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1 OAB DESCOMPLICADA DIREITO EMPRESARIAL Teoria Geral do Direito Empresarial 1) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 Roberto desligou-se de seu emprego e decidiu investir na construção de uma hospedagem do tipo pousada no terreno que possuía em Matinhos. Roberto contratou um arquiteto para mobiliar a pousada, fez cursos de hotelaria e, com os ensinamentos recebidos, contratou empregados e os treinou. Ele também contratou um desenvolvedor de sites de Internet e um profissional de marketing para divulgar sua pousada. Desde então, Roberto dedica-se exclusivamente à pousada, e os resultados são promissores. A pousada está sempre cheia de hóspedes, renovando suas estratégias de fidelização; em breve, será ampliada em sua capacidade. Considerando a descrição da atividade econômica explorada por Roberto, assinale a afirmativa correta. a) A atividade não pode ser considerada empresa em razão da falta tanto de profissionalismo de seu titular quanto de produção de bens. b) A atividade não pode ser considerada empresa em razão de a prestação de serviços não ser um ato de empresa. c) A atividade pode ser considerada empresa, mas seu titular somente será empresário a partir do registro na Junta Comercial. d) A atividade pode ser considerada empresa e seu titular, empresário, independentemente de registro na Junta Comercial. COMENTÁRIOS: A resposta da questão fundamenta-se nos Artigos 966 e 967 do Código Civil: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Nesse sentido, a questão deixa muito claro que a atividade é organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. Assim, trata-se de empresa, e, ainda 2 OAB DESCOMPLICADA que não esteja regularizada na Junta Comercial, Roberto é considerado empresário (no caso, irregular). VÍDEO AULA INDICADA Empresa vs Empresário – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=QllqTzAK5qE GABARITO: ALTERNATIVA D 2) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 Álvares Florence tem um filho relativamente incapaz e consulta você, como advogado(a), para saber da possibilidade de transferir para o filho parte das quotas que possui na sociedade empresária Redenção da Serra Alimentos Ltda., cujo capital social se encontra integralizado. Apoiado na disposição do Código Civil sobre o assunto, você respondeu que a) é permitido o ingresso do relativamente incapaz na sociedade, bastando que esteja assistido por seu pai no instrumento de alteração contratual. b) não é permitida a participação de menor, absoluta ou relativamente incapaz, em sociedade, exceto nos tipos de sociedades por ações. c) não é permitida a participação de incapaz em sociedade, mesmo que esteja representado ou assistido, salvo se a transmissão das quotas se der em razão de sucessão causa mortis. d) é permitido o ingresso do relativamente incapaz na sociedade, desde que esteja assistido no instrumento de alteração contratual, devendo constar a vedação do exercício da administração da sociedade por ele. COMENTÁRIOS: O incapaz pode ingressar na sociedade, desde que esteja assistido no instrumento de alteração contratual. Além disso, ele não poderá exercer o cargo de administração da sociedade. Isso se encontra disposto no Artigo 974 do Código Civil: Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. § 1 Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. § 2 Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. 3 OAB DESCOMPLICADA § 3 O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. GABARITO; ALTERNATIVA D 3) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 Luzia Betim pretende iniciar uma sociedade empresária em nome próprio. Para tanto, procura assessoria jurídica quanto à necessidade de inscrição no Registro Empresarial para regularidade de exercício da empresa. Na condição de consultor(a), você responderá que a inscrição do empresário individual é a) dispensada até o primeiro ano de início da atividade, sendo obrigatória a partir de então. b) obrigatória antes do início da atividade. c) dispensada, caso haja opção pelo enquadramento como microempreendedor individual. d) obrigatória, se não houver enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte. COMENTÁRIOS: O Artigo 967 do Código Civil assim prevê: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Como se vê, a inscrição é obrigatória antes do início da atividade. Assim, se não se inscrever, você continuará sendo empresário, mas empresário irregular. A exceção que encontramos é a do empresário rural, que tem inscrição facultativa, nos termos do Artigo 971 do Código Civil: Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. 