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Estratégia MED NEFROLOGIA Prof. Fernanda Badiani |Doença Renal Crônica - Parte 2 2 APRESENTAÇÃO PROF. FERNANDA BADIANI @prof.fernandabadiani @estrategiamed /estrategiamed Estratégia Med t.me/estrategiamed Estrategista, este resumo traz a segunda parte sobre doença renal crônica (DRC). Como é um tema extenso, tivemos que dividir este módulo em duas etapas. Confesso que é um tema árduo, mas vale a pena! Entender as complicações e manejo da DRC ajuda tanto nas provas quanto na vida – todo mundo terá contato com um paciente portador de DRC. Aqui, faremos um resumo com os principais tópicos, sendo que o conteúdo completo e detalhado você encontra no nosso livro digital! O objetivo deste resumo é que você aprenda os seguintes tópicos: • Complicações metabólicas e hormonais da DRC: esse assunto é bastante prevalente, principalmente a abordagem da anemia, doença mineral e óssea e síndrome urêmica; • Tratamento conservador: preste muita atenção no controle pressórico, manejo da nefropatia diabética e de sintomas; • Modalidades de terapia renal substitutiva: esse tema é menos frequente nas provas e traz alguns dados mais específicos da Nefrologia; • Como diferenciar a doença renal crônica da lesão renal aguda: tópico útil para a vida, inclusive! Agora, tome fôlego (ou café!) e vamos lá! https://www.instagram.com/prof.fernandabadiani/ Estratégia MED 3 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 SUMÁRIO 1.0 COMPLICAÇÕES DA DOENÇA RENAL CRÔNICA 5 1.1 ANEMIA 5 1.2 DOENÇA MINERAL E ÓSSEA 9 1.3 SÍNDROME URÊMICA 11 1.4 OUTRAS COMPLICAÇÕES 13 2.0 TRATAMENTO CONSERVADOR 15 2.1 MANEJO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL 15 2.2 MANEJO DA NEFROPATIA DIABÉTICA 18 2.3 ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 20 2.4 MANEJO DE SINTOMAS 21 3.0 TERAPIAS DE SUBSTITUIÇÃO RENAL 22 3.1 INDICAÇÕES DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA 23 3.2 MODALIDADES DIALÍTICAS 24 3.2.1 HEMODIÁLISE 24 3.2.2 DIÁLISE PERITONEAL 25 3.3 TRANSPLANTE RENAL 27 3.3.1 DOADOR VIVO 27 3.3.2 DOADOR FALECIDO 28 3.3.3 IMUNOSSUPRESSÃO 28 4.0 DRC X LRA: COMO DIFERENCIAR? 29 5.0 LISTA DE QUESTÕES 32 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34 Estratégia MED 4 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 CAPÍTULO 1.0 COMPLICAÇÕES DA DOENÇA RENAL CRÔNICA Estrategista, iniciaremos este resumo por um tópico quente em provas: as complicações da doença renal crônica (DRC). As principais são a anemia, a doença mineral e óssea e a síndrome urêmica. Essas principais complicações estão ilustradas na figura abaixo: Figura 1. Principais complicações da Doença Renal Crônica. Fonte: Trello. 1.1 ANEMIA A anemia na DRC é multifatorial e bastante prevalente – os sintomas podem iniciar a partir do estágio 3 da DRC (abordamos o estadiamento na parte 1 do resumo!). Para as provas, precisamos saber a fisiopatologia, as características laboratoriais e o tratamento. A anemia na DRC é multifatorial e decorre tanto da redução da sobrevida das hemácias quanto da queda da taxa de produção delas. O fator mais importante é a deficiência relativa de eritropoetina (EPO), o hormônio estimulador da eritropoiese que é produzido pelas células do parênquima renal. Dessa forma, à medida que essas células são substituídas por tecido de fibrose com a evolução da DRC, há menor produção de EPO e menor estímulo para a formação de hemácias. Estratégia MED 5 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Atente-se para o fato de que a principal causa de anemia na DRC é a deficiência relativa de eritropoetina. A figura abaixo ilustra a diferença entre o rim normal, que na vigência de hipóxia consegue aumentar a produção de hemácias, e o rim com função comprometida, que não é capaz de realizar essa compensação, determinando a ocorrência de anemia. Figura 2. Mecanismo da anemia na doença renal crônica pela eritropoiese comprometida. Estratégia MED 6 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Outra condição relevante é a deficiência de ferro. Ela ocorre tanto por meio de perdas - via trato gastrointestinal, coleta repetida de exames e por retenção no sistema de hemodiálise – ou de redução da absorção intestinal. Como o paciente renal crônico é naturalmente inflamado pela uremia, há estímulo para a produção da hepcidina pelo fígado. A hepcidina é um peptídeo que se liga à ferroportina, proteína que permite a saída do ferro do meio intracelular (onde ele encontra-se armazenado na forma de ferritina) para ser utilizado na fabricação de eritrócitos. A ligação da hepcidina com a ferroportina impede essa saída, dificultando a utilização dos estoques de ferro. Esse fenômeno possui duas consequências: inibe a absorção do ferro no trato gastrointestinal e a liberação do ferro intracelular para ser utilizado como matéria- prima para a fabricação de novas hemácias. Veja na figura abaixo como ocorrem essas alterações: Figura 3. Fisiopatologia da anemia na doença renal crônica. Estratégia MED 7 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Com o aumento do ferro intracelular, há aumento dos níveis de ferritina, mesmo com deficiência relativa de ferro (uma vez que este não pode ser utilizado para a fabricação de novas hemácias). Como a ferritina é uma proteína de fase aguda, ela também está elevada pela inflamação característica do ambiente urêmico. No entanto, como não há ferro disponível na circulação sanguínea, o índice de saturação de transferrina é baixo. A deficiência de ácido fólico e de vitamina B12 também podem contribuir para a anemia na DRC. Na DRC, a anemia é tipicamente normocrômica e normocítica isolada, isso é, sem leucopenia ou plaquetopenia e pode iniciar a partir de uma taxa de filtração glomerular < 60mL/min/1,73m2 com instalação lenta e progressiva. Características da Anemia na doença renal crônica Normocrômica Normocítica Ausência de leucopenia ou plaquetopenia Índice de saturação de transferrina: baixo Ferritina: alta Tabela 1. Características da anemia na DRC. Estrategista, não se esqueça da fisiopatologia da anemia na DRC! Os pontos mais importantes são: • Anemia normocítica e normocrômica isolada; • Ferritina alta e índice de saturação de trasferrina baixo; • Principal fator: deficiência relativa de eritropoetina; • Fatores contribuintes: deficiência de ferro, ácido fólico e vitamina B12. O tratamento preconizado é a reposição de ferro, quando os estoques estiverem reduzidos, e de eritropoetina (através do uso de agentes estimuladores da eritropoiese). O primeiro pilar do tratamento é a reposição de ferro – afinal, precisamos ter matéria-prima para a fabricação de novas hemácias. Os alvos para estoques de ferro adequados são: • Índice de saturação de transferrina > 20%; • Ferritina > 100 ng/mL (pacientes em tratamento conservador ou diálise peritoneal) ou > 200 ng/mL (para paciente em hemodiálise). Na sequência, após os estoques de ferro estarem reforçados, indicamos reposição de eritropoetina com uso de agentes estimuladores da eritropoiese. Estratégia MED 8 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 1.2 DOENÇA MINERAL E ÓSSEA Estrategista, agora veremos a doença