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Endodontia Anatomia Dental Interna Só vamos instrumentar os canais principais; os restantes vão ser sanificados com as substâncias químicas durante o processo; Incisivo Central Superior Terço apical: forma circular; Terço médio: forma ovalada, com o lado maior para vestibular; Terço cervical: forma cônica triangular, com base para a vestibular; Raízes 1 (100%) Números de canais 1 (100%) Comprimento médio 22.0mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,30 – 0,45 mm Incisivo Lateral Superior Terço apical: forma circular; Terço médio: forma ovalada, com discreto achatamento proximal; Terço cervical: forma cônica triangular, com base para a vestibular; Raízes 1 (100%) Números de canais 1 (100%) Comprimento médio 22.5mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,30 – 0,60 mm Canino Superior Terço apical: forma circular; Terço médio: forma ovalada, com discreto achatamento proximal; Terço cervical: forma cônica triangular, com base para a vestibular e achatamento mésiodistal; Dentes mais compridos da cavidade bucal. Raízes 1 (100%) Números de canais 1 (100%) Comprimento médio 26,5mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,30 – 0,45 mm Primeiro Pré-Molar Superior Terço apical: Condutos em forma circular totalmente separados; Terço médio: Condutos em forma circular separados por uma ponte de dentina; Terço cervical: Dois condutos de forma elíptica, unidos por um pequeno istmo; Ficar atento na radiografia para odontometria, pois as raízes podem ficar sobrepostas (usar técnica de Clark). Raízes 1 (20%) / 2 (80%) Números de canais 1 (20%) / 2 (80%) Comprimento médio 21mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 1C 0,20 – 0,5mm / 2C 0,15 – 0,7 mm Segundo Pré-Molar Superior Terço apical: Forma elíptica ou circular; Terço médio: Forma elíptica, alongada de vestibular para palatino; Terço cervical: Conduto de forma elíptica alongado ou vestibular para palatino, com achatamento proximal. Terço apical: Condutos em forma circular totalmente separados; Terço médio: Condutos em forma circular separados por uma ponte de dentina; Terço cervical: Dois condutos de forma elíptica, unidos por um pequeno istmo. Raízes 1 (90%) / 2 (10%) Números de canais 1 (65%) / 2 (35%) Comprimento médio 21,5mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 1C 0,20 – 0,70mm / 2C 0,30 – 0,35 mm Incisivo Central Inferior Terço cervical, médio e apical: Forma elipsoide com achatamento proximal Raízes 1 (100%) Números de canais 1 85% / 2 15% Comprimento médio 22,5 mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,15 – 0,70 mm Incisivo Lateral Inferior Terço médio: forma elíptica, alongada de vestibular para palatino. Raízes 1 (100%) Números de canais 1 85% / 2 15% Comprimento médio 21 mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,15 – 0,70 mm Canino Inferior Terço cervical: Forma ovalada com base para vestibular e achatamento proximal; Terço médio: Forma ovalada com base para vestibular e achatamento proximal, porém de menos calibre que o cervical; Terço apical: Forma circular. Raízes 1 (100%) Números de canais 1 90% / 2 10% Comprimento médio 25 mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,10 – 0,50 mm Primeiro Pré-Molar Inferior Terço cervical: Forma ovalada com base para vestibular e achatamento proximal; Terço médio: Forma ovalada, porém de menos calibre que o cervical; Terço apical: Forma circular. Raízes 1 (100%) Números de canais 1 86% / 2 14% Comprimento médio 21,5 mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,10 – 0,35 mm Segundo Pré-Molar Inferior Terço cervical: Forma ovalada com base para vestibular e achatamento proximal; Terço médio: Forma ovalada, porém de menos calibre que o cervical; Terço apical: Forma circular. Raízes 1 (100%) Números de canais 1 85% / 