4 OAB DESCOMPLICADA Como não é o exemplo do caso, a alternativa B está correta. GABARITO: ALTERNATIVA B 4) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 As sociedades empresárias Y e J celebraram contrato tendo por objeto a alienação do estabelecimento da primeira, situado em Antônio Dias/MG. Na data da assinatura do contrato, dentre outros débitos regularmente contabilizados, constava uma nota promissória vencida havia três meses no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). O contrato não tem nenhuma cláusula quanto à existência de solidariedade entre as partes, tanto pelos débitos vencidos quanto pelos vincendos. Sabendo-se que, em 15/10/2018, após averbação na Junta Comercial competente, houve publicação do contrato na imprensa oficial e, tomando por base comparativa o dia 15/01/2020, o alienante a) responderá pelo débito vencido com o adquirente por não terem decorrido cinco anos da publicação do contrato na imprensa oficial. b) não responderá pelo débito vencido com o adquirente em razão de não ter sido estipulada tal solidariedade no contrato. c) responderá pelo débito vencido com o adquirente até a ocorrência da prescrição relativa à cobrança da nota promissória. d) não responderá pelo débito vencido com o adquirente diante do decursode mais de 1 (um) ano da publicação do contrato na imprensa oficial. COMENTÁRIOS: Assim prevê o Artigo 1.146 do Código Civil: Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Gabarito: Alternativa D Títulos de Crédito 5) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 5 OAB DESCOMPLICADA Resende & Piraí Ltda. sacou duplicata de serviço em face de Italva Louças e Metais S/A, que a aceitou. Antes do vencimento, o título foi endossado para Walter. Há um aval em preto no título dado por Casimiro Cantagalo em favor do sacador. Após o vencimento, ocorrido em 11 de setembro de 2018, a duplicata foi levada a protesto por falta de pagamento, em 28 de setembro do mesmo ano. Com base nas informações dadas, assinale a opção que indica contra quem Walter, endossatário da duplicata, poderá promover a ação de execução. a) Italva Louças e Metais S/A, exclusivamente, em razão da perda do direito de ação em face dos coobrigados pela apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento além do prazo de 1 (um) dia útil após o vencimento. b) Resende & Piraí Ltda. e Casimiro Cantagalo, somente, pois a duplicata foi apresentada a protesto tempestivamente, assegurando o portador seu direito de ação em face dos coobrigados, mas não em face do aceitante. c) Resende & Piraí Ltda. e Italva Louças e Metais S/A, somente, em razão da perda do direito de ação em face do avalista pela apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento além do prazo de 1 (um) dia útil após o vencimento. d) Resende & Piraí Ltda., Italva Louças e Metais S/A e Casimiro Cantagalo, pois a duplicata foi apresentada a protesto tempestivamente, assegurando o portador seu direito de ação em face dos coobrigados e do aceitante. COMENTÁRIOS: A fundamentação para resposta está no Artigo 13, parágrafo 4º da Lei 5.474/68, que diz: Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. § 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas. Para saber mais sobre títulos de crédito (matéria importantíssima para OAB), leia o artigo do âmbito-jurídico1 e veja a vídeo aula do trilhante2 disponibilizados abaixo. GABARITO: ALTERNATIVA D 6) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 Inocência adquiriu um aparelho de jantar para sua nova residência em uma loja de artigos domésticos. A vendedora, sociedade limitada empresária, recebeu um cheque cruzado emitido pela compradora e, se comprometeu, a não o apresentar ao sacado antes de 10 de janeiro de 2019. Em 13 de dezembro de 1 Disponível em http://www.ambito- juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18460&revista_caderno=8 acesso em 20/05/2019 2 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=DP0U-pDh1FA acesso em 20/05/2019 6 OAB DESCOMPLICADA 2018, exatamente uma semana após a compra, Inocência verificou, no extrato de sua conta-corrente bancária, que o cheque em referência havia sido apresentado a pagamento e devolvido por insuficiência de fundos, em decorrência da apresentação antecipada ao sacado. Sobre a apresentação de cheque pós-datado antes da data indicada como sendo a de emissão, com base na jurisprudência pacificada, assinale