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Semiotécnica Enfermagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
ESCOLA DE ENFERMAGEM 
UNIDADE DE HABILIDADES FUNDAMENTAIS I 
 
 
LÍVIA MARIELLY INÁCIO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA – EXAME FÍSICO: Cabeça, Pescoço e Tórax 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ - AL 
 
Exame de Cabeça e Pescoço – Técnicas semiológicas 
 
 Cabeça e Pescoço 
Um exame da cabeça e do pescoço inclui uma avaliação da cabeça, dos olhos, dos 
ouvidos, do nariz, da boca, da faringe e do pescoço (linfonodos, artérias carótidas, 
glândula tireoide e traqueia). Durante a avaliação das artérias periféricas, avalie também 
as artérias carótidas. A avaliação da cabeça e do pescoço utiliza a inspeção, a palpação 
e a ausculta, com a inspeção e a palpação quase sempre utilizadas simultaneamente. 
I. Exame da cabeça 
Inicialmente, deve ser observado a posição da cabeça, se estar ereta e em perfeito 
equilíbrio, sem movimentos involuntários. Alterações na postura, com inclinação para a 
frente ou para trás, podem indicar doenças do pescoço ou das meninges. 
No crânio se deve observar seu tamanho, alterações como micro ou macrocefalia devem 
ser verificadas. Além disso deve-se observar lesões localizadas, presença de cistos 
sebáceos, tumores ósseos, hematomas ou nódulos no couro cabeludo, devem ser 
investigadas e descritas de acordo com as regiões da cabeça (crânio é constituído por oito 
ossos, são dois ossos parietais, dois temporais, um frontal, um occipital, um esfenoide e 
um etmoide. Sua parte anterior é denominada face e a posterior nuca). Caraterísticas dos 
cabelos, como distribuição, alteração na cor, higiene, seborreia, parasitas dentro outros. 
- Tamanho e forma do crânio em crianças 
Na criança, é necessário determinar o perímetro craniano, parâmetro do desenvolvimento 
do segmento cefálico. Normalmente, no recém-nascido a cabeça predomina sobre o 
tronco e, à medida que a criança se desenvolve, esta proporção se inverte. 
Quanto as formas cranianas, há várias alterações, decorrentes do fechamento precoce 
(cranioestenose) de uma ou várias suturas: 
a) Acrocefalia ou crânio em torre (turricefalia/hipsocefalia): a cabeça é alongada 
para cima, pontuda, lembrando uma torre. É a forma mais frequente de 
cranioestenose. Pode mostrar-se isolada ou associada a outras anomalias 
esqueléticas 
b) Escafocefalia: levantamento da parte mediana do crânio, conferindo um aspecto 
de casco de navio invertido 
 
c) Dolicocefalia: aumento do diâmetro anteroposterior, que se torna muito maior que 
o transverso. 
d) Braquicefalia: corresponde ao aumento do diâmetro transverso 
e) Plagiocefalia: é a deformidade que confere ao crânio um aspecto assimétrico, 
saliente anteriormente de um lado e, posteriormente, do outro. Pode ser 
relacionada à posição de dormir. 
 
II. Exame geral da Face 
Já na face analisa-se a simetria, a expressão fisionômica ou mímica facial, a pele e os 
pelos, alterações quanto a coloração, manchas dentre outros. Denomina-se fácies o 
conjunto de alterações na expressão da face que caracteriza uma doença. 
- Tabela de fácies 
Nome Características 
F. parkinsoniana Apresenta cabeça inclinada para frente, olhar fixo, 
supercílios elevados, fronte enrugada. 
F. cushingoide Apresenta-se arredondada com atenuação dos traços 
faciais e com aparecimento secundário de acne. 
F. mongoloide Olhos oblíquos, bem distantes um do outro, rosto redondo 
e boca quase sempre entreaberta. 
F. etílica Olhos avermelhados e certa ruborização na face e sorriso 
indefinido. Hálito etílico. 
F. esclerodérmica A pele se assemelha a um pergaminho, endurecida e 
aderente aos planos profundos; repuxamento dos lábios. 
F. acromegálica Consequência da hiperfunção hipofisária, proeminência 
das maçãs do rosto. 
 
III. Exame dos olhos e supercílios 
O exame dos olhos pode revelar afecções locais ou manifestações oculares de doenças 
sistêmicas, como a síndrome ictérica, hipertireoidismo, entre outras. Deve-se avaliar o 
fechamento e a abertura das pálpebras, se há alteração na mobilidade e presença de 
movimentos conjugados, processos inflamatórios das glândulas de Zeiss e Mol, 
 
provocando o hordéolo (infecção na glândula), e das glândulas de Meibomius, que dão 
origem ao calázio (entupimento da glândula). 
O calázio é provocado pela inflamação da glândula de Meibômio, também localizada na pálpebra. 
Diferentemente do terçol, o calázio não é produzido por bactérias. O aparecimento frequente de calázios 
pode ser indicativo de algum defeito de refração do olho e deve ser avaliado por um médico oftalmologista. 
 
