Buscar

Direito Constitucional 2

Prévia do material em texto

07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 1/35
DIREITO CONSTITUCIONAL
CAPÍTULO 2 - COMO SE ESTRUTURAM
OS PODERES DO ESTADO?
Guilherme Aparecido da Rocha
INICIAR
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 2/35
Introdução
Você já pensou sobre como são estruturados os poderes do Estado? Como a
organização do país é feita de modo que uma autoridade possa controlar a outra sem
que nenhuma possa agir de forma contrária ao que prevê a lei? As funções de cada
poder são estruturadas para viabilizar o pleno desenvolvimento do Estado, conforme
características que você estudará neste capítulo.
Você sabe para que serve e quando pode ser utilizada uma medida provisória? Sabe
qual a distinção entre essa espécie legislativa e a lei delegada? Elas estão
diretamente relacionadas, mas as características de uma geraram o desuso da outra,
conforme conteúdo a ser estudado no primeiro tópico deste capítulo, oportunidade
em que você também estudará as resoluções e os decretos legislativos.
No segundo tópico, você estudará o poder Executivo começando pela estrutura dos
ministérios. Você sabe para que serve um ministério? Sabe quantos o Brasil possui
atualmente? Essas indagações instigarão o desenvolvimento dessa etapa da
disciplina. O estudo do Executivo impõe ampla análise sobre as previsões
constitucionais para o presidente da República, no entanto, você estudará
especificamente a forma de eleição, os poderes, a vacância do cargo e a
responsabilidade do chefe do poder Executivo.
Nos tópicos finais deste capítulo, você estudará o poder Judiciário. Iniciará
conhecendo as garantias institucionais e funcionais que viabilizam o desempenho
imparcial das suas funções. É nesse contexto que se insere o Conselho Nacional de
Justiça, criado pela emenda constitucional n. 45/2004. Você sabe para quem
reclamar caso sofra algum prejuízo gerado por um juiz? Ao finalizar os estudos deste
capítulo, terá identificado o órgão com competência para apurar desvios funcionais
dos membros do poder Judiciário, pois terá, inclusive, conhecido toda a estrutura
desse poder do Estado.
2.1 Processo legislativo (Parte II)
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 3/35
Neste tópico você estudará quatro espécies legislativas, subdivididas em dois grupos.
No primeiro, conhecerá as medidas provisórias e as leis delegadas e, no segundo, os
decretos legislativos e as resoluções.
Você provavelmente já ouviu falar em medida provisória por meio de diferentes
veículos de comunicação. Talvez, porém, nunca tenha ouvido falar em leis delegadas.
Há uma razão clara para isso, como você aprenderá. A medida provisória dá mais
autonomia ao presidente da República, diferente da lei delegada, que o torna
dependente do poder Legislativo.
Você sabe quem decide sobre um tratado ou convenção internacional no Brasil? Se
nosso país for recepcionar algum acordo internacional, o documento que manifesta a
recepção do texto é um decreto legislativo, cujas características você estudará na
última parte deste tópico, oportunidade na qual também analisará as nuances da
resolução.
2.1.1 Medida provisória e lei delegada
O processo legislativo compreende as etapas de produção das espécies legislativas
previstas no artigo 59 da Constituição Federal, dentre as quais se incluem as leis
delegadas e as medidas provisórias, as quais estão diretamente relacionadas.
O desuso da lei delegada na realidade legislativa brasileira se deve, precisamente, à
medida provisória, instituída na Constituição em substituição ao antigo Decreto-Lei e
aprimorada pelo Constituinte Derivado em 2001, por meio de emenda constitucional
(n. 32). As leis delegadas, segundo previsão constitucional, são elaboradas pelo
presidente da República após autorização do Congresso Nacional.
Após enviar o pedido de elaboração de determinada lei ao Congresso, este se reúne
para analisá-lo, podendo autorizá-lo ou negá-lo. O instrumento de autorização é a
Resolução, espécie legislativa que você estudará no tópico a seguir.
Você sabe quantas leis delegadas foram elaboradas pelo presidente da República
após receber autorização do Congresso Nacional, desde a promulgação da
Constituição Federal de 1988? Somente duas, ambas em 1992. Para que você tenha
um parâmetro de comparação, você sabe quantas leis ordinárias foram publicadas
depois da promulgação da Constituição? Foram 5.956 leis. A mera confrontação dos
dados já permite concluir que a lei delegada é um instrumento em completo desuso.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 4/35
A espécie legislativa que justifica, do ponto de vista prático, a não utilização das leis
delegadas é a medida provisória. Mais de 800 medidas provisórias já foram criadas
desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o que também evidencia a
sua preferência pelos presidentes da República em detrimento das leis delegadas.
A Constituição prevê que, em caso de relevância e urgência, o presidente pode editar
medida provisória, com força de lei. Note que a medida provisória não é lei, embora
tenha a mesma imperatividade durante o período da sua vigência, que é temporário.
Mas o que pode ser considerado urgente e relevante? É o presidente da República
quem possui competência para avaliar qual assunto possui essas características. Em
regra, aliás, o poder Judiciário não pode rever a questão para analisar se a matéria é
realmente urgente e relevante, conforme jurisprudência pacífica do Supremo
Tribunal Federal: 
Conforme entendimento consolidado da Corte, os requisitos constitucionais
legitimadores da edição de medidas provisórias, vertidos nos conceitos jurídicos
indeterminados de "relevância" e "urgência" (art. 62 da CF), apenas em caráter
excepcional se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força da regra da separação
de poderes (art. 2º da CF).  (STF, Ação declaratória de constitucionalidade 11 MC, Rel.
Min. Cezar Peluso, DJ 29-6-2007)
Não se admite, porém, a edição de medidas provisórias sobre algumas matérias,
como nacionalidade, cidadania, direito penal, direito eleitoral etc. Mas por que a
medida provisória não pode disciplinar esses assuntos? Primeiro, porque os assuntos
mencionados no § 1º do art. 62 devem ser apreciados minuciosamente pelo
Congresso Nacional, sendo incompatíveis com o rito célere da medida provisória.