2 15% Comprimento médio 22,0 mm Diâmetro do canal a 1mm do ápice 0,20 – 0,40 mm Cirurgia de Acesso Isolamento Absoluto; Objetivos: Remover todo o tecido cariado; Conservar estrutura dentária sadia; Expor a câmara pulpar por completo; Remover todo o tecido coronário; Localizar as embocaduras dos canais radicular; Conseguir acesso direto ao forame., de forma que as limas entrem passivamente; Definir as margens do preparo para futuro procedimento restaurador. Etapas Operatórias Determinação do ponto de eleição; Direção de trepanação; Forma de conveniência; Remoção do teto; Preparo da entrada dos canais. Ponto de Eleição Região onde se inicia a trepanação. Direção de Trepanação Inclinação dada à broca esférica diamantada, a partir do ponto de eleição para alcançar a parte mais volumosa da câmara pulpar. Forma de Conveniência Triangular com base voltada para incisal (incisivos superiores e inferiores); Losangular: caninos; Elíptica no sentido vestíbulo-palatino: pré molares superiores; Circular nos Pré-Molares Inferiores com um canal e mais elíptica ou ovalada com 2 ou mais canais. Remoção do Teto Utilizar broca esférica de baixa rotação; Movimentos de tração em direção a incisal; Utilizar broca diamantada cônica para alisar as paredes; Brocas de Largo: alargar esse terço cervical, para facilitar a penetração das limas. Odontometria O limite apical de instrumentação deve ser na junção cemento-dentinário, limite CDC; Polpa vida: 1 a 1,5 do vertice do apice radiográfico; Polpa necrosada: 0,5 a 1mm do vértice do ápice radiográfico Técnica de odontometria: Radiografia inicial – técnica do paralelismo; CAD (Comprimento Aparente do Dente): medir o comprimento do dente (oclusal e vértice radiográfico de cada raiz); Para calcular o Comprimento Real do Instrumento (CRI) temos: CRI = CAD – 3 Esse 3 é uma margem de segurança utilizada como padrão; Selecionar o instrumento justo ao canal e inserir no conduto na medida encontrada, realizar outra tomada radiográfica, dessa vez o dente precisa já estar em isolamento absoluto (RX focado no ápice), obter a medida da diferença entre ambos; X = A diferença entre a ponta do primeiro instrumento introduzido no canal (de CRI) até o vértice radiográfico; O comprimento real do dente (CRD) somando-se ao CRI a diferença da ponto do instrumento ao vértice radiográfico da raiz (X) CRD = CRI + X O comprimento real de trabalho (CRT) é determinado: Polpa viva = CRT = (CRI +X) – 1 (ou 1,5) Polpa morta = CRT = (CRI + X) – 0,5 (ou 1,0) Preparo Químico-Cirúrgico O sucesso endodôntico está relacionado a qualidade do preparo mecânico do canal radicular Modelagem: conferir forma adequada ao canal, para receber e conter a obturação; Sanificação: o Limpeza: remoção de matéria orgânica com o uso de substâncias químicas, deixas paredes livres de sujidades; o Desinfecção: diminuir ao máximo a carga microbiana, impedir a contaminação da cavidade em casos de polpa viva. Principais movimentos aplicados aos Instrumentos endodônticos Penetração, exploração ou cateterismo: instrumentos de diâmetro menor (limas de menor calibre, uma 8 ou 10) que os canais, são introduzidos sentido apical com movimentos de rotação sentido horário e anti-horário de ¼ de volta com retrocesso completo. Cria-se passagem para os demais instrumentos. Alargamento: consiste na rotação e no deslocamento compressivo simultâneos de um instrumento (limas de maior calibre). O alargamento pode ser realizado por meio de uma rotação parcial à direita, ou rotação continua. O operador faz uma força no sentido apical acompanhada da rotação parcial seguida de racionamento em sentido cervical; Limagem: processo mecânico que visa conseguir limpeza (geram raspas)por meio de raspagem (aumentando o tamanho das nossas limas), movimentos longitudinais alternando de avanço e retrocesso, conseguindo o