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Disciplina: Estrutura Portuária e Transporte Marítimo Internacional Aula 3: Legislação portuária Apresentação A legislação e regulamentação da atividade portuária no Brasil tem seguido o princípio da participação do Governo Federal, com base no que a Constituição Federal de 1988 dispõe sobre a infraestrutura de transportes e a portuária. Nesta aula, apresentaremos a evolução da legislação sobre a atividade portuária com ênfase nos principais marcos (Lei 8.630/93 — Modernização dos Portos Brasileiros e Lei 12.815/13 — A Nova Lei dos Portos). Na sequência, discorreremos sobre as categorias de Trabalhadores Portuários e suas respectivas funções, bem como sobre as atividades dos diversos órgãos públicos que atuam nos portos brasileiros. Por fim, estudaremos as atividades de cada um dos agentes econômicos privados que desenvolvem serviços nos portos brasileiros. Objetivos Identificar os principais marcos e dispositivos legais relacionados à atividade, gestão e operação de portos e terminais portuários; Definir as atribuições de cada interveniente nas atividades portuárias; Analisar as peculiaridades do trabalho portuário. Histórico Iniciaremos nossa aula conhecendo a evolução histórica do contexto legal-institucional do setor portuário brasileiro: 1960 Na década de 60 surgem as primeiras Cias. Docas. 1967 Surge o MT 1975 A atividade portuária era regulamentada pelo Departamento Nacional dos Portos e Vias Navegáveis (DNPVN) e administrado pelos Estados ou por empresas concessionárias quando, por meio da Lei nº 6.222, de 1975, foi criada a Portobras, empresa pública com a finalidade de construir, administrar e explorar os portos e as vias navegáveis interiores, exercendo a fiscalização sobre tais atividades. 1990 Em abril de 1990, com a promulgação da Lei nº 8.029, o governo dissolveu a Portobras e criou o Departamento Nacional de Transporte Aquaviário (DNTA), em uma tentativa de reestruturar o setor sob a ótica da descentralização. O ano também foi marcado pela extinção do MT e criação do MINFRA. 1992 Extinção do MINFRA e criação do MTC. 1993 Em 25 de fevereiro de 1993, a Lei nº 8.630, conhecida como Lei dos Portos, deu início ao processo de modernização da estrutura portuária. Fez parte desse processo a criação da nova estrutura organizacional para portos públicos com o surgimento do Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Portuário (OGMO) e do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) e da Autoridade Portuária (AP). 1995 Criação da Lei 3.937/95, conhecida como a Lei das concessões e permissões. 2001 Por meio da lei 10.233/01, foi criada a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (ANTAQ) para regular e fiscalizar as atividades portuárias. O ano também marcou a criação do CONIT, DNIT e ANTT. 2002 A Resolução 55 - ANTAQ regulamenta a exploração de Porto Público na forma de arrendamentos. 2005 A Resolução 517 - ANTAQ regulamenta a exploração de Terminal de Uso Privativo (TUP). 2007 Com a Lei nº 11.518, foi criada a Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP/PR), para assessorar direta e imediatamente o Presidente da República. 2008 Com o Decreto 6.620, foi regulamenta a operação de carga de terceiros e outorgas para exploração de Terminais e Portos Públicos. 2010 A Resolução 1.660 - ANTAQ regulamenta a exploração de TUP, substituindo a Resolução 517. 2011 A Resolução 2.240 - ANTAQ regulamenta os arrendamentos. 2013 A Lei 12.815 (Nova Lei dos Portos) substituiu a Lei 8.630/93, revogando o Decreto 6.620/08, extinguindo a diferenciação entre carga própria e de terceiros. Fonte: Shutterstock. O que diz a Carta Magna? Segundo o Art. 21 da Constituição Federal de 1988, compete à União explorar diretamente ou mediante autorização, permissão ou concessão os portos e os serviços de transporte aquaviário. O da Constituição incumbe ao Poder Público a prestação de serviços públicos. Veja o organograma atual do setor de transporte no Brasil: Fonte: Robles, 2016. O setor portuário brasileiro atualmente, a exemplo de outros setores e de outros países, encontra-se em uma situação mista, em que a operação privada sob regulamentação pública é realizada em regime de autorização ou arrendamento por meio de contratos com prazos determinados e adjudicados por licitação. Saiba mais As principais transformações no setor e que persistem até hoje foram as introduzidas pela Lei 8.630/93 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8630.htm> , discutida e promulgada na estratégia governamental de redução da atuação do Estado na economia brasileira em um contexto de crise e inflação alta. 1 2 file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/aula3.html file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/aula3.html http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8630.htm Lei de Modernização dos Portos — Lei 8.630/93 Em 25 de Fevereiro