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2023-08-09-16-42-28-87930630-nulidades-preclusao-juiz-sentenca-honorarios-e-responsabilidade-por-dano-processual-e1691610148

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DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO
Nulidades, Preclusão, Juiz, 
Sentença, Honorários e 
Responsabilidade por Dano 
Processual
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de 
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às 
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230727116905
GUSTAVO DEITOS
Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do 
Tribunal Superior do Trabalho (Gabinete de Ministro). 
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do 
TRF da 3ª Região. Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.
 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Nulidades, Preclusão, Juiz, Sentença, Honorários e Responsabilidade por Dano Processual
Gustavo Deitos
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Nulidades, Preclusão, Juiz, Sentença, Honorários e Responsabilidade por Dano 
Processual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Sentença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1. Disposições da CLT sobre Sentença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2. Honorários Advocatícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3. Responsabilidade por Dano Processual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4. Nulidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.1. Tratamento das Nulidades na CLT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5. Preclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.1. Protesto Antipreclusivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Gabarito comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
 
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Nulidades, Preclusão, Juiz, Sentença, Honorários e Responsabilidade por Dano Processual
Gustavo Deitos
aPReSeNtaÇÃoaPReSeNtaÇÃo
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran! Espero encontrá-lo muito bem! Neste curso, apresento-
lhe várias aulas autossuficientes de direito processual do trabalho, com o objetivo de lhe 
disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter 
o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula foi elaborada de modo que você possa tê-la como fonte autossuficiente de 
estudo, isto é, como um material de estudo completo e capaz de possibilitar um aprendizado 
tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente, 
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. 
Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com 
um ou outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de 
contar com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De 
qualquer forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos 
de forma aliada com as aulas em vídeo do Gran. Tudo depende, unicamente, da preferência 
de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual 
do Trabalho:
• Sentença (tutela definitiva);
• Honorários advocatícios;
• Responsabilidade por dano processual;
• Nulidades no processo do trabalho;
• Preclusão.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos 
os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. 
O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade 
do conteúdo e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de 
exercícios disponibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas 
seja efetivamente testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Considero 
o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e 
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade 
do material.
Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de 
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso 
 
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você tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum 
problema, por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar 
sua avaliação. Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir 
quaisquer problemas nas aulas.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua 
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, 
que, para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por 
meio do Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será 
um grande prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande 
respeito que você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Nulidades, Preclusão, Juiz, Sentença, Honorários e Responsabilidade por Dano Processual
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NULIDADES, PRECLUSÃO, JUIZ, SENTENÇA, NULIDADES, PRECLUSÃO, JUIZ, SENTENÇA, 
HONORÁRIOS E RESPONSABILIDADE POR DANO HONORÁRIOS E RESPONSABILIDADE POR DANO 
PROCESSUALPROCESSUAL
1 . SeNteNÇa1 . SeNteNÇa
As provas de direito processual do trabalho costumam cobrar aspectos mais basilares 
da sentença trabalhista, sem se atrelar a pontos de grande profundidade.
Estudaremos sobre sentença trabalhista em variadas aulas, como as aulas sobre o sistema 
recursal, sobre a ação rescisória, sobre a liquidação e sobre a execução. Portanto, nesta 
aula, a abordagem será restrita a pontos mais básicos da sentença no dissídio individual 
trabalhista.
A sentença é o pronunciamento do juiz que resolve, definitivamente, o mérito da relação 
jurídica submetida pelas partes ao seu julgamento, colocando fim à fase de conhecimento 
da ação (art. 203, § 1º, CPC).
É necessário diferenciar a sentença de outras decisões judiciais específicas. A decisão 
interlocutória é a decisão do juiz que pode, ou não, resolver o mérito, mas não põe fim à 
fase cognitiva. O despacho é qualquer ato praticado pelo juiz no processo, sem significativo 
caráter decisório. Os acórdãos são as decisões proferidas por órgãos jurisdicionais colegiados, 
como as Turmas dos Tribunais.
A sentença ficará contaminada por vício quando for:
• 1) Extra Petita: o juiz decide sobre matéria não apresentada por qualquer das partes. 
Pode ser impugnada mediante recurso ordinário, se o processo estiver em primeira 
instância.
• 2) Ultra Petita: o juiz decide sobre matéria que, de fato, foi apresentada pelas partes, 
mas em grau superior ao delimitado por elas. Pode ser impugnada mediante recurso 
ordinário, se o processo estiver em primeira instância.
• 3) Citra Petita: o juiz deixa de se manifestar sobre matéria que as partes lhe 
apresentaram para apreciação e julgamento. Pode ser impugnada mediante embargos 
de declaração, pois a omissão judicial é um dos motivos ensejadores desse recurso. 
De acordo com a OJ 41 da SDI-II do TST, a sentença citra petita pode até mesmo 
ensejar ação rescisória.
 Obs.: Situações frequentemente associadas pelas bancas aos institutos da extra, ultra 
ou citra petita, mas que na verdade não se relacionam com esses vícios, são as 
das Súmulas 293 e 396, II, do TST.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 293 do TST
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO 
APONTADO NA INICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, 
considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido 
de adicional de insalubridade.
Se, na petição inicial, a parte, ao postular adicional de insalubridade, alega a existência 
de um agente insalubre diferente daquele que o perito do juízo detectou, o juiz poderá, 
mesmo assim, deferir o adicional de insalubridade. Neste caso, a causa de pedir é o trabalho 
em ambiente insalubre. Como a determinação do agente insalubre específico depende 
de prova técnica, a parte autora não é obrigada a conhecê-lo com exatidão ao tempo do 
ajuizamento da ação.
Portanto, não é extra petita a sentença que condena ao pagamento de adicional de 
insalubridade com base em laudo pericial que reconhece agente insalubre diferente do 
indicado pelo reclamante na petição inicial.
EXEMPLO
Se a parte postular adicional de insalubridade por trabalho em ambiente que contém agentes 
biológicos nocivos, e o perito não detectar esses agentes, mas verificar que o ambiente de 
trabalho é sujeito a frio excessivo, o juiz poderá, igualmente, deferir o adicional de insalubridade.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 396 do TST
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO 
RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO 
“EXTRA PETITA” (conversão das Orientações Jurisprudenciais n.s 106 e 116 da SBDI-
I) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I – Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do 
período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, 
não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego. (ex-OJ n. 116 da SBDI-I - inserida 
em
II – Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário 
quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT. (ex-OJ n. 
106 da SBDI-I - inserida em 20.11.1997)
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Nulidades, Preclusão, Juiz, Sentença, Honorários e Responsabilidade por Dano Processual
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O item II da Súmula 396 do TST autoriza o juiz a condenar a empresa a pagar os salários 
relativos ao período da estabilidade, quando for desaconselhável a reintegração do empregado, 
por circunstâncias do caso concreto. Essa prática não é nenhuma inovação normativa, já 
que é prevista no art. 496 da CLT, mencionado pelo item da súmula.
