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Metodologias para o ensino de Ciências Naturais

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Metodologias para o ensino de Ciências
Naturais
Profª. Cínthia Hoch Batista de Souza
Descrição
O conhecimento das metodologias aplicáveis ao ensino das Ciências da
Natureza. Sua importância para a promoção do conhecimento do aluno
mediante observação, questionamentos, pesquisa e aprendizagem.
Propósito
Compreender a importância das disciplinas da área das Ciências da
Natureza por meio de observações que levem a questionamentos
pertinentes sobre a realidade natural. Assim, com o entendimento e a
solução desses questionamentos, chegar ao campo da pesquisa,
experimentação e, por fim, ao conhecimento.
Objetivos
Módulo 1
A importância da linguagem e da
comunicação
Reconhecer a importância da linguagem e da comunicação como
ferramenta social.
Módulo 2
A importância da linguagem
cientí�ca
Identificar a importância da linguagem científica no estudo das
Ciências da Natureza.
Módulo 3
Conteúdos, tomada de decisões e
aprendizado
Relacionar os conteúdos inerentes à área das Ciências da Natureza,
tomada de decisões e aprendizado.
Você se lembra das aulas de Ciências que tinha durante seu
período escolar? Você se lembra de como eram essas aulas, o que
aprendia? E, após essas aulas, você se lembra de aplicar os
conceitos na sua vivência, no dia a dia? Você se lembra de
Introdução
apresentar esses conhecimentos em casa para seus familiares ou
para amigos?
Muitas vezes, a área das Ciências da Natureza foi tratada em sala
de aula com assuntos complexos, envolvendo os seres vivos e seu
funcionamento. Por serem difíceis, com nomes complicados, os
conteúdos acabavam sendo decorados, e não assimilados ou
compreendidos. No entanto, uma vez decorados, a relação desses
conceitos com o mundo externo torna-se difícil para muitos
estudantes. E é exatamente isso que deveria ser evitado!
A área das Ciências da Natureza compreende diferentes disciplinas
voltadas aos estudos inerentes à natureza, englobando Biologia,
Física, Química, Geologia e Astronomia.
Todos os conceitos abordados nessas disciplinas se relacionam
dentro da grande área das Ciências da Natureza. Por isso, é
imprescindível que haja correlação entre os conteúdos, permitindo
ao aluno compreender o mundo à sua volta e entender como ele
deve participar ativamente desse ambiente, atuando de forma
consciente e inteligente. Para isso, é necessário que o aluno
compreenda sua atuação no ambiente por meio da aplicação dos
conceitos teóricos em sua vivência. As metodologias e linguagens
aplicadas nesse processo são ferramentas importantíssimas para
que o aluno possa, de fato, ser um transformador na sociedade em
que vive.
Por isso, entenderemos a importância da linguagem e da
comunicação na apresentação do conteúdo da área de Ciências da
Natureza, assim como identificaremos a necessidade do uso da
linguagem científica e da sua “tradução” para que esses conceitos
cheguem a todos de modo informativo e verídico. Por fim,
conversaremos sobre a necessidade de conteúdos a serem
apresentados de forma que ao aluno possa deixar de ser um
espectador e passe a ser protagonista das aulas, dialogando,
questionando e correlacionando os conteúdos abordados em sala
com sua vivência em sociedade.
1 - A importância da linguagem e da
comunicação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância
da linguagem e da comunicação como ferramenta social.
Termos técnicos e sua
utilização no entendimento
de conteúdos
Quando pensamos na comunicação entre seres humanos, precisamos
compreendê-la como um processo amplo, no qual há produção e
compartilhamento de ideias, sentidos e formas simbólicas. A
comunicação é, portanto, um processo social.
Assim, ela é uma ferramenta necessária em todos os tipos de relações,
que deve ser utilizada de maneira satisfatória. No entanto, isso só é
efetivo se as mensagens (tanto as enviadas como as recebidas) forem
coerentes, independentemente da linguagem (verbal ou não verbal).
Os conceitos abarcados pelas Ciências da Natureza não são inertes, isto
é, sem aplicação para a sociedade. Muito pelo contrário! O que acontece
é que, muitas vezes, a comunicação desses conceitos à sociedade não
é muito bem realizada (HOHLFELDT; MARTINO; FRANÇA, 2001), o que
acaba por gerar confusões, desentendimentos, atingindo um patamar
inaceitável: a desconfiança da Ciência, dos achados de pesquisas e dos
conceitos das Ciências da Natureza por parte da população em geral.
Isso já ocorreu (e ainda ocorre) inúmeras vezes. No caso das Ciências
da Natureza, deparamo-nos com um fator que pode agravar essa
situação, que são os chamados termos técnicos.
Saiba mais
Os termos técnicos são palavras utilizadas pelos pesquisadores para
apresentar informações ao seu interlocutor, seja na comunicação
escrita ou falada. Muitas vezes, pela falta de compreensão do
significado dessas palavras, a comunicação entre cientistas e
população fica prejudicada.
Perceba que cada termo possui seu significado e que pode ser mais
bem compreendido pelo público em geral. Por isso, vemos cada vez
mais os cientistas, pesquisadores e estudantes das Ciências da
Natureza se empenhando em “traduzir” para a população em geral, ou
seja, para o grande público, os conceitos, os dados, os achados e
demais informações que devem ser apresentados e compartilhados
com a sociedade em geral. Prova disso é a grande quantidade de
materiais disponíveis para nosso acesso e que trabalham a
simplificação dessas informações – sites, canais de divulgação de
vídeos, podcast, manuais, redes sociais, publicações diversas, dentre
outros meios, sem deixar de levar conteúdo científico de qualidade.
É importante que todos tenham em mente que a Ciência
não é uma atividade realizada sem objetivos e sem fins.
Pelo contrário, ela é feita (estudada, desenvolvida) para
que os achados dessa área sejam revertidos em
benefícios para a sociedade como um todo.