de 1993, o Presidente da República sancionou a Lei 8.630, também chamada de Lei de Modernização dos Portos que, além de outras providências, dispunha sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias. De acordo com Art. 1º da Lei 8.630/93, cabia à União explorar, diretamente ou mediante concessão, o Porto Organizado, aquele construído e aparelhado para atender as necessidades da navegação, da movimentação de passageiros ou da movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária. Nova Lei dos Portos — Lei 12.815/13 A Nova Lei dos Portos substituiu a Lei 8.630/93 e revogou o Decreto 6.620/08, extinguindo a diferenciação entre carga própria e de terceiros. A Lei 12.815/2013 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2013/lei/l12815.htm> , composta por 76 artigos, se divide em nove capítulos, a saber: Capítulo 1 De�nições e objetivos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12815.htm Art. 1º ao 3º Capítulo 2 Exploração dos portos e instalações portuárias Art. 4º ao 15 Capítulo 3 Poder concedente Art. 16 Capítulo 4 Administração do porto organizado Art. 17 ao 24 Capítulo 5 Operação portuária Art. 25 ao 31 Capítulo 6 Trabalho portuário Art. 32 ao 45 Capítulo 7 Infrações e penalidades Art. 46 ao 52 Capítulo 8 Programa nacional de dragagem portuária e hidroviária II Art. 53 ao 55 Capítulo 9 Disposições �nais e transitórias Art. 55 ao 76 O estudo da organização e da estrutura portuária no Brasil deve partir de conceitos básicos que fizeram parte da Lei 8.630/93 e foram ratificados pela Lei 12.815/13, como: Operação Portuária A de movimentação de passageiros ou a de movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinados ou provenientes de transporte aquaviário, realizada no porto organizado por operadores portuários. Operador Portuário A pessoa jurídica pré-qualificada para a execução de operação portuária na área do porto organizado. Porto Organizado Bem público construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária. Área do Porto Organizado Área delimitada por ato do Poder Executivo que compreende as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e de acesso ao porto organizado. Essa área é também conhecida como poligonal do porto, sendo que a lei exige que seja delimitada por ato do Poder Executivo. Instalação Portuária de Uso Privativo A explorada por pessoa jurídica de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto, utilizada na movimentação de passageiros ou na movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinados ou provenientes de transporte aquaviário. Estação de Transbordo de Cargas A situada fora da área do porto, utilizada, exclusivamente, para operação de transbordo de cargas,destinadas ou provenientes da navegação interior. Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte A destinada às operações portuárias de movimentação de passageiros, de mercadorias ou ambas, destinadas ou provenientes do transporte de navegação interior. Autoridades As autoridades exercem suas funções no porto organizado, de forma integrada e harmônica. São elas: Autoridade Portuária (AP) Entidade responsável pela administração do porto organizado por delegação ou concessão da União. (Artigo 17 da Lei 12.815/13). As Companhias Docas, empresas públicas estaduais, por delegação do Ministério dos Transportes, assumem o papel de autoridade portuária nos portos de seus respectivos estados. Autoridade Aduaneira A entrada ou saída de mercadorias procedentes ou destinadas ao exterior somente poderá ser efetuada em portos ou terminais alfandegados; a administração aduaneira nos portos organizados será exercida nos termos de legislação especí�ca . Autoridade Marítima A Autoridade Marítima é exercida pela Marinha do Brasil com o propósito de assegurar a segurança da navegação, no mar aberto e em hidrovias interiores, a salvaguarda da vida humana, e a prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio. 3 file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/aula3.html Autoridade Sanitária e de Saúde Cuida da saúde humana e suas ameaças. A Autoridade Sanitária e de saúde é exercida pela ANVISA. Autoridade de Polícia Marítima A Autoridade de Polícia Marítima é exercida pelo Serviço de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteira, e também pela Polícia Federal, do Ministério da Justiça, nos termos da legislação específica. Saiba mais Conheça o organograma da estrutura da Autoridade Marítima. Atividade 1. Representante legal do país, responsável pelo ordenamento e pela regulamentação das atividades da Marinha Mercante, com o propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana, a segurança da navegação, no mar aberto e hidrovias interiores, e a prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio: a) Autoridade Marítima. b) Autoridade Aduaneira. c) Autoridade de Saúde. d) Autoridade Sanitária. e) Autoridade de Polícia Marítima. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Os animais, vegetais, produtos e insumos agropecuários que transitam pelos portos brasileiros são fiscalizados e controlados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com o objetivo de cuidar da saúde animal e vegetal e das suas ameaças, e garantir a conformidade dos insumos agropecuários que circulam pelos portos. O MAPA é responsável, também, por inspecionar atividades que envolvam organismos geneticamente modificados e pelo controle de resíduos contaminantes. O desembarque de qualquer produto animal ou vegetal depende da autorização da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), que mantém postos nos portos brasileiros. Conheça Porto e suas interfaces: Modalidades de Exploração Portuária A exploração da instalação portuária será feita sob uma das seguintes modalidades: Uso público Uso privativo Tipos de uso privativo Exclusivo Para movimentação de carga própria. Misto Para movimentação de carga própria e de terceiros. De turismo Para movimentação de passageiros. Estação de transbordo de cargas Administração do Porto Organizado Em cada porto organizado ou no âmbito de cada concessão deve ser instituído um Conselho de Autoridade Portuária (CAP), a quem competirá, entre outras: 1. Baixar o regulamento de exploração; 2. Homologar o horário de funcionamento do porto; 3. Promover a racionalização e a otimização do uso das instalações portuárias; 4. Desenvolver mecanismos para atração de cargas; 5. Homologar os valores das tarifas portuárias; 6. Aprovar o plano de desenvolvimento e zoneamento do porto. Conselho da Autoridade Portuária (CAP) O CAP foi criado pela Lei 8.630/93, e com a Lei 12.815/13 tornou-se um órgão consultivo da Administração do Porto, sendo preservado seu objetivo principal de abrir o setor portuário à participação da sociedade permitindo que, na área do porto organizado, os diversos segmentos ligados aos serviços e as atividades aquaviárias se tornem participes das decisões relativas ao desenvolvimento da atividade portuária. A retomada pelo CAP de funções mais efetivas e uma das discussões que se apresentam no setor. Constituição do CAP A Lei 12.815/2013 estabelece que o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) deve ser composto por representantes da AP, dos sindicatos e dos usuários, conforme a seguinte distribuição das vagas (proporção): 50% 25% 25% 50% Representantes do poder público; 25% Representantes da classe empresarial; 25% Representantes da classe trabalhadora. Essa é uma questão polêmica da Lei, pois alterou o papel do CAP nos portos públicos, que até então tinham uma função mais ampla, inclusive a de aprovar os PDZs e as tabelas de tarifas e de seus reajustes. Outra condição definida na Lei 12.815/2013 é a subordinação à Secretaria de Portos, que atua como holding das Autoridades Portuárias, as quais, por sua vez, se constituem nas Companhias Docas, denominação que teve origem nas primeiras concessões portuárias no país, assinadas pelo Imperador D. Pedro II. Dessa forma, a AP atua como proprietária das instalações portuárias , bem como da infraestrutura de proteção e acesso aquaviário ao porto. d i i ã d i d 4 5 file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/aula3.html file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/aula3.html Administração do Porto Organizado De acordo com o Art. 17 da Lei 12.815/136 , a administração do porto é exercida diretamente pela União, pela delegatária ou pela entidade concessionária do porto organizado. Operador Portuário É a pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimentação de passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado. 6 file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/aula3.html Em alguns casos específicos previstos no Art. 28 da Lei 12.815/13 , é dispensável a intervenção de operadores portuários nas operações portuárias. Atenção Os operadores portuários, devem constituir, em cada porto organizado, um órgão de gestão de mão de obra do trabalho portuário. Gestão de Mão de Obra do Trabalho Portuário A Lei 8.630/93 inovou a ordenação do trabalho portuário com o conceito e a figura do Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO) nos portos organizados, excluindo a necessidade de mão de obra cativa em períodos de ociosidade operacional dos terminais portuários. Os OGMOS fornecem os trabalhadores requisitados pelos Operadores Portuários por meio dos Sindicatos. O OGMO continua com suas atribuições (Artigos 32 e 33 da Lei 12.815/13), passando a ter, além da responsabilidade solidária com o operador portuário pela remuneração dos Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs), as referentes indenizações decorrentes de acidentes de trabalho. Saiba mais Leia os artigos da Lei 12.815/13 <galeria/aula3/docs/a03_doc2.pdf> que tratam sobre esse assunto. 