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1681271465269Resenha crítica sobre a possibilidade de apreensão de CNH e de Passaporte por dívida a luz do ADI 5941 (2)

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Resenha crítica sobre a possibilidade de apreensão de CNH e de Passaporte por dívida a luz do ADI 5941
Inicialmente, cumpre esclarecer que o ADI 5841 visou o questionamento da constitucionalidade da medida atípica nas execuções, as quais permitem a apreensão de carteira de habilitação e passaporte como forma de coerção para o pagamento de dívidas. Essa prática, conhecida como "confisco de documentos", tem gerado controvérsias e debates acerca de sua legalidade e compatibilidade com os princípios constitucionais.
Sob uma perspectiva crítica é importante destacar que a apreensão de carteira de habilitação e passaporte como forma de coerção para o pagamento de dívidas é uma medida extremamente controversa e questionável do ponto de vista constitucional. Afinal, a Constituição Federal de 1988 garante diversos princípios fundamentais, como o princípio da dignidade da pessoa humana, o princípio da proporcionalidade e o princípio da legalidade, que devem ser observados em todas as ações do Estado.
Em relação à apreensão da carteira de habilitação, é importante considerar que a habilitação para conduzir veículos é um direito fundamental para o exercício da mobilidade e do trabalho, sendo indispensável para muitas pessoas em suas atividades cotidianas. A apreensão desse documento como forma de coerção para o pagamento de dívidas pode gerar sérias consequências, como a restrição da liberdade de locomoção e a inviabilização do exercício de atividades profissionais, o que pode configurar uma violação ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Além disso, a apreensão da carteira de habilitação por dívida é questionável também sob o aspecto da proporcionalidade. A medida pode ser considerada desproporcional, uma vez que restringe um direito fundamental de forma excessiva em relação à finalidade pretendida, que é a cobrança de uma dívida. 
No que diz respeito à apreensão do passaporte, é importante destacar que esse documento é essencial para o exercício do direito de ir e vir, inclusive para viagens internacionais. A apreensão do passaporte como forma de coerção para o pagamento de dívidas pode representar uma restrição desproporcional à liberdade de locomoção e ao direito de viajar, o que pode configurar uma violação ao princípio da liberdade de locomoção, previsto na Constituição Federal.
Em que pese impere a regra de constrição patrimonial, a matriz do art. 139 do CPC, deu guarida à efetivação de tais medidas que na prática, são utilizadas tão somente quando se evidencia a total frustração patrimonial da execução, seja pela insolvência ou pela ma-fé e ocultação do devedor. 
Nesse aspecto, vislumbra-se que diante do ordenamento jurídico e principalmente, do aspecto constitucional, as medidas atípicas aqui consideradas podem ir de encontro aos princípios basilares, conquanto, se utilizada de forma proporcional, ou seja, como “última medida considerável” bem como de maneira que leve a constranger o devedor ao pagamento, ele pode ser bem encarada.

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