Segundo, porque a provisoriedade dessa espécie legislativa é incompatível com os
assuntos ali mencionados.
Editada a medida provisória, ela deve ser imediatamente submetida ao Congresso
Nacional. A partir da publicação, o Congresso possui 60 dias para apreciá-la. Esse
prazo é prorrogável por igual período. Porém, após o seu término, a medida
provisória perde eficácia se não tiver sido convertida em lei.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 5/35
Se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias após a sua publicação, entra
automaticamente em regime de urgência nas casas do Congresso Nacional e gera o
sobrestamento das demais matérias até que ela seja definitivamente apreciada. Note
que a Constituição força o trâmite acelerado da medida provisória e impõe a sua
apreciação. Isso ocorre porque a medida provisória não convertida em lei pode gerar
problemas para a sociedade. 
CASO
Imagine que, por medida provisória (MP), o presidente da República reduza o
número de parcelas do seguro-desemprego e que essa medida valha por 120
dias (prazo máximo admitido pela Constituição para vigência da MP). Imagine,
agora, que o Congresso não a converta em lei, rejeitando, portanto, o seu
conteúdo.Nesse caso, o que acontece com os trabalhadores que foram
demitidos no período da vigência da medida provisória? Receberão
quantidade menor de parcelas, ou agora têm o direito ao regime anterior
(previsto na lei vigente antes da edição da medida provisória), haja vista a
rejeição da MP? A Constituição Federal não fornece resposta objetiva para
essas questões, que deverão ser definidas pelo Congresso logo após a rejeição
da medida provisória. A decisão sobre os trabalhadores que receberão
quantidade menor de prestações do seguro-desemprego durante a vigência
da MP caberá, portanto, ao Congresso Nacional, que também tem 60 dias para
fazê-lo, mediante decreto legislativo. Se isso não ocorrer, a medida provisória
rejeitada continuará regendo as relações travadas durante sua vigência. No
caso, se o Congresso não cumprisse o prazo, os trabalhadores acabariam
recebendo quantidade menor de parcelas. Note, no entanto, a dificuldade e a
instabilidade criadas.
Se a medida provisória for aprovada pelo Congresso e o seu texto for convertido em
lei, o texto publicado pelo presidente será mantido em vigência até que seja
sancionado ou vetado (também pelo presidente) o respectivo projeto de lei de
conversão. 
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 6/35
A análise dos requisitos de urgência e relevância desperta muitas discussões sobre os limites da
discricionariedade do presidente da República. Nesse contexto, o artigo “Medida provisória: o controle dos
requisitos constitucionais de relevância e urgência pelo Congresso Nacional e pelo STF”, publicado na
Revista Brasileira de Direito Constitucional, fornece importante complemento de estudo. Acesse:
<http://www.esdc.com.br/RBDC/RBDC-14/RBDC-14-025-
Artigo_Felipe_Penteado_Balera_(Medida_Provisoria).pdf (http://www.esdc.com.br/RBDC/RBDC-14/RBDC-
14-025-Artigo_Felipe_Penteado_Balera_(Medida_Provisoria).pdf)>.
Agora que você já identificou as características das leis delegadas e das medidas
provisórias, espécies legislativas diretamente relacionadas ao poder Executivo,
passaremos ao estudo da Resolução e do Decreto Legislativo, que são espécies
exclusivas do poder Legislativo.
2.1.2 Decreto legislativo e resolução
O Decreto Legislativo e a Resolução são espécies legislativas que servem para
disciplinar assuntos de competência das Casas Legislativas do Congresso Nacional.
Em nenhuma delas há participação do poder Executivo, ou seja, o presidente da
República não pode apresentar nenhum projeto de Decreto Legislativo ou de
Resolução, assim como não sanciona nem veta nenhum deles. O processo legislativo
dessas espécies legislativas se inicia e termina, portanto, no âmbito do próprio poder
Legislativo (FERREIRA FILHO, 2015, p. 216-217).
Não há consenso na doutrina sobre uma definição precisa de cada espécie
legislativa, embora tenha se difundido, na prática legislativa brasileira, a distinção a
seguir.
Decretos Legislativos servem para disciplinar assuntos privativos das Casas
Legislativas, no entanto com repercussão externa, de modo, inclusive, a gerar
direitos ou obrigações a terceiros, como no caso de concessão de honrarias.
VOCÊ QUER LER?
http://www.esdc.com.br/RBDC/RBDC-14/RBDC-14-025-Artigo_Felipe_Penteado_Balera_(Medida_Provisoria).pdf
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 7/35
Resoluções também servem para disciplinar assuntos privativos das Casas
Legislativas, mas sem repercussão externa, ou seja, assunto internos, como
organização administrativa, regras funcionais, entre outros.
A Constituição Federal prevê o uso do Decreto Legislativo para assuntos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, como a recepção de tratados, ou
convenções internacionais.
Já a Resolução, em âmbito federal, é utilizada à disciplina das competências
privativas da Câmara dos Deputados, prevista no artigo 51, e do Senado Federal,
prevista no artigo 52, ambos da Constituição Federal. Dentre elas destaca-se a
competência para elaborar Regimentos Internos e dispor sobre a própria
organização.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 8/35
Especificamente sobre a recepção de tratados e convenções internacionais, que é
feita pelo Congresso Nacional por meio de Decreto Legislativo, é importante ressaltar
a possibilidade de atribuir status de norma constitucional a um documento
 Figura 1 - O Decreto
Legislativo é utilizado para assuntos de competência exclusiva do Congresso Nacional. Fonte: Gary yim,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 9/35
internacional que verse sobre direitos humanos. Isso é possível desde que, no
momento da votação do Decreto Legislativo, o Congresso o submeta a dois turnos de
votação e que se alcance, em cada um deles, quórum de três quintos dos
parlamentares.
Apenas uma Convenção sobre direitos humanos foi aprovada com status de norma constitucional no
Brasil. Trata-se da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo.
Você pode ser o teor completo da Convenção, que foi recepcionada pelo Decreto Legislativo n.º 186/2008,
disponível no link: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/quadro_DEC.htm
(https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/quadro_DEC.htm)>.