7 file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/aula3.html file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/_Aglutinacao/estrutura_portuaria_e_transporte_maritimo_internacional__OREP01/galeria/aula3/docs/a03_doc2.pdf Trabalho Portuário Os serviços especificados na Lei 12.815/13 (Artigo 40) são: Capatazia A atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumaçãoe entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário. Estiva A atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo o transbordo, arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga das mesmas, quando realizados com equipamentos de bordo. Conferência de Carga A contagem de volumes, anotação de suas características, procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto, e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de embarcações. Conserto de Carga O reparo e restauração das embalagens de mercadorias, nas operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição. Vigilância de Embarcações A atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da embarcação. Bloco A atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos. Atenção Art 40 VI §2º: A contratação de trabalhadores portuários de estiva, conferência de carga, conserto de carga e vigilância de embarcações com vínculo empregatício a prazo indeterminado será feita exclusivamente dentre os trabalhadores portuários avulsos registrados. Fonte: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ _ato2011-2014/ 2013/ lei/ l12815.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2013/lei/l12815.htm> > É facultado aos titulares de instalações portuárias de uso privativo a contratação de trabalhadores a prazo indeterminado, observado o disposto no contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho das respectivas categorias econômicas preponderantes. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12815.htm Atividade 2. O Órgão de Gestão de Mão de Obra do trabalho portuário tem como uma de suas finalidades: a) Assegurar, ao comércio e à navegação, o gozo das vantagens decorrentes do melhoramento e aparelhamento do porto. b) Desenvolver mecanismos para atração de cargas. c) Manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador portuário e o registro do trabalhador portuário avulso. d) Pré-qualificar os operadores portuários. e) Cuidar da saúde humana e suas ameaças na jurisdição dos portos. Agentes Econômicos Privados Praticagem do porto Serviço exercido por pessoal técnico especializado, com grande conhecimento marítimo e náutico, além de total domínio da região, no porto em que atuam e nos canais de navegação. Orientam os comandantes de navios nas manobras de entrada e saída dos portos e passagens pelos canais de navegação. Esses serviços são considerados críticos para a navegação nas áreas portuária, não só pelo conhecimento e responsabilidades técnicas dos práticos, como também, pela exigência das empresas seguradoras e costumam representar custos significativos para os armadores. Serviços de rebocadores Serviços destinados ao auxílio às manobras em bacias de evolução e nos canais de acesso e na atracação e desatracação das embarcações, por rebocadores que são embarcações dotadas de motores de grande potência. Também atuam nos serviços de rebocagem de navios nos portos, alto mar e em salvamentos. Agentes marítimos Utilizando tecnologia disponível e empregando pessoal altamente qualificado, as Agências de Navegação Marítima contribuem para o sucesso comercial de seus Armadores no Brasil. O Agente é o elo indispensável na cadeia de comunicação entre o Armador e diversos personagens que interagem com o navio quando este chega a um porto nacional, tais como exportadores, importadores, empresas de transportes e armazenagem, despachantes aduaneiros, os terminais de contêineres e os operadores portuários, e outros. Sindicatos de trabalhadores portuários As movimentações de cargas nos navios (embarque, estiva e descarga) são feitas por pessoas devidamente sindicalizadas e filiadas ao OGMO: Sindicato dos Conferentes; Sindicato dos Estivadores; Sindicato dos Bloquistas; Sindicato dos Consertadores; Sindicato dos Vigias. Estaleiros e o�cinas de reparos navais Lugar onde se constroem ou se consertam navios. No estaleiro também se pode converter uma embarcação de um tipo em outra, com finalidade diferente como de cargueiro a navio de passageiros, por exemplo. Regulação e Fiscalização Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) Para exercer algumas funções da União nos portos, além do Ministério dos Transportes, foi criada pela Lei nº 10.233/01 a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), entidade integrante da Administração Federal indireta, submetida ao regime autárquico especial, caracterizada por independência administrativa, autonomia funcional e mandato fixo de seus dirigentes, vinculada ao Ministério dos Transportes, para regular e fiscalizar as atividades portuárias no âmbito federal. Ao DNIT