Muito embora a providência fosse prevista em lei, muitas empresas entendiam que 
as sentenças que convertiam os pedidos de reintegração em pagamento de salários do 
período estabilitário continham o vício extra petita, já que seu conteúdo era diverso daquele 
postulado pelo autor. Portanto, o TST precisou editar uma súmula para esclarecer a regra 
legal àqueles que se insurgiam contra a conversão.
1 .1 . DiSPoSiÇÕeS Da clt SobRe SeNteNÇa1 .1 . DiSPoSiÇÕeS Da clt SobRe SeNteNÇa
A CLT tem seção específica (“Da decisão e sua eficácia”) para tratar da sentença, a qual 
aborda os artigos 831 a 836. Com o mesmo objetivo apontado nos títulos anteriores da 
aula, apresentarei a você comentários individualizados aos referidos artigos.
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
A audiência trabalhista foi planejada em lei para ser única. Por isso, o momento apontado 
como adequado para a prolação de sentença é após a segunda proposta de conciliação, 
que ocorre após toda a fase instrutória (oitiva de testemunhas, peritos, assistentes técnicos, 
depoimentos pessoais etc.).
Pelo fato de essa norma estar eivada de lacuna axiológica, aplicam-se algumas regras 
do CPC para determinar o momento de prolação da sentença.
No procedimento ordinário (causa de valor superior a 40 salários mínimos), observa-
se a regra do art. 226, inciso III, do CPC: o juiz proferirá a sentença no prazo de 30 dias.
No procedimento sumaríssimo, a rigor, a regra do art. 831 da CLT seria aplicável 
(prolação da sentença em audiência, após recusa da segunda proposta conciliatória), 
embora na prática muitos juízes deixem a sentença para ser proferida no mesmo prazo 
citado (30 dias).
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, 
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Se houver acordo na audiência, a homologação do juiz em ata valerá como decisão 
irrecorrível, transitada em julgado ali mesmo. Nesse caso, somentea União poderá recorrer, 
havendo contribuições previdenciárias que entenda devidas.
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a 
apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
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Nulidades, Preclusão, Juiz, Sentença, Honorários e Responsabilidade por Dano Processual
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§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições 
para o seu cumprimento.
§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
§ 3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das 
parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade 
de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
De acordo com a teoria moderna da sentença, este artigo indica, com outras palavras, os 
três elementos estruturantes da sentença judicial: relatório, fundamentação e dispositivo.
• 1) Relatório é o histórico processual, no qual constam os acontecimentos mais 
importantes do processo, especialmente petição inicial, contestação, laudo pericial, 
impugnação ao laudo, etc. De acordo com o art. 489, inciso I, do CPC, o relatório conterá 
os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, 
e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo.
• 2) Fundamentação é a exposição do raciocínio jurídico empregado na análise das 
matérias de fato e de direito envolvidas na discussão proposta pelas partes (art. 
489, inciso II, CPC).
• 3) Dispositivo é o corpo da sentença em que o juiz resolverá as questões principais 
que as partes lhe submeterem (art. 489, inciso III, CPC), deferindo ou indeferindo 
cada uma delas, e estabelecendo os ônus processuais das partes (custas, honorários, 
multas, providências urgentes etc.).
O § 3º diz que o juiz deverá sempre indicar a natureza das verbas dos acordos homologados 
ou das sentenças proferidas, apontando quais são as parcelas de natureza salarial e as de 
natureza indenizatória.
Sobre as parcelas de natureza salarial incidirá contribuição previdenciária. Já sobre as 
de natureza indenizatória, tal contribuição não incidirá. Nos acordos, é comum a definição 
das parcelas como 100% indenizatórias, justamente para que as partes fujam do dever de 
recolher contribuições previdenciárias.
Nas sentenças, a definição da natureza jurídica das parcelas costuma ser fiel, pois nela 
consta cada verba deferida.
Sobre esse tema, é importantíssimo que você conheça a OJ 368 da SDI-I do TST:
JURISPRUDÊNCIA
OJ 368, SDI-I, TST
É devida a incidência das contribuições para a Previdência Social sobre o valor total 
do acordo homologado em juízo, independentemente do reconhecimento de vínculo 
de emprego, desde que não haja discriminação das parcelas sujeitas à incidência da 
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contribuição previdenciária, conforme parágrafo único do art. 43 da Lei n. 8.212, de 
24.07.1991, e do art. 195, I, “a”, da CF/1988.
Esta OJ quer dizer o seguinte: se o acordo das partes for totalmente omisso quanto à 
natureza das verbas (se salariais ou indenizatórias), será presumido que todo o valor do 
acordo consiste em parcelas salariais, e incidirá contribuição previdenciária sobre o valor 
integral do acordo.
Todavia, se as partes delimitarem que uma parte é salarial e outra é indenizatória, 
as contribuições previdenciárias só incidirão sobre a parcela indicada pelas partes como 
salarial. Se elas indicarem que todo o valor do acordo é de natureza indenizatória, não 
incidirá nenhuma contribuição.
Professor, mas as partes podem, realmente, delimitar a natureza das verbas como Professor, mas as partes podem, realmente, delimitar a natureza das verbas como 
quiserem, para eximirem-se da obrigação de recolher contribuições?quiserem, para eximirem-se da obrigação de recolher contribuições?
Segundo a Súmula 67 da AGU, sim. A Súmula 67 da AGU enuncia:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 67 - AGU
“Na Reclamação Trabalhista, até o trânsito em julgado, as partes são livres para 
discriminar a natureza das verbas objeto do acordo judicial para efeito do cálculo 
da contribuição previdenciária, mesmo que tais valores não correspondam aos pedidos 
ou à proporção das verbas salariais constantes da petição inicial.”
Portanto, nos termos da Súmula 67 da AGU, muito aplicada ao longo da história, mesmo 
que na petição inicial não existisse nenhum pedido de natureza indenizatória, as partes 
podiam convencionar, por exemplo, que o valor integral do acordo diz respeito a danos 
morais (natureza indenizatória), e nenhuma contribuição previdenciária incidiria sobre tal 
valor. Tratava-se de uma liberdade muito criticada, pois causava prejuízos ao INSS.
Uma limitação a esse poder surge quando o acordo é celebrado pelas partes após já 
existir uma sentença condenatória. Veja o que diz a OJ 376 da SDI-I do TST:
JURISPRUDÊNCIA
OJ 376, SDI-I, TST
É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado 
após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de 
valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão 
condenatória e as parcelas objeto do acordo.
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EXEMPLO
Após instrução processual, o juiz profere sentença, indicando que 50% das verbas deferidas na 
sentença têm natureza salarial e os outros 50% têm natureza indenizatória. O valor liquidado 
da sentença foi de R$ 100.000,00. A fim de evitar uma morosa e milenar execução, as partes 
fazem acordo de R$ 50.000,00, mesmo após a sentença deferir valor maior.
Nesse caso, as partes não terão ampla liberdade para definir a natureza jurídica das verbas do 
acordo. Se a decisão havia determinado 50% como montante salarial e 50% como montante 
indenizatório, o acordo necessariamente seguirá os mesmos percentuais (proporcionalidade). 
Logo, nesse exemplo, R$ 25.000,00 teriam natureza salarial (e atrairiam as contribuições 
previdenciárias) e os outros R$ 25.000,00 teriam natureza indenizatória, não recaindo, nesta 
parte, contribuições previdenciárias.
