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A gipsita sofre calcinação e se transforma em gesso. Tipos de Gesso: Gesso Calcinação é um processo de aquecimento (entre 110ºC e 130ºC) que transforma o minério Gipsita (produto dihidratado) em gesso (hemi-hidratado). Há vários tipos de gesso, e eles são formados a partir da temperatura e forma de aquecimento. Todos possuem a mesma formula química, mas o que os diferencia é a maneira de liberar parte da água de cristalização. Gesso tipo 1: É um gesso para moldagem, porem não é usado na odontologia Gesso tipo 2: tem dois nomes comerciais Gesso Paris ou Gesso Comum. A sua reação de presa se da pela hidratação do pó e formação dos cristais de sulfato de cálcio hemi-hidratado. Usado principalmente para preencher a mufla na construção de uma dentadura, quando a expansão de presa não é crítica e a resistência é adequada. Gesso tipo 3: ou Gesso-Pedra. É um gesso hemi- hidratado, também conhecido como Hidrocal. Suas partículas são mais uniformes e densas que a do gesso 2. É indicado para confecção de modelos de trabalho para a ortodontia, modelos de trabalho para prótese total e parcial removível. Gesso tipo 4: conhecido também como densita ou densite. Sua estrutura é menos porosa. É utilizado para fazer troqueis e modelos de trabalho. Os principais requisitos de um troquel são resistência, dureza e um mínimo de expansão de presa. A dureza deste gesso aumenta mais rapidamente que a resistência à compressão, uma vez que a secagem da superfície é mais rápida. Esta é uma vantagem pois a superfície resiste mais a abrasão enquanto o corpo do troquel é menos sujeito a uma fratura acidental. Gesso tipo 5: é um gesso pedra de alta resistência e de alta expansão. Sua resistência à compressão é maior que a do gesso 4, por causa da diminuição da proporção água-pó. Então a razão para aumento da expansão de presa é que certas ligas novas, com a base de metal, apresentam uma grande contração de solidificação. Bem diferente das ligas de metais nobres. É indicado para confecção de modelos de trabalho ou troqueis para ligas metálicas alternativas, que na fundição se contraem mais que as ligas nobres durante a sua solidificação. Parte 1 Gesso Parte 2 Gessos Sintéticos e Resinados Sintéticos: são fabricados a partir de subprodutos ou produtos residuais da produção do ácido fosfórico. Podem ter propriedades iguais ou melhores que as dos gessos naturais. São menos populares, por causa do seu alto custo de produção. Resinados: apresentam copolímeros de estireno, apresentando maior resistência e impermeabilidade.. Proporção água-pó: Sempre olhar no rótulo, pois cada fabricante recomenda um tipo de medida. Quanto mais água, mais fluída a mistura, mais fácil o vazamento, contudo a sua qualidade será inferior aquela de um gesso proporcionado corretamente. Menos água, o gesso fica mais forte e resistente que o gesso proporcionado nas medidas certas, a massa fica mais densa e com isso na hora de fazer o vazamento do molde, fica mais complicado, sujeita à formação de bolhas de ar. Gesso tipo 5 precisa de menos agua que o Gesso tipo 4. O gesso tipo 4 precisa de menos agua que o tipo 3, e assim por diante. Mistura: Colocar primeiro a água no gral e sobre ela colocar o gesso, para se evitar o aprisionamento de ar na massa. Espatulação vigorosa até se obter massa de consistência cremosa, pode ser manual ou mecânica. No vazamento do gesso nos moldes, usar vibrador ou fazer o vazamento a vácuo. O gesso deve ser vazado de forma a ir empurrando o ar para frente, para evitar o aprisionamento de ar, com formação de bolhas no modelo. Tempo: Tempo de espatulação: 45 segundos. Tempo de trabalho: mais ou menos 3 minutos. Tempo de presa: - Inicial (perda de brilho): mais ou menos 10 minutos. - Final (término da exotermia): mais ou menos 30 minutos. Considerações gerais: Todos os gessos sofrem expansão da presa, assim como apresentam reação exotérmica. O aumento da velocidade de espatulação, ou do tempo de espatulação, diminui o tempo de presa: mais cristais vão se formando e sendo fraturados, constituindo novos núcleos de cristalização. Aumento da temperatura da água diminui o tempo de presa. Acima de 100ºC, o gesso não toma presa. Incluir mais pó a uma dada quantidade de água, diminui o tempo de presa.. A reação de presa se inicia no momento em que o pó do gesso entra em contato com a água. Os fabricantes já colocam aceleradores e retardadores na composição para ajustar a velocidade de presa. Então não é necessário colocar outros itens aos pós de gesso, para não alterar as propriedades físicas dos mesmos. Alginato São polímeros lineares extraídos das paredes celulares de certas algas marrons. São hidrocolóides, porque na fase dispersante é a água, com isso são materiais hidrófilos. A fase dispersa é formados por fibrilas denominadas micelas. A união entre elas ocorre por ação química irreversível, ou seja, uma vez ocorrida a sua transformação em gel, não voltam à fase de sol. Composição: - Alginato de potássio; - fosfato trissódio; - óxido de zinco; - essências; - pigmentos; - desinfetantes; - fluoreto de potássio. Reação de geleificação: Um alginato toma presa por geleificação, isto é sua reação química o transforma de sólido em gel.. Proporção água – pó: É fundamental para dar ao alginato consistência correta, tempo de presa adequado, resistência e qualidade de moldagem. Ver na embalagem a recomendação do fabricante para realizar as proporções corretas. Normalmente é 1 medida de agua para 1 de pó. Tempo de manipulação: Varia de 30 segundos a 1 minuto, para o alginato regular ou do tipo 2. . E de 45 segundos para o alginato tipo 1 (presa rápida). Subespatulação e Superespatulação: Subespatulação: não permite uma reação uniforme dos seus ingredientes, por não se dissolverão suficientemente. Superespatulação: fratura o alginato, á medida que ele vai se formando, diminuindo assim a resistência do gel Remoção da moldeira: A remoção da moldeira da boca deve ser feita de maneira brusca, para que o alginato não rasgue ou frature. Temperatura da água: A água fria aumenta o tempo de presa e a água quente diminui. Manipulação: Colocar a água no gral e, depois, acrescentar o pó. Espatular a massa vigorosamente pelo tempo indicado pelo fabricante, até obter uma massa cremosa e lisa, que se solta facilmente das paredes do gral. Desidratação do alginato: Leva á perda de água (sinérese). Deve-se fazer o vazamento o mais rápido possível após a moldagem. Desinfecção: Após a moldagem, lavar o molde para retirar qualquer resíduo, como saliva, sangue. Mergulhar, em seguida, por 10 minutos em solução desinfetante o molde. Indicações: Indicado para confecção de modelo de estudo; para confecção de moldeira individual; para aparelho ortodôntico; para prótese parcial removível. Vantagens: As vantagens são: Técnica fácil; Não requer equipamentos especiais; Presa rápida.; Sabor agradável.; Baixo custo; Pode ser utilizado com moldeiras de estoque.. Desvantagens: As desvantagens são: Não afasta os tecidos moles; reprodução de detalhes limitada; pode sofrer rasgamento ao retirar da boca; sofre síntese e embebição, perdendo a fidelidade; alguns alginatos não são compatíveis com todos os gessos; requer vazamento imediatamente; não pode ser reutilizado. Silicona de Adição Introdução: Utilizado para moldar os dentes por meio de uma impressão negativa dos dentes e das arcadas dentárias. O grupo reagente é o grupo vinílico carbono – carbono (C=C) e a polimerização por adição ocorre por meio dos radicais livres que dão origem à ligação cruzada, formando um material borrachento. Composição: Pasta base: (poli) metil-hidro- siloxano. Com peso molecular moderadamente baixo, com 3 a 10 grupos pendentes funcionais terminais de hidro-silano. Silicona Hibrida. Pasta catalisadora: polímero de di-vinil (poli) siloxano, pode conter na sua composição platina ou paládio, que funcionam como catalisadores do gás hidrogênio. E são também retardadores da presa. Reação de presa: Se a proporção entre pasta-base e a pasta-catalisadora for correta e o material não contiver impurezas não há produção de subprodutos. Mas, pode ocorrer uma reação secundária entre a umidade e os grupos –OH residuais do polímero-base, acarretando a produção do gás hidrogênio. Esse hidrogênio liberado pode produzir porosidades no modelo de gesso vazado imediatamente após a obtenção do molde.. Alguns fabricantes adicionam palatina ou paládio, eles agem como captadores de hidrogênio que foi liberado, permitindo o vazamento mais rápido. Propriedades: Viscosidade: valor válido para as 4 consistências do material, e corpos de prova obtidos 45s após a mistura e armazenados a 25ºC. A fluidez do material pode diminuir com o aumento de forças externas ou com a velocidade de cisalhamento. Tempo de trabalho de presa: o tempo de trabalho diminui com o aumento da umidade e elevação da temperatura (dias quentes e úmidos). Alteração dimensional da presa: após a polimerização, o material sofre contração devido à ligação cruzada e