O edema palpebral pode ser unilateral caracterizado pelo Sinal de Romaña e bilateral, 
comum em doenças renais, endócrinas, alérgicas ou inflamatórias. Já as regiões 
superciliar e ciliar deve-se observar a simetria, presença e distribuição dos pelos. A 
ausência ou perda de pelos na região superciliar e/ou ciliar é denominada madarose e é 
classificada como parcial, difusa ou total. A ptose palpebral (queda da pálpebra) ocorre 
devido a paralisia do músculo elevador das pálpebras superior e comprometimento do III 
par craniano (oculomotor). Os globos oculares podem se revelar protrusos (exoftalmia) 
unilateralmente, no caso de tumores, ou bilateralmente, no hipertireoidismo. A enoftalmia 
(afundamento dos globos oculares) pode ocorre por falta de desidratação grave. Também 
é possível encontrar desvios, como estrabismo, movimentos involuntários, rítmicos e 
repetidos. 
A conjuntiva ocular recobre a porção visível do globo ocular. A porção sob as pálpebras 
denomina-se conjuntiva palpebral, sendo em geral, de coloração rósea, permitindo a 
visualização da rede vascular. Pode torna-se pálida (nas anemias), amarelada (na icterícia) 
ou hiperemiada, quando ocorre um processo inflamatório (conjuntivite). Para examinar a 
conjuntiva, as pálpebras devem ser tracionadas, sendo a inferior para baixo e a superior 
para cima. Deve-se observar a coloração, congestão ou presença de secreção 
mucopurulenta e hemorragia subconjuntival. 
Desvios: são observados nos estrabismos. É divergente quando o globo ocular se desvia lateralmente 
(paralisia do reto medial, paralisia do III nervo) ou convergente com desvio medial por paralisia do reto 
lateral (VI par). 
 
 
- Pontos relevantes 
A córnea deve apresentar a superfície regular, quando analisado pode-se contestar a 
presença de ulcerações, corpos estranhos ou opacificações do cristalina, características da 
catarata. Além disse o reflexo corneopalpebral pode ser avaliado quando se estimula a 
córnea. 
O ressecamento dos olhos é um desequilíbrio entre a qualidade do filme lacrimal e a 
hipofunção da glândula lacrimal, gerando instabilidade e evaporação excessiva. Isso 
provoca a lubrificação inadequada do olho e da conjuntiva. – Teste de Schirmer. 
A acuidade visual é mantida pelos movimentos oculares, reflexos ou voluntários, 
coordenados pelos nervos oculomotores. 
Nistagmo é uma condição médica que causa movimentos involuntários e repetitivos dos olhos, o que 
geralmente causa redução da acuidade visual, ou seja, quando há uma diminuição da clareza e nitidez da 
visão. 
Miose bilateral aparece no coma urêmico e na intoxicação alcoólica, por efeito da 
morfina. A dilatação pupilar (midríase) ocorre por estímulo simpático ou quando há 
paralisia do esfíncter. A midríase bilateral pode ser causada por hipertireoidismo, 
meningoencefalites. A reação fotomotora é verificada com o auxílio de um foco de luz 
artificial, quando ausente, indica lesões do olho ou lesões mesencefálicas. 
IV. Exame do nariz 
As fossas nasais constituem o segmento inicial do sistema respiratório, comunicando-se 
com o exterior através das narinas e com a rinofaringe por meio das coanas. As fossas 
nasais são vascularizadas e possuem grande quantidade de glândulas caliciformes, 
produtoras do muco. 
 
O examinador deve observar a forma e o tamanho do nariz, que poderão estar alterados 
emcasos de traumatismo, tumores ou doenças endócrinas. Deve-se examinar a superfície 
externa do nariz, observando a simetria e a presença de deformidades, além do movimento 
das asas durante a respiração (aumentam na dispneia). 
Para realizar o exame endonasal, inclina-se a cabeça do paciente para trás e, se possível, 
usa-se um otoscópio e uma espátula. Deve-se verificar a presença de sangue (epistaxe), 
secreções mucopurulentas, crostas e avaliar a integridade da mucosa. Além disso, deve-
se observar o septo, verificando se há desvio ou sinais de sangramento. Nos seios ou 
cavidades paranasais durante o exame, por meio da palpação, deve-se verificar se há 
hipersensibilidade (dor) nos seios paranasais. Para avaliar os seios frontais, é preciso 
pressionar o osso frontal com os polegares sobre as sobrancelhas e, depois, pressionar os 
seios maxilares com os polegares, fazendo movimentos para cima. A hipersensibilidade, 
quando presente, sugere sinusite. 
V. Exame do ouvido 
Nos ouvidos, durante a inspeção do pavilhão auricular (ouvido externo), deve-se verificar 
a forma e o tamanho, bem como a presença de deformações congênitas ou adquiridas, 
como nódulos, tumorações e hematomas. O exame é realizado com o auxílio de um 
espéculo ou otoscópio. Além disso, deve-se observar a quantidade de cerume presente no 
canal auditivo. Podem ser encontrados processos inflamatórios como eczema, 
furunculose ou lesões micóticas. A presença de sangue (otorragia) e pus (otorreia) é um 
sinal de otite média supurada, c1om ruptura do tímpano, traumatismo ou neoplasia. 
VI. Exame oral e bucal 
A boca deve ser inspecionada com o auxílio de luvas e espátula, observando-se a 
coloração da cavidade oral, o hálito, formato dos lábios, coloração da gengiva, presença 
de ulceras e etc. Deve-se verificar a presença de rachaduras nas comissuras, que podem 
ser decorrentes de deficiência vitamínica, além disso, é preciso verificar a presença de 
edema. 
Com a ajuda de uma espátula, deve-se inspecionar as gengivas, que podem apresentar 
alterações como hiperplasia gengival, lesões ulceradas ou hemorrágicas, além de 
processos infecciosos ou inflamatórios periodontais. Verificar se a presença de cáries ou 
lesões em suas raízes, e a higiene bucal. Na língua observa-se a coloração, caso esteja 
avermelhada (hiperemia), junto com hipertrofia das papilas, pode indicar escarlatina. Na 
 
