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1 Competência, organização e funcionamento dos tribunais (NCPC)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III Profª Évelyn Cintra Araújo 
 
1 
 
PARTE I – DO PROCESSO NOS TRIBUNAIS 
 
1 COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS 
 
 A competência do Tribunal pode ser exercida em grau de recurso; duplo grau obrigatório ou 
necessário; e na forma originária. 
 
1.1 em grau de recurso (última instância) 
 Nesse caso, o processo chega ao tribunal através de um instrumento denominado recurso, a fim 
de que a decisão do juízo inferior seja reexaminada, diminuindo, em regra, a margem de erro e de 
injustiça. 
 Isso se dá em virtude do princípio do duplo grau de jurisdição, a que passaremos estudar agora. 
 A Constituição do Império garantia expressamente o duplo grau de jurisdição, mediante a 
interposição de recurso ao chamado Tribunal de Relação (depois de Apelação,e, hoje, de Justiça). As 
Constituições que se seguiram, no entanto, apenas previram a existência de tribunais, dando-lhes 
competência recursal, sem garantir de forma explícita o referido princípio. 
 Em virtude dessa omissão, permitiu-se a possibilidade de o legislador infraconstitucional vedar 
ou limitar o direito de recurso em alguns casos (Exemplo: não cabe apelação nas execuções fiscais de 
valor igual ou inferior a 50 OTN’s1 - art. 34 da Lei n. 6.830/81; não cabe recurso de despachos – art. 1.001, 
NCPC), sem que se possa imputar inconstitucionalidade. 
 O mesmo não se pode dizer quanto aos recursos especial e extraordinário cujo cabimento não 
pode ser limitado, salvo por emenda constitucional.[Exemplo: a EC 45/04, que deu nova redação ao §3º 
do art. 102, da CF, no sentido de exigir do recorrente, em recurso extraordinário, a demonstração da 
“repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (...)”, criando mais um requisito de 
admissibilidade, como veremos mais adiante], pois os requisitos já estão no próprio texto 
constitucional e somente eles devem ser exigidos do recorrente. 
 Por outro lado, embora o princípio do duplo grau de jurisdição não se encontre expressamente 
previsto na Constituição Federal de 1988, é ele consectário direto do princípio do devido processo legal 
(art. 5º, inc. LIV), segundo a doutrina mais balizada. Outro argumento que justifica o caráter 
 
1 Conforme orientação do STJ, a atualização deve ocorrer pela conversão sucessiva da OTN em BTN e UFIR. Da exegese 
jurídica da evolução desses índices resulta a seguinte fórmula, a ser considerada quanto ao valor de alçada recursal, a ser 
apurado na data da distribuição da execução fiscal: 50 OTN = 440,30 BTN = 444,85 UFIR. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III Profª Évelyn Cintra Araújo 
 
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constitucional, ainda que implícito, do referido princípio é a previsão na nossa Constituição Federal da 
competência recursal dos tribunais, bem como a sua própria existência e organização hierarquizada. 
Ademais, o Código de Processo Civil o adota como regra geral. 
 José Frederico Marques (2000, p. 5-6) sustenta a existência não do duplo grau, mas da 
pluralidade dos graus de jurisdição face à previsão constitucional dos recursos especial e 
extraordinário, cujo julgamento compete ao STJ e STF, respectivamente, aludindo a um suposto 3º grau 
de jurisdição, o que, com a devida vênia, não existe. 
 São, na verdade, juízos extraordinários, pois não reapreciam matéria de fato, mas tão somente 
matéria de direito, com o fim de velar pelo direito objetivo, garantindo a ordem jurídica. 
 Não obstante as críticas, principalmente diante da aparente contradição com o princípio 
constitucional da celeridade (art. 5º inc. LXXVIII), pois que tende a perpetuar a marcha processual, o 
princípio do duplo grau de jurisdição consiste na possibilidade de provocar reapreciação e o julgamento 
de matéria já decidida, mediante recurso, por órgão hierarquicamente superior. 
 E é com base nesse princípio que se estruturou o atual sistema recursal previsto no NCPC (art. 
994), garantindo uma dualidade da jurisdição, em nítida observância extensiva ao princípio da 
acessibilidade ao Judiciário. 
 
