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Fisiologia 3

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FISIOLOGIA HUMANA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Patrícia Carla de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O sistema nervoso é capaz de receber estímulos captados por receptores 
sensitivos; de analisar, processar e armazenar essas informações; e de 
encaminhar respostas em direção a órgãos-alvo, mantendo o equilíbrio no 
funcionamento corporal. Apesar de executar tarefas específicas, o sistema 
nervoso atua em conjunto com outros órgãos do corpo humano, auxiliando-os 
em seu funcionamento. Por esse motivo, desenvolveremos, durante esta etapa, 
um conteúdo a respeito dos principais mecanismos relacionados à fisiologia do 
sistema nervoso, com a finalidade de alcançar os objetivos a seguir: 
• Retomar a abordagem das principais características anatômicas dos 
componentes do sistema nervoso: sistema nervoso central (SNC) e 
sistema nervoso periférico (SNP) 
• Elucidar o processo da transmissão dos impulsos elétricos através dos 
neurônios, bem como diferenciar as sinapses nervosas das sinapses 
físicas 
• Descrever as principais características que diferenciam o sistema nervoso 
somático (SNS) do sistema nervoso autônomo (SNA), de acordo com o 
local e o tipo de informação nervosa transmitida 
• Compreender as características das divisões simpática e parassimpática 
do SNA, de forma a reconhecer as ações fisiológicas desencadeadas 
pelas duas divisões 
TEMA 1 – ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 
Para compreender melhor a disposição, a organização e o funcionamento 
do sistema nervoso, este pode ser dividido didaticamente de acordo com critérios 
embriológicos, anatômicos ou funcionais. Anatomicamente, o sistema nervoso é 
dividido em SNC, do qual fazem parte o encéfalo e a medula espinal, 
responsáveis pelo processamento neural; e SNP, composto pelos gânglios 
nervosos e pelos nervos, vias pelas quais as informações sensoriais (aferentes) 
seguem até o SNC e as informações motoras (eferentes) partem do SNC em 
direção aos órgãos. 
No encéfalo (Figura 1) estão localizados cérebro, cerebelo e tronco 
encefálico. A estrutura conhecida como cérebro é, na verdade, a junção de duas 
 
 
3 
outras, denominadas telencéfalo e diencéfalo. Do telencéfalo faz parte uma fina 
camada de substância cinzenta, o córtex cerebral, que repousa sobre um centro 
branco, medular. No córtex cerebral chegam os impulsos provenientes das vias 
sensitivas periféricas, que se tornam conscientes e são interpretados, podendo 
também ser armazenados. Funcionalmente, essa estrutura é dividida em 
múltiplas áreas, ligadas para realizar ações como de manutenção de 
consciência, da memória, elaboração de pensamento, linguagem, movimento e 
emoções. O diencéfalo, por sua vez, tem como função a manutenção do 
equilíbrio interno da homeostase corporal. Tálamo, hipotálamo, epitálamo e 
subtálamo são as quatro principais regiões anatomofisiológicas localizadas no 
diencéfalo. 
Figura 1 – Corte mediano do encéfalo 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
O tronco encefálico, também chamado de tronco cerebral, consiste em 
uma unidade topográfica definida, porém não apresenta um sistema funcional 
uniforme, sendo constituído por três subdivisões principais: bulbo raquidiano ou 
medula oblonga, ponte e mesencéfalo, envolvidos em funções motoras, controle 
cardiovascular e respiratório, mecanismos que regulam o sono, o estado de 
vigília e o foco da atenção O cerebelo tem função relevante no sequenciamento 
das atividades motoras e na rápida progressão de um movimento para o 
 