anemia perniciosa, a língua fica lisa e sem papilas, no hipertireoidismo, torna-se 
volumosa, podendo exteriorizar-se. As tonsilas palatinas devem ser inspecionadas no 
paciente com a boca bem aberta, com a ajuda de espátula, pressionando-se levemente a 
língua. 
VII. Exame de pescoço 
Ao examinar o pescoço, deve-se observar seu tamanho, que varia conforme o biotipo e 
sua simetria. Para a realização desse exame, o paciente deve permanecer sentado e em 
posição ereta. Nos processos inflamatórios agudos das meninges, a musculatura posterior 
do pescoço se contrai, causando rigidez da nuca, sinal propedêutico importante para 
diagnóstico. Verificar a presença de cicatrizes, cianose, ingurgitamento das veias 
jugulares, aumento da glândula parótida ou submaxilar. 
A glândula tireoide não costuma ser visível, nem palpável. A tireoide deve ser palpada 
para avaliação do seu tamanho, forma, consistência, sensibilidade, mobilidade e volume. 
O aumento do volume da tireoide pode revelar nódulo ou bócio, indicando disfunção da 
glândula. A estase jugular pode indicar insuficiência cardíaca, ela deve ser examinada 
com o paciente em decúbito de 45º. 
Pulsações das artérias carótidas fortes revelam doenças como hipertireoidismo, 
persistência do canal arterial, fístulas e etc. O exame deve ser feito por meio da palpação 
com os dedos indicador e médio da mesma mão, sempre comparativamente (palpa-se os 
linfonodos da região cervical). 
 
 
 
Exame de Tórax – Técnicas semiológicas 
 Exame de tórax – Sistema respiratório 
O sistema respiratório tem como principal função a promoção das trocas gasosas. É 
responsável pelo transporte de ar do ambiente para os alvéolos pulmonares, onde ocorre 
a extração de oxigênio e liberação de dióxido de carbono. Esse sistema compreende as 
vias aéreas superiores (fossas nasais, nasofaringe, orofaringe, laringofaringe e laringe – 
conduz o ar para as vias inferiores) e inferiores (traqueia, brônquios e alvéolos). Já o tórax 
é um arcabouço osteomuscular que, no adulto, tem forma elíptica, maior no sentido 
transverso do que no anteroposterior. No tórax, é possível localizar dois sistemas 
fundamentais à vida: a porção inferior do sistema respiratório e o coração, órgão do 
sistema circulatório. 
O exame físico do tórax compreende a avaliação das mamas, dos pulmões, do coração e 
do mediastino, bem como das estruturas componentes da caixa torácica – pele, tecido 
celular subcutâneo, linfonodos, panículo adiposo, musculatura, sistema vascular 
superficial, ossos e cartilagens. Antes do estudo propedêutico, é conveniente se 
estabelecerem os pontos de referência anatômicos, as linhas e as regiões torácicas, assim 
como a projeção na parede do tórax dos pulmões, do coração, do fígado, do fundo do 
estômago e do baço. Ressalta-se que a anamnese precisa anteceder todo o exame físico, 
como meio de contribuir para possíveis diagnósticos, focando, sobretudo, nas queixas 
relatadas pelo os pacientes. 
i. Anamnese 
Algumas questões são fundamentais para avaliar os sintomas respiratórios como: quando 
e em que situações os sintomas ocorrem com maior frequência? o aparecimento é gradual 
ou súbito? há quanto tempo ocorrem? O que os alivia? 
Queixas respiratórias mais comuns: dispneia, tosse, expectoração (secreções e muco 
produzidos pelas vias aérea – catarro), hemoptise (eliminação de sangue do trato 
respiratório pela tosse), dor torácica e a rouquidão. 
Nos casos de dispneia, o entrevistador deve perguntar ao paciente se a dispneia surge 
quando ele se movimenta, está em repouso ou realiza atividade física (leve/moderada), se 
ocorre quando se deita (ortopneia), se é constante e possui outros sinais. A tosse é uma 
resposta reflexa a estímulos irritantes na laringe, traqueia ou nos brônquios. Esses 
 
estímulos podem ser decorrentes de processos inflamatórios (edema e secreções), 
mecânicos (poeira, corpo estranho), químico (gases) e térmicos. É importante saber 
quando se iniciou, sua frequência, intensidade e se possui relação com a época do ano ou 
período do dia/noite. 
Na expectoração deve-se observar a coloração, odor, qualidade (aquoso, mucoide, 
espumoso, espesso) e quantidade. A hemoptise é a expectoração de sangue pela boca 
proveniente da ruptura dos vasos brônquicos ou ruptura dos capilares ou transudação de 
sangue (hemorragia alveolar). 
 