1.2 em duplo grau obrigatório ou necessário (reexame necessário – art. 496, NCPC) 
 
Entretanto, o processo não sobe ao tribunal apenas em razão de um recurso interposto pela 
parte vencida. Independentemente da vontade e iniciativa das partes, a matéria decidida pelo juízo de 
1º grau, em alguns casos, pode ser reexaminada pelo tribunal por força do interesse público. 
 É o caso do chamado duplo grau obrigatório ou necessário; ou remessa, reexame necessário; ou para 
alguns, ainda, simplesmente recurso de ofício, previsto no art. 496 do NCPC. 
 Mas não se trata propriamente de recurso, pois veremos que este pressupõe provocação, 
decorrendo do princípio do dispositivo. Portanto, é contraditório dizer recurso de ofício. 
 A remessa ou o reexame necessário é, na verdade, um ato administrativo vinculado e 
complexo do juiz de remeter a sentença, quando desfavorável à Fazenda Pública, ao órgão 
hierarquicamente superior para reexame, ficando seus efeitos condicionados à confirmação deste, por 
motivo de interesse público, sob pena de, não havendo apelação interposta no prazo legal pelo vencido, 
o presidente do tribunal avocá-lo (§1º, art. 496). 
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 Segundo Nelson Nery Júnior, o reexame necessário ou a remessa obrigatória, por independer da 
provocação das partes, é manifestação do efeito translativo no processo civil (e não decorrência do efeito 
devolutivo), o que autoriza a interposição concomitante e independente do recurso de apelação pela 
parte vencida, e até mesmo a reforma para piorar (reformatio in pejus) a situação da Fazenda Pública, em 
confronto com a Súm. 45 do STJ. 
 E é em razão dessa Súmula, que estende a proibição da reformatio in pejus para a Fazenda Pública 
no reexame necessário, e da Súmula 253, da mesma Corte, que prevê, também no reexame necessário, a 
aplicação do art. 557, do CPC (art. 932, NCPC), destinado exclusivamente para recursos, que faz com o 
STJ posicione-se de forma contrária à doutrina majoritária que não reconhece o caráter recursal da 
remessa ou do duplo grau obrigatório. 
 A par de toda essa discussão, remetemo-nos à leitura do art. 496: 
 
“Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo 
tribunal, a sentença:” 
 
A interpretação dada pela doutrina é restritiva, no sentido de que se trata de sentença de 
mérito, o que implica dizer que não se sujeita ao duplo grau necessário às sentenças terminativas. Mas 
não são quaisquer sentenças de mérito, mas tão somente aquelas proferidas contra o Poder Público, 
conforme os incisos que se seguem: 
I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações 
de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
 
Vale lembrar que, nesse último caso do inciso II, os embargos julgados procedentes implicam 
em decisão contrária à Fazenda, já que ela é exequente da execução fiscal. 
Mas o legislador previu, nos §§ 3º e 4º do art. 496, hipóteses de dispensa do reexame necessário. 
Nos termos do §3º, não se aplica o art. 496 quando a condenação ou o proveito econômico 
obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: 
- 1.000 salários mínimos para a União e suas respectivas autarquias e fundações públicas; 
- 500 salários mínimos para os Estados, o DF e suas respectivas autarquias e fundações públicas, bem o 
s Municípios-capitais de Estados; 
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- 100 salários mínimos para todos dos demais Municípios e suas respectivas autarquias e fundações 
públicas. 
 Vê-se que há uma diferenciação expressa entre os diversos entes federados.Já o §4º dispensa a remessa necessária quando a sentença estiver fundada em “precedentes do 
NCPC”, ou seja, em: 
- súmula de tribunal superior; 
- acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos; 
- entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
- entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio 
ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
 
1.3 na forma originária (ou única instância) 
 
