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Ação clínica dos venenos das serpentes _ Passei Direto

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Impresso por Tulio Tolentino, E-mail htmtolentino@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 29/09/2022 00:19:12
TICS Semana 11 
Luiza de Souza Nunes 
Quais as diferenças de ação clínica dos venenos das serpentes encontradas no país? 
No Brasil, quatro tipos de acidente são considerados de interesse em saúde: botrópico, 
laquético, crotálico e elapídico, sendo classificados de acordo com suas atividades 
fisiopatológicas, cujos efeitos são observados em nível local (região da picada) e 
sistêmico. 
1. ACIDENTE BOTRÓPICO:ACIDENTE BOTRÓPICO:ACIDENTE BOTRÓPICO:ACIDENTE BOTRÓPICO:ACIDENTE BOTRÓPICO: 
o Manifestações locais se evidenciam nas primeiras horas após a picada –
com a presença de edema, dor e equimose na região da picada, que 
progride ao longo do membro acometido. As marcas de picada nem 
sempre são visíveis, assim como o sangramento nos pontos de 
inoculação das presas. Bolhas com conteúdo seroso ou sero- 
hemorrágico podem surgir na evolução e dar origem à necrose cutânea. 
As principais complicações locais são decorrentes da necrose e da 
infecção secundária que podem levar à amputação e/ou déficit funcional 
do membro. 
o Manifestações sistêmicas sangramentos em pele e mucosas são –
comuns (gengivorragia, equimoses à distância do local da picada); 
hematúria, hematêmese e hemorragia em outras cavidades podem 
determinar risco ao paciente. Hipotensão pode ser decorrente de 
sequestro de líquido no membro picado ou hipovolemia consequente a 
sangramentos, que podem contribuir para a instalação de insuficiência 
renal aguda 
O veneno botrópico tem ação proteolítica, coagulante e hemorrágica e os acidentes 
podem ser classificados em: 
• ACIDENTES LEVES: edema discreto ou ausente e manifestações hemorrágicas 
leves ou ausentes. TC normal ou alterado. 
• ACIDENTES MODERADOS: edema evidente e manifestações hemorrágicas 
discretas à distância (gengivorragia, epistaxe). TC normal ou alterado. 
• ACIDENTES GRAVES: edema intenso ou muito extenso e manifestações 
sistêmicas como hemorragia franca, choque ou anúria. TC normal ou alterado. 
Os acidentes botrópicos são os mais frequentes em todo o Brasil (80 a 90%) e em 40% 
das vezes levam a complicações no local da picada. 
2. ACIDENTE LAQUÉTICO:ACIDENTE LAQUÉTICO:ACIDENTE LAQUÉTICO:ACIDENTE LAQUÉTICO:ACIDENTE LAQUÉTICO: As manifestações, tanto locais como sistêmicas, são 
indistinguíveis do quadro desencadeado pelo veneno botrópico. A diferenciação 
clínica se faz quando, nos acidentes laquéticos, estão presentes alterações 
vagais, como náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, hipotensão e 
choque. 
O veneno laquético tem ação proteolítica, coagulante, hemorrágica e 
neurológica (vagal) e os acidentes (pequeno número de acidentes realmente 
documentados) podem ser classificados em: 
 
Impresso por Tulio Tolentino, E-mail htmtolentino@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 29/09/2022 00:19:12
TICS Semana 11 
Luiza de Souza Nunes 
• ACIDENTES LEVES: edema discreto ou ausente e manifestações hemorrágicas 
leves ou ausentes. Ausência de manifestações vagais. TC normal ou alterado. 
• ACIDENTES MODERADOS: edema evidente e manifestações hemorrágicas 
discretas à distância (gengivorragia, epistaxe). Ausência de manifestações vagais. 
TC normal ou alterado. 
• ACIDENTES GRAVES: edema intenso e manifestações sistêmicas como 
hemorragia franca. Presença de manifestações vagais (diarréia, bradicardia, 
hipotensão ou choque). TC normal ou alterado. 
 