Agora que você concluiu os estudos sobre o poder Legislativo, passaremos ao estudo
da estrutura e das características do poder Executivo. Após compreender o processo
de produção das normas você estudará as características do poder incumbido de
aplicá-las no exercício da atividade de administração. 
VOCÊ QUER LER?
2.2 Poder Executivo
Ao estudar o poder Executivo, você primeiro irá conhecer a razão de ser e, depois,
identificar quantos e quais são os Ministérios brasileiros. Você crê ser possível
administrar o Estado de maneira isolada? É possível concentrar na figura do
presidente da República decisões que vão desde assuntos previdenciários e
bancários até a aquisição de medicamentos? É nesse contexto que os Ministérios
assumem papel fundamental na organização do Estado.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/quadro_DEC.htm
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 10/35
Você também estudará as características que circundam o presidente da República.
Primeiro, analisará o sistema eleitoral que é adotado pela Constituição para a eleição
do chefe do poder Executivo. Nesse contexto, aprenderá a responder boatos que
circulam há muito tempo, como é possível invalidar uma eleição se mais da metade
dos eleitores votarem em branco ou se anularem o voto?
As atribuições do presidente da República serão objeto de estudo, assim como a
responsabilidade deste. Você sabe o que acontece se o presidente cometer um crime
comum? E se cometer um crime de responsabilidade? Você sabe qual a diferença
entre eles? Essas indagações instigam o desenvolvimento deste tópico, que também
abordará o processo de impeachment.
2.2.1 Estrutura básica: ministérios
O exercício do poder Executivo é feito pelo presidente da República, em âmbito
federal, pelo governador, em âmbito estadual e distrital, e pelo prefeito, em âmbito
municipal. Nenhum deles, no entanto, exerce as atividades de administração
isoladamente, o que é humanamente impossível, por isso a Constituição prevê que o
exercício do poder Executivo é feito mediante o auxílio dos ministros de Estado, o que
viabiliza a desconcentração das decisões.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_111/35
O presidente da República não possui condições para, sozinho, tomar todas as
decisões relacionadas aos inúmeros assuntos de interesse nacional. Em razão disso,
nomeia pessoas da sua confiança pessoal para que elas, em seu nome, decidam
sobre assuntos de alta relevância, ou seja, os ministros de Estado. (TAVARES, 2017, p.
1321)
Raciocínio idêntico se aplica em relação aos governadores e prefeitos, que, ao invés
de nomearem ministros, nomeiam secretários Estaduais e secretários Municipais,
respectivamente.
A Constituição não estipula quantidade mínima, nem máxima de Ministérios,
deixando a criação e a extinção para a lei. Um exemplo seria a Lei nº 13.844/19, que
estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos
Figura 2 - Os ministros tomam decisões em nome do presidente. Fonte: Minerva Studio, Shutterstock,
2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 12/35
Ministérios, dentre os quais estão o da Cultura, da Educação, da Saúde etc. Além
deles, a lei prevê órgãos com status de Ministério, como a Casa Civil, o Banco Central
do Brasil etc.
Mas quem pode ser ministro de Estado? Somente brasileiros maiores de 21 anos de
idade que estejam no exercício dos direitos políticos. No caso do Ministério da
Defesa, o cargo também deve ser ocupado por brasileiro nato. Independente da
pasta ocupada, o ministro tem o dever de orientar, coordenar e supervisionar os
órgãos e entidades da Administração Federal na sua respectiva área de competência,
bem como de referendar atos decretos que o presidente da República tenha
assinado.
2.2.2 Presidência da República: eleições, poderes, vacância e
responsabilidade
O presidente da República é o chefe do poder Executivo da República Federativa do
Brasil. Ele é eleito conjuntamente com o vice-presidente da República em eleição
realizada pelo sistema majoritário, para um mandato de quatro anos.
Para a eleição do presidente da República, o sistema majoritário impõe a obtenção
da maioria absoluta dos votos válidos como condição de eleição. Em outras palavras,
o candidato que obtiver mais da metade dos votos válidos estará eleito. Mas e se
nenhum dos candidatos obtiver essa quantidade de votos? Nesse caso, será realizado
um segundo turno entre os dois candidatos mais votados, oportunidade na qual será
considerado eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
Por expressa determinação constitucional, o primeiro turno das eleições para
presidente da República (e, na verdade, para os demais cargos eletivos) ocorre no
primeiro domingo de outubro do ano anterior ao do término do mandato
presidencial em vigência. E, se houver necessidade de um segundo turno, este deve
ser realizado, necessariamente, no último domingo de outubro do mesmo ano.
Importante ressaltar que os votos nulos e os brancos não são computados como
votos válidos (conforme previsão constitucional expressa – art. 77, § 2º). Estes,
portanto, são apenas os votos efetivamente atribuídos a um candidato regularmente
registrado. Nesse contexto, você já deve ter ouvido ou lido boatos sobre a invalidação
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 13/35
das eleições caso a maioria dos eleitores anule o voto. Você acredita que isso é
realmente possível? Esteja certo que não. Antes de abordamos especificamente essa
questão, precisamos esclarecer as definições de votos nulos e de votos brancos.
Voto nulo é aquele incorretamente atribuído, o que ocorre quando o eleitor digita o
número errado de um candidato e confirma a operação na urna eletrônica. Por
exemplo: o eleitor gostaria de votar no candidato registrado com o número 01, mas
digita o número 02 (que não é de nenhum candidato) e confirma. O voto nulo
também pode ser, evidentemente, proposital, quando o eleitor intencionalmente
digita número inexistente e confirma a opção. Saiba, porém, que o voto nulo serve
apenas para as estatísticas do pleito eleitoral e não influencia no resultado.