cabe a execução de investimentos nos portos, realizados com recursos advindos do Orçamento da União. Deve, também, estabelecer padrões, normas e especificações técnicas para elaboração de projetos e execução de obras, assim como para os programas de segurança operacional, manutenção ou conservação e restauração de terminais e instalações. Saiba mais Em 2007, na Lei nº 11.518 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11518.htm> foi criada a Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP/PR) para assessorar direta e imediatamente o Presidente da República. Competências da SEP: Formular políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento do setor de portos e terminais portuários marítimos; Promover a execução e a avaliação de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura e da superestrutura dos portos e terminais portuários marítimos, bem como dos outorgados às companhias docas. Infrações e Penalidades Constitui infração toda a ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe: Na realização de operações portuárias com infringência ao disposto nesta lei ou com inobservância dos regulamentos do porto. Na recusa, por parte do órgão de gestão de mão de obra, da distribuição de trabalhadores a qualquer operador portuário, de forma não justificada. Na utilização de terrenos, área, equipamentos e instalações localizadas na área do porto, com desvio de finalidade ou com desrespeito à lei ou aos regulamentos. Responde pela infração, conjunta ou isoladamente, qualquer pessoa física ou jurídica que, intervindo na operação portuária, concorra para a sua prática ou dela se beneficie. As infrações estão sujeitas às seguintes penas, aplicáveis separada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade da falta: 1. Advertência; 2. Multa; 3. Proibição de ingresso na área do porto por período de trinta a cento e oitenta dias; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11518.htm 4. Suspensão da atividade de operador portuário, pelo período de trinta a cento e oitenta dias; 5. Cancelamento do credenciamento do operador portuário. Atividade 3. Entre as opções a seguir, assinale a que não contempla uma atividade de competência do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). a) Baixar o regulamento de exploração. b) Homologar o horário de funcionamento do porto. c) Promover a racionalização e a otimização do uso das instalações portuárias. d) Homologar os valores das tarifas portuárias. e) Proceder ao despacho aduaneiro na importação e na exportação. 4. À atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamentoe descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário, denominamos: a) Estiva. b) Capatazia. c) Conferência de carga. d) Bloco. e) Vigilância de embarcações. 5. Entidade integrante da Administração Federal indireta, vinculada ao Ministério dos Transportes, criada para, entre outras atribuições, estabelecer normas e padrões a serem observados pelas autoridades portuárias: a) CAP. b) DNIT. c) OGMO. d) ANTAQ. e) ANVISA. Notas Art. 21 1 Compete à União: ... XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a)...; b)...; c)...; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras acionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) ...; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;...” Fonte: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ constituicao/ constituicaocompilado.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> > Art. 175 Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I – O regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II – Os direitos dos usuários; III – Política tarifária; IV – A obrigação de manter serviço adequado”. Fonte: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ constituicao/ constituicaocompilado.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> > legislação especí�ca Lei 12815 — art. 24 2 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm “Compete ao Ministério da Fazenda, por intermédio das repartições aduaneiras, entre outras: I. cumprir e fazer cumprir a legislação que regula a entrada, a permanência e a saída de quaisquer bens ou mercadorias do País; II. fiscalizar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias, sem prejuízo das atribuições das outras autoridades no porto; III. exercer a vigilância aduaneira e promover a repressão ao contrabando, ao descaminho e ao tráfego de drogas, sem prejuízo das atribuições de outros órgãos; IV. arrecadar os tributos incidentes sobre o comércio exterior; V. proceder ao despacho aduaneiro na importação e na exportação;...” Instalações portuárias Ancoradouros, docas, cais, pontes e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações e vias de circulação interna. Infraestrutura de proteção e acesso Guias-correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução e áreas de fundeio. Infraestrutura de proteção e acesso “Compete