mineral e óssea da DRC. Esse é um assunto complexo mesmo para o Nefrologista, então é considerado um tema difícil! Grandes bancas de São Paulo gostam de cobrar esse assunto, e acertar essas questões pode ser um diferencial importante! Os distúrbios do metabolismo mineral e ósseo (DMO) da DRC (DMO-DRC ou osteodistrofia renal) são alterações do metabolismo do fósforo, do cálcio, da vitamina D e do paratormônio (PTH), que cursam com alterações esqueléticas, as quais levam a deformidades ósseas e aumento do risco de fraturas,bem como calcificações vasculares, que aumentam o risco cardiovascular. Figura 4. Tratamento da anemia na Doença Renal Crônica. Estratégia MED 9 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Existem três fenótipos clínicos de apresentação: • Hiperparatireoidismo secundário ou terciário: caracterizado por um PTH elevado e alto turn over ósseo – a manifestação anatomopatológica é a osteíte fibrosa; • Doença óssea adinâmica e osteomalácia: caracterizada por PTH baixo e baixo turn over ósseo; • Doença mista: com características de ambos os processos. A gênese desses distúrbios é a redução da eliminação de fósforo pelos rins pela redução da massa renal. Com a redução da taxa de filtração glomerular, há consequente redução da excreção do fósforo, que se acumula, surgindo, então, a hiperfosfatemia. O fósforo alto na circulação sanguínea liga-se ao cálcio e pode levar à deposição de cristais de fosfato de cálcio na parede dos vasos, contribuindo para a calcificação vascular e hipocalcemia. Além disso, a perda de parênquima renal é associada à redução da conversão da vitamina D da sua forma inativa (calcidiol) para sua forma ativa (calcitriol), pela menor produção da enzima 1α-hidroxilase, responsável por esse processo. A deficiência de vitamina D ativada provoca menor absorção de cálcio e fósforo no intestino, o que contribui com a hipocalcemia. Todos esses distúrbios em conjunto – hiperfosfatemia, hipocalcemia e hipovitaminose D - são os gatilhos para aumentar a produção e secreção de PTH pelas glândulas paratireoides, que com o passar do tempo leva ao hiperparatireoidismo (HPT). Por outro lado, o tratamento excessivo com uso de múltiplas drogas e reposição de cálcio pode levar a outro espectro da DMO-DRC, a doença óssea adinâmica, caracterizada por baixos níveis séricos de PTH. A figura a seguir ilustra as principais alterações da DMO-DRC: Redução da eliminação de fósfuro: Hiperfosfatemia Redução da vitamina D ativada: Hipovitaminose D Hipocalcemia Aumento do PTHPERDA DA MASSA RENAL Figura 5. Alterações da DMO-DRC que culminam com aumento do PTH. Estratégia MED 10 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 A doença mineral e óssea da DRC é bastante complexa e seu tratamento também, sendo composto de diversas etapas. Dessa forma, a principal medida é reduzir a ingesta de fósforo na dieta, através da limitação da ingestão de proteínas e produtos ultraprocessados. Em segundo lugar, podemos tentar reduzir sua absorção intestinal através do uso de quelantes de fósforo durante as refeições – os quelantes disponíveis atualmente são o carbonato ou acetato de cálcio e o sevelamer. Para aumentar a biodisponilidade da vitamina D, devemos repor a mesma com objetivo de níveis > 30ng/mL. Nos estágios avançados da DRC, podemos utilizar os ativadores do receptor de vitamina D – o calcitriol e o paricalcitol – ou calcimiméticos, como o cinacalcete, que auxiliam no controle da doença. Casos refratários em que não houve resposta à terapia medicamentosa possuem indicação de tratamento cirúrgico, com remoção das glândulas através de paratireoidectomia. Esses tratamentos são gradativos em um primeiro momento, com associação das medidas. A longo prazo, eles atuam de maneira concomitante para garantir o melhor tratamento da DMO-DRC! Redução da ingesta de fórforo na dieta Uso de quelantes de fósforo Reposição de colecalciferol Terapia farmacológica específica Tratamento cirúrgico Figura 6. Escala descendente de tratamento da DMO-DRC. 1.3 SÍNDROME URÊMICA As provas costumam cobrar os sintomas de síndrome urêmica quando estão descrevendo um paciente portador de disfunção renal avançada (você precisa saber os sintomas para identificar a comorbidade do paciente na questão) e os sintomas urêmicos graves que indicam a realização de diálise! A síndrome urêmica é secundária ao acúmulo de toxinas urêmicas que alteram todo o metabolismo celular. Os sintomas gerais incluem: cansaço, fraqueza, inapetência, soluços, náuseas e vômitos. Como são sintomas inespecíficos, nem sempre chamam a atenção para ocorrência de DRC. No entanto, aparecem no quadro clínico de pacientes com disfunção avançada como dica de questão! Estratégia MED 11 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Outros sintomas mais específicos e potencialmente mais graves incluem o risco de sangramentos volumosos, pericardite urêmica e alterações neurológicas. As alterações neurológicas, mais especificamente denominada encefalopatia urêmica, são caracterizadas por uma ampla gama de sintomas neurológicos, que variam desde alteração do ciclo sono-vigília e tremor de extremidades até quadros graves, como coma ou convulsões. Veja na tabela abaixo as manifestações da encefalopatia inicial e avançada: Manifestações clínicas da encefalopatia urêmica Encefalopatia INICIAL Encefalopatia AVANÇADA Alteração do ciclo sono-vigília Sonolência diurna/Insônia Apatia Prejuízo da concentração Tremor de extremidades Alterações cognitivas Mioclonias Convulsões Rebaixamento do nível de consciência Coma Tabela 2. Manifestações da encefalopatia urêmica. Uma manifestação particularmente importante e abordada em provas é a pericardite urêmica, uma complicação rara, porém potencialmente fatal, sendo indicação de diálise de urgência em pacientes sintomáticos. Cursa com manifestações similares a pericardites de outras etiologias: dor torácica pleurítica ventilatório-dependente (com irradiação para pescoço e trapézio) e presença de atrito pericárdico. A característica de piorar com o decúbito dorsal e melhorar na posição sentada ou na posição genupeitoral (figura ao lado) não é tão comum nos pacientes portadores de pericardite urêmica - esse fato é mais comum em outras formas de pericardite! Um ponto fundamental nas provas é o padrão eletrocardiográfico: • Elevação do segmento ST em diversas derivações e que não respeita território de irrigação coronariana. • Infradesnivelamento do segmento PR. Figura 7. Posição genupeitoral ou prece maometana. Estratégia MED 12 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 O diagnóstico baseia-se no quadro clínico e exames complementares já descritos. O tratamento é a prescrição de hemodiálise – se você encontrar uma questão que aborde um paciente com sintomas de uremia e quadro clínico típico de pericardite com os achados eletrocardiográficos acima – não hesite – o tratamento é o início de diálise! É importante aqui ressaltarmos que não há tratamento clínico efetivo direcionado para atenuar os sintomas de uremia. Em casos de sintomas graves (e por isso fique atento aos sintomas de encefalopatia avançada, sangramentos volumosos e pericardite) em pacientes com DRC avançada (lembre-se: a palavra crônica denota irreversibilidade da disfunção renal), a terapia efetiva para uremia é o início de diálise! 