 
4 
subsequente. Além disso, ajuda a controlar a interação instantânea entre grupos 
musculares agonistas e antagonistas, isto é, entre grupos que atuam de maneira 
coordenada, por exemplo, um contraindo e o outro relaxando. 
Os 12 pares de nervos cranianos têm origem no encéfalo e a maioria está 
ligada ao tronco encefálico. Ao atravessarem o crânio, se distribuem na cabeça, 
além da inervação realizada pelos nervos glossofaríngeo e vago em regiões do 
pescoço, vísceras torácicas e abdominais. Os pares cranianos podem ser 
classificados em sensitivos, motores ou mistos, de acordo com seus 
componentes funcionais e suas aferências e eferências, que podem ser 
somáticas ou viscerais. Possuem nomenclatura específica e são numerados em 
algarismos romanos, no sentido craniocaudal. 
Os nervos espinais correspondem às fibras nervosas que têm conexão 
com a medula espinal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos 
membros e de parte da cabeça. São 31 pares de nervos, que correspondem aos 
31 segmentos medulares: 8 pares de nervos cervicais, 12 pares torácicos, 5 
lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. 
Pelo critério funcional, o sistema nervoso é dividido em SNS, que 
relaciona o organismo com o meio ambiente de forma consciente; e sistema 
nervoso visceral (SNV), que realiza controle e inervação inconsciente de 
estruturas viscerais. Nas duas divisões existem vias aferentes, que levam os 
estímulos até os centros de controle, e vias eferentes, que partem do sistema 
nervoso, desencadeando respostas voluntárias no SNS e involuntárias no SNV. 
O componente eferente do SNV é denominado SNA e se divide em simpático e 
parassimpático. 
TEMA 2 – TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO 
Os neurônios são as unidades fundamentais do tecido nervoso e, por 
serem células excitáveis, são capazes de receber, interpretar e enviar impulsos 
nervosos, organizando e coordenando as funções do organismo por meio dos 
circuitos de condução formados por seus prolongamentos, os axônios, no SNC 
e no SNP. 
Assim como as fibras musculares, os neurônios apresentam um potencial 
de membrana, cujo interior é eletricamente negativo, enquanto o meio externo é 
positivo. É por meio desse potencial de membrana que as células nervosas 
transmitem impulsos elétricos, também chamados de impulsos nervosos. Em 
 
 
5 
repouso, esse potencial de membrana situa-se entre -70 mV e -90 mV e, 
mediante estímulos e intensa troca de íons (sódio, potássio, cloro, cálcio), pode 
ocorrer despolarização, hiperpolarização, repolarização ou restauração do 
potencial de repouso. 
Nesse sentido, estímulos elétricos, mecânicos ou químicos alteram a 
permeabilidade da membrana plasmática dos neurônios aos íons Na+, os quais 
adentram o citoplasma celular, provocando a despolarização da membrana e a 
consequente produção de um potencial de ação de +40 mV. Ao cessar a 
permeabilidade aos íons Na+, a permeabilidade da membrana aos íons K+ 
aumenta e estes saem do citoplasma, retornando para a área localizada da 
célula em repouso. Esse mecanismo é chamado bomba de sódio e potássio e 
mantém as condições normais de repouso da célula após o seu estímulo (Figura 
2). 
Figura 2 – Bomba de sódio e potássio 
 
Crédito: EreborMountain/Shutterstock. 
Uma vez gerado, o potencial de ação propaga-se pela membrana 
plasmática e é conduzido, ao longo do axônio, como impulso nervoso. O 
tamanho e a frequência desse impulso não se modificam e um novo impulso 
nervoso só será gerado após um período refratário, fator esse que controla a 
 
 
6 
frequência máxima com que os disparos podem ser conduzidos, ao longo da 
membrana. 
Quando o impulso nervoso chega até as terminações axonais, faz-se 
necessária uma sinapse nervosa para que a informação seja transferida para os 
próximos neurônios ou células efetoras. Normalmente, essa sinapse é formada 
pela terminação axônica do neurônio pré-sináptico, pela fenda sináptica e pela 
membrana receptora do neurônio pós-sináptico (Figura 3). Nesse processo, o 
neurônio pré-ganglionar libera neurotransmissores, embalados em vesículas, na 
fenda sináptica. Após essa liberação, as moléculas do neurotransmissor 
difundem-se pela fenda e ligam-se aos receptores, na membrana pós-sináptica. 
Por envolver a ação de neurotransmissores, esse tipo de sinapse é denominada 
sinapse química. 
Figura 3 – Sinapse química 
 
Crédito: Sakurra/Shutterstock. 
Além dassinapses químicas, existem ainda as sinapses físicas (Figura 4). 
Esse tipo de sinapse nervosa não faz uso de neurotransmissores e possibilita a 
passagem do impulso elétrico, por meio do acoplamento de canais iônicos, em 
 
 
7 
junções comunicantes, garantindo rapidez e sincronização de descarga em 
vários neurônios, por exemplo, no centro respiratório do bulbo, onde esse 
disparo sincronizado é responsável pelo ritmo respiratório e cardíaco. 
Figura 4 – Sinapse física 
 
