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Av. das Nações Unidas, 7221, 1o Andar, Setor B Pinheiros – São Paulo – SP – CEP: 05425-902 PABX (11) 3613-3000 SAC 0800-0117875 De 2a a 6a, das 8h30 às 19h30 www.editorasaraiva.com.br/contato Diretoria executiva Flávia Alves Bravin Diretora editorial Renata Pascual Müller Gerência editorial Rita de Cássia S. Puoço Editora de aquisições Rosana Ap. Alves dos Santos Editoras Paula Hercy Cardoso Craveiro Silvia Campos Ferreira Assistente editorial Rafael Henrique Lima Fulanetti Produtoras editoriais Camilla Felix Cianelli Chaves Laudemir Marinho dos Santos Serviços editoriais Juliana Bojczuk Fermino Kelli Priscila Pinto Marília Cordeiro Revisão de texto Edgar Costa e Silva Diagramação Join Bureau Capa Maurício S. de França Adaptação para eBook Cinthia Guedes ISBN 978-85-365-0998-3 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) ANGÉLICA ILACQUA CRB-8/7057 Nowacki, Carolina de Cristo Bracht Química ambiental : conceitos, processos e estudo dos impactos ao meio ambiente / Carolina de Cristo Bracht Nowacki, Morgana Batista Alves Rangel. – 1. ed. – São Paulo: Érica, 2014. Bibliografia ISBN 978-85-365-0998-3 1. Ensino – Métodos 2. Proteção ambiental 3. Química ambiental 4. Química ambiental – Estudo e ensino I. Rangel, Morgana Batista Alves. II. Título. CDD-540.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Química ambiental : Estudo e ensino 540.7 Copyright© 2019 Saraiva Educação Todos os direitos reservados. 1a edição Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Saraiva. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei n° 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. CL 642426 Agradecimentos Este livro foi escrito em um momento de grandes mudanças. Mudanças que me ajudaram a compreender a misericórdia de Deus para com minha vida. Portanto, meus agradecimentos devem-se, principalmente, ao nosso Criador, o Senhor. Também não posso deixar de agradecer à minha família, ao meu marido André, que me apoiou de todas as maneiras possíveis e me consolou nos momentos de angústia. Aos meus filhos Nicolas e Manuela, que mesmo sem entender, suportaram minha ausência. Por fim, agradeço à Editora Érica pela oportunidade de contribuir um pouco mais com o conhecimento a cerca da Química Ambiental. Carolina de Cristo Bracht Nowacki À Editora Érica e a todos que contribuíram para a realização deste projeto. À minha família: à minha mãe Elisete Rangel, pelo apoio incondicional e carinho; à minha querida avó Irene Regadas, pela compreensão e contribuição valiosa na minha formação como cidadã e profissional; ao meu pai, Michel Rangel, que me ensinou que as dificuldades nos fortalecem; e à minha madrinha Rita Chehuan, pelo apoio e incentivo. Aos meus amigos, em especial minha querida amiga Viviane Japiassú Viana, pela confiança, amizade sincera e por sempre me lembrar de que o futuro é feito a partir de nossa constante dedi- cação no presente. Ao amigo Francisco Silveira, sentiremos sua falta. Morgana Batista Alves Rangel Sobre as autoras Carolina de Cristo Bracht Nowacki possui graduação no Programa Especial de Formação Pedagógica (Licenciatura em Química) pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2008), graduação em Química Industrial (2003) e mestrado em Gestão Urbana pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR (2008). É doutoranda em Gestão Urbana, na linha de Gestão e Tecnologias Ambientais, e bolsista CAPES na PUC-PR. Atualmente é professora de Química no Ensino Médio, com experiência na área de desenvolvimento de materiais didáticos, e autora de livros didá- ticos em Química para os Ensinos Fundamental e Médio. Morgana Batista Alves Rangel é bióloga graduada pela Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro em bacharelado e licenciatura, e é mestre em Conservação e Reabilitação de Águas Interiores pela Universidade de Évora, em Portugal. Trabalhou em projetos para o Instituto Nacional da Água português, em 2007. Em 2009, participou do livro Sustainable development: energy, environment and natural disasters, publicado pela Fundação Luís de Molina, de Évora. Na área de meio ambiente, atuou na elaboração de estudos ambientais de meio biótico, em empreendimentos de grande porte e laudos de perícia ambiental. É Auditora Líder ISO 14.001 e possui vasta experiência em licenciamento e gestão ambiental. Atualmente, é analista ambiental e presta consultoria e treinamentos sobre atividades potencialmente poluidoras. Também possui amplos conhecimentos em ecologia, limnologia e entomologia, uma de suas maiores paixões. Sumário Agradecimentos Sobre as autoras Apresentação Capítulo 1 – Introdução à Química Ambiental 1.1 O que é a Química Ambiental? 