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N1 – Teoria do Contrato - Vitória Ramos No caso concreto apresentado para análise é apresentada uma relação comercial verbal, ou seja, sem a formalização por meio de um documento escrito. Apesar de verbal o contrato que vincula o empresário Marcelo e o fabricante João possui plena eficácia jurídica, conforme é possível depreender do artigo 107 do Código Civil de 2002: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.”. Portanto, não há qualquer questionamento quanto a modalidade verbal do contrato. A relação jurídica contratual verbal de distribuição pode ser comprovada a partir do modo como as atividades foram desempenhadas pelas partes durante o período de um ano. Destaca-se que a empresa de Marcelo se organizou para atender exclusivamente a cartela de clientes oriundos dessa relação jurídica, ou seja, contratou funcionários, expandiu seu espaço físico, entre outras medidas. Da mesma forma, os produtos fabricados por João eram distribuídos naquela região exclusivamente por Marcelo. Tendo em vista a ruptura do contrato por parte de João sem qualquer prévia comunicação, que acarreto inúmeros prejuízos, Marcelo pode pleitear em juízo ação indenizatória por rescisão de contrato, com base no art. 715 do Código Civil que assim dispõe: “O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato.” A indenização é plenamente possível, pois além de João não agir com boa-fé objetiva, como determina o art. 422 do Código Civil, o fabricante também agiu com falta de transparência com o seu parceiro, ao pactuar relação com outra distribuidora e encerrar os serviços sem ao menos comunicar Marcelo. O art. 720 do Código Civil determina que em contratos por tempo indeterminado, a resolução poderá ocorrer por qualquer parte mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente. Além disso, conforme o artigo 711 do CC, “salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes.”. Portanto, não é possível a “concorrência” entre os dois distribuidores na mesa zona territorial. Isto posto, Marcelo deverá optar por ação que garanta o cumprimento do contrato até que a resolução seja possível nos moldes legais cumulada a indenização pelos prejuízos que sofreu e que vier a sofrer em virtude do descumprimento pela parte contrária.
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