Crédito: Designua/Shutterstock. 
TEMA 3 – SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO E AUTÔNOMO 
Funcionalmente, o sistema nervoso pode ser dividido em SNS e SNA, de 
acordo com o local e o tipo de informação nervosa transmitida. A divisão 
somática do sistema nervoso é aquela que relaciona o organismo com o meio 
ambiente e, por isso, pode ser chamada de sistema nervoso de vida de relação. 
Para isso, os neurônios sensoriais das vias somáticas conduzem sinais nervosos 
dos receptores periféricos aos centros nervosos capazes de interpretar 
informações referentes à visão, olfato, audição, paladar e equilíbrio, além de às 
sensações dolorosas, térmicas e táteis. Os neurônios motores das vias 
somáticas, por sua vez, levam, aos músculos esqueléticos, informações dos 
 
 
8 
centros nervosos para a produção de movimentos conscientes e voluntários, na 
maioria das vezes propiciando sua integração com o meio externo. 
O SNA compreende a divisão do sistema nervoso responsável pela 
inervação das estruturas viscerais, permitindo a integração no funcionamento 
dessas estruturas e a consequente homeostasia corporal. Dessa forma, pode 
ser denominado também SNV. Os neurônios sensoriais das vias autonômicas 
estão associados a visceroreceptores que monitoram condições internas, como 
os níveis sanguíneos de O2 e CO2, o diâmetro das paredes dos vasos 
sanguíneos, a pressão arterial, entre outras. Os neurônios motores das vias 
autonômicas levam impulsos dos centros nervosos até os tecidos efetores, como 
os músculos lisos e cardíaco, e as glândulas, que podem ser estimuladas ou 
inibidas, constituindo os reflexos viscerais, na maior parte das vezes 
involuntários e inconscientes (Figura 5). 
Figura 5 – Sistema nervoso somático e autônomo 
 
Crédito: VectorMine/Shutterstock. 
Uma diferença importante entre os componentes eferentes do SNS e do 
SNA é que existe apenas um neurônio motor somático ligando o SNC ao órgão 
efetuador. O corpo desse neurônio se localiza no encéfalo ou na medula espinal 
e seu axônio chega ao músculo esquelético por meio de terminações nervosas 
conhecidas como placas motoras. Em contrapartida, dois neurônios motores 
 
 
9 
unem o SNC ao órgão efetuador, no SNA. Um deles tem o corpo dentro do tronco 
encefálico ou da medula espinal, enquanto o outro está localizado no SNP, nas 
dilatações que formam os gânglios autônomos. Dessa forma, o primeiro é 
denominado neurônio pré-ganglionar e o segundo, neurônio pós-ganglionar, 
como representado na Figura 6. 
Figura 6 – Reflexo motor somático e autônomo 
 
Crédito: Stihii/Shutterstock. 
Do SNA fazem parte estruturas presentes no SNC e no SNP. Centros de 
controle autonômicos estão localizados nos núcleos hipotalâmicos, na formação 
reticular do tronco encefálico, no sistema límbico, na área pré-frontal do córtex 
cerebral e na medula espinal. O hipotálamo se destaca por ser a área mais 
importante da regulação homeostática do ambiente interno, estando envolvido 
no controle neuro-hormonal do sistema endócrino, por meio da ativação ou 
inibição da glândula hipófise; nele estão presentes os centros relacionados aos 
eventos fisiológicos da fome, da saciedade, da sede e do controle hídrico; ele é 
responsável por ajustar os padrões de sono e vigília, mantendo a consciência; e 
por regular a temperatura corporal, além de ser uma das estruturas que 
compõem o sistema límbico, controlando o comportamento de emoções como 
raiva, dor e prazer. 
No tronco encefálico, em especial na ponte e no bulbo, encontram-se 
centros envolvidos no controle da frequência cardíaca e respiratória, no controle 
da pressão arterial e do diâmetro dos vasos sanguíneos, além de processos 
 