o reagrupamento das ligações dentro e entre as cadeias dos polímeros. Mesmo sendo um material dimensionalmente estável, deve ser vazado dentro de 24h. Escoamento: corpo de prova testado 1 hora após a mistura e submetido a uma carga de 1000mg durante 15min. Dureza Shore A: é um ensaio que avalia a dureza superficial de polímeros ou elastómeros. Resistência ao rasgamento: mesmo que os valores de resistência ao rasgamento não sejam ideais, esses valores são bem melhores que os hidrocolóides (alginato). Reprodução de detalhes: a reprodução de detalhes é com maior fidelidade. Molhamento: é um material hidrofóbico, com isso pode ocorrer distorção ou perda de detalhe nas margens da moldagem, se a área tiver moldada estiver com umidade. O surfactante migra para a superfície do material, isso ajuda a escoar o material melhor sobre os tecidos úmidos e isso proporciona na reprodução de detalhes no modelo de gesso vazado. Mas com isso é importante secar o campo operatório para obter uma reprodução de detalhes mais eficientes. Parte 1 Silicona de Adição Adição de surfactante as siliconas: Reduzir o ângulo de contato. Melhorar o molhamento. Manipulação Proporcionar as pastas base e catalisadora.. Misturar as duas pastas com uma espátula metálica. Luvas de isopropeno:Luvas: Espremer as pastas misturadas com os dedos, até obtermos uma pasta de coloração homogênea. A manipulação manual deve ser feita sem luvas de borracha, porque os compostos de enxofre utilizados na produção da luva pode pode ser transferido ao material de moldagem, contaminando o catalisador que contém platina, resultando no retardamento da polimerização por inibição da polimerização na área contaminada. Para realizar o afastamento da gengiva, o preparo dos dentes, é necessário utilizar luvas de borracha e fazer uma descontaminação do campo operatório pelo enxofre, usando clorexidina a 2%. Simplificar o vazamento do modelo de gesso (porque o gesso tem maior afinidade com superfícies hidrofílicas. * Siliconas de adição com agentes surfactantes são chamadas de Siliconas de adição hidrofílica. Há duas teorias sobre as luvas, o autor Craig e Powers acreditam que deve-se usar luvas de vinil para a manipulação, evitando contaminação. E o outro autor é o Anusavice, que acredita que os estabilizadores empregados nas luvas de vinil, também contaminam na hora da manipulação. São luvas formadas por (poli) isopropeno, que é conhecido como “Borracha sintética”. É uma ótima luva para esse tipo de procedimento. É uma luva com boa elasticidade, impermeável, boa resistência ao rasgamento, etc. Pistolas e dispensadores: Para evitarmos estes problemas com o uso de luvas, podemos fazer a manipulação do material usando pistolas dispensadoras. As pistolas e os dispensadores são intercambiáveis, podendo-se utilizá-los com materiais de diferentes fabricantes, mas as ponteiras das seringas misturadoras não são intercambiáveis. Indicação: - Restaurações indiretas parciais e totais; - Uso de próteses; - Moldagens unitárias e de quadrante. Vantagens: - Alta resistência a deformação; - ótima reprodução de detalhes; - Tempo de trabalho e presa adequados; - Permite mais um vazamento de modelo de gesso; - Pode ser vazado em até 7 dias. Desvantagem: - Alto custo; - Não pode usar luva de látex; - É sugerido usar em trabalhos que precisa de uma reprodução fiel. Parte 2 Silicona de Condensação Introdução: A silicone de condensação é chamado assim porque quando se polimerizam produzem um subproduto, o álcool etílico. Sua apresentação é em forma de pasta- base e pasta-catalisadora. Sua consistência pode ser leve ou fluída, média ou regular, pesada, e densa (“putty”). A cor depende do fabricante, mas pode ser rosa claro, azul, verde e roxo. Finalidade: Os modelos podem ser confeccionados em gesso a partir do vazamento sobre uma moldagem da arcada dentária. Sobre eles, o profissional planeja e constrói restaurações indiretas, próteses e aparelhos ortodônticos, pois um dos requisitos básicos do modelo é ser a reprodução fiel das estruturas bucais. Composição: Pasta Base: polímero de hidroxipolidimetilsiloxano; sílica coloidal ou micropartículas de óxido metálicos; corantes e aromatizantes. Pasta Catalisadora: silicato alquílico (tetraetilortosilicato), Octato de estanho; agente de carga ou diluente; corantes e aromatizantes. Propriedades: A massa é dispensada pelo fabricante em potes plásticos hermeticamente fechados, com mediadores por volume apropriado e a pasta em bisnagas plásticas. Elasticidade: os silicones de condensação são mais elásticos do que os polissulfetos.. Eles inibem uma deformação permanente mínima e recuperam-se rapidamente quando deformados. São facilmente removidos de áreas retentivas sem distorção. Estabilidade e dimensional: os silicones de condensação apresentam excessiva contração de polimerização, com isso requerem uma modificação na técnica de moldagem para conseguir produzir moldes mais precisos, mais fieis. A técnica utilizada é a dupla moldagem, que é capaz de compensar a baixa estabilidade dimensional desses materiais. A quantidade de contração linear é de 2 a 4 vezes maior do que a de qualquer outro material de moldagem. Resistência ao rasgamento: a silicone de condensação tem um baixo risco de rasgamento. É preciso manuseà-los cuidadosamente para evitar o rasgamento nas margens do preparo. Para retirar o molde da moldeira, é necessário retirar com uma certa força e rapidez, quebrando assim o selamento periférico do ar. Escoamento: é importante porque se relaciona com a quantidade de deformação que o material de moldagem pode sofrer após ter sido vazado com gesso. Tempo de trabalho e presa: a temperatura influencia muito na polimerização desse tipo de material (silicona de condensação), o resfriamento aumento o tempo de trabalho; podemos manter o material a uma temperatura de mais ou menos 23ºC ou pode-se manipular em uma placa de vidro refrigerada. O aquecimento e a umidade pode diminuir os tempos de trabalho e presa. - Pastas densas: 3-6 minutos. - Pastas leves: 6-8 minutos. Parte 1 Silicona de Condensação Parte 2 Moldagem: Usar moldeira individual, de acrílico, com “calços” ou “batentes oclusais” para evitar o excesso de compressão do material, quando for assentado na boca. Uma moldeira individual requer menor quantidade de material, daí menor contração de polimerização. Técnicas de moldagem única: Pode ser chamada de monofásica também; Secar o campo operatório; Manipular o material de consistência leve e coloca- lo na seringa de moldagem. Ao mesmo tempo, um auxiliar deve manipular o material regular ou pesado. Com a seringa de moldagem, levar o material leve ao redor do(s) dente(s) preparado(s). Levar até a boca do PAC a moldeira (que já recebeu um adesivo adequado) carregado com o material regulado ou pesado, colocando-a sobre o leve. Após o endurecimento do material leve, aguardar mais alguns minutos, pois a polimerização do material pode continuar por um certo tempo. Remover a moldeira da boca do PAC, com ummovimento brusco e na direção do longo eixo dos dentes (facilitando a remoção pode-se colocar um jato de ar na periferia da moldeira, com isso rompendo o selamento periférico. Lavar o molde em água corrente, para remover a saliva e/ou sangue, e secá-lo com um jato de ar. Aplicar um desinfetante no molde e envolve-lo em uma folha de papel toalha e coloca-lo em um envelope plástico auto vedante, por no máximo 10 minutos. Remover o molde do envelope plástico, retirar o papel-toalha e lavá-lo em água corrente, secar com um jato de ar e aplicar uma solução de sabão ou algum outro surfactante. Remover o excesso de agente surfactante e vazar o molde com gesso tipo IV ou resina, pode ser imediatamente ou no máximo dentro de 30 ou 60 minutos, para evitar a evaporação do álcool etílico e sofrer contração. Alguns fabricantes recomendam uns 30 minutos antes de vazar. Técnica de moldagem dupla: Secar o campo operatório; Moldar com o material denso, que servirá de moldeira individual para o material leve. Após a polimerização do material, deve-se remover a moldeira da boca do PAC e fazer alguns “alívios” nas porções retentivas do moldes (regiões subgengivais ou interproximais) Pode utilizar uma broca maxicut ou uma tesoura. Com uma seringa de moldagem, injetar o material leve ao redor do(s) dente(s) preparados e, sobre eles aplicar a moldeira com o material denso. Antes de levar a moldeira com o material denso para a boca do PAC, podemos colocar um pouco de material leve sobre ele. Após a polimerização do material leve, deve-se aguardar alguns minutos para retirar a moldeira da boca. Lavar a moldagem para remover a saliva e sangue que possa ter saído na moldagem, deve-se secar com um jato de ar e mergulhar o molde em Hipoclorito de sódio a 1% durante 10 minutos, para desinfetá-lo. Silicona de Condensação Parte 3 Vazamento: Deve lavar o molde com água corrente, aplicar um leve jato de ar para remover o excesso de água e, com um pincel, aplicar sobre ele uma solução de sabão ou de outro surfactante. Vazar