a afirmativa correta. a) Caracteriza dano moral. b) Não pode ensejar qualquer indenização ao emitente. c) Pode ensejar apenas dano material. d) Pode ensejar indenização apenas se o cheque não estiver cruzado. COMENTÁRIOS: A justificativa se encontra na Súmula 370 do STJ, que assim dispõe: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado . Rel. Min. Fernando Gonçalves, em 16/2/2009. Mas veja, pessoal, que o próprio STJ já relativizou a súmula nos casos em que houve a compensação do cheque pré-datado em que havia provisão de fundo, fato que não gerou qualquer dano moral ao devedor. ARTIGO INDICADO https://www.conjur.com.br/2013-nov-04/apresentacao-antecipada-cheque-pre-datado- nao-gera-dano-moral GABARITO: ALTERNATIVA A 7) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 Filadélfia emitiu nota promissória à vista em favor de Palmas. Antes da apresentação a pagamento, Palmas realizou endosso-mandato da cártula para Sampaio. De posse do título, é correto afirmar que Sampaio: a) poderá exercer todos os direitos inerentes ao título, inclusive realizar novo endosso sem as restrições daquele realizado em cobrança. b) poderá transferir o título na condição de procurador da endossante ou realizar endosso em garantia (endosso pignoratício). c) somente poderá transferir a nota promissória, por meio de novo endosso, na condição de procurador da endossante. d) não poderá realizar qualquer endosso do título, pois caso o faça será considerado como parcial, logo nulo. 7 OAB DESCOMPLICADA COMENTÁRIOS: A fundamentação da resposta se encontra no Artigo 18 do Decreto 57.663/66 que diz: Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement), "para cobrança" (pour encaissement), "por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador. VÍDEO AULAS INDICADAS Título de crédito – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=DP0U-pDh1FA Aval, nota promissória e outorga conjugal – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=XIFAxHzYFLE ARTIGO INDICADOS Requisitos formais da nota promissória – Âmbito Jurídico http://ambito- juridico.com.br/site/?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=20&id_noticia=112326 A lei uniforme de Genebra – Âmbito Jurídico http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6548&revista _caderno=8 GABARITO: ALTERNATIVA C 8) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 André de Barros foi desapossado de nota promissória com vencimento à vista no valor de R$ 34.000,00 (trinta e quatro mil reais), pagável em Lagoa Vermelha/RS, que lhe foi endossada em branco pela sociedade empresária Arvorezinha Materiais de Limpeza Ltda. Em relação aos direitos cambiários decorrentes da nota promissória, assinale a afirmativa correta. a) A sociedade empresária endossante ficará desonerada se o título não for restituído a André de Barros no prazo de 30 (trinta) dias da data do desapossamento. b) André de Barros poderá obter a anulação do título desapossado e um novo título em juízo, bem como impedir que seu valor seja pago a outrem. c) A sociedade empresária endossante não poderá opor ao portador atual exceção fundada em direito pessoal ou em nulidade de sua obrigação. 8 OAB DESCOMPLICADA d) O subscritor da nota promissória ficará desonerado perante o portador atual se provar que o título foi desapossado de André de Barros involuntariamente. COMENTÁRIOS: A questão está dizendo que André estava na posse de promissória, que, por ter sido endossado em branco, se tornou uma nota promissória ao portador, que é o legítimo detentor do título. A empresa Arvorezinha a endossou, não sendo, portanto, a devedora principal. O devedor principal da nota passou para a Arvorezinha e, ela, endossou em branco para o André de Barros, que, por sua vez, foi desapossado (não está mais na posse). O Artigo 909 do Código Civil assim prevê: Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos. Parágrafo único. Opagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato. Nesse sentido, a alternativa “B” está correta. GABARITO: ALTERNATIVA B Direito Societário 9) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 Felipe Guerra, de nacionalidade portuguesa, residente em Maceió/AL, foi eleito diretor da Companhia Mangue do Porto Empreendimentos Imobiliários. Sabe-se que a referida companhia tem sede em Florânia/RN; que ela não tem Conselho de Administração e que Felipe Guerra não é seu acionista. Com base nessas informações, avalie a eleição de Felipe Guerra e assinale a afirmativa correta. a) Não foi regular, em razão de não ter a qualidade de acionista da companhia. b) Foi regular, ainda que seu domicílio seja em Estado diverso daquele da sede da companhia. c) Não foi regular, em razão de sua nacionalidade. d) Foi regular, diante da ausência de Conselho de Administração; do contrário, seria irregular. 