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556 Elvino Barros, Helena M. T. Barros & Cols. Esquemas para pacientes com hepatopatia prévia Também não existe consenso quanto ao esquema para pacientes com do- ença hepática prévia. Nas Diretrizes Brasileiras para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia de 2004, recomenda-se utilizar o esque- ma RHZ, sob vigilância, em pacientes com valores de transaminases ~ 3 vezes o limite superior da normalidade (LSN). Naqueles com valores de transami- nases maiores, preconiza-se um dos seguintes: 3SOE/90E ou 2SHE/4HE/6H ou, ainda, 2SRE/ 4RE. No RS, para os casos sem evidências clínicas de hepatopatia que apre- sentem alteração das transaminases em níveis~ 3 vezes LSN, mesmo quando portadores do vírus da hepatite e ou que tenham antecedentes de hepatite aguda ou, ainda, se usuários abusivos de bebidas alcoólicas, recomenda-se utilizar o esquema RHZ (RHZE), sob vigilância clínica e laboratorial periódica. Na presença de sinais e/ou sintomas compatíveis com doença hepática crôni- ca e com provas de função hepática alteradas, geralmente transaminases em níveis > 3 vezes o LSN, desde 1978 recomenda-se utilizar outro esquema. Nos dois estudos realizados no HSP, o primeiro com 58 pacientes (1978 a 1986) e o segundo com 57 pacientes (1987 a 1999), o esquema utilizado foi o SHE. A partir da constatação de que a incidência de hepatotoxicidade, bem como a le- talidade pelo efeito adverso, eram maiores nos pacientes com cirrose hepática, passou-se a recomendar a utilização do esquema SOE nesses pacientes. EFEITOS ADVERSOS DOS ESQUEMAS ANTITUBERCULOSE Qualquer esquema de fármacos antituberculose pode provocar reações adversas, que, geralmente, são leves e autolimitadas. Menos de 50/o dos pa- cientes necessitam interromper o tratamento ou modificar o esquema, geral- mente devido à hepatotoxicidade, à intolerância digestiva ou a manifestações cutâneas ou articulares, e raramente devido à presença de efeitos adversos graves, como insuficiência renal (IR), aplasia da medula óssea, reações anafi- lactoides e der111atoses. Os efeitos adversos digestivos são os mais frequentes, sendo, em geral, facilmente controlados com medicação sintomática. Como podem ser os sinto- mas de apresentação de uma hepatopatia medicamentosa, os pacientes devem ser avaliados quanto a essa possibilidade. Dentre os efeitos adversos derma- tológicos mais comuns, encontram-se a acne e as erupções cutâneas papula- res ou maculares eritematosas e pruriginosas, que cedem espontaneamente ou com o uso de anti-histamínicos. Raramente ocorrem dermatoses graves, como eritrodermia, eritema morbiliforme e síndromes de Stevens-Johnson e de Lyell. Artrite e artralgia nas grandes e pequenas articulações são efeitos adversos geralmente relacionados à Z, muito possivelmente devidos à inibi- ção da secreção tubular renal de ácido úrico, cujo nível sérico poderá estar aumentado. São de modo geral pouco importantes e respondem bem ao uso de anti-inflamatórios, permitindo, na maioria dos casos, a continuidade do
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