1.4 OUTRAS COMPLICAÇÕES Estrategista, existem outras complicações importantes da DRC, mas que são menos cobradas em provas. Assim, focaremos de forma rápida e direta nos principais pontos sobre cada uma dessas alterações! 1. Coagulopatia: é bem determinado que pacientes portadores de DRC apresentam maior risco de sangramento. O maior risco de sangramento é atribuído à disfunção plaquetária, que leva à redução da aderência das plaquetas ao endotélio vascular e ao prejuízo da hemostasia. Essa discrasia sanguínea não se reflete em prolongamento do tempo de protrombina ou no tempo de tromboplastina parcial ativada e, habitualmente, o número de plaquetas encontra-se normal ou discretamente reduzido. Figura 8. Eletrocardiograma da pericardite: supra-ST em quase todas as derivações e infra-desnivelamento de PR (seta). Estratégia MED 13 NEFROLOGIA Doença RenalCrônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 2. Doença cardiovascular (DCV): a DCV é muito prevalente em pacientes portadores de DRC e é a principal causa de mortalidade nessa população! E o contrário também é verdadeiro: a DRC aumenta o risco de DCV em todos os seus estágios, sendo maior o risco à medida que a taxa de filtração glomerular decai. Isso ocorre pela presença de fatores de risco tradicionais e fatores de risco não tradicionais relacionados à DRC e terapia dialítica. Em conjunto, esses fatores aumentam o risco de eventos cardiovasculares isquêmicos, maior incidência de insuficiência cardíaca e predisposição a arritmias. Fatores de risco TRADICIONAIS Fatores de risco NÃO TRADICIONAIS Hipertensão arterial Distúrbio mineral e ósseo Diabetes Mellitus Anemia Dislipidemia Distúrbios do sono Tabagismo Inflamação Sedentarismo Hipertrofia do ventrículo esquerdo 3. Dislipidemia: as anormalidades lipídicas são comuns na DRC e existe uma associação a desfechos negativos, tanto com níveis aumentados de colesterol, favorecendo formação de placas de ateroma, quanto com níveis mais baixos, refletindo um estado nutricional inadequado. Aumento do colesterol total + Triglicérides Aumento tardio LDL Redução HDL Figura 9. Alterações do perfil lipídico na DRC. O ambiente urêmico e inflamatório da DRC provoca alterações no perfil lipídico que incluem aumento dos níveis de triglicérides e de colesterol total, redução do HDL e, mais tardiamente, aumento do LDL. Na realidade, a principal alteração no LDL é a mudança na sua composição, com aumento do LDL oxidado. O manejo inclui medidas não farmacológicas com mudanças do estilo de vida, que são indicadas para todos os indivíduos. As terapias farmacológicas preconizadas são estatinas em associação ou não com ezetimiba. No paciente renal crônico, a combinação de estatinas e fibrato é contraindicada se houver disfunção renal avançada. 4. Deficit de crescimento: deficits de crescimento são comuns em crianças portadoras de DRC por diversos motivos: suporte nutricional inadequado, acidose metabólica, doença mineral e óssea e insensibilidade à ação do hormônio do crescimento (GH). Na DRC, há resistência ao GH circulante pela menor atividade do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), que é o principal mediador do metabolismo e ação do GH. No entanto, essa ação é relativa, pois crianças com deficit persistente do crescimento podem ser tratadas com reposição hormonal de GH recombinante, como terapia para melhorar a estatura. Estratégia MED 14 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Não se esqueça: Anemia: • Principal fator é a deficiência relativa de eritropoetina • Tratamento: repor estoques de ferro 🡪 Reposição eritropoetina Coagulopatia: decorrente de disfunção plaquetária pela uremia DMO-DRC: fisiopatologia do hiperparatireoidismo Síndrome urêmica: reconhecer sintomas e indicações de diálise Doença cardiovascular: principal causa de mortalidade na DRC CAPÍTULO 2.0 TRATAMENTO CONSERVADOR Caro aluno (a), temos aqui mais um tema quente: despenca em provas e traz conceitos da prática diária! O manejo da hipertensão arterial, nefropatia diabética e estratégias preventivas são conceitos recorrentes em provas e as bancas costumam abordar todas essas medidas em conjunto em uma mesma questão! 2.1 MANEJO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL A HAS pode ser tanto causa quanto consequência da DRC, além de atuar como fator de risco para início e progressão da DRC, e da associação ao aumento do risco cardiovascular. Dessa maneira, o controle pressórico é um dos principais pilares do manejo da DRC e da prevenção de doença cardiovascular (DCV). O alvo da pressão arterial é motivo de controvérsia entre os diversos guidelines existentes, mas, atualmente, o preconizado pela Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (publicada em 2020) para pacientes portadores de DRC é: • PA < 140x90mmHg se baixo risco cardiovascular • PA < 130x80mmHg se alto risco cardiovascular E como definir o risco cardiovascular no paciente portador de DRC ? Pela mesma Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, é considerado como alto risco cardiovascular pacientes com: • DRC a partir do estágio 3, ou seja, uma taxa de filtração glomerular (TFG) < 60 mL/min/1.73m2 • Albuminúria a partir de 30 mg/g de creatinina urinária Estratégia MED 15 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Ou seja, quase todos os nossos pacientes portadores de DRC se enquadrarão nessas definições! Na prática, a Diretriz Brasilera recomenda alvo pressórico < 130x80mmHg em pacientes portadores de DRC sem terapia renal substitutiva (diálise ou transplante renal), sendo que metas mais estritas podem ser almejadas em casos selecionados, desde que sob vigilância de possíveis efeitos colaterais e após compartilhamento dos riscos com o paciente! Para o tratamento pressórico, existem as medidas não farmacológicas e as medidas farmacológicas. As medidas não farmacológicas englobam medidas dietéticas e de mudança de estilo de vida: • Redução da ingesta de sal < 2 g de sódio por dia ou < 5 g de cloreto de sódio – Aqui temos uma curiosidade para pacientes portadores de DRC: o sal light possui menor teor de sódio, porém um aumento da concentração de potássio, assim, tome cuidado ao indicar para o portador de DRC avançada! • Cessação do tabagismo. • Dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) – no paciente portador de DRC, temos que ter cuidado com a hipercalemia pela dieta rica em frutas e vegetais. • Manter peso corporal adequado (tanto por índice de massa corpórea quanto por circunferência abdominal apropriados). • Atividade física regular com pelo menos 150 minutos por semana em nível adequado para a condição física e cardiovascular de cada paciente. O tratamento medicamentoso no paciente portador de DRC segue os princípios básicos do tratamento geral de HAS (o qual você encontra com detalhes no módulo de Cardiologia!), mas possui uma especificidade: os anti-hipertensivos de escolha são os inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA) caso haja proteinúria ≥ 30 mg/24 horas ou ≥ 30 mg/g