Vamos ver exemplos de alguns termos técnicos da área de Ciências da
Natureza e seus significados para uma linguagem acessível à
população em geral:
Termos técnicos Significados
Algia Dor
Acidulante
Substância que intensifica o
gosto ácido dos alimentos e
bebidas
Apneia
Parada temporária do ato de
respirar
Clivagem Divisão
Epífitas
Plantas que conseguem se
desenvolver junto de outras
plantas, como as orquídeas
Fiorde
Baías estreitas presentes em
um local montanhoso
Fitonose
Infecção transmissível ao ser
humano por um agente
causador da doença que se
encontra em vegetais
Fumigação Processo pelo qual se
aplicam substâncias
Termos técnicos Significados
gasosas que são capazes de
destruir a vida animal,
especialmente insetos e
roedores
Heterólogo Aquilo que é diferente
Lixiviação
Processo pelo qual os
elementos químicos do solo
são levados (pela ação da
água ou da chuva) para
camadas profundas do solo,
o que torna esses elementos
indisponíveis para uso de
plantas
Midríase Dilatação da pupila
Piúria Presença de pus na urina
Quadro: Exemplos de alguns termos técnicos da área de Ciências da Natureza e seus
significados.
Elaborado por: Cínthia Hoch.
Tipos de comunicação e
linguagem no ensino de
Ciências da Natureza
O processo de ensino e aprendizagem na área das Ciências da Natureza,
para que seja realizado de forma contundente, na qual o aluno entenda o
seu papel de atuante, deve dispor de diferentes ferramentas para que ele
mantenha esse interesse no processo. Assim, o modelo de aula que
conhecemos, focando no professor expositor e no aluno receptor, deve e
pode ser mudado para uma atividade dinâmica, adequada e agradável.
O tipo de linguagem é uma das ferramentas a ser diversificada para
trazer atrativos à aula. A linguagem pode ser, por exemplo, falada ou
escrita, verbal ou não verbal; coloquial ou formal; eletrônica ou digital. O
importante é que o uso das diferentes ferramentas se complemente de
forma que o processo de ensino-aprendizagem seja completo e leve o
aluno ao seu posto de questionador. Veja os exemplos a seguir:Linguagem verbal e não verbal
A linguagem verbal integra a escrita e a fala (envolvendo os
mais variados meios, como conversas, rádio, televisão, dentre
outros). Já a linguagem não verbal engloba outros recursos
disponíveis para a comunicação, que são muitos: desenhos,
fotografias, gestos, símbolos, emojis etc. É importante
destacar que ambas podem ser amplamente utilizadas,
inclusive juntas, o que chamamos de linguagem mista.
Linguagem digital ou eletrônica
Atualmente, utilizamos uma linguagem mais rápida, que está
presente no dia a dia de todos: a linguagem associada ao uso
da tecnologia. Quando nos referimos a esse tipo de
comunicação (comunicação digital ou eletrônica), deparamo-
nos com uma série de itens que podem ser utilizados juntos ou
separadamente no ensino das Ciências da Natureza. Nesse
grupo, estão os vídeos, os podcasts e as demais experiências
virtuais, que podem acontecer mediante o uso da internet,
como passeios virtuais a florestas, museus de ciências,
desertos e até mesmo ao Polo Sul!
Linguagem escrita
É claro que não podemos deixar de lado as ferramentas mais
conhecidas, ou talvez as mais “antigas”, como os textos
escritos, sejam eles impressos ou não. Esse material pode ser
encontrado nas mais variadas formas, como livros, artigos,
manuais, redes sociais. Sabemos que, em muitos modelos de
ensino, o livro didático é o recurso mais utilizado pelos
professores para preparo de suas aulas, no entanto, é
necessário que nos atentemos às variadas ferramentas
disponíveis para o processo de ensino das Ciências da
Natureza (KRASILCHIK, 2000).
A grande área das Ciências da Natureza é capaz de
abarcar todos esses tipos de linguagem. Essa área
requer interpretação e envolvimento de variadas fontes
de conhecimento e informação, como axiomas, teorias,
leis, fórmulas, ciclos e premissas, além das mais
variadas representações: gráficos, diagramas, mapas
mentais, esquemas etc.
Como podemos ver, nossa linguagem pode ser expressa de formas
diferentes, resultando em diferentes tipos de comunicação.
Por meio da linguagem, alcançamos objetivos, entendimentos e
conseguimos argumentar e discutir as questões que nos são
importantes. E isso é importantíssimo no estudo das Ciências da
Natureza, uma vez que os diferentes tipos de linguagem e comunicação
auxiliam os estudantes para que se sintam instigados, o que torna o
processo mais atrativo.
Por isso, é de extrema importância que nós conheçamos a fundo nossa
linguagem, suas formas de apresentação e que, assim, possamos
utilizá-la da melhor forma.
Metodologias aplicáveis ao
ensino das Ciências da
Natureza
As práticas profissionais mudam constantemente nas mais diversas
profissões. E com o ensino não é diferente. Por isso, é necessário que:
O professor
Compreenda que a
aplicação de diferentes
metodologias deve ser
uma constante em
aulas de disciplinas que
compõem a área de
Ciências da Natureza.
Dessa forma, ele
consegue promover o
interesse, a participação
e a compreensão dos
alunos.
O estudante
Entenda que sua
participação no
processo de ensino-
aprendizagem deve ser
atuante e
questionadora. Por isso,
é necessário que haja
conscientização da
comunidade escolar
como um todo.
A área das Ciências da Natureza é baseada em
processos e práticas de investigação.
Processos e investigação remetem ao saber fazer, à oferta aos alunos
da oportunidade de aproximação com o conhecimento científico e à
atividade prática, seguida de questionamentos, dúvidas, elaboração de
hipóteses e discussão em grupo. Dessa forma, eles chegarão ao
desenvolvimento do conhecimento científico pautados pelas

experiências vividas. Esse novo processo deve ser sustentado por
metodologias diversas que auxiliem o aluno na construção do saber,
contando com a participação dos professores como
auxiliares/mediadores.
Como falamos anteriormente, o livro didático é muito utilizado para o
ensino das Ciências da Natureza, porém, para que o processo de ensino
instigue os alunos e os faça atuar como protagonistas desse processo,
é necessária a modernização da prática educativa, utilizando
ferramentas que possam explorar outras formas de aprender.
Atenção
Não estamos dizendo que o livro deve ser banido ou não utilizado em
sala de aula! O que precisamos compreender é que outras ferramentas
podem e devem ser empregadas conjuntamente para o auxílio do
desenvolvimento de conteúdos da área das Ciências da Natureza.
Nesse sentido, as atividades práticas desenvolvidas em laboratório,
visitas, viagens, passeios e demais atividades lúdicas podem ajudar no
processo de ensino-aprendizagem. Vale lembrar que muitas dessas
atividades podem ser realizadas de forma on-line também!