 
10 
relacionados a tosse, deglutição, soluço, vômito e espirro. A medula espinal é 
um importante caminho pelo qual as informações sensoriais chegam até o 
encéfalo, bem como as respostas chegam até os órgãos efetores. A medula é 
responsável por grande parte dos reflexos corporais e potencializa a ação do 
SNA através das fibras pré-ganglionares que saem dela e fazem sinapse com 
os gânglios autonômicos. 
O SNA é dividido em sistema simpático e parassimpático, e essa divisão 
baseia-se nas diferenças anatômicas, nas diferenças nos neurotransmissores e 
nas diferenças nos efeitos fisiológicos de cada divisão. As divisões simpática e 
parassimpática produzem efeitos opostos na maioria dos órgãos e, portanto, são 
consideradas antagonistas fisiológicos. 
TEMA 4 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO 
O sistema simpático é a maior divisão do SNA e tem como função 
preparar o corpo para uma emergência. É geralmente catabólico, pois eleva a 
frequência cardíaca e a pressão arterial; dilata as pupilas; inibe a musculatura 
lisa dos brônquios, intestinos e paredes vesicais; fecha os esfíncteres; promove 
a sudorese; eriça os pelos; e promove a vasoconstrição na pele e a 
vasodilatação nos músculos esqueléticos, para que o sangue seja redistribuído 
e a produção de energia aumente no encéfalo, no coração e nos músculos 
esqueléticos. 
A divisão simpática é estruturalmente formada por pares de gânglios 
autônomos localizados de forma paralela à medula espinal, nos 12 segmentos 
torácicos e nos 3 segmentos lombares superiores. Esses gânglios paravertebrais 
formam o tronco simpático e, por essa localização, o SNS é chamado de 
toracolombar. Os neurônios pré-ganglionares estão dispostos na coluna cinzenta 
da medula espinal, saem pela raiz anterior do nervo espinal e chegam aos 
gânglios através de um ramo comunicante branco (mielinizado), realizando 
sinapse com 20 ou mais neurônios pós-ganglionares. O neurotransmissor 
envolvido na maioria dessas sinapses é a acetilcolina. 
Os neurônios pré-ganglionares podem também fazer sinapse com 
neurônios pós-ganglionares situados em gânglios pré-vertebrais, em posição 
anterior à coluna vertebral. Estes são os gânglios celíacos, os gânglios 
aorticorrenais e os gânglios mesentéricos superiores e mesentéricos inferiores, 
unidos ao tronco simpático pelos nervos esplâncnicos. A medula da glândula 
 
 
11 
suprarrenal também pode ser considerada um gânglio simpático, porém 
separado da cadeia de gânglios, pois recebe inervação direta das fibras 
provenientes dos neurônios pré-ganglionares. A epinefrina e a norepinefrina 
produzidas pela medula da suprarrenal intensificam as respostas obtidas pelos 
neurônios pós-ganglionares simpáticos. 
Os neurônios pós-ganglionares simpáticos são mais longos que os 
neurônios pré-ganglionares, se estendem para formar os ramos comunicantes 
cinzentos (não mielinizados) que chegam aos órgãos-alvo, e a maioria realiza 
sinapse através do neurotransmissor noradrenalina (Figura 7). Exceções 
incluem aqueles que inervam as glândulas sudoríparas e alguns vasos 
sanguíneos através da acetilcolina, por exemplo. 
Figura 7 – Sistema nervoso autônomo simpático 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
 
 
12 
TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO 
A divisão parassimpática do SNA promove o equilíbrio e a manutenção da 
homeostase corporal. A atividade parassimpática envolve salivação, lacrimação 
(produção de lágrimas), micção, digestão, defecação e excitação sexual. Ela 
reduz a pressão sanguínea e a frequência cardíaca, preservando, desse modo, 
e restaurando a energia. Estruturalmente, é formada por pares de gânglios 
localizados nas regiões craniana e sacral, sendo, por esse motivo, chamada de 
sistema nervoso craniossacral.Na região craniana, ela dá origem aos nervos 
cranianos oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago, enquanto se compõe dos 
nervos espinais S2, S3 e S4, na região sacral. 
As fibras eferentes mielinizadas pré-ganglionares formam sinapses nos 
gânglios periféricos localizados próximos ou dentro das vísceras que elas 
inervam. Aqui, também, a acetilcolina é o neurotransmissor. Os gânglios 
parassimpáticos cranianos são o ciliar, o pterigopalatino, o submandibular e o 
ótico. Em certos locais, as células ganglionares estão situadas em plexos 
nervosos, como o plexo cardíaco, o plexo pulmonar, o plexo mioentérico (plexo 
de Auerbach) e o plexo mucoso (plexo de Meissner), esses dois últimos 
associados ao trato gastrintestinal. As fibras parassimpáticas pós-ganglionares 
não são mielinizadas, possuem comprimento relativamente curto, em 
comparação com as fibras pós-ganglionares simpáticas, e realizam sinapse, no 
órgão-alvo, através da acetilcolina (Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Figura 8 – Sistema nervoso autônomo parassimpático 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
Vale lembrar que os plexos mioentérico e mucoso fazem parte do 
chamado sistema nervoso entérico, que permite o suprimento nervoso intrínseco 
do tubo digestório do esôfago ao ânus. Esse sistema pode funcionar sem 
interferência do hipotálamo ou de outras estruturas do SNC e coordena os 
movimentos peristálticos, as secreções glandulares, a transferência de água e 
íons, o fluxo sanguíneo local para o trato gastrointestinal, assim como algumas 
funções do pâncreas e da vesícula biliar. 
Alguns órgãos são inervados pelas duas divisões do SNA, como as 
glândulas salivares, os pulmões, o coração e as vísceras abdominais e pélvicas. 
Outros, como as glândulas sudoríparas, a medula da glândula suprarrenal, a 
maioria dos vasos sanguíneos e os músculos eretores dos pelos, são inervados 
 