3. ACIDENTE CROTÁLICO:ACIDENTE CROTÁLICO:ACIDENTE CROTÁLICO:ACIDENTE CROTÁLICO:ACIDENTE CROTÁLICO: 
o Manifestações locais não se evidenciam alterações significativas. A dor –
e o edema são usualmente discretos e restritos ao redor da picada; 
eritema e parestesia são comuns. 
o Manifestações sistêmicas o aparecimento das manifestações –
neuroparalíticas tem progressão craniocaudal, iniciando-se por ptose 
palpebral, turvação visual e oftalmoplegia. Distúrbios de olfato e paladar, 
além de ptose mandibular e sialorreia podem ocorrer com o passar das 
horas. Raramente a musculatura da caixa torácica é acometida, o que 
ocasiona insuficiência respiratória aguda. Essas manifestações 
neurotóxicas regridem lentamente, porém são totalmente reversíveis. 
Pode haver gengivorragia e outros sangramentos discretos. 
Progressivamente, surgem mialgia generalizada e escurecimento da cor 
da urina (cor de “coca cola” ou “chá preto”). A insuficiência renal aguda 
é a principal complicação e causa de óbito. 
 
4. ACIDENTE ELAPÍDICOACIDENTE ELAPÍDICOACIDENTE ELAPÍDICOACIDENTE ELAPÍDICOACIDENTE ELAPÍDICO: Todo acidente causado pelo gênero Micrurus (coral 
verdadeira) é considerado potencialmente grave (acidente elapídico). As 
manifestações clínicas suspeitas são: 
o dor local discreta, algumas vezes com parestesia, 
o vômitos, 
o fraqueza muscular, 
o ptose palpebral, 
o oftalmoplegia, 
o face miastênica, 
o dificuldade para manter a posição ereta, 
o mialgia localizada ou generalizada, 
o disfagia, 
o insuficiência respiratória aguda. 
 
 
 
 
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TICS Semana 11 
Luiza de Souza Nunes 
 
Algumas complicações são muito frequentes nos pacientes vitimados de acidente 
ofídico: 
 • SÍNDROME COMPARTIMENTALSÍNDROME COMPARTIMENTALSÍNDROME COMPARTIMENTALSÍNDROME COMPARTIMENTALSÍNDROME COMPARTIMENTAL: observa-se intenso edema no local do acidente, 
comprometendo gradualmente a função circulatória arterial. Os sinais clássicos 
são diminuição da temperatura no membro acometido, palidez, ausência de 
pulso arterial, parestesia e dor intensa; 
• HEMORRAGIA INTENSAHEMORRAGIA INTENSAHEMORRAGIA INTENSAHEMORRAGIA INTENSAHEMORRAGIA INTENSA: quando há consumo significativo dos fatores de 
coagulação, o paciente pode apresentar hemorragia de tal monta a 
comprometer a hemodinâmica; 
 • INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDAINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA: esta é, felizmente, uma complicação mais rara; 
 • INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDINSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDINSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDINSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDINSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA:A:A:A:A: complicação dos acidentes elapídicos; 
 • INFECÇÃO SECUNDÁRIAINFECÇÃO SECUNDÁRIAINFECÇÃO SECUNDÁRIAINFECÇÃO SECUNDÁRIAINFECÇÃO SECUNDÁRIA: especialmente quando o paciente faz torniquete, 
coloca substâncias contaminadas no local da picada ou demora muito tempo 
para se submeter à soroterapia anti-ofídica, existe grande chance de infecção 
secundária, de etiologia muito similar à flora da cavidade oral da serpente e 
também da derme da vítima (por ordem de frequência, temos infecções por 
anaeróbios, Gram-negativos e Gr -positivos); costuma se manifestar am
clinicamente no mínimo 48 horas depois do acidente. 
 
Referências: 
• Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ed. - 
Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001. 120 1. Zoonose. I. Fundação Nacional de 
Saúde. 
• PARDAL, P. P. O.; YUKI, R. N. Acidentes por animais peçonhentos: manual de rotinas. 
Belém, Editora Universitária. 40 p., 2000 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância 
Epidemiológica- Brasília: Ministério da saúde, 2008.