desgaste de parte da superfície destinaria do canal. Durante o processo de limagem, não pode faltar irrigação. Instrumentação manual: Polpa Viva = Primeiro instrumento (o da odontometria) + 3 + preparo apical (ex: 15 na odontometria, vai utilizar mais 3 sendo elas a 20, 25 e 30, no preparo apical a 35); Polpa Necrosada = Primeiro instrumento + 4 + preparo apical. Substâncias Químicas Trabalham em conjunto com as Limas, para que tenha uma melhor sanificação dos condutos; Soluções Irrigantes – Características ideais: Molhabilidade (baixa tensão superficial); Capaz de realizar dissolução tecidual; Englobar raspas de dentina as quais foram geradas na limagem; Ação lubrificante a fim de facilitar a ação dos instrumentos; Ação antimicrobiana; Aumentar a permeabilidade dentinária; Ser solúvel; Biocompatilidade tecidual. Solução Irrigante Ação antimicrobiana – Hipoclorito de sódio, associado ao ENDO PTC; Ação descalcificante – EDTA-T 17% Hipoclorito de Sódio: o Ação antimicrobiana; o Dissolução tecidual; o Molhabilidade (baixa tensão superficial); o Detergente; o Lubrificante; o Clareadora. o Cuidados: na questão de extravasamento, usamos o de Dakin por ter uma concentração menor e ocorrer menos acidentes. O Hipoclorito quando é extravasado em estruturas importantes, como o seio maxilar, pode trazer inflamações tendo que o paciente utilizar corticoides; utilizar as pontinhas que tem saída de líquido pela lateral e não pela ponta (chance de extravasar muito menor). Endo PTC: o Peróxido de uréia - 10% antimicrobiano (reage com NaOCl); o Carbowax 400 – 75% veículo com baixa viscosidade; o Tween 80 – Detergente / Tensoativo facilita a umectação. Associação de Fármacos: o Endo PTC + Hipoclorito de Sódio: faz um processo de efervescência, remoção do Smear Layer; o Magma Dentinário após PQC: O Smear Layer é uma camada amorfa, heterogênea, composta por 95% de raspas dentinárias e restos pulpares, microrganismos e resíduos de substâncias químicas; composto de partes orgânicas e inorgânicas. o EDTA – Ácido Etileno Diamino Tetracético 17% (Tergentol – detergente tensoativo) na irrigação final, para que consiga remover tudo que tem dentro dos túbulos dentinários, os quais as limas não passam; Medicações Intracanal Objetivo: Combater os microrganismos que resistem a sanificação dos canais durante o PQC; Promover desinfecção da área não atingido pelas substâncias químicas auxiliares; Controle da reação inflamatória; Estimular o reparo; Promover a neutralização dos produtos tóxicos. Características Ideais: Molhabilidade (umectação, baixa tensão superficial); Dissolução tecidual; Englobar raspas de dentina; Ação lubrificante a fim de facilitar a ação dos instrumentos; Ação antimicrobiana; Aumentar a permeabilidade dentinária; Ser solúvel; Biocompatibilidade tecidual. A escolha da medicação dependerá de quais fatores? Do estado patológico da polpa (viva ou morta); Do tempo em que ela ficará no canal (curto ou longo); Da fase em que o tratamento endodôntico se encontra. Principais Medicações NDP: o Corticoide presente no NDP é auxiliar no controle da inflamação e da dor pós-operatória; o O antisséptico existente no NDP atua como barreira química. o Composto por: Fosfato de Dexametasona, Paramonoclorofenol e Rinossoro; o Utilizamos em caso de inflamação, de dor, pós operatória e sempre em polpa viva; o PQC Incompleto. PRP: o Maximizar a eliminação de microrganismos; o Paramonoclorofenol em veículo de Polietilenoglicol / Rinossoro; o Não tem Dexametasona; o PQC Incompleto. Hidróxido de Cálcio: o PQC Completo; o Dissolução química – libera íons de cálcio e hidroxila; o Possui ação antimicrobiana obtida pela alcalinização (as bactérias vivem em meios ácidos) do meio; o Possui atividade anti-endotoxica; o Possui propriedade enzimática – inativação de enzimas bacterianas e ativação de