Figura 1 - Potter - 9°ed. p. 2280 
 
ii. Limites anatômicos 
Para realizar um bom exame de tórax, é fundamental que o enfermeiro seja capaz de 
realizar a projeção dos órgãos do paciente com base no ângulo de Charpy e análise do 
biotipo. Os mamilos, ângulo de Louis, entalhe supra-esternal, ângulo das costelas, 
clavículas, e vértebras são importantes para delimitar as linhas imaginárias do tórax, 
fundamentais para localizar os achados em torno da circunferência torácica. As linhas 
medioesternal e vertebral são precisas, enquanto as demais são estimadas. 
 
Figura 2 - ângulo do manúbrio esternal = ângulo de Louis 
 
 
 
Na região posterior, o ponto inicial para a contagem de costelas e espaços intercostais dá-
se pela palpação da borda inferior da décima segunda costela, seguindo obliquamente em 
direção ao ângulo inferior da escápula. Para localizar os achados em torno da 
circunferência torácica, deve-se utilizar uma série de linhas verticais. 
Na região anterior, a linha hemiclavicular tem um trajeto vertical que parte do ponto 
médio da clavícula e divide o tórax em hemitórax direito e esquerdo. As linhas axilares 
anterior e posterior partemdas pregas axilares anterior e posterior, respectivamente e 
delimitam a região lateral do tórax. Os pulmões são delimitados pelas bordas superior 
(ápice) e inferior (base). O ápice se localiza-se cerca de 2 a 4cm acima do terço interno 
da clavícula, e a base cruza a sexta costela (linha hemiclavicular) e a oitava costela (linha 
axilar média). 
 
 
 
 
 
 
O exame deve começar do ápice em direção às bases pulmonares e de um hemitórax para 
o outro, usando como parâmetro de comparação o lado oposto do tórax. Durante sua 
realização, o paciente deve estar despido até a cintura, de forma que todo o tórax fique 
exposto. O ambiente deve ser tranquilo e a privacidade deve ser mantida. Exame do tórax 
posterior: paciente sentado, com os braços cruzados sobre a região anterior, de modo a 
afastar as escápulas e aumentar a área de acesso pulmonar. Exame do tórax anterior: 
pode ser realizado com o paciente sentado, mas é preferível que esteja em decúbito dorsal. 
 
Essa posição facilita o acesso em casos de mamas crescidas, pois há um afastamento 
natural das mamas. 
iii. Inspeção 
A inspeção pode ser realizada de dois tipos: estática e dinâmica. 
- Inspeção estática: observa-se as condições da pele (coloração – cianose causada por 
hipoxemia -, hidratação, cicatrizes, lesões), os pelos e sua distribuição, presença de 
abaulamentos (aumento do volume; aneurisma de aorta e derrame pleural), retrações e 
presença de circulação colateral (varizes). 
 
*O sopro no coração acontece quando o sangue precisa passar por um orifício que está 
menor do que deveria. 
1. Tipos de tórax 
1.1. Tórax chato ou plano: tem como característica o reduzido diâmetro 
anteroposterior, com sobressalência das escápulas no relevo torácico. É mais 
comum nos indivíduos longilíneos e em alguns portadores de doença pulmonar 
crônica. 
1.2. Tórax em tonel ou globoso: é aquele em que o diâmetro anteroposterior 
se iguala ao transversal, sendo frequentemente relacionado a enfisema 
 
pulmonar, mas pode, algumas vezes, ser encontrado em idosos que não tenham 
essa doença. 
1.3. Tórax em funil ou infundibuliforme (pectus escavatum): é uma 
deformidade na qual o esterno fica deprimido no nível do terço inferior e os 
órgãos que se situam abaixo dele são comprimidos. O diâmetro anteroposterior 
está diminuído. Nos casos graves, o esterno pode chegar a tocar a coluna 
espinal. As causas do tórax em funil incluem raquitismo, 
síndrome de Marfan e distúrbios congênitos do tecido conjuntivo. 
1.4. Peito de pombo (pectus carinatum): é o oposto de tórax em funil. O 
esterno projeta-se para a frente, aumentando o diâmetro anteroposterior. As 
comunicações interatriais ou interventriculares congênitas são as causas mais 
comuns, mas a asma, o raquitismo, a síndrome de Marfan e a cifoescoliose 
congênita grave podem contribuir para o peito de pombo. 
1.5. Tórax em sino ou cônico: produz um alargamento da porção inferior, como 
uma boca de sino, comum nas grandes hepatoesplenomegalias e na ascite 
volumosa. 
1.6. Tórax cifótico: consiste na acentuação da curvatura torácica normal. O 
paciente adota uma postura encurvada ou um aspecto corcunda. As causas 
incluem osteoporose secundária ao envelhecimento, tuberculose da coluna, 
artrite reumatoide e vícios de postura por tempo prolongado. 
1.7. Tórax cifoescoliótico: presença de cifose e também do desvio lateral da 
coluna (escoliose). Os pulmões situados abaixo dessa deformidade ficam 
distorcidos, tornando difícil a interpretação dos achados. 
 