A Lei n. 13.876/2019 acrescentou ao artigo ora em comento os §§ 3º-A e 3º-B, que 
estudaremos logo abaixo.
§ 3º-A. Para os fins do § 3º deste artigo, salvo na hipótese de o pedido da ação limitar-se 
expressamente ao reconhecimento de verbas de natureza exclusivamente indenizatória, a 
parcela referente às verbas de natureza remuneratória não poderá ter como base de cálculo 
valor inferior: (Incluído pela Lei n. 13.876, de 2019)
I – ao salário-mínimo, para as competências que integram o vínculo empregatício reconhecidona decisão cognitiva ou homologatória; ou (Incluído pela Lei n. 13.876, de 2019)
II – à diferença entre a remuneração reconhecida como devida na decisão cognitiva ou homologatória 
e a efetivamente paga pelo empregador, cujo valor total referente a cada competência não será 
inferior ao salário-mínimo. (Incluído pela Lei n. 13.876, de 2019)
§ 3º-B Caso haja piso salarial da categoria definido por acordo ou convenção coletiva de trabalho, 
o seu valor deverá ser utilizado como base de cálculo para os fins do § 3º-A deste artigo. (Incluído 
pela Lei n. 13.876, de 2019)
Estudamos anteriormente que as partes, ao entabularem acordo, podiam livremente 
discriminar as parcelas a que se referisse o valor do acordo, sendo esta liberdade ratificada 
pela Súmula n. 67 da AGU.
Pelo texto literal do § 3º-A, incluído pela Lei n. 13.876/2019, podem incidir contribuições 
previdenciárias quando o pedido da ação for parcela de natureza salarial, como o saldo de 
salário, as férias, o 13º salário etc. Havendo pedido como estes, devem incidir contribuições 
previdenciárias.
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O inciso I do § 3º-A direciona-se às situações em que o vínculo de emprego e a remuneração 
do empregado são reconhecidos no processo. De acordo com seus termos, mesmo que a 
parcela cobrada tenha valor menor que o salário mínimo, a base de cálculo das contribuições 
previdenciárias sobre o referido crédito será o salário mínimo.
O inciso II, por sua vez, direciona-se aos casos em que o vínculo de emprego é incontroverso, 
mas o valor da remuneração é discutido e definido por sentença do juiz. Nesse caso, a base 
de cálculo não poderá ser menor que o valor equivalente à diferença entre o salário já pago 
pela empresa, ao longo do contrato de trabalho, e o valor de salário reconhecido como 
devido em sentença. De toda forma, o valor do salário efetivamente pago pelo empregador, 
para fins de se encontrar o valor da diferença, não pode ser presumido como inferior ao 
salário mínimo, ainda que no caso concreto tenha sigo pago salário menor.
Se, no caso do inciso I, o valor das parcelas cobradas for maior que o salário mínimo, 
a base de cálculo das contribuições previdenciárias será o valor das respectivas parcelas, 
devidamente totalizado.
Conforme o § 3º-B, a base de cálculo mínima deverá ser o piso salarial da categoria, e 
não o salário mínimo, quando existir um piso salarial.
DICA
Em síntese: o valor mínimo da base de cálculo das 
contribuições previdenciárias incidentes sobre as parcelas 
de natureza salarial será ou o salário mínimo ou o piso 
salarial da categoria profissional. Existindo piso salarial 
da categoria, servirá ele como base de cálculo mínima; não 
existindo um piso, a base mínima será o salário mínimo 
nacional .
Havendo pedidos exclusivamente indenizatórios, não haverá 
que se falar em base de cálculo, uma vez que sobre tais 
pedidos não incidem contribuições previdenciárias . exemplo 
clássico é o da ação trabalhista em que se discute apenas 
dano moral .
Agora que você conhece as regras, apresento um precedente do TST, no ano de 2021, 
que apreciou a normatividade desses parágrafos incluídos pela Lei n. 13.876/2019:
JURISPRUDÊNCIA
“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. 
ACORDO HOMOLOGADOEM JUÍZO APÓS O ADVENTO DA LEI 13.876/2019. ATRIBUIÇÃO 
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DE NATUREZA INDENIZATÓRIA AO VALOR GLOBAL DO ACORDO. Discute-se se, no 
caso, se é devida, ou não, a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor 
acordado quando não há o reconhecimento do vínculo empregatício, sendo as parcelas 
discriminadas de natureza totalmente indenizatória. Constata-se que a homologação 
do acordo em Juízo ocorreu após o advento da Lei n. 13.876/2019, que introduziu 
o artigo 832, § 3º-A à CLT, do qual se infere que, no acordo homologado, devem 
constar a natureza jurídica das parcelas e o limite de responsabilidade de cada parte 
pelo recolhimento da contribuição previdenciária, sendo vedada a atribuição de 
natureza indenizatória ao valor total acordado quando constarem na petição inicial 
pedidos também de natureza salarial. Ao dar provimento parcial ao recurso ordinário 
interposto pela União, a Corte regional registrou no acórdão proferido que há “ na 
peça de ingresso pretensões salariais e remuneratórias, inviabilizando, nos termos 
legais, a homologação do pactuado, com natureza integralmente indenizatória, como 
alegado pela recorrente “. Estabelecido o contexto, não se constata violação do artigo 
832, 3º-A, da CLT, pois, na hipótese examinada, ficou demonstrado que o pedido 
da ação não se limita ao reconhecimento de verbas de natureza indenizatória. 
Vale afirmar, inclusive, que o juiz não é obrigado a homologar acordos celebrados 
simplesmente porque a Justiça do Trabalho privilegia a conciliação (artigo 764 da 
CLT). O magistrado deve ser diligente para não facilitar fraude ao INSS, lesão aos 
interesses do hipossuficiente ou qualquer outro vício repugnado pelo ordenamento 
jurídico. Impõe-se, portanto, a incidência da contribuição previdenciária sobre o 
acordo judicial que fixa pagamento de indenização para pôr termo ao processo, 
mesmo quando não se reconheça o vínculo de emprego, resultando assegurada 
a cobrança da contribuição previdenciária sobre o valor total objeto do acordo. 
Agravo de instrumento desprovido “ (AIRR-366-83.2019.5.09.0006, 2ª Turma, Relator 
Ministro Jose Roberto Freire Pimenta, DEJT 26/11/2021).
“(...) B) RECURSO DE REVISTA. DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO SEM 
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PARCELAS INDENIZATÓRIAS. 
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR TOTAL ACORDADO. 
Não há cogitar em incidência de contribuição previdenciária sobre a proporcionalidade 
das parcelas de natureza salarial e indenizatória trazidas na inicial na hipótese de acordo 
homologado, no qual as partes, além de não reconhecerem o vínculo de emprego, 
discriminam parcelas de natureza totalmente indenizatória, conforme art. 832, § 3º-A, 
da CLT. Ademais, nos termos da Orientação Jurisprudencial n. 398 da SDI-1, nos acordos 
homologados em juízo em que não haja o reconhecimento de vínculo empregatício, 
é devido o recolhimento da contribuição previdenciária, mediante as alíquotas de 
20% a cargo do tomador de serviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na 
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qualidade de contribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado o teto 
de contribuição. Recurso de revista conhecido e parcialmente provido “ (RR-10952-
30.2019.5.18.0201, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria daCosta, DEJT 14/05/2021).
