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2023_1_DireitoRomano_Matutino_AVALIACAO2_08julho2023_JHENNIFER CAMILLY SILVA MATOS

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SEGUNDA AVALIÇÃO DA DISCIPLINA “DIREITO ROMANO”
Nome Completo: Jhennifer Camilly Silva Matos
Universidade: UFMA
Curso: Direito
Disciplina: Direito Romano
Período (semestre): 2023.1 
Turno: Turma 01-Matutino
1 QUESTÃO
À luz da teoria abordada ao longo da disciplina DIREITO ROMANO, realizar estudo de um caso “Caso de estudo ou estudo de caso são expressões sinônimas que designam um método da abordagem de investigação em ciências sociais simples ou aplicadas. Consiste na utilização de um ou mais métodos qualitativos de recolha de informação e não segue uma linha rígida de investigação” recente (menos de 5 anos ou até cinco anos, “denomina-se Estado da Arte”, significa “estado da arte é uma referência ao estado atual de conhecimento sobre um determinado tópico que está sendo objeto de análise ou estudo”) – EXEMPLOS: pessoas inadimplentes, sucessões, tutela, curatela, propriedade, delitos, direitos prediais, direitos imobiliários, agronegócios, direito público etc.). A investigação deve ser em norma culta da Língua Portuguesa, conter a referência bibliográfica segundo a ABNT, de 15 a 25 linhas (obedecendo as regras atribuídas acima).
RESPOSTA:
Estudo de Caso: Movimento Sem Terra e a Propriedade
O Movimento Sem Terra é um movimento social de distribuição de terras aos trabalhadores rurais sem propriedade. Embora a luta estivesse enraizada em questões sociais, econômicas e políticas, o conceito de propriedade envolvido no movimento também pode ser analisado nos termos do direito romano, que estabelecia princípios e conceitos fundamentais sobre propriedade. O movimento dos sem-terra busca redistribuir a terra aos trabalhadores rurais, argumentando que a propriedade da terra deve servir a um propósito social e que é injusto que a terra esteja concentrada nas mãos de poucos. Eles exigem terra para a produção agrícola, habitação e meios de subsistência. 
O direito romano, especialmente no período clássico, considerava a propriedade como um direito sagrado e absoluto. No entanto, também reconhece que existem limitações e limitações ao exercício desse direito. Por exemplo, o sistema de usucapião permite a aquisição do título de propriedade da terra por meio da posse pacífica e contínua por um determinado período de tempo. 
À luz desses princípios do direito romano, podemos examinar as reivindicações de propriedade dos movimentos sem-terra. Eles argumentam que a concentração da terra em poucas mãos é contrária à função social da propriedade, que é a de que a terra deve ser usada para o bem coletivo, garantindo o acesso das pessoas aos recursos e meios de subsistência. A resolução desse caso específico é complexa e depende de uma análise aprofundada das leis e regulamentos nacionais, bem como das políticas agrárias em vigor. Através do diálogo entre o Movimento Sem Terra e as autoridades competentes, é possível buscar soluções que promovam a justiça social e a sustentabilidade agrícola, levando em consideração as questões legais e as necessidades das comunidades afetadas. 
Este estudo de caso demonstra como o direito romano, embora seja um sistema jurídico antigo, fornece uma lente interessante para analisar os movimentos dos sem-terra e suas reivindicações relacionadas à propriedade. Embora em um contexto histórico diferente, as reflexões sobre os princípios romanos de propriedade podem enriquecer os debates contemporâneos sobre a reforma agrária e a distribuição equitativa da terra. Nesse sentido, é fundamental encontrar soluções que equilibrem os direitos individuais de propriedade com a justiça social e a necessidade de acesso à terra por aqueles que dela dependem para sobreviver e prosperar.
2 QUESTÃO
A partir do texto abaixo, de acordo com um dos tópicos estudados, redigir um parágrafo argumentativo (de 10 a 15 linhas, em norma culta da Língua Portuguesa e referências bibliográficas segundo à ABNT), no qual sejam destacados os principais legados do DIREITO ROMANO à modernidade. Para isso, faz-se necessária a apresentação do seu posicionamento de forma objetiva. 
DIREITO ROMANO CLÁSSICO: seus institutos e seu legado (Francisco Quintanilha Veras Neto) 
O sistema baseado no trabalho escravo caracterizou o Império Romano e suas etapas históricas. Os patrícios dominavam as classes inferiores, provocando uma desigualdade que refletiu nas instituições políticas e jurídicas. “O Império Romano e suas várias etapas históricas estariam fixados cronologicamente no modo de produção escravagista, em que o motor do desenvolvimento econômico estava nas grandes propriedades apropriadas pela aristocracia patrícia, que, controlando os meios de produção, as terras e as ferramentas necessárias ao trabalho agrícola, dominavam as classes pobres e livres dos plebeus, clientes e dos escravos”. 