Nesse caso, o processo inicia-se diretamente no tribunal, sendo, portanto, excluído da competência 
dos juízes de 1º grau. Tais processos de única instância assim o são em função de: 
a) natureza especial da lide: é o caso da ação rescisória, que visa anular ou desconstituir uma sentença já 
transitada em julgado; 
b) condição da pessoa em litígio: mandado de segurança, por exemplo, que a depender da autoridade 
coatora, será de competência originária do tribunal. Ex: MS contra ato de governador de Estado. 
c) razões de ordem política: ações criminais contra prefeitos. 
Os processos de competência originária dos tribunais não estão sujeitos ao princípio do duplo 
grau de jurisdição; eles são de única instância (≠ última instância – após interposição dos recursos 
ordinários, quais sejam, daqueles cabíveis quando houver mera sucumbência). Portanto, não desafiam 
esse tipo de recurso, mas tão-somente recursos extraordinários em sentido amplo (que incluem o 
recurso extraordinário em sentido estrito – RE; e o recurso especial – REsp), posto que a remessa 
destes ao órgão superior dá-se não apenas em virtude de mera sucumbência, mas também em função de 
se resguardar o direito objetivo (normas constitucional e infraconstitucional, respectivamente). É por 
isso que mais uma vez que o STF e o STJ, quando do julgamento destes recursos, não constituem um 3º 
grau de jurisdição, mas graus extraordinários. 
 
 
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2 COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS TRIBUNAIS 
 
 Sabe-se que o modo de julgar ou de exercer a competência do tribunal difere completamente em 
relação ao juízo de 1º grau ou singular, pois que, neste caso, a decisão será fruto de uma manifestação 
unilateral do juiz, enquanto que, no outro, haverá uma conjugação de opiniões de seus vários membros. 
Por isso, diz-se acórdão, pois deriva do verbo “acordar”. 
 Mas nem sempre todos os membros do tribunal participam, conjuntamente, dos julgamentos. 
Na prática, há uma divisão de trabalhos e funções que, tendo por parâmetro o Tribunal de Justiça do 
Estado de Goiás, conforme sua Lei de Organização Judiciária (Lei 9.129/81, modificada pela Lei 
13.644/00) e seu Regimento Interno (Resolução n. 2, de 23.06.82), podem ser assim explicitados: 
a) Plenário (art. 8º, RITJ/GO) – 36 desembargadores (des.), que se reúnem apenas em sessões solenes 
para decidir questões administrativas e por ocasião de datas festivas (eleição e posse do Presidente, 
Vice e Corregedor Geral; comemorações cívicas; indicação e agraciamento com o colar do Mérito 
Judiciário etc). 
b) Corte Especial (arts. 9º e 9º-A, RITJ/GO) – 17 des. mais antigos, com atribuições ou funções atípicas 
(legislativas – aprovar seu RI; administrativas – organizar e realizar concursos, organizar lista de 
promoção dos magistrados etc) e típicas (processar e julgar). Antes da Lei n. 13.644/00, todas estas 
atribuições pertenciam ao Plenário, inexistindo no TJ/GO Corte Especial. 
c) Seção (art. 10, RITJ/GO) – composta por 12 des., veio substituir às chamadas Câmaras Reunidas, 
tanto Cíveis como Criminais. Elas só podem decidir com a presença da maioria absoluta de seus 
membros, incluídos os Presidentes, que são eleitos, por votação secreta, para um mandato de dois anos, 
na penúltima sessão do biênio findante (mandato). 
 1ª Câmara Cível – 4 des. distribuídos, pela ordem de antiguidade e 
• 1ª Seção Cível – 12 des. de forma alternada, em 4 Turmas, com 3 des. cada. 
 (art. 10, RITJ/GO) 2ª Câmara Cível – 4 des. – 4 Turmas, com 3 des. cada. 
 3ª Câmara Cível – 4 des. – 4 Turmas, com 3 des. cada. 
 
• 2ª Seção Cível – 12 des. 4ª Câmara Cível – 4 des. – 4 Turmas, com 3 des. cada. 
 (art. 10, RITJ/GO) 5ª Câmara Cível – 4 des. – 4 Turmas, com 3 des. cada. 
 6ª Câmara Cível – 4 des. – 4 Turmas, com 3 des. cada. 
 