Voto branco é aquele que demonstra a intenção do eleitor em não votar nos
candidatos regularmente registrados perante a Justiça Eleitoral. Ele é manifestado
mediante o uso de uma tecla específica da urna eletrônica. Assim como o voto nulo,
ele não é computado como voto válido, servindo apenas para as estatísticas
eleitorais. Talvez você já tenha ouvido que o voto em branco ajuda o candidato com
maior quantidade de votos. Mas essa informação procede? Esteja certo de que não
procede. Esse boato se difundiu quando as eleições eram realizadas por meio de
cédulas de papel, haja vista que as cédulas deixadas em branco poderiam ser
(ilicitamente) preenchidas no momento da apuração. Com a implantação do sistema
eletrônico, por meio de urnas, essa possibilidade desapareceu.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 14/35
A Constituição Federal brasileira, classificada quanto à extensão, é analítica. Em
outras palavras, significa que há grande quantidade de dispositivos constitucionais,
diferente de outras, como a dos Estados Unidos, que é sintética. Dentre outras
situações que demonstram essa característica está a previsão, em relação à eleição
presidencial, de que se houver empate entre dois ou mais candidatos em segundo
lugar, para fins de realização de segundo turno, deve-se qualificar o mais idoso.
Após a eleição, o presidente e o vice-presidente da República tomam posse em 1º de
janeiro do ano subsequente ao da realização do pleito eleitoral. A posse ocorre em
sessão perante o Congresso Nacional, na qual ambos prestam compromisso “de
manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do
povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil” (art. 78
da CF/88).
O cargo de vice-presidente serve, em primeiro lugar, para a segurança do Estado,
caso algum fator impossibilite o presidente de prosseguir no exercício das suas
funções. Por isso a Constituição prevê que compete ao vice-presidente auxiliar o
Figura 3 - O voto em branco era feito por uma cédula sem marcação. Fonte: vepar5, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 15/35
presidente quando convocado para missões especiais (art. 79).
Situação que demanda maior atenção atine ao impedimento do presidente e do vice-
presidente da República. No caso de ausência de ambos, quem ocupa o cargo e como
se faz o processo de sucessão? Se a vacância for meramente temporária, assumem o
posto, sucessivamente:
o presidente da Câmara dos Deputados;
o presidente do Senado Federal;
o presidente do Supremo Tribunal Federal.
Se a vacância for definitiva, duas situações precisam ser distinguidas. A vaga nos dois
primeiros anos do mandato gera a necessidade de realização de nova eleição geral,
que deve ser realizada em 90 dias depois da vacância do último cargo. Eleição geral é
aquela na qual a sociedade vai às urnas eleger o seu representante.
Mas se a vaga ocorrer nos dois últimos anos do mandato não se admite a realização
de nova eleição geral. Nesse caso, a eleição do presidente e do vice-presidente da
República será indireta, feita pelo Congresso Nacional. Note que não é a sociedade
que elege, nessa hipótese, mas apenas os deputados Federais e senadores da
República.
Tanto na vacância ocorrida no primeiro, como no segundo biênio, os novos eleitos
somente completarão o período de mandato dos antecessores. Por exemplo:
Bartolomeu e Fernanda foram eleitos presidente e vice-presidente da República em
2018, mas ambos foram afastados definitivamente dos cargos em 2020 por processos
de impeachment. Após novaseleições, Juliana e Júlio foram eleitos, mas apenas para
completar o mandato original (que se iniciou em 1º de janeiro de 2019), que se
encerra em 2022.
Agora precisamos analisar as atribuições do presidente da República. Enquanto
Chefe do Poder Executivo, ele exerce a função típica de administrar, de gerir o erário e
tomar as decisões fundamentais do Estado, mediante a aplicação das leis discutidas
e aprovadas pelo poder Legislativo e o respeito às decisões judiciais proferidas pelo
Judiciário.
Há alta quantidade e complexidade das tarefas que o presidente da República deve
executar no exercício do mandato. O artigo 84 da Constituição Federal prevê 27
atribuições, algumas suscetíveis de delegação a ministros de Estado e outras
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 16/35
autoridades.
Compete ao presidente da República nomear e exonerar os ministros de Estado.
Estes, aliás, o auxiliam na atividade de administração do Estado.
Ao presidente da República compete, também, iniciar o processo legislativo nos
casos previstos pela Constituição. Algumas leis são de iniciativa geral e outras de
iniciativa privativa do presidente. Por exemplo, o presidente pode enviar ao
Congresso Nacional um projeto de lei que altera o Código de Defesa do Consumidor,
porque essa é uma matéria legislativa geral. Porém, somente ele pode enviar ao
Congresso um Projeto que modifique o efetivo das Forças Armadas. Mas como saber
quem pode legislar sobre o quê? O § 1º do artigo 61 da Constituição prevê os
assuntos que são de iniciativa privativa do presidente da República. Os demais são de
iniciativa geral.
Em relação ao processo legislativo, também compete ao presidente a sanção ou veto
dos projetos aprovados pelo Congresso Nacional (art. 84, IV e V da CF/88), assim
como a promulgação e a publicação das leis.
Após a publicação de uma lei, pode haver necessidade de regulamentá-la. Nesse
caso, a competência regulamentar é do presidente da República. Saiba, porém, que
não se admite nenhuma inovação por ocasião do ato de regulamentar, que serve
apenas para atribuir efeitos práticos às previsões gerais de uma lei. A regulamentação
é feita por meio de decretos.
A nomeação de várias autoridades públicas também é atribuição do presidente da
República. Ele nomeia ministros do Supremo Tribunal Federal e de Tribunais
Superiores, o procurador-geral da República, o presidente e os diretores do Banco
Central do Brasil (art. 84, XIV), ministros do Tribunal de Contas da União (art. 84, XV),
o advogado geral da União (art. 84, XVI), membros do Conselho da República (art. 84,
XVIII), entre outros.
O exercício inadequado das atribuições pode gerar ao Presidente consequências
graves, ao ponto, inclusive, de gerar-lhe a perda do mandato. Ele tem o dever de
obedecer as leis, assim como os demais cidadãos. Se no passado os governantes não
possuíam responsabilidade na gestão, agora toda a atividade de administração que é
realizada está sujeita à fiscalização e, caso haja violação da lei, o presidente será
responsabilizado.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 17/35
O presidente da República pode cometer crimes comuns e crimes de
responsabilidade. Você sabe qual a diferença?
Crime comum é a infração que pode ser cometida por qualquer pessoa, como furtos,
homicídios, falsificação de documentos, entre outros. Há crimes de ação penal
pública, os quais são processados a partir de denúncia feita pelo Ministério Público.