1.2 Classificação dos impactos ambientais 1.3 Acidentes químicos e áreas contaminadas 1.3.1 Contaminação ambiental por metais pesados 1.3.1.1 Classificação dos metais 1.3.2 Contaminação ambiental por hidrocarbonetos 1.3.3 Acidentes químicos pelo mundo 1.3.4 Acidentes químicos no Brasil 1.4 Protocolo de Kyoto e seu impacto nas ações humanas 1.4.1 A origem do Protocolo de Kyoto 1.4.2 As conferências para o meio ambiente e o Protocolo de Kyoto Capítulo 2 – Química da Hidrosfera 2.1 Água 2.1.1 Ciclo da água 2.1.2 Parâmetros físico-químicos e biológicos 2.1.2.1 Radiação solar subaquática 2.1.2.2 Transparência da água 2.1.2.3 Turbidez 2.1.2.4 Cor aparente 2.1.2.5 Temperatura da água 2.1.2.6 Oxigênio dissolvido (OD) 2.1.2.7 Potencial hidrogeniônico (pH) 2.1.2.8 Alcalinidade 2.1.2.9 Dureza total 2.1.2.10 Condutividade elétrica 2.1.2.11 Sólidos 2.1.2.12 Demanda bioquímica de oxigênio e demanda química de oxigênio 2.1.2.13 Compostos de fósforo 2.1.2.14 Compostos de nitrogênio 2.1.2.15 Coliformes totais e Escherichia coli 2.2 Poluição da água 2.3 Formas de tratamento da água e de esgotos 2.3.1 Sistemas de abastecimento e tratamento de água 2.3.1.1 Mananciais, captações e aduções 2.3.1.2 Captações 2.3.1.3 Aduções 2.3.1.4 Tratamento 2.3.2 Tratamento de esgoto 2.4 Resoluções que regulamentam o uso e o tratamento da água Capítulo 3 – Química da Atmosfera 3.1 Atmosfera 3.1.1 Atmosfera terrestre 3.1.2 As camadas da atmosfera 3.2 Poluição atmosférica 3.2.1 Classificação dos Poluentes 3.2.1.1 Classificação dos poluentes segundo as diferenças nas características físicas ou químicas 3.2.1.2 Classificação baseada na origem dos poluentes 3.2.1.3 Classificação baseada no modo como os poluentes chegam à atmosfera 3.2.1.4 Classificação baseada no estado legal dos poluentes 3.2.1.5 Classificação baseada na toxicidade e frequência de ocorrência 3.2.2 Medidas de controle da poluição atmosférica 3.2.3 Padrões de qualidade do ar 3.2.4 Principais poluentes atmosféricos 3.2.4.1 Material particulado 3.2.4.2 Monóxido de Carbono (CO) 3.2.4.3 Hidrocarbonetos 3.2.4.4 Óxidos de Nitrogênio (NO) e Dióxido de Nitrogênio (NO2) 3.2.4.5 Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos 3.2.4.6 Dióxido de Carbono (CO2) 3.2.4.7 Enxofre Reduzido Total (ERT) 3.2.4.8 Dióxido de Enxofre (SO2) 3.3 Camada de Ozônio 3.4 Efeito estufa 3.5 Chuva ácida 3.6 Aquecimento global 3.6.1 Principais problemas do aquecimento global no ar atmosférico Capítulo 4 – Química da Litosfera 4.1 Solo 4.1.1 Composição do solo 4.1.2 Formação do solo 4.1.3 Características do solo 4.1.4 Classificação do solo 4.2 Degradação e poluição do solo 4.2.1 Efeitos da poluição 4.2.2 Tipos de poluentes e degradação do solo 4.2.2.1 Erosão 4.2.2.2 Resíduos perigosos 4.2.2.3 Resíduos urbanos 4.2.2.4 Resíduos industriais 4.2.2.5 Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários e postos de fronteiras 4.2.2.6 Salinização 4.3 Tratamento do solo e de resíduos 4.3.1 Limpeza pública 4.3.2 Coleta de resíduos 4.3.3 Aterros sanitários 4.3.4 Compostagem 4.3.5 Incineração 4.3.6 Controle de resíduos: 3Rs 4.4 Regulamentações sobre o uso e tratamento de solos Capítulo 5 – Energias Alternativas e Eficiência Energética5.1 Energia e o meio ambiente 5.2 Fontes não renováveis de energia 5.2.1 Petróleo 5.2.2 Gás natural 5.2.3 Carvão mineral 5.2.4 Combustíveis nucleares 5.3 Fontes de energia alternativas 5.3.1 Energia hidrelétrica 5.3.2 Biomassa 5.3.3 Energia eólica 5.3.4 Energia solar 5.3.5 Energia geotérmica 5.3.6. Energia das ondas e energia das marés 5.3.7 Biodiesel 5.3.8 Hidrogênio 5.4 Histórico da crise energética 5.5 Utilização eficiente da energia 5.5.1 Utilização eficiente da eletricidade 5.5.2 Eficiência