de creatinina. Se não houver proteinúria nesses níveis, podemos utilizar qualquer outra droga, desde que haja o controle pressórico adequado. As drogas consideradas como primeira linha para controle pressórico em monoterapia são: diuréticos tiazídicos e similares, bloqueadores do canal de cálcio, inibidores da ECA ou BRA. Os betabloqueadores podem ser considerados em situações específicas como tratamento inicial. Uma ressalva é que os diuréticos tiazídicos (classe que inclui hidroclorotiazida, clortalidona e indapamida) possuem efeito anti-hipertensivo adequado em taxa de filtração glomerular > 30 mL/min/1.73m2. Em pacientes portadores de DRC avançada, essas medicações devem ser substituídas por outra classe de anti- hipertensivos! Estrategista, agora preste atenção em alguns cuidados que você deve ter com o uso de inibidores da ECA ou BRA: Estratégia MED 16 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 • O uso combinado de iECA e BRA não mostrou maior benefício em reduzir progressão de DRC ou melhora de desfechos cardiovasculares - apenas aumentou os efeitos colaterais – assim, essas drogas não devem ser prescritas em conjunto! Os inibidores diretos da renina (como alisquireno) também não devem ser utilizados em conjunto ao iECA ou BRA. Os demais anti- hipertensivos podem ser associados ao uso de iECA ou BRA! • Os inibidores da ECA e BRA são medicações que atuam inibindo o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e promovem vasodilatação da arteríola eferente (a via de saída do sangue do glomérulo). Quando ocorre essa vasodilatação,há maior facilidade para o sangue sair dos glomérulos, aliviando a pressão retrógrada, consequentemente, reduzindo a pressão de filtração e, assim, a perda de proteínas na urina – ou seja – possuem efeito antiproteinúrico! É por esse efeito que eles são as medicações de escolha em pacientes hipertensos, portadores de DRC e proteinúria! Veja na figura abaixo esse mecanismo de ação: Figura 10. Mecanismo de ação dos inibidores do SRAA. • No entanto, essas medicações provocam uma alteração hemodinâmica renal que pode ocasionar aumento dos valores de creatinina. É esperado que esse aumento seja de até 30% - valores acima desse percentual podem sugerir estenose de artéria renal! • Outro efeito colateral da inibição do SRAA é a hipercalemia. A aldosterona é um hormônio que age no néfron distal favorecendo a reabsorção de um íon sódio em troca de um íon potássio ou hidrogênio. Quando há inibição da produção de aldosterona pelo uso de iECA ou BRA, há menor eliminação de potássio pelo organismo, podendo levar à hipercalemia. Estratégia MED 17 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Portanto, lembre-se de dosar creatinina e potássio 2 a 4 semanas após o início dessas medicações e de reduzir dose/descontinuar se hipercalemia não controlada ou aumento da creatinina acima de 30% ! 2.2 MANEJO DA NEFROPATIA DIABÉTICA Estrategista, o manejo da nefropatia diabética inclui as medidas comuns preconizadas para todo DRC. Dentre as particularidades do paciente diabético, temos o controle glicêmico e o uso de algumas medicações específicas. Fique atento para as próximas explicações, pois esse tema despenca em provas! O alvo glicêmico é uma hemoglobina glicada (HbA1c) ao redor de 7%. Níveis mais altos podem ser tolerados em pacientes com alto risco de hipoglicemia, múltiplas comorbidades ou expectativa de vida limitada. Sempre devemos lembrar de ajustar ou suspender os antidiabéticos orais segundo a taxa de filtração glomerular. As particularidades dos antidiabéticos serão abordadas especificamente com a Endocrinologia, mas aqui apresentaremos as principais alterações que caem em provas: • Metformina: deve ter a dose máxima limitada a 2 g/dia com TFG entre 45 e 30 mL/min/1.73m2 e suspensa se TFG < 30 mL/min/1.73m2, pelo risco de acidose láctica. • Inibidores da DDP-4: podem ser utilizados mesmo em DRC em diálise, desde que reduzida a dose. Portanto, as questões cobram a troca por essa classe de medicação! As drogas dessa classe de medicação são as gliptinas, como a linagliptina e a saxagliptina. Outro ponto abordado é o efeito renoprotetor dos inibidores da ECA e dos BRA devido sua ação antiproteinúrica – por isso, essas medicações são imprescindíveis para pacientes portadores de albuminúria (lembre-se de que a albuminúria é a primeira manifestação clínica da nefropatia diabética e, portanto, MUITO prevalente nessa população). Estratégia MED 18 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Na nefropatia diabética, o efeito benéfico por ser ilustrado pela seguinte figura: Figura 11. Mecanismo hemodinâmico da nefropatia diabética e compensação parcial com uso de inibidores da ECA ou BRA. Estrategista, preste atenção neste nome: inibidores do SGLT-2! Atualmente, além do efeito renoprotetor comprovado dos iECA e BRA, a classe de medicações dos inibidores do SGLT- 2 (cotransportador renal sódio-glicose tipo 2) também foi comprovadamente eficaz em retardar a progressão da nefropatia diabética, principalmente nos pacientes proteinúricos. As drogas dessa classe são as gliflozinas, sendo que as principais representantes com evidência de benefício foram: empagliflozina, canagliflozina e dapagliflozina. Essa classe de medicação age através do bloqueio da absorção de sódio e glicose no túbulo contorcido proximal, o que aumenta o aporte de sódio à mácula densa. Dessa forma, o rim sente que está bem perfundido e, através do feedback túbulo-glomerular, provoca vasoconstrição da arteríola aferente, reduzindo o fluxo sanguíneo que chega ao rim e, assim, diminuindo a pressão intraglomerular. O que você precisa saber é que esse efeito antiproteinúrico benéfico ocorre através das alterações hemodinâmicas ilustradas na figura abaixo: Estratégia MED 19 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Figura 12. Mencanismo de ação dos Inibidores do SGLT-2. A recomendação atual é incluir o uso dessas medicações no manejo glicêmico do paciente portador de diabetes com proteinúria, principalmente com albuminúria > 300 mg/g de creatinina e com TFG ≥ 30 mL/min/1.73m2. Medicações nefroprotetoras indicadas para pacientes com proteinúria: • Inibidor da ECA/BRA: HAS + proteinúria • Inibidor SGLT-2: TFG > 30 mL/min/1.73m2 + proteinúria 2.3 ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS Caro(a) aluno(a), existem diversos fatores de risco associados à progressão da doença renal crônica em que podemos atuar com medidas preventivas: controle pressórico e glicêmico, dieta e acidose. Algumas dessas medidas já foram revistas, mas esclareceremos o panorama geral – isso é importante porque esse resumo das principais medidas ajudará na resolução da maioria das questões sobre o tema! Estratégia MED 20 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 As recomendações atuais para o portador de DRC possuem as seguintes orientações: • Alvo pressórico: < 130x80mmHg em pacientes portadores de DRC sem terapia renal substitutiva. • Restrição de sal: < 2 g de sódio ou <5 g de cloreto de sódio por dia. • Restrição proteica: • < 0,8 g/kg/dia em paciente com TFG < 30 mL/min/1.73m2. • Evitar alto consumo proteico (> 1,3 g/kg/dia) em pacientes com risco de progressão. • Alvo glicêmico: hemoglobina glicada ao redor de 7%. Níveis mais altos podem ser tolerados em pacientes com alto risco de hipoglicemia, múltiplas comorbidades ou expectativa de vida limitada. • Controle da acidose: pode-se prescrever suplementação de bicarbonato com objetivo de manter bicarbonato sérico ≥ 22 mmoL/L. • Mudanças do estilo de vida: incentiva-se a realização de atividades físicas, cessação do tabagismo e controle do peso para manter o índice de massa corpórea dentro da normalidade. • Evitar o uso de medicações nefrotóxicas e corrigir a dosagem de medicações de acordo com a taxa de filtração glomerular. Um ponto que pode ser cobrado em provas é o uso de agentes hipouricemiantes para retardar a progressão da DRC. Esses medicamentos ainda não possuem benefício comprovado e, por enquanto, não são recomendados como estratégias preventivas. Orientações dietéticas: restringir consumo de potássio e fósforo em grande quantidade e proibir o consumo de carambola. 