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Prévia do material em texto

Comércio Internacional
APRESENTAÇÃO
O comércio internacional vem se tornando sistematicamente mais robusto, integrado e presente 
na vida de consumidores de todo o mundo. Na imensa maioria das democracias modernas, um 
cidadão comum consome produtos e serviços de mais de 10 países diferentes em um dia normal. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará como o comércio internacional evoluiu até o 
ponto atual, e vai conhecer o que caracteriza o comércio internacional, seus marcos mais 
importantes e como seu deu o avanço da globalização. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os principais aspectos que caracterizam o comércio internacional.•
Avaliar como se deu o crescimento do comércio internacional, da globalização e das 
negociações entre diferentes países.
•
Reconhecer os marcos mais importantes do comércio internacional.•
DESAFIO
Você é o comprador de uma grande rede nacional de vestuário. Na busca por oferecer produtos 
diversificados, com qualidade satisfatória e preços baixos, você constantemente opta por 
importar boa parte dos produtos vendidos. Inclusive, foi constituído na empresa um grupo 
administrativo responsável por facilitar os processos de importação.
Na prática, essa taxa tornará o calçado mais caro, forçando-o a comprar dos fabricantes 
nacionais. Por isso, foi marcada uma audiência pública para debater o caso, e você foi 
convidado a defender a posição contrária à criação da taxa.
Quais seriam seus principais argumentos de defesa?
INFOGRÁFICO
A partir da Segunda Guerra Mundial e mais acentuadamente após o fim da Guerra Fria, diversos 
países começaram a se organizar em blocos econômicos.
Acompanhe no infográfico os principais blocos econômicos existentes.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
CONTEÚDO DO LIVRO
O comércio internacional é responsável pelas maiores transformações ocorridas nas economias 
modernas. Compreender as dinâmicas do comércio internacional e conhecer os principais 
tratados e seu histórico é fundamental para entender o mundo em que vivemos.
Leia o capítulo Comércio Internacional, da obra Logística Internacional, que serve de base 
teórica para esta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
Giancarlo Giacomelli
Comércio internacional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os principais aspectos que caracterizam o comércio
internacional.
 � Avaliar como se deu o crescimento do comércio internacional, a glo-
balização e as negociações entre diferentes países.
 � Reconhecer os marcos mais importantes do comércio internacional.
Introdução
O comércio internacional vem tornando-se sistematicamente mais ro-
busto, integrado e presente na vida de consumidores de todo o mundo. Na 
imensa maioria das democracias modernas, um cidadão comum consome 
produtos e serviços de mais de 10 países diferentes em um dia normal. 
Neste capítulo, você vai entender como o comércio internacional 
evoluiu até o ponto atual. Além de conhecer o que caracteriza o comércio 
internacional, seus marcos mais importantes e como se deu o avanço 
da globalização.
A origem do comércio internacional
A história da espécie humana pode ser contada pela busca de recursos que não 
estão disponíveis nos limites geográficos do seu habitat. Foi essa busca por 
recursos que levou os nossos ancestrais pré-históricos a migrarem do norte para 
o sudeste asiático e dispersarem-se posteriormente pelo continente europeu,
enquanto outros grupos chegavam às Américas, possivelmente cruzando o
estreito de Bering, que liga os oceanos Ártico e Pacífico.
Estima-se que essas ondas migratórias ocorreram em 20.000 e 8.000 anos 
atrás. Então, começam a surgir os cultivos agrícolas, e os grupos de caçadores 
e coletores passaram a estabelecer-se em comunidades com arranjos mais 
fixos, descobrindo determinados cultivos. 
Entre 9000 a.C. e 3000 a.C., passam a ocorrer diversas revoluções agríco-
las: os povos da América Central domesticaram o milho e o feijão, enquanto, 
no Oriente, inicia-se o cultivo de trigo e ervilha, e as tribos sul-americanas 
domesticam lhamas e aprendem a cultivar batata. Na região onde hoje é a 
China, inicia-se o cultivo de arroz e começam a domesticar porcos; na Amé-
rica do Norte, os nativos aprendem a plantar abóboras. Essas descobertas vão 
acontecendo e disseminando-se por todo o globo e serão determinantes para 
a origem do comércio.