 
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• Seção Criminal – 10 des. 1ª Câmara Criminal – 5 des. – 5 Turmas, com 3 des. cada. 
 (art. 10, RITJ/GO) 2ª Câmara Criminal – 5 des. – 5 Turmas, com 3 des. cada. 
 
a) Câmara Cível (arts. 12 a 15, RITJ/GO) – 4 des. distribuídos em 4 Turmas, por ordem decrescente 
de antiguidade, alternativamente. Cada Câmara funciona com a presença mínima de 3 membros, 
incluído o Presidente, devendo este ser eleito dentre seus membros, também por votação secreta, 
para um mandato de dois anos, na penúltima sessão do biênio findante (mandato). 
 
e) Turma (art. 12, §1º, RITJ/GO) – 3 des., sendo um relator, dois vogais (ordem decrescente de 
antiguidade – art. 12). 
Exemplo: 1ª Câmara (4 des. => A, B, C, D) 
1ª Turma = A (relator), B (1º vogal), C (2º vogal) 
2ª Turma = B (relator), C (1º vogal), D (2º vogal) 
3ª Turma = C (relator), D (1º vogal), A (2º vogal) 
4ª Turma = D (relator), A (1º vogal), B (2º vogal) 
 
 Percebe-se que os desembargadores revezam-se nas Turmas, ora atuando como relator, ora 
como 1º vogal e ora como 2º vogal. 
 Importante lembrar que em qualquer dos órgãos fracionados, quais sejam, Seções, Câmaras 
(exceto Turmas), possuem: 
 
a) Presidente: 
 O Presidente do Plenário e da Corte Especial é o presidente do Tribunal. No caso do Plenário, 
na falta do presidente do tribunal, assume o desembargador mais antigo. Antes da lei de 2000 não era 
assim. 
 Em cada Câmara e Seção o respectivo presidente é fixo, eleito por votação secreta para mandato 
de 2 anos na penúltima sessão do biênio findante. 
 
b) Relator (arts. 175 a 178, RITJ/GO) 
 O relator é o desembargador mais importante, pois é ele quem conduz os trabalhos, 
competindo-lhe ordenar as intimações; receber as contrarrazões; despachar os requerimentos das 
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7 
 
partes; delegar competência ao juízo de 1º grau para oitiva de testemunhas ou realização de perícia; e 
fazer o relatório geral do processo. 
 
c) Vogal (art. 179, 2ª parte, RITJ/GO) - É o desembargador imediato ao relator. Ele profere o seu voto 
apenas na sessão de julgamento, embora possa pedir vista dos autos e votar na sessão subsequente. 
Caso apenas um dos vogais concordar com o relator, o julgamento dar-se-á por maioria (2 a 1); do 
contrário, se ambos concordarem, o julgamento dar-se-á por unanimidade (3 a 0). 
 