Portanto, a interpretação que vem ganhando força no TST é a de que, na vigência da Lei 
n. 13.876/2019, se o processo tiver pedidos de natureza salarial, as partes não poderão 
celebrar acordo que contemple única e exclusivamente parcelas de natureza indenizatória. 
Afinal, a exclusividade de parcelas de natureza indenizatória, em acordo, passou a ser 
reservada apenas aos processos em que os próprios pedidos, desde a petição inicial, tenham 
natureza indenizatória.
Se as partes fizerem o contrário, as contribuições previdenciárias incidirão sobre o valor 
total do acordo.
EXEMPLO
Processo que contenha pedidos de participação nos lucros e resultados e indenização por 
danos morais.
Portanto, a liberdade que era consagrada pela Súmula 67 da AGU passou a ser bem 
mais restrita.
§ 4º A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela 
indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a 
interposição de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos.
§ 5º Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata 
o § 3º deste artigo.
§ 6º O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos 
de liquidação de sentença não prejudicará os créditos da União.
§ 7º O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a 
manifestação da União nas decisões homologatórias de acordos em que o montante da parcela 
indenizatória envolvida ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão jurídico.
Atualmente, esse “ato fundamentado” é a Portaria n. 582 do Ministério da Fazenda. A 
União só deverá necessariamente ser intimada quando houver, no processo, contribuições 
previdenciárias a recolher em valor igual ou superior a R$ 20.000,00. Abaixo desse valor, a 
União não precisará ser intimada.
Em qualquer caso, a lei permite que a União recorra para impugnar a discriminação feita 
pelas partes (salarial/indenizatória).
Art. 833 - Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de 
cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento 
dos interessados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.
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Este artigo trata dos erros materiais. A correção desses erros pode ser feita de maneira 
informal e simples, mediante requerimento simples, ou de ofício pelo juiz. Não é necessária 
a oposição de embargos de declaração para isso (art. 897-A, § 1º, CLT).
De toda forma, essa correção deve ser requerida e providenciada antes da execução. A 
princípio, se a execução for iniciada, nem mesmo evidentes erros de cálculo ou de digitação 
poderão justificar um alegado excesso de execução, ressalvadas situações peculiares que, 
a critério do juiz, justifiquem solução mais maleável.
Art. 834 - Salvo nos casos previstos nesta Consolidação, a publicação das decisões e sua notificação 
aos litigantes, ou a seus patronos, consideram-se realizadas nas próprias audiências em que 
forem as mesmas proferidas.
Como dito, a audiência trabalhista foi programada em lei para ser única (princípio da 
concentração dos atos processuais). Por isso, quando a sentença é proferida em audiência, 
ela se considera publicada na audiência, ficando as partes desde logo intimadas. Isso tem 
grande relevância para a contagem do prazo recursal.
Quando a sentença é publicada somente depois, a regra é diferente, e será estudada 
com profundidade na aula sobre os recursos trabalhistas.
Art. 835 - O cumprimento do acordo ou da decisão far-se-á no prazo e condições estabelecidas.
Caso o acordo ou a sentença não sejam devidamente cumpridos, a parte interessada 
poderá requerer o início da execução. A respeito do procedimento da execução trabalhista, 
temos aulas próprias em nosso curso.
Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados 
os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma 
do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de 
Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo 
prova de miserabilidade jurídica do autor.
Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos 
da ação que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão 
de trânsito em julgado.
Como regra geral, a prolação da sentença gera uma preclusão consumativa para o juiz, 
ou seja, o juiz é proibido de praticar novamente o mesmo ato (proferir sentença). Por isso, 
o juiz não pode, arbitrariamente, alterar sua sentença.
Essa alteração deve fundamentar-se em hipóteses excepcionalmente permitidas pela 
legislação processual. Hipótese exemplar é a do art. 833 da CLT, que autoriza a alteração 
do conteúdo da sentença, inclusive de ofício, para sanar evidentes erros ou enganos de 
escrita, de datilografia ou de cálculo, desde que antes da execução.
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Ademais, o art. 494 do CPC apresenta hipóteses – aplicáveis ao direito processual do 
trabalho – de alteração da sentença. Veja:
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II – por meio de embargos de declaração.
O art. 494 trata de listar, em rol aberto, dois casos excepcionais (exceções à regra) em 
que uma sentença poderá ser modificada pelo juiz. Ambos são simples.
O inciso I equivale ao disposto no art. 833 da CLT, pois trata do erro material simples: 
quando alguma expressão da sentença, seja de texto ou de cálculo, for equivocada, e o 
equívoco for notória e meramente material (erro de digitação ou colagem).
Já o inciso II trata da hipótese de oposição de embargos de declaração por uma das 
partes, com fundamento em omissão, contradição ou obscuridade na sentença.
As hipóteses do art. 494, no entanto, são exemplificativas. A sentença também poderá 
ser alterada nas hipóteses (aplicáveis ao processo do trabalho, conforme a Instrução 
Normativa n. 39 do TST) em que o CPC autoriza a retratação do juiz: quando da interposição 
de recurso ordinário em face do indeferimento da petição inicial (art. 331) ou em face da 
improcedência liminar do pedido (art. 332, § 3º), e, ainda, em face de extinção sem resolução 
do mérito (art. 485, § 7º).
A respeito dos demais elementos do art. 836 da CLT, remeto você à aula sobre a Ação 
Rescisória no Processo do Trabalho, uma vez que o tratamento da ação rescisória trabalhista 
envolve toda uma dinâmica integrada entre CLT, CPC e jurisprudência, cuja reprodução 
integral nesta aula é inviável.
No entanto, desde já, é importante que você saiba que a ação rescisória é cabível na 
Justiça do Trabalho, e que conheça o percentual exigido a título de depósito prévio, como 
pressuposto processual específico da ação rescisória na Justiça do Trabalho: 20%.Ademais, 
saliento que a ação rescisória é uma ação de competência funcional privativa de Tribunais: 
os TRTs e o TST, a depender do objeto da rescisão.
2 . HoNoRÁRioS aDVocatÍcioS2 . HoNoRÁRioS aDVocatÍcioS
A partir da entrada em vigor da Reforma Trabalhista, a fixação dos honorários advocatícios 
de sucumbência passou a ser um requisito complementar da sentença do juiz do trabalho. 
Para elucidar de maneira sistematizada o tópico, apresentarei comentários individualizados 
a cada parte do novo regramento relativo aos honorários advocatícios sucumbenciais, de 
muito provável cobrança em prova:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de 
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por 
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cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, 
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
O art. 791-A da CLT foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5766, julgada 
pelo STF em sessão realizada no dia 20/10/2021. No entanto, apenas uma parte específica 
desse dispositivo foi declarada inconstitucional. Acompanhe.
No processo do trabalho, os limitadores percentuais dos honorários advocatícios são 
numericamente diferentes da regra do processo civil. Em nossa disciplina, o limite mínimo 
é de 5% e o máximo é de 15%. Essa informação é muito importante!