2.4 MANEJO DE SINTOMAS Estrategista, as estratégias que vimos no item anterior possuem impacto na progressão da DRC, ou seja, retardam a piora da função renal. Aqui, veremos outras medidas que, associadas às medidas anteriores, auxiliam no controle dos sintomas da DRC: hipervolemia, distúrbios hidroeletrolíticos, anemia, doença mineral e óssea, hipertensão arterial, diabetes mellitus e vacinação. Estratégia MED 21 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 A tabela abaixo traz os pilares do tratamento conservador da doença renal crônica – leia com cuidado e atenção! Tratamento conservador da DRC Medidas não farmacológicas Ingestão de sódio < 2 g/dia + ingestão de proteínas < 0,8g/kg/dia + cessar tabagismo + perda de peso + realizar atividade física regular + evitar drogas nefrotóxicas Hipertensão Alvo: PA < 130x80 mmHg se DRC sem diálise Medida: restrição salina + uso iECA ou BRA se proteinúria DM Alvo: hemoglobina glicada ≤ 7% Medida: corrigir doses de antidiabéticos de acordo com a função renal Proteinúria Alvo: < 1 g/24 horas Medida: usode iECA ou BRA Hipervolemia Restrição de hidrossalina + uso de diuréticos de alça Distúrbios eletrolíticos Alvo: bicarbonato ≥ 22 mmol/L Medida: restrição de proteínas na dieta + reposição de bicarbonato de sódio + uso de diuréticos de alça Anemia Alvo: ferritina > 100-200ng/mL + índice de saturação de transferrina > 20% + hemoglobina 10-12 g/ dL Medida: repor estoques de ferro + utilizar eritropoetina Doença mineral e óssea Alvo: vitamina D > 30 ng/mL Medida: limitar consumo de fósforo + utilizar quelantes de fósforo + repor vitamina D + drogas específicas Vacinação Influenza + pneumocócica + hepatite B + atualização da carteira vacinal Tabela 4. Medidas indicadas no tratamento conservador da DRC. As questões sobre DRC, muitas vezes, envolvem diversos conceitos diferentes sobre o manejo conservador da doença. Você verá na bateria de questões sobre o tema que precisamos entender a tabela acima para responder a maioria das questões! CAPÍTULO 3.0 TERAPIAS DE SUBSTITUIÇÃO RENAL Coruja, aqui falaremos de um tema bastante específico na Nefrologia: Terapia Renal Substitutiva! As questões sobre esse assunto focam nas indicações para iniciar diálise e benefícios da diálise. Existem questões mais específicas sobre as modalidades: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal – essas são difíceis e pouco frequentes em provas! Estratégia MED 22 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 3.1 INDICAÇÕES DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA Quando o tratamento conservador falha em evitar a progressão da DRC ou o paciente descobre a doença em fases avançadas, a única escolha é submetê-lo às terapias de substituição renal. Essas terapias são empregadas quando o paciente possui DRC avançada e o rim nativo não é capaz de lidar com a hipervolemia e distúrbios hidroeletrolíticos secundários à perda de função renal. Temos 3 modalidades atualmente disponíveis: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. As indicações para início de qualquer uma das modalidades é comum e baseada na taxa de filtração glomerular dos pacientes associada a sintomas como uremia, hipervolemia ou distúrbios eletrolíticos (principalmente hipercalemia e acidose metabólica) que não puderam ser controlados com o tratamento conservador. Figura 13. Indicações de início de terapia renal substitutiva. Vale ressaltar que essas indicações não são absolutas. Um paciente pode tolerar os sintomas da perda de função renal com TFG mais baixas e o momento do início é individualizado para cada um! No entanto, utilizamos essas faixas para guiar nossos próximos passos, como encaminhar para um centro que realize transplante renal ou planejar a confecção de um acesso para hemodiálise. O racional para esses sintomas serem os principais indicadores de início de diálise é que ela efetivamente consegue tratá-los: há remoção direta desses elementos (excesso de água, eletrólitos e toxinas urêmicas) durante o processo de diálise. No entanto, algumas alterações hormonais secundárias à DRC não podem ser resolvidas apenas com esse procedimento, como é o caso da anemia, da doença mineral óssea e da doença cardiovascular. A tabela a seguir resume que complicações possuem benefício imediato em iniciar diálise: Efeito da diálise nas complicações da DRC Situações que MELHORAM com a diálise Situações que NÃO melhoram com a diálise Hipercalemia Acidose metabólica Sintomas de uremia Hipervolemia Anemia Doença mineral e óssea Doença cardiovascular Tabela 5. Efeito da diálise nas complicações da doença renal crônica. Estratégia MED 23 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 3.2 MODALIDADES DIALÍTICAS Estrategista, conversaremos sobre as duas modalidades principais de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal. Tenha em mente que esse é um tema bastante específico! O importante para a prova é entendermos como funciona cada procedimento, quais são as vantagens e desvantagens de cada um e quais são as contraindicações, bem como as complicações. Estrategista, gostaria que você tivesse dois conceitos em mente: • A diálise nunca será uma substituição perfeita da função do rim e o paciente persistirá com as complicações da DRC, que devem continuar a ser manejadas: anemia, DMO, DCV e distúrbios hidroeletrolíticos. • A substituição do trabalho do rim nativo por um outro rim (o transplante renal!) consegue aproximar-se melhor da função renal normal e, por isso, possui melhores resultados que a diálise! 