3 DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL (procedimento)– arts. 929 a 946, NCPC. 
 
 A) autos recebidos e registrados no protocolo (art. 929); 
 B) distribuição para Câmara (se for o caso) e relator pelo princípio da publicidade, alternatividade 
(1º processo – 1ª Câmara; 2º processo – 2ª Câmara e assim por diante) e sorteio eletrônico (art.930), 
para não haver abarrotamento de processos numa só Câmara. Cada Câmara tem uma Secretaria, que 
realiza a parte administrativa, tendo o seu presidente, eleito de 2 em 2 anos; 
 C) conclusão dos autos ao relator, que, em 30 dias (art. 931, NCPC), depois de, analisar as razões e 
contrarrazões, elabora o voto, restituindo-os, com o RELATÓRIO à Secretaria. De acordo com o art. 
932, NCPC, incumbe ao relator: 
- dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como,quando for o caso, homologar autocomposição das partes; 
- apreciar pedido tutela provisória nos recursos e nos feitos de competência originária do tribunal; 
- NÃO CONHECER de recurso inadmissível, prejudicado (antigo art. 557), ou que não tenha 
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; 
- NEGAR PROVIMENTO a RECURSO QUE FOR CONTRÁRIO a súmula do STF, STJ ou do 
próprio tribunal, acórdão do STF e do STJ em recursos repetitivos, e a entendimento firmado em 
incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência (antigo art. 557 
alterado); 
- depois de facultada as contrarrazões, DAR PROVIMENTO ao recurso se a DECISÃO 
RECORRIDA TAMBÉM FOR CONTRÁRIA àquelas mesmas decisões acima descritas (antigo art. 
557 alterado); 
- decidir incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado 
originariamente perante o tribunal; 
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- determinar a intimação do MP, quando for o caso; 
- exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 
- conforme o art. 933, se o relator constatar fato superveniente à decisão recorrida ou de questão 
conhecível de ofício ainda não examinada, que devam ser considerados no julgamento do recurso, 
intimará as partes para que se manifestem em 5 dias. Se a constatação for durante a sessão de 
julgamento, este será imediatamente suspenso a fim de sejam ouvidas as partes. 
 D) em seguida, os autos serão apresentados ao presidente do órgão fracionado , que designará dia 
de julgamento, ordenando a publicação da pauta no órgão oficial (art. 934, NCPC). Entre a publicação 
da pauta e a sessão decorrerá, pelo menos, 5 dias (art. 935, NCPC), incluindo-se em nova pauta os 
processo que não tenham sido julgados; 
 E) após a publicação da pauta, será permitida vista dos autos em cartório às partes (§1º, art. 935, 
NCPC); 
 F) ordem de julgamento dos recursos, das remessas necessárias e dos processos de competência 
originária (art. 936, NCPC): 1º) aqueles nos quais houver sustentação oral; 2º) os requerimentos de 
preferência apresentados até o início da sessão; 3º) aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão 
anterior; 4º) os demais casos. 
 G) na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra 
para a realização da SUSTENTAÇÃO ORAL, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido, e, nos casos 
de sua intervenção, ao MP, pelo prazo improrrogável de 15 minutos para cada um. A sustentação oral só 
é cabível: nos recursos de apelação, de AI contra decisão interlocutória que versem sobre tutelas 
provisórias; recurso ordinário, REsp, RE, embargos de divergência, e ação rescisória (art. 937). É cabível 
sustentação por videoconferência ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa do 
tribunal; 
 H) após a sustentação oral, procede-se à votação dos desembargadores, podendo qualquer deles 
pedir VISTA, pelo prazo máximo de 10 dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para sessão 
subsequente, se não estiver habilitado a proferir imediatamente o seu voto (art. 940, NCPC). 
Persistindo tal situação, convoca-se o seu substituto para proferir voto. 
 I) São etapas de julgamento da matéria (art. 939, NCPC): 
1º) as questões preliminares (se sanáveis, o relator determinará a realização/renovação do ato 
processual, prosseguindo no julgamento quando cumprida a diligência). Reconhecida a 
necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III Profª Évelyn Cintra Araújo 
 
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2º) se rejeitada a preliminar ou sendo ela compatível com o mérito, prosseguirá normalmente o 
julgamento da questão principal, pelo que se diz ter sido o recurso conhecido, ou seja, está pronto 
para ser julgado. A partir de então, poderá ele ser provido, caso em que o acórdão substituirá a 
decisão do juízo de 1º grau (se houver reforma; pois se houver anulação, será o caso de cassação e 
devolução dos autos ao a quo para proferir nova decisão), ou improvido, não ocorrendo tal 
substituição. 
 J) O primeiro voto é do relator, que é proferido após a leitura do relatório. Segue-se os demais 
julgadores. O julgamento da Turma ou Câmara será tomado apenas pelo voto de 3 desembargadores, se 
tratar de apelação ou agravo (§2º, art. 941). Todo voto tem que ser fundamentado, salvo se um 
acompanha o voto do outro; 
 J) proferidos os votos, o presidente anuncia o resultado do julgamento, devendo o acórdão ser 
redigido pelo relator. Se for vencido, designa-se o autor do primeiro voto vencedor para fazê-lo (art. 
941); 
 K) o acórdão conterá ementa, ou seja, o resumo do que ficou decidido (§1º do art. 943); 
 L) lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial (DJ) em 10 dias (§2º do art. 943). 
As partes serão intimadas através desta publicação.

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