A elaboração da Lei das XII Tábuas representou o auge da revolta dos plebeus e possibilitou algumas melhorias para a classe, do ponto de vista jurídico. A cultura romana atribuiu a esse universo escravagista uma forma material ao direito romano, beneficiando os mais fortes com poderes econômicos e militares.
 Eram inexistentes as sanções, a coerção pública e a autoridade para as decisões judiciais. Como exemplo pode ser citada a instituição matrimonial, que era disciplinada pelo direito privado, mediante o qual o casamento era realizado de maneira informal e oral. Apenas um contrato de dote selava a união matrimonial. 
Nas instituições liberais individualistas pode-se identificar o direito romano, principalmente no que concerne ao direito de propriedade e ao direito das obrigações. O Corpus Juris Civilis representou a sistematização do direito romano, realizada a mando do imperador Justiniano. Durante a realeza, o rei era magistrado único e o Senado funcionava como uma espécie de Conselho do Rei. O direito era costumeiro e a jurisprudência estava nas mãos dos pontífices, sendo que as instituições apresentavam um caráter teocrático. 
A república, por sua vez, foi caracterizada pelo poder dos dois cônsules, que inicialmente são as magistraturas únicas. Posteriormente, surgiram os censores e aos poucos os plebeus vão ganhando espaço dentro do governo. As fontes do direito na República são o costume, a lei e os éditos dos magistrados. Na sequência, o império centralizou todos os poderes nas mãos de Augusto. Apesar de respeitar as instituições públicas em Roma, nas províncias imperiais agia como um déspota. Nesse período destacam-se alguns jurisconsultos e criadores de conceitos tópicos da ciência jurídica romana. Já o baixo Império foi marcado pela sua cristianização e pela decadência política e cultural. 
A propriedade era considerada perpétua e impassível de contestação dos outros, merecendo grande importância para os romanos. Essa relevância decorria tanto da parte econômica como da religiosa, uma vez que cultuavam os ancestrais enterrados em tais áreas. Devido ao seu caráter sagrado, a propriedade era perpétua das famílias, mas o poder dos proprietários não era ilimitado. 
A ciência jurídica conheceu a sua autonomia, primeiramente, através do povo romano. No campo da propriedade, surgiram conceitos de copropriedade, teorias subjetivas sobre a posse e conceito de pessoa jurídica. Os romanos foram pioneiros na construção dos conceitos jurídicos de direito objetivo e subjetivo, conceitos de ato e fato jurídico e também na questão da irretroatividade das leis civis. Entretanto, o Império Romano foi substituído pela fragmentação da Europa ocidental em unidades de produção descentralizadas, que constituíram o antigo feudalismo. 
Nesse período, a Igreja era a única instituição centralizada. Fundamentalmente, o Direito Romano foi incorporado pelo Ocidente por satisfazer os burgueses em relação às práticas capitalistas. Com o passar do tempo, ele passou a ser cautelosamente estudado e aplicado mais concretamente, notavelmente com o advento do sistema romano-germânico. 
Resumo da Obra “Fundamentos de História do Direito”, de Antônio Carlos Wolkmer (org.), publicada pela Editora Del Rey. FONTE: Disponível em: http://investidura.com.br/bibliotecajuridica/resumos/historia-do-direito/71-fundam.Acesso em: 20/03/ 2021.
RESPOSTA:
O direito romano deixou um legado importante para a era moderna de várias maneiras. Em primeiro lugar, tem um impacto significativo na formação de instituições políticas e jurídicas. A elaboração da Décima Segunda Tábua marcou um marco na história do direito, permitindo que a classe comum se aprimorasse e passasse a codificar as leis. Este sistema jurídico estabeleceu um precedente importante para o desenvolvimento posterior do direito moderno. 
Um dos legados mais importantes do direito romano foi a padronização do direito privado, especialmente o direito de propriedade e obrigações. O conceito de propriedade perpétua e limitação do poder do proprietário é a base sobre a qual os direitos de propriedade no mundo moderno são construídos. Além disso, a jurisprudência romana contribuiu para a autonomia e desenvolvimento do direito objetivo e subjetivo, distinguindo entre atos jurídicos e fatos. 
Também é importante a contribuição romena para a formação do conceito de pessoa jurídica, que permitiu que as organizações fossem consideradas pessoas jurídicas diferentes das pessoas que as formaram. Essa visão é fundamental para o funcionamento da sociedade e das empresas modernas. Outro importante legado do direito romano é a unificação do sistema romano-germânico, que afetou diretamente as estruturas jurídicas de muitos países da Europa e de outras partes do mundo. Sua aplicação mais específica e sistemática ao longo dos séculos forneceu uma base sólida para o desenvolvimento legal em alguns países ocidentais. 
Em última análise, o direito romano deixou um legado duradouro relevante para a modernidade, moldando os fundamentos das instituições jurídicas, o conceito de propriedade e a ideia de corpos jurídicos e contribuindo para a formação dos sistemas jurídicos contemporâneos. Sua influência ainda se reflete em muitos aspectos do direito atual, tornando-se um importante ponto de referência para entender a origem e o desenvolvimento dos sistemas jurídicos ocidentais.