energética no setor de transportes 5.5.2.1 Biodiesel 5.5.2.2 Veículos elétricos e híbridos Capítulo 6 – Nosso Cenário Futuro 6.1 Importância da química ambiental 6.2 A Química Verde como futuro dos passivos ambientais 6.3 Biotecnologia para a preservação ambiental 6.4 Biorremediação de ambientes terrestres e aquáticos 6.4.1 Aspectos da biorremediação 6.4.2 Tipos de biorremediação 6.4.3 Vantagens e limitações da biorremediação 6.5 Fitorremediação 6.5.1 Aspectos da fitorremediação 6.5.2 Técnicas da fitorremediação 6.6 Biofiltros 6.6.1 Aspectos dos biofiltros 6.6.2 Vantagens e desvantagens do uso de biofiltros 6.7 Monitoramento ambiental 6.7.1 Características do monitoramento ambiental 6.7.2 Implantação 6.7.3 Rede de monitoramento Bibliografia Apresentação A Química Ambiental é uma ciência interdisciplinar que, em conjunto com outras ciências como a Biologia, a Geologia, a Ecologia e a Toxicologia, tem como principal objetivo entender a química do ambiente com o intuito principal de melhorar a qualidade de vida. A Química Orgânica, Inorgânica, Físico-Química e a Bioquímica contribuem para transferir e integrar conhecimento sobre os impactos dos compostos químicos sobre o ambiente. A Química por si só estuda as transformações químicas. Quando somamos o contexto ambiental, podemos defi nir a Química Ambiental como a ciência que estuda as transformações químicas que ocorrem no meio ambiente, bem como suas consequências. Os processos químicos que ocorrem no meio ambiente podem ser de ordem natural ou antrópica (provocada pelo próprio ser humano). Neste livro observaremos essas modifi cações em três níveis: na água, no ar e no solo. Quando estudamos o meio ambiente, buscamos entender as inter-relações do uso dos recursos naturais. No início, não havia preocupação na geração de resíduos industriais, assim como não havia controle destes. Com a geração de resíduos abusiva decorrente da necessidade de crescimento e do aumento das atividades produtivas, houve a necessidade de criar uma área específica para a gestão desses resíduos. Consequentemente aumentaram as exigências para o licenciamento ambiental, controle e o tratamento de suas emissões atmosféricas, resíduos sólidos e efluentes líquidos. No Capítulo 1 estudaremos o conceito da Química Ambiental e seus principais impactos. Também veremos que a falta de conscientização ambiental na indústria química é capaz de gerar danos por vezes irreparáveis à saúde humana e ao bem-estar do meio ambiente. Porém, graças ao interesse dos governantes foi possível acreditar que a poluição ambiental teria cura e, hoje, com as diversas conferências ambientais, podemos ter perspectivas para um futuro melhor. O Capítulo 2 estudará a água e suas diferentes formas no ciclo hidrológico, bem como o ciclo da água e seus parâmetros físico- químicos e biológicos envolvidos. Veremos também as principais formas de poluição e meios de tratamento para águas de abastecimento e esgoto com base na legislação vigente. O Capítulo 3 trata das camadas da atmosfera e dos principais agentes poluidores. Também aborda as medidas de controle de poluição do ar e quais parâmetros são importantes para verifi car a qualidade do ar. Veremos ainda os principais poluentes atmosféricos e seus efeitos a nível global. No Capítulo 4 são apresentadas as características dos solos e como ele é classifi cado; os efeitos da poluição por resíduos; além da coleta, tecnologias e medidas preventivas para evitar a poluição. Também estudaremos a base legal dos resíduos sólidos. O Capítulo 5 tratará das alternativas às fontes não renováveis de energia e quais opções viáveis existirão para evitar uma nova crise energética. 