Tão logo os métodos agrícolas começam a ser aprimorados, as produções 
passam a gerar excedentes. Assim, um produtor que tinha trigo sobrando pode 
trocar o seu excedente por azeite ou gado. Então, as comunidades humanas 
começam lentamente a abandonar o ataque a grupos rivais e iniciam um 
comércio primitivo baseado em trocas. 
Como carregar sacas de grãos não era fácil ou conveniente, os produtores 
começam a trocar tábuas de argila que registravam a quantidade de grãos que 
o detentor teria direito. Assim, na região onde hoje é o Iraque e a Síria, mais
ou menos em 2.500 a.C., surge o ancestral do dinheiro.
As placas de argila mostram-se uma ótima ideia. Então, cerca de 2000 anos 
mais tarde, na Lídia, região onde hoje é a Turquia, surge a primeira moeda 
cunhada pelo governo.
 Poucos anos mais tarde, em 200 a.C., nasce uma das mais importantes 
rotas comerciais da história humana. Os chineses, que haviam aprendido a 
fabricar tecido a partir da fibra do casulo de um inseto — depois batizado 
bicho-da-seda —, descobriram que os europeus estavam dispostos a pagar 
muito por ESSE tecido e mantiveram esse processo de fabricação sob sigilo. 
Surge, então, a Rota da Seda, que ligava a Ásia até a Europa e durou por mais 
de 1000 anos, promovendo não só trocas comerciais, como um transformador 
compartilhamento de cultura e tecnologia.
Pela Rota da Seda, além de tecidos, começaram a chegar novos produtos 
à Europa, como pimenta, canela, gengibre e outras especiarias nativas do 
oriente. Em tempos sem refrigeradores, em que a duração das carnes era muito 
reduzida, esses insumos eram muito valorizados, pois disfarçavam sabores e 
aromas, diminuindo as perdas de alimentos.
Comércio internacional2
A busca comercial por melhores preços dessas especiarias leva a uma nova 
e transformadora revolução, que alteraria para sempre a face do mundo: as 
grandes navegações. 
A conquista de Ceuta, no norte da África, pelos portugueses em 1415, é o 
marco do início das grandes navegações. Anos mais tarde, em 1492, ao buscar 
uma rota alternativa para as Índias, Vasco da Gama descobre a América. No 
entanto, o feito buscado pelo navegador não era a descoberta de novas terras, 
mas, sim, a rota comercial. e então, em 1498, Vasco da Gama enfim chega 
às Índias e retorna a Portugal com as caravelas lotadas de especiarias, que 
renderam grandes lucros à Coroa Portuguesa.
Logo depois, em 1500, o Brasil é descoberto e as transações culturais e 
comerciais transformam todo o mundo. Assim, não é totalmente incorreto 
afirmar que o Brasil foi descoberto por comerciantes em busca de temperos.
Alguns séculos mais tarde, a Revolução Industrial dá um novo gás ao 
comércio internacional, ao colocar a Inglaterra como uma grande produtora 
de produtos, agora industrializados, mais baratos, principalmente roupas, 
tecidos e maquinário agrícola.
Algumas características podem ser notadas em todos os ciclos de expansão 
do comércio internacional. A necessidade por bens produzidos em outras 
regiões leva empreendedores a buscarem formas mais rápidas e baratas de 
conseguir esses bens, o que impulsiona a tecnologia em transporte. Essa 
afirmação vale para a descoberta de como fabricar caravelas mais rápidas e 
resistentes, passando pelo “boom” das ferrovias, até os gigantescos cargueiros 
marítimos atuais.
Além disso, o contato comercial com uma cultura diferente leva à melhoria 
no padrão de vida da cultura inferior, seja com as populações das Américasantes de 1500, que ainda viviam num pré-histórico neolítico e absorveram 
todo o avanço intelectual e tecnológico já existente na Europa, ou no Brasil 
moderno, em que a abertura ao mercado internacional nos anos 90 melhorou 
drasticamente a qualidade dos carros, do setor de informática e dos produtos 
em geral.