MÍNIMO
5%
MÁXIMO
15%
Esses percentuais serão convertidos em um valor definitivo de honorários advocatícios, 
correto? Portanto, os percentuais devem ser aplicados sobre algum valor-base.
Esses valores-base são estabelecidos de maneira sucessiva:
• 1) Primeiramente, o percentual recairá sobre o valor liquidado das verbas deferidas 
em sentença.
EXEMPLO
Sentença transitou em julgado, o perito contador apresenta seus cálculos no valor total de 
R$ 10.000,00, as partes concordam com os cálculos e o juiz homologa-os. Neste caso, o valor 
dos honorários advocatícios sucumbenciais poderá variar de R$ 500,00 a R$ 1.500,00.
• 2) Não havendo liquidação da sentença, o percentual recairá sobre o proveito 
econômico obtido pela parte vencedora. Essa hipótese geralmente aplica-se aos 
casos em que a sentença judicial não é condenatória em pecúnia.
EXEMPLO
Um trabalhador contrata um advogado para solicitar somente a expedição de alvará judicial 
para saque do FGTS. O juiz defere o pleito e ordena a expedição de tal alvará. Nesse caso, 
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há um proveito econômico mensurável por parte do trabalhador, e os honorários incidirão 
preferentemente sobre esse proveito (5% a 15% do valor movimentado pelo trabalhador, 
em decorrência da expedição do alvará).
• 3) Quando a sentença não for condenatória em pecúnia e for impossível saber qual 
foi o proveito obtido pela parte vencedora, os honorários de sucumbência incidirão 
sobre o valor atualizado da causa. É mais comum em casos de improcedência total 
dos pedidos do reclamante: não há um proveito econômico mensurável por parte da 
empresa, e não há condenação em pecúnia a ser liquidada. Logo, se o valor da causa 
for de R$ 100.000,00, os honorários variarão de R$ 5.000,00 a R$ 15.000,00.
Não deixe passar batido o detalhe de que o advogado, mesmo atuando em causa 
própria, tem direito aos honorários advocatícios de sucumbência.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em 
que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
Primeiramente, veja que a Fazenda Pública não é protegida contra honorários de 
sucumbência. Se ela for vencida, pagará honorários de sucumbência ao advogado da parte 
contrária.
A principal súmula do TST a tratar sobre os honorários advocatícios é a de número 219. 
Alguns de seus itens estão ultrapassados pela Reforma Trabalhista, e por isso farei menção 
específica a cada um de seus itens.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 219 do TST:
I – Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não 
decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: 
a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de 
salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica 
que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva 
família. (art.14, §1º, da Lei n. 5.584/1970).
Este item está ultrapassado pela Reforma. A regra do item I era a regra aplicável aos 
processos ajuizados antes da entrada em vigor da Reforma Trabalhista (antes de 11/11/2017). 
Antes, só havia honorários sucumbenciais mediante o preenchimento dos requisitos ali 
impostos (parte assistida pelo sindicato e perceber salário inferior ao dobro do mínimo).
Agora, o dever de pagar honorários advocatícios ao advogado da parte contrária vencedora 
decorre da mera sucumbência, ao contrário do que diz o item I da Súmula 219. Os advogados 
legitimados a recebê-los não são mais somente os do sindicato, mas sim todos os advogados 
atuantes na Justiça do Trabalho.
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Processos ajuizados antes 
da Reforma
• Sucumbência
• Parte assistida pelo 
sindicato
• Parte receber menos que o 
dobro do salário mínimo
Processos ajuizados 
depois da Reforma
SÓ Sucumbência
JURISPRUDÊNCIA
II – É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória 
no processo trabalhista.
O item II está em perfeita conformidade com a nova legislação, pois o dever de pagar 
honorários de sucumbência passou a ser aplicado a todas as ações, sem exclusão da rescisória.
JURISPRUDÊNCIA
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure 
como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.
Este item também está em conformidade com a nova legislação, especialmente com o 
§ 1º do art. 791-A. A Reforma não excluiu os advogados de sindicato do direito de receber 
honorários sucumbenciais, mas somente o estendeu a todos os demais.
Ademais, a Reforma não fez nenhuma exclusão das ações trabalhistas que discutam 
vínculos diferentes do empregatício, no que tange aos honorários de sucumbência.
JURISPRUDÊNCIA
IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a 
responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência 
submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90).
Este item IV está ultrapassado pela Reforma, pois só passou a existir porque a CLT, em 
tal época, ainda não possuía regramento próprio acerca dos honorários sucumbenciais.Já que o TST vinha entendendo que os honorários seriam devidos nas ações rescisórias 
e nas ações que discutissem vínculos não empregatícios, e não existia regramento próprio 
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na CLT, aplicavam-se os parâmetros do CPC, subsidiariamente. Agora, essa aplicação 
subsidiária não tem mais sentido.
JURISPRUDÊNCIA
V – Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, 
excetuados os processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios 
são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da 
condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre 
o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º).
Este item V também está ultrapassado, pois a CLT passou a ter percentuais próprios (5% 
a 15%). Ademais, como a nova regra da CLT generalizou os percentuais, não há mais nenhuma 
diferença de percentuais entre ações contra particulares e ações contra a Fazenda Pública.
JURISPRUDÊNCIA
VI – Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais 
específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil.
Este item também está ultrapassado pela Reforma. Como dito no comentário anterior, 
a nova regra da CLT generalizou os percentuais, de modo que a não deixar mais nenhuma 
diferença de percentuais entre ações contra particulares e ações contra a Fazenda Pública.
Essa discussão existiu, na época, porque o CPC diferencia os percentuais para os 
casos em que a Fazenda Pública é condenada a pagar honorários sucumbenciais, segundo 
critério de valor.
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I – o grau de zelo do profissional;
II – o lugar de prestação do serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Este § 2º impõe o balizamento que o juiz deverá seguir para fixar o percentual exato de 
honorários que o advogado receberá pela sucumbência.
Não é justo que um advogado que atuou até o STF, num processo que levou uma década 
para transitar em julgado (com interposição de recursos técnicos e complexos), receba o 
mesmo percentual de honorários que um advogado que ganhou uma causa em primeira 
instância em alguns meses depois de uma revelia, certo? É por isso que o juiz poderá variar 
o percentual conforme sua análise do trabalho do advogado.
Basicamente, o juiz olhará para seis fatores antes de fixar os honorários sucumbenciais:
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DICA
Zelo
Lugar
Natureza
Importância
Trabalho
Tempo
Parece evidente que a análise desses critérios é subjetiva e variará de juiz para juiz. 
Entretanto, nada impede que o advogado faça prova, nos autos, de elementos que evidenciem 
maior zelo, maior importância, maior tempo, maior trabalho etc. O advogado possui essa 
liberdade e deve exercê-la com destemor.
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, 
vedada a compensação entre os honorários.
A ideia de sucumbência recíproca cria uma contradição dentro do processo do trabalho, 
pois sempre se pensou que o reclamante é vencedor quando consegue a procedência de 
qualquer pedido.