3.2.1 HEMODIÁLISE A hemodiálise é a principal modalidade no Brasil. Nesse tipo de terapia, o sangue do paciente passa pela máquina de hemodiálise, que possui um filtro (o capilar sintético!) o qual funciona como uma membrana semi-permeável, por onde são realizadas trocas de eletrólitos e perda de volume hídrico entre o sangue e uma solução de diálise por meio de difusão, ou seja, por diferença de concentração das substâncias. Assim, há passagem de substâncias do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. Isso resulta no fluxo de potássio, ureia, creatinina e fósforo do sangue (alta concentração) para a solução de diálise (baixa concentração, pois possui pouca ou nenhuma quantidade dessas substâncias). Além disso, também podemos dar elementos que possuem baixa concentração sanguínea, como bicarbonato e cálcio, para combater a acidose metabólica e hipocalcemia, quando necessário. A perda de fluidos é programada na máquina: na hemodiálise, sabemos exatamente quanto de volume retiraremos do paciente e isso é pré-definido pela equipe médica. Assim, temos o controle do volume a ser retirado, mas isso não significa que o paciente tolerará: como retiraremos muito volume em pouco tempo (apenas durante o tempo em que a terapia estiver ocorrendo), o paciente pode apresentar hipotensão associada ao procedimento. A figura a seguir ilustra o processo de hemodiálise e o caminho que o sangue e a solução de diálise percorrem: Figura 14. Circuito de hemodiálise. Fonte: Shutterstock. Estratégia MED 24 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Para que todo esse processo ocorra, é necessário que o paciente possua um bom acesso venoso para permitir que o sangue seja bombeado em fluxos altos. O acesso preferencial é a fístula arterio-venosa, seguida da prótese (acesso semelhante à fístula, mas que necessita de uma conexão – a prótese – para permitir a ligação da artéria e da veia), dos cateteres de longa permanência e, por último, dos cateteres de curta permanência. Assim, é de suma importância que, ao longo do tratamento conservador, o paciente seja encaminhado ao Cirurgião Vascular para avaliar a confecção de uma fístula arterio-venosa (FAV) e deixar a realização de passagem de cateteres para situações de urgência. Isso vale para a DRC! Na LRA, o acesso de escolha é o cateter de curta permanência, tanto pela sua facilidade de passagem quanto por seu caráter provisório! Fístula Prótese Cateter de longa permanência Cateter de curta permanência A FAV é o acesso ideal para a realização de hemodiálise e deve ser confeccionada ANTES do início de hemodiálise: a partir de uma TFG ≤ 30 mL/min/1.73m2 e cerca de 6 meses antes do início da hemodiálise. Esse período é necessário pois a FAV precisa de pelo menos 4 a 6 semanas para maturar e ser utilizada. Figura 15. Ordem de preferência de acesso vascular para realização de hemodiálise. Caro(a) aluno(a), como você pode perceber, a hemodiálise exige um cuidado complexo: necessita da punção de um acesso e da montagem da máquina de diálise (o filtro, as linhas, o banho de diálise). Isso implica em um fator: o paciente não consegue fazer isso sozinho – ele precisa comparecer a uma clínica de diálise! A única contraindicação para realização de hemodiálise é a falência de acesso vascular.3.2.2 DIÁLISE PERITONEAL Agora, veremos a diálise peritoneal, modalidade menos utilizada no Brasil e que corresponde a menos de 10% dos pacientes em diálise. Aluno (a), por que será que essa modalidade é menos utilizada? Será que ela é pior que a hemodiálise? A resposta deve ser segura: NÃO! Não caia nessa pegadinha de prova: as duas modalidades são equivalentes em termos de sobrevida e nenhuma técnica é superior à outra! A diálise peritoneal consiste na troca de solutos e água através da membrana peritoneal, que é a membrana que recobre a cavidade abdominal. Essa membrana é irrigada por vasos sanguíneos de pequeno calibre, os capilares peritoneais. Da mesma forma que na hemodiálise, essa troca ocorre por difusão entre as substâncias do sangue e uma solução de diálise que é colocada na cavidade peritoneal do paciente, com passagem de substâncias do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. A perda de fluidos é motivada pelo gradiente osmótico imposto pela solução de diálise com alta concentração de glicose, Estratégia MED 25 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 a qual “puxa” a água para a cavidade peritoneal. Como é uma força osmótica, não é programada e não podemos precisar quanto de volume o paciente perderá. O lado bom é que nunca tiraremos mais volume do que o paciente aguenta, ou seja, não há hipotensão associada a essa técnica. A consequência positiva desse fenômeno é a seguinte: o paciente preserva a diurese (também denominada função renal residual) por mais tempo que o paciente em hemodiálise! Veja no esquema ao lado como funciona a diálise peritoneal! Figura 16. Circuito da diálise peritoneal. Fonte: Shutterstock. Diferentemente da hemodiálise, que é realizada em um centro específico, essa modalidade é de responsabilidade do paciente ou de seus familiares, cuja função é realizar as trocas de soluções em ambiente domiciliar manualmente ou pela máquina de diálise peritoneal. As contraindicações para realização dessa modalidade podem ser absolutas ou relativas. As contraindicações absolutas são a perda de função peritoneal documentada por meio de testes específicos – essa é a mais importante e que realmente impossibilita continuar a técnica peritoneal. Outras contraindicações absolutas incluem aderências abdominais extensas que mitiguem o fluxo do dialisato, pós-operatório imediato de cirurgia abdominal, incapacidade física ou cognitiva de realizar a terapia domiciliar e presença de defeitos mecânicos não passíveis de correção cirúrgica, como hérnias abdominais e diafragmáticas ou malformações, como onfalocele. As contraindicações relativas englobam vazamentos pelo orifício de saída do implante, infecção de parede abdominal, presença de colostomia/ileostomia, desnutridos graves, obesos mórbidos, doença inflamatória intestinal e intolerância a grandes volumes. Acho que deu para perceber que existem mais contraindicações para realização de diálise peritoneal que para hemodiálise, não é mesmo? A principal complicação da diálise peritoneal é a peritonite, que é a infecção da membrana peritoneal. Essa desordem está associada a aumento de mortalidade e falência da técnica dialítica, pois pode levar à perda da função peritoneal. Assim, é imprescindível instituir o tratamento rápido, com antibiótico de amplo espectro e realizado, preferencialmente, via intraperitoneal junto à solução de diálise – NUNCA devemos colocar o antibiótico direto no cateter para evitar contaminação! A suspeita de peritonite é realizada na presença de dor abdominal e/ou efluente turvo – efluente é o líquido que é drenado da cavidade abdominal no processo de diálise. A confirmação é dada pela presença de leucócitos > 100 células/mm3 com pelo menos 50% de neutrófilos e cultura positiva para algum microrganismo. Estratégia MED 26 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 A tabela a seguir ilustra as principais diferenças entre as duas modalidades – isso é o que você precisa saber para a prova: HEMODIÁLISE DIÁLISE PERITONEAL Princípio Remoção de fluidos e solutos por difusão Método Passagem do sangue pela máquina de hemodiálise Troca através da membrana peritoneal Acesso Venoso: curta ou longa permanência ou FAV Cateter peritoneal Local Clínica de diálise Domiciliar Periodicidade 3 vezes por semana Diária Representatividade no Brasil 90% diálises 10% diálises Especificidades Volume de ultrafiltração preciso Remoção mais rápida de solutos Menos dependente do paciente Menor ocorrência de hipotensão Remoção mais lenta de solutos Falência do peritôneo é mais comum Conclusão Sobrevida semelhante! Nenhuma técnica é superior! Tabela 6. Comparação entre hemodiálise x diálise peritoneal. 