3Comércio internacional
Para saber mais sobre o tema, acesse o artigo Falando 
claramente sobre balança comercial, investimento estrangeiro 
e câmbio:
https://goo.gl/Lz7cNh
Globalização e integração dos mercados
O expressivo volume de estudos, reportagens e outras referências sobre globa-
lização leva a crer que se trata de uma dinâmica muito madura e já amplamente 
discutida. No entanto, ao resgatarmos as origens do termo, encontramos sua 
primeira referência relevante no ano de 1994, durante a reunião em Nápoles, 
da Cúpula do G7, composta por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, 
Itália, Japão e Reino Unido. 
No contexto apresentado, o termo estava relacionado ao aumento signi-
ficativo dos fluxos de capitais entre diferentes países, gerando uma interde-
pendência econômica que inexistia até então.
Antes de chegar à Cúpula do G7, o termo era uma excentricidade acadê-
mica, discutida em algumas publicações do final dos anos 60. Um destaque 
especial para a obra Guerra e Paz na Aldeia Global, de Marshall Mcluhan e 
Quentin Fiore, lançada no Brasil nos anos 70. A abordagem de Mcluhan, que 
ficou conhecido como o pai do termo, sobre a globalização, tinha um viés 
mais relacionado à comunicação do que à economia. 
É possível que a referência que precedeu o conceito de globalização seja 
do autor, no livro A Galáxia de Gutenberg, de 1959:
Tal é o caráter de uma aldeia ou, desde o aparecimento dos meios de comunica-
ção eletrônica, tal é o caráter da aldeia global. E é a comunidade da publicidade 
e das relações públicas (PR) que mais está a par dessa nova e básica dimensão 
de interdependência global (MCLUHAN, 1972, p. 37).
Comércio internacional4
O filósofo e educador canadense, que nasceu pouco antes da eclosão da 
Primeira Guerra Mundial, vivenciou a Segunda Grande Guerra e viveu a Guerra 
Fria até o fim dos seus dias. Ele tinha motivos suficientes para carregar um 
olhar descrente quanto às influências das novas tecnologias da época, como 
a incipiente comunicação via satélite.
Após a cúpula do G7, a globalização, que inicialmente foi entendida sob o 
prisma do compartilhamento de informações, evoluiu para um arranjo econô-
mico, onde indivíduos de diferentes nações dividem, por meio de organizações, 
empresas e recursos, interesses em comum e o fruto do seu trabalho. 
O alemão Thorsten Polleit, professor honorário da Frankfurt School of 
Finance & Management e economista chefe da Degussa, empresa especializada 
no comércio de metais preciosos, afirma:
A globalização econômica significa “divisão do trabalho em nível mundial”.
A população de cada país se especializa naquilo em que é boa, adquirindo 
assim uma vantagem comparativa em relação às outras: faço aquilo em que 
sou melhor que os outros e vendo para eles; e compro dos outros aquilo que 
eles fazem melhor do que eu. Todas essas transações econômicas devem ser 
feitas o mais livremente possível, sem a intervenção de governos na forma 
de tarifas protecionistas e de outras barreiras alfandegárias. 
A consequência deste arranjo foi, é e sempre será um aumento no padrão de 
vida de todos os envolvidos.
Hoje, nenhum país é capaz de viver em autarquia, produzindo absolutamente 
tudo de que sua população necessita para viver decentemente. Caso um país 
realmente tentasse produzir tudo o que consome, isso não apenas seria um 
monumental desperdício de recursos escassos, como também levaria a custos 
de produção e, consequentemente, preços exorbitantes, afetando drasticamente 
o padrão de vida da população (POLLEIT, 2017).
A abordagem de Polleit é muito alinhada com a interpretação dos efei-
tos econômicos e da dinâmica social da globalização elaborada por Jagdish 
Bhagwati, um dos mais eminentes defensores do fenômeno. Uma de suas 
definições é a seguinte:
Ela engloba o comércio e o investimento estrangeiro direto de longo prazo 
por multinacionais, bem como os fluxos de investimento de curto prazo, 
cuja rapidez e tamanho já provocaram estragos de Bangcoc a Buenos Aires. 
Mas ela também abrange migrações agora consideraveis, legais e, muitas 
vezes, ilegais, entre os países, além de se estender à difusão e transferência 
de tecnologia (como as drogas para o tratamento da AIDS) entre as nações 
produtoras e consumidoras (BHAGWATI, 2004, p. 7).