Mas também há crimes de ação penal privada, que se iniciam a partir de uma queixa-
crime, que é elaborada pela parte prejudicada. Por exemplo, se o presidente da
República furtar um objeto, será denunciado pelo Ministério Público; se caluniar
alguém, a vítima pode apresentar uma queixa-crime em face dele.
Crime de responsabilidade é o ato do presidente que atenta contra a Constituição
Federal e sobre:
a existência da União;
o livre exercício do poder Legislativo, do poder Judiciário, do Ministério Público
e dos poderes constitucionais das unidades da Federação;
o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
a segurança interna do País;
a probidade na administração;
a lei orçamentária;
o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 18/35
Apresentada a acusação em face do presidente da República, a Câmara dos
Deputados deve se reunir para decidir se a aceita, ou não. Só se considera aceita a
acusação se ao menos dois terços dos Deputados Federais votarem pelo seu
recebimento. Nesse caso, o presidente será julgado:
pelo STF, no caso das infrações penais comuns;
pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
Se o STF receber a denúncia ou queixa-crime em face do presidente, no caso das
infrações penais comuns, ou se o Senado instaurar processo, no caso dos crimes de
responsabilidade, ele ficará suspenso das suas funções. Essa suspensão poderá durar
até 180 (cento dias). Se esse prazo for ultrapassado sem que o julgamento tenha sido
concluído, ele retomará o cargo enquanto o processo continua a tramitar.
Figura 4 - Crime de responsabilidade é processado perante o poder Legislativo. Fonte: corgarashu,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 19/35
No caso do crime de responsabilidade, é o processo de impeachment que pode
resultar na perda do cargo de presidente da República, o que já ocorreu duas vezes
após a Constituição Federal de 1988. Na primeira, Fernando Collor perdeu o cargo e,
na segunda, Dilma Rousseff.
Fernando Affonso Collor de Mello foi presidente da República Federativa do Brasil de 1990 até 1992,
quando perdeu o cargo em virtude de processo de impeachment. Após 8 (oito) anos de inabilitação para
funções públicas, voltou à atividade política, inclusive ocupando o cargo de senador da República, pelo
estado de Alagoas.
Como consequência pela condenação no processo de impeachment, a Constituição
prevê:
Art. 52. [...]
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.
No caso de Fernando Collor, a interpretação do dispositivo que você acabou de ler foi
aplicada integralmente. No caso de  Dilma Rousseff, no entanto, houve votação em
destaque para a inabilitação por oito anos, que foi rejeitada pelo Senado Federal. Em
outras palavras, a consequência do impeachment para a ex-presidente se limitou à
perda do cargo.
VOCÊ O CONHECE?
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 20/35
VOCÊ SABIA?
Destaque é um instrumento legislativo que separa parte do texto de um dispositivo,
que posteriormente é votado isoladamente. Destacar, no contexto do processo
legislativo em geral, é sinônimo de separar.
Enquanto estiver no exercício do cargo, o presidente da República não pode ser
responsabilizado por atos que sejam estranhos ao exercício das suas funções,
conforme prevê o § 4º do art. 86 da Constituição. Essa é uma garantia de
independência de autonomia do chefe do poder Executivo, que evita eventuais
perseguições que possam atrapalhar a estabilidade da gestão e, em consequência,
do Estado brasileiro.
O documentário O processo, de Maria Augusta Ramos, retrata os bastidores do processo de impeachment
da ex-presidente Dilma Rousseff. Indicadoao prêmio do Festival de Berlim, ele retrata os bastidores do
processo e da crise política que o País enfrentou por ocasião do julgamento.
Você concluiu os estudos sobre o presidente da República: eleições, poderes,
atribuições e responsabilidade e, em consequência, sobre o poder Executivo. Agora
iniciaremos a abordagem do poder Judiciário, que, como mencionado, serve à
resolução de conflitos da sociedade.
VOCÊ QUER VER?
2.3 Organização do Poder Judiciário
(Parte I)
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 21/35
Neste tópico, você iniciará os estudos sobre a organização do poder Judiciário. A
Constituição Federal de 1988 prevê várias garantias à instituição em si, e também aos
juízes que atuam resolvendo os conflitos de interesses da sociedade. Como você
pode imaginar, os juízes precisam de algumas barreiras para que possam exercer
suas atividades de maneira imparcial.
É possível reduzir o salário de um juiz? E transferi-lo após uma decisão judicial que
desagradou determinadas pessoas? Você encontrará as respostas a essas indagações
neste tópico, assim como aprenderá sobre proibições endereçadas aos juízes, que
são fundamentais para manter a regularidade da atividade jurisdicional.
Você também estudará a composição e as funções do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), criado em 2004, por meio da Reforma do Poder Judiciário. O CNJ serve para
controlar o próprio poder Judiciário, evitando a ocorrência de abusos, como você
compreenderá quando estudar as suas atribuições, que são expressamente fixadas
pela Constituição Federal. 
2.3.1 Garantias institucionais e funcionais
A atividade judiciária demanda atenção do Estado no momento da sua estruturação,
o que exige a concessão de garantias que impeçam que os juízes sofram pressões
externas ou internas, ou retaliações em virtude de decisões que precisem tomar.
Como você deve imaginar, julgar uma pessoa ou uma empresa não é tarefa simples,
por várias razões. Uma das razões que pode atrapalhar o julgamento imparcial é o
poder econômico, que pode agir direta ou indiretamente para persuadir o
profissional da magistratura a proferir decisão diferente da sua convicção. Para evitar
essas situações a Constituição assegurou aos juízes as seguintes garantias (art. 95):
vitaliciedade;
inamovibilidade;
irredutibilidade de subsídio.
Vitaliciedade é a garantia de que o juiz não perderá o cargo até sua aposentadoria
voluntária ou compulsória. E quando se adquire a vitaliciedade? Na jurisdição de 1º
(primeiro) grau, depois de 2 (dois) anos do exercício da magistratura. Nesse período,
o juiz pode perder o cargo mediante deliberação do tribunal a que estiver vinculado.