- Inspeção dinâmica 
Na inspeção dinâmica, o enfermeiro deve analisar o tipo respiratório, ritmo, 
frequência, amplitude ou expansão dos movimentos e presença de tiragem. 
 
1.8. Tipo respiratório: costal superior na mulher, costoabdominal no homem e 
abdominal na criança. 
1.9. Ritmo: refere-se à sequência, à forma e à amplitude das incursões 
respiratórias, que devem ser observadas por um período de tempo. 
1.10 Frequência respiratória: mede a quantidade de respirações completas em 
1 minuto, sendo 12-20 Irpm o padrão considerado normal para adultos. 
1.11. Amplitude respiratória: seu aumento denomina-se batipneia, ou 
respiração profunda e sua diminuição hipopneia ou respiração superficial, o 
normal é caracterizado como normopnéia. 
1.12. Tiragem: utilização dos músculos acessórios da respiração (Músculos 
inspiratórios acessórios: esternocleidomastóideo, músculos escalenos, serrátil 
anterior, peitoral maior, peitoral menor, trapézio, latíssimo do dorso, eretores da 
espinha, iliocostal lombar e quadrado lombar. Músculos expiratórios: músculo 
reto do abdômen, abdominal transverso, oblíquo externo, oblíquo interno). 
*A tiragem unilateral é observada em um hemitórax quando ocorre oclusão de 
um brônquio principal. É bilateral quando a oclusão mecânica está acima da 
bifurcação traqueal, ou nos estreitamentos generalizados de pequenos 
brônquios, como, por exemplo, na asma brônquica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome Característica Quando ocorre 
Taquipneia Respiração rápida e 
superficial 
Casos de doenças pulmonares 
restritivas, dor torácica, distúrbio do 
diafragma... 
Bradipneia Respiração lenta e 
superficial 
Ocorre durante o sono e em atletas. 
Pode ser secundaria ao coma 
diabético 
Apneia Ausência de 
movimentos 
respiratórios 
 
Hiperpneia Respiração rápida e 
profunda 
Após exercício intenso, ansiedade, 
acidose metabólica ou lesões 
neurológicas 
Respiração de Kussmaul Respiração profunda, 
inspirações rápidas e 
amplas 
Acidose metabólica, cetoacidose 
diabética e insuficiência renal com 
uremia. 
Respiração de Cheyne-
Stokes 
Corresponde à 
períodos de respiração 
lenta e superficial que 
gradualmente se torna 
rápida e profunda. 
Está associada a uma sensibilidade 
anormal do centro bulbar. Pode ocorrer 
em recém-nascidos. 
Respiração de Biot 
(atóxica) 
Respiração irregular, 
cessando por curtos 
períodos. 
Depressão respiratória e lesão 
cerebral. 
 Tabela 1 
Outras alterações que podem ser observadas na respiração são: 
 Platipneia: dificuldade de respirar na posição ereta, com melhora do ritmo 
respiratório na posição deitada. 
 Ortopneia: dificuldade de respirar na posição deitada. 
 Trepopneia: paciente se sente mais confortável para respirar em decúbito 
lateral. 
 
 
iv. Palpação 
A técnica de palpação é empregada para avaliar os seguintes parâmetros: 
traqueia, elasticidade da parede torácica, expansibilidade e frêmito. 
- Palpação da traqueia: o examinador posiciona suavemente o dedo da mão 
em um dos lados da traqueia e observa o espaço entre ele e o 
esternocleidomastóideo. Os espaços devem ser simétricos em ambos os lados. 
A traqueia é levemente deslocada de um lado para outro, ao longo de toda a sua 
extensão, enquanto o examinador, por meio da palpação, pesquisa massas, 
crepitações ou desvio da linha média. As massas cervicais e mediastinais, as 
atelectasias ou pneumotórax de grande volume podem deslocar a traqueia para 
um dos lados. 
- Elasticidade e estrutura da parede torácica: a parede torácica inclui a pele, 
o tecido subcutâneo, as cartilagens e os ossos. Sua palpação é realizada com a 
base palmar da mão, que é posicionada contra o tórax do paciente. Durante a 
palpação, o examinador avalia a presença de crepitações, dor na parede torácica 
(áreas hipersensíveis), tônus muscular, presença de massas, edema e frêmito 
palpável. É realizada a manobra de Lasegue para avaliar a elasticidade (uma 
mão deve estar espalmada na região anterior do tórax, enquanto a deve estar 
espalmada na região posterior do tórax; durante a respiração, as mãos se 
distanciam e isso comprova a elasticidade. Fibrocistose, enfisema pulmonar são 
exemplos de patologias que alteram a elasticidade pulmonar). 
- Expansibilidade torácica: para avaliar a expansibilidade dos ápices, o 
examinador se coloca atrás do paciente, posicionando as mãos espalmadasnas 
regiões dos ápices pulmonares, de tal modo que os polegares se toquem em 
ângulo quase reto no nível da vértebra proeminente. Os demais dedos 
permanecem justapostos e semifletidos. Solicita-se que o paciente respire fundo 
e, enquanto isso, o examinador observa a movimentação simétrica ou não de 
suas mãos. 
 