VERAS NETO, Francisco Quintanilha. DIREITO ROMANO CLÁSSICO: seus institutos e seu legado. Disponível em: <institutos-romano.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2023.
3 QUESTÃO
“A segunda, a fase clássica do Direito Romano, que se bem poderia denominar a fase áurea, como também a fase científica, cujo término se pode fixar em 239 d.C., data da morte de MODESTINO, o último dos grandes jurisperitos, discípulo de ULPIANO […]” (FRANÇA LIMONGI. Importância e atualidade do direito romano).
 a) Em que sentido podemos dizer “ciência” em Roma? Qual tipo de visão histórica pode ser deduzida a partir da expressão “fase áurea”?
b) A partir do fragmento do texto, por que se justifica o estudo do Direito Agrário ou Direito Romano nos dias de hoje? 
c) Faça um breve resumo destacando os principais legados do DIREITO ROMANO à modernidade.
RESPODTA:
a) No contexto do direito romano, o termo "ciência" refere-se ao conhecimento jurídico organizado e teorizado pelos juristas romanos. A fase clássica do direito romano testemunhou grandes avanços na compreensão e aplicação do direito e é considerada uma fase científica em que os juristas romanos formularam princípios e conceitos jurídicos. Eles visam estabelecer os fundamentos teóricos do direito, analisar casos concretos, debater e produzir escritos jurídicos que sistematizem o conhecimento existente. 
 O termo “Idade de Ouro” indica que esse período foi o apogeu do direito romano, marcado pela experiência dos juristas e por uma grande produção intelectual. Reflete uma perspectiva histórica sobre a importância e relevância do período clássico para o desenvolvimento do direito romano do ponto de vista da produção científica e da aplicação prática do direito.
b) O estudo do direito agrário ou direito romano é forte hoje por várias razões. Em primeiro lugar, a lei fundiária, que trata de questões legais relacionadas à propriedade e uso da terra, continua sendo importante para os países onde a agricultura desempenha um papel essencial na economia. Uma compreensão dos princípios e instituições do direito fundiário romano pode fornecer informações valiosas sobre a formulação e interpretação do direito fundiário contemporâneo. 
 Além disso, o estudo do direito romano em geral é importante por causa de seu legado à modernidade. O direito romano estabeleceu os fundamentos legais básicos, como direitos de propriedade, obrigações e o conceito de personalidade jurídica. Esses princípios e conceitos ainda são utilizados nos sistemas jurídicos contemporâneos, especialmente aqueles baseados no sistema romano-germânico. Assim, o estudo do direito romano atual possibilita compreender os fundamentos históricos e filosóficos do direito moderno.
c) Os principais legados do direito romano nos tempos modernos incluem: 
· Codificação e regulamentação do direito: A Lei das Doze Tábuas foi um marco na história do direito e lançou as bases para a codificação e regulamentação do direito. Isso influenciou o desenvolvimento do sistema legal moderno. 
· Direitos de propriedade: O conceito romano de propriedade perpétua e as limitações ao poder do proprietário facilitaram a compreensão moderna dos direitos de propriedade. 
· O conceito de pessoa jurídica: o direito romano desenvolveu o conceito de pessoa jurídica, permitindo que as organizações sejam reconhecidas como pessoas jurídicas separadas dos indivíduos. 
· O desenvolvimento do sistema romano-germânico: o direito romano influenciou a estrutura e os princípios do sistema jurídico romano-germânico, que foi amplamente adotado pelos países europeus e outras partes do mundo. 
· Não retroatividade do direito civil: O direito romano estabeleceu o princípio da irretroatividade do direito civil, que ainda é um princípio fundamental nos sistemas jurídicos contemporâneos, e garante a segurança jurídica e a proteção dos direitos adquiridos. 
· Contribuições para a independência da jurisprudência: os juristas romenos desempenharam um papel vital na independência da jurisprudência, desenvolvendo a teoria e os conceitos jurídicos, criando precedentes e contribuindo para o desenvolvimento do pensamento jurídico. 
· Influência na formação de instituições políticas e jurídicas: o direito romano teve grande influência na formação de instituições políticas e jurídicas e na forma da estrutura e princípios de muitos sistemas jurídicos modernos. 
 O estudo do direito romano hoje nos permite entender como o direito evoluiu ao longo da história, identificar os fundamentos jurídicos ainda em uso e analisar criticamente o impacto da história nas regras e princípios jurídicos contemporâneos.
FRANÇA Limongi; Maria Cecília. Importância e atualidade do direito romano. In: Anais do VI Encontro Brasileiro de Estudantes de Pós-Graduação em História do Direito. Brasília, 2016. Disponível em: http://www.abhd.org.br/anais/arquivos/sessoes-individuais/29/Maria%20Cecilia%20Franca%20Limongi%20-%20GT%2019%20-%20Direito%20Romano.pdf. Acesso em: 7 jul. 2023.

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