9 OAB DESCOMPLICADA COMENTÁRIOS: A fundamentação se encontra no Artigo 146 da Lei 6.404/76, que trata sobre as sociedades por ações: Art. 146. Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de administração pessoas naturais, devendo os diretores ser residentes no País. § 1 A ata da assembléia-geral ou da reunião do conselho de administração que eleger administradores deverá conter a qualificação e o prazo de gestão de cada um dos eleitos, devendo ser arquivada no registro do comércio e publicada. § 2 A posse do conselheiro residente ou domiciliado no exterior fica condicionada à constituição de representante residente no País, com poderes para receber citação em ações contra ele propostas com base na legislação societária, mediante procuração com prazo de validade que deverá estender-se por, no mínimo, 3 (três) anos após o término do prazo de gestão do conselheiro. GABARITO: ALTERNATIVA B 10) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 Dirce Reis trabalha como advogada e presta apoio jurídico aos empreendedores da cidade de São Francisco interessados na constituição de sociedades cooperativas. Um grupo de prestadores de serviços procurou a consultora para receber informações sobre o funcionamento de uma cooperativa. Sobre as regras básicas de funcionamento de uma cooperativa, assinale a afirmativa correta. a) O estatuto da cooperativa deve ser aprovado previamente pela Junta Comercial do Estado da Federação onde estiver a sede, sendo arquivado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. b) Na sociedade cooperativa, cada sócio tem direito a um só voto nas deliberações sociais, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação. c) A responsabilidade dos sócios de uma cooperativa é sempre limitada ao valor do capital social, mas todos respondem solidária e ilimitadamente pela sua integralização. d) Sob pena de nulidade, o capital social da cooperativa deverá ser igual ou superior a 100 salários mínimos, que também será variável durante toda sua existência. 10 OAB DESCOMPLICADA COMENTÁRIOS: A resposta correta da questão fundamenta-se no Artigo 1.904, VI do Código Civil, que diz: Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; Ademais, a alternativa “C” está incorreta, haja vista que dos sócios pode ser limitada OU ilimitada, conforme determina o Artigo 1.905 do Código Civil: Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada. § 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. § 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. A alternativa “D” também está incorreta em virtude do Art. 1.904, I do CC: Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: I - variabilidade, ou dispensa do capital social; E, para finalizar, a alternativa “A” também está incorreta, haja vista a disposição legal do Artigo 18, parágrafo 6º da Lei 5.764/71, que diz: Art. 18. Verificada, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de entrada em seu protocolo, pelo respectivo órgão executivo federal de controle ou órgão local para isso credenciado, a existência de condições de funcionamento da cooperativa em constituição, bem como a regularidade da documentação apresentada, o órgão controlador devolverá, devidamente autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa, acompanhadas de documento dirigido à Junta Comercial do Estado, onde a entidade estiver sediada, comunicando a aprovação do ato constitutivo da requerente. § 6º Arquivados os documentos na Junta Comercial e feita a respectiva publicação, a cooperativa adquire personalidade jurídica, tornando-se apta a funcionar. VÍDEO AULA INDICADA Tipos societários – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=jmjyLXlftZQ 11 OAB DESCOMPLICADA GABARITO: ALTERNATIVA B 11) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 No contrato da sociedade empresária Arealva Calçados Finos Ltda., não consta cláusula de regência supletiva pelas disposições de outro tipo societário. Ademais, tanto no contrato social quanto nas disposições legais relativas ao tipo adotado pela sociedade não há norma regulando a sucessão por morte de sócio. Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. a) Haverá resolução da sociedade em relação ao sócio em caso de morte. b) Haverá transmissão causa mortis da quota social. c) Caberá aos sócios remanescentes regular a substituição do sócio falecido. d) Os sócios serão obrigados a incluir, no contrato, cláusula dispondo sobre a sucessão por morte de sócio. COMENTÁRIOS: Em virtude do contrato não prever de forma diversa, haverá resolução da sociedade em relação ao sócio que morreu: Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: I - se o contrato dispuser diferentemente; II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. Gabarito: Alternativa A 12) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 Anadia e Deodoro são condôminos de uma quota de sociedade limitada no valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais). Nem a quota nem o capital da sociedade – fixado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) – se encontram integralizados. Você é consultado(a), como advogado(a), sobre a possibilidade de a sociedade demandar os condôminos para que integralizem a referida quota. Assinale a opção que apresenta a resposta correta. 12 OAB DESCOMPLICADA a) Eles são obrigados à integralização apenas a partir da decretação de falência da sociedade. b) Eles não são obrigados à integralização, pelo fato de serem condôminos de quota indivisa. c) Eles são obrigados à integralização, porque todos os sócios, mesmo os condôminos, devem integralizar o capital. d) Eles não são obrigados à integralização, porque o capital da sociedade é inferior a 100 salários mínimos. COMENTÁRIOS: Assim preveem os Artigos 1.052 e 1.056 do Código Civil: Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. (Incluído pela Lei nº13.874, de 2019) Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo seguinte. § 1º No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo condômino representante, ou pelo inventariante do espólio de sócio falecido. § 2º Sem prejuízo do disposto no art. 1.052, os condôminos de quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações necessárias à sua integralização. Gabarito: Alternativa C Falência e Recuperação de Empresas 13) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 Jacinto Almenara EIRELI teve um bem de sua propriedade arrecadado pelo administrador judicial na falência de Rubim & Divisa Ltda., mas foi informado que o referido bem já tinha sido alienado pela massa. Ciente dessa circunstância, o(a) advogado(a) da EIRELI 13 OAB DESCOMPLICADA a) não poderá pleitear a restituição do bem nem receber o preço da venda em razão de já ter sido alienado pela massa falida. b) deverá habilitar o crédito no processo de falência, com a classificação de quirografário, diante da impossibilidade de sua restituição in natura. c) poderá pleitear a restituição em dinheiro, recebendo o preço obtido com a venda do bem arrecadado, devidamente atualizado. d) deverá ajuizar ação revocatória para obter indenização da massa falida pela venda ilegal do bem arrecadado, que deveria lhe ter sido restituído. COMENTÁRIOS: Jacinto é um terceiro, não falido, que teve um bem que estava na posse da Rubim, essa sim teve a falência decretada. Quando um patrimônio de terceiro está na posse da empresa que vai à falência, muito provavelmente o administrador judicial o arrecadará, porque a Lei de Falência determina que o Administrador arrecade tudo que estiver na posse do falido. É exatamente nesses termos que surgem os pedidos de restituição. Os artigos 85 e 85 da Lei 11.101/2005 determinam: Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º , da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. Nesse sentido, correta a letra “C”. 14 OAB DESCOMPLICADA GABARITO: ALTERNATIVA C 14) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 Indústria de Celulose Três Rios Ltda. requereu homologação de plano de recuperação extrajudicial no lugar do seu principal estabelecimento. No plano de recuperação apresentado há um crédito quirografário em moeda estrangeira, com pagamento segundo a variação cambial do euro. Foi prevista ainda pelo devedor a supressão da variação cambial pela substituição da moeda euro pelo real. O plano foi aprovado por credores que titularizam mais de três quintos dos créditos de cada classe, mas Licínio, o credor titular deste crédito, não o assinou. De acordo com as disposições legais para homologação da recuperação extrajudicial, assinale a afirmativa correta. a) O plano pode ser homologado porque, mesmo sem a assinatura de Licínio, houve aprovação por credores que titularizam mais de três quintos dos créditos de cada classe. b) O plano não pode ser homologado porque, diante da