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J U N H O D E 2 0 2 1 PARTO VAGINAL OPERATÓRIO P R O F. N ATÁ L I A C A R VA L H O Estratégia MED Prof. Natália Carvalho | Parto Vaginal OperatórioOBSTETRÍCIA 2 PROF. NATÁLIA CARVALHO APRESENTAÇÃO: @estrategiamed /estrategiamedEstratégia MED t.me/estrategiamed @profnataliacarvalho Apesar de ser um assunto pouco abordado nas provas de Residência Médica, o parto vaginal operatório foi um tema que apareceu em provas importantes nos últimos 5 anos. Portanto, conseguir resolver questões sobre o assunto será um grande diferencial para você, uma vez que muitos alunos acabam estudando somente os temas mais relevantes, deixando de lado conteúdos menos frequentes, como é o caso deste. Não deixaremos que você cometa esse erro! Assim, para que ganhe tempo, já selecionamos tudo que precisa saber sobre parto vaginal operatório, dando atenção especial aos tópicos mais cobrados que são: aplicações e tipos de fórcipes. Vamos lá? https://www.instagram.com/estrategiamed/?hl=pt https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://t.me/estrategiamed https://www.instagram.com/profnataliacarvalho/ Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 3 SUMÁRIO 1.0 PARTO VAGINAL OPERATÓRIO 4 1.1 FÓRCIPE 7 1.2 APLICAÇÃO DO FÓRCIPE 8 1.3 VÁCUO-EXTRATOR 12 1.4 APLICAÇÃO DO VÁCUO-EXTRATOR 13 2.0 LISTA DE QUESTÕES 18 3.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 4 1.0 PARTO VAGINAL OPERATÓRIO O parto vaginal operatório, também chamado de parto vaginal assistido ou parto instrumental, refere-se ao parto em que há a necessidade do uso do fórcipe, do vácuo-extrator ou outro instrumento para extrair o feto da vagina e diminuir a duração do segundo período do parto (período expulsivo). O uso desses instrumentos é aceito quando existe a necessidade de intervenção para ultimar o nascimento, em situações que o parto vaginal operatório é mais seguro e rápido do que a cesárea. A escolha do instrumento depende da experiência do obstetra, não havendo superioridade de um sobre o outro. De maneira geral, o vácuo-extrator é menos traumático para a mulher, mais fácil de aplicar, não requer anestesia e pode ser usado quando há dúvida da variedade de posição. Por outro lado, o fórcipe tem maior taxa de sucesso, possibilita partos mais rápidos, pode ser usado em fetos < 34 semanas e em apresentação anômala. Figura1: Parto vaginal operatório. A: uso de fórcipe. B: uso de vácuo-extrator. As principais indicações de parto vaginal instrumentalizado estão listadas na tabela a seguir: TABELA 1: PRINCIPAIS INDICAÇÕES DOPARTO VAGINAL OPERATÓRIO Maternas Fetais Doenças maternas cardíacas, neurológicas e pulmonares Sofrimento fetal no período expulsivo Exaustão materna Variedade de posição anômala: occipitossacra ou occipitotransversa Alívio de período expulsivo prolongado Parada da progressão Uso de drogas analgésicas Cabeça derradeira: fórcipe de Piper CAPÍTULO Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 5 Por outro lado, as contraindicações gerais ao parto instrumentalizado são: óbito fetal, prematuridade extrema, doenças fetais que aumentam a chance de sangramento e lesão óssea, cabeça não insinuada, apresentação que não a occipital e suspeita de desproporção cefalopélvica. Além disso, o vácuo-extrator não deve ser usado antes de 34 semanas nem para rotação do polo cefálico. Vale a pena memorizar as indicações e contraindicações do uso de fórcipe e vácuo-extrator, pois são tópicos que já foram cobrados em questões de Obstetrícia! Classifica-se o parto vaginal operatório de acordo com o plano da apresentação e o grau de rotação do polo cefálico em: fórcipe ou vácuo-extração de alívio, fórcipe ou vácuo-extração baixo, fórcipe ou vácuo-extração médio e fórcipe ou vácuo-extração alto, conforme a tabela e a figura a seguir: TABELA 2: CLASSIFICAÇÃO DO FÓRCIPE OU VÁCUO-EXTRATOR Fórcipe ou vácuo-extrator de alívio Polo cefálico no assoalho pélvico (passou o plano + 2 de DeLee), couro cabeludo visível no introito vaginal, a cabeça do feto no períneo, sutura sagital no diâmetro ântero- posterior ou nos oblíquos e a rotação não excede 45 graus. Fórcipe ou vácuo-extrator baixo Ápice da cabeça fetal no plano +2 de DeLee ou abaixo, mas sem atingir o assoalho pélvico. Pode haver necessidade de rotação maior que 45 graus. Fórcipe ou vácuo-extrator médio Polo cefálico não atingiu o plano +2 de DeLee, porém a apresentação já está insinuada. Fórcipe ou vácuo-extrator alto Polo cefálico ainda não se insinuou (entre os planos -1 e 0 de DeLee). Não é mais utilizado na obstetrícia. Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 6 Figura 2: Classificação dos partos vaginais operatórios. Para a aplicação adequada do fórcipe e do vácuo-extrator, deve-se ter obrigatoriamente todas as condições de aplicabilidade presentes. A tabela a seguir reúne todas as condições de aplicabilidade do fórcipe e do vácuo-extrator. TABELA 3: CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE Colo completamente dilatado Rotura das membranas fetais Estreito médio e inferior compatíveis com a cabeça fetal Concepto vivo Cabeça insinuada (extremidade do crânio fetal na altura ou abaixo das espinhas isquiáticas - plano zero de DeLee) Volume cefálico normal Identificação da variedade de posição Fórcipe ou vácuo-extração altos: entre -1 e 0 Fórcipe ou vácuo-extração médios: entre os planos 0 e +2 Fórcipe ou vácuo-extração baixos: entre os plano +2 e o assoalho pélvico Fórcipe ou vácuo-extração de alívio: abaixo do plano +2 e no assoalho pélvico Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 7 Atenção para os critérios de aplicabilidade, eles são cobrados nas provas de Residência Médica! 1.1 FÓRCIPE Os quatro tipos de fórcipes mais utilizados na prática obstétrica são: Simpson-Braun, Kielland, Luikart e Piper. Todos os fórcipes apresentam dois ramos; cada um deles é constituído por colher, articulação e cabo, sendo que a colher apresenta curvatura que se adapta à cabeça fetal (curvatura cefálica) e que se ajusta à pelve materna (curvatura pélvica). A articulação conecta um ramo ao outro e o cabo é o local que o obstetra segura. Figura 3: Partes do fórcipe. Fonte: arquivo pessoal. O fórcipe de Simpson-Braun é o mais utilizado de todos os fórcipes. Ele apresenta colher fenestrada com curvatura pélvica acentuada e articulação fixa. É usado para as variedades oblíquas e pegas diretas (OP e OS), uma vez que não pode ser utilizado para rotação maior do que 45 graus. O fórcipe de Kielland apresenta colheres com curvatura pélvica menor e articulação deslizante, permitindo a correção do assinclitismo e seu uso para rotação, por isso pode ser utilizado em todas as variedades de posição, inclusive nas transversas. Seguindo a mesma linha, o fórcipe de Luikart tem as mesmas características do Kielland, mas suas colheres não são fenestradas, o que distribui melhor a pressão exercida por ele no polo cefálico. O fórcipe de Piper, por sua vez, apresenta curvatura cefálica e pélvica pouco pronunciada e articulação por encaixe, sendo utilizado nas apresentações pélvicas quando há cabeça derradeira. TABELA 4: TIPOS DE FÓRCIPE E SUAS UTILIDADES TIPO DE FÓRCIPE UTILIDADE Simpson-Braun Variedades oblíquas e pegas diretas (púbica e sacra). Kielland Todas as variedades de posição, inclusive as variedades transversas. Permite a rotação da cabeça fetal. Luikart Não tem colheres fenestradas, conseguindo distribuir melhor a pressão exercida por ele. Mesma utilidadedo Kielland. Piper Apresentações pélvicas com cabeça derradeira. Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 8 Os tipos de fórcipe e sua utilização são bastante cobrados nas questões de parto vaginal operatório. Então, memorize esta tabela! As principais funções do fórcipe são: apreensão, rotação e extração da cabeça fetal. A apreensão é feita no equador da cabeça fetal, de modo que as colheres ficam diametralmente opostas, o que chamamos de pega ideal ou parietomalar. A marca de Baudelocque é o nome dado à impressão deixada pela pega correta do fórcipe na cabeça fetal. Figura 4: Apreensão com pega ideal ou parietomalar. Já a rotação deve ser realizada por meio do movimento “chave em fechadura” nos fórcipes que não apresentam curvatura acentuada (Kielland e Luikart) ou por movimento amplo de circundação dos cabos naqueles com curvatura pélvica acentuada (Simpson-Braun). Por fim, a tração deve ser descontínua e ritmada, sem exceder mais de 20kg a 25kg, respeitando o ritmo das contrações e a linha fisiológica da progressão fetal, que é para frente e para cima, fazendo um movimento em “J”, imitando a curvatura da pelve materna. Esse movimento é chamado de manobra de Pajot. 