Fora dessa situação, a perda do cargo de um juiz somente pode ocorrer mediante
sentença judicial transitada em julgado.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 22/35
A inamovibilidade é a garantia de que o juiz não será transferido do seu posto de
trabalho, salvo por interesse público, mediante deliberação da maioria absoluta do
tribunal respectivo ou do Conselho Nacional de Justiça. Como você deve imaginar, a
transferência poderia ser utilizada como método de punição do juiz caso não fosse
impedida pela Constituição.
A irredutibilidade de subsídio impõe a manutenção dos vencimentos dos juízes, para
que não sofram pressão decorrente da redução dos valores por eles recebidos. Nesse
contexto, você já parou para pensar por que o salário de juízes tem valor elevado,
especialmente quando comparado ao valor do salário mínimo? Uma das razões é
para torná-los menos suscetíveis à corrupção, que embora sejam cometidos por
desvios éticos, são influenciados por outros fatores.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 23/35
Mas o exercício da magistratura, em contrapartida às garantias asseguradas pela
Constituição Federal, também possui algumas proibições, todas voltadas à
manutenção da imparcialidade do juiz. Nesse sentido, prevê o parágrafo único do
artigo 95 da Constituição, que é vedado aos juízes: exercer, ainda que em
disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; dedicar-se à
atividade político-partidária, entre outras.
 Figura 5 - O Estado deve
proteger o juiz para que as decisões sejam imparciais. Fonte: Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 24/35
No entanto, não são apenas os juízes que possuem garantias e proibições. Toda a
estrutura do poder Judiciário foi cercada de elementos que lhe assegurem o exercício
independente das suas funções (típica e atípicas). Por isso a Constituição assegura
autonomia administrativa e financeira ao poder Judiciário.
VOCÊ SABIA?
Juízes não podem ser candidatos nem se filiar a partidos políticos. No entanto, a União
Nacional dos Juízes Federais (UNAJUF) pleiteou, em 2017, o direito de filiação e, em
consequência, o de se candidatar a cargos eletivos. O fundamento utilizado pela
UNAJUF estava contido no Pacto de São José da Costa Rica, que assegura a todos, sem
distinção, o direito ao sufrágio, mas o Supremo Tribunal Federal julgou o pedido
improcedente (BRASIL, 2017).
A proposta orçamentária de manutenção do poder Judiciário é elaborada por ele
próprio, em compatibilidade com a lei de diretrizes orçamentárias. Mas o que
acontece se o Judiciário não encaminhar a proposta orçamentária anual? Nesse caso,
o Executivo deve considerar os valores aprovados no último orçamento.
Em qualquer caso e como titular dos Projetos de leis orçamentárias, o Executivo
pode alterar elementos da proposta do Judiciário sempre que esta for enviada em
desacordo com a lei de diretrizes orçamentárias. Trata-se, aqui, de um mecanismo de
freios e contrapesos, pois embora tenha sido dada autonomia ao poder Judiciário,
também se viabiliza que o Executivo tolha eventuais abusos. (SARLET, 2017)
2.3.2 Conselho Nacional de Justiça: composição e funções
Em 2004, o Judiciário brasileiro sofreu uma reforma por meio da Emenda
Constitucional n.º 45. Dentre as principais mudanças destaca-se a criação do
Conselho Nacional de Justiça – CNJ. Trata-se de órgão com atribuição para controlar
a atuação administrativa e financeira do poder Judiciário e do cumprimento dos
deveres funcionais dos juízes.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 25/35
A Constituição estipulou expressamente que cabe ao CNJ, além de outras atribuições
que lhe podem ser designadas pelo Estatuto da Magistratura, zelar pela autonomia
do poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências (art. 103-B, § 1°, I da CF/88).
O CNJ é composto por 15 membros, os quais exercem mandato de dois anos,
permitida uma recondução. A presidência fica a cargo do presidente do Supremo
Tribunal Federal. Na ausência deste, assume o cargo o vice-presidente do STF.
A nomeação dos membros do CNJ é feita pelo presidente da República, após
aprovação da escolha por maioria absoluta do Senado Federal. Mas e se as
indicações não forem feitas no momento adequado? Nesse caso, a incumbência
passa ao Supremo Tribunal Federal, pois não se admite a ausência de atuação por
essa razão.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) possui uma função específica no
CNJ, a de ministro-corregedor, por isso ele fica excluído da distribuição de processos
no tribunal. Em contrapartida, tem como atribuição, por exemplo, receber as
reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos
serviçosjudiciários (art. 103-B, § 5°, I, CF/88).
É importante que você saiba que qualquer interessado pode apresentar reclamações
ou denúncias contra qualquer membro ou órgão do poder Judiciário, ou contra seus
serviços auxiliares, perante o CNJ, que é o órgão incumbido de apreciá-las e de punir,
quando for o caso, os responsáveis por eventuais ilegalidades.
O CNJ não possui, no entanto, função jurisdicional, o que significa que ele não pode
rever decisões judiciais. A esfera de atuação desse órgão é administrativa, ou seja, ele
pode aplicar sanções por uma decisão inadequadamente proferida, mas não pode
emitir uma decisão que a substitua (MENDES, 2017). O foco de atuação do CNJ é o
poder Judiciário e não o atendimento direto do cidadão, portanto.
VOCÊ QUER LER?
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 26/35
O Conselho Nacional de Justiça publica, anualmente, vários relatórios sobre as suas atividades. Um deles é
o Justiça em Números, que divulga dados sobre a realidade dos Tribunais brasileiros, inclusive sobre a
quantidade de processos e os principais assuntos que geram conflitos perante o Judiciário. Os relatórios
estão disponíveis em: <http://cnj.jus.br/publicacoes/relatorios-publicacoes
(http://cnj.jus.br/publicacoes/relatorios-publicacoes)>.
Agora que você estudou as garantias institucionais e funcionais previstas pela
Constituição em relação ao poder Judiciário, bem como a composição e as funções
do Conselho Nacional de Justiça, prosseguiremos no estudo da organização do
Judiciário para identificar a divisão da Justiça Comum e da Justiça Especializada e as
funções dos tribunais brasileiros.
