil.
www.trilhante.com.br 11
4. Litisconsórcio no Direito do Trabalho
Litisconsórcio no Direito do Trabalho:
O litisconsórcio tem como principal característica a pluralidade de pessoas, seja no polo 
ativo, seja no polo passivo.
Quanto ao conceito do litisconsórcio, adotamos os ensinamentos de Carlos Henrique Bezerra 
Leite, em Curso de Direito Processual do Trabalho, Editora LTR, ano 2014, 12ª edição, onde 
temos que: “é possível, no entanto, que haja pluralidade de pessoas no polo ativo ou no 
polo passivo da relação processual, ou em ambos. Dá-se, em tais situações, o fenômeno do 
litisconsórcio, que é a cumulação de lides que se ligam no plano subjetivo”
O artigo 842 da CLT autoriza o litisconsórcio ativo e diz que, se forem várias reclamações 
trabalhistas com identidade de matérias, podem ser acumuladas em um só processo se se 
tratarem de empregados ou empregadores da mesma empresa (reclamatória plúrima).
Importante ressaltar que a ação reclamatória plúrima não se confunde com ação coletiva, 
vez que a primeira se trata de ação individual com múltiplos autores, discutindo-se um direito 
individual aplicado igualmente, ou similarmente, a várias pessoas.
Classificação do Litisconsórcio:
A classificação do litisconsórcio nos ajuda a compreender melhor este fenômeno, a interpretá-
lo adequadamente e a resolver eventuais problemas decorrentes de sua ocorrência numa 
relação processual.
1. Quanto ao polo processual  
 1.1. Ativo: o litisconsórcio ativo é aquele em que a pluralidade de litigantes é de auto-
res. Nele, então, temos a ação proposta por diversas pessoas, em conjunto, contra um 
mesmo réu.
1.2. Passivo: o litisconsórcio passivo, por sua vez, é aquele no qual figuram várias pes-
soas como reclamadas. A ação é proposta em face de vários réus. Acontece no pro-
cesso do trabalho, por exemplo, no caso de solidariedade entre empreendedores que 
compõem grupo econômico - § 2º do art. 2º da CLT. 
1.3. Misto: o litisconsórcio misto, por fim, é aquele no qual temos vários autores con-
tra vários réus. Todas as modalidades de litisconsórcio são praticadas no processo do 
trabalho.
2. Quanto ao momento da formação  
2.1. Originário ou Inicial: Uma classificação inicial considera o momento em que o 
litisconsórcio se apresenta no processo. Instaurado o processo por vários autores ou em 
face de vários réus, dizemos que o litisconsórcio é originário. A relação processual já 
teve início com uma pluralidade de litigantes num dos polos ou em ambos os polos 
www.trilhante.com.br 12
do processo.  
2.2. Ulterior: O litisconsórcio ulterior é aquele que se forma após o início da tramita-
ção do processo. A reunião de pessoas num dos polos da relação processual decorre 
de imposição legal constatada pelo juiz ou por uma questão de economia processual.
3. Quanto à obrigatoriedade de sua formação:  
3.1. Facultativo: a classificação do litisconsórcio em facultativo ou necessário considera 
a necessidade de sua formação ou não para efeito de validade da relação processual. O 
litisconsórcio facultativo é aquele que se forma pela iniciativa dos litigantes sem 
que a sua existência seja necessária para a regularidade do processo, ou seja, não 
há previsão em lei da obrigatoriedade de sua formação. Assim, a configuração desse 
litisconsórcio não é condição da validade do processo.
3.2. Necessário: Litisconsórcio necessário é aquele, como já ressaltamos, cuja forma-
ção é imposta por lei. Isso ocorre, sobretudo, porque os litisconsortes têm comunhão 
de direitos ou de obrigações relativamente à lide.
4. Quanto aos efeitos do julgamento   
4.1. Simples:  O litisconsórcio simples é aquele no qual o juiz ou tribunal considera a par-
ticularidade da situação jurídica ou fática de cada um dos litisconsortes e decide o 
caso conforme as posições jurídicas ocupadas por cada um deles. Eles podem ser 
tratados na decisão consoante as suas particularidades. A sentença ou acórdão, enfim, 
não tem de atribuir tratamento uniforme aos litisconsortes.    
4.2. Unitário: No litisconsórcio unitário, o vínculo jurídico ou fático entre os litisconsor-
tes é de tal natureza que o juiz temde decidir a lide de modo uniforme. As situações 
ou posições dos litigantes agrupados não podem ser consideradas isoladamente. Um 
tratamento individualizado acarretaria uma incoerência do julgamento.