 
 
Tabela 2: Causa comuns da redução da expansibilidade torácica 
Diminuição unilateral Diminuição bilateral Diminuição bilateral 
basal 
Doença fibrótica do 
pulmão, derrame 
pleural, pneumotórax... 
Processo infeccioso ou 
cicatricial. 
Gravidez, ascite, 
obesidade, derrame 
pleural bilateral. 
 
- Frêmito toracovocal: é a transmissão da vibração do movimento do ar através 
da parede torácica durante a fonação. A palpação deve ser realizada junto à 
parede posterior do tórax, enquanto o paciente pronuncia palavras que 
produzem intensa vibração, como “trinta e três”, “um, um, um”. As vibrações são 
transmitidas da laringe através das vias aéreas e podem ser palpadas na parede 
torácica. Deve-se utilizar a parte óssea da palma das mãos e dos dedos para 
obter a sensibilidade vibratória dos ossos da mão, a fim de detectar o frêmito. 
Pode ser utilizada apenas uma das mãos ou ambas, para comparar os lados. 
Identifique e localize qualquer região com aumento, diminuição ou ausência do 
frêmito. As vibrações mais fortes são sentidas nas áreas em que existe 
condensação pulmonar, como, por exemplo, em casos de pneumonia. 
A redução do frêmito palpável costuma estar associada a anormalidades que 
afastam o pulmão da parede torácica, como o derrame pleural e o pneumotórax. 
O frêmito é notado com maior nitidez no ápice direito e na região 
interescapulovertebral direita, pois nessas áreas as vibrações chegam à 
superfície com mais facilidade devido ao menor comprimento do brônquio direito. 
Fatores extrapulmonares, como parede torácica espessa devido a hipertrofia 
 
muscular, aumento do panículo adiposo ou voz débil, também interferem na 
interpretação do frêmito. 
 
Figura 3 - regiões do frêmito (vista posterior e anterior) 
- Frêmito brônquico: é provocado pela vibração das secreções nos brônquios de médio 
e grosso calibre durante a respiração (fase inspiratória e expiratória). Pode desaparecer, 
diminuir ou mudar de localização com a mobilização das secreções (tosse, mudança de 
decúbito). 
v. Percussão 
A percussão é uma técnica de avaliação da produção de sons pelo contato da 
mão com a parede torácica, nos espaços intercostais. Esse procedimento ajuda 
a determinar se os tecidos estão cheios de ar, líquido ou se são sólidos. Realiza-
se a percussão dígito-digital do tórax em localizações simétricas, dos ápices em 
direção às bases; primeiro, em um dos lados do tórax e, em seguida, no outro, 
no mesmo nível, a fim de comparar os sons obtidos em cada lado. A força do 
golpe aplicada na percussão varia de acordo com o tórax do paciente, isto é, 
magro, musculoso ou obeso. 
 
 
Figura 4 - pontos para percussão vista posterior e anterior 
Tabela 3: sons pulmonares 
Som Característica Local encontrado 
Claro pulmonar Timbre grave e oco Tecido pulmonar normal 
Hipersonoro Intenso e timbre mais grave 
que o claro pulmonar 
Pneumotórax e enfisema 
pulmonar 
Timpânico Oco, semelhante a um 
tambor 
Caso de amplo pneumotórax; 
câmara repleto de ar 
Maciço Ruídos surdos e secos Derrames pleurais; neoplasia 
Submaciço Sons suáveis de alta 
frequência 
Derrame pleurais; neoplasia 
 
 
 
 
vi. Ausculta pulmonar 
A ausculta é a técnica que avaliar o fluxo aéreo pela árvore traqueobrônquica e 
consiste em ouvir os ruídos torácicos com o diafragma do estetoscópio durante 
todo o ciclo respiratório (inspiração e expiração). A ausculta pulmonar deve ser 
realizada preferencialmente com o paciente sentado - na impossibilidade de o 
 
paciente sentar, a ausculta é realizada em decúbito dorsal ou lateral -, com o 
tórax parcial ou totalmente descoberto, enquanto ele respira com a boca 
entreaberta e um pouco mais profundamente, seguindo a mesma localização já 
referida na percussão. O examinador é capaz de avaliar três elementos: 
características dos ruídos respiratórios (tipos de ruídos, localização, 
quantidade e fase), presença de ruídos adventícios e característica da voz 
falada e sussurrada. Os achados devem ser descritos quanto ao tipo de ruído, 
à localização, a quantidade (esparsos, difusos) e à fase (inspiratórios, 
expiratórios ou ambos). 
 