com gesso do tipo IV ou V, ou com resina. Indicações: Moldagem de “inlays”, “onlays” e coroas totais; Moldagem de prótese parcial fixa e removível. As indicações são iguais para a Silicona de Adição, porém a sua reprodução não é tão fiel. Vantagens: Boa reprodução de detalhes; Baixa deformação permanente; Material com consistências diferentes; Material inodoro e de aspecto agradável; Fácil manipulação e desinfecção. Pode utilizar luva de látex. Desvantagens: Material hidrófobo; Baixa resistência ao rasgamento; Contrai quando armazenado; Vazar dentro de 30 a 60 minutos; Permite uma única vazagem. Manipulação: Em bloco de papel especial ou placa de vidro, com espátula metálica misturar as duas pastas, na proporção indicada pelo fabricante. Com as mãos, sem as luvas de borracha, homogeneizar a pasta densa (devido ao enxofre utilizado na sua fabricação, as lubas de borracha interfere na polimerização ao entrar em contato com o material). Por isso é preferível utilizar luvas de nitrilo ou vinil. O material de consistência leve ou fluída é obtido misturando-se, com uma espátula de metal, as duas pastas que o compõem, na proporção indicada pelo fabricante. Esse material pode ser manipulado em misturadores mecânicos, que fazem a dosagem e a mistura dos mesmos. Vantagens da manipulação mecânica: O profissional não toca no material com as mãos; A mistura obtida é feita na proporção correta, além de ser mais homogênea; Há menos incorporação de ar à massa; Tempo de manipulação menor. Cimento - particulariedades Introdução: São altamente empregados na Odontologia. São empregados como materiais para proteção do complexo dentina-polpa, restaurações provisórias, restaurações definitivas, cimentações de restaurações indiretas, obturação de canais radiculares, etc. Requisitos dos cimentos odontológicos: Não devem ser irritantes para a polpa e tecidos moles da boca. Não devem permitir o desenvolvimento de cáries secundárias, por isso devem ser cariostáticos. Devem promover um bom selamento, evitando micro infiltrações marginais. Não devem se dissolver na saliva ou em outros fluidos bucais. Devem ser bons isolantes térmicos e elétricos. Para finalidades diagnósticas, os cimentos devem ser radiopacos. Devem ser estéticos. Classificação dos cimentos odontológicos: Forradores cavitários ou forros: são materiais colocados no fundo das cavidades como uma fina cobertura, como se fosse um tapete. Sua principal função é promover uma barreira contra qualquer irritação química. Não agem como isolante térmico e não são usados para produzir forma estrutural do preparo cavitário. Bases: esses tipos de cimentos funcionam como barreira contra qualquer tipo de irritação química. Promove um bom isolamento térmico, por serem colocados em maior espessura. Esses cimentos resistem à forças aplicadas durante a condensação de materiais restauradores e restaurações sujeitas a cargas oclusais. Alguns dos cimentos são capazes de reconstruir paredes do preparo cavitário. Histologia dental: Odontoblastos: células responsáveis pela síntese ou produção da dentina. Camada livre de células. Camada rica de células ou polpa: é um tecido mole que se estende da dentina até a raiz do dente e é composto por nervos e vasos sanguíneos.. Responsável pela vitalidade do dente. Fibras nervosas da polpa: Fibras aferentes do tipo A-gama: respondem a estímulos mecânicos e térmicos de baixa intensidade. À sua ligeira deformação produz dor rápida, aguda (sente uma pontada dolorida no dente). São mais sensíveis ao frio do que ao calor. Esse tipo de fibra perde a sua bainha de mielina com o tempo. Fibra aferente do tipo C: são fibras nervosas com bainha de mielina. São mais sensíveis ao calor do que o frio. São ativadas apenas por níveis de estímulos capazes de produzir destruição celular (altas temperaturas e pulpite). Produzem uma dor surda e prolongada, profunda, latente ou em queimação. A dor pode persistir mesmo com o dente anestesiado. Parte 1 Cimento – particulariedades Parte 2 Conceito atual de forramento: Tentativa de vedamento da cavidade ao nível da dentina. Um material forrador pode ser indicado e considerado biocompatível se aplicado em cavidade rasas ou medianas, contudo pode ser tóxico, altamente indesejados, se for aplicado em cavidades profundas ou diretamente sobre a polpa. Classificação das cavidades: Cavidade rasa: é aquela com uma profundidade se aquém da metade da espessura da dentina. Cavidade média: a profundidade é igual à metade da espessura da dentina. Cavidade profunda: a sua profundidade além da metade da espessura da dentina. Conduta clínica para forramento: Cavidade rasa: amálgama (verniz ou adesivo dentinário), resina (adesivo dentinário). Cavidade média: amálgama (verniz ou adesivo), resina (adesivo dentinário). Cavidade profunda: amálgama – Ca (OH)2 + ionômero de vidro + verniz ou adesivo -. E a resina – Ca(OH)2 + ionômero de vidro + adesivo -. * Em PAC idoso, com espessa camada de dentina reacional e polpa atresiada, não há necessidade de proteção. Cavidade rasa. Cavidade média. Cavidade profunda. Cimento de oxido de Zinco e Eugenol Introdução: Foi criado em 1837 por Bonastre. Foi utilizado na Odontologia em 1876 por Chisholm. E em 1930 foi indicado como material restaurador para dentes decíduos. Pode ser apresentado em forma de pó ou líquido, e também possui duas pastas, a base e a catalisadora. Indicações para cada Tipo de cimento: Cimento tipo 1: é indicado para restaurações provisórias e cimentações de curto prazo. Cimento tipo 2: usado para restaurações provisórias de longo prazo e para cimentações permanentes. Cimento tipo 3: usado para restaurações temporárias e base. Cimento tipo 4: usado como forradores cavitários para proteção pulpar. Desvantagens: - Baixa resistência à compressão. - Baixa resistência à abrasão. - É solúvel no meio bucal. - Não pode ser utilizado sob restaurações a resinas acrílicas ou compostas. Reação: Duas moléculas de eugenol + óxido de zinco (empresença de água) Eugenolato de Zinco. A reação é catalisada pela água e acelerada pela presença de sais metálicos. A reação é acelerada pelo aumento da temperatura ou umidade. Composição: Pó: óxido de zinco, resina de terebintina (diminui a friabilidade), esterearato de zinco (melhora a resistência), acetato de zinco (acelerador de presa). Líquido: eugenol e óleo de oliva (controla a viscosidade). * Alguns produtos, como álcool, propionato de zinco, entre outros, são usados como aceleradores da reação de presa. Cimento tipo 1 ou comum: pó (óxido de zinco; sílica; acetato ou sulfato de zinco – usado para acelerar a presa – e líquido (eugenol, água – essencial para a reação de presa – álcool ou ácido acético – usado para acelerar a presa - ). Cimento tipo 2 (baseado em polímeros ou resina hidrogenada): pó (óxido de zinco, resinas naturais ou sintéticas, aceleradores) e líquido (eugenol, resinas dissolvidas). Cimento tipo 3 (reforçado): pó (alumina e poli – metil-metacrilato – PMMA) e líquido (ácido orto-etoxibenzóico, ácido acético – usado para acelerar a presa – e timol – agente microbiano -. Parte 1 Eugenol: Pequenas quantidades de eugenol na polpa exercem ação anti-inflamatória e efeito anestésico local, ajudando na recuperação da polpa. Em altas concentrações de eugenol, ele se torna tóxico e aplicado diretamente a polpa pode resultar em dano excessivo a polpa. Propriedades: - Tempo de presa: 2 – 10 minutos. - Selamento marginal bom, evitando micro infiltrações. - É bactericida e bacteriostático. - Em contato com o tecido conjuntivo é irritante. - O eugenol é um alergeno em potencial. - pH em torno de 7. - Promove isolamento térmico e elétrico. - Anódico (faz cessar a dor). Cimento de oxido de Zinco e Eugenol Parte 2 Tempo de presa e características: Cimento do tipo 1: - Tempo de presa lenta: 24 horas. (pode ser usado para obturação de canais radiculares). - Tempo de presa rápida: 5 minutos. - O eugenol é altamente solúvel no meio bucal, pois é constantemente liberado, se dissolvendo. Por isso, esse cimento se torna ineficiente como base ou forrador cavitário, podendo ser utilizado para cimentações provisórias. - Esse tipo de cimento permite a remoção das mesmas sem traumatizar o dente ou danificar a restauração. - O cimento tipo 1 sela bem as cavidades contra a entrada de fluídos orais, minimizando assim as micro infiltrações. Cimento do tipo 2: - São cimentos modificados, com reduzida solubilidade e aumento da resistência à compressão. - Tempo de presa: 4 – 10 minutos. - Pode ser utilizado para cimentação de longa duração de PPF. Cimento do tipo 3 ou cimento EBA: - Composição: pó branco (óx. de zinco, alumina, resina hidrogenada) e líquido rosado (eugenol, ácido 2-orto etoxibenzóico – EBA). - O EBA susbtitui parcialmente o eugenol e forma uma estrutura cristalina que dá maior resistência à compressão e menor solubilidade. - Pode ser usado como base ou restaurador temporário (até que a polpa agredida se recupere ou até que faça outro tratamento). - Sua principal vantagem é não causar uma