No caso do litisconsorte unitário, importante fazer uma observação para uma questão prática. 
Vamos supor que exista um litisconsorte que não esteja no processo, mas será efetivamente 
afetado pela decisão, ou seja, deveria ser autor da demanda, mas não é. É o caso de uma 
ação em que o sindicato pleiteia direito de alguém, buscando ressarcir a horas extras desta 
pessoa.
Diante disso, existe o instituto chamado de iussu iudicis, que permite a atuação oficiosa de 
chamar terceiro ao processo, desde que se acredite na conveniência dessa medida. De uma 
maneira mais simplificada: É uma intervenção de terceiro determinado pelo Juiz ex officio, ou 
seja, o juiz determina de ofício que o terceiro venha ao processo.
5. Litisconsórcio Multitudinário: é o litisconsórcio de multidão. O artigo 113, parágrafo 
único, do NCPC, permite a limitação do litisconsórcio facultativo toda vez que o número 
de coligados dificultar a defesa ou a rápida solução do processo. A limitação pode ser feita 
pelo juiz, de ofício, ou a requerimento das partes. Se estamos diante de um litisconsórcio 
necessário ou unitário, o juiz não poderá, em nenhuma hipótese, limitar o número de 
consortes.
www.trilhante.com.br 13
5. Atuação do Advogado, Regularização de 
Representação, Honorários Sucumbenciais e 
Gratuidade Judiciária 
Regularização da Representação, Honorários e Gratuidade de 
Justiça
ATUAÇÃO DO ADVOGADO NO PROCESSO TRABALHISTA:
Conforme estudamos anteriormente no curso, é facultativa a participação de advogado no 
âmbito da relação processual trabalhista, exceto nos mandados de segurança, ação cautelar, 
ação rescisória e recursos para o TST. Nesse sentido, vejamos novamente o art. 791 da CLT:
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e 
acompanhar as suas reclamações até o final.
Essa disposição decorre da ideia de que, no processo trabalho, a tramitação procedimental 
deve ser mais ágil, relativizando assim a participação do advogado na reclamação trabalhista.
Destarte, a parte pode optar por contratar ou não um profissional. Caso a parte escolha por 
contratar um advogado, ela terá que conferir os poderes necessários para que o advogado 
possa atuar no processo em nome dela, o que é feito por meio de mandato, que pode ser 
tácito ou expresso.
• Mandato Tácito: extraído da prática de um ato processual conjunto da parte com o advogado, 
que contempla apenas cláusula de poderes gerais.
• Mandato Expresso: procuração, na qual se outorga poderes específicos ao advogado expressa-
mente.
• Mandato “apud acta”: é uma terceira espécie de mandato no direito do trabalho com previsão 
no art. 791, §3º da CLT. Parte da doutrina nem mesmo o diferencia do tácito, mas em verdade ele é um 
limiar entre o mandato tácito e o expresso, vez que nesse tipo de aqui não se verificam os termos pro-
priamente escritos, sendo que também não é tácito por existir uma simples transmissão de poderes. 
Aqui temos a hipótese de que, em audiência, a requerimento do advogado presente e com anuência 
da parte, o juiz faça constar na ata de audiência a concessão de poderes, com cláusula de poderes 
gerais.
 OJ 200 SDI1/TST: É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
www.trilhante.com.br 14
Regularização Processual
No tocante à regularização processual, existem alguns entendimentos específicos no 
processo do trabalho que não se alinham, necessariamente, com os do direito processual 
civil.
O primeiro se encontra na Súmula nº 395 do TST, vez que o inciso II dessa súmula determina 
que, se houver previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o 
mandato só terá validade se anexado ao processo o respectivo instrumento no aludido 
prazo, ou seja, se não apresentarem essa procuração até a data estipulada, a procuração 
perderá seus efeitos e será inválida.
Nesse sentido, temos, no inciso III da mesma súmula, a determinação de que são válidos 
os atos praticados pelo advogado substabelecido, ainda que não haja, no mandato, 
poderes expressos para substabelecer.
Ademais, temos no inciso IV, a hipótese de configuração de irregularidade da representação 
se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente.
Por fim, o inciso V trata da regularização das irregularidades supramencionadas nos incisos 
II e IV, determinando que o juiz deve suspender o processo e designar prazo razoável 
para que seja sanado o vício, ainda que em instância recursal.
Ainda sobre o tema, temos a OJ 319, que dispõe: REPRESENTAÇÃO REGULAR. ESTAGIÁRIO. 
HABILITAÇÃO POSTERIOR. Válidos são os atos praticados por estagiário se, entre o 
substabelecimento e a interposição do recurso, sobreveio a habilitação, do então estagiário, 
para atuar como advogado.