1.2 APLICAÇÃO DO FÓRCIPE Para a aplicação do fórcipe utilizamos o mnemônico ABCDEFGHIJ, proposto pela Advanced Life Support in Obstetrics (ALSO) e que é seguido pelas instituições brasileiras: Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 9 Para a colocação do fórcipe, é necessário, primeiramente, realizar a apresentação espacial (figura 5A), que consiste em articular os ramos do fórcipe e colocar na frente da vulva, na posição que ele ocupará após sua aplicação. A colocação do fórcipe depende de como se encontra a apresentação fetal. Quando a sutura é ântero-posterior, isto é, nas variedades de posição occipitopúbica e occipitossacra, a colocação do fórcipe inicia-se pelo ramo esquerdo, que deve ser empunhado pela mão esquerda e introduzido do lado esquerdo da pelve e do concepto (figura 5B). Ao iniciar a aplicação, a haste deve estar verticalizada; conforme a colher vai entrando na pelve, a haste vai horizontalizando, até a colher ocupar a região parietomalar. Em seguida, o ramo direito é então empunhado pela mão direita e aplicado ao lado direito da pelve materna e da cabeça fetal (figura 5C). Durante a aplicação, a mão esquerda é introduzida na pelve, para proteger os tecidos maternos e guiar a colher. Após a aplicação dos ramos, o fórcipe deve ser facilmente articulado se estiver corretamente aplicado. Deve-se checar se a fontanela posterior está equidistante dos dois cabos e um centímetro acima deles. Além disso, as fenestras devem estar adaptadas à cabeça fetal, não sendo possível introduzir nelas mais do que uma polpa digital. Por fim, deve-se checar se as suturas lambdoides estão acima do plano superior das colheres e equidistantes delas. Solicitar ajuda, avisar a paciente, avaliar a necessidade de anestesiaA Bexiga vazia; se necessário, utilizar sonda vesical Colo uterino completamente dilatado Determinar a variedade de posição e pensar em distócia de ombro Equipamento pronto para uso Colocação do fórcipe e confirmação da pega Gentil tração − manobra de Pajot Hora de elevar os cabos Avaliar necessidade de incisão perineal Já é hora de retirar o fórcipe B C D E F G H I J Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 10 • Fontanela posterior • Fenestra • Suturas lambdoide e sagital Posição correta do fórcipe Assim, consideramos que a aplicação do fórcipe está correta após checar a fontanela posterior, a fenestra e as suturas lambdoide e sagital (figura 5D). Depois de checar a pega, inicia-se a tração do fórcipe (manobra de Pajot), que deve ser finalizada com a elevação dos cabos para seguir a curva J do desprendimento da cabeça fetal, de modo que os cabos permaneçam quase na vertical ao final do desprendimento da cabeça (figura 5E). Assim que a mandíbula se torna acessível, retiram-se os ramos na ordem inversa da sua aplicação (figura 5F). Nas apresentações oblíquas, deve-se iniciar a colocação do fórcipe pela colher que ficará na posição mais posterior da pelve materna, e nas apresentações transversas, a primeira colher a ser colocada é a anterior. Figura 5: Aplicação do fórcipe. A: apresentação espacial. B: colocação da colher esquerda. C: colocação da colher direita. D: confirmação da pega. Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 11 E: gentil tração. F: desarticulação das colheres. Atenção, cai na prova! Apresentações ântero-posteriores: a primeira colher é sempre a esquerda. Apresentações oblíquas: a primeira colher deve ser a posterior. Apresentações transversas: a primeira colher deve ser a anterior. Após o uso do fórcipe, é obrigatória a revisão do canal de parto, incluindo o colo do útero e as paredes vaginais, procurando-se lacerações que precisem de sutura. Deve-se avaliar o recém-nascido à procura de eventuais tocotraumatismos, e identificar a marca de Baudelocque para avaliar se a pega foi correta. As complicações dos fórcipes para o concepto ocorrem pela aplicação errada das colheres, o que culmina em escoriações leves e paralisia facial temporária. Podem ocorrer também, raramente, esmagamento dos nervos parietais, fraturas cranianas e lesões oculares. Sabe-se que as complicações ocorrem com maior frequência nos fórcipes mais altos e nos de rotação. Já as complicações maternas mais comuns são as lacerações perineais e vaginais, sendo que as lesões vaginais extensas com lacerações de grau 3 e 4 são incomuns e têm mais chances de deixar sequelas. Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 12 Figura 6: Complicações da utilização do fórcipe. A: paralisia facial temporária. B: escoriações faciais. 1.3 VÁCUO-EXTRATOR O vácuo-extrator é utilizado nas mesmas indicações do fórcipe, mas tem a vantagem de não necessitar de analgesia e de causar menos lesão no assoalho pélvico. Ademais, o ele é aplicado com mais facilidade do que o fórcipe, pois é autodirecionável. Esse instrumento é adequado para variedades occipitoanterior, occipitoposterior e occipitotransversa e é composto por campânula extratora, tubo de conexão, bomba de sucção e manômetro. Figura 7: Vácuo-extrator. Fonte: arquivo pessoal. Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 13 Existem diversos tipos de vácuo-extratores. A maior diferença entre eles é que uns apresentam cúpula de metal e outros, de plástico. Os vácuo-extratores com cúpula de metal são pouco usados, porque requerem mais treinamento e experiência. Já os vácuo-extratores com cúpula de plástico são os mais utilizados, pois apresentam maior facilidade no manejo, na aplicação e causam menos trauma para o binômio materno-fetal. Figura 8: Tipos de vácuo-extrator. FonteFonte: arquivo pessoal. 1.4 APLICAÇÃO DO VÁCUO-EXTRATOR Para a aplicação do vácuo-extrator, utilizamos o mesmo mnemônico do fórcipe (ABCDEFGHIJ): Solicitar ajuda, avisar a paciente, avaliar a necessidade de anestesiaA Bexiga vazia; se necessário, utilizar sonda vesical Colo uterino completamente dilatado Determinar a variedade de posição e pensar em distócia de ombro Equipamento pronto para uso Aplicar o vácuo extrator na sutura sagital, próximo à fontanela posterior Gentil tração Hora de de parar a tração Avaliar necessidade de incisão perineal Já é hora de retirar o vácuo-extrator B C D E F G H I J Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 14 A aplicação do vácuo-extrator deveser feita sobre a sutura sagital, próxima à fontanela posterior (lambda). O ideal é aplicar o vácuo- extrator 3cm à frente da fontanela posterior, denominado “ponto de flexão”. Deve-se então calibrar o manômetro para 100mmHg entre as contrações e 500mmHg nas contrações. Figura 9: Local de aplicação do vácuo-extrator. Depois da aplicação do vácuo-extrator (figura 10A), é preciso checar se a colocação ficou correta (figura 10B) e em seguida realizar a tração de forma gentil (figura 10C), em um ângulo reto, com o plano da cúpula, que ficará automaticamente no eixo correto da tração. Os movimentos de oscilação e rotação não devem ser aplicados, apenas tração constante na linha do canal do parto. Quando a cabeça fetal se apoiar na sínfise para iniciar a deflexão, o cabo do vácuo deve ser levantado, mudando-se da posição horizontal para quase vertical (figura 10D). A tração deve ser suspensa ao término da contração, com a redução da pressão do vácuo para 100mmHg, liberando a válvula de escape. Inicia-se novamente a tração após uma nova contração. O procedimento deve ser abandonado se houver três escapes consecutivos da cúpula ou se não houver progresso em três tentativas consecutivas. A cúpula do vácuo deve ser retirada quando a raiz da mandíbula estiver acessível. Na maioria das vezes, o vácuo-extrator não necessita de espaço adicional, então, por si só, não requer episiotomia. Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 15 Figura 10: Aplicação do vácuo-extrator. A: colocação da cúpula. B: checagem da aplicação. C: gentil tração. D: elevação do cabo. As principais vantagens e desvantagens do vácuo-extrator estão listadas na tabela a seguir. De forma geral, o vácuo-extrator tem uma aplicação mais fácil, não necessita de analgesia e causa menos lesão no assoalho pélvico. Por outro lado, o parto demora mais do que com fórcipe e há maior incidência de céfalo-hematoma. TABELA 5: VANTAGENS E DESVANTAGENS DO VÁCUO-EXTRATOR Vantagens Desvantagens Fácil aplicação Necessita mais da cooperação da paciente Não necessita de analgesia Parto demora mais do que com fórcipe Menos lesão do assoalho pélvico Pode levar à perda do vácuo, se a tração não for correta Pode ser aplicado com a gestante em posição verticalizada Aumenta a incidência de céfalo-hematoma Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 16 Puérpera e recém-nascidos devem ser avaliados para verificar a ocorrência de tocotraumatismos. A presença de bossa serossanguinolenta e céfalo-hematomas podem estar presentes no local de aplicação do vácuo-extrator, regredindo de dez minutos a uma semana. As complicações do vácuo-extrator para o concepto devem-se à aplicação errada e à tração excessiva. As principais complicações para o concepto são céfalo-hematoma, hematoma subaponeurótico e raramente hemorragia intracraniana. Para a mulher, as complicações são muito raras e incluem lacerações do canal de parto. É importante saber diferenciar bossa serossanguinolenta de céfalo-hematoma. A bossa serossanguinolenta consiste em um edema do couro cabeludo, não gera complicações para o neonato e tem como característica não respeitar as suturas e desaparecer em horas após o parto. Já o céfalo-hematoma ocorre por rompimento de vaso subperiosteal e deve ser acompanhado pelo pediatra, tendo como característica o fato de não ultrapassar as suturas e demorar mais dias para desaparecer. O hematoma subgaleal ocorre quando há sangramento entre o periósteo e a aponeurose. Nesses casos, o sangramento pode ser extenso, com alta taxa de mortalidade neonatal. Figura 11: Diferença entre bossa serossanguinolenta e céfalo-hematoma. A: céfalo-hematoma. B: Bossa serossanguinolenta. Figura 12: Lesões extracranianas associadas ao parto. Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 17 PARTO VAGINAL OPERATÓRIO Fórcipe Vácuo Indicações Doenças maternas, exaustão materna, alívio do período expulsivo, sofrimento fetal no expulsivo, variedade de posição anômala, parada da progressão e analgesia de parto. Contraindicações Prematuridade extrema, doenças fetais que aumentam a chance de sangramento e lesão óssea, cabeça não insinuada, apresentação que não a occipital, suspeita de desproporção cefalopélvica, vácuo-extrator antes de 34 semanas e rotação do polo cefálico. Condições de aplicabilidade Colo uterino completamente dilatado, rotura das membranas fetais, estreito médio e inferior compatíveis com a cabeça fetal, feto vivo, cabeça insinuada, volume cefálico normal e identificação da variedade de posição. Complicações Escoriações leves, paralisia facial temporária, esmagamento de nervos parietais, fraturas cranianas, lesões oculares, lacerações perineais. Céfalo-hematoma, hematoma subaponeurótico, hemorragia intracraniana. Vantagens Resolução mais rápida do parto, necessita de pouca cooperação da paciente e pode ser usado em apresentações anômalas. Fácil aplicação, não necessita de analgesia, menos lesão no assoalho pélvico, permite aplicação em algumas posições verticalizadas. Desvantagens Mais laceração perineal, maior dificuldade na aplicação e necessidade de analgesia. Menos chance de ultimação do parto, maior incidência de céfalo-hematomas, necessita de mais cooperação da paciente, pode levar à perda do vácuo se a tração for incorreta. OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 18 Estratégia MED Baixe na Google Play Baixe na App Store Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou busque na sua loja de apps. Baixe o app Estratégia MED Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser. Resolva questões pelo computador Copie o link abaixo e cole no seu navegador para acessar o site Resolva questões pelo app Aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo e acesse o app https://bit.ly/2ZciySy https://bit.ly/2ZciySy https://bit.ly/2ZciySy Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 19 3.