12 Química Ambiental – Conceitos, Processos e Estudo dos Impactos ao Meio Ambiente O Capítulo 6 nos trará uma visão do que poderá ser feito em curto, médio e longo prazos para que possamos corrigir os erros do passado em prol de uma melhor qualidade de vida para todos nós, sem agredir o meio ambiente. Todos os capítulos são encerrados com exercícios que provocam a curiosidade e demandam pesquisas, levando o aluno a refl etir sobre o conteúdo abordado e ampliar seus conhecimentos. Esperamos que aproveite este livro como uma ferramenta de aprendizagem e que auxilie a evolução acadêmica e a atuação profi ssional. As autoras 1 Introdução à Química Ambiental 1.1 O que é a Química Ambiental? A Química Ambiental é uma área de conhecimento que surgiu a partir da química clássica e ganhou reconhecimento nestas últimas décadas. É considerada uma ciência interdisciplinar, já que envolve diversas outras matérias como a ecologia, a geologia e a biologia. Ela estuda as alterações químicas que ocorrem na natureza de forma natural ou pela ação do homem (antrópica) e que podem comprometer a saúde humana e o meio ambiente. Desde o século XVII, no Reino Unido, existia uma grande preocupação com a destruição do meio ambiente na extração do carvão, com a publicação de alguns documentos se referindo a esse fato. Já em 1872 foi publicado em um dos artigos da revista Nature uma análise da qualidade do ar nas cidades de Londres e Manchester em que foram apresentados os perigos das altas concentrações de SO2. Cabe dizer que a maioria dos problemas ambientais de origem química que enfrentamos são causados pelo próprio homem, que contribui para os processos de poluição. Tanto nas indústrias como nas residências, existe a geração de efluentes e resíduos sólidos, líquidos e gasosos, que acabam tendo seu destino final na atmosfera, no solo e nas águas. Entretanto, este cenário está mudando graças ao crescimento da conscientização da sociedade sobre os danos causados pelas atividades humanas inadequadas. Sendo assim, graças à química ambiental, diversos mecanismos criados pelos químicos são capazes de controlar a concentração dos mais diferentes produtos, criando sinergia com áreas correlatas como a Toxicologia e Engenharia Ambiental. 1.2 Classificação dos impactos ambientais Considera-se impacto ambiental qualquer alteração provocada no meio ambiente por determinada ação ou atividade. O planeta Terra atualmente tem apresentado diversos sinais de transição que fazem com que o homem reveja seus conceitos sobre natureza. Esta conscientização gera novos modelos, contribuindo para novos comportamentos e definindo novas providências para evitar a poluição ambiental, que pode ser definida como qualquer alteração físico-química ou biológica que venha a desequilibrar um ecossistema. Um dos fatores que mais preocupam a sociedade diz respeito aos problemas relacionados aos recursos hídricos, como o uso indiscriminado da água e sua escassez, atualmente consideradas as questões mais graves do século XXI. Como já é sabido, a poluição atmosférica provém das atividades que nós desenvolvemos, como a indústria, principal fonte geradora de resíduos, que podem ser eliminados de três formas: » na água: é um descarte de dejetos muito comum, pois se trata de uma forma barata e cômoda de eliminar as substâncias sem valor. Infelizmente, esses resíduos são lançados nos corpos d’água que muitas vezes são utilizados como fonte de água para abastecimento público; » na atmosfera: a eliminação de poluentes na atmosfera ocorre quando os resíduos estão no estado gasoso. Ou seja, por meio da queima de substâncias que são dispersadas através de chaminés sem tratamento; » no solo: a eliminação de resíduosno solo pode ocorrer em áreas isoladas previamente escolhidas, que quando possuem tratamentos para evitar a poluição são chamadas de aterros sanitários, e quando não, são chamadas de lixões. As reações químicas produzidas pelo lixo, por exemplo, o chorume, quando descartados em lixões ou áreas sem tratamento podem contaminar solos e águas subterrâneas causando a poluição orgânica. Outro tipo de poluição capaz de afetar o solo e o lençol freático é a poluição principalmente ocasionada por combustíveis fósseis. A seguir, apresentaremos as principais classificações dos resíduos: » resíduos tóxicos: considerados os mais perigosos, os resíduos tóxicos podem provocar a morte, dependendo da sua concentração. Geralmente são identificados rapidamente, pois provocam diversas reações maléficas no organismo. Entre os principais geradores desses poluentes destacamos os poluentes industriais, como os resíduos de cianetos, cromo, chumbo e fenóis; » resíduos minerais: relativamente estáveis, os resíduos minerais compreendem