A súmula orienta a validade da representação por estagiário de direito mediante 
substabelecimento que outorgue poderes a ele no processo caso, mediante o decurso do 
tempo, esse estagiário venha a se tornar advogado e pratique ato como tal.
Importante também trazer à baila a Súmula 383/TST, que determina a inadmissibilidade 
recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da 
sua interposição, salvo mandato tácito. Entretanto, em caráter excepcional (art. 104 do 
CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a 
procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por 
igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato 
praticado e não se conhece do recurso.
Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou 
substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento 
do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida 
a determinação, o relator não conhecerá do recurso se a providência fosse cabida ao 
recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões se a providência 
fosse cabida ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
https://www.jurisway.org.br/v2/sumula.asp?pagina=4&idarea=1&idmodelo=1569
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Honorários de Sucumbência:
A Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/17) acrescentou o art. 791-A à CLT para instituir 
honorários sucumbenciais nas ações trabalhistas para a parte perdedora da ação, 
o que não existia anteriormente. Assim, serão devidos honorários pela parte vencida ao 
advogado da parte vencedora, ainda que esteja atuando em causa própria, sendo fixados 
entre 5% e 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença.
A doutrina diferencia assistência judiciária gratuita de justiça gratuita, sendo esta espécie 
daquela. Então, a gratuidade da justiça prevista nos arts. 98 e 99 do CPC, refere-se à 
isenção do recolhimento de custas e despesas processuais, afastando a possibilidade da 
confusão com a assistência judiciária.
Por outro lado, há a assistência judiciária gratuita que, além da dispensa do 
pagamento de custas e demais despesas, é a efetiva defesa em juízo dos interesses 
dos necessitados por meio da prestação gratuita de serviços advocatícios, através 
da defensoria pública, de dativo nomeado e, no caso do Direito do Trabalho, do 
sindicato da categoria (Lei 5.584/70 – art. 14 e seguintes).
Neste ponto, existe uma alteração significativa com a reforma trabalhista. Com o 
novo regramento, o benefício da justiça gratuita não será concedido mediante 
simples declaração de hipossuficiência, sendo direito apenas dos que receberam 
salário igual ou inferior a 40% do limite máximo do benefício do regime geral da 
previdência social, que até o final de 2017 era de R$ 2.212,52. Como alternativa, será concedida 
à parte comprovar insuficiência de recursos para pagamento das custas do processo.
A reforma trabalhistatambém inovou ao estabelecer expressamente que a pessoa jurídica 
também faz jus ao benefício da justiça gratuita, se comprovar sua situação de necessidade.
Por fim, importante ficar atento a algumas outras pequenas mudanças importantes. 
Primeiramente, o reclamante agora fica responsável pelas custas processuais no caso 
de arquivamento do processo devido à ausência injustificada em audiência, ainda 
que beneficiário da justiça gratuita, salvo se ele comprovar, em 15 dias, motivo legalmente 
justificável para a sua ausência. Nesta hipótese, o não pagamento obsta a propositura de 
nova reclamação perante a justiça do trabalho.
Observe que os arts.790-B (caput e §4º) e 791-A, §4º, foram considerados 
inconstitucionais pelo STF no julgamento da ADI 5766.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm
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6. Deveres das Partes e dos Procuradores, Litigância de 
Má-fé e Assédio Processual
Deveres das Partes e Procuradores:
Uma das finalidades principais que justificam a existência do processo é a pacificação social, 
preservação da ordem jurídica e a garantia de resultados úteis e efetivos aos cidadãos. O 
processo não é um instrumento para se levar vantagem, devendo as partes atuar com base 
na ética e na honestidade.
A partir desse conceito, surgem os deveres das partes e dos procuradores, disciplinado pelo 
novo Código de Processo Civil.
Os deveres das partes no NCPC vêm realçados pelas normas fundamentais do processo 
civil, com destaques aos arts. 5º: aquele que de qualquer forma participa do processo deve 
comportar-se de acordo com a boa-fé, e art. 6º: todos os sujeitos do processo devem cooperar 
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Em obediência ao dever geral de boa-fé, que ganhou status de norma fundamental no Novo 
Código de Processo Civil, o art. 77 impõe o dever de probidade e lealdade processual às 
partes e seus procuradores, públicos ou privados, assim como a todos aqueles que de 
alguma forma participam do processo, incluído o Ministério Público, o perito, dentre outros.