 
14 
apenas pela divisão simpática, enquanto tecidos, como o parênquima das 
glândulas parótidas e das glândulas lacrimais, inervam-se pelo sistema nervoso 
parassimpático. 
NA PRÁTICA 
Epilepsias são disfunções temporárias e normalmente reversíveis, 
resultantes de fatores hereditários, malformações cerebrais, erros inatos do 
metabolismo e até mesmo de fatores etiológicos desconhecidos, pelas quais 
alterações na excitabilidade de um grupo de neurônios provocam atividade 
elétrica anormal e consequente perda da consciência e contração rítmica de toda 
a musculatura. A consciência se recupera progressivamente após cessarem as 
contrações musculares, mas, a longo prazo, podem ocorrer lesões cerebrais 
definitivas se os episódios não forem controlados. 
As epilepsias são um exemplo da importância da transmissão correta dos 
impulsos elétricos pelos neurônios do sistema nervoso. Pesquise quais são os 
seus sintomas, de acordo com os tipos de epilepsias listados a seguir: 
• Ataque epilético 
• Crise de ausência 
• Crises parciais simples 
• Crise parcial complexa 
FINALIZANDO 
Nesta etapa, foi possível retomar os conhecimentos a respeito da divisão 
anatômica do sistema nervoso, que é dividido em SNC e SNP. Do SNC fazem 
parte o encéfalo e a medula espinal, enquanto o SNP é composto pelos nervos 
e gânglios nervosos. Dentre as estruturas encefálicas, destacam-se o cérebro, 
formado pelo telencéfalo e pelo diencéfalo; o tronco encefálico, representado 
pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo; e o cerebelo. 
Aprendemos também que os neurônios são as células nervosas 
responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. Eles recebem os seus 
estímulos pelos dendritos e os encaminham, através do axônio, para a próxima 
célula por meio da sinapse nervosa, envolvendo substâncias denominadas 
neurotransmissores. 
 
 
15 
A divisão somática do sistema nervoso é aquela que relaciona o 
organismo com o meio ambiente e, por isso, pode ser chamada de sistema 
nervoso de vida de relação. Por sua vez, o SNA compreende a divisão 
responsável pela inervação das estruturas viscerais, permitindo a integração no 
funcionamento dessas estruturas e a consequente homeostasia corporal. 
Finalizamos nosso estudo com as principais características das duas 
divisões do SNA. A divisão simpática está relacionada a situações de luta e fuga, 
preparando o organismo para situações de perigo por meio do aumento da 
frequência cardíaca, da dilatação da pupila e da broncodilatação, por exemplo. 
Possui nervos que saem das regiões torácica e lombar, o neurônio pré-
ganglionar mais curto que o neurônio pós-ganglionar e a adrenalina como 
neurotransmissor, no órgão-alvo. Nervos que saem das regiões cranial e sacral, 
o neurônio pré-ganglionar mais longo que o neurônio pós-ganglionar e o 
neurotransmissor acetilcolina no órgão-alvo são características da divisão 
parassimpática do SNA, relacionada à preservação de energia, por meio de 
efeitos contrários, na maioria das vezes, aos da divisão simpática. 
	Conversa inicial
	Na prática
	FINALIZANDO

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