Infelizmente, isso não é tarefa fácil, não somente por conta de
infraestrutura, mas também porque:
As modalidades didáticas
usadas no ensino das
disciplinas cientí�cas
dependem,
fundamentalmente, da
concepção de aprendizagem
de Ciência adotada. A
tendência de currículos
tradicionalistas ou
racionalistas acadêmicos,
apesar de todas as
mudanças, ainda prevalecem
não só no Brasil, mas
também nos sistemas
educacionais de países em
vários níveis de
desenvolvimento.
(KRASILCHIK, 2000, p.87)
No entanto, visitas, passeios e viagens são atividades que devem fazer
parte de nossa estratégia pedagógica. Elas levam o aluno para outra
atmosfera, colocando-o em um ambiente diverso da sala de aula, com
muitas ferramentas diferentes daquelas que ele vê normalmente.
Os jogos, por sua vez, auxiliam os estudantes no desenvolvimento da
autoconfiança, na sua motivação, no entendimento, questionamento e,
até mesmo, na relação interpessoal.
A vivência dos alunos de qualquer faixa etária em atividades práticas é
essencial para uma aprendizagem significativa. As atividades práticas
permitem que o aluno relacione o conteúdo teórico com uma vivência
que o auxilia a consolidar e entender o que lhe foi ensinado. Quando
estão em um laboratório, os alunos, muitas vezes, apresentam-se mais
interessados e animados, uma vez que poderão ver/vivenciar os
fenômenos que até então lhe foram apresentados de forma teórica ou
ilustrativa por meio de figuras ou vídeos, por exemplo.
A vivência, o fazer com as próprias mãos e o observar de perto levam ao
entendimento e à compreensão de uma situação, muitas vezes de forma
mais rápida e inesquecível.
Vamos ver algumas ideias de práticas lúdicas no ensino de Ciências
Naturais?
Imagine a diferença no processo de ensino-aprendizagem para
alunos que estão estudando fósseis de dinossauros. Essa aula
pode ocorrer na escola, com uso de fotos e filmes. Da mesma
forma, pode ser um conteúdo apresentado aos alunos em uma
visita ao “Museu dos Dinossauros”, que está instalado no distrito
rural de Peirópolis, em Uberaba-MG. Lá são encontrados em
exposição 4.000 fósseis (exemplares de dinossauros herbívoros
e carnívoros, crocodilos, tartarugas, rãs, peixes, aves, mamíferos,
conchas, plantas e microfósseis).
A seguir, confira a fotografia de um novo Crocodylomorpha da
Bacia de Bauru (Cretáceo Superior), presente no Museu dos
Dinossauros em Peirópolis.
No local, também existe um jardim que reproduz o ambiente no
qual os dinossauros viviam. Você consegue perceber a diferença
entre essas aulas? Ambas apresentam a mesma potencialidade
Visita a um museu 
na apresentação do conteúdo, mas a aula realizada com a visita
apresenta um novo ambiente a esses alunos, concretiza o objeto
de estudo e possivelmente será uma aula mais aproveitada, por
colocar o aluno no papel de protagonista, de questionador e
observador de todas as informações que estão disponíveis ao
seu redor.
Em Biologia Celular, os tipos de células, suas organelas e
funcionamento são apresentados aos estudantes. Embora seja
interessantíssimo, não deixa de ser um conteúdo denso, com
muitas informações e nomes complexos. Para esse conteúdo,
existe um jogo (disponível na internet e criado pela equipe do
Genoma-USP) chamado Baralho celular.
Essejogo se baseia no manuseio de dois grupos de cartas: um
que apresenta os diferentes tipos de células existentes e outro
que apresenta informações sobre morfologia, localização,
função, curiosidade e imagem também das diferentes células.
Ganha o jogo aquele jogador que conseguir reunir primeiro todas
as cartas referentes ao seu tipo celular, definido no início da
partida. Perceba como os jogadores (estudantes) aprendem
“brincando”, lendo as informações, ouvindo seus colegas e
comparando as informações na busca pelo “par” correto de
cartas!
Alguns materiais disponíveis on-line são
interessantíssimos e podem ser utilizados pelos alunos
dentro e fora de sala de aula, quantas vezes eles
desejarem. Independentemente da linguagem, da forma
Uso de jogos 
de comunicação ou da metodologia aplicada, o estudo
das Ciências da Natureza sempre estará atrelado ao que
conhecemos como linguagem científica. Falaremos
sobre esse assunto no próximo módulo!
Ensino de Ciências
Neste vídeo, a professora Cínthia Hoch apresenta elementos que
relacionem metodologia do Ensino de Ciências e a Concepção de
Aprendizagem que fundamenta tal metodologia; bem como a
importância da linguagem nesse processo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considerando as informações sobre linguagem verbal e não verbal,
podemos afirmar que:

A
a linguagem verbal refere-se à linguagem
estritamente formal. Já a linguagem não verbal é
totalmente informal.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O que caracteriza uma linguagem não verbal é não se utilizar de fala
e escrita. Embora permita uma liberdade de expressão maior que a
escrita/fala (pois está livre de padrões gramaticais), é mais
eficiente quando usada em conjunto, especialmente com a fala.
Questão 2
Traduzir termos técnicos em uma divulgação científica para a
população em geral
B
a linguagem verbal também é designada como
“mista” por ser baseada em variantes da língua.
C
ambas são tipos de comunicação que não devem
ser utilizados conjuntamente.
D
a linguagem verbal sempre é utilizada empregando-
se os padrões gramaticais.
E a linguagem não verbal não inclui a fala e a escrita.
A melhora a compreensão da informação.
B piora o entendimento sobre o assunto determinado.
C não deve ser feito.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O uso de termos técnicos desconhecidos pela população em geral
pode causar desconfiança, confusão. Muitas vezes, eles não são
empregados por serem palavras difíceis e pouco conhecidas.
Assim, em uma divulgação para o grande público, os
comunicadores devem utilizar sinônimos para garantir total e
correta compreensão da informação.
2 - A importância da linguagem cientí�ca
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a importância da
linguagem cientí�ca no estudo das Ciências da Natureza.
D gera confusões.
E resulta em desconfiança da Ciência.
Letramento cientí�co
Como vimos no módulo anterior, a forma como os conceitos são
abordados, descritos e apresentados aos alunos (e à população) define,
muitas vezes, o nível de compreensão do assunto tratado. A partir daí,
outras questões também são levantadas, como a credibilidade da
informação e o nível de aceitação. Também são gerados impactos sobre
aspectos importantes para a população, como saúde pública.