A sucumbência é recíproca quando uma parte, embora seja vencedora, perde um ou 
mais dos seus pedidos.
EXEMPLO
André ajuíza reclamação trabalhista cobrando horas extras e férias de sua ex-empregadora. 
André consegue provar que não recebeu o pagamento pelas férias, mas não consegue provar 
que trabalhou em horário extraordinário. Logo, André é sucumbente quanto ao pedido de 
horas extras, e deverá pagar honorários ao advogado da empresa, de 5% a 15% sobre o valor 
da pretensão perdida (horas extras). A empresa, por sua vez, pagará honorários ao advogado 
do reclamante, de 5% a 15%, sobre o valor da pretensão de férias, que ele ganhou.
Afinal de contas, qual é a delimitação objetiva da sucumbência recíproca? Quando é 
que a parte será considerada sucumbente em uma pretensão?
Atualmente, conseguimos esse esclarecimento no Enunciado n. 99 da 2ª Jornada de 
Direito Material e Processual do Trabalho (2017), que apresenta:
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 99 – 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho
O juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca (art. 791-A, par. 3º, da CLT) 
apenas em caso de indeferimento total do pedido específico. O acolhimento do 
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pedido, com quantificação inferior ao postulado, não caracteriza sucumbência parcial, 
pois a verba postulada restou acolhida. Quando o legislador mencionou “sucumbência 
parcial”, referiu-se ao acolhimento de parte dos pedidos formulados na petição inicial.
EXEMPLO
Imagine um pedido de horas extras com valor de R$ 10.000,00 na petição inicial. O empregado 
consegue apenas R$ 2.000,00 a título de horas extras. Nesse caso, ele ganhou o pedido, e 
não terá que pagar qualquer coisa sobre o valor da diferença (R$ 8.000,00). O empregado só 
deveria pagar honorários de sucumbência se não ganhasse nada a título de horas extras.
Conclusão: mesmo que o reclamante receba valor menor do que o apontado na petição 
inicial, ele será vencedor da pretensão se ela for deferida pelo juiz, e não precisará pagar 
honorários sobre a diferença.
O critério do referido enunciado é respaldado pelo entendimento pacífico do TST. A 
título de exemplo, apresento um precedente:
JURISPRUDÊNCIA
“RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. LEI 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 
RECLAMANTE BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA AÇÃO. 
AUSÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 
Há transcendência jurídica da causa, nos termos do art. 896, § 1º, inciso IV, da CLT, 
por se tratar de questão nova em torno do arbitramento dos honorários advocatícios 
quando há sucumbência recíproca, na forma do art. 791-A, § 3º, da CLT, incluído pela 
Lei n. 13.467/2017. Deve ser mantido o acórdão regional que deixou de condenar o 
reclamante, beneficiário da justiça gratuita, ao pagamento dos honorários advocatícios, 
por fundamento diverso. Isso porque, na hipótese dos autos, em que pese a procedência 
parcial da ação, não houve sucumbência recíproca, uma vez que todos os pedidos 
formulados na peça inicial, concernentes às “horas extras”, ao “intervalo intrajornada” e 
à “indenização por dano moral”, foram julgados procedentes, ainda que não exatamente 
como postulados em relação à forma de cálculo e aos valores indicados. No Processo 
do Trabalho, predomina o entendimento de que a sucumbência recíproca só se 
configura quando pelo menos um dospedidos é indeferido em sua totalidade, 
e não quando acolhido parcialmente, em valor inferior ao que foi pleiteado, por 
exemplo. Transcendência reconhecida e recurso de revista não conhecido” (RR-706-
42.2020.5.08.0128, 8ª Turma, Relator Ministro Aloysio Correa da Veiga, DEJT 04/07/2022).
Portanto, a sucumbência é recíproca quando uma parte paga honorários ao advogado 
da outra, e vice-versa, no mesmo processo (um ganha um pouco e o outro também, 
relativamente à integralidade de determinados pedidos).
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Ademais, o § 3º fala que os honorários de sucumbência recíproca não podem ser objeto 
de compensação.
EXEMPLO
Regina pede, em sua reclamação trabalhista, indenização por acidente de trabalho e indenização 
por supressão de intervalo intrajornada. Regina consegue ganhar a indenização pelo acidente 
de trabalho sofrido, mas não recebe nada a título de intervalo intrajornada, pois a supressão 
não ficou comprovada.
Imaginando que os honorários sucumbenciais devidos ao advogado de Regina totalizem 
R$ 2.000,00, e os honorários sucumbenciais devidos ao advogado da empresa totalizem 
R$ 2.000,00, as partes NÃO PODEM simplesmente convencionar que ninguém pagará nada 
a ninguém (compensação). Ambas deverão, necessariamente, pagar os R$ 2.000,00 ao 
advogado da parte contrária, reciprocamente.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que 
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua 
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas 
se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor 
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão 
de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Parcela do § 4º do art. 791-A foi declarada inconstitucional pelo STF na Ação Direta de 
Inconstitucionalidade n. 5766.
O dispositivo citado acima foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5766, 
julgada pelo Supremo Tribunal Federal em sessão realizada no dia 20/10/2021. A parte 
dispositiva da decisão, publicada no Diário de Justiça Eletrônico em 5/11/2021, apresenta:
JURISPRUDÊNCIA
Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido formulado 
na ação direta, para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, 
§ 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), vencidos, em parte, os Ministros 
Roberto Barroso (Relator), Luiz Fux (Presidente), Nunes Marques e Gilmar Mendes. Por 
maioria, julgou improcedente a ação no tocante ao art. 844, § 2º, da CLT, declarando-o 
constitucional, vencidos os Ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. 
Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes. Plenário, 20.10.2021 (Sessão 
realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF).
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No momento da publicação dessa parte dispositiva, até mesmo o TST havia concluído 
que o art. 791-A, § 4º, da CLT havia sido declarado inconstitucional na íntegra. No entanto, 
em sede de embargos de declaração, o STF explicou que a inconstitucionalidade desse 
parágrafo somente alcança o trecho “desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em 
outro processo, créditos capazes de suportar a despesa”.
Diante dessa problemática, as Turmas do Tribunal Superior do Trabalho (TST) estavam 
adotando critérios distintos para o julgamento dos recursos de revista e agravos de 
instrumento que versavam apenas sobre o sistema de sucumbência e se encontravam 
sobrestados (suspensos).
As 2ª, 4ª, 5ª e 6ª Turmas do TST determinavam a inclusão em pauta dos votos de relatores 
sobre recursos fundados no art. 791-A, § 4º, da CLT, de modo a aplicar, na forma como 
publicada, a decisão do STF, que havia a princípio reconhecido a inconstitucionalidade de 
todo o § 4º do art. 791-A da CLT.
As demais Turmas, na ocasião, determinavam que se aguardasse eventual pronunciamento 
do STF em sede de embargos de declaração, antes que os recursos pertinentes à temática 
fossem incluídos em pauta para julgamento.