2.4 Organização do Poder Judiciário
(Parte II)
Agora que já conhece as garantias institucionais e funcionais dessa esfera de poder
do Estado, passará a estudar a sua divisão organizacional. Você sabe qual é a
diferença entre Justiça Especial e Justiça Comum? A Justiça do Trabalho, por
exemplo, se insere em qual grupo? E a Justiça Federal? Você aprenderá a responder
essas indagações com os conhecimentos que adquirirá neste tópico.
Você também aprenderá a composição e as funções do poder Judiciário e de cada
uma das suas esferas. Estudará os tribunais, oportunidade em que constatará a
forma de composição e a sede de cada um deles. Embora complexa, você verá que a
estrutura judiciária brasileira viabiliza ampla proteção de direitos, à medida que
conta com várias instâncias, o que permite que o mesmo processo seja analisado por
diferentes juízes.
Especificamente sobre a Justiça do Trabalho, você identificará o rol de competências
que a Constituição lhe outorgou, assim como em relação à Justiça Federal. 
http://cnj.jus.br/publicacoes/relatorios-publicacoes
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 27/35
2.4.1 Justiça especial e comum; justiça federal e estadual
O poder Judiciário organiza-se mediante duas esferas: da Justiça Especial e da
Justiça Comum. A Constituição Federal, ao estruturá-lo, conferiu competências que
permitem clara distinção entre as diferentes esferas de atuação de cada uma.
A Justiça Especial é integrada pela:
Justiça do Trabalho;
Justiça Eleitoral;
Justiça Militar.
Tudo o que não for de competência de uma das esferas especializadas do poder
Judiciário é de competência da Justiça Comum, que se subdivide em:
Justiça Federal;
Justiça Estadual.
A Justiça Federal possui competências previstas explicitamente pela Constituição
Federal, as demais, ou seja, tudo que não estiver reservado a nenhuma esfera da
Justiça Especializada nem à Justiça Comum Federal é de competência da Justiça
Estadual de cada Estado. (MORAES, 2017)
A Justiça Especial possui Tribunais Superiores próprios, como é o caso do Tribunal
Superior do Trabalho, do Tribunal Superior Eleitoral e do Superior Tribunal Militar. No
entanto, no caso da Justiça Comum, seja ela federal ou estadual, qual é o Tribunal
Superior com competência para analisar recursos interpostos das decisões do
Tribunal Regional Federal e do Tribunal de Justiça, respectivamente? É o Superior
Tribunal de Justiça.
Na cúpula do Poder Judiciário brasileiro está o Supremo Tribunal Federal, cujas
características você estudará no tópico a seguir.
2.4.2 Composição e funções
O poder Judiciário é composto pelos órgãos descritos no artigo 92 da Constituição
Federal, a saber:
o Supremo Tribunal Federal;
o Conselho Nacional de Justiça;
o Superior Tribunal de Justiça;
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 28/35
o Tribunal Superior do Trabalho;
os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
os Tribunais e Juízes do Trabalho;
os Tribunais e Juízes Eleitorais;
os Tribunais e Juízes Militares;
os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
O Supremo Tribunal Federal ocupa o ápice da estrutura do poder Judiciário
brasileiro. Ele é o órgão incumbido da guarda da Constituição Federal e a última
instância da justiça nacional. A composição do Supremo Tribunal Federal é feita por
11 ministros, nomeados pelo presidente da República. A sede do tribunal fica em
Brasília, na praça dos Três Poderes.
Figura 6 - O Supremo Tribunal Federal representa a cúpula do poder Judiciário brasileiro. Fonte: Gustavo
Toledo, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 29/35
O Conselho Nacional de Justiça é o órgão de controle da atuação administrativa e
financeira do poder Judiciário, bem como do cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes. Ele é composto por 15 membros, conforme determinação constitucional, e
possui sede em Brasília.
A Constituição Federal prevê que o Superior Tribunal de Justiça seja composto por,
no mínimo, 33 ministros, nomeados pelo presidente da República dentre brasileiros
com mais de 35 e menos de 65 anos, com notável saber jurídico e reputação ilibada,
após escolha feita pela maioria absoluta do Senado Federal. Nessa composição,
parte dos membros é escolhida a partir dos quadros dos Tribunais Regionais Federais
e dos Tribunais de Justiça, e outra parte entre advogados e membros do Ministério
Público. A sede do Superior Tribunal de Justiça também fica em Brasília.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho,
esfera especializada do poder Judiciário. Ele é composto por 27 ministros, nomeados
pelo presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal. Todos devem possuir reputação ilibada, notável saber jurídico e ter mais de
35 e menos de 65 anos de idade. A sede do TST também fica em Brasília.
Os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais atuam perante a esfera de
jurisdição federal, que, ao lado da jurisdição estadual, formam a Justiça Comum. A
Justiça Federal possui competência para julgar as causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal, forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho (art. 109, I da CF/88), além de
outras previstas no artigo 109 da Constituição Federal.
Por exemplo, se a sua aposentadoria não for concedida administrativamente pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e você precisar ingressar com uma ação
para obtê-la, o processo tramitará perante a Justiça Federal, haja vista que o INSS é
uma autarquia federal. Também deve ser ajuizada perante a Justiça Federal, por
exemplo, ações em face da Caixa Econômica Federal, que é uma empresa pública
federal.
Ainda em relação à Justiça Federal, é importante salientar que, atualmente, a
estrutura do poder Judiciário brasileiroconta com cinco Tribunais Regionais
Federais, que abrangem os seguintes Estados:
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 30/35
Tribunal Regional Federal da 1ª Região: possui sede em Brasília e atende a
demandas dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal,
Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e
Tocantins;
Tribunal Regional Federal da 2ª Região: possui sede no Rio de Janeiro e atende
a demandas dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo;
Tribunal Regional Federal da 3ª Região: possui sede em São Paulo e atende a
demandas dos Estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul;
Tribunal Regional Federal da 4ª Região: possui sede em Porto Alegre e atende a
demandas dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul;
Tribunal Regional Federal da 5ª Região: possui sede em Recife e atende a
demandas dos Estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do
Norte e Sergipe.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 31/35
Os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho, assim como o TST,
exercem a jurisdição trabalhista. As competências da Justiça do Trabalho estão
previstas no artigo 114 da Constituição, como as ações oriundas das relações de
trabalho e as que envolvam o direito de greve (art. 114, I e II da CF/88).