3.3 TRANSPLANTE RENAL Estrategista, falaremos agora sobre um tema superespecífico e que é pouco cobrado em provas. O transplante renal pode ser realizado com doador vivo ou com doador cadáver. Veremos quais são as indicações e contraindicações desses tipos de transplante – isso é o mais cobrado em prova! 3.3.1 DOADOR VIVO O princípio do transplante intervivos é a melhora da qualidade de vida do paciente em diálise SEM que outra pessoa tenha risco de evoluir para a necessidade de diálise no futuro. Dessa forma, existe uma avaliação criteriosa que elege os indivíduos saudáveis, com BAIXA probabilidade de desenvolverem doença renal crônica terminal no futuro. É importante ressaltar que podem ser doadores os parentes até o quarto grau de parentesco ou cônjuges – doadores não aparentados podem ser liberados Estratégia MED 27 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 mediante autorização judicial. Em todos os casos, a decisão de doar deve ser de livre e espontânea vontade, sendo que não pode haver nenhum tipo de recompensação monetária ou coerção envolvidos. Os passos da avaliação do doador vivo são os seguintes: • Avaliação da função renal: doadores precisam ter uma taxa de filtração glomerular ≥ 90 mL/ min/1.73m2 , e presença de albuminúria > 100 mg/dia exclui o potencial doador. • Comorbidades do paciente - condições de alto risco para desenvolvimento de DRC devem ser excluídos da doação: hipertensão com uso de mais de dois anti-hipertensivos ou com evidência de lesão de órgão-alvo, diabetes mellitus, obesidade com IMC ≥ 40 kg/m2 (entre 30 e 40 kg/m2 podem ser avaliados individualmente, mas em geral não são indicados) e dislipidemia grave. Outras condições que oferecem risco para o receptor e aumento de morbidade para o doador também são contraindicações, como malignidade ativa e algumas infecções, como a infecção por HIV. • Avaliação anatômica para verificar qual é o rim a ser retirado: o rim em melhores condições é sempre deixado no doador. 3.3.2 DOADOR FALECIDO Coruja, os pontos cobrados sobre esse tipo de transplante não são específicos do rim: as bancas examinadoras gostam de perguntar critérios de doação de órgãos em geral. Aqui, é importante lembrar que existem contraindicações comuns para a maioria dos locais e existem especificidades regionais, pois a legislação do transplante é estadual, e não federal. Entre os critérios comuns, temos: idade > 80 anos, neoplasia metastática ativa, neoplasia hematológica ativa e doença de Creutzfeldt-Jakob. Outros critérios individualizados por estado e órgão a ser transplantado você pode encontrar com mais detalhes no nosso livro digital! 3.3.3 IMUNOSSUPRESSÃO Estrategista, o tratamento imunossupressor é pouco cobrado em provas. Dessa forma, entenderemos o princípio do seu uso e os efeitos colaterais – isso é o mais cobrado em provas! Maiores detalhes você encontra no livro digital completo! A imunossupressão é o pilar do tratamento do transplante renal. É a medicação essencial para prevenir a rejeição do órgão transplantado, com consequentedano à função do enxerto recebido. O mecanismo de ação é através do bloqueio da resposta imunológica. A imunossupressão age através da inibição da ativação de linfócitos T ou bloqueando a co-estimulação ou proliferação linfocitária para impedir que a resposta inflamatória gerada por eles agrida o novo rim recebido. Estratégia MED 28 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 No entanto, ao inibir a resposta imunológica natural do organismo, algumas complicações surgem. As principais são: o prejuízo no combate às infecções pela redução da eficácia da imunidade celular e o favorecimento da replicação tumoral por supressão da resposta imune antitumoral. Além desses fatores, as drogas imunossupressoras também estão relacionadas ao desenvolvimento de complicações metabólicas, como diabetes pós-transplante, dislipidemia e hipertensão arterial. Esses fatores contribuem para o aumento do risco cardiovascular nesses pacientes. O último, mas não menos importante, dos efeitos colaterais é a nefrotoxicidade medicamentosa, que pode levar à alteração da função renal a longo prazo. Complicações da imunossupressão: • Maior risco de infecções; • Alterações metabólicas: HAS, DM, Dislipidemia; • Maior risco de neoplasias (principalmente câncer de pele não melanoma e neoplasias hematológicas); • Nefrotoxicidade medicamentosa. CAPÍTULO 4.0 DRC X LRA: COMO DIFERENCIAR? Caro aluno (a), agora que já estudamos cada uma dessas entidades separadamente, precisamos saber como identificar as diferenças entre DRC e LRA na prática clínica. Isso é essencial para o conhecimento médico geral e para a resolução das questões. Aqui, buscaremos interpretar as dicas que ajudam a diferenciar as duas situações! Quando nos deparamos com um paciente com alteração da função renal, um dos primeiros questionamentos é se essa disfunção é aguda ou crônica. Existem alguns pilares que auxiliam nessa diferenciação: história clínica, alterações em exames laboratoriais e alterações em exames de imagem. 1. História clínica: Na doença renal crônica, buscamos o histórico de comorbidades do paciente. Como as principais etiologias são hipertensão e diabetes mellitus de longa data, o passo inicial deve ser caracterizar bem essas duas doenças: tempo de acometimento, grau de controle da comorbidade, quantidade e dose de medicações necessárias para o tratamento e se há lesão de outros órgãos- alvo. Nesses dois cenários, a herança familiar é importante, então sempre verifique os antecedentes familiares. No contexto de lesão renal aguda, em geral, as questões não comentam sobre comorbidades prévias e focam na descompensação do quadro agudo daquele paciente, com uma etiologia bem definida: choque séptico, diarreia, sangramento, introdução de novos medicamentos, sintomas prostáticos e similares. Para diferenciar essas duas entidades, é importante avaliar qual é o foco do examinador: ele conta da história pregressa ou dá mais atenção a um fator de descompensação atual? Estratégia MED 29 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 2. Exames laboratoriais: Algumas alterações laboratoriais são comuns às duas situações, já que em ambas há prejuízo da eliminação de água e de eletrólitos. Ambas podem cursar com hiperpotassemia, hiperfosfatemia, hipermagnesemia e acidose metabólica, pois a redução abrupta ou lenta da diurese produz esse mesmo efeito. Assim, esses exames não são úteis em diferenciar a cronologia da disfunção renal: sabemos apenas que o paciente tem prejuízo da função renal. Os exames que podem ajudar a diferenciar são aqueles que denotam alterações adaptativas que precisam de tempo para ocorrer. Na DRC, a hiperfosfatemia e a hipocalcemia prolongadas estimulam as glândulas paratireoides a produzir PTH – por isso os níveis aumentados de PTH estão presentes apenas na DRC. Outro fator é a redução da produção de eritropoetina pelo tecido renal que se reflete na anemia da DRC, o que não ocorre de maneira tão precoce na LRA já que a meia-vida média das hemácias é de 90 a 120 dias. Claro que há causas de LRA que cursam com anemia, como sangramentos ou microangiopatias trombóticas, mas em algumas situações é possível fazer essa diferenciação. 