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ZUGAIB, Marcelo (ed). Zugaib Obstetrícia. 4. ed. Barueri, Manole, 2020. 2. MORON, Antonio Fernandes; CAMANO, Luiz; JÚNIOR, Luiz Kulay. Obstetrícia. Barueri: Manole 2011. 3. AMERICAN ACADEMY OF FAMILY PHYSICIANS. Advanced Life Support in Obstetrics provider course syllabus. 4th ed. 4. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS' COMMITTEE ON PRACTICE BULLETINS − OBSTETRICS. Operative Vaginal Birth: ACOG Practice Bulletin, Number 219. Obstetrics and gynecology, 2020; v. 135,4: e149-e159. 5. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS, SOCIETY FOR MATERNAL-FETAL MEDICINE. Obstetric care consensus no. 1: safe prevention of the primary cesarean delivery. Obstetrics and gynecology. 2014; v. 123, p. 693. 6. GEI, A. F.; BELFORT, M. A. Forceps-assisted vaginal delivery. Obstet. Gynecol. Clin. North. Am. 1999; v. 26, p. 345. 7. EDOZIEN. L. C. Towards safe practice in instrumental vaginal delivery. Best Pract. Res. Clin. Obstet. Gynaecol. 2007; v. 21, p. 639. 8. WALDMAN, R. ACOG Practice Bulletin No. 198: Prevention and Management of Obstetric Lacerations at Vaginal Delivery. Obstetrics and gynecology. 2019; v.133, p.185. 9. O'MAHONY, F; HOFMEYR, G. J.; MENON, V. Choice of instruments for assisted vaginal delivery. Cochrane Database Syst. Rev. 2010; CD005455. 10. MAZOUNI, C., BRETELLE F., COLLETTE E. et al. Maternal and neonatal morbidity after first vaginal delivery using Thierry's spatulas. Aust. N. Z. J. Obstet. Gynaecol. 2005; v. 45, p. 405. 11. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Odon device. Disponível em: www.odondevice.org.Acesso em 23 jun. 2015. 12. PATIENT SAFETY AND QUALITY COMMITTEE; SOCIETY FOR MATERNAL-FETAL MEDICINE. SMFM Special Statement: Operative vaginal delivery: checklists for performance and documentation. Am. J. Obstet. Gynecol. 2020; v. 222, B15. 13. CAUGHEY, A. B.; SANDBERG, P. L.; ZLATNIK, M. G. et al. Forceps compared with vacuum: rates of neonatal and maternal morbidity. Obstetrics and gynecology. 2005; v. 106, p. 908. CAPÍTULO Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 20 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS CAPÍTULO Lembre-se de que aqui no Estratégia MED temos o Fórum de Dúvidas! Se tiver qualquer dúvida ou dificuldade, tanto com a teoria como com a resolução das questões, você pode falar comigo sempre que achar necessário e eu estarei a postos para ajudá-lo. Pensamos em tudo para que consiga entrar nas melhores Residências Médicas do País! Se quiser se aprofundar referente ao tema, veja nosso livro completo sobre parto vaginal operatório. Lá, você encontrará mais detalhes e explicações sobre o assunto! Estudando nosso material com muita dedicação e disciplina, tenho certeza de que você será aprovado e cada esforço terá valido a pena! Além disso, recomendo que siga o perfil do Estratégia MED nas redes sociais! Lá, você ficará atualizado de todas as notícias sobre as provas de Residência Médica do País. Você também pode seguir meu perfil no Instagram, onde compartilho com alunos e pacientes temas sobre obstetrícia e medicina fetal. Conte comigo nessa jornada! Natália Carvalho Estratégia MED OBSTETRÍCIA Parto Vaginal Operatório Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | Junho 2021 21 https://med.estrategiaeducacional.com.br/ https://med.estrategiaeducacional.com.br/ 1.0 PARTO VAGINAL OPERATÓRIO 1.1 Fórcipe 1.2 Aplicação do fórcipe 1.3 Vácuo-extrator 1.4 Aplicação do vácuo-extrator 2.0 LISTA DE QUESTÕES 3.0 Referências Bibliográficas 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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