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Histórico e evolução das resinas compostas odontológicas

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Histórico e evolução das resinas compostas odontológicas
Os materiais metálicos tradicionalmente utilizados para restaurações em odontologia, apesar de terem um desempenho eficiente até certo ponto, apresentam limitações quanto a remoção excessiva de tecido sadio, descoloração por difusão iônica e principalmente falta de estética, além do suposto risco de intoxicação cumulativa. Obter função e estética satisfatória com o mínimo de danos à estrutura hígida remanescente, sempre foram um desafio à odontologia.
Na década de 1850, os materiais restauradores para dentes anteriores eram constituídos de cimento de oxicloreto de zinco ou oxicloreto de magnésio e cimento de oxisulfato de zinco, que eram muito solúveis e altamente irritantes ao tecido pulpar. 
Em 1878, foi criado o cimento de fosfato de zinco a fim de corrigir as falhas dos anteriores, mas sua estética não era satisfatória devido à sua opacidade, o que levou ao surgimento e à popularização dos cimentos de silicato por volta de 1904, por serem mais translúcidos.
Em 1934, surgiu na Alemanha uma resina acrílica autopolimerizável, que era basicamente a mesma usada nas bases de dentaduras, com a diferença de que sua reação de polimerização era desencadeada por reagentes químicos e não por calor. Apresentavam-se como um sistema pó-líquido no qual o pó era composto de partículas poliméricas de mono metil metacrilato (MMA) e aceleradores de amina terciária, enquanto o líquido continha monômeros de MMA e iniciadores peróxido de benzoíla, causando uma reação de polimerização por adição durante o contato entre a amina terciária e o peróxido de benzoíla. 
As resinas acrílicas ativadas quimicamente apresentavam uma boa adaptação de cor e podiam ser polidas, contudo, apresentavam alta taxa de contração de polimerização (aproximadamente 8% em volume) e alto coeficiente de expansão térmica (seia a oito vezes maior que o do dente), o que gerava adaptação marginal deficiente e, consequentemente, uma alta incidência de cárie recorrente. Além disso havia alta incidência de fraturas sob tensão e alta taxa de abrasão sob função devido às pobres propriedades mecânicas.
Neste cenário, surgiram as combinações de materiais denominadas compósitos ou resinas compostas. O desenvolvimento das resinas compostas como material restaurador começou ao final da década de 1950 com Ray Bowen, que reforçou resinas epóxicas com partículas de carga, mas maior sucesso foi alcançado quando Bowen desenvolveu a molécula de Bis-GMA, combinando vantagens das resinas epóxicas com as dos acrilatos.
Foi em 1962 com Dr. Ray Bowen que foi criada essa resina inovadora, a base de dimetacrilato tendo como monômero resinoso o bisfenol A-glicidil metacrilato (Bis-GMA), que é uma molécula longa e rígida com duplas ligações de carbono reativas em ambas as extremidades e um agente de ligação para promover uma união entre as partículas de carga e a matriz resinosa. Ou seja, uma resina composta por uma matriz (material resinoso plástico), carga (partículas de reforço) e agente de união (agente que promove adesão entre carga e matriz resinosa).
O Bis-GMA satisfez as funções como matriz resinosa de uma resina composta, revolucionando o campo da restauração de dentes anteriores e substituindo rapidamente os silicatos e as resinas acrílicas.
Em 1964 foi introduzida a primeira resina composta comercial, denominada Addent (3M), sendo constituída de uma resina Bis-GMA na forma de pó e líquido. Em 1969 a resina Adaptic (J&J) foi introduzida, sendo o primeiro sistema pasta/pasta comercialmente disponível, o qual se tornou muito popular e acabou por dominar o mercado mundial.
Os compósitos iniciais fornecidos como duas pastas, continham em uma delas o agente ativador (amina terciária por exemplo) e na outra o agente iniciador (usualmente peróxido de benzoíla). A polimerização ocorreria somente depois que as duas pastas fossem misturadas.
No início dos anos 1970, tornaram-se disponíveis compósitos ativados por luz ultravioleta (a luz criaria radicais livres para iniciar o processo de polimerização através da quebra da ligação central do éter metil benzoil). Entretanto a luz UV pode causar queimaduras nos tecidos moles dano aos olhos, sendo essencial o uso de proteção e grande cuidado para se usar unidades de fotopolimerização. Além disso, a fonte de luz UV é uma lâmpada à base de mercúrio, que é cara e sofre gradual redução da intensidade de luz com o uso e há um limite de profundidade de polimerização devido ao elevado grau de absorção da luz durante seu trajeto pelo compósito. A vantagem estava na praticidade de se ter uma pasta única, que poderia ter uma grande demanda, abriu caminho para a introdução de compósitos ativados por luz visível (ALV). Estes usam a canforoquinona como fonte de radicais livres, que necessita menor energia para exitação que o éter metil benzoíl. A luz com comprimento de onde na faixa do azul (entre 460-480nm) é muito eficiente. Permitiu a utilização de lâmpada halógena de quartzo que tem menor custo, é potencialmente menos danosa e a luz é mais diretamente transmitida ao longo do compósito, promovendo maior profundidade de polimerização. Filtros especiais são utilizados para remover luz UV e infravermelha que são acionadas durante o uso, assim evitando queimaduras de tecidos moles e aumento de temperatura.
Lâmpadas de diiodo emissor de luz azul (LED-azul), laser argônio e arco de plasma (xenônio).

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