Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Principais Patologias dos Povos Indígenas Introdução Malária, infecções respiratórias e diarreias eram as principais causas de morte no Parque Indígena do Xingu (PIX), no Mato Grosso, em 1965. Hoje, a malária está sob controle e, embora as doenças infecciosas e parasitárias ainda sejam relevantes em termos de mortalidade, são os males crônicos não transmissíveis, como hipertensão, diabetes etc. Introdução Nos últimos anos, no entanto, novas doenças do homem branco começam a se fazer presentes dentro das terras indígenas. Desta vez, são problemas causados pela adoção de um estilo de vida mais urbano, semelhante ao das grandes cidades A análise dos resultados mostrou uma prevalência de hipertensão arterial de 10,3% em ambos os sexos, sendo que 18,7% das mulheres e 53% dos homens apresentaram níveis de pressão arterial considerados preocupantes. Os Khisêdjê ainda não estão tão hipertensos como os demais brasileiros, mas o cenário é delicado, uma vez que tal condição era inexistente ou rara nas aldeias brasileiras até décadas atrás. De acordo com a pesquisadora, entre os fatores que vêm transformando o panorama entre os índios estão maior proximidade com os centros urbanos e intensificação do contato com a sociedade não indígena, com a incorporação de novos hábitos e costumes. Aumento do número de indivíduos que exercem atividade profissional remunerada, abandonando práticas de subsistência tradicionais como agricultura, caça e pesca; e maior acesso a produtos e bens de consumo, como alimentos industrializados, eletroeletrônicos e motor de barcos (o que dispensa a necessidade de remar). Ainda assim, o quadro preocupa os pesquisadores, uma vez que o controle das doenças requer condições nem sempre disponíveis nas aldeias, como refrigeração (no caso da insulina), controle da dose e do horário dos medicamentos, controle regular da glicemia e da pressão arterial. Segundo Gimeno, “o estímulo e a garantia da preservação dos hábitos e costumes desses povos seriam medidas preventivas de grande valia”. Bebida alcoólica ‘’Caxiri’’ Os índios consomem uma bebida alcoólica preparada à base de mandioca fermentada, chamada de caxiri. O caxiri faz parte do dia a dia da tribo, e é consumido tanto na labuta na roça quanto nos rituais religiosos mais importantes. Como a bebida serve para estreitar os laços sociais, seu consumo acontece em diversos eventos e festividades da região, como o Dia do Índio, festas de santos, competições esportivas e até assembleias políticas. Por causa da grande quantidade de carboidratos na bebida, ela acaba sendo uma importante fonte de calorias para os índios. Isso faz com que sua função não seja apenas psicoativa, mas também de alimentação. Por isso, é consumida durante as atividades produtivas, servindo de combustível para o cultivo da roça, a caça e a pesca. Durante séculos, esse estilo de consumo de bebida alcoólica não provocou grandes danos aos grupos, uma vez que o caxiri tem baixo teor alcoólico e alto valor calórico. Com a chegada da cachaça, no entanto, a prática dos hábitos tradicionais com a nova bebida revelou-se explosiva O estudo intitulado 1º inquérito nacional de saúde e nutrição dos povos indígenas: principais resultados, elaborado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), revelou os problemas na saúde de povos indígenas brasileiros. De acordo com a pesquisa, cerca de 50% das mulheres indígenas sofrem de anemia grave e, entre as crianças, esse número chega a 66% na região Norte do país. Além disso, 15,7% das mulheres indígenas são obesas e 30,2% delas apresentam sobrepeso. O panorama indica que a carga de doenças é resultado da dificuldade de acesso e da baixa qualidade de atenção médica. São doenças ligadas a mudanças na forma de trabalhar, de beber e de se alimentar, causadas principalmente pela presença de produtos industrializados produzidos fora da aldeia. Prevalência de patologias desde a colonização Tuberculose Malária Esquistossomose Febre amarela Verminoses em geral Patologias da atualidade HAS DM Obesidade Doenças respiratórias devido ao tabaco
Compartilhar