supressão da variação cambial, o credor Licínio pode vetar sua aprovação, qualquer que seja o quórum de aprovação. c) O plano pode ser homologado porque o consentimento expresso de Licínio só é exigido para os créditos com garantia real, não se aplicando a exigência aos créditos quirografários. d) O plano não pode ser homologado por não ter atingido o quórum mínimo de aprovação, independentemente da supressão da cláusula de variação cambial. COMENTÁRIOS: A recuperação judicial ocorre quando a empresa “chama” os credores para organizar o pagamento de seus débitos para tentar sair de eventual crise. Esse plano é feito extrajudicial. Se todos os credores acórdão o plano, não é necessária homologação judicial. Quando houve credores que não concordaram com o plano, pode-se pensar em uma homologação para “forçar” todos a ficarem sujeito a eles. Essa homologação está prevista no Art. 163 da Lei 11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação Judicial): Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos. Uma das exceções está no parágrafo 5º: 15 OAB DESCOMPLICADA § 5º Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial. Portanto, se há credor com variação cambial e o plano altera essa variação, deve-se ter autorização expressa do credor que tem crédito de moeda estrangeira. O plano, no caso, alterou a forma de variação, e ele não assinou. Nesse sentido, o plano não pode ser homologado (lembrando que não há homologação parcial). GABARITO: ALTERNATIVA B 15) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 A Fazenda Pública do Estado de Pernambuco ajuizou ação de execução fiscal em face de sociedade empresária. No curso da demanda, houve o processamento da recuperação judicial da sociedade. Em relação à execução fiscal em curso, assinale a afirmativa correta. a) Fica suspensa com o processamento da recuperação até seu encerramento. b) Não é suspensa com o processamento da recuperação judicial. c) Fica suspensa com o processamento da recuperação judicial até o máximo de 180 (cento e oitenta) dias. d) É extinta com o processamento da recuperação judicial. COMENTÁRIOS: Em regra, as execuções ficam suspensa quando há recuperação judicial. Entretanto, a exceção se encontra quando se trata de execução fiscal, conforme prevê o Artigo 6º, parágrafo 7º da Lei 11.101/2005: Art. 6. A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. VÍDEO AULAS INDICADAS Conceitos Iniciais de direito falimentar – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=Sv0gPnF51Nc 16 OAB DESCOMPLICADA Introdução à recuperação judicial – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=ZOsK9ivrnA4 Recuperação judicial: conceito, princípio e objetivo – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=6Zw4jopIAWM Recuperação Judicial em 03 minutos – Trilhante https://www.youtube.com/watch?v=D-EN3kXoQfA GABARITO: ALTERNATIVA B 16) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 Ribamar é sócio da sociedade empresária Junco, Fiquene & Cia. Ltda.Após uma infrutífera negociação de plano de recuperação judicial, a assembleia de credores rejeitou o plano, acarretando a decretação de falência da sociedade. O desgaste, que já existia entre Ribamar e os demais sócios, intensificou-se com a decretação da falência, ensejando pedido de retirada da sociedade, com base nas disposições reguladoras da sociedade limitada. Diante dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta. a) A decretação da falência suspende o exercício do direito de retirada do sócio Ribamar. b) A sociedade deverá apurar os haveres do sócio dissidente Ribamar, que serão pagos como créditos extraconcursais. c) O juiz da falência deverá avaliar o pedido de retirada do sócio Ribamar e, eventualmente, deferi-lo na ação de dissolução parcial. d) A decretação de falência não suspende o direito de retirada do sócio Ribamar, mas o pagamento de seus haveres deverá ser incluído como crédito subordinado. COMENTÁRIOS: O Artigo 116 da Lei de Falência (11.101/2005) é bem enfática ao dizer: Art. 116. A decretação da falência suspende: I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial; II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida. Em virtude da declaração de falência, os sócios não têm mais direito de retirada de sociedade, de tal forma que a alternativa A encontra-se correta. Parece 17 OAB DESCOMPLICADA pouco óbvio que o sócio possa sair da empresa quando ela é declarada falida, visto que com a retirada, ele “tiraria” dinheiro da empresa (quotas). GABARITO: ALTERNATIVA A 17) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 Madeireira Juína Ltda. requereu a homologação de plano de recuperação extrajudicial em Juara/MT, lugar de seu principal estabelecimento. Após o pedido de homologação e antes da publicação do edital para apresentação de impugnação ao plano, um dos credores com privilégio geral que haviam assinado o plano pretende desistir unilateralmente da adesão. Tal credor possui um terço dos créditos de sua classe submetidos ao plano. Com relação ao credor com privilégio geral, após a distribuição do pedido de homologação, assinale a afirmativa correta. a) Não poderá desistir da adesão ao plano, mesmo com a anuência expressa dos demais signatários. b) Poderá desistir da adesão em razão da natureza contratual do plano, que permite, a qualquer tempo, sua denúncia. c) Não poderá desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários. d) Poderá desistir da adesão ao plano, desde que seja titular de mais de 1/4 do total dos créditos de sua classe. COMENTÁRIOS: Quando a sociedade se encontra em uma situação de crise econômica financeira, reversível e sanável, é possível reunir os credores e propor um plano de recuperação judicial. Quando o devedor (empresário em crise) tem aprovação de 3/5 de cada classe dos credores aceitando esse plano, ele entra com uma homologação judicial do referido plano, que produzirá efeitos ante todos os credores, inclusive sobre aqueles que não assinaram. O credor que assina o plano não pode pedir desistência após a distribuição do pedido de homologação, a não ser que todos os demais também assinem. Isso está previsto no Artigo 61, parágrafo 5º da Lei 11.101/2005: Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. § 5º Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários. Nesse sentido, correta alternativa C 18 OAB DESCOMPLICADA GABARITO: ALTERNATIVA C 18) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXX – 2019 Além da impontualidade, a falência pode ser decretada pela prática de atos de falência por parte do devedor empresário individual ou dos administradores da sociedade empresária. Assinale a opção que constitui um ato de falência por parte do devedor. a) Deixar de pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo protestado por falta de pagamento, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência. b) Transferir, durante a recuperação judicial, estabelecimento a terceiro sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo, em cumprimento à disposição de plano de recuperação. c) Não pagar, depositar ou nomear à penhora, no prazo de 3 (três) dias, contados da citação, bens suficientes para garantir a execução. d) Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial, após o cumprimento de todas as obrigações previstas no plano que vencerem até dois anos depois da concessão da recuperação judicial. COMENTÁRIOS: Os Artigos 61 e 73 da Lei 11.101/2005 nos remetem ao gabarito da questão, que é a alternativa D. Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. § 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. § 2º Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4º do art. 56 desta Lei; 19 OAB DESCOMPLICADA IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei. Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei. GABARITO: ALTERNATIVA D 19) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 José da Silva, credor de sociedade empresária, consulta você, como advogado(a), para obter orientação quanto aos efeitos de uma provável convolação de recuperação judicial em falência. Em relação à hipótese apresentada, analise as afirmativas a seguir e assinale a única correta. a) Os créditos remanescentes da recuperação judicial serão considerados habilitados quando definitivamente incluídos no quadro-geral de credores, tendo prosseguimento as habilitações que estiverem em curso. b) As ações que devam ser propostas no juízo da falência estão sujeitas à distribuição por dependência, exceto a ação revocatória e a ação revisional de crédito admitido ao quadro geral de credores. c) A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor quanto aos créditos excluídos dos efeitos da recuperação judicial; quanto aos créditos submetidos ao plano de recuperação, são mantidos os prazos nele estabelecidos e homologados pelo juiz. d) As ações intentadas pelo devedor durante a recuperação judicial serão encerradas, devendo ser intimado o administrador judicial da extinção dos feitos, sob pena de nulidade do processo. COMENTÁRIOS: A alternativa “A” está correta em