Figura 7 - Os Tribunais Regionais Federais integram a estrutura da Justiça Federal brasileira. Fonte:
Elaborado pelo autor, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 32/35
Os Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) seguem o modelo dos Tribunais Regionais
Federais quanto à distribuição pelo território nacional. Em outras palavras, significa
que não há, necessariamente, um TRT por Estado. Os Tribunais da Justiça Trabalhista
são criados à medida da necessidade, que se calcula com base na quantidade de
processos. Atualmente, existem 24 Tribunais Regionais do Trabalho. Alguns
abrangem mais de um Estado (como é o caso do TRT da 14ª Região, que abrange os
Estados do Acre e de Rondônia). Por outro lado, no Estado de São Paulo, há 2
Tribunais Regionais Federais (o da 2ª Região, com sede em São Paulo, e o da 15ª
Região, com sede em Campinas), em razão da grande quantidade de processos.
A estrutura da Justiça Eleitoral é formada pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos
Tribunais Regionais Eleitorais, pelos Juízes Eleitorais e pelas Juntas Eleitorais (art.
118 da CF/88). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é composto por ao menos sete
membros, com sede em Brasília. A Justiça Eleitoral é responsável pela organização
do sistema eleitoral brasileiro, assim como pela resolução dos conflitos relacionados
às normas eleitorais.
A Justiça Militar se organiza por meio do Superior Tribunal Militar (STM) e os
Tribunais e Juízes Militares. O STM é composto por 15 ministros vitalícios, nomeados
pelo presidente da República, depois da aprovação dos nomes pelo Senado Federal.
Os Tribunais de Justiça e Juízes dos Estados integram, ao lado dos Tribunais
Regionais Federais e dos Juízes Federais, a estrutura da Justiça Comum. A
competência da Justiça Estadual é residual, ou seja, cabe a eles a resolução de todos
os conflitos de interesses que não sejam de competência da Justiça Especializada
nem da Justiça Federal. Cada Estado possui competência para organizar sua esfera
de jurisdição, o que se faz a partir da Constituição Estadual, respeitados os limites da
Constituição Federal.
Também é possível que os Estados instituam, na estrutura dos respectivos
Judiciários, a Justiça Militar, que, nesse caso, terá competência para processar e
julgar os militares estaduais. É o que ocorre, por exemplo, no Estado de São Paulo,
que conta com uma estrutura própria, encabeçada pelo Tribunal de Justiça Militar.
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 33/35
Síntese
Concluímos o segundo Capítulo da disciplina Direito Constitucional. Agora, você
concluiu os estudos sobre o poder Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
identificar como as medidas provisórias contribuem para a não utilização das
leis delegadas;
aprender que os decretos legislativos e as resoluções são espécies legislativas
de utilização privativa das Casas Legislativas;
conhecer a razão de ser e identificar quais são os Ministérios brasileiros;
identificar as atribuições do presidente da República, sua forma de eleição e
casos de responsabilidade;
compreender que o presidente da República pode praticar crimes comuns ou
de responsabilidade e que, no último caso, pode sofrer um processo de
impechment;
conhecer garantias institucionais e funcionais do poder Judiciário, assim como
proibições endereçadas aos juízes;
identificar a composição e as funções do Conselho Nacional de Justiça, criado
pela emenda constitucional n.º 45/2004;
compreender que o poder Judiciário se organiza em duas esferas: a da Justiça
Especial, que compreende a Justiça do Trabalho, a Eleitoral e a Militar, e a da
Justiça Comum, que compreende a Justiça Federal e a Estadual;
identificar quais são os Tribunais e conhecer as características das esferas do
poder Judiciário brasileiro.
Referências bibliográficas
BALERA, F. P. Medida provisória: o controle dos requisitos constitucionais de
relevância e urgência pelo Congresso Nacional e pelo STF. Revista Brasileira de
Direito Constitucional. N. 14, jul./dez. 2009, São Paulo, pp. 25-52. Disponível em:
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 34/35
<http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiuris/article/view/21252>.
Acesso em: 31/01/2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em:
01/02/2018.
______. Lei n.º 13.341, de 29 de setembro de 2016. Altera as Leis nos 10.683, de 28 de
maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos
Ministérios, e 11.890, de 24 de dezembro de 2008, e revoga a Medida Provisória no
717, de 16 de março de 2016. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13341.htm>. Acesso
em: 02/02/2018.
______. Supremo Tribunal Federal. Ação declaratória de constitucionalidade 11
MC. Relator: Min. Cezar Peluso. Pesquisa de jurisprudência, Acórdãos, 29 junho 2007.
Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=469584 (http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=469584)>. Acesso em: 02/02/2018.
______.Supremo Tribunal Federal. Ação originária 2.236 Goiás MC. Relator: Min.
Gilmar Mendes. Pesquisa de jurisprudência, Acórdãos, 22 setembro 2017. Disponível
em: <https://www.conjur.com.br/dl/juiz-nao-candidato-decide-gilmar.pdf
(https://www.conjur.com.br/dl/juiz-nao-candidato-decide-gilmar.pdf)>. Acesso em:
06/02/2018.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Justiça em números: 2016. Disponível em:
<http://cnj.jus.br/publicacoes/relatorios-publicacoes>. Acesso em: 14/02//2018.
FERREIRA FILHO, M. G. Curso de direito constitucional. 40. ed. São Paulo: Saraiva,
2015.
MENDES, G. F.; BRANCO, P. G. G. Curso de direito constitucional. 12. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
MORAES, A. de. Direito constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SARLET, I. W.; MARINONI, L. G.; MITIDIERO, D. Curso de direito constitucional. 6. ed.
São Paulo: Saraiva, 2017.
TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=469584https://www.conjur.com.br/dl/juiz-nao-candidato-decide-gilmar.pdf
07/06/2021 Direito Constitucional
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/NEG_DIRCON_19/unidade_2/ebook/index.html#section_1 35/35

Continue navegando