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NPJ 4 RELATÓRIO SOBRE O DIREITO DESPORTIVO O direito desportivo é visto como um ramo autônomo do direito por muitos especialistas, pelo fato de conter disciplina, legislação e doutrina próprias. Além de ter seus próprios tribunais, advogados e objetos específicos. O Estado, ao notar a importância (social, econômica, comercial, educacional, cultural, etc) que representa o desporto, percebeu ser imprescindível a criação de um tratamento jurídico envolvendo a área, regulamentando-o até chegar ao patamar atual. A lei que regulamenta o direito desportivo no ordenamento jurídico brasileiro é a Lei Pelé (9.615/98). O nome foi dado em razão do futebol ser o esporte mais popular no país. A referida lei estabelece todas as diretrizes acerca do direito desportivo, tais como estrutura, competência, objeto e demais pontos. Importante ressaltar que a justiça desportiva não é integrante do Poder Judiciário, mas sim do Ministério dos Esportes. Conclui-se, com isso, que não há atuação de juízes togados, além de que assuntos pessoais de atletas e dirigentes de clubes não são de competência desse ramo. O CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) define quem está submetido a aplicação da justiça desportiva, que são: a) entidades https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1036324/lei-pele-lei-9615-98 de administração do desporto; b) ligas; c) entidades de prática desportiva; d) os atletas; e) árbitros e assistentes; f) dirigentes, administradores, treinadores, médicos e membros de comissão técnica; g) as demais entidades compreendidas pelo Sistema Nacional do Desporto. É nítida a influência de outros ramos do direito, como o caso do Processo Civil, em que são aproveitados alguns princípios no direito desportivo, como a ampla defesa, a celeridade, o contraditório, a economia processual, a impessoalidade, a legalidade e outros. Mesmo assim, o direito desportivo também exterioriza princípios próprios que o norteiam, como o princípio da tipicidade desportiva (determina que as condutas geradoras de sanções estejam discriminadas no CBJD) o princípio pro-competitione (preza sempre pelo bom andamento da competição, ou seja, que as decisões da Justiça Desportiva a afetem o mínimo possível) e o princípio do fair play (prevê a presença do espírito esportivo e que esteja presente a ética no esporte). No que tange à estrutura, dispomos do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que representa o órgão máximo da justiça desportiva (exceto quando instâncias internacionais são provocadas) e os Tribunais de Justiça Desportiva, responsáveis por atuar em âmbito municipal e regional. Ademais, insta ressaltar que para cada modalidade esportiva há um STJD (que funciona em conjunto com a CBF, CBB, CBV, etc). Da mesma forma, acontece também com os TJDs, mas de maneira reduzida. Internamente esses órgãos são compostos pelo Pelo, Comissões Disciplinares e suas respectivas Procuradorias. O Tribunal Pleno do STJD, que é o maior órgão dentro do Superior Tribunal, contempla 9 auditores: a) dois indicados pela entidade nacional de administração da modalidade, a CBF no caso do futebol; b) dois indicados pelas entidades que praticam a principal competição nacional da determinada modalidade, como os clubes, no exemplo do futebol; c) dois indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil; c) um representante dos árbitros; d) e dois representantes de atletas. Em âmbito regional ou municipal, há o Pleno dos TJDs, no qual a distribuição dos auditores é idêntica, só que onde se diz “nacional”, deve-se alterar para “regional”. O direito desportivo está em grande crescente. A paixão dos brasileiros pelo esporte, faz com que a economia e a cultura esportiva não tenham limites para evoluírem. A interferência do direito objetiva o bom funcionamento do esporte, garante organização e busca a prospecção do esporte com a menor interferência possível, para que a natureza desportiva nunca seja extinta.
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