 Obs.: A título informativo, saliento que o STF adotou entendimento, na ADI n. 4.167/ED, 
segundo o qual o efeito vinculante das decisões do STF em controle concentrado 
de constitucionalidade (ADI, ADC e ADPF) inicia-se a partir da publicação da parte 
dispositiva do acórdão em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da 
União, requisito este que, no caso da ADI n. 5766, já foi cumprido. Por isso, algumas 
Turmas do TST já julgavam recursos sobre honorários de sucumbência antes mesmo 
de o STF apreciar os embargos de declaração opostos na ADI.
Antes da decisão do STF, aplicava-se exatamente o disposto no § 4º.
Para você entender como funcionava o sistema de sucumbência antes do julgamento da 
ADI n. 5766, apresento breve exemplo: Rodrigo, reclamante e beneficiário da justiça gratuita, 
consegue comprovar que trabalhou em horas extras e receberia R$ 1.000,00 a este título. 
Por outro lado, pediu indenização por danos extrapatrimoniais no valor de R$ 10.000,00 e 
perdeu. Nesse caso, se o juiz arbitrasse honorários de sucumbência de 10% sobre o pedido 
de danos extrapatrimoniais, Rodrigo não receberia nada, pois os R$ 1.000,00 que ganharia 
a título de horas extras seriam destinados a pagar o advogado da empresa.
Em razão do resultado prático da aplicação do art. 791-A, § 4º, o dispositivo foi impugnado 
em sede de controle de constitucionalidade, e declarado inconstitucional por, dentre outros 
fundamentos, ferir o princípio do acesso à justiça (art. 5º, XXXV, Constituição Federal).
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O sistema de sucumbência criado pela Lei n. 13.467/2017 continua existindo. Apenas o 
trecho do § 4º do art. 791-A, que permite a imediata dedução de honorários de sucumbência 
sobre os créditos dos beneficiários da justiça gratuita, quando tenha obtido em juízo, 
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa processual de pagar 
honorários sucumbenciais.
Portanto, atualmente, a obrigação do beneficiário da justiça gratuita de pagar honorários 
sucumbenciais fica sob condição suspensiva de exigibilidade pelos dois anos seguintes ao 
trânsito em julgado, independentemente de ter recebido, ou não, valores no processo.
A Reforma Trabalhista determinou que a compensação NÃO PODE operar sobre os honorários 
dos advogados, como vimos no § 3º. Todavia, a compensação pode operar sobre os créditos 
do reclamante, contanto que ele não seja beneficiário da justiça gratuita,conforme a 
decisão do STF na ADI n. 5766.
Abaixo, apresento ilustração sobre as regras do art. 791-A da CLT, considerando ainda 
a decisão do STF na ADI n. 5766:
SOBRE 
HONORÁRIOS 
DO ADVOGADO
NÃO EXISTE 
COMPENSAÇÃO
SOBRE VERBAS DO 
TRABALHADOR 
RECLAMANTE
OCORRE 
COMPENSAÇÃO, e 
ele perde de suas 
verbas
Contanto que não 
seja beneficiário 
da justiça gratuita 
(ADI n. 5766)
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É bom que você destaque o prazo da referida “condição suspensiva de exigibilidade”: 2 
ANOS, pois no CPC o prazo para o mesmo instituto é diferente!
CONDIÇÃO SUSPENSIVA DE EXIGIBILIDADE 2 ANOS
§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
A reconvenção é admitida no processo do trabalho e tem natureza de uma ação nova nos 
autos de outro processo. Na reconvenção, podem ser deduzidos vários pedidos diferentes, 
desde que tenham alguma relação com o processo principal (alguma relação lógica).
Por exemplo, podemos citar o caso em que a empresa ajuíza ação de consignação em 
pagamento contra o empregado, depositando verbas que entende devidas, e o empregado 
protocola, no mesmo processo, peça de reconvenção, pedindo várias outras verbas do 
mesmo contrato, que não foram oferecidas na consignação.
Se a parte reconvinte (que oferece a reconvenção) ganha seus pedidos, ela faz jus a 
honorários de sucumbência. Se ela perder seus pedidos da reconvenção, deverá igualmente 
pagar honorários de sucumbência, como em qualquer ação.
3 . ReSPoNSabiliDaDe PoR DaNo PRoceSSual3 . ReSPoNSabiliDaDe PoR DaNo PRoceSSual
A Reforma Trabalhista incluiu à CLT os artigos 793-A a 793-D, para tratar da responsabilidade 
por dano processual.
Na CLT, a responsabilidade por dano processual é pertinente a duas sanções processuais 
em espécie:
• 1) Litigância de má-fé;
• 2) Multa à testemunha desonesta.
De modo a tornar a aula mais didática e sistematizada, trabalharei com comentários 
individualizados a cada artigo desse tema, assim como fiz nos outros tópicos da aula.
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado 
ou interveniente.
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Gustavo Deitos
Desde já, perceba que a pena por litigância de má-fé não é uma mera multa processual. 
Embora seja como uma multa, o seu valor é revertido em favor da parte prejudicada pelo 
ato de má-fé no processo. É por isso que este artigo fala que o litigante de má-fé “responde 
por perdas e danos”. Portanto, a “multa” é, no final das contas, uma indenização por 
perdas e danos.
Veja, ainda, que o litigante de má-fé pode ser tanto uma parte quando um terceiro 
que intervir no processo, como o assistente e o amicus curiae, por exemplo.
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
 Obs.: Este inciso não será aplicável quando a parte sustentar em tese que a lei é 
inconstitucional ou injusta.
II – alterar a verdade dos fatos;
Segundo Nelson Nery Junior, alteração da verdade dos fatos pode ser implementada 
de três maneiras: afirmação de fato que não existe, negação de fato que existiu ou, ainda, 
atribuição de versão falsa a um fato verdadeiro.
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
 Obs.: Caso clássico de objetivo ilegal na Justiça do Trabalho é a simulação de contrato 
de trabalho, com reclamação trabalhista, a fim de fazer acordo para que o autor 
saque o valor depositado em conta do FGTS.
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
A resistência injustificada pode ser traduzida em um conjunto de atos que, de modo 
preordenado, visam desacelerar (ou parar) o andamento processual, sem uma razão 
processual lógica.
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
De acordo com Nery Junior, o procedimento temerário consiste em qualquer 
comportamento anormal e equivocado, sendo o agente plenamente consciente de que 
sua atitude é errada. Esse comportamento é doloso, em geral. Não se considera temerária 
a imprudência ou a imperícia.
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
 Obs.: Situação já vista algumas vezes na Justiça do Trabalho de incidente manifestamente 
infundado é a do incidente de falsidade, com fundamento somente na fala do autor, 
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sem qualquer elemento suficiente a indicar que determinado documento juntado 
ao processo é falso.
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Recursos manifestamente protelatórios são aqueles interpostos para atrasar o processo 
e postergar o trânsito em julgado, evitando a efetivação do direito reconhecido a alguma das 
partes. A intenção protelatória, para configurar má-fé, deve ser manifesta, num contexto 
em que a interposição daquele recurso não encontra, nem mesmo em tese, uma esperança 
substantiva de êxito.
Isso ocorre com frequência quanto aos embargos de declaração, que têm o condão de 
interromper o prazo do recurso (zerá-lo). Trabalharemos melhor esses detalhes na aula 
sobre o sistema recursal trabalhista.