enzimática tecidual para reparo; o Possui propriedade de dissolução tecidual que vai fazer com que contribua para limpeza do dente; o Possui propriedade alcalinizante: controla processo de reabsorção; o Tempo mínimo de permanência no canal radicular: 14 dias (caso trocar antes, não tem ação medicamentosa, e foi puramente uma barreira física); o Trocas MIC: após 14 dias, a cada 30 dias o Ele deixa o pH elevado quando cede os íons hidroxila. /cálcio. Resumo MIC Polpa Viva: Antes ou depois de terminar o PQC: NDP Necrose Pulpar: Antes PQC: PRP Depois do PQC: Hidróxido de Cálcio Técnica de introdução de MIC Após irrigação e aspiração, secagem do canal com cone de papel, nunca utilize a seringa tríplice; Escolha da medicação intracanal com base no diagnóstico; Calibrar a agulha 2mm aquém do CRT, para que não extravase para fora do dente; Remoção do excesso de MIC na câmara pulpar; Bolinha de algodão estéril na entrada do canal; Selamento provisório duplo: material obturador provisório + CIV; Ajuste oclusal. Obturação Objetivo: selar toda a extensão da cavidade endodôntica. O material obturador deve ocupar todo o espaço anteriormente preenchido por tecido pulpar, propiciando assim seu secamento de maneira tridimensional. O Vedamento deve isolar o meio interno do meio externo. Momento ideal da obturação: PQP Completo; Ausência de exsudação persistente, canal radicular totalmente seco e ausência de pus; Ausência de sintomatologia; Ausência de fístula. Propriedades ideais dos Material Obturador: Facilidade de manipulação e tempo de trabalho amplo; Estabilidade dimensional; Biocompatibilidade; Inibição de crescimento microbiano; Radiopacidade; Possibilidade de remoção, caso futuramente precise de uma nova intervenção. Sequência técnica da obturação Seleção de cone: o Teste visual: medir o comprimento do cone do mesmo tamanho do CRT; o Teste tátil: cone tem que estar na medida CRT e tem que possuir um travamento de forma que precisa de certa pressão para ele sair. Se o cone ficar solto na hora que for inserir o cimento, o cone passe o CRT e fique ultrapassando o nosso dente, ficando fora; o Teste radiográfico: vai colocar o cone em posição e radiografar, tem que ter uma radiografia semelhante à da nossa confirmação de odontometria. Caso não esteja na medida certa a régua endodôntica tem furinhos para calibrar o cone e ele ficar preso e em tamanho adequado. Irrigação e aspiração final; Secagem do canal com cones de papeis absorventes; Preparo do cimento; Inserção de cimento e cone principal. Molha a ponta do cone principal, leva em posição e pincela as paredes, 2 a 3 vezes, de forma lenta e calma, sem extravasar cimento para fora, depois que fez 2 a 3 vezes molha novamente o cone, coloca ele em posição e não mexe mais. Em seguida vamos colocar os cones acessórios, meleca a pontinha, leva ele em posição e deixa lá, e vai preenchendo (quantos couberem) de cones acessórios. Condensação lateral, auxilia na colocação dos cones acessórios, utilizar os espaçadores digitais para abrir espaço, tira ele e imediatamente em seguida já insere um cone, ou seja, os espaçadores digitais vão abrindo espaço e condensando lateralmente os cones que já colocamos de forma que evite bolhas e espaços que possam atrapalhar em nossa obturação; Radiografia da prova da obturação, para ver se não ficou bolha, se cabe mais cones acessórios, se não ficou espaço, se cone não ficou ultrapassado; Cortes dos cones e condensação vertical,com os calcadores de Paiva bem aquecidos e com o calcador frio vamos condensar ele na vertical; Limpeza da câmara pulpar: bolinha de algodão estéril com álcool, limpar todo cimento em volta da nossa câmara pulpar; Selamento provisório duplo (material obturador provisório + CIV); Restauração; Radiografia final, nesse momento não precisa estar com o isolamento absoluto;