5Comércio internacional
Assim, quanto mais complexas e interligadas ficavam as relações entre os 
países, maior a necessidade de conexão, o que promoveu umas das maiores 
revoluções da história moderna. 
Em 2001, o colunista do Financial Times, Martin Wolf, já havia observado 
que “o primeiro telégrafo transatlântico foi instalado em 1866. Na virada do 
século, o mundo todo já estava conectado por telégrafo, e o tempo de comu-
nicação caiu de meses para minutos”. Essa integração não parou: 
o custo de um telefonema de três minutos de Nova York para Londres em
tarifas atuais caiu de US$ 250,00, em 1930, para uns poucos centavos hoje. Em 
anos mais recentes, o número de dutos sonoros através do Atlântico disparou 
de 100 mil em 1986 para mais de 2 milhões hoje. O número de hospedeiros 
na Internet subiu de 5 mil, em 1986, para mais de 30 milhões hoje. (WOLF,
2001, documento on-line, Trad. nossa).
A tendência identificada por Wolf intensificou-se e em 2015, quando já 
havia mais de 885 mil quilômetros de cabos submarinos responsáveis por 
levar a Internet a todo o mundo.
Essa infraestrutura, que começou a ser criada no século XIX, foi funda-
mental para a popularização da Internet, dado que, atualmente, apenas 1% 
desta é coberta pelos satélites. 
Com o mundo inteiro literalmente conectado, estava pronto o terreno para 
que os países, enfim, negociassem em tempo real, o que ampliou os desafios 
da logística internacional.
Comércio internacional6
Marcos do comércio internacional moderno
Após um longo e relativamente lento avanço histórico, a partir do século XX, 
o comércio internacional avançou a passos largos e em uma velocidade cada
vez maior. As exportações, que até 1900 representavam menos de 8% do PIB
Mundial, a partir dos anos 2000, já ultrapassavam os 20%.
Para isso, o surgimento de alguns marcos regulatórios foi decisivo. Os 
marcos regulatórios são as principais regras que regem as relações de comércio 
entre países. Eles podem ser divididos em 3 diferentes escopos:
1. acordos multilaterais de comércio;
2. acordos regionais, bilaterais ou não recíprocos;
3. acordos de políticas próprias entre parceiros estratégicos.
Os acordos multilaterais são as normas mais abrangentes de comércio 
internacional, normalmente sendo a base sob a qual os demais acordos evoluem. 
O marco mais antigo são as regras do GATT — Acordo Geral sobre Tarifas 
e Comércio — uma iniciativa de 1947, logo após o fim da 2ª Grande Guerra, 
que tinha como objetivo liberalizar o comércio entre os países. Na primeira 
rodada, em Genebra, participaram 23 países, e foram assinadas cerca de 45 
mil concessões tarifárias durante os 7 meses de rodada.
A criação do GATT foi um grande passo na derrubada dos protecionismos 
nacionalistas que fatalmente provocam conflitos de interesses entre diferentes 
países. Com isso, o GATT contribuiu de maneira relevante para a paz no 
pós-guerra. 
De forma quase simultânea, poucos anos antes, em 1944, era criado o BIRD 
– Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – estabelecido
na conferência de Bretton Woods, em 1944, que também criou o FMI – Fundo
Monetário Internacional. O BIRD contribuiu para melhorar o fluxo de recursos
e consolidar as transações cambiais entre diferentes nações, o que facilitaria
o comércio internacional em um futuro próximo.
Também merece destaque a OCDE — Organização para a Cooperação
Econômica e Desenvolvimento — criadaem 1961, hoje com 34 membros e 
mais 6 países com status de observadores. A OCDE tem como objetivo ser 
um fórum onde os governos possam discutir problemas sociais e econômicos 
comuns entre eles.
7Comércio internacional
No entanto, o principal destaque é a OMC — Organização Mundial do 
Comércio — instituída oficialmente em janeiro de 1995, um desdobramento das 
práticas iniciadas no GATT. Quando o GATT foi instaurado, ele não possuía 
um caráter decisor ou de arbitragem, que lhe permitisse julgar impasses entre 
diferentes países membros.