 
Figura 5 - pontos de ausculta vista posterior 
- Sons normais 
Os sons respiratórios normais resultam da transmissão de vibrações produzidas pela 
movimentação do ar nas vias respiratórias. São denominados de som traqueal, som 
brônquico, murmúrio vesicular e som broncovesicular. 
 Som traqueal: auscultado nas áreas de projeção da traqueia (supraesternal). São 
intensos, agudos e têm qualidade pouco sonora. A fase expiratória é mais audível e longa 
do que a inspiratória. 
 Som brônquico: auscultado na região de projeção dos brônquios de maior calibre, 
próximo ao esterno. Timbre agudo, intenso e oco. A fase expiratória é mais forte e 
prolongada. 
 Murmúrio vesicular: auscultado em toda extensão do tórax, sendo mais intenso nas 
bases pulmonares. Tem timbre grave e suave. É mais forte e prolongado na fase 
 
inspiratória e mais audível na região anteroposterior, nas axilas e nas regiões 
infraescapulares. Fatores como obesidade e hipertrofia muscular, podem torna-lo mais 
débil. Patológicas que diminuem o murmúrio vesicular: pneumotórax, derrame pleural, 
esfisema pulmonar, dor torácica, edema e etc. 
 Som broncovesicular: se somam as características da respiração brônquica com as do 
murmúrio vesicular. É auscultado no primeiro e no segundo espaço intercostais no tórax 
anterior e entre as escápulas no nível da terceira e quarta vértebra dorsal. 
Sons pulmonares normais: traqueal, broncovesicular, murmúrio vesicular (L1, L2). Sons 
contínuos: sibilos (L3, L4), roncos (L7), estridor (L8), som bronquial (L11), atrito pleural 
(L14). Sons descontínuos: crepitações finas (L5), crepitações grossas (L6, L12). 
- Ruídos adventícios 
Os ruídos adventícios são sons anormais que se superpõem aos sons respiratórios 
normais. São denominados de crepitações grossas e finas, roncos, sibilos, atrito pleural 
e cornagem. Quando auscultados, devem-se observar a intensidade, o timbre e a duração. 
 Crepitação grossa ou estertores grossos: são sons graves de maior duração, audíveis 
no início da inspiração e ao longo da expiração. O mecanismo mais provável para a 
geração de crepitações grossas é a abertura e fechamentos das pequenas vias aéreas 
contendo secreção mais viscosa. Audíveis em doença pulmonar obstrutiva crônica e em 
bronquiectasias. 
 Crepitação fina: sons agudos, de curta duração e mais audíveis na inspiração, que não 
se modificam com a tosse e podem mudar de acordo com a posição. O mecanismo mais 
provável para a geração de crepitações finas é a abertura inspiratória subida das pequenas 
vias aéreas mantidas fechadas por pressão decorrente da presença de pequena quantidade 
de líquido ou exsudato no parênquima pulmonar. 
 Roncos: sons graves de maior duração, audíveis na inspiração e ao longo da expiração, 
com predomínio nesta última fase, e se modificam com a tosse. 
 Sibilos: ruídos musicais ou sussurrantes, mais agudos, de maior duração, audíveis na 
inspiração e ao longo da expiração e que não se modificam com a tosse. São decorrentes 
da passagem do ar por vias aéreas estreitadas. Associados a asmas e broncoconstrição. 
 
 Atrito pleural: decorre de inflamação pleural, associa-se a pleurite, pneumonia e 
infarto pleural. O atrito é descrito como um ruído semelhante a um estalo, é mais intenso 
na inspiração. 
 Cornagem ou estridor: respiração ruidosa devido à obstrução no nível da laringe e/ou 
traqueia, percebida mais marcadamente na fase inspiratória. Edema, corposestranhos, 
câncer de laringe e etc. 
- Sons vocais transmitidos 
A ausculta dos sons da fala (ressonância vocal) é feita por meio da voz falada e 
cochichada, com a finalidade de determinar se o frêmito tátil é normal, a ausculta é feita 
enquanto o paciente fala. Em geral, revela sons abafados e indistintos. O som quase 
sempre é mais alto na região medial, sobre as grandes vias aéreas, e diminui na direção 
da periferia. 
 