Este rol é taxativo (fechado). Portanto, quando o juiz resolver arbitrar multa por litigância 
de má-fé a alguma parte ou terceiro, deverá fazê-lo com fundamento em um ou mais incisos 
deste artigo. Não pode o juiz “inventar” uma causa de má-fé processual.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, 
que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido 
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os 
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
A rigor, a multa por litigância de má-fé pode ser arbitrada de 1,0001% a 9,999%, pois 
deve ser superior a 1% e inferior a 10%. No entanto, as bancas podem, sim, se confundir 
e colocar no gabarito que a multa é de 1% a 10%, o que a rigor está equivocado. Todavia, 
se todas as outras alternativas forem absurdas e esta for a única plausível – apesar desse 
equívoco –, será melhor considerá-la como correta.
Como já foi dito, a multa é, no final das contas, uma indenização por perdas e danos à 
parte prejudicada pelo ato de má-fé. Todo e qualquer gasto que a parte prejudicada tiver 
realizado em razão desse ato de má-fé, direta ou indiretamente, deverá ser indenizado.
Portanto, o percentual variará entre 1% e 10% de acordo com o montante do prejuízo 
amargado pela parte prejudicada. Esses percentuais incidirão sobre o valor corrigido 
(atualizado) da causa, somente. Não há previsão legal para nenhuma outra base, como 
no caso dos honorários advocatíciosde sucumbência, em que há três possíveis bases para 
o percentual.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção 
de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a 
parte contrária.
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Se duas ou mais pessoas cometerem atos de má-fé (como interposição de recurso 
manifestamente protelatório, por exemplo), a multa por litigância de má-fé será proporcional 
ao interesse da parte na causa. Logo, se um dos recorrentes protelatórios é responsável 
principal pelas verbas trabalhistas e o outro é responsável subsidiário, o responsável principal 
acabará pagando uma multa maior. As multas serão distintas para cada um, nesse caso.
Se, todavia, duas pessoas – independentemente do interesse na causa – coligarem-se 
para causar lesão à outra parte, elas responderão de forma solidária por uma mesma multa.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas 
vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Se o valor da causa for de R$ 1.000,00, eventual multa de 10% desse montante por 
litigância de má-fé (R$ 100,00) poderia nem mesmo chegar perto de reparar um dano, não 
é mesmo? Nesses casos, o limite poderá chegar ao dobro do teto dos benefícios do RGPS 
(atualmente, esse valor chegaria a R$ 11.678,90).
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado 
por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
A definição do montante da multa por litigância de má-fé ocorrerá nos mesmos autos 
do processo em que o suposto ato de má-fé tenha sido praticado.
Prioritariamente, o juiz fixará o montante. Se, por qualquer motivo, for impossível 
mensurar esse valor, o montante da multa será determinado por perito contábil ou, ainda, 
pelo procedimento comum, que consiste nas ferramentas de manifestação geralmente 
usadas (quando as próprias partes apresentam seu cálculo, colocando-o ao contraditório 
da parte contrária, para se manifestar sobre o cálculo do valor).
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que 
intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Este artigo não trata, propriamente, de litigância de má-fé, pois a testemunha não é 
litigante, embora o ato por ela praticado seja de má-fé.
Como dito anteriormente, conforme Nery Junior, alteração da verdade dos fatos pode 
ser implementada de três modos:
• 1) afirmação de fato que não existe
• 2) negação de fato que existiu
• 3) atribuição de versão falsa a um fato verdadeiro.
As condutas da testemunha que possam legitimar a imposição de multa a ela só serão 
verificadas se o juiz, inequivocamente, provocá-la a falar sobre o ponto e, no exato ponto, 
ela omitir a verdade ou alterá-la, de qualquer das formas listadas acima.
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Nulidades, Preclusão, Juiz, Sentença, Honorários e Responsabilidade por Dano Processual
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EXEMPLOS
Paula bateu em Joana, e a testemunha diz que Paula não bateu em Joana (2);
Jorge nunca dialogou com Sandro, e a testemunha diz que Jorge ameaçou a vida de Sandro 
com palavras ofensivas (1);
Keila agride Maria sem motivos, e a testemunha diz que Keila defendeu-se de iminente 
agressão de Maria (3).
Portanto, a multa de valor superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa 
pode ser aplicada à testemunha nas hipóteses do artigo comentado, como indenização à 
parte prejudicada.
Sobre a multa aplicada à testemunha, o TST estabeleceu uma norma específica no art. 
10, parágrafo único, da Instrução Normativa n. 41 de 2018:
Após a colheita da prova oral, a aplicação de multa à testemunha dar-se-á na sentença e será 
precedida de instauração de incidente mediante o qual o juiz indicará o ponto ou os pontos 
controvertidos no depoimento, assegurados o contraditório, a defesa, com os meios a ela 
inerentes, além de possibilitar a retratação.
O juiz não poderá aplicar a multa à testemunha de forma arbitrária e indiscriminada. Ele 
deverá instaurar um incidente endoprocessual, destinado a esclarecer se a testemunha 
de fato alterou a verdade ou a omitiu-se sobre pontos essenciais.
Nesse incidente, o juiz deve ser claro quanto aos pontos do depoimento que causam 
dúvida, a fim de que a testemunha possa esclarecer o ponto (exercendo contraditório e 
ampla defesa), podendo, se for o caso, retratar-se e desse modo evitar a aplicação da multa.
O juiz não pode aplicar a multa na audiência, nem em decisão interlocutória posterior. 
Deverá aplicá-la, se for o caso, na sentença definitiva.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.
Não haverá cobrança da multa em autos apartados. Nos autos do mesmo processo 
em que foi colhido o depoimento desonesto, será feita a execução da multa contra a 
testemunha responsável por ele.
Para fixar algumas dessas regras, apresento a seguinte ilustração:
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Litigância de Má-fé
Entre 1% e 10% do 
valor corrigido da 
causa
DE OFÍCIO PELO JUIZ
A REQUERIMENTO DA 
PARTE LESADA
Como indenização por perdas e 
danos à parte lesada
MESMOS percentuais 
aplicam-se às 
testemunhas 
desonestas
Sobre a litigância de má-fé, existe a OJ 409 da SDI-I do TST:
JURISPRUDÊNCIA
OJ 409, SDI-I, TST
O recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé 
(art. 81 do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de 1973) não é pressuposto objetivo para 
interposição dos recursos de natureza trabalhista.
Se a parte for multada por litigância de má-fé e, após a sentença, quiser recorrer, não 
precisará pagar a multa como condição para a interposição do recurso. Portanto, se o 
juiz denegar seguimento ao recurso exigindo o pagamento dessa multa, caberá agravo de 
instrumento para destrancá-lo, e o tribunal certamente admitirá o recurso, com fundamento 
na OJ 409 da SDI-I do TST.
Existe sobre o tema, também, a OJ 158 da SDI-II do TST:
JURISPRUDÊNCIA
OJ 158, SDI-II, TST
A declaração de nulidade de decisão homologatória de acordo, em razão da colusão 
entre as partes (art. 485, III, do CPC), é sanção suficiente em relação ao procedimento 
adotado, não havendo que ser aplicada a multa por litigância de má-fé.
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