sensação de queimado na boca. - Proporção pó/líquido é 6:1 (aumenta a resistência do cimento após a presa). Cimento do tipo 4: - São usados para selar canais radiculares e como cimentos periodontais (cimentos cirúrgicos). Ciemnto Ox. de Zinco sem eugenol: A presença do Eugenol livre ou residual pode interferir na polimerização das resinas acrílicas e compostas. Para evitar essa interferência, alguns cimentos desse tipo, trocam o eugenol por longas cadeias de ácido carboxílico. Pode utilizar também óleos, para ajutar a consistência do cimento. São usados para cimentações ou restaurações provisórias. Manipulação: Pó + líquido: - Sempre olhar a recomendação do fabricante. - Misturar o pó e o líquido durante 30 – 60 segundos sobre uma placa de vidro. Duas pastas: - Misturar completamente as duas pastas (base e catalisadora), utilizando medidas iguais para ambas sobre uma placa de vidro. Como o óxido de zinco é lentamente molhado pelo eugenol, é necessário uma espatulação prolongada e vigorosa, para conseguir uma consistência espessa. Para obtermos o máximo de resistência, devemos usar uma proporção pó-líquido de 3:1 ou 4:1. Cimento de fosfato de zinco Introdução: Em 1879, Peirce aqueceu o óxido de zinco, pulverizando-o com o ácido fosfórico glacial, com isso produziu um cimento que endurecia dentro de 6- 8 minutos. Composição: Pó: óxido de zinco, óxido de magnésio, sílica, óxido de bismuto, óxido de bário, sulfato de bário, óxido de cálcio. Líquido: ácido fosfórico livre, ácido fosfórico (combinado com fosfato de alumínio e de zinco), alumínio, zinco e água. * O líquido deve ser fornecido com 20% a mais do que o necessário para se misturar com o pó, porque quando o seu recipiente é aberto várias vezes, a água evapora. Com isso o vidro deve ser aberto poucas vezes, porque a perda de água leva a uma diminuição do ph, e isso torna o cimento menos biocompatível, retardando a reação. - Se adicionar água ao líquido acelera a reação. - E se o líquido (que é incolor) ficar turvo, deve ser descartado. - E em tempo quente e com umidade relativamente baixa, assim que a água for evaporando, há uma cristalização do fosfato nas bordas do frasco. Reação: O ácido fosfórico ataca a superfície das partículas do póe libera íons de zinco para o líquido. Quando o cimento contém magnésio, no lugar do zinco, forma-se como produto final, o fosfato de magnésio insolúvel. A reação é exotérmica. Tipos de cimentos: Tipo 1 (grão fino): usado para cimentação permanente de restaurações indiretas, como coroas, “inlays”, “onlays” e PPF. Tipo 2 (grão médio): recomendado como base em preparos cavitários profundos. Manipulação: - O pó é dividido em porções que variam em tamanho. - É fundamental misturar o pó ao líquido em pequenas porções.. - O aumento deve ser espatulado sobre uma área grande de uma placa de vidro seca, espessa e resfriada, para dissipar o calor gerado na reação. - A manipulação não deve ser feita em bloco de papel, porque o papel não dissipa o calor gerado pela reação. - O pó deve ser dividido em pequenas porções, conforme indicado pelo fabricante. - O tempo máximo de manipulação varia de 1,5 – 2 minutos. - Tanto o pó quanto o líquido podem ser medidos com a própria colher que o fabricante fornece junto ao produto, usando-se a taça de maior tamanho para obter-se uma massa destinada a formação de uma base. Para uma cimentação, deve-se usar uma taça de menor tamanho. - Para uma PPF, é necessário uma mistura mais fluída. Parte 1 Cimento de fosfato de zinco Parte 2 Proporção Pó-líquido: - Para usar como base é 3,5:1 - Para cimentação de peça protética a proporção é menor, para conseguir um cimento mais fluído e que possa escoar. - Na prática não é comum usarmos essa proporção, porque depende da função que o cimento destina-se. - O pó é incorporado aos poucos ao líquido em pequenas porções, isso resulta em um tempo de trabalho maior, uma vez que as concentrações do fosfato de zinco nas fases iniciais de presa não são suficientes para produzir um aumento notável da viscosidade do material. - Assim que todo o pó for incorporado, deve-se parar a manipulação para não se enfraquecer o cimento. - Para cimentação a consistência adequada é aquela obtida quando um fio de cimento se elevar por 1 a 2 centímetros da placa sem se quebrar. - Já para a base, o cimento deve ter a consistência da massa de vidraceiro. Tempo de manipulação: - De manipulação: 1,5 – 2 minutos. - De trabalho: 5 minutos - De presa: 5 – 9 minutos. Técnica da placa de vidro: - Resfriada entre 6 – 10ºC. - Incorpora cerca de 50 – 75% a mais de pó. - Aumenta o tempo de trabalho e diminui o de presa: * O tempo de trabalho é aumentado de 4 – 11 minutos. * O tempo de presa é diminuído de 20 – 40%. Cimentação: - A espessura da película do cimento, para cimentação, não depende apenas da proporção pó-líquido, mas também depende do tamanho dos grãos. - Os grãos maiores formam uma camada mais grossa, dificultando o assentamento dapeça protética. - Por isso , é mais recomendado usar um cimento com grãos menores. - Para PPF, a mistura deve ser mais fluída e a prótese deve ser assentada imediatamente, antes que a formação da matriz do cimento ocorra. - A prótese deve ser mantida sob pressão até que o cimento tome presa. O campo operatório deve ser mantido seco durante o procedimento. - Deve retirar o excesso de cimento após a presa do cimento. - Depois da cimentação de uma peça protética é recomendado a aplicação de um verniz ou qualquer outra camada cobertura impermeável que possa aumentar maior resistência à dissolução nos fluidos bucais. Propriedades: - Resistência compressão: depende da proporção pó/líquido no cimento endurecido. O cimento adquire 50% da sua resistência à compressão dentro dos 10 primeiros minutos. - Resistência à tração: como o cimento de fosfato de zinco é quebradiço, não deve ser utilizado para restaurações temporárias. - Tempo de presa: 5-9 min (37ºC). Cimento de fosfato de zinco Parte 3 Para aumentar o tempo de presa: - Diminuir a quantidade de pó adicionada ao líquido, porém afeta as propriedades físicas do cimento, diminui a resistência à compressão, resulta em um menor pH inicial da mistura. - Misturar o pó ao líquido em pequenos incrementos: aumenta o tempo de trabalho e permite uma maior quantidade de pó incorporada ao líquido, gera menos calor e melhor as propriedades mecânicas do cimento. - Diminuindo a temperatura da placa de manipulação: como a reação pó/líquido é exotérmica, essa é a melhor maneira de controlar o tempo de presa e de trabalho, porque o resfriamento retarda a reação isso torna a formação da matriz mais lenta, e permite maior quantidade de pó incorporada do líquido. - Aumentando-se de espatulação do último incremento de pó: haverá fratura da matriz que estava se formando, o que prejudica as propriedades físicas do cimento. Propriedades: - Tempo de trabalho: 2,5-8 minutos - Erosão: esse cimento sofre erosão nas margens da cavidade por uma combinação da dissolução com as abrasão, mas a erosão levando à perda do vedamento marginal não é um problema particularmente associado à perda de restauração. Para que serve: - É muito utilizado para cimentar restaurações metálicas fundidas, restaurações metálicas fundidas, restaurações cerâmicas, coroas, pontes e para uso como cimento base ou forro cavitário. - Também é indicado para: * Fixação de incrustações, coroas e pontes; * Forração de cavidades; * Restaurações dentárias provisórias. * Muito utilizado para cimentação de incrustações, coroas e pontes; * Produto de alta resistência e baixa solubilidade; * Ótima consistência para manuseio; * Excelente presa; Trióxido Mineral Agregado - MTA Introdução: - Foi desenvolvido após cirurgias paraendodôntica e em casos de perfurações radiculares. Composição: - Silicato tricálcio; óxido de bismuto (usado para dar radiopacidade); silicato dicálcio; aluminato tricálcio, alumínoférrico tetracálcico; sulfato de cálcio di-hidratado (gesso). Propriedades: - pH inicial: 10,2 - pH após 3 horas: 12,5 - Devido o seu pH elevado, semelhante ao hidróxido de cálcio pode induzir a formação de tecido duro nos casos de capeamento pulpar direto. - Tempo de manipulação: o suficiente para se obter uma massa cremosa e arenosa. - Tempo de presa inicial: 2h e 30 min. - Tempo de presa final: 3-4h - O tamanho das partículas, a proporção pó/líquido, a presença de água e a temperatura do pó podem alterar as suas características de presa do material. - Solubilidade: é baixa quando comparada ao hidróxido de cálcio após 24h. E é semelhante ao de óxido de zinco e eugenol depois de 21 dias. Técnica: - É semelhante à técnica de capeamento como o hidróxido de cálcio, sendo o pó utilizado junto com o soro fisiológico estéril ou água destilada, na proporção de 3:1 , formando um gel que se solidifica dentro de +- 3h. Desvantagens do MTA: - Tempo de presa é muito longo - É difícil de ser colocado no local que se deseja. - Material Caro Manipulação: - Placa de vidro, espátula nº24 e de inserção nº1 - Pegar o pó com a concha e depois