Já a OMC, constituída após impasses na Rodada do Uruguai do GATT, foi 
concebida com um escopo maior de responsabilidades, atuando de maneira 
fiscalizatória e interveniente sempre que um país membro se sentisse preju-
dicado por práticas de outro membro.
Assim, nesses pouco mais de 20 anos de existência, a OMC já se consolidou 
como o grande mecanismo regulador do comércio internacional.
A existência da OMC permitiu que começassem a desenvolverem-se os 
acordos plurilaterais, que são aqueles em que não fazem parte a integralidade 
dos participantes, mas, sim, alguns interessados.
Um dos principais acordos é o que trata da Tecnologia da Informação, que 
engloba países desenvolvidos e em desenvolvimento, que desejam fomentar a 
liberação do comércio de computadores, microprocessadores, equipamentos 
de telecomunicação e softwares. Hoje, o acordo já engloba 75 membros e mais 
de 90% de toda a produção desse segmento.
Este acordo é um dos grandes responsáveis pela popularização dos smar-
tphones e pela rapidez com que a qualidade dos computadores evoluiu. Graças 
a essa liberalização, países menos desenvolvidos, como o Brasil, têm acesso a 
produtos de qualidade bastante parecida com o que há de melhor no mundo.
Além disso, existem acordos plurilaterais para o comércio de diversos 
outros bens, desde eletrodomésticos da linha branca — geladeiras, fogões, 
etc. — até mesmo de aeronaves.
Blocos econômicos
Outro marco significativo do comércio internacional foi a criação dos blocos 
econômicos. Estes são grupos de países que, devido a necessidades específicas, 
à proximidade geográfica ou a interesses em comum, decidem instituir regras 
que facilitem e agilizem a negociação entre si.
O primeiro bloco econômico que se tem notícia é bastante antigo, de 1944, 
quando Bélgica, Holanda e Luxemburgo criaram o BENELUZ, um bloco que 
tinha como finalidade facilitar o comércio e, assim, contribuir para a recons-
trução dos países da região que haviam sido devastados pela Segunda Guerra.
Comércio internacional8
Anos mais tarde, com a Guerra Fria perdendo força, houve uma onda 
importante de criação de blocos econômicos.
Em 1991, logo após o fim da URSS, foi criada a CEI — Comunidade de 
Estados Independentes —, integrada por Armênia, Belarus, Cazaquistão, 
Federação Russa, Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão, Ucrânia, Uzbequis-
tão, Azerbaijão e Turcomenistão. A CEI difere dos demais blocos comerciais, 
pois, além desse propósito, possui também um acordo de intenções relacionadas 
à defesa dos países membros. Na prática, hoje, a Rússia detém o maior poder 
político do grupo e acaba sendo a grande tomadora de decisões.
Em 1993, foi instituída a União Europeia (UE), hoje composta por 28 países 
membros e um dos blocos mais importantes econômica e politicamente do 
globo. Em 1999, a UE instituiu a Zona do Euro, que ampliava o conceito de 
mercado comum para a União Europeia, com a adoção de uma moeda única, 
o EURO. O avanço foi recebido de forma positiva por boa parte dos analistas
políticos e econômicos, sendo pouco questionado até a crise de 2008.
Com o agravamento da crise nos anos seguintes, começaram a aparecer 
alguns problemas da centralização. Países com economias mais sólidas e 
políticas econômicas mais conservadoras e responsáveis, como Alemanha, 
precisaram socorrer países que adotavam políticas econômicas mais permis-
sivas e menos responsáveis, como Portugal, Grécia e Espanha. Assim, o custo 
daqueles que gastavam mais e de maneira menos responsável acabava sendo 
pago por todos, o que começou a gerar desconfortos.
Depois, a flexibilização dos fluxos migratórios e o consequente avanço do 
islamismo pela Europa foram o estopim para que a União Europeia fosse posta 
em cheque. O Brexit, referendo de 2016, em que a população inglesa optou 
pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, foi o marco mais importante 
da crise até o momento.
Na América do Norte, em 1994, foi assinado o NAFTA — Tratado Norte-
-americano de Livre Comércio — que envolve Canadá, México e Estados
Unidos, e tem o Chile como associado, numa busca de livre comércio, com
custos e burocracia reduzidos para troca de mercadorias entre os três países.