à administração do porto organizado, denominada autoridade portuária: I. cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e os contratos de concessão; III. pré-qualificar os operadores portuários, de acordo com as normas estabelecidas pelo poder concedente; IV. arrecadar os valores das tarifas relativas às suas atividades; VI. fiscalizar a operação portuária; X. suspender operações portuárias que prejudiquem o funcionamento do porto, com as devidas ressalvas; XIII. prestar apoio técnico e administrativo ao conselho de autoridade portuária e ao órgão de gestão de mão de obra; e. 4 5 6 estabelecer o horário de funcionamento do porto, observadas as diretrizes da Secretaria XIV. de Portos da Presidência da República (SEP), e as jornadas de trabalho no cais de uso público.” Fonte: http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ _ato2011-2014/ 2013/ lei/ l12815.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12815.htm> > Lei 12.815/138 Art. 26 O operador portuário responderá perante: I - a administração do porto pelos danos culposamente causados à infraestrutura, às instalações e ao equipamento de que a administração do porto seja titular, que se encontre a seu serviço ou sob sua guarda; II - o proprietário ou consignatário da mercadoria pelas perdas e danos que ocorrerem durante as operações que realizar ou em decorrência delas; III - o armador pelas avarias ocorridas na embarcação ou na mercadoria dada a transporte; IV - o trabalhador portuário pela remuneração dos serviços prestados e respectivos encargos; V - o órgão local de gestão de mão de obra do trabalho avulso pelas contribuições não recolhidas; VI - os órgãos competentes pelo recolhimento dos tributos incidentes sobre o trabalho portuário avulso; VII - a autoridade aduaneira pelas mercadorias sujeitas a controle aduaneiro, no período em que lhe estejam confiadas. Fonte: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ _ato2011-2014/ 2013/ lei/ l12815.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12815.htm> > Referências ANTAQ. Agência Nacional de Transportes Aquaviários. 2018. Disponível em: <http:// www.antaq.gov.br/ Portal/ Default.asp <http://www.antaq.gov.br/Portal/Default.asp> >. Acesso em: 25 mai. 200218. _______________.2015b. Trabalhador Portuário. Disponível em: <http:// www.portosdobrasil.gov.br/ assuntos-1/ trabalhador <http://www.portosdobrasil.gov.br/assuntos-1/trabalhador> >. Acesso em: 25 mai. 200218. 7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12815.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12815.htm http://www.antaq.gov.br/Portal/Default.asp http://www.portosdobrasil.gov.br/assuntos-1/trabalhador BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia de Assuntos Jurídicos. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ constituicao/ constituicao.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> >. Acesso em: 25 mai. 200218. ___________. Lei no 8.630, de 25 de fevereiro de 1993. Diário Oficial da União, DF, pp. 2351. Acesso em: 25 mai. 200218. ___________. Lei 10.233 de 5 de junho de 2001. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ leis/ LEIS_2001/ L10233.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm> >. Acesso em: 25 mai. 200218. ______________. Lei 11.518 de 5 de setembro de 2007. Disponível em: < <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11518.htm> >. Acesso em: 25 mai. 200218. ______________. Lei 12.815 de 5 de junho de 2013. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/ _ato2011-2014/ 2013/ Lei/ L12815.htm <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12815.htm> >. Acesso em: 25 mai. 200218. BRASIL. Secretaria de Portos. SEP/PR. 2018. 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Organização e estrutura portuária. Rio de Janeiro: SESES, 2016. Próximos Passos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10233.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11518.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12815.htmhttp://www.transportes.gov.br/institucional.html http://jus.com.br/artigos/25182/trabalho-portuario-a-partir-do-novo-marco-regulatorio-instituidopela-lei-n-12-815-13#ixzz3hxjusUei A Geometria do navio e terminologia comercial; Características e Finalidades dos principais tipos de navios utilizados no transporte marítimo internacional; Capitão do Navio, a Tripulação do Navio (Regime de trabalho, funções e responsabilidades). Explore Mais Conheça a Legislação selecionada sobre transportes aquaviários <http://portal.antaq.gov.br/index.php/legislacao/legislacao-selecionada-sobre-transportes- aquaviarios> . Leia sobre o Trabalhador Portuário <http://www.portosdobrasil.gov.br/assuntos-1/trabalhador> . http://portal.antaq.gov.br/index.php/legislacao/legislacao-selecionada-sobre-transportes-aquaviarios http://www.portosdobrasil.gov.br/assuntos-1/trabalhador
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