proporcionar com a agua destilada, espatular por 30 segundos até ficar uma massa com brilho e consistência de massa de vidraceiro. - Pegar a massa com a espátula nº1 e depositar o material na parte mais profunda da cavidade. Indicações: - Capeamento pulpar direto; - Reparo de furca - Reabsorção externa - Trepanação da raiz - Ápiceficação - Obturação apical do canal; Propriedades biológicas: - É biocompatível, podendo entrar em contato com a polpa; - Tem atividade microbiana, devido o alto pH. - Sua ação não é prejudicada pela umidade e sangramento Biodentine - É um material baseado no trissilicato de cálcio, com propriedades alcalinizantes, que libera íons no processo de mineralização. Composição: - Pó: silicato tricálcio, silicato dicálcio, carbonato de cálcio e óxido de ferro, óxido de zircônio. - Líquido: solução aquosa de cloreto de cálcio, polímero hidrossolúvel. Apresentação: - Cápsula: sua embalagem é composta por 15 cápsulas com 0,7g de pó e o 0,18 de líquido. - Proporção pó/líquido: 0,26 Propriedades: - Libera mais cálcio que o MTA - Sua atividade é alcalinizante - Maior solubilidade que o MTA - Tem presa rápida - Sofre sorpção d’água - Tem porosidade aparente (os poros promovem maior bionteração para a liberação de íons de cálcio e hidroxila, levando à formação de fosfato de cálcio). - Bom selamento dentinário e melhor integridade marginal. - É compatível com as resinas compostas. - É radiopaco. - Sem sensibilidade pós-operatória. - Sem uso de adesivos ou condicionamento ácido. Indicação: - Ele foi indicado como substituto permanente da dentina e substituto temporário do esmalte. A restauração de lesões de cáries extensas e profundas mostrou um perfeito vedamento, sem sensibilidade pós-operatória garantindo a longevidade das restaurações em dentes vitais. Cimento de Hidróxido de Cálcio Apresentação: - Suspensão: o hidróxido de cálcio misturado com uma pequena quantidade de uma suspensão aquosa de metil celulose (até mesmo água destilada) para se obter uma solução viscosa que pode ser utilizada para proteção pulpar e diminuir o sangramento. Não toma presa. - A pasta de Hidróxido de Cálcio juntamente com a água ou qualquer outro meio hidrossolúvel não têm boas propriedades físico-químicas por ser solúvel em meio aos fluídos bucais. - Os sinais de Ca e OH são rapidamente liberados e, em contato direto com os fluídos teciduais são solubilizados. - Pasta: é usado como forramento, é uma suspensão do Hidróxido de cálcio, mais um solvente e um agente espessante. É colocada sobre a parede de fundo da cavidade, o solvente evapora, deixando uma fina camada de Hidróxido de Cálcio. - Pasta/pasta (sistema quimicamente ativado): pasta base e pasta catalisadora, é um material usado para proteção pulpar indireta em casos de cavidades médias e profunda.s. - Pasta única (sistema fotopolimerizável): pasta de HC que pode ser utilizada como forramento cavitário ou aplicada nos casos de capeamento pulpar direto. - Esse cimento fotopolimerizável é colocado sobre um bloco de papel fornecido pelo fabricante e aplicado na cavidade com um aplicador de hidróxido de cálcio, sendo fotopolimerizável por 20 segundos. Composição: - Hidróxido de cálcio, sulfato de bário, uretano dimetacrilato ou bisfenol – A glicidilmetacrilato, dimetacrilato fotoativáveis. Reação de presa: - Misturadas as pastas base e catalisadora, forma-se um sal de di-salicilato. - Aquelação do óxido de zinco forma uma matriz cristalina, dura, de um quelato de silicato de cálcio – zinco. - A reação do sistema de pasta única, ocorre pela fotopolimerização dos seus monômeros.. Vantagens: - Manipulação fácil; - Presa rápida, em camadas finas (os cimentos do tipo fotopolimerizável tomam presa em 20s); - Boas características de selamento; - Efeito benéfico em dentina cariada e polpa exposta. Desvantagens: - Baixa resistência mecânica; - Exibe deformação plástica; - Fracoà exposição de umidade; - Sob ação de ácidos, dissolve-se ocorrendo infiltração marginal. Parte 1 Cimento de hidróxido de cálcio Parte 2 Propriedades: - Tempo de trabalho: • Sistema pasta – pasta: 2-3 minutos (25ºC C-50% UR). A umidade e o calor da boca aceleram a reação de presa: De 2 minutos passa a 1 minuto. De 7 minutos, passa a 2 minutos. • Sistema fotopolimerizável: presa em 20 segundos • Ao tomar presa, costuma rachar. - Resistência à compressão: • Baixa resistência • Algumas formulações suportam bem com a condensação do amálgama. - Módulo de elasticidade: 37 kgf/cm² - Solubilidade: • Todos os cimentos estão sujeitos à ação de uma variedade de ácido produzidos pelos microrganismos durante a decomposição dos carboidratos fermentáveis. • O pH da boca junto a temperatura da boca estão sujeitos a flutuações.. • Não há um teste padrão preciso para prever a resistência dos cimentos na boca. • A solubilidade dos cimentos de hidróxido de cálcio varia de 0,4- 7,8% • O cimento de HC pode ser totalmente dissolvido pela infiltração marginal. Propriedades biológicas: - pH aproximadamente: 12,5-12,8 - É irritante ao tecido pulpar vivo - Tem forte ação bactericida: • Causa dano à membrana citoplasmática das bactérias. • Desnatura as proteínas bacterianas. • Causa dano ao DNA bacteriano. - Dissolve o material necrótico. - O grupo hidroxila (OH) do hidróxido de cálcio: • Age localmente como “Buffer” • Neutraliza o ácido lático produzido pelos osteoclastos. • Ativa a produção de fosfatase alcalina • Disponibiliza íons de Cálcio e Fosforo. - Estimula a formação de dentina reacional: • Em contato com a polpa viva, o hidróxido de cálcio se dissocia em cálcio e hidroxila e, devido ao seu pH elevado, causa uma cauterização química superficial do tecido pulpar. • No ex. histológico, a camada cauterizada é visualizada como uma zona escura de necrose superficial em contato com a polpa. • Com o estímulo constante, as células mesenquimais indiferenciadas do tec. Conjuntivo da polpa se diferenciem em odontoblastos, para permitir uma reposição do tecido pulpar. • Essas novas células formam uma “ponte de dentina”, quando o material é usado para proteção direta da polpa ou capeamento pulpar direto. - Permeabilidade dentinária: • Maior junto à popa do que no limite amelodentinário. • Tanto maior quanto mais jovem for o dente;. - Dentina esclerosada: mineralização intratubular por deposição de “Whiteloquita” (cristais em formato de agulha). Cimento de Hidróxido de cálcio Parte 3 Manipulação da Pasta/pasta: - Pasta/pasta: são usados comprimentos iguais das pastas (base e catalisadora), misturadas rapidamente com uma espátula nº24 ou aplicador de HC, até se obter uma pasta de cor uniforme. Aplicar com o aplicador de HC em pequena espessura no fundo da cavidade, deve-se aguardar a presa final do material para colocar o material restaurador sobre ele, se não o material forrador será deslocado. - Se aplicar as pastas separadamente, apenas a pasta catalisadora tem efeito bacteriano. Indicações: - Capeamento pulpar indireto (forrador) - Capeamento pulpar direto - Pulpotomia - Cimentações provisórias - Controlar a infecção em canais com exsudatos - Medicamento intracanal - Tratamento de raízes fraturadas - Tratamento de perfurações radiculares - Tratamento de reabsorções radiculares externas (preservação nos casos de clareamento dental em dentes despolpados) - Obturação de canais de molares decíduos. Pulpotomia: - Consiste na remoção da polpa coronária, com preservação da polpa radicular. - Indicada em PAC jovens, com extensão do processo inflamatório. - Indicações: • Exposição pulpar acidental durante o preparo cavitário (cavidades pequenas). • Sangramento local mínimo. • Exposição pulpar por traumatismo recente (menos de 24h). • Teste de sensibilidade. • Dente não sensível à percussão • Ausência de lesão periapical • PAC jovem - Contra-indicações: • Manipulação fácil • Presa rápida, em camadas finas (os cimentos do tipo fotopolimerizável tomam presa em 20s). • Boas características de selamento • Efeito benéfico em dentina cariada e polpa exposta. Cimento de Ionômero de Vidro • Cimento de Silicato: vidro de aluminossilicato + ácido fosfórico • Cimento de policarboxilato de zinco: óxido de zinco + ácido poliacrílico • Ionômero: vidro de aluminossilicato + ácido poliacrílico • Pó: sílica; alumina; fluoreto de cálcio; fluoreto de alumínio; fluoreto de sódio; fosfato de alumínio. • Líquido: ácido (poli) acrílico, maleico ou alquenóico; ácido itacônico; ácido tartárico; água. • OBS.: a água é um componente de extrema importância na composição. É um solvente para o ácido polimérico, isso permite que o polímero aja como um ácido e promova a liberação de prótons, sendo o meio em que a reação de presa acontece. • O desempenho do cimento ionômero está vinculado ao peso molecular do ácido. Quanto maior o seu peso molecular do ácido, melhores são as propriedades mecânicas do cimento, contudo tanto maior a viscosidade do líquido. E para superar este inconveniente, alguns fabricantes desidratam essa solução ácida no vácuo, com isso produzindo um cimento em que o pó é anidro, sem