Aqui na América do Sul, em 1991, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai 
assinaram o Tratado de Assunção, que, em 1994, daria origem ao MERCOSUL.
Porém, em 2001, a entrada da China na OMC, após quase 15 anos de tra-
tativas, alteraria profundamente a lógica dos blocos econômicos. A Figura 1, 
a seguir, demonstra a evolução da Balança Comercial Chinesa.
9Comércio internacional
Figura 1. Evolução da Balança Comercial Chinesa.
Fonte: Bloomberg (2009).
A China, então com praticamente 1/6 de toda a população mundial, que 
por décadas vivia em um regime comunista fechado ao mercado, entrava no 
mercado. Como sua população vivia em situações precárias, os baixos salários 
oferecidos inicialmente pelas fábricas já representavam uma melhoria nas 
suas condições. Assim, a capacidade produtiva dessa imensa massa de novos 
trabalhadores, somada ao recente avanço da Internet, que facilitou as comu-
nicações em um nível global, fez com que os produtos chineses tornassem-se 
mais baratos e acessíveis do que os produtos já negociados dentro dos blocos 
econômicos.
Isso fez com que a relevância dos blocos econômicos diminuísse e que, 
mais tarde, o mundo avançasse para uma integração de caráter global.
Nos últimos 40 anos, o Brasil perdeu 12 posições no ranking de comércio 
internacional, contribuindo com cerca de 1% de todas as transações desse 
tipo (Figura 2).
Comércio internacional10
Figura 2. Evolução da participação dos países no comércio internacional. 
*A participação da Rússia só aparece no gráfico a partir de 1996 porque, até o início da
década de 1990, o país fazia parte da extinta União Soviética, que representou 3,73% e
4,27%, em 1976 e 1986, respectivamente.
Fonte: Duran (2016).
BHAGWATI, J. Em defesa da globalização. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
BLOOMBERG. Balanço comercial - China. 2009. Disponível em: <https://goo.gl/Mrd45v>. 
Acesso em: 31 jan. 2018.
DURAN, P. Nos últimos 40 anos, Brasil foi ultrapassado por 12 países no ranking de 
participação no comércio internacional. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/VYqrvZ>. 
Acesso em: 31 jan. 2018.
MCLUHAN, M. A galáxia de Gutenberg: a formação do homem tipográfico. São Paulo: 
Nacional, 1972.
POLLEIT, T. A diferença básica entre globalismo e globalização econômica: um é o oposto 
do outro. 2017. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2639>. 
Acesso em: 31 jan. 2018.
WOLF, M. Will the nation-state survive globalization?. Foreign Affairs. New York, 2001. 
Disponível em: <http://www.columbia.edu/itc/sipa/U6347/client_edit/Will%20
the%20nation%20survive.htm>. Acesso em: 01 fev 2018. 
11Comércio internacional
Leituras recomendadas
ADDA, J. A mundialização da economia: Génese. Lisboa: Terramar, 1997.
BOUDREAX, D. Como o capitalismo e a globalização reduziram os preços e trouxe-
ram progresso para todos. 2017. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.
aspx?id=2757>. Acesso em: 31 jan. 2018.
BONAGLIA, F.; GOLDSTEIN, A. Globalização e desenvolvimento. Lisboa: Presença, 2006.
CAMPOS, L.; CANAVEZES, S. Introdução à globalização. Lisboa: IBJC, 2007.
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: 
Cengage Learning, 2009.
KARASINSKI, L. Como a internet passa de um continente para outro? 2012. Disponível 
em: <https://www.tecmundo.com.br/internet/31311-como-a-internet-passa-de-um--continente-para-o-outro-.htm>. Acesso em: 31 jan. 2018.
Comércio internacional12
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
O comércio internacional tem impacto direto na vida das pessoas, ampliando a qualidade de 
vida, criando empregos e promovendo crescimento econômico.
O vídeo da Dica do Professor discute alguns desses pontos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O comércio internacional costuma ser encarado como algo recente na história 
humana, principalmente relacionado à globalização. No entanto, a origem, ou um dos 
primeiros movimentos, do comércio internacional pode ser encontrado:
A) no início dos anos 1990, com a popularização dos blocos econômicos, como Nafta, União 
Europeia e Mercosul.