3. Exames de imagem: O exame de imagem é uma das principais ferramentas diagnósticas que utilizamos para diferenciar as duas enfermidades. O ultrassom de rins e vias urinárias é o exame de escolha. Pacientes portadores de doença renal crônica possuem tecido de fibrose cicatricial e esclerose das células funcionantes. Dessa forma, os rins apresentam-se reduzidos de tamanho e com aumento da ecogenicidade. Além disso, os glomérulos param de funcionar e esclerosam pela redução da sua atividade. Como os glomérulos estão restritos à camada cortical, essa se atrofia e há redução da espessura cortical. Além disso, há as causas de DRC com rins de tamanho normal ou aumentado. Essas causas são: diabetes mellitus, HIV, doenças granulomatosas, doença renal policística, anemia falciforme e amiloidose. Na lesão renal aguda, essas alterações não ocorrem e os rins apresentam-se normais. No entanto, podem haver alterações secundárias à doença de base subjacente, como dilatação pielocalicial em casos de LRA de etiologia pós-renal ou presença de aumento do tamanho renal em casos de inflamação renal, como na pielonefrite aguda. Estratégia MED 30 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Veja na figura abaixo as alterações que ocorrem na imagem ultrassonográfica do rim: Figura 17. : Modificações na imagem do rim ao ultrassom. Para resumir e finalizar (ufa!) essa aula, a tabela a seguir mostra as principais diferenças entre os processos agudos e crônicos que podem acometer o rim: Diagnóstico diferencial LRA x DRC Lesão renal aguda Doença renal crônica História clínica Presença de fatores desencadeantes Presença de fatores de risco de longa data Anemia Variável Presente Distúrbio mineral e ósseo Não Sim Aumento do PTH Ultrassom renal Rins normais ou aumentados Espessura cortical normal Ecogenicidade normal Rins reduzidos de tamanho Espessura cortical diminuída Ecogenicidade aumentada Biópsia renal Variável Glomérulos esclerosados Atrofia e fibrose túbulo-intersticial Tabela 7. Diagnóstico diferencial entre lesão renal aguda e doença renal crônica. Estratégia MED 31 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 Baixe na Google Play Baixe na App Store Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou busque na sua loja de apps. Baixe o app Estratégia MED Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser. Resolva questões pelo computador Copie o link abaixo e cole no seu navegador para acessar o site Resolva questões pelo app Aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo e acesse o app https://estr.at/nPBd https://estr.at/nPBd Estratégia MED 32 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 CAPÍTULO 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Estrategista, PARABÉNS! Completamos o módulo de DRC! Este capítulo é complexo e repleto de particularidades do paciente portador de doença renal. Espero que agora tenha mais facilidade ao lidar com essas situações na hora da prova e na sua prática médica diária. Nosso resumo engloba os pontos mais frequentes em provas, mas não se esqueça: o conteúdo completo você encontra no nosso livro digital! Pode contar comigo para qualquer dúvida! Abraço, Professora Fernanda Badiani Estratégia MED 33 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. FernandaBadiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 CAPÍTULO 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Johnson RJ et al. Comprehensive Clinical Nephrology, 5th ed. Elsevier: 2015. 2. Lucio RM et at. Tratado de Nefrologia, 1ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018. 3. Daugirdas, JT et al. Manual de Diálise, 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 4. Zatz, Roberto. Bases fisiológicas da nefrologia. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,2012. 5. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD Work Group. KDIGO 2012 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney inter., Suppl. 2013; 3: 1–150. 6. Thome FS, Sesso RC, Lopes AA, Lugon JR, Martins CT. Brazilian chronic dialysis survey 2017. J Bras Nefrol. 2019;41(2):208-14. 7. Brenner BM, editor. Brenner & Rector’s The Kidney. 10th ed. Philadelphia: Elsevier, 2016. 8. Ku E, Lee BJ, Wei J, Weir MR. Hypertension in CKD: Core Curriculum 2019. American Journal of Kidney Diseases. 2019;74(1):120-31. 9. Umanath K, Lewis JB. Update on Diabetic Nephropathy: Core Curriculum 2018. Am J Kidney Dis. 2018;71(6):884-95. 10. 10. Kidney Disease: Improving Global Outcomes Blood Pressure Work G. KDIGO 2021 Clinical Practice Guideline for the Management of Blood Pressure in Chronic Kidney Disease. Kidney Int. 2021;99(3S):S1-S87. 11. Rehman KA, Betancor J, Xu B, Kumar A, Rivas CG, Sato K, et al. Uremic pericarditis, pericardial effusion, and constrictive pericarditis in end- stage renal disease: Insights and pathophysiology. Clin Cardiol. 2017;40(10):839-46. 12. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, Machado CA, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol. 2021;116(3):516-658. 13. Aguirre AR, Abensur H. Fisiologia do transporte de fluidos e solutos através da membrana peritoneal. J Bras Nefrol 2014;36(1):74-79. 14. Li PK, Szeto CC, Piraino B, de Arteaga J, Fan S, Figueiredo AE, et al. ISPD Peritonitis Recommendations: 2016 Update on Prevention and Treatment. Perit Dial Int. 2016;36(5):481-508. 15. American Diabetes A. 9. Pharmacologic Approaches to Glycemic Treatment: Standards of Medical Care in Diabetes-2021. Diabetes Care. 2021;44(Suppl 1):S111-S24. 16. American Diabetes A. 10. Cardiovascular Disease and Risk Management: Standards of Medical Care in Diabetes-2021. Diabetes Care. 2021;44(Suppl 1):S125-S50. 17. American Diabetes A. 11. Microvascular Complications and Foot Care: Standards of Medical Care in Diabetes-2021. Diabetes Care. 2021;44(Suppl 1):S151-S67. 18. Tópicos UptoDate: • “Assessment of kidney function” • “Diabetic kidney disease: Manifestations, evaluation, and diagnosis” • “Overview of the management of chronic kidney disease in adults” • “Chronic kidney disease in children: Overview of management” Estratégia MED 34 NEFROLOGIA Doença Renal Crônica - Parte 2 Prof. Fernanda Badiani| Resumo Estratégico | Maio 2021 1.0 COMPLICAÇÕES DA DOENÇA RENAL CRÔNICA 1.1 ANEMIA 1.2 DOENÇA MINERAL E ÓSSEA 1.3 SÍNDROME URÊMICA 1.4 OUTRAS COMPLICAÇÕES 2.0 TRATAMENTO CONSERVADOR 2.1 MANEJO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL 2.2 MANEJO DA NEFROPATIA DIABÉTICA 2.3 ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 2.4 MANEJO DE SINTOMAS 3.0 TERAPIAS DE SUBSTITUIÇÃO RENAL 3.1 INDICAÇÕES DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA 3.2 MODALIDADES DIALÍTICAS 3.2.1 HEMODIÁLISE 3.2.2 DIÁLISE PERITONEAL 3.3 TRANSPLANTE RENAL 3.3.1 DOADOR VIVO 3.3.2 DOADOR FALECIDO 3.3.3 IMUNOSSUPRESSÃO 4.0 DRC x LRA: COMO DIFERENCIAR? 5.0 lista de questões 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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