Podemos ilustrar tal situação com as informações que são geradas e
“consumidas” sobre vacinas. Uma parcela da população não confia e
não adere ao plano de imunização por não compreender o que são as
vacinas, como elas agem, e por não entender, de fato, qual é o benefício
para cada indivíduo e para a saúde coletiva como um todo.
O entendimento dessa linguagem e termos é uma questão observada já
no ensino fundamental (OLIVEIRA; QUEIROZ, 2011), uma vez que o
ensino das Ciências da Natureza propõe, desde cedo, o letramento
científico dos alunos. Dessa forma, o aluno já terá acesso a um
conteúdo que o permita observar e interpretar o mundo à sua volta,
tomando como base os conhecimentos científicos que recebeu. No
ensino médio, não é diferente: a linguagem científica está presente, e os
alunos devem ser instigados a comunicarem suas descobertas a
diferentes tipos de públicos, em variados contextos.
Saiba mais
O que chamamos de letramento científico nada mais é do que um
recurso que é aprendido pelos alunos e que os auxiliará em sua atuação
como cidadãos, durante suas tomadas de decisões, para que sejam
fundamentadas e carregadas de responsabilidade social perante a
sociedade como um todo. A comunicação dessas informações faz parte
de sua responsabilidade junto aos demais.
Vários documentos (nacionais e internacionais) destacam a importância
do contato dos alunos da área de Ciências da Natureza com o conteúdo
teórico. No entanto, destacam também que eles devam ter a capacidade
de compreender procedimentos e de comunicá-los.
Um desses documentos é o Next Generation Science Standards (NGSS)
e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Next Generation Science
Standards (NGSS) e a Base
Nacional Comum Curricular
(BNCC)
O NGSS apresenta três dimensões que são ditas como fundamentais
para dar aos estudantes uma formação completa em educação
científica. São elas:
Dimensão prática
Oferta ao aluno as bases para que aprenda como os
pesquisadores realizam suas investigações sobre determinado
assunto.
Dimensão conceitual
O aluno deve possuir a compreensão dos conceitos inerentes às
disciplinas científicas da área.
Capacitação
Os alunos devem ser capacitados e treinados para que saibam
quais fontes de informação usar no seu processo de ensino
aprendizagem.
Essas dimensões apenas têm sentido se entendermos as seguintes
propostas:
O NGSS propõe as três dimensões como uma forma de auxiliar
os educadores para que percebam padrões nos quais os
estudantes adquirem um novo conhecimento. Para isso, é
Propostas da NGSS 
fundamental que todos estejam dispostos a encontrar formas
novas e criativas no processo de ensino e aprendizagem.
A BNCC, que apresenta caráter normativo, é um documento
vigente no Brasil. Esse documento define o conjunto orgânico e
progressivo de aprendizagens essenciais necessárias para todos
os alunos da Educação Básica, de forma que todos possam ter
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento,
de acordo com o que é preconizado no Plano Nacional de
Educação (PNE).
A BNCC define que, durante os anos da Educação Básica, todos
os processos de aprendizagens essenciais devem assegurar,
obrigatoriamente, aos alunos seu desenvolvimento através de
competências gerais que são a base para os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento.
Sendo assim, de acordo com a BNCC, competência é a
mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),
habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e
valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana.
A seguir, são apresentadas as competências específicas de Ciências da
Natureza de acordo com a BNCC (MEC, 2018). Confira:
Ensino Fundamental
Listamos as competências específicas de Ciências da Natureza para o
Ensino Fundamental (MEC, 2018). Veja:
Propostas da BNCC 
 Compreender as Ciências da Natureza como
empreendimento humano, e o conhecimento
científico como provisório, cultural e histórico.
 Compreender conceitos fundamentais e estruturas
explicativas das Ciências da Natureza, bem como
dominar processos, práticas e procedimentos da
investigação científica, de modo a sentir segurança
no debate de questões científicas, tecnológicas,
socioambientais e do mundo do trabalho, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
 Analisar, compreender e explicar características,
fenômenos e processos relativos ao mundo natural,
social e tecnológico (incluindo o digital), como
também as relações que se estabelecem entre eles,
exercitando a curiosidade para fazer perguntas,
buscar respostas e criar soluções(inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das
Ciências da Natureza.
 Avaliar aplicações e implicações políticas,
socioambientais e culturais da Ciência e de suas
tecnologias para propor alternativas aos desafios
do mundo contemporâneo, incluindo aqueles
relativos ao mundo do trabalho.
 Construir argumentos com base em dados,
evidências e informações confiáveis e negociar e
defender ideias e pontos de vista que promovam a
consciência socioambiental e o respeito a si próprio
e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade
d d íd d
Ensino médio
Também listamos as competências específicas de Ciências da Natureza
para o Ensino Médio (MEC, 2018). Veja a seguir:
de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos
de qualquer natureza.
 Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais
de informação e comunicação para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos e resolver problemas das Ciências
da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética.
 Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e
bem-estar, compreendendo-se na diversidade
humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro,
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da
Natureza e às suas tecnologias.
 Agir pessoal e coletivamente com respeito,
autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, recorrendo aos
conhecimentos das Ciências da Natureza para
tomar decisões frente a questões científico-
tecnológicas e socioambientais e a respeito da
saúde individual e coletiva, com base em princípios
éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
Note que, para ambos os documentos e para os diferentes níveis (no
caso da BNCC), a necessidade do conhecimento da linguagem
científica e de sua aplicação está presente. Para que o aluno formule
seus argumentos com base científica, ele deve conhecer essa
linguagem e saber aplicá-la de forma que, em primeira instância, ele
 Analisar fenômenos naturais e processos
tecnológicos, com base nas interações e relações
entre matéria e energia, para propor ações
individuais e coletivas que aperfeiçoem processos
produtivos, minimizem impactos socioambientais e
melhorem as condições de vida em âmbito local,
regional e global.
 Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica
da vida, da Terra e do Cosmos para elaborar
argumentos, realizar previsões sobre o
funcionamento e a evolução dos seres vivos e do
Universo, e fundamentar e defender decisões éticas
e responsáveis.