Registro de ausculta pulmonar torácica: AP = MVU (+) em AHT, sem RA, FR = 11 IRPM 
 
 
 Exame físico – Sistema cardiovascular 
 
As semiotécnicas de inspeção e palpação aplicadas ao sistema respiratório no tórax, são 
também consideradas como técnicas relacionadas ao coração. Nesse caso, a semiotécnica 
de percussão deve ser desconsiderada, dado a probabilidade de causar arritmias e demais 
problemas na região do miocárdio. Com isso, o que diferencia o exame de tórax pulmonar 
do exame de tórax do coração - além da ausência de percussão na região do coração - é a 
ausculta. 
- Ausculta cardíaca 
Tem como objetivo coletar informações acerca dos sons cardíacos, que são chamados de 
bulhas cardíacas, do enchimento ventricular e do fluxo sanguíneo pelas valvas cardíacas, 
bem como do ritmo. A ausculta do coração deve ser realizada com o paciente relaxado e 
com o precórdio descoberto. Classicamente, a ausculta cardíaca é realizada em pontos do 
tórax nos quais é captado o ruído das valvas. Deve-se dar especial atenção às áreas onde 
a audibilidade for melhor, apesar de não corresponderem à região onde se localizam 
anatomicamente as valvas. Essas áreas, chamadas de focos de ausculta, são: 
 Foco ou área mitral = 5º Espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular, 
corresponde ao ictus cordis; 
 Foco ou área pulmonar = 2º espaço intercostal esquerdo junto ao esterno; 
 Foco ou área aórtica = 2º espaço intercostal direito junto ao esterno; 
 Foco aórtico acessório = 3º e 4º espaço intercostal esquerdo; 
 Foco ou área tricúspide = Base do apêndice xifoide ligeiramente à esquerda. 
 
 
A primeira bulha cardíaca (B1) está ligada ao fechamento das valvas mitral e tricúspide 
(valvas atrioventriculares [AVs]). Ela marca o início da sístole (contração ventricular). É 
mais audível com o diafragma do estetoscópio colocado sobre o ápice do coração (foco 
mitral) e no foco tricúspide. A B1 resulta do fechamento abrupto das valvas AVs, o que 
causa certa turbulência do sangue e vibração de estruturas dentro dos ventrículos. Essa 
vibração é transmitida pela parede torácica na forma de uma bulha cardíaca. Ainda que o 
fechamento das valvas mitral e tricúspide seja ouvido como um único ruído, o fechamento 
da válvula mitral dá-se uma fração de segundo antes. A intensidade da B1 pode variar em 
certos distúrbios patológicos. A segunda bulha (B2) guarda uma relação com o 
fechamento das valvas pulmonar e aórtica (semilunares), sendo mais audível com o 
diafragma do estetoscópio colocado sobre a base do coração, no segundo espaço 
intercostal direito, na região paraesternal (foco aórtico). Ela marca o final da sístole e o 
início da diástole (enchimento ventricular). Na base do coração, a B2 normal sempre é 
mais alta do que a B1, ao passo que ambas as bulhas, de regra, têm intensidade quase 
idêntica na altura da borda esternal esquerda, sobre o ponto de Erb, que se situa no terceiro 
espaço intercostal esquerdo paraesternal. 
Geralmente, a B1 é a mais intensa das duas bulhas no ápice e ocorre logo após o pulso 
carotídeo, ou juntamente com ele. Foneticamente, as bulhas cardíacas foram consideradas 
como “tum-tá”. A B1 corresponde ao “tum”, e a B2, ao “tá”. O desdobramento fisiológico 
da B2 ocorre durante a inspiração e em decorrência do fechamento retardado da valva 
pulmonar. Ambos os componentes, aórtico e pulmonar, da B2 (A2 e P2) podem ser 
ouvidos. A inspiração cria uma pressão negativa dentro da cavidade torácica, fazendo 
retornar o sangue da periferia para o lado direito do coração. Por causa desse aumento 
transitório do retorno venoso, o volume ventricular direito aumenta e o esvaziamento é 
postergado, o que retarda o fechamento da valva pulmonar. A “segunda bulha 
desdobrada” é mais audível no foco pulmonar. Os dois componentes da B2 ocorrem tão 
próximos um do outro que a pausa entre eles produz um hiato fonético semelhante ao som 
“pl” da palavra split. 
- O S3, ou galope ventricular, ocorre após o S2. Esse som é causado por um lançamento 
precipitado de sangue para um ventrículo enrijecido ou dilatado em consequência de 
insuficiência cardíaca ou hipertensão. A combinação de S1, S2 e S3 soa como “Ken-
TUCK-y” (pronuncia-se “Quen-ta-que”). 
 
- Existe uma pausa silenciosa e distinta entre S1 e S2. A falha do coração em bater em 
intervalos regulares e sucessivos é uma Disritmia. 
Ao auscultar o coração, os seguintes aspectos devem ser avaliados: bulhas cardíacas, 
ritmo e frequência cardíaca, ritmos tríplices, cliques ou estalidos, ruídos, atritos ou sopros. 
O ritmo cardíaco adequado é ritmo regular, compassado. A frequência dos batimentos 
cardíacos depende da atividade que o indivíduo está realizando (repouso ou em exercício) 
e é medida pelo número de contrações do coração por uma unidade de tempo, geralmente 
por minuto. Parâmetros da frequência cardíaca: bradicardia (abaixo de 60bpm) 
normocardia (60-100 bpm) e taquicardia (acima de 100bpm) 
 
 
Registro da ausculta cardíaca: AC = BNF, R2T, FC = Ybpm, RCR

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