B) com o final da II Grande Guerra, quando foi criada a OMC – Organização Mundial do 
Comércio.
C) em aproximadamente 200 a.C., quando comerciantes de tecidos começaram a negociar 
pelo que ficaria conhecido como a Rota da Seda.
D) nas grandes navegações, por volta de 1500, dando origem ao descobrimento da América.
E) com o advento da Revolução Industrial, por volta de 1700, quando foi possível vender 
bens industrializados.
2) Os diversos ciclos de expansão do comércio internacional tem algumas características 
em comum. Entre elas:
A) o acirramento das relações entre os países que fazem negócios entre si.
B) a queda no padrão de vida das pessoas nos países envolvidos nas relações comerciais.
C) o ganho exclusivo para o lado importador.
D) o atraso tecnológico dos países exportadores.
E) o impulsionamento das tecnologias de transporte e o compartilhamento de cultura e 
tecnologia entre os países envolvidos nas negociações.
3) A globalização é um tema que está intimamente ligado com o comércio internacional. 
Um marco importante dela foi a cúpula do G7 em Nápoles. Isso porque:
A) foi uma das referências responsáveis por popularizar o tema quanto ao seu campo 
econômico.
B) consolidou a globalização como um movimento de internacionalização das comunicações.
C) conseguiu frear o avanço da globalização por considerar que ela prejudicava os países 
desenvolvidos.
D) conseguiu frear o avanço da globalização por considerar que ela prejudicava os países 
subdesenvolvidos.
E) obrigou os países membros a integrarem a OMC.
Após a 2ª Grande Guerra, os principais países envolvidos iniciaram ações que 
visavam a fortalecer o comércio internacional e com isso promover o crescimento e 
evitar novas guerras. Vários acordos foram tomados com essa finalidade. 
4) 
Alguns dos mais importantes são os acordos multilaterais. Sobre esse tipo de acordo, 
é correto afirmar:
A) Os acordos excluíram países como França e Itália, que estavam no lado derrotado da 
guerra.
B) A OMC fortaleceu a rivalidade entre os países.
C) O GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – foi um dos mais importantes marcos 
do comércio internacional, eliminando milhares de tarifas de negociação internacional.
D) O Mercosul é um bom exemplo de acordo multilateral.
E) O exemplo mais representativo desse tipo de acordo foi a União Europeia.
5) Durante os anos 1990, a criação de diversos blocos econômicos foi muito festejada 
pelos políticos, analistas e mídia em geral como uma grande solução para o comércio 
internacional. Porém, a entrada da China na OMC em 2001 teve impacto direto no 
entendimento existente sobre os blocos. 
Que impacto foi esse?
A) A China passou a integrar a Zona do Euro, gerando desequilíbrios financeiros entre os 
países membros.
B) A China realizou um acordo de livre comércio com os Estados Unidos que prejudicou o 
NAFTA e destruiu a credibilidade dos acordos anteriores.
C) Os países do Mercosul se organizaram para impor tarifas alfandegárias para a China, o que 
foi seguido pelos demais blocos.
D) A China conseguiu vender produtos mais baratos mesmo não participando dos principais 
blocos, o que evidenciou que a liberdade econômica era mais importante que as intenções 
políticas.
E) A OMC só permitiu a entrada da China após a participação dela em blocos da Ásia.
NA PRÁTICA
O comércio internacional é um dos principais promotores da prosperidade dos países. Um dos 
casos mais emblemáticos é o caso chinês.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A crise de 1929 
No vídeo, o economista Raphael Lima discute os principais mitos sobre o comércio 
internacional e a Crise de 1929, trazendo a percepção do economista Milton Friedman 
sobre o tema.
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O que é melhor: importação ou exportação? 
Neste vídeo, Ronaldo Giraldeli apresenta os conceitos de importação e exportação e 
discute os benefícios de cada uma das modalidades do comércio internacional.
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Política de comércio exterior e desenvolvimento: a experiência brasileira 
No artigo a seguir, o autor faz um estudo de caso sobre a relação entre o desenvolvimento e 
o comércio internacional tendo como foco o caso brasileiro.
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Por que as exportações são importantes para o Brasil? 
Nesta matéria, o autor discute a importância das exportações para a economia brasileira, 
trazendo um história recente e analisando o desempenho.
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