 Investigar situações-problema e avaliar aplicações
do conhecimento científico e tecnológico e suas
implicações no mundo, utilizando procedimentos e
linguagens próprios das Ciências da Natureza, para
propor soluções que considerem demandas locais,
regionais e/ou globais, e comunicar suas
descobertas e conclusões a públicos variados, em
diversos contextos e por meio de diferentes mídias
e tecnologias digitais de informação e
comunicação (TDIC).
compreenda o conteúdo e consiga pensar sobre ele. Em um segundo
momento, a linguagem científica o ajuda na divulgação desse conteúdo
(em sala de aula, em uma conversa com o grupo, em uma apresentação
ao término da disciplina, ou mesmo em um evento, como, por exemplo,
participando de uma feira de ciências).
Aplicação da linguagem
cientí�ca
É de grande importância que o professor utilize a linguagem científica,
tanto na forma falada como na forma escrita, em sala de aula
(TEIXEIRA, 2019). Assim, o aluno é apesentado a essa linguagem e
percebe sua função. Muitas vezes, essa linguagem é nova para os
alunos e requer certo “costume” inicial para que se torne corriqueira nos
questionamentos em sala de aula, nos trabalhos em grupo, nas escritas
de trabalhos, provas e, até mesmo, em anotações em seus cadernos.
Imagine dentro da área de Ciências da Natureza, considerando todas as
disciplinas relacionadas, a riqueza de linguagem que pode ser
apresentada aos estudantes!
Outra forma de apresentar este “mundo” aos estudantes, que enriquece
o conhecimento da linguagem científica e leva o aluno a expandir suas
ideias na formação do conhecimento, são as feiras de ciências.
Inclusive aquelas que acontecem em âmbito virtual, como a Feira
Brasileira de Jovens Cientistas.
Feira Brasileira de Jovens Cientistas
A Feira Brasileira de Jovens Cientistas teve sua primeira edição em 2020. É
a primeira feira científica e pré-universitária nacional totalmente virtual.
Nesses eventos, os alunos podem participar apenas conhecendo os
projetos, experimentos e resultados, o que já lhes confere contato com
um mundo novo no sentido de informações, nomenclaturas, ideias e
conhecimento; mas também podem participar como pesquisadores,
apresentando seu trabalho, mostrando seus achados após a execução
de uma parte experimental (prática).
Eles deverão, obrigatoriamente, apresentar seus achados de forma
metodológica, seguindo princípios científicos e, claro, aplicando
linguagem compatível com o evento.
As feiras de ciências são eventos importantíssimos que
promovem integração dos alunos, envolvimento com
atividades práticas e busca pelo entendimento/geração
de conhecimento após a realização da parte
experimental.
Essas feiras podem ser realizadas nas escolas, o que é um importante
degrau para que os alunos das Ciências da Natureza
percebam/descubram sua vocação para cientista/pesquisador. Muitos,
após participarem dessas feiras em suas escolas, acabam participando
também de feiras maiores. Nesse sentido, no Brasil temos duas feiras
bem importantes:
MOSTRATEC
Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, realizada anualmente pela
Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, na cidade de Novo
Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
FEBRACE
Feira Brasileira de Ciências, realizada anualmente pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo.
A participação dos estudantes nessas feiras pode, inclusive, gerar
credenciais para os alunos com projetos selecionados participarem de
feiras internacionais, como a ISEF (International Science and
Engineering Fair), uma feira internacional de Ciências e Engenharia
organizada pela Society for Science and the Public, que é realizada
anualmente, nos Estados Unidos, em maio.
Perceba que todas essas experiências contribuem para a “alfabetização
científica” (CACHAPUZ et al., 2005) desses estudantes que, mais tarde,
poderão colaborar com a sociedade em que vivem, tornando este
ambiente mais harmonioso, igualitário e sustentável. Lembrando que
essa “ação na sociedade” advém da vivência do aluno e de sua
capacidade em aplicar esses conhecimentos adquiridos na prática. Isso
pode, inclusive, ser avaliado.
Saiba mais
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) realiza uma avaliação chamada Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (PISA – Program for International
Student Assesment), com a aplicação de provas com conteúdo de
leitura, Matemática e Ciências. Essa avaliação valoriza as capacidades
de raciocínio, não valorizando os conteúdos decorados.
Fontes de informação
cientí�ca
Quando o NGSS menciona fontes confiáveis, ele se refere a todo
material que pode ser utilizado como fonte de informação científica.
Parece fácil definir quais são esses materiais, mas, muitas vezes, essa é
uma atividade árdua caso o estudante não seja bem instruído quanto a
isso. Especialmente com o uso da internet, encontrar informações pode
ser um processo fácil e rápido e nos deparamos com uma quantidade
muito grande de fontes.
Contudo, simplesmente encontrar a informação desejada não é
suficiente para que possamos utilizá-la como verdade, especialmente
quando estamos nos referindo aos conteúdos da área de Ciências da
Natureza. Por isso, é imprescindível que os estudantes sejam instruídos
sobre as fontes que devem consumir na internet para que tenham
informações verdadeiras (que não sejam fake news), de qualidade e
relevantes.
O ato de procurar por essas informações em diferentes
fontesnão é tarefa fácil e requer rigor, paciência e
atenção. A seguir, veja a diferença entre buscar e
investigar:
Buscar
A busca é uma procura
simples, que pode ser
feita com qualquer
material, como uma
revista de circulação
geral.
Investigar
Nesta ação, vamos
observar se a
informação é fidedigna,
se é real, utilizando
material científico de
qualidade, como
revistas científicas, por
exemplo.
Assim, é necessário que os alunos conheçam sobre a existência dos
mais variados materiais científicos, como artigos científicos,
dissertações de mestrado, teses de doutorado e sobre os locais de
investigação, como repositórios de universidades, base de dados, banco
de dados, bibliotecas virtuais, bibliotecas eletrônicas e os próprios sites
das revistas científicas. Plataformas como SciELO, periódicos CAPES
são dois exemplos de onde buscar, virtualmente, tais conteúdos.
Alfabetização Cientí�ca
A professora Cínthia Hoch mostra a importância da alfabetização
científica no contexto do ensino de Ciências, comparando as dimensões
do NGSS às competências apresentadas pela BNCC. Veja a seguir:


Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O acesso às informações científicas, bem como encontrar
condições de sua validação, são fundamentais para o verdadeiro
desenvolvimento da Ciência. Nesse sentido, sobre informações
científicas, podemos afirmar:
I – São informações que recebemos através de meios de
comunicação quando apresentam informação científica.
II – É toda informação que é obtida a partir de experimentos
científicos, realizados por uma equipe que apresenta competência,
conhecimento e estrutura para tal.
III – São as informações encontradas na internet, em sites
científicos.
Das afirmativas acima:
A Somente I é correta.