virtude do disposto no Artigo 80 da Lei 11.101/2005, que assim dispõe: Art. 80. Considerar-se-ãohabilitados os créditos remanescentes da recuperação judicial, quando definitivamente incluídos no quadro-geral de credores, tendo prosseguimento as habilitações que estejam em curso. Gabarito: Alternativa A Direito da Propriedade Intelectual 20 OAB DESCOMPLICADA 20) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXX – 2019 Amambaí Inovação e Engenharia S/A obteve, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), patente de invenção no ano de 2013. Dois anos após, chegou ao conhecimento dos administradores a prática de atos violadores de direitos de patente. No entanto, a ação para reparação de dano causado ao direito de propriedade industrial só foi intentada no ano de 2019. Você é consultado(a), como advogado(a), sobre o caso. Assinale a opção que apresenta seu parecer. a) A reparação do dano causado pode ser pleiteada, porque o direito de patente é protegido por 20 (vinte) anos, a contar da data do depósito. b) A pretensão indenizatória, na data da propositura da ação, encontrava-se prescrita, em razão do decurso de mais de 3 (três) anos. c) A pretensão indenizatória, na data da propositura da ação, não se encontrava prescrita porque o prazo de 5 (cinco) anos não havia se esgotado. d) A reparação do dano causado não pode ser pleiteada, porque a patente concedida não foi objeto de licenciamento pelo seu titular. COMENTÁRIOS: A pretenção prescreve em 05 anos, conforme Artigo 225 da Lei 9.279/96: Art. 225. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para reparação de dano causado ao direito de propriedade industrial. GABARITO: ALTERNATIVA C Contratos Empresariais 21) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 Móveis Combinados Ltda. (franqueador) pretende licenciar a Ananás Móveis e Decorações Ltda. ME (franqueado) o direito de uso de marca, associado ao direito de distribuição semiexclusiva de produtos moveleiros. De acordo com os termos da Circular de Oferta de Franquia elaborada pelo franqueador, eventualmente poderá o franqueado ter acesso ao uso de tecnologia de implantação e administração de negócios desenvolvidos pelo primeiro, mediante remuneração direta, sem ficar caracterizado vínculo empregatício entre as partes. Tendo em vista as disposições legais sobre o contrato celebrado, assinale a afirmativa correta. a) Se o contrato de franquia empresarial vier a ser celebrado, o franqueador deverá licenciar ao franqueado o direito de uso de marca e, eventualmente, também o 21 OAB DESCOMPLICADA direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou de sistema operacional desenvolvido. b) O contrato de franquia empresarial pode ser ajustado verbalmente ou por escrito; neste caso, deverá ser assinado na presença de duas testemunhas e terá eficácia em relação a terceiros com o arquivamento na Junta Comercial. c) A circular oferta de franquia deverá ser entregue a Ananás Móveis e Decorações Ltda. ME, no mínimo, 30 dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato, ou ainda do pagamento de taxa de adesão ao sistema pelo franqueado. d) Se Móveis Combinados Ltda. veicular informações falsas na circular de oferta de franquia, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, Ananás Móveis e Decorações Ltda. ME poderá arguir a nulidade de pleno direito do contrato e exigir devolução de até metade do valor que já houver pago. COMENTÁRIOS: A alternativa correta “A” está fundamentada no Artigo 2º da Lei de Franquias 8.955/94: Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. A alternativa “B” está incorreta pelo fato de que o contrato de franquia não pode ser verbal, conforme determina o Artigo 6º da Lei mencionada acima: Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. A alternativa “C” também está incorreta, haja vista que o mínimo é de 10 dias, e não 30, conforme mencionado na questão. Vejamos o que dispõe o artigo 4º da referida lei: Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este. Por fim, a alternativa “D” também está incorreta, pois a devolução dos valores é integral, conforme determina o parágrafo único do artigo acima: 22 OAB DESCOMPLICADA Na hipótese do não cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá argüir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos. ARTIGO INDICADO Franquias – Conteúdo Jurídico http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-contrato-de-franquia- empresarial,51012.html GABARITO: ALTERNATIVA A
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