Em síntese, compete àquele que praticar ato processual agir com lealdade e boa-fé, 
pautando suas ações no plano da ética e da moralidade. O litigante ímprobo, que vier a 
descumprir tal dever, sofrerá as sanções previstas ao litigante de má-fé de que tratam os 
artigos 79 e 80. Pretende-se alijar do processo atos desleais, desonestos, infundados e 
procrastinatórios.
De modo específico, o Código arrola os seguintes deveres
 - expor os fatos conforme e verdade
 - não formular pretensão ou defesa destituída de fundamento,
 - não praticar ato ou produzir prova inútil;
 - cumprir com exatidão os provimentos judiciais ou não criar embaraços à sua 
efetivação;
 - manter o juízo atualizado a respeito do endereço para receber intimações;
 - não praticar inovação ilegal no estado de fato do bem ou objeto litigioso.
Nesse passo, art. 78 do NCPC veda o emprego de expressões ofensivas por qualquer pessoa 
que participe do processo, de forma escrita ou oral. Se a expressão ou conduta ofensiva 
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ocorrer presencialmente, o juiz deve advertir o ofensor a não repetir o ato, sob pena de lhe 
cassar a palavra. Consideram-se ofensivas, de modo geral, as expressões que ofendam a 
dignidade, não se exigindo que sejam tipificáveis como crime de injúria, difamação ou 
calúnia.
Litigância de Má-fé:
A litigância de má-fé ocorre quando a parte pratica condutas divorciadas dos deveres de 
lealdade, honestidade e boa-fé. Assim, caracteriza-se pela prática de ato ilícito com o fim de 
obter vantagem processual, com suas hipóteses de ocorrência expressa e casuisticamente 
previstas em lei.
Noutro passo, temos que o assédio processual trata-se de litigância maliciosa mais ampla, 
sendo caracterizada pela sucessão intensa de atos processuais que, em conjunto, têm o 
propósito de obstruir ou retardar prestação jurisdicional.
Ademais, no caso de assedio processual, não existe multa prevista, como no caso da 
litigância de má-fé, mas sim a possibilidade da fixação de indenização com vistas a reparar 
os danos materiais e morais sofridos decorrentes da conduta.
No âmbito do direito do trabalho, antes da vigência da reforma trabalhista, não havia regras 
expressas sobre a litigância de má-fé no processo do trabalho, sendo que o CPC era aplicado 
subsidiariamente.
A reforma trabalhista trouxe a litigância e má-fé para a CLT ao introduzir os artigos 793-A e 
793-D, seguindo parâmetros muito parecidos com os previstos no Código de Processo Civil.
Conforme o art. 793-A, responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé 
como reclamante, reclamado ou interveniente. Nesse sentido, o art. 793-B apresenta 
um rol com as hipóteses dessa litigância de má-fé:
Art. 793 - B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;V - proceder de modo temerário em qualquer 
incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
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O art. 793-C prevê que, de ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé 
a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por 
cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta 
sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. Se o 
valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite 
máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social.
Por fim, o art. 793-D autoriza a condenação da testemunha em litigância de má-fé. Ressalte-
se que o benefício da gratuidade de justiça não será obstáculo para a aplicação da multa 
por litigância de má-fé.
As mudanças da CLT mencionadas anteriormente acerca da gratuidade de justiça, da 
condenação em honorários de sucumbência e do pagamento de custas diante da ausência 
na audiência, apresentam-se como mecanismos para evitar a litigância de má-fé também. 
Esses dispositivos acabam por gratificar a parte que se comporta de forma correta durante o 
procedimento.
O principal caso no mundo da advocacia que pode causas problemas é a repetição do modelo 
de ação sem que se atente às peculiaridades do caso, o famoso “copia e cola”, desistindo dos 
pedidos infundados em audiência, momento em que o advogado percebe que nada tem a 
ver com o caso em análise.
Outro caso que resultará na configuração da litigância de má-fé é o da propositura de ação 
repetida com o mesmo objeto da ação anterior após o trânsito em julgado e de recursos sem 
fundamento que apenas tenham o fim de protelar a sentença.
No que tange à condenação do advogado por litigância de má-fé, importante ressaltar que 
as disposições previstas no art. 77, §2º a §5º do CPC não se aplicam aos advogados públicos 
ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público, devendo eventual 
responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao 
qual o juiz oficiará.
Assim, o foco principal da litigância de má-fé é na parte. Eventual conduta desleal do 
advogado será apurada em processo autônomo, conforme determina o Estatuto da 
Advocacia. Diante desse caso, pode a parte que sofrer prejuízos por conta da atuação do 
advogado propor ação de regresso contra o profissional.
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Partes e Procuradores 
no Processo do Trabalho
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