B Somente II é correta.
C Somente III é correta.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A “informação científica” deve ser confiável e obtida em materiais
confiáveis com dados publicados a partir de experimentação
científica, preferencialmente em periódicos reconhecidamente
científicos. Por isso, mesmo um “noticiário científico” ou um “site
científico” é garantia de que estamos tratando de verdadeira
informação científica.
Questão 2
Assinale a alternativa que apresenta fontes que são veículos
estritamente utilizados para divulgação de pesquisas e dados
científicos:
Parabéns! A alternativa D está correta.
D I e II são corretas.
E II e III são corretas.
A Panfletos e blogs.
B Revistas semanais e capítulos de livros.
C Apostilas e mensagens de WhatsApp.
D Teses e artigos científicos.
E Manuais e apostilas.
Materiais considerados científicos são aqueles que apresentam
informações resultantes de pesquisas científicas realizadas por
pesquisadores. Esses documentos devem ser editados por editoras
específicas da área e de credibilidade.
3 - Conteúdos, tomada de decisões e
aprendizado
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar os conteúdos
inerentes à área das Ciências da Natureza, tomada de decisões e
aprendizado.
Amplitude das Ciências da
Natureza
O estudo de Ciências nos remete, muitas vezes, à ideia de que essa
disciplina abordará apenas conteúdos relativos aos seres vivos e seus
organismos. É verdade que este assunto é encontrado dentro das
Ciências da Natureza, no entanto, a disciplina aborda um conteúdo
muito mais amplo e complexo que vai além do organismo vivo e de seu
funcionamento.
O estudo de Ciências traz ao aluno conhecimento e
aprendizado sobre seus organismos, mas também
aborda os processos que ocorreram para que os
organismos vivos se apresentem como são atualmente.
Além disso, tudo que está relacionado ao mundo que
envolve esses seres, os recursos naturais disponíveis,
suas fontes, sua exploração, seu uso, suas
transformações também são conceitos aplicáveis às
Ciências da Natureza.
Podemos compreender que essa área nos apresenta um vasto campo
de informações que, quando correlacionadas, possibilitam-nos
entendimento e compreensão do tamanho da vida, dos processos que
envolvem os organismos vivos e a dimensão das esferas que estão
ligadas a essas situações. O conhecimento dessas relações traz ao
aluno a capacidade de compreensão e entendimento do mundo,
facilitando suas tomadas de decisão em suas intervenções.
Mas, como assim, intervenções?
Somos todos seres em movimento e estamos a todo momento atuando
no mundo em que vivemos, e isso nos confere responsabilidade, pois
nossas atitudes e tomadas de decisão impactam (positivamente ou
negativamente, em maior ou menor grau) no meio ambiente em que
vivemos.
Assim, quando conhecemos a amplitude da teoria dos conceitos
estudados dentro da grande área chamada Ciências da Natureza,
podemos correlacionar essas questões na busca de melhores tomadas
de decisão para nossas atitudes práticas.
Prova disso é que nossa sociedade atual está organizada com base no
desenvolvimento científico e tecnológico. Praticamente tudo que
contemplamos ao nosso redor e que usamos a favor da manutenção da
nossa vida.
Exemplo
Motores, combustíveis, medicamentos, ferramentas, alimentos, itens
para comunicação rápida em tempo real, dentre muitos outros itens,
foram desenvolvidos e sempre são aprimorados com base na ciência e
tecnologia.
Ciências da Natureza e a
formação integral do
alunos
Quando falamos anteriormente em decisões para nossas atitudes
práticas no dia a dia, referimo-nos às decisões mais acertadas que
possam minimizar o impacto desse desenvolvimento e ao uso desses
produtos sobre os possíveis danos ou desequilíbrios que são causados
para a sociedade e para a natureza.
Como as disciplinas e a avaliação auxiliam nas práticas do dia a dia?
Veja a seguir:
Disciplinas
As disciplinas devem preparar os alunos para atuarem de
acordo com o desenvolvimento de suas habilidades e não com
base em um conteúdo decorado. Ao decorar um assunto, o
aluno entende que aquele conteúdo pode não ser tão
importante para sua vida, mas que será importante apenas
para sua utilização de forma passageira (por exemplo, em uma
avaliação com data e hora marcada).
Avalicação
A avaliação (ou a prova) sempre teve um papel fundamental
nas escolas do nosso país, sendo utilizada como uma
importante função normativa e poderosa que acabava por
separar os alunos em, basicamente, dois grupos: “alunos que
aprenderam” e “alunos que não aprenderam”. Assim, essa
ferramenta acabava por classificar esses alunos, levando-os
aos anos seguintes do calendário escolar, mas, muitas vezes,
sem que a escola soubesse ao certo se aquele aluno realmente
tinha desenvolvido as competências e habilidades relativas ao
conteúdo, de forma a aplicá-lo fora da sala de aula, ou melhor
ainda, aplicá-lo na prática.
Quando se trata da área de Ciências da Natureza, esses resultados não
traduzem exatamente os objetivos do ensino dos conteúdos desta área,
visto que a capacidade de pensar, questionar, correlacionar e resolver
problemas vai além da reprodução dos conceitos vistos em sala de aula.
Não é isso que as metodologias disponíveis para o ensino das Ciências
da Natureza propõem. A proposta é que o conteúdo seja compreendido
(ao contrário de decorado) para ser aplicado diariamente no exercício da
cidadania, ao invés de ser aplicado pontualmente em uma avaliação que
vale pontos para o fechamento do semestre letivo.
Dessa forma, temos uma grande área de estudo, as Ciências da
Natureza, que visa, dentre outros objetivos, a uma formação integral dos
alunos, não só baseada no ser vivo, como comentamos anteriormente,
mas também em temas que se relacionam entre si como ética, política,
cultura, tecnologia e ciência.
Assim, espera-se do aluno que ele possa ter acesso aos conhecimentos
científicos e que consiga desenvolver um novo olhar sobre o mundo no
qual está inserido por meio de ferramentas como práticas e
procedimentos de investigação científica.
Atenção
No entanto, é necessário que a academia esteja atenta a essasnecessidades dos alunos. Para isso (OLIVEIRA et al., 2009), precisamos
de professores que estejam recebendo em sua formação nos cursos de
licenciatura o conteúdo apropriado para que possam desenvolver em
seus alunos as questões envolvendo aspectos relativos a estímulo,
questionamento e investigação.
