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PROCESSO: ADI/1625
RELATOR: MIM. MAURÍCIO CORRÊA 
ASSUNTO: DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
A ação direta de inconstitucionalidade foi ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, uma entidade sindical de Grau superior, a fim de obter a declaração de inconstitucionalidade do Decreto 2.100, de 20 de dezembro de 1996, que denunciou a Convenção 158 da OIT, devidamente aprovada e promulgada pelo Decreto Legislativo n° 68 de 16/09/92 e Decreto n° 1.855 de 10/10/96, respectivamente.
Suscitou que o ato violava o art. 49, I da CF de 88. Isso pois, o Decreto n° 2.100/96 já que o poder competente para aprovar tratados normativos (Congresso Nacional, cujas disposições, com essa aprovação e consequente ratificação (ato jurídico complexo) se incorporam à legislação, é igualmente competente para aprovar ou referendar a denúncia de iniciativa do Poder Executivo. 
A Convenção nº 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Ocorre que, embora a Convenção nº 158 tenha sido ratificada pelo Brasil, ela foi denunciada pelo Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que revogou a adesão do Brasil à Convenção, através do Decreto nº 2.100 de 1996.
Dessa forma, a Convenção nº 158 não chegou a ser aplicada no Brasil. A controvérsia surge a partir da revogação da Convenção nº 158, através do Decreto Presidencial nº 2.100/96.
Isso porque, diante deste cenário, sobreveio vários questionamentos a respeito da constitucionalidade desta revogação, sob o argumento de que esta não poderia ter sido realizada por ato unilateral do Presidente da República, sem a deliberação do Congresso Nacional. 
Em 03/11/2022 foi julgada improcedente o pedido formulado, mantendo a validade do Decreto n° 2.100, propondo a seguinte tese de julgamento: “a denúncia pelo Presidente da República de tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, para que produza efeitos no ordenamento jurídico interno, não prescinde da sua aprovação pelo Congresso, entendimento que deverá ser aplicado a partir da publicação da ata do julgamento, mantendo-se a eficácia das denúncias realizadas até esse marco temporal, formulando, por fim, apelo ao legislador para que elabore disciplina acerca da denúncia dos tratados internacionais, a qual preveja a chancela do Congresso Nacional como condição para a produção de efeitos na ordem jurídica interna, por se tratar de um imperativo democrático e de uma exigência do princípio da legalidade, pediu vista dos autos o Ministro Gilmar Mendes. O Ministro Ricardo Lewandowski antecipou seu voto e acompanhou o voto da Ministra Rosa Weber (Presidente).”
O que a Convenção nº 158 prevê, é que a demissão dos empregados não poderá ocorrer sem que haja uma justificativa, que poderá se fundamentar na performance ou comportamento do trabalhador, bem como de acordo com as necessidades de funcionamento da empresa.
Deste modo, a empresa continuará podendo realizar a demissão dos empregados, utilizando-se do seu poder diretivo. Assim, se a convenção retorna a ter validade, o seu efeito deverá ser compatibilizado com a legislação nacional, ademais não seria autoaplicável, já que necessariamente precisaria de ajuste legislativo.

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