água. • Um outra forma de diminuir a viscosidade do líquido consiste em adicionar uma pequena quantidade de ácido tartárico que aumenta o tempo de presa, mas não o de trabalho. • O ácido itacônico aumenta a reatividade do líquido; melhora a estabalidade de armazenamento; e diminui a viscosidade do líquido e sua tendência à geleificação. • Partículas maiores (até 20 um) se destinam a ionômeros para restauração. • E a partículas menores (5um) são destinadas a ionômeros para cimentação, forramento, ou selamento de fóssulas e fissuras. • E quanto menor a partícula, mais rápida a presa do material. • As partículas de vidro são atacadas pelos poliácidos e liberam os íons Ca, Al, Na e F. • Inicialmente o cálcio junto ao alumínio, substituem os hidrogênios dos grupos carboxílicos e formam os polissais de cálcio e alumínio. Os mesmos são hidratados pela água para formar uma matriz de gel, enquanto partes das partículas de vidros são envolvidas por uma matriz de sílica decorrente da parte de cátions. • Esse cimento com aspecto geleificado, consiste em um vidro não- reagido envolvido por uma matriz de cálcio hidratado e os polissais de alumínio. • Tipo I: voltado para a cimentação • Tipo II: voltado para a restauração: II.I – para restauração estética II. II – para restauração reforçada (tais os cermets) • Tipo III: para forramentos e bases • Tipo IV: para selamento de fóssulas e fissuras • Tipo V: para cimentação em ortodontia • Tipo VI: cimento para reconstrução de núcleos. Composição do Ionômero Convencional: Tipos de cimentos de ionômeros: Reação de presa: Cimento de Ionômero de Vidro • Sistema quimicamente ativado: reação ácido-base do ionômero convencional e polimerização química dos componentes resinosos. • Sistema fotoativado: reação ácido-base e fotopolimerização do monômero presente. • Sistema “dual”: além da reação ácido-base e fotopolimerização, possuem iniciadores químicos que polimerizam os componenetes metacrilato existentes no material. Permitindo que a polimerização ocorra sem luz. • Maior translucidez que os ionômeros convencionais. • Endurecimento mais rápido • Menor influência na perda ou ganho de água. • Sofrem expansão higroscópica em contato com a água, com isso se expandem e vendam as fendas marginais; • Maior estética inicial ( só tem uma alteração após 1 ou 2 anos) • É um material rígido e resistente ao calor. • A porção pó são partículas esféricas de liga para amalgama, sintetizadas com as partículas de vidro do pó sob pressão de 350 MPa, a uma temperatura de 800ºC. • Sinterização: é um processo em que duas ou mais partículas sólidas se juntam devido o aquecimento a uma temperatura inferior à de fusão, mas alta o suficiente para a difusão dos átomos das redes cristalinas. + O pó compactado e as mudanças ocorrem durante a queima: (A) são as partículas dopó após a prensagem; (B) coalescência das partículas e formação de poro à medida que a sinterização se inicia; (C) à medida que a sinterização se desenvolve, há mudança no tamanho e formato do poro. • Foi desenvolvido visando o efeito significante sob algumas propriedades mecânicas, como a resistência e a friabilidade, mesmo mantendo a adesão ao esmalte e à dentina. • Reação de presa: é semelhante à dos ionômeros convencionais. • Os cermets tem uma coloração voltada para o cinza, com isso não pode ser usado como material restaurador. • Esse material toma presa rapidamente, e devido a prata presente no líquido, tem um certo grau de radiopacidade. • Os cermets são mais indicados para áreas sujeitas a cargas mastigatórias maiores, como em “slots” verticais, núcleos, classe I e II em dentes decíduos e preparo tipo “túnel”. • Os cermets não são tão utilizados por não serem tão fortes quanto os cimentos ionômeros de vidro convencionais. Os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina podem apresentar 3 sistemas: Os cimentos de ionômero de vidro usados para restauração, possuem as seguintes características: Vantagens dos ionômeros: Cermets: Cimento de Ionômero de Vidro • No ionômero de vidro ocorre a liberação de flúor. Ocorre com mais intensidade nas primeiras 24-48h, e permanece em menor concentração por longos períodos, devido a sua presa lenta. • A cada vez que o vai ocorrendo a presa, a sua liberação diminui. • O flúor liberado inibe o crescimento do Streptococcus mutans na placa referente ao dente que foi adicionado o ionômero, e também inibe a fermentação dos carboidratos. • Promove também uma ação anti-cariogênica, com isso aumenta a resistência do esmalte dos dentes adjacentes à restauração. • A aplicação do flúor posterior à restauração, até mesmo o uso de dentifrícios, faz com que a restauração absorva o flúor e atue como um reservatório desse íon. • Esse tipo de cimento é solúvel no meio bucal, com isso deve ser protegido logo após o término da restauração. • É vulnerável a rachaduras e fraturas, devido à desidratação, com isso o dente deve ser protegido por um verniz ou um adesivo fotoativado, assim protege a restauração de infiltrações, rachaduras, até mesmo “soltar” a restauração. • A cor é dada pelo vidro que compõe o material, podendo receber pigmentos como o óxido de ferro ou carbono preto. • A sua translucidez não é muito boa, comparada a uma resina composta, a sua cor é mais voltada para a dentina do que o esmalte, seu acabamento tem um aspecto opaco e sem brilho. • A opacidade é reduzida quando absorve agua, portanto, quando restauração entra em contato com a saliva, ela fica mais escurecida, devido a ação de refletir a cor subjacente do dente. • Cerca de 3 dias depois, há uma queda acentuada na solubilidade. • A Perda do material ao longo do tempo ocorre mais por ataque ácido ou abrasão. • 153 – 204 kg/cm² • Não deve ser utilizado em dentes posteriores permanentes. • Em comparação à resina composta, a mesma tem uma resistência de cerca de 713,5 kg/cm² • Maior estética inicial (a alteração ocorre depois de 1 ou 2 anos). • Endurecimento mais rápido • Menor solubilidade • Menos influência na perda ou na absorção de agua • Em contato com a água, ocorre uma expansão higroscópica. • Ionômero para forramento – de 4 a 5 min. • Ionômero para a cimentação – de 6 a 9 min. • Ionômero para restauração – 3 a 4 min. Liberação de flúor: Solubilidade: Resistência fleural: Tempos de presa: Vantagens dos ionômeros modificados por resinas: Éstetica: • São friáveis • Solúvel em meio bucal • Radiolúcido • Sofre desgaste e erosão no meio bucal • Presa lenta • Estética inadequada Desvantagens: Cimento de Ionômero de Vidro • Primeiro passo: agitar o frasco com o ionômero em pó, assim evita e elimina os grumos que foram formados enquanto o produto estava parado. • Segundo passo: a proporção pó/líquido deve ser 3:1, onde uma porção de pó é para uma de líquido. • Terceiro passo: deve-se depositar o produto em uma placa de vidro e deve-se dividir o produto ao meio. • Quarto passo: com o líquido, deve-se dispensar 1 gota do líquido na placa de vidro e depois manipular por cerca de 15 segundos junto com o pó. • Quinto passo: Após a primeira manipulação, iremos manipular a 2º porção de pó até completar o tempo de manipulação que foi indicado na embalagem do fabricante. • OBS.: a espatulação pode ser feita em um bloco de papel descartável. • Restaurações de classe I em dentes decíduos e permanentes • Restauração de classe II em dentes decíduos e permanentes também • Classe III • Classe V nos decíduos • Técnica “sandwich” onde mistura as restaurações, sendo laminadas ou mistas. (vantagens dessa técnica são que esse cimento funciona como dentina artificial, diminui as retenções diminuindo então as tensões que podem fraturar o dente, diminui a condutibilidade térmica, etc). • Preenchimento de irregularidades no preparo cavitário • Cimentação de peças protéticas • Cimentação de pinos intra-radiculares • Construção de núcleos • Classe IV: Selantes de fóssulas e fissuras • Cimentação de brackets ortodônticos e bandas • A manipulação manual dos cimentos pode levar a inclusão de oxigênio, levando a formação de poros na massa do material, deixando-o fraco. • E uma das formas de reduzir essa porosidade é utilizar o ionômero em cápsulas, que vem com a proporção correta de pó e líquido, assim permitindo uma manipulação mais limpa. • O tempo de manipulação completa é de 40 segundos. • E o de trabalho é cerca de 3 minutos, contado desde o início da manipulação. • Placa de vidro ou bloco de papel • Espátula de plástico ou de ágata, pois a de metal pode contaminar a mistura. Manipulação do ionômero: Material usado: Tempo de trabalho: Indicações: Manipulação: Primeiro passo Segundo e Terceiro passo Quarto e Quinto passo Quinto passo Resina Acrilica Indicação: • Confecção da base de próteses parciais e totais; • Placas miorrelaxantes, usadas por exemplo para bruxismo. • Moldeiras individuais • Próteses provisórias imediatas • Coroas provisórias • Dentes artificiais • Acrilização de aparelhos ortodônticos Versatilidade: • Esse material é usado para várias coisas devido o fato de ser um material