Por isso, é necessário que haja estímulo dos alunos, diferentemente de
aulas estáticas, com apresentação do conteúdo. Os alunos devem se
sentir motivados a se inserir nas atividades investigativas, através de
sua curiosidade, questionamento, apresentação de suas ideias e
hipóteses. Veja que essa postura muda totalmente um cenário de aula
estático, realizado através de uma aula programada com um roteiro,
sem espaço para a interação, a conversa produtiva e os
questionamentos sobre a investigação que está sendo feita.
Quantas vezes, por exemplo, uma aula prática é realizada em um
laboratório sem que o aluno seja convidado a pensar sobre o que irá
fazer, por que irá fazer e quais achados ele pode encontrar ao fim
daquele experimento?
Dessa forma, espera-se que o aluno apresente um “perfil básico” que se
desdobre em habilidades baseadas em algumas características
essenciais para a aplicação dos conteúdos teórico-práticos em sua
vivência diária:
Determinação
Torna-se importante, pois a atividade de compreensão e aplicação dos
conceitos pode se tornar cansativa e demorada. Assim, é necessário
que haja “força de vontade” por parte do aluno.
Raciocínio crítico
O aluno deve compreender que precisa questionar (e até mesmo
criticar) as informações que ele recebe, sempre pensando sobre o que
lhe foi apresentado.
Criatividade
O aluno deve ter a capacidade de realizar perguntas, saber questionar
algo que não tenha sido bem compreendido, relacionar com o que ele vê
a sua volta, pensar de formas diferentes dos padrões convencionais
adotados pela maioria.
Capacidade de argumentação
Atitude relacionada ao item anterior, visto que, ao pensar de forma
crítica, o aluno deve ser capaz de argumentar com lógica e
fundamentação sobre o que lhe é apresentado.
Nesse sentido, muitas pesquisas científicas foram desenvolvidas
investigando a capacidade de alunos de diferentes níveis (séries) em
identificar o problema, elaborar hipóteses sobre ele e planejar as
investigações do assunto. A partir daí surgem diferentes metodologias
que podem ser aplicáveis no ensino das Ciências Naturais, tornando
esse processo mais prático e baseado na vivência.
É importante que o professor compreenda que, dentre vários objetivos, a
educação em Ciências visa levar o aluno a tomar consciência da forma
dinâmica da construção do conhecimento, reconhecendo que a grande
área chamada Ciências da Natureza nem sempre se apresenta de forma
fácil, pois é formada por linguagem complexa e conteúdos densos, que
requerem atenção, construção e correlação para que possam, de fato,
serem assimilados e compreendidos.
Metodologias ativas de
aprendizagem
Já vimos que um dos objetivos atuais do processo de ensino na área de
Ciências da Natureza é desenvolver nos alunos a capacidade de ter
ideias para a construção de um conhecimento dinâmico e aplicável.
Nesse sentido, devemos conhecer e promover as metodologias ativas
de aprendizagem, nas quais o aluno é o protagonista da construção do
conhecimento (LOVATO et al, 2018).
São exemplos de metodologias ativas que podem ser aplicadas em sala
de aula:
Sala de aula invertida
Procura transformar o aluno em um ser atuante, sendo ele o
protagonista da construção do seu conhecimento. Nesta
metodologia, o professor demonstra o conteúdo, instigando os
estudantes a pesquisarem sobre o referido assunto e a levarem
para a sala suas dúvidas para discussão. O aluno é ativo e atua
de forma autônoma.
Ensino híbrido
Nesta metodologia, há a proposta de unir de forma equalizada
o ensino a distância (EAD) e o ensino presencial. Aqui também
se exige que o aluno seja protagonista do seu processo de
aprendizagem.
Realização de seminários e discussões
Neste tipo de metodologia ativa, o aluno e o professor
encontram-se juntos, no mesmo “degrau”, visto que
normalmente se faz uma roda em sala de aula para que
determinado assunto seja discutido entre os alunos, com
mediação do professor.
Gami�cação
O professor leva jogos para o momento da aula, utilizando da
tecnologia (celulares, tablets ou notebooks) como aliada no
processo de aprendizagem dos alunos. Muitos jogos
interativos na área das Ciências da Natureza já foram criados
sobre os mais diversos assuntos e podem servir para o
desenvolvimento desses assuntos em aulas (JANN; LEITE,
2010).
Jigsaw
Essa metodologia envolve os alunos dispostos em grupos.
Nessa atividade, uns ensinam aos outros o que seja do
conhecimento de cada um. Neste tipo de metodologia, os
alunos acabam se tornando “especialistas” em determinados
assuntos, visto que cada um terá conhecimento de
informações específicas sobre o assunto em questão.
Divisão dos alunos em equipes para o
sucesso (Student Teams Achievement
Divisions – STAD)
Metodologia desenvolvida na Universidade Johns Hopkins, cujo
foco é a colaboração. Aqui, cada membro do grupo é
importante para o alcance do sucesso, ou seja, para a
construção e compreensão do conhecimento. Neste tipo de
metodologia, os alunos se auxiliam realizando atividades
propostas pelo professor, sempre focando no resultado final,
que é a construção e obtenção do conhecimento sobre
determinado assunto. O professor é um mediador, mas
também um avaliador do comprometimento de cada integrante
do grupo na busca pela aprendizagem do conteúdo proposto.
O Brasil enfrenta sérios problemas como a evasão escolar e o baixo
rendimento no Programa Internacional para a Avaliação de Alunos
(PISA), dentre outros. A utilização de metodologias ativas é uma
importante ferramenta que pode auxiliar na mudança desse cenário,
uma vez que apresenta aos estudantes formas diferentes de interagir
em sala de aula, com o professor e seus colegas de turma.
O uso dessas metodologias pode promover motivação (ZOMPERO;
HOLPERT, 2019), fazendo com que os alunos se interessem cada vez
mais pela escola e pelos conteúdos teóricos, uma vez que ele será
capaz de compreendê-los por uma nova ótica, inserindo os
conhecimentos produzidos em seu dia a dia e entendendo seu real
significado e sua aplicação.
Autonomia dos Alunos
Agora, a professora Cínthia Hoch apresenta a importância da autonomia
dos alunos e do papel do professor mediador no processo de
aprendizagem em Ciências.
Veja a seguir:
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O aluno, ao se deparar com afirmações em Ciências da Natureza,
deve procurar explicações por meio dos questionamentos que ele
pode elaborar. O nome dado a esta ação é:

A
Parabéns! A alternativa D está correta.