substâncias químicas de origem mineral, mas que alteram as condições físico-químicas e biológicas do meio ambiente, por exemplo, os resíduos das refinarias de petróleo, das indústrias metalúrgicas e principalmente das mineradoras. dio5050/Shutterstock.com Figura 1.1 – Cerca de 800 milhões de pilhas comuns são produzidas no Brasil por ano. Cada uma delas pode contaminar o solo por cerca de 50 anos. Apesar de nem todos os tipos de pilhas e baterias apresentam o mesmo risco ambiental, a falta de controle e o despejo inadequado é um erro comum com graves consequências. Florin Stana/Shutterstock.com Figura 1.2 – Água poluída por mineração de cobre no lago Germânia, na Romênia. » resíduos orgânicos: seus principais representantes estão presentes em nosso dia a dia, são os esgotos domésticos, de frigoríficos, de laticínios etc. Esses resíduos são representados pela matéria orgânica em decomposição lançada no meio ambiente; » resíduos mistos: têm características químicas diversas associadas às de natureza biológica. Os resíduos mistos são provenientes das lavanderias, indústrias têxteis, e das indústrias de papel e borracha; » resíduos atômicos: com isótopos radioativos, é o lixo atômico capaz de emitir radiações ionizantes e extremamente nocivas à saúde do homem, causando efeitos que muitas vezes atravessam gerações e perduram por longos períodos de tempo. 1.3 Acidentes químicos e áreas contaminadas Uma área contaminada pode ser definida como um local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que possam ter sido depositados, armazenados, enterrados ou infiltrados, seja de forma planejada, acidental ou até mesmo natural. Os poluentes ou contaminantes podem concentrar-se em subsuperfícies nos diferentes compartimentos do ambiente, como, por exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os terrenos e nas águas subterrâneas, além de estar presentes em paredes, pisos e nas estruturas de construções. A propagação desses poluentes ou contaminantes pode ser por diferentes vias, como o ar, o próprio solo, as águas subterrâneas e superficiais, e ainda alterando características naturais por onde passa, deixando um rastro com impactos negativos e/ou riscos sobre os bens a proteger, localizados na própria área ou em seus arredores. Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente (lei nº 6.938/81), são considerados bens a proteger: » a saúde e o bem-estar da população; » a fauna e a flora; » a qualidade do solo, das águas e do ar; » os interesses de proteção à natureza/paisagem; » a ordenação territorial e planejamento regional e urbano; » a segurança e ordem pública. Dessa maneira, quando ocorre uma contaminação não proposital, chamamos de acidente químico, que pode ser definido como um evento inesperado ou provocado por ações antrópicas, que afetam direta ou indiretamente a saúde pública, a segurança das populações e até mesmo os próprios sistemas industriais, que por consequência degradam o meio ambiente. Vazamentos de petróleo, gás natural, gases industriais, explosões, incêndios industriais, contaminações de produtos químicos e radioativos são exemplos de acidentes químicos. Analisando de uma forma global, substâncias químicas com potenciais de risco de acidentes químicos podem ser classificadas em função dos seguintes parâmetros: » potencial tóxico; » propriedades físico-químicas; » variedade de aplicação; » volume, quantidade e concentração dos reagentes, aditivos e produtos utilizados durante o processamento industrial, o armazenamento e o transporte. Os símbolos de risco são pictogramas que seguem normas para apresentação. São representadas em forma quadrada, impressos em preto com fundo laranja-amarelo e obrigatoriamente utilizados em rótulos ou informações de produtos químicos. Servem para nos alertar dos riscos no manuseio do produto. Esses símbolos seguem as normas da União Europeia, no Anexo II das diretivas 67/548/EWG. Já no Brasil estão identificados na Norma Brasileira (NBR) 7500 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Segundo elas, os símbolos e indicações de perigo que devem ser utilizados são: » corrosivo: o símbolo de um ácido ativo;
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