inodoro, insípido, não é tóxico, não é irritante aos tecidos bucais, porém algumas pessoas possuem reação alérgica ao monômero, não é solúvel ao meio bucal, é fácil de manipular, capaz de desinfecção. Apresentação: • Líquido: é formato pelo metacrilato de metila (conhecido como monômero), nessa mesma composição há uma pequena quantidade de hidroquinona (inibidor) serve para evitar a polimerização espontânea enquanto guardado. • Pó: é um material composto por microesferas de polimetacrilato de metila conhecido como polímero. Manipulação: • Consiste em molhar o pó com o líquido, para obter uma massa trabalhável que pode ser modelada. Proporção: • Recomenda-se para um melhor trabalho a proporção 3:1 • A proporção volumétrica pode alterar conforme a granulometria do pó utilizado. Quando o pó tem uma maior compactação acaba exigindo uma menor quantidade de monômero, com isso a contração da resina vai ser menor. • E uma maior quantidade de monômero acarreta em uma maior contração e deve colocar uma maior quantidade de polímero. Fases da polimerização: • É uma reação exotérmica, independente do seu ativador. • Indução: a indução engloba dois fenômenos: a ativação (onde o ativador tanto químico quanto físico quebra a molécula do peróxido de benzoíla no meio, e acaba formando um ou dois livres.) e a iniciação ( o radical livre formado rompe a dupla ligação do metacrilato de metila e se liga ao monômero, e transferi a sua excitação a uma nova molécula formada.) Resina Acrilica Fase da polimerização: • Fases de propagação, onde ocorre uma reação no qual o radical livre entre os reagentes e um novo radical, forma um produto, fazendo com que o novo radical livre rompaa sua dupla ligação e se liga a outro radical livre, transferindo novamente seu estado de excitação à uma nova molécula formada, com isso o seu peso molecular aumenta. • Na terminação a propagação acaba quando acontece um desses eventos: terminação por acoplamento direto ( onde dois radicais se ligam estabilizando um ao outro);. Ou por transferência de um átomo de hidrogênio (o radical que perde o átomo de hidrogênio refaz a dupla ligação, mas tem a possibilidade de ter uma ruptura na ligação e haver uma nova reativação; o radical que recebe o átomo , consegue estabilizar o outro que esta desemparelhado. Fases da mistura: • Quando há o contato entre o pó e o líquido, o mesmo dissolve-se lentamente. Durante esse período de dissolução, o material vai adquirindo características específicas que são divididas em 4 fases, tais elas: - Fase arenosa: o monômero envolve as moléculas do polímero. Os espaços que se encontram vazios entre as partículas de pó ficam preenchidos pelo líquido e o conjunto adquire um cor translúcida. Nessa fase há pouca interação molecular. A consistência é similar a uma areia, pelo aspecto granular da mistura, pois as esferas do polímero não sofreu nenhuma alteração. - Fase pegajosa: as moléculas do monômero ataca as superfícies das esferas dos polímeros individuais, sendo absorvido por essas esferas. Nessa fase tem algumas cadeias poliméricas que ficam dispersas no monômero líquido, conforme o tempo, essas cadeias aumentam, consequentemente aumenta a viscosidade da mistura. Quando manipulado o material fica com consistência pegajosa e forma-se fios quando misturado. - Fase plástica: a partir de um certo estágio de saturação da junção do polímero com o monômero, essa mistura perde a pegajosidade. Torna-se mais manipulável, e sua massa fica mais homogênea, sem aderir na mão e se comporta como massa. É nessa fase em que a resina está pronta para ser trabalhada. - Fase Borrachóide: nessa fase o monômero está em fase de evaporação, dificultando o escoamento da massa, tornando-a precária e com isso aparecem algumas características de recuperação elástica quando deformada. Resina Acrilica Fases da Polimerização x Fases da Mistura • Contextualizando, na fase de polimerização acontece uma reação química, que rompe as ligações duplas de carbono e forma outras ligações que são covalentes ao monômero. • E na fase de mistura corresponde a uma reação física de dissolução do polímero no monômero que quebra as ligações secundárias entre cadeias poliméricas do pó. • RAAQ: Resina Acrílica Ativada Quimicamente (substância química, uma amina terciária, atua como ativador da reação de polimerização), novos polímeros serão formados e as fases de mistura serão mais curtas, devido a reação de polimerização que acontece simultaneamente. • RAAT: Resina Acrílica Ativada Termicamente (calor – temperaturas próximas a 65ºC – atua como ativador da reação de polimerização), só ocorrerá a polimerização quando a resina for levada ao ciclo térmico e as fases da mistura são mais longas. Ciclo térmico - RAAT: • Na confecção de próteses totais, o calor é aplicado através da imersão da mufla na agua aquecida para que ocorra a polimerização de RAAT. • No inicio do processo a agua está em uma temperatura média de 65ºC, fazendo com que a temperatura da resina aumente para alcançar um equilibro térmico. • Quando a resina consegue atingir a temperatura de 65ºC (na qual é ativado as moléculas de peróxido), ocorre a clivagem das moléculas do peróxido de bezoíla formando assim os radicais livres.; dando inicio ao processo de polimerização, que é uma reação exotérmica. • A temperatura da resina continua aumentando mesmo depois de ter atingido o equilíbrio térmico. Conforme o tempo os monômeros são consumidos na reação, o calor absorvido é dissipado e perdido conforme o tempo, provocando uma queda na temperatura da resina. • Em relação ao tempo, ao bater 90 minutos do procedimento, aumenta-se a temperatura da agua, fazendo com que a resina estabeleça um grau de polimerização ainda maior nas partes mais finas da prótese, onde o calor gerado foi menor. • Agentes plastificantes: são moléculas usadas para facilitar a dissolução do polímero no monômero ou para que o polímero resultante perca a sua fragilidade e rigidez, adquirindo uma maior resiliência. Eles provocam um distanciamento entre as moléculas de polímero, o que interfere na quantidade de ligações intermoleculares estabelecidas. • Agentes de ligação cruzada: possui uma ação antagonista ao plastificante. Para que ocorra a ligação cruzada por adição é necessário que haja a presença dos monômeros com dois grupos de C=C, esse tipo de monômero recebe o nome de “agente de ligação cruzada”. Essa reação resulta em um polímero de estrutura em rede. Se essas ligações acontecem em um numero suficientemente alto, a rede tridimensional que foi formada pode ganhar mais resistência mecânica e diminui a solubilidade de água da resina. O agente mais usado é o EDGMA. A presença dessas ligações aumentam o peso molecular, podendo aumentar a Tg. Estão presentes em dentes artificiais de acrílico Fatores que interferem as propriedades: Resina Acrilica Tamanho da Cadeia: • Com o aumento do comprimento das cadeias poliméricas, aumenta-se a probabilidade de existirem ligações polares ao longo dela. Com o seu aumento de tamanho, aumenta também a chance de entrelaçamentos. Os polímeros com alto peso molecular precisam de mais calor para alcançar sua temperatura. Alguns indicadores para avaliar o tamanho da cadeia: - Peso Molecular médio: é a media dos pesos moleculares das cadeias que compõem o material. Esse peso molecular é obtido a partir da soma das massas atômicas dos diversos átomos que a constituem. - Grau de polimerização: refere-se ao numero médio de monômeros por cadeia. Diversos trabalhos mostram que há muitas propriedades físicas e químicas dos polímeros, como dureza, resistência, desgaste e tração. Entre outras propriedades. - - Grau de conversão: refere-se a porcentagem de C=C que desaparecem com a reação, ou ao grau de conversão em polímeros. Manipulação de resina acrílica: • Materiais necessários: Resina acrílica (pó e liquida); pote de vidro com tampa (pote paladon); espátula nº36; dosadores. • Deve-se proporcionar primeiro o líquido e coloca-lo no pote de vidro; e deve manter o pote de vidro fechado para evitar a evaporação. • Depois deve-se proporcionar o pó e coloca-lo no vidro. • Lembrando que a quantidade do polímero e do monômero deve ser respeitada pela quantidade que o fornecedor propõe na embalagem. • Com a espátula nº36, deve incorporar o pó ao líquido e após a incorporação, deve-se manter o pote de vidro fechado com a tampa. Passo 1: proporcionar o monômero, adiciona-lo no pote e deixar o pote tampado Passo 2: proporcionar o polímero e adiciona-lo no pote. Passo 3: incorporar o pó ao líquido com a espátula nº36; após isso deve manter o pote fechado até chegar na fase desejável. Resina Composta Resina composta: • A RC é usada para a obtenção de uma função e uma estética natural, com um mínimo de danos à estrutura hígida remanescente, sempre foi um desafio à odontologia.. • É o material com mais recurso estético usado na odontologia, tanto pela facilidade do uso, quanto o custo benefício que a resina composta traz. Composição: • Matriz resinosa: os que compõe