Ao se deparar com um assunto novo, o aluno é capaz de produzir
conhecimento, se baseando no que ele pode observar. Sendo
assim, diante do conteúdo, o aluno passa a fazer suposições para
encontrar respostas ao problema que está questionando. E isso é
justamente a proposição de uma hipótese, na qual ele poderá
delimitar seu campo de observação, propor ações e
questionamentos e, por fim, avaliar os seus achados mediante seus
questionamentos.
Questão 2
São consideradas habilidades essenciais para que os alunos
consigam aplicar os conteúdos teóricos em sua rotina diária:
elaboração de um modelo.
B elaboração de uma teoria.
C elaboração de um teorema.
D elaboração de uma hipótese.
E elaboração de uma lei.
A Determinação, paciência e raciocínio lógico.
B Determinação, criatividade e raciocínio crítico.
C Preocupação, inteligência e determinação.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A determinação é a expressão da “força de vontade” do aluno em
realizar a atividade; a criatividade é necessária para que o estudante
consiga realizar perguntas e questionamentos sobre o que lhe
parece importante (ou, àsvezes, mal compreendido); o raciocínio
crítico faz com que este estudante pense sobre as informações que
lhe são apresentadas.
Considerações �nais
A compreensão dos conceitos básicos das diversas disciplinas que
compõem a grande área das Ciências da Natureza é importante para
que o aluno construa seu conhecimento. No entanto, é necessário que
esse aluno seja protagonista de sua história na escola para que possa,
de fato, compreender os conceitos teóricos de forma a aplicá-los no
ambiente ao seu redor. O professor deve ser o mediador desse processo
mediante o uso das mais variadas metodologias e ferramentas, dando
ao aluno subsídios para que ele questione, discuta e, com base nos
problemas apresentados, elabore suas hipóteses seguidas da
construção do conhecimento que poderá ser aplicado no seu dia a dia
de forma integral.
Dessa forma, teremos alunos pensantes que, diante das questões
levantadas, poderão chegar a uma estrutura de pensamento aplicável à
sociedade, pois foi resultante de um processo de entendimento e
desenvolvimento científico.
D Presença, raciocínio lógico e pensamento.
E Pensamento, raciocínio crítico e preocupação.
Podcast
Agora, a professora Cínthia Hoch encerra o tema falando um pouco
mais sobre metodologias para o ensino de Ciências Naturais.
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Explore +
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui uma
publicação chamada Vocabulário Básico de Recursos Naturais e Meio
Ambiente, de 2004 (2ª edição). Esse material está disponível na internet
em PDF. Você pode pesquisar pelo nome do documento e salvar este
arquivo para consultar inúmeros verbetes utilizados na área de Ciências
Naturais e conhecer seu significado de forma clara. O documento
também pode ser acessado na biblioteca virtual do IBGE.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento com
caráter normativo que apresenta o conjunto de aprendizagens
consideradas essenciais que devem ser trabalhadas junto a todos os
alunos da educação básica no Brasil. Você pode encontrar esse
documento em PDF procurando por “Base Nacional Comum Curricular”
na internet ou consultando-a, dentro do portal do Ministério da
Educação (MEC).
A Secretaria da Educação do Estado do Paraná disponibiliza na internet
em seu site, na aba “Jogos e Práticas”, várias atividades lúdicas e
laboratoriais que podem ser utilizadas como metodologias auxiliares
para o entendimento e compreensão de diferentes conceitos relativos à
área de Ciências Naturais. Você pode acessar diferentes conteúdos
lúdicos e experimentais para ter acesso a ferramentas interessantes
para o ensino e aprendizagem das Ciências Naturais.
A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências mantém uma
página na internet na qual você pode navegar e obter informações sobre
museus de ciências e planetários localizados no Brasil e no exterior.
Além disso, você pode explorar a página e conhecer exposições e
programas itinerantes, formas de popularização da ciência e muitas
publicações sobre estes e outros temas relacionados.
Existem vários grupos de cientistas espalhados pelo Brasil preocupados
com a divulgação científica de qualidade, de forma que possam levar ao
público em geral informações científicas de modo correto,
compreensível por qualquer público e sem fake news. Você pode
acessar esse trabalho feito por esses grupos através das redes sociais.
No Instagram, você pode procurar por: “Ciência Informativa”, “Dragões
de Garagem” e “Rabiscos Científicos” para conhecer algumas dessas
divulgações.
O canal Manual do Mundo, de Iberê Thenório, tem condições de
proporcionar uma das mais interessantes experiências virtuais no
âmbito do ensino de Ciências da Natureza.
Referências
CACHAPUZ, A. et al. A necessária renovação no ensino de ciências. São
Paulo: Cortez, 2005.
HOHLFELDT, A.; MARTINO, L. C.; FRANÇA, V. V. Teorias da comunicação:
conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Vozes, 2001.
JANN, P. N.; LEITE, M. F. Jogo do DNA: um instrumento pedagógico para
o ensino de ciências e biologia. In: Ciências & Cognição, v. 15, n. 1, p.
282-293, 2010. Consultado na internet em: 21 jul. 2021.
KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências.
In: São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 1, p. 85-93, 2000. Consultado na
internet em: 21 jul. 2021.
LOVATO, F. L. et al. Metodologias ativas de aprendizagem: uma breve
revisão. In: Acta Scientiae, v. 20, n. 2, p. 154-171, 2018. Consultado na
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MEC. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília:
SEB, 2018
OLIVEIRA, J. R. S. O.; QUEIROZ, S. L. A retórica da linguagem científica
em atividades didáticas no ensino superior de Química. ALEXANDRIA
Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v. 4, n. 1, p. 89-115, 2011.
Consultado na internet em: 21 jul. 2021.
OLIVEIRA, T. et al. Compreendendo a aprendizagem da linguagem
científica na formação de professores de Ciências. In: Educar em
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TEIXEIRA, P. B. A Ciência, a natureza da ciência e o ensino de Ciências.
In: Ciência & Educação, v. 25, n. 4, p. 851-854, 2019. Consultado na
internet em: 21 jul. 2021.
ZOMPERO, A. F.; HOLPERT, L. N. R. S. Habilidades cognitivas de
percepção das evidências expressas por estudantes brasileiros do
Ensino Médio na resolução de situações-problemas. In: Revista de
Estudios y Experiencias en Educación, v. 18, n. 38, p. 15-27, 2019.
Consultado na internet em: 21 jul. 2021.
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