geralmente a resina composta são os monômeros diacrilatos alifáticos ou aromáticos, sendo o Bis-GMA, o UDMA e o uretano etil dimetacrilato (UEDMA) os mais frequentemente empregados. Possui monômeros diluentes que são necessários para diminuir a viscosidade dos monômeros que possuem um peso molecular alto. Esses diluentes citados anteriormente, aborda os dimetacrilatos, como o TEG-DMA, o dietil glicol dimetacrilato (DEGMA), etc. Eles possibilitam a incorporação de alto conteúdo de carga, além de permitir um material com melhores características de manipulação. • Partículas de carga: é gerada pela estabilidade dimensional à instávelmatriz resinosa, tendo como finalidade melhorar suas propriedades. Quando as partículas de carga são misturadas à matriz resinosa o seu primeiro efeito é a redução da contração de polimerização, devido a quantidade de resina presente em um certo volume. As partículas mais usadas são os de dióxido de silicone, silicato de boro e silicatos de lítio-alumínio. • Agente de cobertura: conhecido também como silano, é o material responsável pela união das partículas de carga à matriz resinosa. É um fator importante na resina que melhora as propriedades físicas e mecânicas, pois propicia uma transferência de tensões da fase que se deforma mais facilmente para a fase mais rígida. • Agentes iniciadores: são agentes químicos que uma vez ativados ou excitados, dão início ao processo de polimerização. Por exemplo, resinas que possuem um sistema resinoso autopolimerizável são á base de Bis-GMA, tem como agente iniciador o peróxido de benzoíla que reage com os 2% de amina aromática terciária. E nos sistemas fotoativados, o agente iniciador é o canforquinona (presente nos fotopolimerizadores), que são ativados por uma luz visível com comprimentos de onda de aproximadamente 450nm. Sistema de ativação de uma RC: • A quantidade de monômero que é convertido em copolímero, é um processo importante, pois repercute diretamente nas propriedades físicas e mecânicas das resinas compostas. • Os sistemas usados são termoativação, fotoativação e autoativação. Resina Composta Classificação: • A RC pode ser classificada de diversas maneiras, porem a mais apropriada e conhecida são as classificações por tamanho e distribuição de partículas, sendo de 3 tipos: macropartículas ( 8 a 50 um), micropartículas (0,04 um) e hibridas (diferentes tamanhos, podendo ser de 0,04 a 5um). • As resinas de macroparticulas são pouco utilizadas atualmente e possuem grandes partículas de vidro ou quartzo. • Macropartículas: consistem basicamente em quartzo cristalino moído, as partículas tem em média 8 a 12 micrômetro. Apresentam dificuldade de polimento, pois as partículas tem tendência de se soltar da matriz, deixando porosidade • Micropartículas: possuem ótimas propriedades de polimento e manuseio. As partículas que a compõe são de sílica coloidal com tamanho de 0,04 um.. Elas podem se incorporadas à matriz resinosa de duas formas: direta e indireta.. • Nanopartículas: é uma nova área da tecnologia, são aquelas que possuem todas as partículas abaixo de 100nm, geralmente fica em torno de 20 e 75nm. Considerações clinicas: • Hibridas: compreendem aproximadamente 75% de peso de partículas de tamanho convencional (1 a 3 um) e 8% de micropartículas. As propriedades mecânicas são boas, mas o polimento é limitado. • Materiais usados: espátula de inserção de resina; fotoativador (fotopolimerizador); resina composta; pinceis ponta chata; acido fosfórico; adesivo; microbrush. • Passo 1: aplicar o acido fosfórico na região do esmalte e esperar por 30segundos; após ter passado 15 segundos dessa primeira aplicação, aplicamos o Acido fosfórico no resto da cavidade. Após o tempo, deve lavar a cavidade. • Passo 2: aplicar o adesivo com um auxílio de um microbrush em toda a cavidade, após isso, jogar um jato de ar de longa distância e polimerizar com o fotoativador por 20 segundos. • Passo 3: após fazer o sistema adesivo, deve realizar a aplicação da resina composta por meio de incrementos, e a cada incremento fotopolimerizar por 20 segundos. • Passo 4: após todo esse processo, deve esperar cerca de 24- 48h para a resina hidratar, e após isso realizar o polimento e acabamento. Manipulação: • Como citado anteriormente, as resinas macropartículadas não são tão usadas, pois são difíceis de polir, porque tem um desgaste da matriz resinosa. • A rugosidade ocorre com mais facilidade, pois quando há uma partícula perdida, isso ocasiona a formação de pequenas crateras, fazendo com que o brilho seja um fator influenciável, há uma maior chance de manchamento. Amalgama Amalgama: • O amalgama dental é usado a mais de 150 anos em restaurações de dentes posteriores, em virtude a sua facilidade na manipulação e dos ótimos resultados nas restaurações e também no custo beneficio. • É um material constituído por prata e estanho (pó) que era misturado ao mercúrio (líquido). • Sempre sofreu diferentes modificações na sua formula, para que sempre tenha melhorias na durabilidade e no desempenho clinico. • Sobre os problemas de toxicidade causados pela amalgama podem ser inofensivos, tanto para o ambiente, quanto para o profissional e paciente, mas para isso acontecer deve-se tomar cuidado com a manipulação do material. • O uso do amalgama nas clinicas odontológicas passaram a cair em desuso devido a estética que não era favorável e o surgimento das resinas compostas e também a sua toxicidade comentada anteriormente. Reação de presa: • Ocorre quando o mercúrio (parte líquida) entra em contato com a superfície das partículas da liga (sólida), com isso difundindo- se em seu interior e formando o amalgama dental. Etapas: • Trituração: tem como objetivo obter uma massa plástica, coesa e com um tempo de trabalho com cerca de 4minutos. - Sub-triturado: a massa não é uniforme, nem coesa, se desfaz facilmente, não apresenta brilho; não houve uma junção completa entre a limalha e o mercúrio. Ele sai em diversos fragmentos após o amalgamador e o seu tempo de trabalho é longo. - Triturado corretamente: possui um brilho e um aspecto uniforme. Quando utiliza-se o amalgamador, a massa apresenta-se em uma única porção, com um aspecto brilhante, coeso, e possui um calor regional. Seu tempo de trabalho é cerca de 4minutos.. - Super-triturado: seu brilho é mais intenso; possui um aspecto uniforme; quando aberto a capsula o material se encontra aderente na capsula e é bem quente. Ele perde o brilho rapidamente e o seu tempo de trabalho é curto. • Condensação: adapta-se a cavidade, diminui o máximo possível fases ricas em Hg (menos as fases 1 e 2) e poros. Fase mecânica. • Brunidura pré-escultura: adaptação do material na cavidade afim de diminuir fases ricas em Hg e poros. Deve-se ter movimentos lentos e com força. Por terem o mesmo objetivo, constitui a fase final da condensação. • Escultura: tem como objetivo reestabelecer a forma; é usado instrumentos bem afiados e apoiados no remanescente dental. • Brunidura pós-escultura: fase que dá lisura e brilho ao material. Deve ser feito em movimentos rápidos e leves. Amalgama Classificação: • Sn, Cu, Ag e Hg não estão puros, estão na forma de fases metálicas: 𝛾 (Ag3Sn); 𝛾1 (Hg3Ag2); 𝛾2 (HgSn7-8); E (AgCu); ε (SnCu3); η (Sn5Cu6) • Fase metálica: porção fisicamente diferente e homogênea da liga, com resolução microscópica. • Amálgamas com fase gama-2 (convencionais, até 6% de Cu na liga): - 𝛾 + Hg → 𝛾 + 𝛾1 + 𝛾2 + porosidades - As fases de gama dois e a fase de porosidade são menos resistentes mecanicamente ou à corrosão; essas fases devem ser minimizadas. - Quanto maior a proporção de Hg, maiores serão as proporções finais de fase gama um e gama dois. - Uma boa condensação diminui a proporção das fases gama 1 e 2 e porosidade. Passo a passo: • Liga de “fase dispersa” – aparas + esferas do Eutético: - Alto teor de cobre (13%) - 𝛾 + E + Hg 𝛾 + E + 𝛾 1 + 𝛾2 𝛾 + E + 𝛾1 + η - Nessa fase o gama 2 reage com o eutético, produzindo assim o 𝛾1 + η - Com isso a fase gama 2 é eliminada em 1 semana. - Essa é uma reação lenta – cerca de 7 dias – e ocorre com o amalgama já cristalizado. • Liga de composição única – esferas ou aparas: - Alto teor de cobre (13 a 30%) - 𝛾 + ε + Hg 𝛾 + ε + 𝛾1 + η - As esferas que possuem uma grande quantidade de e não deixam formar o gama 2. Sua ausência promove melhoras nas propriedades do amalgama. • Para a inserção do amalgama, usamos o porta- amalgama. • Para a condensação do material, utilizamos os condensadores de ward.; que visa compactar a massa na cavidade • Para a brunidura pré-escultura, utiliza-se um brunidor ovoide ou esférico, serve para retirar o excessode mercúrio. • Após a brunidura pre-escultura realiza-se a escultura com o hollemback. • E para a brunidura final usa-se os brunidores ovoides ou esféricos para dar maior brilho e lisura superficial. • Após tudo isso faz o acabamento e polimento, que reduz o deposito de placa, prolongando a vida da restauração. Mas deve ser feito depois de 48 horas.
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